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Revista Digital dos Programas de és Gradaaglo do Depastamento de Letease Aces da UEPS Feira de Santana, v.18, .2,p. 26-44, maio-agosto 2017 Ihups//peradicosuetbe/index php/acordasletas/index hup:/ fd doi org/10.15102/e1v 182.1866 A linguistica textual e a construgao do texto: um estudo sobre os fatores de textualidade ‘Textual linguistics and the construction of text: a study on textuality factors ‘Max Silva da Rochat Universidade Estadual de Alagoar Palmeira dos Indios, Alagoas, Brasil Maria Margarete de Paiva Silva"* Universidade Estadual de Alagoar Palmeira dos Indios, Alagoas, Brasil [Resumot Fste trabalho objetiva fiver uma refleio sobre a Linguistica Vertu), buscando entender alguns conceitose fiagdes dess cgnca do texto. Fstuda, também, texto e come ele € eonstaido mua tel Tees ¢ eserit. Por fim, fa ma reflexio acerca da importa dn fates de textuaizagio camo a 04 (cocsio lexical, eferencagio,substauici, conjungio e elisio) coeréaca, intertextualsade,iatencionldade, Stuacionaldade,informatiidade eaccitabidade Palavras-chave: Linguistics, Citi, Vextaldade Abstract: ‘This work aims to ceflect on ‘Textual Linguistics, scking to understand some concepts and fiitions of this text science. It sso snics the tet and how it is constructed ina relation of reading and ‘writing. Finally t makes a reflection about the importance of textualzaton factors such at cohesion (enical cohesion, soicceacing, substitution, cosjuaction and elsion) coherence, inteertualiy, intentional. ‘Stutionality,informativencss and acceptability ‘Keywords: Linguistics Criteria Vextualy 1INTRODUGAO ‘A linguistica textual, doravante LIT, surgiu na Europa, mais precisamente, na Alemanha, por volta da década de 1960. Nesse perfodo das ascensdes linguisticas, destacam-se nomes importantes como Halliday, Weitich, Ducrot, Dressler, Harris, Hielmslev, Benveniste, Jakobson, Pécheux, além de outros precursores. As investigages desses autores deram outra visio aos estudos até entio realizados pela ciéncia do texto. A LT transformou os métodos de trabalhat o texto. Trés linhas de * Grduado em Letras e especiaista em Linguistica Aplicada (UAL). E-mail: msrietras@gmail.com. * Mestse em Letras ¢ Linguistica (UFAL), doutoranda em Letras (UEM), professors da Universidade Federal de Alagoas. E-mail: mstletras@outlook.com. GB 5 Bees a ditt co ue Ces Csi Ni ame Copa 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 estudos foram predominates nessa concepgio de uma linguistica voltada para o texto, a saber: a ret6rica, a estlistica e 0 formalismo russo. Se antes da LT a anilise se limitava apenas ao nivel da frase, passou-se, entio, com esses avangos, 2 se estudar 0 texto numa perspectiva interacional. O uso da lingua na interacio social e num determinado contexto, ou funcionalismo linguistico, é abordado pela L'T, subarea da linguistica moderna (FAVERO e KOCH, 2000, p.1). No inicio de seu surgimento, essa linha de estudos nao se preocupava com o texto em si, pois de acordo com Koch (2004, p.7), a LT “teve incialmente por preocupagio descrever os fendmenos sintitico-semanticos ocorrentes entre enunciados ou sequéncias de enunciados, alguns deles inclusive, semelhantes 20s que jé haviam sido estudados no nivel da frase”, Diante do exposto, apenas as frases eram tidas como elementos de andlise, porém com a expansio da LT, a partir da década de 1970, comeca-se a ter interesse pela unidade biisica de sentido, o texto. Nas palavras de Pavero e Koch (2000, p.11), ‘sua hipétese de trabalho consiste em tomar como unidade bisica, ou seja, como objeto particular de investigagio, nio mais a palavra ou a frase, mas sim com o texto, por serem os textos a forma de manifestacio da linguagem”. Mesmo com 0 interesse pelo todo significative, a maior preocupagio dessa corrente linguistica com o seu objeto de estudo adquire destaque na década posterior, visto que “somente a partir de 1980, contudo, que ganham corpo as Teorias do Texto [.J, conforme ressalta Koch (2004, p.8). Com essa expansio, vemos as grandes investigagées € as novas tendéncias para o estudo e ensino da materialidade textual tanto em lingua materna como também estrangeira. Vé-se, pois, que o texto passa a ser o foco de estudos dessa érca linguistica. Sobre esse entendimento, Koch (2004, p.11) salicnta ‘A Linguistica ‘Textual toma, pois como objeto particular de investigagio nio mais « palavea ‘ou frase isolada, mas o texto, considerado a unidade bisica de manifestacio da linguagem, visto que © homem se comunica por meio de textos © que existem diversos fenémenos linguisticos que 36 podem ser explicados no interior do texto. O texto € muito mais que a simples soma das frases (e palavess) que o compem: a diferenga entze frase e texto niio & ‘meramente de ordem quantitativa; é sim, de ordem qualitativa, Sob essa perspectiva, a LY passa a dar importincia aos fatores ¢ critérios de textualidade contidos na manifestagio linguistica. Estudar o texto é estudar uma estrutura dotada de sentido, com objetivagses e intengoes definidas, pois, de acordo com Floréacio etal, (2009, p.25-26), “no ha, pois, discurso neutro ou inocente, uma vex que a0 produzi- Jo, 0 sujeito 0 faz, a partir de um lugar social, de uma perspectiva ideolégica e, assim, veicula valores, crencas, visées de mundo que representa os lugares sociais que ocupa”, € da mesma maneira ocorre com o texto. © texto € pois, a materializagio maxima da lingua. Na comunicacio, 0 todo significativo pode ser verbal e nao verbal. Nas palavras de Koch (2014), LT trata o texto como umato de comunicacio unificado num complexo universo de acées humanas. Com isso, a teoria do texto esté permeada por um viés interdisciplinar, visto que lanca olhares para uma gama de fatores linguisticos, como © pragmitico, 0 semintico, o lexical, 0 7 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 gramatical, ou seja, fatores que complementam a estrutura funcionalidade do objeto de estudo dessa corrente lingufstica Sio varios os aspectos multiculturais que configuram um texto, pois o falante aciona ‘uma complexa rede de fatores a0 produzi-lo de forma escrita ou falada. As questies sociais, cognitivas e interacionais fazem com que os estudos da LT transformem o texto em um canal estruturado da seguinte forma: processo/ acao/ interagio. Isso faz com que a LT represente um marco nas novas vertentes da linguistica moderna. E incabivel abordat essa area de estudos ¢ nio mencionarmos o nome de Luiz AAnténio Marcuschi, considerando que esse autor, a0 lado de Ingedore Koch, deu 0 pontapé inicial nos estudos nessa érea lingufstica, aqui no Brasil. Segundo o referido autor, a LT & uma das linhas mais promissoras da linguistica atual, proporcionando, assim, uma ampla investigacio de seu objeto de estudo. O estudioso citado (2012, p.26) acrescenta: “neste caso, a LT € a deserigio da correlacio entre a producio, a constitui¢ao ¢ a recepcao de textos”. Dessa mancira, essa corrente linguistica “deve prestar um servico fundamental na elaboragio de exercicios e na formacio da capacidade hermenéutica do leitor, a0 Ihe dar o instrument que © capacita para a compreensio de textos” (MARCUSCHI, 2012, p.33) (O falante se comunica através do texto € nfo da frase como era abordado nos estudos linguisticos do perfodo anterior a década de 1960. Em épocas nio tio Tonginguas, a gramética da frase era tida como © centro dos estudos, porém esta no deu conta de analisar a materialidade textual. Para Geraldi (1996, p.64), ‘Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramética — {que nada mais é do que o resultado de uma (longs) reflexio sobre a lingua; aquele que nunca fefletia sobse a linguagem pode decorar uma gramitica, mas jamais compreenderd seu sentido, Diferentemente de uma concepgio estritamente gramatical, na LT, notamos a preocupacio com os fatores de produgio, recepsio ¢ interpretacio do texto. Nessa perspectiva, a L'T “dispde, porém, de um dogma de fé: 0 texto é uma unidade linguistica hicrarquicamente superior 4 frase. T. uma cetteza: a gramética de frase nao da conta do texto” (MARCUSCHI, 2012, p.16). Vé-se, pois, que a visio da LT se concentra no estudo da entidade linguistica concreta ¢ dotada de sentido. Postas essas questies, agora destacaremos as trés formas de se fazer LT: a) uma LT. que tem por objeto textos numa esfera auténoma da linguagem, mesmo antes da constituigio de textos nas diversas linguas. Entio, texto setia aqui uma categoria universal €, nesse caso, buscarfamos regras gerais para uma competéncia ampla; b) uma LT que veria 0 texto como o nivel de estruturagio de cada lingua. Aqui se teria algo como uma “gramitica de texto” ou “gramitica transfristica”, montada para cada lingua como tal; ¢) toda a linguistica nada mais é do que uma L'T, j& que todas as manifestacées linguisticas se dio apenas com textos conctetos. A gtamatica do texto seria o mesmo que a gramética da lingua. A descrigio da estrutura ¢ fancionamento do texto seria a descrigio da estrutura € funcionamento da lingua (COSERIU, 1980, apd MARCUSCHI, 2012, p.32). a 1 Cor eiea de Santana, v.18, 2,2, p. 26-44, maio-agosto 2017 Coos re Estas trés posigdes sio divergentes entre si, Coseriu (1980 pad MARCUSCHI, 2012, p.32) considera a terceira um fracasso. AAs outras duas sio consideradas razoaveis € vidveis, mas esse autor faz uso da primeita posicio (MARCUSCHI, 2012, p.52) Concomitantemente, a posicio apresentada por Coseriu (1980 apud MARCUSCHI, 2012, p.32), no tocante & LT, apresenta semelhangas na ideia defendida pelo autor brasileit. Propoaho que se veja a LTT, mesmo que provisiria e genericamente, como 0 estudo das ‘operagies lingusticas e cognitivas reguladoras da produsio, construgio, funcionamento € recepcio de textos eseritos ou ora [.J. Em suma a LT trata o texto como um ato de ‘comunicagio unificido num complexo tniverso de ages humanas (MARCUSCHT, 2012, p33). © foco da LT € 0 texto tanto escrito como oral, uma vez que nesse espaco comnnicativo que a linguagem se manifesta. Centrar 0 ensino no texto € ocupar-se com 9 a do lingua, Trata-se de pensar a relagio de fensino como o lugar de priticas de linguagem e a partir delas, com a capacidade de compreendé-ls, no para deserevé-las como faz 0 gramético, mas pata sumentar as possiblidades de uso exitoso da lingua (GERALDI, 1996, p.71) Para produzir um bom texto, portanto, é importante saber utilizar os critétios de textualidade, que serio tratados mais adiante, pois necessariamente, antes de abordé-los, precisamos tratar, mais detalhadamente, da leitura ¢ da esctita, como recursos facilitadores para a construcio do texto. 2 A IMPORTANCIA DA LEITURA E ESCRITA NA CONSTRUCAO DO TEXTO A invencio da escrita representa um grande marco na histéria da humanidade, porque antes do seu surgimento, as informagoes eram passadas de pai para filo de forma oral. Notadamente, na tradigio oral, com o passat do tempo, as palavras se modificam, muitas informagées sio perdidas, hé uma interferéncia social, politica e cultural sobre a importincia das informagdes, fazendo com que algumas nio sejam repassadas. ‘A eserita proporciona 2 permanéncia da informagio. Ela perduta no tempo. Desse modo, a meméria coletiva dos povos passou a ter outros meios de materializacao: os hierdglifos, os papiros. Na modemidade, jornais, revistas, livros e infernet. Vale dizer que a escrita se constitui como um divisor de aguas na historia da humanidade, “As palavras determinam nosso pensamento porque mio pensamos com pensamentos, mas com palavras, nao pensamos a partir de uma genialidade ou inteligéncia, mas a partit de nossas palavras” (LARROSA, 2002, p.21), ‘A atividade da escrita, na maioria das escolas, ainda é priorizada em detrimento da Jeitura, que € considerada como atividade fandamental a ser desenvolvida na escola Convém destacar que a escrita tem como finalidade precipua a leitura e no 0 contratio. Ea escola a instituiga responsivel pela sistematizagio do saber, por isso precisa ter a > 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 leitura como atividade bésica que pode dat ao aluno 0 devido supotte para uma produgio de texto bem elaborada. Nessa perspectiva, € pertinente destacar o dizer de Cagliari (2009, p.148-149): “A. leitura é a extensio da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida tera de ser conseguido através da leitura fora da escola”. Ocorre que a maioria das escolas tem a escrita como prioridade e, ainda assim, escreve-se pouco e, muita das vezes, com incidentes. Devemos considerar que a escrita, como atividade interativa, implica telacio cooperativa entre duas ou mais pessoas, Sendo assim, toda atividade interativa deve pressupor um possivel interlocutor, para que haja esmero. Quem escreve deve naturalmente esctever para alguém ou com alguma finalidade € nao simplesmente como atividade para correcio. Para Rocha e Ferro (2016),0 ato de escrever implica ter 0 que dizer. Quem escreve, escreve pensando no outro, que, por sua vex, se constitui enquanto leitor. A capacidade de saber, de poder, de liberdade é essencial & realizacio do interlocutor enquanto pessoa €, consequentemente, como ser social, que precisa do outro para interagir. Fa leitura que serve como base para o éxito na escrita, Jé a escrita, no entendimento de Antunes (2005, p45), é |A atividade da eserita é entio uma atividade interativa de expressio, (ex: ‘pata fora), de manifestagio verbal das ideias, informagdes, intengdes, crengas ow dos sentimentos que _queremos partihar com algum, para, de algum modo interagit com ele. Ter a que dizer & portanto, uma condiclo prévia para o éxito da atividade de escrever, Na produgio de um texto, as frases e as palavras no funcionam isoladamente, uma a uma, mas estabelecem uma conexio de sentido. O texto é um jogo de perguntas € respostas entre os termos. Aliado a isso, o uso da escrita serve justamente para estabelecer esse proceso de comunicar de forma coerente € coesa. Quem escreve escreve para ser lido, e a palavra escrita serve como um elo /laco entre quem fala e quem ouve; entre quem escreve e quem Ié, O texto serve como ponte entre os interlocutores do processo de comunicacio, por isso, a0 escrevermos, é imprescindivel levarmos em conta esse interlocutor, como sujeito do processo da interacio verbal, para que cle possa entender o que foi escrito, No que se tefere & escrita enquanto o processo de interagio, é vilido destacar 0 que afirma Bakhtin (1995, p.113): Na realidade toda palavra comporta duas faces. Dla é determinada tanto pelo fato de que pprocede de alguém como pelo fato de que se disige para alguém. [.] A palavra é uma espécie de ponte lancada entre mim e 0s outros. Se ea se apéia (sie) sobze mim numa extremidade, nna outra se apa (sie) sobre 6 meu interlocutor Na escrita textual, é necessitio considerar as normas que regem a produgio de um. bom texto e, sobretudo, entender o que é um texto. Do ponto de vista de Koch (2014, p30), Pare) neUe ein des ana, v.18, 2.2, p. 26-4, maio-agosto 2017 Coe 70 [js] para que uma manifestagio linguistica constitua um texto, énecessirio que hajaaintengio do produtor de apresenti-la ¢ a dos parceitos de acciti-la como tal -,em wma situagio de comunicagio determinads, Pode, inclusive, acontecer que, em certas circunstineiss, se afrouxe ou elimine deliberadamente a evesio e/ ou coeréncia semiintica do texto com © ‘objetivo de produrir efeitos especificos. Als, nunca é demais lembrar que a coerén ‘constitui uma propriedade ou qualidade do texto em si: um texto é cocrente para alguém, em dada situagio de comunicacio especifica [.]. Este alguém, para construir a coeréncia, deveri levar em conta nio 36 os elementos linguisticos que compiem o texto, mas também sett cconhecimento enciclopédico, conhecimentos ¢ imagens iituas, erencas, conviecses, atitudes, pressuposighes, intengies explictas ou veladas, siuagio comunicativa imediaca, ccontexto sociocultural e assim por diante. Vale salientar a necessidade de garantir © sentido nas producées textuais, levando em conta que o sentido do texto no se encontra nele, o sentido é construido a partir do préprio texto, conforme Koch (2014). Pode-se afirmar que o texto é uma (te)construgio do mundo ¢ no uma simples refragio ou reflexo. Analisamos a constituigio do texto, adentramos profundamente na estrutura textual, vetificando como acontece essa construcio € quais os ctitétios textuais tegem a produgio de texto. 3.0 TEXTO COMO UM EVENTO COMUNICATIVO A produgio textual é uma interagio entre sujeitos com objetivos sociocomunicativos, sendo a comunicagao o principal. Produzir um texto é lidar com virias situagées relevantes, tis como: expectativa, crengas, as mais diversas visbes de mundo, pré-conhecimentos, pressuposigdes, conviccdes, entre outras. F, 20 considerar todas essas situagdes, o produtor usa o texto como instrument mediador pata atingit a sua principal meta, a de comunicat. O texto precisa ser visto como uma unidade de “[.] sentido, necessitando para isso de uma situacio discursiva, de interlocutores, das categorias de espaco e tempo e de um propésito claro € definido; e de elementos da linguagem, analisados em sua visio global, especificada pela anilise vocabular e referencial” SANTOS, 2013, p.56) Uma gama de regeas, no entanto, precisa ser observada ¢ seguida, 0 que toma complexo 0 objeto de estudo da L'T. Um texto é uma unidade minima significativa de sentido, independentemente de sua extensio, conforme ressaltam Halliday ¢ Hasan (1976, p.195). Falar de texto é falar de comunicagio ¢ produgio de sentidos que edificam o ambiente da interagio entre um produtor e um receptor, por isso um texto no pode ser escrito de qualquer forma, haja vista que o sistema da lingua nfo permite tal situacio, como frisa Rocha (2015). Nesse entendimento, afirmam Azevedo e Tardelli 2004, p.45): “produzir um texto na escola é pois, realizar uma atividade de claboracio que se aputa nas situacdes interlocutivas criadas em sala de aula; é um trabalho de reflexio individual e coletiva e nio um ato mecinico, espontaneista ou metamente reprodutivo”. Um texto é uma produgio de sentido ¢ requer maximo de cuidado ao ser produzido. Mas, nio foi sempre assim, pois ocorreram transformagoes linguisticas, concepgoes de linguagem etc. Segundo Antunes (2009, p.50-51), 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 As definigaes ¢ elassificagbes categorieas, que sio possiveis no imbito da palaven eda frase isoladas, foram dando lugar is dependéncias enuncitivas e contextuais. Nessa perspectiva, as palavrase as frases passaram a ganhar pleno sentido somente na medida em que sio vistas ‘como partes de textos, como componentes de discursos, pelos quais as pessoas dizem, agem, pparticipam, tomam posigdes, se firmam no aqui e no agora de sua existencia Nos dias atuais, temos 0 texto como evento comunicativo situado num espago sociointerativo, Ha ainda que se considerar a concepgio de texto. Essa concepsao é totalmente diferente ao ser comparada em dois niveis no ensino basico e no nivel superior, so duas situagdes distintas, mas passiveis de andlises. No ensino basico, percebemos claramente as inconsisténcias encontradas nas produgdes textuais dos alunos, resultantes da forte influéncia da fala na escrita dos discentes. Além disso, a perpetuagio do ensino que usa 0 texto como pretexto para o ensino gramatical e a corregio meramente estrutural ¢ ortogeifica contribuem para que varios textos continuem apresentando sérios problemas linguisticos, visto que niio é exigida, por parte do corpo docente, uma reescrita e retextualizagio das producées, conforme Maténcio (2002). A reeserita ajuda o aluno a compreender que o texto segue tum padsio de regras lincares No ensino superior, diferentemente do ensino bisico, a concepgio de texto € outra, uma vex que os académicos de Letras mantém contanto direto com os parimettos linguisticos e isso proporciona uma gama de recursos eficientes para uma boa construgio textual, embora, também encontremos problemas atipicos em producdes académicas, no solucionados na educacao basica ‘A situagio ideal seria que 0 ensino-aprendizagem, na educagio basica, proporcionasse aos alunos a escrita de um texto com comeco, meio ¢ fim, adequando a escrita A norma culta da lingua, amarrando as ideias numa sequéncia Iégica de sentidos. Ocorre que a realidade nio condiz com o esperado: no ensino superior, em vex de se trabalhar a eserita cientifica, obedecendo as regras académicas, a fim de expor contribuigdes para a ciéncia e para a sociedade, os professores, na maioria das vees, esto tentando, primeiramente, sanar as deficiéncias dos alunos, para que eles, no final da graduacio, na producio do Trabalho de Conclusio de Cusso/ TCC, possam demonstrar resultados satisfatérios do aprendizado. Virios teéricos reforcam a ideia de analisar as categorias textuais, Dentre eles, destacamos Marcuschi (2008, p.72), para quem o texto “I: a unidade de manifestagio da linguagem”, ou seja, o texto & o ambiente no qual a comunicagio se materializa. Ele nio € um amontoado de palavras, portanto precisa se adequar 20 sistema, pois a sequenciagio é primordial, entendendo que as partes de um todo seméntico devem estar interligadas, por virios eritérios de textualidade. Nesse sentido, & imprescindivel destacar o ponto de vista de Koch (2014, p.30) ‘Um texto se constitui enquanto tal no momento em que of parceiros de uma atividade ‘cominicativa global, diante de uma manifestacio linguistica, pela atuacio conjunta de uma ‘complexa rede de fatores de ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, sio capazes de conscruir para ele, determinado senso. 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 O texto, oral ou escrito, possibilita estudos e andlises que tém a lingua como recurso, tomando como base a comunicagio verbal. No dizer de Marcuschi (2008, p.51), hé pelo menos dezenove pontos que podem ser trabalhados através de produgdes textuais, 2 saber: a) as questdes do desenvolvimento hist6rico da lingua; b) a lingua em seu fancionamento auténtico; ¢) as relagdes entre as diversas variantes linguisticas; d) as, relacdes entre fala e escrita no uso real da lingua; e) a organizacio fonolégica da lingua; f) os problemas morfoldgicos em seus varios niveis; g) o funcionamento ¢ a definicdo de categorias gramaticais; h) os padrdes ¢ a organizagio de estruturas sintiticas; i) a onganizagio do léxico ¢ a exploragio do vocabulitio; j) 0 funcionamento dos processos seménticos da lingua; k) a organizagio das intengdes € os processos pragmiticos; 1) as estratégias de redacio © questées de estilo; m) a progressio temitica ¢ a organizagio t6pica; n) a questio da leitura ¢ da compreensio; 0) 0 treinamento do raciocinio e da argumentacio; p) 0 estudo dos géneros textuais; q) 0 treinamento da ampliacao, redugio ¢ resumo de texto; #) 0 estudo da pontuacio e da ortografia; e s) os problemas residuais da alfabetizacio. Esses fenémenos, ora mencionados, podem ser trabalhados de forma interativa- textual em sala de aula, haja vista que muitos textos do ensino bésico sio problematicos € complexos, trazendo sobre eles 0s mais diversos fendmenos linguisticos, ou seja, essas produgdes textuais formam um campo rico para pesquisas, uma vez. que os textos, Por vezes, cles carecem de coesi, formano conjuntos de frases sls e, em outas, 3 tém ‘em excess causando enorme volume de epetigées topics [.], De resto, os textos esclares revelam ignorinca ¢descompasso em relagio 4 complexidade da prodvsao oral dos ahanox (MARCUSCHT, 2008 53, De um ponto de vista eritico, a pesquisa é essencial para transformar essa triste realidade. F tentando viabilizar uma melhoria nestas producdes textuais, ricas em incidentes, que a LT propde novos olhates ¢ perspectivas de mudanca. Ensinar a produzit, compreender e analisar textualmente é o principal foco dos estudos linguisticos nessa area, numa perspectiva sociointeracionista. “No quadro de uma concepgao sociointeracionista da linguagem, o fenémeno social da interacio verbal é o espago proprio da realidade da lingua, pois & nele que se dio as enunciagdes enquanto trabalho dos sujeitos envolvidos nos processos de comunicacio social” (GERALDI, 1996, p.27). Fossa linha de andlise evidencia que o aluno tem que aprender a ser um produtor de seus préprios discursos, mas também ter uma visio critica no discurso do outro. “Nessa perspectiva, 0 trabalho em lingua materna parte do enunciado e suas condigies de producio para entender © bem produzir textos” (MARCUSCHI 2008, p.58). A visio socionteracionista adotada em sala de aula possibilita uma grande transformagio social, fazendo do aluno um participante ativo na produgio do sentido. Inspirado em Bakhtin, entende se que o sujeito se constitui como tal 4 medida que interage ‘com 08 outtos, sua consciéncia e seu conhecimento do mundo sesultam como ‘produto inacabado' deste mesmo processo no qual o sujito internaliza linguagem nie €0 trabalho 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 de um artesio, mas trabalho social e histico seu ¢ dos outros ¢ para os outros e com os ‘outros que ela se constit, Isto implica que no hi um swjeto dado, pronto, que entra em interagio, mas um sujeito se completando e se construindo nas suas falas € nas falas dos outros (GERALDI, 1996, p19), A construgio dos conhecimentos, de um ethos, de uma identidade vai se estruturando a partir da interacio com o outro, nesse caso, por meio dos textos. Hé que se considerar, também, que textos orais € escritos possuem formas, estilos e composicées, manifestados em diferentes génetos textuais/ discursives € que o sentido permeia cada produgio. O sentido, na perspectiva deste estudo, refere-se a0 todo coerente, 0 texto. Dessa maneira, analisar as formas da unidade basica de sentido é essencial para conhecer, por exemplo, como um aluno faz uso de elementos linguisticos com o intuito de eferuar a comunicacio desejada e a intera¢io com 0 outro. Para Bentes (2006), 0 texto nao pode ser analisado em partes isoladas ¢ sim em seu todo significative, uma vez que o falante consegue produzir textos, reformulé-tos, qualfici-los, gracas a competéncia textual inata 20 usuério de lingua materna. O objetivo da LT, nessa perspectiva, é estudar como se forma o texto, a fungio € a producto dele ‘nas mais variadas modalidades. Nessa abordagem de estudo, a comunicagio pode ser oral ou escrita. No entanto, o ensino bisico, na maioria das vezes, nao dé o devido valor a fala, Fla nao é tio estudada, sistematicamente, como a escrita. Isso é problematico, pois, como Marcuschi (2008, p.53) alerta, “{..] a0 se enfatizar o ensino da eserita nfo se deve ignorar a fala, pois a eserita reptoduz a scu modo ¢ com regras prdprias, o processo interacional da conversagio, da narrativa oral ¢ do monélogo, para citar alguns”. A escola, por exemplo, deve ter por finalidade a leitura como centro do saber e, concomitantemente, a escrita a fala. A escrita e a fala sto bases lineares da comunicacio, da produgio de texto, e nio so poucos os textos que apresentam reflexos da oralidade na eserita, porque “um texto no se esclarece em seu pleno funcionamento apenas no ambito da Kingua, mas exige aspectos sociais e cognitivos”, os quais também incluem a oralidade (MARCUSCHI, 2008, p-65). TE. nesse ambito, ou seja, de nao analisar somente os pontos linguistics dos textos, que a concepeio interacional se faz presente. A producio textual na sala de aula deve levar em conta alguns fatores que so imprescindiveis, como: a leitura, que deve sempre estar em primeiro lugar; e a esctita e a fala, que precisam ter os mesmos valores no ensino- aprendizagem, porque ambas direcionam o caminhar das ideias. Ao se trabalhar com textos de alunos no espaco escolar, deve-se lembrar que 0 discente jd vem com uma grande bagagem de conhecimento e cle jé tem um modo concreto de se expressar. Cabe ao professor aproveitar da melhor mancira possivel esse conhecimento prévio ¢ acrescentar as novas tendéncias linguisticas. Para Marcuschi (2008, p76), [..Jo trabalho com a lingua portuguesa, na perspectiva de uma LI, teria de se ocupar com algo a mais do que © ensino e aprendizagem de regras ou normas de boa formacio de 1 Cor eiea i Santana, v.18, 9.2, p. 26-4, maio-agosto 2017 Coe 70 sequéncis linguistica. Trata-te de um estudo em que se prvilegia a variada produgio © suas ccontextualizagdes na vida diva. E necessitio analisar todos os aspectos possiveis que regem a produgio textual, pois “o texto é um evento comunicativo em que convergem agées linguisticas, sociais ¢ cognitivas" (BEAUGRANDE, 1997 pad MARCUSCHI, 2008, p.72) € precisa ser explorado ao maximo. O texto possui um todo semintico mediado por eritérios de textualidade que fancionam como base constituinte desse complexo significativo, sio elas: coesio, coeréncia, informatividade, situacionalidade intertextualidade, intencionalidade ¢ accitabilidade, conforme nos mostra Marcuschi (2008). Continuando a discussio, iremos compreender os critérios textuais que servem de base central para o estudo e para a estruturagio do texto “[.-] sendo a coesio ¢ a coeréncia (relacionados 20s conhecimentos linguisticos) ¢ os outros crtérios, como a aceitabilidade, a informatividade, a situacionalidade, a intertextualidade e a intencionalidade, relacionados 20 conhecimento de mundo e & contextualizagio” (SANTOS, 2013, p.85). 4 FATORES DE TEXTUALIZAGAO A partir de agora, passamos a estudar os fatores de textualizagio. Pisses, por sua vez, dio uma ancoragem ao texto em uma situagio comunicativa determinada, Sem eles, no poderia haver qualquer coeréncia na produgio linguistica (KOCH ¢ TRAVAGLIA, 2015, p.81). Esses critérios ajudam a estabelecer o texto ¢, dessa maneira, gatantir-Ihe a coeréncia. Os fatores de textualizagio funcionam como contextualizadores do evento comunicativo. Eles agem juntos, a fim de manter o entendimento e situar o leitor no espago em que se da a comunicacio. Diante disso, “os fatores de contextualizacio desempenham um papel muito importante no estabelecimento da coeréncia” (KOCH € ‘TRAVAGLIA, 2015, p.84).. 4.1 COESAO No que diz respeito & coesio, convém frisar que é 2 ligagio coerente entre as partes de um texto, produzida por uma escolha correta de operadores textuais; ela funciona como um conector entre frases e parigrafos ¢ tem como funcio agir, juntamente com a coeréncia, para dar um sentido amplo ao texto. Sobre essa interdependéncia, Koch (2014, p58) ressalta: Portanto, nos textos em que @ coesio esti presente — ji que endo é condigio nem necessinia, nem suficiente da coeréncia -, pode-se afirmar que ambas passam a constituir 2s dluas faces de uma mesma moeda, ou entdo, para usar de ums outra metifora, 0 verso € 0 roverso deste complexo fendmeno que &0 text. Considerando que a coesio funciona como patte do sistema de uma lingua, embora se trate de uma relagio seméntica, ela € tealizada, como ocorre com todos os componentes 1 Cor eiea de Santana, v.18, 2,2, p. 26-44, maio-agosto 2017 Coe 70 do sistema semintico, através do léxico gramatical. No entendimento de Santos (2013, p93), “[-] © uso adequado de elementos coesivos atribui ao texto maior legibilidade, mostrando os tipos de relagies estabelecidas entre os elementos linguisticos que o compdem”, ctiando, dessa forma, um lago/elo coesivo. “A rigor, pode-se dizer que o segredo da coesio textual esti precisamente na habilidade demonstrada em fazer essa “costura’ ou tessitura das sequéncias tipol6gicas como uma armacio de base, ou seja, uma malha infiaestrutural do texto” (MARCUSCHI, 2005, p.27). A coesio possibilita a progtessio sistemética do texto. Na coesio, temos subareas que sio imprescindiveis na produgio de um texto. Séo clas: a coesio lexical, a referenciagio, a substituigio, a conjuncio ¢ a elisio, Sio mecanismos linguistico-gramaticais que proporcionam uma produgio textual coerente € coesa ¢ evitam vas repeticdes. 4.2 COESAO LEXICAL. E obtida pela repeticio de itens lexicais idénticos ou que possuam © mesmo referente, como bem lembra Févero (2003). Com isso, nota'se a importincia de tais mecanismos na construgio de bons textos, facilitando a elaboragio de produgdes ¢ 0 entendimento do leitor. Sobre a perspectiva de coesto lexical, Antunes (2005, p.50) afirma: “E impossivel, pois, ressaltar que a continuidade que se instaura pela coesio é, fundamentalmente, uma continuidade de sentido, uma continuidade semintica, que se expressa, no geral, pelas relacdes de reiteragio, associagio e conexio”. Salientamos que também é vilido o que destaca Koch (2004, p.18) sobre a coesio lexical: “[..] pode-se afirmar que 0 conceito de coesio textual diz respeito a todos os processos de sequencializagio que asseguram (ou tornam recuperivel) uma ligagio linguistica significativa entre os elementos que ocorrem na superficie textual”. De acordo com Fivero (2003), 2 coesfo textual pode ser referencial anaférica ou cataférica, responsiveis por formar compartimentos coesivos mais ou menos longos. 4.3 REFERENCIAGAO “A coesio referencial & a que se estabelece entre dois ou mais componentes da superficie textual que remetem a (ou petmite recuperat) um mesmo referente (que pode evidentemente, ser acrescido de outros tragos que se Ihe vio agtegando textualmente)” (KOCH e TRAVAGLIA, 2015, p.47-48). A coesio referencial € utilizada nos textos para fazer mengio a termos anteriormente mencionados, no perdendo, assim, a linearidade do texto. F retomada de sentidos dentro do préprio texto por meio de referentes. ‘Ainda seguindo a definigao, Koch (2004, p.31) salienta: “Chamo, pois, de avesdo reerencial aquela em que um componente da superficie do texto faz remissio a outro(s) elemento(s) nela presentes ou inferiveis a partir do universo textual”. A coesio referencial pode ser anaférica ou cataforica, ‘A anaférica faz referencia a um signo jé expresso ¢ a referencial cataforica a um. signo ainda nao expresso. Existem, portanto, trés tipos: a) pessoal (pronomes pessoais € 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 possessivos); b) demonstrativa (pronomes demonstrativos ¢ advérbios de lugar); © ©) comparativa (por via indireta, através de similares). Diante disso, “a expressio referencial € uma estrutura linguistica utilizada para manifestar formalmente, na superficie do texto (ou seja, no cotexto), a representacao de um referente” (CAVALCANTI STODIO FILHO e BRITO, 2014, p.28) 4.4 SUBSTITUICAO A substituicio consiste na colocagio de um item no lugar de outro(s): nominal, por meio de pronomes pessoais, numerais, etc; verbal, pelo qual o verbo “fazer” substitui © causativo “ser”, substituto existencial; elipse, por omissio de um item identificavel pelo contexto e através das conjungées, que no sio por si s6 coesivas, mas, indiretamente, por estabelecer relagdes entre as oragies. F, também, a reiteracio que incide na repetigio de expresses. Logo, a substituicao Consiste, para Halliday © Hasan, na colocagio de um item em lugar de outro(s) elementos) do texto, ou até mesmo, de uma oracio inteta, Seria uma relagdo interna ao texto, em que ‘uma espécie de ‘coringa’é usado em lugar da repeticio de um item particular (KOCH, 2004, P20). ‘O mecanismo da substituigio é utilizado como objeto facilitador para que o texto nfo cometa ambiguidades ou redundincias desnecessitias, como também serve para totnar a produgio textual linear e coesa. 4.5 CONJUNCAO, A Conjungio esté ligada 2 sequencializagio textual, como a causalidade, a temporalidade, a consequéncia, dentre outras oragdes subordinadas e/ou coordenadas, e cla serve pata tornar o texto linear e sequencial. Sobre a conjungio, assim diz Favero (2003, p.14) [jo] tom natureza diferente das outeas relagGes coesivas por nao se trata simplesmente de uma relagio anaférica, Os clementos eonjuntivos sio coesives aio por si mesmos, mas indizetamente, em virlude das relagdes especifcas que se estabelecem entre as oragSes, periodos © panigrafos, Estas diferentes relagdes conjuntivas possuem uma série de ‘equivalentes estruturss, ‘Vemos claramente que as conjuncées propulsionam a linearidade e © sentido das rages subordinadas ¢ coordenadas. Si expresses como: mas, todavia, contudo, nem, ¢, embora, pois, porque, etc. Ainda sobre esse mecanismo coesivo, é de suma importincia salientar o que pontua Koch (2004, p.21): ‘A conjungio ou (conexio) permite estabelecer rclagies significativas especificas entce elementos ou oragoes do texto. Tais rlagdes sao assinaladas explicitamente por marcadores formais que cortelacionam 0 que esta para se dito. Trata-se dos diversos tipos de conectores 1 Cor i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 « particulas de kgagio como e, mas, depois, assim, ete. Halliday e Hasan apresentam, como prineipais pos de conjungio, a aditiva, a adversativa, a causal, a temporal e a continuativa Depreendemos que a conjungio é um mecanismo imprescindivel para as normas da produgio textual, uma vez que cla viabiliza uma construgio coneatenada e dotada de sentido por meio dos eonectores. 4.6 ELISAO iiltimo elemento atrelado & coesio, neste estudo, é a clisio. Esse mecanismo coesivo ocupa, no texto, a fungio de omissio ¢ representa uma idcia de sujcito oculto no enunciado. Nas palavras de Favero (2003, p.14), a clisio é a “omissio de um item lexical recuperivel pelo contexto, ou seja, a substituigio por zero (0). Pode ocorrer elipse de elementos nominais, verbais € otacionais”, Complementando essa ideia, Koch (2004, p21) ressalta que “A elipse seria, entio, uma substituigao por zero: omite-se um item lexical, um sintagma, uma oragio ou todo um enunciado, facilmente recuperaveis pelo contexto”. Vemos, dessa maneira, que a elipse aparece como um recurso coesivo, a fim de tomnar 0 texto uma unidade bisica de sentido, 4.7 COERENCIA Quanto & coeréncia, é pertinente salientar que diz respeito & estrutura profunda do texto. “Diz-se que um texto € coerente quando h4 unidade de sentido entre as partes que © constituem. A base da coeréncia esti centrada na continuidade de sentidos entre os conhecimentos ativados pelas expressdes do texto” (SANTOS, 2013, p.93-94), Este critério relaciona-se ao sentido do texto ¢ imprescindivel na producio textual, pois cla esta atzelada & ordem das ideias e dos argumentos. E totalmente ligada 4 coesio. Sem coeréncia, o texto torna-se impossivel de ser entendido ¢ néo comunica. “Portanto, para haver coeréncia € preciso que haja a possibilidade de estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relagio entre seus elementos” (KOCH, 2014, p.22. ‘A coeréncia em um texto se apresenta em forma de sentido e de enunciados ligados de maneira ordenada, significativa e de fécil entendimento por parte do leitor para chegar 4 compreensio do texto como um todo coerente. Essa ordenacio consiste em expor as, ideias de forma concatenada, de modo que remetam a um item jd expresso e, a0 mesmo tempo, em renovar contetidos, ou serio apenas meras repeticées que tornam o texto incoerente, sem nenhuma informacio que contraponha o que foi mencionado anteriormente, Para Antunes (2009, p.93), a coeréncia diz respeito a Consteuit um texto, capa de fuancionar sociocomunicativamente num contexto especifico, ‘uma operagio de natureza também lexical ¢ gramatical. Quer dizer, no se pode escolher aleatoriamente as palavras nem arrumé-las de qualquer jeito; nem tampouco optar por ‘qualquer sequéncia de frases, ana, v.18, 2.2, p. 26-4, maio-agosto 2017 E necessitio um conhecimento linguistico por parte do escritor ¢ do leitor para niio tomar os textos um ematanhado de palavras sem significagio alguma, de dificil decodificagio. Palavras ou frases soltas no podem ser consideradas textos. Para a produgio ou leitura de um texto coerente, sio indispensveis trés tipos de conhecimento, a saber: 0 conhecimento enciclopédico (meméria seméntica), que é a organizagio dos conhecimentos e situagdes do mundo real nas quais sio estabelecidas relagses légicas; 0 conhecimento linguistico, que compreende 0 conhecimento tanto lexical, quanto gramatical que dio total suporte linguistico & estrutura superficial do texto, isto é & lincaridade sequencial e referencial da producio textual (KOCH, 2014, p.32). Por titimo, temos o conhecimento sociointeracional, que consiste na organizacio de interagio ¢ de acdes verbais da linguagem, seguindo modelos globais como nos esclarecem Favero (2003) e Koch (2014), Em outras palavras, para a produgio de um texto coerente e coeso, é fundamental no s6 dominar as regras que norteiam a lingua, mas também ter uma vivéncia, conhecimento de mundo por parte do produtor, que buscar informagées sobre 0 repertério do piblico-alvo. Caso isso nao ocorra, o texto possivelmente sera incoerente diante do tipo de situacio ¢ de receptor ao qual cle se destina. 4.8 INTERTEXTUALIDADE Esse fator permite uma ligagio na qual os textos se comunicam com outros textos. A intertextualidade nos mostra a interdependéncia de um texto para com 0 outro, porque tum texto s6 tem sentido em relagao e comparado a um outro. “A intertextualidade implicita acontece porque a producio trata de um tema que dialoga com outros textos, havendo uma comunidade explicita em selacio a0 tema proposto” (SANTOS, 2013, p90). Nio existem textos que nfo mantenham algum aspecto intertextual, pois nenhum texto encontra-se isolado. Todos os textos tém uma relagio com outros textos jf ditos, dos quais absorve algumas caracteristicas para atribuir outra feigio. Isso significa que todo texto é um objeto heteropéaco, que revela uma relagio radical de seu interior com seu exterior, , desse exterior, evidentemente, fazem parte outzos textos que The dio origem, que o predeferminam, com os quaisdialoga, que retoma, a que alude, ou, a que ‘opée (KOCH, 2014, p.59}. No entendimento de Marcuschi (2008, p.130), “pode-se dizer que a intertextualidade € uma propriedade constitutiva de qualquer texto € 0 conjunto das elacies explicitas ou implicitas que um texto ou um grupo de textos determinados mantém com outros textos”. Assim, vemos uma ligacio direta ou indireta de um texto com outro todo significativo, o que compreende a intertextualidade. E pertinente destacar que “a intertextualidade colabora com a coeréncia textual uma vez que ajuda a entender 6 sentido veiculado no texto”. Os critérios de textualizagio se unem para formar a cadeia/ progressio textual (SANTOS, 2013, p.98) > 1 Cor eiea de Santana, v.18, 2,2, p. 26-44, maio-agosto 2017 Coe 70 4.9 INTENCIONALIDADE Este critétio nos passa uma ideia sobre o que © texto € 0 autor pretendem tratar durante todo o desenrolar do enunciado. F valido citar o que pontuam Koch e Travaglia 2015, p.97) Como vimos, 0 produtor de um texto tem, aecessariamente, determinados objetivos ou de estabelecer ow manter 0 contato com 0 ropésitos, que vio desde 2 simples inten receptor até de levi-lo aparilhar de suas opinides ox a agit ou comportar-se de determinada ‘mancira, Assim, a inlencionalidady refere-se a0 modo como os emissores sim textos para pperseguir e realizar suas intengSes, produzindo, para tanto, textos adequados 4 obtengio dos efeitos desejados. O ceritério da intencionalidade est muito associado & argumentatividade, conforme Koch e 'ravaglia (2015). Para os autores, nao existem textos neutros, pois ha sempre uma intengao por tris do dito. Nesse sentido, h4 uma argumentatividade, a fim de persuadir, convencer ¢ criar um mundo com as préprias crengas, conviccdes etc. Ja com base em Marcuschi (2008), a intencionalidade esti ligada aos objetivos pretendidos pelo autor. Ela revela 0 esforco do produtor do texto em construir uma comunicagio eficiente, capa de proporcionar um discutso tanto coerente quanto coeso ¢, assim, satisfazer os objetivos de ambos os interlocutores. “Acrescente-se a isso a ideia de a intencionalidade trabalhar com a aceitabilidade, pois se entendida a primeira, a segunda surge como consequéncia” (SANTOS, 2013, p.98).. Considera-se a intengao do autor como um fator relevante para a textualizacio, pois nenhum texto é inocente, pois tém uma intencio, Um texto € produzido com uma finalidade que deve ser compreendida pelo leitor. “Com base na intencionalidade, costuma-se dizer que um ato de fala, um enunciado, um texto é produzido com objetivo, uma finalidade que deve ser captada pelo leitor” (MARCUSCHI, 2008, p.127). Dessa forma, o texto deverd ser compativel com os objetivos de quem o elabora 4.10 SITUACIONALIDADE, A situacionalidade € justamente a adequagio da manifestacio linguistica a uma situagio comunicativa do texto ¢ esté relacionada a0 contexto, sempre se referindo a0 fato de relacionar o evento textual 4 situagio comunicativa. A situacio ajuda a direcionar 6 sentido do discurso, tanto em sua produgio como também em seu entendimento. Essa situasio comunicativa interfere diretamente na producto do texto. Sob esse olhar, é valido destacar 0 que actescentam Koch e Travaglia (2015, p.85): E preciso, o construir um texto, verifcar 0 que é adequado quela situacio especifica: rau de formalidade, variedade dialetal,tratamento a ser dado ao tema, etc. © lugar e 0 momeato da comunicagio, bem como as imagens reciprocas que os iaterlocutores fazer uns dos ‘outros, 0s papéis que desempenham, seus pontos de vista, o objetivo da comunicacio, eafim, todos os dados situacionsis vio influir tanto na produgio do texto, como na sua ‘compreensio. | ana, v.18, 2.2, p. 26-4, maio-agosto 2017 Vé-se, desse modo, que a funcio desse ctitério de textualidade é adequar 0 texto & situagio em que h4 uma comunica¢io. O modo como os produtores de um texto situa ‘um contexto no qual a produgio se embasa cria uma cadeia linear coerente. Segundo Marcuschi (2008, p.128), “a situacionalidade no s6 serve para interpretar e relacionar 0 texto a0 seu contexto interpretativo, mas também para orientar a propria producao. A situacionalidade é um critério estratégico”. Ela parte do texto para a situagio e da situagio para o texto, Na primeira, 0 produtor tia, a partir do texto, um mundo que nio é uma cépia do mundo real, mas crengas, conviegdes, que © produtor tem do mundo criado por ele mesmo a partir do texto. A segunda concepcio, por sua vez, parte do contexto de producio para a situagio comunicativa, isto é do contexto sociocultural no momento de determinada produgio. “Assim, na construgio da coeréncia, a situacionalidade exerce também um papel de relevincia. Um texto que é coerente em dada situagio pode nao sé-lo em outra: dai a importincia da adequacao do texto & situa¢io comunicativa” (KOCH e TRAVAGLIA, 2015, p.86). 4.11 INFORMATIVIDADE, Todo texto é produzido com a intengio de ser lido € compreendido pelo receptor da comunicagio. Desse modo, o rema! a ser trabalhado dever tratar, essencialmente, de contextos acessiveis ao leitor. No mais, o critério da informatividade faz com que o texto se tome coerente no desenvolvimento dos t6picos referentes ao conteiido. Temos, no entanto, que tomar bastante cuidado, pois conhecimento sobre os temas a serem abordados precisam ser aprofundados. ‘Também devemos observar que o excesso de informagdes pode desmotivar o leitor por nao poder armazens-las na totalidade. F, importante que o texto trate de informagdes que tragam novidades, mas que sejam compreensiveis. “A rigor, a informatividade diz, respeito ao grau de expectativa ou falta de expectativa, de conhecimento ou desconhecimento e mesmo incerteza do texto oferecido” (MARCUSCHI, 2008, p.132). A informacio 6, essencialmente, necessiria nesse contexto, pois ela é responsivel por mostrar 0 que o texto quer transmitir. De acordo com Koch e ‘Travaglia (2015, p.88), £ a infonmatvidade, poranto, que vi detetminar a selesio ¢ o artanjo das altenativas de Aistzvtgao da informagio no texto, de modo que © receptor poss clei the o sentido tom mar ou menor facade, dependendo da inte do prodtor de constr wm texto ‘eis on menos hemi, mais ou menos politico, o que eat, evidentement, a dlependénca da sinagio comunicaia edo tipo de texto a ser produ, Portanto, a informatividade interfere na construgio da coeréncia do texto e é parte importante na sua interpretagio, cla é a informagio trazida pelo produtor do tépico discursivo e nos diz. do que trata determinada produgio. * Na visio de Koch (2014), 0 rema ¢ a informagio nova, a pasts de um tema dado, 1‘ 1 Cor ica de 8 i tana, v.18, 9. 2, p. 26-44, maio-agosta 2017 Coe 70 4.12 ACEITABILIDADE, A aceitabilidade esté totalmente ligada A intencionalidade e diz respeito & atitude do receptor do texto. De acordo com Marcuschi (2008, p.128), “A aceitabilidade, enquanto critério de textualidade, parece ligar-se As nocées pragmiticas ¢ ter uma estreita interagio com a intencionalidade (.]”. Como a aceitabilidade diz respeito & expectativa do receptor, Como aaccitabilidade diz respeito & expectativa do receptor, ha dificuldade em estabelecer 8 seus limites. Com isso, |A aseitaiidade constivui a conteaparte da jntencionaldade. Ja disse que, segundo o Principio Cooperative de Grice, o postukido bisico que rege « comunicagio humana € 0 da ‘coopericio, iste, quando duas pessoas interagem por meio da linguagem, cas se esforgam por fazer-se compreender ¢ procutam caleular © sentido do texto do(s) interloeutor(es), ppartindo das pistas que ele contém e aivande seu conhecimento de mundo, da stuagio, ete (KOCH e TRAVAGLLA, 2015, p98). A accitabilidade é inerente ao receptor, porque cla analisa o nivel de coeréneia ¢ coestio que © texto utiliza, sendo eapar de levar o receptor a aceitar 0 texto produzido e, consequentemente, ampliar 0s seus conhecimentos, visto que “um texto & construide com uma finalidade que deve ser percebida pelo leitor” (SANTOS, 2013, p.98), no qual advém a aceitacio ou nio da produgio lingufstica CONSIDERAGOES FINAIS As reflexdes da Teoria Textual realizadas neste breve estudo puderam evidenciar que um texto € dotado de fatores de textualizacio, os quais precisam ser observados para que 0 todo significative progrida e comunique de uma forma coerente ¢ coesa. Notou-se, também, que os aspectos textuais sustentam uma produgio de texto, dando forma e, sobretudo, fungio a um determinado texto produzido. Percebeu-se que os fatores de textualidade fazem com que o texto se torne um conjunto de oragées concatenadas por uma estrutura concreta. Verificou-se que os sete critérios de textualidade apresentados por Marcuschi (2008) fazem com que qualquer texto passe uma mensagem significativa, dotada de sentido, criandouma ponte entre 0 leitor € produtor da manifestacio linguistica Logo, ficou evidente que os critérios de textualidade precisam ser conhecidos trabalhados nas mais diversas comunidades discursivas, para fazer com que produtores, de texto possam se familiarizar com esses mecanismos textuais e, dessa forma, consigam produzir textos coerentes e coesos, visto que 0 ensino-aprendizagem, principalmente da esctita, poderia ter resultados satisfatérios se os fatores de textualidade fossem estudados ¢ didatizados para serem utilizados numa produgio de texto. i 1 Cor eiea i Santana, v.18, 9.2, p. 26-4, maio-agosto 2017 Coos re REFERENCIAS ANTUNES, Irandé. Lingua, texto ¢ ensino: outta escola possivel. Sao Paulo: Paribola Editorial, 2009, Lutar com palavras: coesio ¢ coeréncia. Sio Paulo: Paribola Editorial, 2005. 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