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2.

Crise da Democracia Representativa e Necessidade de Efetividade da Justiça


Constitucional

De início, o autor faz análise conjuntural de nossa estrutura político-institucional e verifica a


existência de:
a) Crise da representação popular e nos partidos políticos;
b) Retorno de institutos antigos de democracia semidireta;
c) Participação direta da sociedade civil na tomada de decisões políticas - de forma
organizada (grupos de pressão, direito de petição, associações) e desorganizada
como passeatas por objetivo específico.

Democracia e representação política

Nesse sentido, torna-se importante recorrer aos sentidos clássicos de conceitos basilares
como Estado de Direito e Democracia.
Segundo Moraes, o Estado democrático é aquele em que os mecanismos institucionais
objetivam afastar-se do autoritarismo e da concentração de poder. Promove-se tais intentos
através da separação de poderes e funções, além de uma Constituição rígida que protege
direitos fundamentais.
Por outro lado, a Democracia, na definição realista de Duverger, significa que os governantes
são escolhidos pelos governados em eleições honestas e livres.
Na Constituição de 1988, há consagração do princípio democrático no parágrafo único do art.
1º: “Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Esse princípio foi desenvolvido
também nas formas de democracia participativa, para além da representativa, no art. 14, que
prevê a possibilidade de realizar referendos, plebiscitos e a iniciativa popular em projetos
legislativos.

O Princípio democrático, segundo Moraes, exige a participação como forma de garantir o


respeito à soberania popular.
Por sua vez, na definição de Soberania, Marcelo Caetano indica que soberania é “o poder
político supremo e independente”. No qual, o poder supremo é aquele não está limitado por
nenhum outro na ordem interna. E o poder independente, na sociedade internacional, não
tem de acatar as regras que não sejam voluntariamente aceitas, estando em pé de igualdade
com os poderes supremos dos outros povos.

Para além de formulações teóricas, vivemos um período de crise da democracia


representativa. Nesse sentido, os genuínos representantes do povo decidem pouco e os que
efetivamente decidem algo são carecedores de legitimidade popular.
Segundo Dallari, as instituições representativas que cultivamos até nossos dias apresentam-
se inadequadas para nosso tempo. Foram pensadas para o século XVIII, para o Estado
mínimo, liberal, não para o Estado social onde as funções executivas do Estado prevalecem
em detrimento da soberania parlamentar.
Para Moraes, há algumas causas explicativas do distanciamento entre representantes e
representados:
1) Desvirtuamento da proporcionalidade parlamentar - o que ocorre, por exemplo, a partir
da cláusula constitucional que define número mínimo (8) e máximo de deputados
federais (70) por unidade da federação, de modo a infringir a regra do “one man one
vote”.
2) Total desligamento do parlamentar com seu partido político - não há fidelidade
partidária, nem democracia interna no âmbito dos partidos. Isso favorece a
proliferação de siglas destituídas de conteúdo ideológico claro, as denominadas
legendas de aluguel. Diante disso, os partidos tornam-se meros indicadores de
burocratas para o aparato estatal.
3) Ausência de regulamentação na atuação dos grupos de pressão perante o Parlamento
- os grupos de interesse ou de pressão atuam através de mecanismos pouco
republicanos para promover suas demandas junto ao Parlamento enfraquecido
ideologicamente. São associações gerais, lobbies, sindicatos, grupos anônimos e até
mesmo a imprensa exigindo seu espaço no cotidiano congressista.

Nesse contexto, torna-se indispensável a existência de um Tribunal Constitucional que coíba


eventuais excessos, compatibilizando-se a Democracia e o Estado de Direito (supremacia
constitucional e respeito aos direitos fundamentais).

A Justiça constitucional deve atuar como poder moderador, de modo a compatibilizar a


produção legislativa com o respeito às normas e direitos fundamentais.

Por fim, Moraes indica alguns caminhos para uma reforma política do Estado e o
posicionamento do Tribunal Constitucional como árbitro da sociedade:
1) Reforma política do Estado - no sentido de maior proximidade da vontade popular com
a vontade expressa pelo Parlamento.
a) Urgente desburocratização das práticas e das organizações da representação
política, para que os processos decisórios tendam à maior informalidade e
participação da vontade geral. Mecanismos como plebiscito e referendo também.
b) Democracia interna dos partidos - direitos da minoria partidária.
c) Acesso aos cargos eletivos - democratização dos partidos;
d) Impedir proliferação dos partidos sem nenhuma mensagem ideológica ou social.
e) Alteração na representação proporcional parlamentar;
f) Normas de fidelidade partidária; mudança injustificada de partido deve gerar perda do
mandato.
g) Mecanismos como o recall.
h) Regulamentação da atuação dos grupos de pressão;
i) Barreira ao financiamento;
2) Atuação do Tribunal Constitucional como árbitro da sociedade
Como um verdadeiro poder moderador em defesa da plena aplicabilidade das normas
constitucionais e em garantia da integral efetividade na proteção aos direitos humanos
fundamentais. Não deve ficar paralisado, abandonar seu tradicional imobilismo. In verbis:
“(...) diminuição dos nefastos efeitos da atual produção legiferante desvirtuada da vontade
popular, por meio do exercício da atividade de legislador negativo, para garantir os princípios,
objetivos e direitos fundamentais consagrados em uma Constituição, impedindo que o
desvirtuamento na manifestação das vontades parlamentares desrespeite frontalmente a
vontade popular consubstanciada no texto constitucional”.

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