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21/06/2016 Revista Arquitetura e Construção ­ Inteira de concreto, casa de férias se destaca na paisagem

Inteira de concreto, casa de férias se destaca na paisagem
Postada  no  alto  de  um  monte  e  dotada  de  um  amplo  belvedere,  o  refúgio  sugere  um  feito:  nas
montanhas de Campos do Jordão, SP, a pureza do ar inspira a mais elevada arquitetura

Por Deborah Apsan (visual) e Joana L. Baracuhy (texto) | Projeto ABPA/ Andre Becker Pennewaert

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O arquiteto posicionou o refúgio a 90 graus, na borda de um platô desenhado na obra, para

garantir privacidade, acesso fácil (a rua fica logo atrás), boa insolação e a melhor vista do

vale  à  frente.  Um  profissional  da  região,  experiente  em  terraplenagem,  trouxe  terra  dos

fundos para a frente do lote, até o nível desejado. | Crédito: Foto: Victor Affaro

Com clima agradavelmente frio, seco, e níveis terapêuticos de oxigênio e ozônio no ar, Campos do

Jordão, na Serra da Mantiqueira, atrai visitantes desde o século XIX. A estância climática a cerca

de  1  600  m  de  altitude  exibe  cenário  de  cartão­postal,  marcado  por  picos  e  espinhaços  e,

naturalmente, se firmou como um destino turístico de inverno.

Na história do proprietário deste refúgio, um detalhe a mais interferiu na escolha do lugar perfeito

para  curtir  as  férias  em  baixas  temperaturas.  Para  ficar  perto  de  amigos  que  haviam  se

estabelecido  nos  arredores,  o  jovem  executivo  comprou  o  terreno  com  65  m  de  frente  num

condomínio onde boa parte da vegetação nativa manteve­se preservada e todos os lotes ostentam

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uma  pequena  floresta.  Na  área  eleita  por  ele,  não  só  existia  mata  adiante  como  também  nas

laterais,  ao  redor  de  um  trecho  central  limpo  mas  acidentado.  O  visual,  as  companhias  e  o  frio

estavam garantidos. Restava apenas a pergunta: como construir ali?

Conhecido de longa data do cliente, o arquiteto Andre Becker Pennewaert, de São Paulo, topou o

desafio. Estudou o caso até chegar à primeira decisão impactante para o projeto, a implantação.

Juntos, os moços optaram por localizar a edificação na clareira existente, medida viável desde que

alguma  movimentação  de  terra  fosse  realizada.  Ao  planejar  a  distribuição  dos  espaços,  Andre

previu que a casa seria vedada nos fundos, onde há construções mais altas, e vazada na frente,

diante  da  vista.  “A  proposta  era  integrar,  mas,  por  se  tratar  de  uma  região  de  frio,  eu  precisava

encontrar o equilíbrio entre aberto e fechado, transparência e aconchego”, resume. Atendendo a

uma  vontade  expressa  do  dono,  ficou  definido  que  o  corpo  seria  todo  de  concreto  moldado  no

local. O arquiteto ainda imaginou o conjunto com três blocos robustos arrematados embaixo por

vidro e, em cima, por madeira, em busca de viabilidade e de um certo apelo escultórico. A partir

daí, era preciso pôr a mão na massa.

Um empreiteiro conhecido pelo capricho em obras do gênero foi contratado e se revelou um ótimo

aliado. “Essa técnica, em que o cimento compõe ao mesmo tempo a estrutura e o revestimento, e

as paredes são moldadas com fôrmas e em etapas, não aceita improviso”, explica Andre, imbuído

também  do  acompanhamento  dos  trabalhos.  Um  ano  e  meio  depois,  quando  o  serviço  estava

perto  de  terminar,  uma  surpresa  garantiu  a  inspiração  final.  O  cliente  encomendou  uma  capela,

prontamente  viabilizada  pelo  profissional.  “Procurei  inspiração  em  exemplares  minimalistas  e

busquei  sintonia  com  a  construção  principal.  O  meu  desenho  mais  simples  se  revelou  o  mais

interessante.”

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De concreto, casa de férias se destaca na paisagem 12 / 12

No  térreo,  três  blocos  de  aspecto  maciço  dão  sustentação  e  contorno  à  casa:  o  volume  da  cozinha,  o  da
escada e o da lareira. Contêm pilares que seguram o cubo da suíte principal, inteiramente armado, no andar
de  cima.  Os  banheiros  se  valem  da  iluminação  zenital  (no  teto).  Área:  340  m²;  Construção:  Emílio  Farah;

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