CELSO D. MELLO
Prof. Titular da Cadeira de Direito
Internacional Público da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Ja-
neiro.
1789 1839 60 27
1839 1889 215 238
1889 1939 524 917
1945 1949 40 518
Os acôrdos do executivo são de três tipos: a) os con-
cluídos com autorização do Congresso; b) os que depen-
dem de complementação pelo Congresso (ex.: os tratados
com cláusula de aceitação); c) os concluídos pelo Executi-
vo dentro do seu poder constitucional. O terceiro tipo é o
verdadeiro acôrdo do executivo, enquanto os dois primei-
ros são acôrdos do Legislativo e Executivo. Dêste modo
tem-se entendido que os acôrdos do executivo, em sentid0
lato, decorrem de: a) autoridade do Poder Executivo: l)
autorização do Poder Legislativo.
Por sua própria autoridade o Presidente pode assinar
inúmeros acôrdos sem a aprovação do Senado: a) acôrdos
militares porque êle é o comandante em chefe do exército;
b) acôrdos de natureza política, acôrdos sôbre interpreta-
ção de tratados, etc., vez que êle é o Chefe do Poder Exe-
cutivo.
Sôbre os acôrdos Legislativo-Executivo concluídos
com autorização do Legislativo podemos mencionar: 3)
uma lei de 1897 o autorizou a assinar acôrdos aduaneiros;
b) uma lei de 1934 o autorizou a concluir por determinado
lapso de tempo tratados de comércio, etc. Os acôrdos do
executivo produzem os mesmos efeitos que os tratados
(United States v. Belmont - Côrte Suprema, 1937), en-
tretanto se êle violar uma lei do Congresso é nulo.
A prática dos acôrdos do executivo nos EUA tem re-
cebido grandes críticas, vez que atos de grande importân-
cia tem sido assim concluídos. Salienta-se que o "jus re-
presentationis omnimodae" estaria ressurgindo. A mais
importante reação a tais acôrdos surgiu na década de 1950
DEZE.\\RRO/196i
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com a célebre emenda do Senador Bricker que declarava
que todo e qualquer acôrdo internacional só seria "I::fetivo
como lei interna nos EUA através de lei do CC'!lgresso" ou
por aprovação do Senado por 2 / 3 dos senadores p7'esentes
e votantes "determinando que o tratado se torna efetivo
como lei interna sem lei do Congresso". Em 195~ !la foi
rejeitada no Senado.
5 - A França inicialmente adotou o sistema de que
todos os tratados deveriam ser submetidos ao Legislativo
para aprovação. Entretanto a partir da lei de 16 de julho
de 1875 foram enumerados limitativamente os tratadC's
que necessitavam serem submetidos ao Legislativo.
Êste procedimento era adotado para os tratados que
obrigavam "mais gravemente o país, bem como podiam
ser sem perigo submetidos a publicidade" (Leon Duguit -
Traité de Droit Constitutional, 2. a ed., T. IV, 1924, pgs.
799 - 800).
A Constituição de 1958 estipula no seu art. 53: