Desde que incluiu a transição agroecológica como uma de suas metas de ação junto à
base, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) vem conquistando importantes
vitórias na luta pela produção sem a utilização de venenos e outros insumos químicos,
bem como fomentando a utilização de sementes e mudas não-transgênicas. A mais
recente boa notícia nesse sentido veio da região do Vale do Rio Pardo, no RS, onde duas
experiências vinculadas à Cooperfumos – cooperativa camponesa que se dedica à
desenvolver alternativas produtivas de diversificação em substituição à cultura do
tabaco – nos municípios de Santa Cruz do Sul e Vale do sol receberam a certificação
participativa.
Para que a produção agregasse o status de certificada, era necessário – conforme indica
a legislação brasileira – que o espaço e os procedimentos fossem verificados para depois
receber a documentação que oficializa a condição de produtor certificado de orgânicos.
- Procuramos a rede Ecovida para construir esse processo de certificação, que iniciou há
cerca de 2 anos, teve a verificação realizada em outubro de 2018 e culminou na entrega
do certificado na terceira semana de julho atual -, informa. No momento toda produção
vegetal da área está apta à comercialização exibindo o celo de certificação, enquanto a
produção animal segue passando pelo processo de transição e, - conforme espera o
grupo – em breve possa também estar reconhecida e certificada.
Protagonismo da juventude
A segunda referência é mais recente, porém não menos significativa. Trata-se da área
de 15 hectares, vinculada a uma antiga escola rural desativada, na Linha Bernardino,
município de Vale do Sol. Ali o espaço foi cedido para o coletivo de juventude do MPA,
através da regional Vale do Rio Pardo, que mobilizou militantes para organizar o espaço,
recuperar a terra e iniciar a produção que, agora, recebe a tão esperada certificação.
Marcelo Henrique Lessing, militante que atua nesta experiência, destaca: