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Experiências coletivas de produção do

MPA recebem certificação orgânica


Movimento camponês celebra o recebimento do
certificado de produção orgânica para mais duas
iniciativas vinculadas a Cooperfumos, em Santa Cruz do
Sul e Vale do Sol

Marcos Corbari e Sandy Xavier


De Santa Cruz do Sul

Desde que incluiu a transição agroecológica como uma de suas metas de ação junto à
base, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) vem conquistando importantes
vitórias na luta pela produção sem a utilização de venenos e outros insumos químicos,
bem como fomentando a utilização de sementes e mudas não-transgênicas. A mais
recente boa notícia nesse sentido veio da região do Vale do Rio Pardo, no RS, onde duas
experiências vinculadas à Cooperfumos – cooperativa camponesa que se dedica à
desenvolver alternativas produtivas de diversificação em substituição à cultura do
tabaco – nos municípios de Santa Cruz do Sul e Vale do sol receberam a certificação
participativa.

A primeira referência diz respeito a própria sede da cooperativa, localizada no distrito


industrial de Santa Cruz do Sul, em uma área de 41 hectares. Ali está instalado o Centro
de Formação São Francisco de Assis, que promove atividades voltadas ao segmento do
campesinato com especial atenção às práticas agroecológicas. A iniciativa é considerada
um sucesso pela direção do MPA, que recentemente celebrou os 15 anos de instalação
da área. Miquele Schiavon, dirigente do MPA e integtante da direção da Cooperfumos
explica:

- Desde a implantação deste espaço viemos trabalhando na produção de base


agroecológica, investindo na transição, com respeito ao meio ambiente, sempre numa
lógica um pouco mais voltada para a educação e a formação -, comenta. “Com o passar
do tempo surgiu a necessidade de fato de avançar para um processo de comercialização
dos alimentos produzidos dentro do espaço”, acrescenta, relembrando que a
necessidade da certificação foi observada neste momento.

Para que a produção agregasse o status de certificada, era necessário – conforme indica
a legislação brasileira – que o espaço e os procedimentos fossem verificados para depois
receber a documentação que oficializa a condição de produtor certificado de orgânicos.

- Procuramos a rede Ecovida para construir esse processo de certificação, que iniciou há
cerca de 2 anos, teve a verificação realizada em outubro de 2018 e culminou na entrega
do certificado na terceira semana de julho atual -, informa. No momento toda produção
vegetal da área está apta à comercialização exibindo o celo de certificação, enquanto a
produção animal segue passando pelo processo de transição e, - conforme espera o
grupo – em breve possa também estar reconhecida e certificada.

O MPA considera a área da Cooperfumos como um espaço de referência regional e até


estadual na busca de alternativas viáveis para a diversificação das unidades produtivas.
“No contexto que é a característica da região, formada essencialmente por agricultores
familiares e camponeses - o tema que sempre foi central para o campesinato e a ideia é
que avance no processo de comercialização, de intercâmbio entre os agricultores
camponeses, buscando a diversificação da matriz produtiva local e agregando renda às
famílias”, completa.

Protagonismo da juventude
A segunda referência é mais recente, porém não menos significativa. Trata-se da área
de 15 hectares, vinculada a uma antiga escola rural desativada, na Linha Bernardino,
município de Vale do Sol. Ali o espaço foi cedido para o coletivo de juventude do MPA,
através da regional Vale do Rio Pardo, que mobilizou militantes para organizar o espaço,
recuperar a terra e iniciar a produção que, agora, recebe a tão esperada certificação.
Marcelo Henrique Lessing, militante que atua nesta experiência, destaca:

- Esse processo tem grande importância para o Movimento e em especial para a


juventude, reafirmando nossa opção pela produção de alimentos saudáveis, com o
protagonismo do jovem -, explicou, colocando em evidência ainda o empreendimento
por se tratar da primeira área certificada no município.

A produção é centrada em hortifrutigranjeiros que são beneficiados em uma


agroindústria instalada na própria área. Produtos como repolho, alface, ervilha,
cenoura, rabanete, rúcula, brócocolis, couve folha e couve flor, entre outros, são
comercializados in natura ou beneficiados diretamente ao consumidor ou através de
feiras camponesas instaladas na região ou até mesmo na grande Porto Alegre.

Certificação Rede Ecovida

O reconhecimento oficial à produção orgânica emitida pela Rede Ecovida para as


áreas sob gestão dos militantes do MPA em Santa Cruz do Sul e Vale do Sol está
estabelecida a partir de um processo pedagógico onde agricultores, técnicos e
consumidores se integram no intento de buscarem uma expressão pública da
qualidade do trabalho que desenvolvem, em um processo chamado de certificação
participativa. Trata-se de um processo de geração de credibilidade que pressupõe a
participação solidária de todos os segmentos interessados em assegurar a qualidade
do produto final e do processo de produção. Este processo resulta de uma dinâmica
social que surge a partir da integração entre os envolvidos com a produção, consumo
e divulgação dos produtos a serem certificados. No caso da Rede Ecovida de
Agroecologia a Certificação Participativa se dá em torno do Produto Orgânico e a
credibilidade é gerada a partir da seriedade conferida à todo o processo, partindo da
palavra da família agricultora e se legitimando socialmente, de forma acumulativa,
nas distintas instâncias organizativas que esta família integra.

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