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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR)

CARLA BIANCA TAVARES DA SILVA

PERSPECTIVAS E DIFICULDADES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NA VISÃO


DE PROFESSORES: Um Estudo de Caso no Município de Ponta De Pedras/PÀ

Ponta de Pedras- PA
2019
CARLA BIANCA TAVARES DA SILVA

PERSPECTIVAS E DIFICULDADES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NA VISÃO


DE PROFESSORES: Um Estudo de Caso no Município de Ponta de Pedras/PÁ

Trabalho de Conclusão de Curso- TCC


apresentado para a obtenção do título de
Licenciado em Ciências Naturais, Faculdade
Ciências Naturais de Inst.de Ciências Exatas e
Naturais, Universidade Federal do Pará.
Autora: Carla Bianca Tavares da Silva
Orientador: Profa. Dr. Licurgo Peixoto de Brito
Coorientadora: Profa. Ms. Leidy Yurani Villa
García

Ponta de Pedra- PA
2019
CARLA BIANCA TAVARES DA SILVA

PERSPECTIVAS E DIFICULDADES PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NA VISÃO


DE PROFESSORES: Um Estudo de Caso no Município de Ponta de Pedras/PÁ

Trabalho de Conclusão de Curso- TCC


apresentado para a obtenção do título de
Licenciado em Ciências Naturais, Faculdade
Ciências Naturais de Inst.de Ciências Exatas e
Naturais, Universidade Federal do Pará.
Autora: Carla Bianca Tavares da Silva
Orientador: Profa. Dr. Licurgo Peixoto de Brito
Coorientadora: Profa. Ms. Leidy Yurani Villa
García

Data de apresentação: 14/08/2019

Conceito: ______________________

Banca Examinadora

_____________________________________
Prof. Dr. Licurgo Peixoto de Brito
Orientador

_____________________________________
Prof. Dr. Alexandre da Silva Valente

_____________________________________
Prof. Drª Lucidia Santiago
AGRADECIMENTO

A Deus primeiramente pela oportunidade, porque tudo o que acontece em


nossas vidas é segundo sua permissão. A Universidade Federal do Pará, pela
realização do curso superior. Aos meus familiares e ao meu esposo Rafael Costa
Figueiredo pela compreensão e paciência em virtude de minha ausência por conta
do curso, ao meu filho Gustavo Rafael que foi concebido ao longo do curso e que me
acompanhou desde o ventre nessa caminhada, amo você filho amado. Aos meus pais
Carlos Ferreira da Silva e Roselene Tavares da Silva, em especial minha mãe que
sempre me ajudou principalmente orando e me apoiando com palavras de incentivo
para não desistir amo você minha mãe. Cito também meus irmãos, Josias tavares
que sempre me apoiou e me ajudou em oração, minha irmã Rosiane Tavares, Joel
Tavares, Josuéu Tavares, Carlos Filho e em especial minha irmã Aurea Tavares que
sempre esteve do meu lado nos bons e maus momentos me dando sempre muito
apoio nessa longa jornada.
Em meus agradecimentos não posso esquecer de citar a todos os
professores que tive o prazer de estudar durante todo curso pois muito contribuíram
em minha vida acadêmica, principalmente meu orientador Professor Licurgo Peixoto
de Brito, que nos momentos de prova de fogo esteve incansávelmente ao meu lado
me incentivando para não desistir. Cito tambem minha co-orientadora Profa. Ms.
Leidy Yurani Villa García que me ajudou muito nos momentos finais do curso, chegou
no momento exato, muito obrigada.
Também aos amigos e colegas que tiveram grande importância na minha vida
acadêmica, entre os quais destaco: Camily Oliveira, Carlen Rodrigues, Gleiciane
Morais, sempre estivemos unidas desde o início compartilhando todos os momentos,
á vocês o meu muito obrigado vocês ficarão guardadas pra sempre em meu coração
amigas de curso e pra vida toda.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente obrigada, pelos momentos
de aperto e ao mesmo tempo descontração que vivenciamos, a vocês dedico o texto
Bíblico que diz: “Em todo tempo ama o amigo e na angustia nasce um irmão”(
provérbios 17).
RESUMO

O ensino de ciências no contexto escolar representa uma importante área de pesquisa


no contexto educacional, desta forma a presente pesquisa teve como objetivo principal
investigar as dificuldades encontradas pelos professores de ciências em sua prática
pedagógica no ensino fundamental do Município de Ponta de Pedras- Ilha do Marajó.
Em termos metodológicos, a abordagem utilizada foi à qualitativa, no qual foram
realizadas entrevistas com três professores gerando o material empírico dessa
investigação, além das observações coletadas diariamente em campo durante o
estágio supervisionado com esses mesmos professores. Para a análise das
entrevistas foi utilizada a Análise Textual Discursiva (ATD). Os resultados mostraram
que nem todos professores que fazem parte dessa pesquisa possuem formação
especifica para o ensino de ciências e mesmo que se dedicando ao máximo em sua
docência sentem muitas dificuldades em realizar o ensino devido também a outros
fatores como; falta de estruturas, carga horária excessiva e sobre tudo desanimo por
parte dos estudantes.
Palavras- chave: Formação de professores. Ensino de ciências. Prática Pedagógica.

ABSTRACT

The teaching of science in the school context represents an important area of


research in the educational context, so the present research had as main objective to
investigate the difficulties encountered by science teachers in their pedagogical
practice in the elementary education of the Municipality of Ponta de Pedras - Ilha do
Marajó. In methodological terms, the approach used was qualitative, in which
interviews were conducted with three teachers generating the empirical material of
this investigation, in addition to the observations collected daily in the field during the
supervised stage with these same teachers. For the analysis of the interviews the
Discursive Textual Analysis (ATD) was used. The results showed that not all
teachers, who are part of this research have specific training for science teaching and
even if devoting themselves to their docency, they find difficult to do so due to other
factors such as; lack of structures, excessive workload and especially
discouragement on the part of student.

Key words: Teacher training. Science teaching. Pedagogical Practice.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 6
CAPÍTULO -1: APRESENTANDO A PESQUISA............................................................................. 1
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................... 1
1.2 SUPORTE E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................... 1
CAPITULO 2: DOS ASPECTOS TEORICOS ENVOLVIDOS NA PESQUISA ............................ 3
2.1 MARCO CONCEITUAL ............................................................................................................. 3
2.1.1 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS: UM PANORAMA
BIBLIOGRÁFICO........................................................................................................................... 3
2.1.2 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS ............................................... 5
2.1.3 ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A DOCÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS ....... 7
CAPITULO 3: DOS ASPECTOS METODOLÓGICOS ENVOLVIDOS NA PESQUISA ............. 9
3.1 BREVE CENÁRIO DO ENSINO DE CIÊNCIAS EM PONTA DE PEDRAS” ..................... 9
3.2 HIPÓTESE ................................................................................................................................. 10
3.3 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 10
3.3.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 10
3.3.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 10
3.4 A ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DA PESQUISA .......................................................... 10
Etapa 1: perspectiva da prática docente: entre perspectivas e dificuldades ..................... 11
Etapa 2: observações em diário de campo durante o estágio supervisionado. ................ 14
CAPITULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 15
Etapa 1: perspectiva da prática docente: entre perspectivas e dificuldades ..................... 15
CAPITULO 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS. .................................................................................... 26
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 28
APÊNDICES ......................................................................................................................................... 30
ALGUMAS PERGUNTAS UTILIZADAS NA ENTREVISTA DOS PROFESSORES COM AS
RESPECTIVAS RESPOSTAS ...................................................................................................... 30
ANEXO .................................................................................................................................................. 33
Questionário de Pesquisa – Docente ........................................................................................... 33
Termo de Consentimento Livre Esclarecido……………………………………………………..43
INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos observa-se que as ciências de modo geral, vêm evoluindo
muito em todos os âmbitos, seja tecnológico ou científico, já que é através dela que
obtemos muitas explicações sobre fatos da vida humana e tudo que a cerca. Desse
modo, compreen-se que a mesma, como disciplina, torna-se imprescindível na área
educacional, assim como a “matemática e língua portuguesa” Ela instiga a curiosidade
do aluno levando-o a pensar, pesquisar, observar fatos e fenômenos que lhe causam
perplexidade e assim ir em busca de respostas para sanar sua curiosidade por meio
de conhecimentos científicos que podem lhe auxiliar a refletir e encontrar soluções
para suas indagações.
O ensino de ciências deve ser visto, acima de tudo, como um ato de
transformação pessoal e humana, já que a medida que assimilamos os conceitos
básicos de ciências podemos perceber que ela de certa forma representa evolução,
qualidade de vida pelo menos para pessoas que podem acessar os avanços
tecnológicos e cientificos, maior possibilidade de preservação do meio ambiente e das
especies existentes no mundo etc. E nós seres humanos, somos fruto do que
plantamos. Nesse sentido, através das ciências aprendemos a ter consciência do
poder, tanto de transformação como de destruição, que o Homem possui. A cerca do
assunto o Autor Martins expressa seu pensamento afirmando que:

O domínio do conhecimento científico e do saber sobre a ciência é importante


para que o cidadão comum possa posicionar-se autônoma e criticamente
frente a questões da atualidade. Certos problemas sociais, envolvendo
inclusive problemas de natureza ética, encontram-se permeados de saberes
científicos, a ponto de não ser possível opinarmos a respeito deles, sem um
domínio mínimo de elementos da cultura científica.(MARTINS,2005, p.62)

Na mesma direção, Santos, et al. (2013, p. 153) consideram que:

O processo de ensino das Ciências Naturais tem um papel relevante para o


entendimento do mundo, pois, os conhecimentos obtidos através de seus
conteúdos vão desde o entendimento de uma receita, até a mais alta
tecnologia dos nanomateriais. Mas, em virtude da forma como os conteúdos
são trabalhados, a sua compreensão, por parte dos alunos, é muitas vezes
dificultada, acarretando numa série de problemas para o desenvolvimento do
processo de ensino e aprendizagem, já que, muitas vezes o professor não
percebe que algumas deficiências de sua ação pedagógica, interferem no
ensino. (SANTOS,et al 2013, p. 153)
É notório que nesse contexto emerge o professor com o papel fundamental de
mediador do conhecimento. Ele deve instigar o desejo do aluno em se aprofundar nas
teorias que permeiam a ciência. Nesse sentido, Seixas e Sousa entendem que

[...] o professor de ciências possui um papel relevante quanto à suas ações,


em que as atividades de ensino devem estar planejadas de modo que haja
um aproveitamento das ideias, conhecimentos e experiências que os alunos
trazem consigo. (SEIXAS; SOUSA, 2017. P.294)

Infelizmente, em boa parte do Brasil, essa função do professor não passa de


uma “utopia” pois nem sempre o professor consegue realizar essa tarefa
adequadamente. Para que isso de fato ocorra se faz necessário que o professor da
disciplina de ciências saiba conduzir o aluno pelo caminho do conhecimento, da
reflexão e das relações tornando a aula mais atrativa e prazerosa, porém a realidade
aponta que:

Alunos do ensino fundamental da rede pública na maioria das vezes


deparam-se com metodologias que nem sempre promovem a efetiva
construção de seu conhecimento. Tão pouco lhes são oferecidos
mecanismos de compensação por defasagens sociais, que vão desde
problemas de natureza familiar ao limitado acesso a livros, sites e outras
fontes de conhecimento. Cabe ao educador em Ciências superar tais
obstáculos, construindo possibilidades de mudança, ao estimular atividades
que priorizem questões de Ciências, Tecnologia e Sociedade (CTS). Esta
tarefa pressupõe unificar experiências e estratégias de ensino, para qualificar
a educação desenvolvendo novas competências a serem aplicadas nas.
(LIMA; VASCONCELOS, 2006, p.339)

Ainda assim, ressaltamos que ministrar aulas de ciências nem sempre é fácil
por muitos fatores negativos que surgem na vida docente, como por exemplo, falta
de estruturas físicas das escolas, falta de laboratórios, falta de interresse do professor
em se especializar e também carência de professores qualifcados na área. Um fato
que ocorre em muitos municipios, principalmente no Marajó e que não podemos
deixar de comentar é a existência de profissionais com outra graduação atuando nas
escolas com a disciplina de ciências, enquanto o certo é que a referida disciplina
deveria ser ministrada somente por pessoas que possuem qualifição específica na
área, as quais possam desenvolver um bom trabalho recorrendo a metodologias
pertinentes á disciplina, além do mais esses professores devem com certeza sempre
buscar formação continuada. Desse modo espera-se que com isso o professor possa
renovar seus métodos de ensino e ampliar sua visão a cerca da sua área de atuação,
esses são alguns dos fatores que que corroboram para a ineficácia do ensino de
ciências no municipio de Ponta de Pedras e quiçá no Pará todo.

Tendo como base inicial essas indagações sobre o assunto é que surgiu o
desejo de pesquisar mais sobre o tema, por sentir como acadêmica do curso de
Licenciatura em Ciências Naturais um constante desejo de compreender as
perspectivas e dificuldades do ensino de ciências na visão de professores atuantes
no município de Ponta de Pedras/PA.

O objetivo principal dessa pesquisa e conduzir o leitor a refletir inicialmente a


respeito da importância da formação continuada dos professores, bem como sobre os
desafios no ensino de ciências na contemporaneidade e na forma de sua atuação na
construção do conhecimento. Ao refletir sobre o tema espera-se que o futuro professor
de ciências tome conhecimento da realidade de sua profissão, e assim possa se
preparar para exercer sua função com qualidade, priorizando novas técnicas
metodológicas que possibilite um trabalho com excelência e eficácia e assim
proporcionar a esse profissional orgulho de sua profissão.

Estruturalmente o documento é apresentado em 6 capítulos que são


brevemente descritos abaixo:

No capítulo 1, alguns dos elementos fundamentais para a pesquisa


que: descreve, justifica e delimita o problema de pesquisa.

No Capítulo 2, neste capítulo, é apresentado a estrutura conceitual


que nos permite analisar, pensar e desenvolver este trabalho e proposta.

No capítulo 3, enfocamos a descrição do desenho da pesquisa, cada


uma das etapas que são propostas para o seu desenvolvimento, e o
procedimento pelo qual elas pretendem sistematizar, analisar e interpretar
os dados.

No capítulo 4, é apresentado os resultados da pesquisa.

Finalmente, no capítulo 5 apresentaremos as conclusões que


chegamos através deste estudo. Por meio do qual a hipótese é afirmada ou
negada conforme o caso e é apresentada a resposta dos objetivos que serão
relacionados através do desenvolvimento da pesquisa.
CAPÍTULO -1: APRESENTANDO A PESQUISA

1.1 JUSTIFICATIVA

Falar sobre a importância desta pesquisa é como falar da importância que o


professor tem no processo educativo. Atualmente, em nosso país os professores não
são considerados profissionais e pouco ou nada valorizados. Neste caso, quando se
trata de melhorar os processos educacionais, eles geralmente prestam atenção aos
resultados de testes, processos de aprendizagem e perspectivas curriculares, que
resultam em reformas curriculares que orientam o que o professor deve fazer, aqui a
importância e a necessidade de realizar pesquisas nessa linha de pensamento do
professor, que constituem uma visão diferente e pouco considerada para melhorar os
processos educacionais.
Outro aspecto que justifica esta pesquisa é a necessidade de melhorar a
formação inicial de professores, o que fica evidente nas diferentes pesquisas
desenvolvidas nessa linha. Esta pesquisa nos permite identificar perspectivas e
dificuldades de um professor em formação inicial em que ele mostra as dificuldades
dos programas de graduação e as perspectivas que os alunos constroem através de
sua formação. Por fim, esta pesquisa nos permite identificar de forma particular as
dificuldades e perspectivas dos professores em respectivos contextos em Pontas de
Pedras.

1.2 SUPORTE E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Na atualidade a pesquisa educacional ressalta a importância do


desenvolvimento profissional do professor, inclui oportunidades nas quais os
professores em formação e em serviço são concebidos como aprendizes ativos
envolvidos na preparação, observação e reflexão sobre sua tarefa de ensino. Este
processo de desenvolvimento profissional encoraja os professores a construírem
novas teorias e práticas pedagógicas enquanto os ajuda a melhorar suas habilidades
de ensino, conceber aprender e ensinar como um processo que deve ser
implementado nos estabelecimentos de ensino, que geram condições para que os
professores reflitam e questionem sobre suas práticas pedagógicas, construindo,
através de redes de professores, novas compreensões de seu ensino. Nesse sentido,
o trabalho de ensino implica na atitude de pesquisa, experimentação, inovação e
compromisso com a aprendizagem profissional contínua e coletiva (MONTECINOS,
2003).

Nessa perspectiva, o ensino é entendido como uma atividade intencional,


programada e organizada, que ocupa um lugar central, cujo objetivo é alcançar e
orientar a aprendizagem significativa dos alunos em um contexto social, histórico e
cultural específico. Os professores enfrentam diariamente situações inesperadas
derivadas de múltiplos fatores cotidianos ou extraordinários e uma diversidade que se
identifica em suas turmas. No entanto, é comum encontrar condições que dificultam
um ótimo desenvolvimento do ensino. A condição enquadra-se nos problemas na
formação e nas perspectivas que o professor tem frente às diversas dificuldades,
trazendo como consequência que o exercício educativo se reduz a uma simples
execução técnica e pedagógica adotando e utilizando os planejamentos criados e
impostos por agentes externos (especialistas, grupos editoriais, sociólogos,
psicólogos, entre outros), o ensino é visto como uma atividade de rotina, com poucos
espaços para inovações (Gvirtz; Palamidessi, 2006; Díaz-Barriga Arceo, 2010; García,
2012).

Em tanto, pensar em melhorar a educação implica levar em conta quais são as


suas dificuldades? Neste sentido, as perspectivas e dificuldades dos professores nos
permitem gerar uma estrutura geral para fortalecer a formação de professores e
processos educacionais. Isso reflete a necessidade de identificar as perspectivas e
dificuldades para o ensino de ciências na visão dos professores para identificar a
melhor maneira de fortalecer os processos educacionais. É importante destacar que
as dificuldades dos professores dependem do contexto em que desenvolvem sua
prática e as perspectivas dependem mais de sua formação. Nesse sentido, surge o
interesse da presente pesquisa educacional e que dá emergência ao seguinte
problema: Quais perspectivas e dificuldades os professores enfrentam no ensino de
ciências no município de Ponta de Pedras/PA?

Para resolver este problema, é necessário, primeiramente, identificar o


pensamento do professor frente às perspectivas e dificuldades que ele enfrenta no
ensino e na análise do processo de ensino-aprendizagem, através da observação do
estágio e uma entrevista semi-estruturada que apresentará a sua vivência.

CAPITULO 2: DOS ASPECTOS TEÓRICOS ENVOLVIDOS NA PESQUISA

2.1 MARCO CONCEITUAL

Lembrando que a questão que norteia a pesquisa é: Quais perspectivas e


dificuldades os professores enfrentam no ensino de ciências no município de Ponta
de Pedras/PA? Este capítulo está dividido em três seções que estabelecem as bases
teóricas da pesquisa; no qual apresentamos (i) A formação de Professores de
Ciências: um panorama bibliográfico, (ii) A formação dos Professores de Ciências e
(iii) Algumas reflexões sobre a Docência no Ensino de Ciências.

2.1.1 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS: UM PANORAMA


BIBLIOGRÁFICO.

Sem sombra de dúvidas o ensino de ciências é e sempre será parte


fundamental na construção do conhecimento do ser humano, pois é através da ciência
que passamos a identificar e interpretar o mundo na qual fazemos parte, fazendo
leituras e releituras de fatos antigos e recentes que nos possibilita comprender quem
somos? De onde viemos? Para onde iremos? etc. Cito como exemplo: a evolução
das espécies, a chegada do homem a lua, a preservação das espécies, e
principalmente qual a parcela de responsabilidade que nós cabe dentro desse
mundo?. Com essas afirmações sucintas pode-se vislumbrar mesmo que vagamente
a importância de se aprofundar em tal disciplina. Entretanto apesar de sua relevância,
se observa que existe uma grande “fragilidade” ou “deficiência” no momento de
ministra-la, já que para a maioria dos alunos, esse conhecimento são trabalhados
quase que mecanicamente e esse fator tem gerado uma crise no ensino de ciências.
A cerca desse assunto Fourez (2003) observa que existem vários personagens
que contribuem para o que ele denomina de “crise no ensino de ciências”, sendo eles,
os alunos, os professores de ciências, os dirigentes da economia, os pais, os cidadãos
(trabalhadores manuais ou outros), etc,” Ou seja cada um dos personagens citados
tem participação nessa crise.
Tendo conhecimento a cerca do que foi exposto pelo autor a cima citado,
compreendemos que todos tem muito a perder com essa crise, porém consideramos
que além dos da sociedade e dos alunos o professor também seja alvo dessa crise,
já que é dele a tarefa de efetivar e consolidar o conhecimento no aluno, tornando-o
capaz de absorver os conteúdos e leva-los para sua vida prática, e como isso de fato
não acontece na grande maioria, se aponta logo como culpado o professor, como se
somente ele tivesse culpa e ninguém mais, desse modo esquessem de perguntar ao
próprio professor, segundo sua visão qual o motivo desse suposto fracasso no ensino
de ciencias? Assim o professor poderá refletir sobre sua própria ação pedagógica e
possivelmente ajudar a responder alguns questionamentos feito a cerca da temática
aqui exposta, os quais discutiremos ao longo da pesquisa.
Para elucidar os problemas relacionados ao ensino não pense que basta
apenas que o professor possua uma graduação na na área de ciências e pronto, ele
já está totalmente preparado para atuar, e imediatamente irá remediar os entraves
do ensino, pois fique sabendo que essa não é a única solução, pode-se considerar
parte da solução ou mesmo o íncio do fim. Veja como Lima e Vasconcelos possiona-
se sobre o assunto:

O educador em Ciências tem sido históricamente exposto a uma série de


desafios, os quais incluem acompanhar as descobertas científicas e
tecnológicas, constantemente manipuladas e inseridas no cotidiano, e tornar
os avanços e teorias científicas palatáveis a alunos do ensino fundamental,
disponibilizando as de forma acessível. Isto requer profundo conhecimento
teórico e metodológico, e dedicação para (tentar) se manter atualizado no
desempenho de sua profissão. Para muitos educadores, tais desafios são
agravados por deficiências em suas licenciaturas – de universidades
públicas ou privadas - pois a rapidez com que os conceitos se ampliam e
surgem novas tecnologias faz com que a formação do professor possa ser
considerada “obsoleta” poucos anos após sua graduação. (LIMA;
VASCONCELOS, 2006, p.338-339)

Possuir uma graduação tem sim sua relevância, só que ela deve vir
acompanhada de pesquisa constante para que o professor atualize seus
conhecimentos, prática, boa vontade tanto por parte do professor como do aluno, do
espaço físico da escola, do incentivo dos governantes, além do estimulo dos pais.
Quando o docente possui essa junção ou pelo menos parte dessa junção fica mais
fácil de burlar as dificuldades e supera-las.

A realidade da educação brasileira, com superlotação nas salas de aula,


desvalorização do profissional, e defasada estrutura física, metodológica e
didática nas escolas instiga o docente a (se) questionar: “como” fazer e “com
que” fazer educação, adequando-se à proposta projetada pelos parâmetros
curriculares e pelo mercado de trabalho? Afinal, as escolas – especialmente
da rede pública – constituem-se de alunos marcantemente heterogêneos
cultural e socialmente, o que requer do professor de Ciências o uso
equilibrado. De conceitos, de técnicas (competências) adequadas à
comunidade; e dos seus instintos de educador (habilidades). Sem este
equilíbrio, o papel da escola em reduzir diferenças sociais e promover
igualdade entre alunos, independentemente de suas origens étnicas,
sociais e culturais, bem como do nível de habilidades e predisposições
inerentes do indivíduo (FOLLESDAL, 2000, apud HOLMESLAND, 2003),

Nessa pesquisa pretendemos argumentar principalmente sobre os embaraços


que surgem diante dos professores de ciências que impossibilitam sua boa atuação,
sendo assim é inevitável não perpassar pela importância de ter formação adquada,
mediante a tal argumentação iníciaremos logo abaixo uma breve discusão sobre a
formação de professores de Ciências.

2.1.2 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS

A superação dessas dificuldades sustenta-se sobre dois alicerces: uma


graduação solidamente fincada na construção de habilidades e
competências, e uma oferta de formação permanente/contínua aos
graduados, aumentando o contato das instituições de ensino básico com
universidades e centros de pesquisa, estabelecendo laços de pesquisa/
conhecimento de interesse comum. (LIMA E VASCONCELOS; 2006, p. 339)

Como já dito antes, para atuar como professor em qualquer área é muito
importante que o mesmo tenha formação adequada, (isso não difere da disciplina de
ciências), esse pode ser o primeiro passo para exercer a docência e obter sucesso.
Freire (1996, p. 27 ) afirma que:

[...] Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades


para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala
de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às
perguntas dos alunos, as suas inibições, um ser crítico e inquiridor, inquieto
em face da tarefa que tenho – a ele ensinar e não a de transferir
conhecimento. (FREIRE, 1996, p. 27 )

A respeito do assunto Seixas e Sousa, (2017, p.290) compreendem que é


durante o periodo de academia que o professor começa a desenvolver suas
habilidades e costuma aprender a avaliar sobre a própria formação, não só àquela
adquirida em sala de aula, mas àquela aprendida em suas pesquisas, leituras,
discussões e participações em eventos. Nesse momento, o professor está formando
seu repertório de conhecimentos que carregará ao longo de sua vida, com a
necessidade de aprimoramento constante.

Entende-se que a construção de conhecimentos começa durante a formação


acadêmica, quando o professor desenvolve o hábito de refletir sobre a própria
formação, não só àquela adquirida em sala de aula, mas àquela aprendida
em suas pesquisas, leituras, discussões e participações em eventos. Nesse
momento, o professor está formando seu repertório de conhecimentos que
carregará ao longo de sua vida, com a necessidade de aprimoramento
constante. (SEIXAS E SOUSA, 2017, p.290)

O estilo de professor que a educação necessita são profissionais instruídos de


forma adequada preparadas para responder as indagações que os alunos irão fazer,
quando o professor não domina o conteúdo que está trabalhando, sente-se inseguro
em instigar, aguçar a curiosidade do aluno, com medo de não saber responder e
passar vergonha, justamente por não sentir que está preparado.

O docente, por falta de autoconfiança, de preparo, ou por comodismo,


restringe- se a apresentar aos alunos, com o mínimo de modificações, o
material previamente elaborado por autores que são aceitos como
autoridades. Apoiado em material planejado por outros e produzido
industrialmente, o professor abre mão de sua autonomia e liberdade,
tornando- se simplesmente um técnico. (KRASILCHIK, 2004, p. 184)

No entanto, existem dificuldades presentes na construção dos


conhecimentos e nas práticas pedagógicas desses professores,
relacionadas, muitas vezes, ao seu processo de formação inicial, durante o
qual apresenta deficiências tanto na formação específica quanto na
pedagógica. Sem a formação adequada, o professor não possui muitos
subsídios para inovar o ensino ou incluir elementos que contextualizem os
conteúdos que desenvolve em sua prática (MILARÉ, 2010, p. 43)

Em alguns casos os professores após concluir o ensino superior, se acomodam


deixam de ir em busca de uma formação continuada, desse modo o professor se torna
destualizado, seu conhecimento fica estagnado, sem possibilidade de crescer,
compara-se a uma terra que depois de muito produzir sem ser tratada vai perdendo
seus nutrientes por falta de cuidados, tornando-se pobre por consequência
improdutiva e estéril.
Quando professor tem acesso a todos os aparatos necessários para sua
qualificação passa a comprender na prática que:

[...] cada professor possui seu repertório de procedimentos rotineiros, já


testados em sala de aula. Alterá-lo implica em planejar e testar novas
possibilidades, mas, por vezes, o professor não tem tempo, incentivo e
disposição para isso. É comum encontrarmos ações de formação continuada
realizadas à margem da realidade das escolas. É preciso considerar que o
professor exerce seu ofício dentro de uma instituição que apresenta uma
dinâmica própria de funcionamento, uma cultura e um clima de trabalho que
lhe são peculiares, em que cada membro influencia e recebe influência dos
demais em um processo de mútua socialização que confere identidade ao
grupo (FALSARELLA, 2013).

Somente na prática é que o professor, consegue visualizar o tamanho de sua


responsabilidade social frente aos desafios que surgem no cotidiano de um professor.
Incentivo e reconhecimento faz muita diferença na vida de qualquer pessoa
principalmente de um professor. Infelizmete na atualidade esse reconhecimento vem
ficando cada vez mais escasso.

2.1.3 ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A DOCÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Ser docente é um trabalho muito digno e árduo, mas infelizmente nas últimas
décadas observa-se um fenômeno que vem chamando a tenção dessa categoria trata-
se da desvalorização da classe docente, e isso vem causando constante decepção e
constrangimento por parte dos professores “Embora o imaginário popular ainda
atribua uma importância significativa ao professor em termos de seu papel na
construção da sociedade, sabemos que esse profissional não goza mais da imagem
social que possuía há poucas décadas”. (Izique; Moura, 2004). A eminente crise
permite que o docente, se decepcione e se acomode por se sentir desvalorizado
perante a outras profissões como por exemplo médicos, advogados, engenheiros etc.
Essas são algumas das profissões que no Brasil são mais concorridas, e valorizadas
pelo seus altos salários, mas é do professor a responsabilidade de formar
profissionais, críticos, reflexivos e com plena capacidade de se destacar na profissão
seja ela qual for. Porém mesmo assim possui remuneração baixa e indigna .

Diante dessa reflexão, nota-se que muito se cobra dos professores e pouco lhe
é dado em troca, Nóvoa (1999) comenta a respeito desse assunto afirmando que :

Por um lado, os professores são olhados com desconfiança,


acusados de serem profissionais medíocres e de terem uma
formação deficiente; por outro lado, são bombardeados com uma
retórica cada vez mais abundante que os considera elementos
essenciais para a melhoria da qualidade do ensino e para o progresso
social e cultural. (Nóvoa, 1999, p.03)
Aqui fica visível as disparidades existentes sobre a importância do professor X
a desvalorização que assola sua profissão, Nóvoa nos dá a entender que o professor
é visto como o “redentor” ou o “salvador” do mundo, mas mesmo assim é muito
criticado quando não consegue atingir suas metas e isso infelizmente é comum no
Brasil.
Quando citamos a cobrança em relação aos professores, entendemos que
dentro dessas preocupações encontra-se também os professores de ciências os quais
são nosso objeto de pesquisa.
Fourez ( 2003, p.111) afirma que nesse processo “os professores de ciências
são duplamente atingidos assim como todos os professores, eles têm de se “virar”
face à crise da escola e à perda de poder e de consideração de sua profissão. Eles
também têm que enfrentar questões próprias aos professores de ciências”.
Preocupados em introduzi-los nem à prática tecnológica, nem à maneira
como ciências e tecnologias se favorecem, nem às tentativas
interdisciplinares. Eles confundem frequentemente tecnologia e aplicação
das ciências ou a aplicação de um sistema experimental. Quanto à
interdisciplinaridade, apenas raramente lhes ensinamos como fazer intervir,
para resolver uma situação problemática, as disciplinas pertinentes, sejam
elas de ciências naturais ou humanas. No melhor dos casos, eles praticaram
a interdisciplinaridade, mas sem engajar uma reflexão sistemática a seu
respeito..( FOUREZ, 2003, p. 111)

Em outras palavras o autor, formenta que os professores de ciências são


preparados nas universidades, muito mais para o sentido técnico e científico do que
para o exercício do magistério, sendo assim observa-se que existe falha na
preparação profissional e portanto sua prática torna-se quase que mecânica, se
restringindo geralmente ao uso de quadro, e livros didáticos, sem aprendizagem
prática. Segundo o autor existe uma diferença básica no ensino de ciências, é que
“Os cursos de ciências que visam à formação de cientistas se ramificam em física,
química, biologia. Os que visam à formação cidadã (e talvez a da maioria dos jovens),
falam de ambiente, de poluição, de tecnologia, de medicina, de conquista espacial, da
história do universo e dos seres vivos, etc. São duas orientações diferentes”. Fourez
(2003). E essa diferença também deveria se claramente aplicada na preparação de
um professor de ciências que desenvolva as habilidades em interdisciplinaridade,
aulas práticas, e que saiba identificar problemas e elaborar, planejar métodos que
combata a crise que se instaurou no ensino de ciências etc. Essa modificação nas
metodologias aplicadas com toda certeza ajudaria muito ao professor de ciências,
assim como em todas as áreas de ensino.

CAPITULO 3: DOS ASPECTOS METODOLÓGICOS ENVOLVIDOS NA PESQUISA

3.1 BREVE CENÁRIO DO ENSINO DE CIÊNCIAS EM PONTA DE PEDRAS”

A educação no Município de Ponta de Pedras nas últimas duas décadas vem


evoluindo muito, por conta da abertura dos polos de diversas universidades públicas
e particulares como por exemplo: Pólo UAB, PARFOR, UNICID, entre outras. Essa
inserção dos cursos de graduação no município possibilitou uma forte procura dos
profissionais da educação em busca de qualificação. Porém ainda assim esse esforço
não é suficiente, a educação em Ponta de Pedras está muito aquém do que se espera
em termo de qualidade ilibada, isso falando de forma geral.
Em relação ao ensino de ciências naturais também necessita de mudanças,
haja vista que por conta da necessidade de pessoas com formação específica ou
mesmos professores efetivos que se disponibilizem para ir ministrar aulas na região
ribeirinha ou no campo a formação especifica não é tão exigida. Sendo assim é muito
comum encontrarmos professores de matemática, biologia ou até mesmo pedagogos
ministrando a disciplina ciências. Sobre esse assunto Silva e Araújo (2012, P.02)
comentam que é comum encontrar em escolas públicas professores licenciados em
biologia lecionando na área de física e química, por exemplo, ou vice versa, atuando
no ensino fundamental. Isso deve-se ao fato da disciplina de ciências naturais no
ensino fundamental ser interdisciplinar o que exige que o professor tenha
conhecimento na área das ciências da natureza e suas tecnologias (Física, Química
e Biologia).

Esse fato acarreta na dificuldade em exercer a profissão no ensino de ciências


naturais, bem como na escolha de metodologias adequadas, pois até mesmo os que
atuam em área específica a qual faz parte de sua formação encontram dificuldades
em lecionar, muito mais dificuldades encontrarão aqueles que atuam na área que é
diferente da sua formação inicial o que é muito presente nas escolas de forma a gerar
uma deficiência no aprendizado dos alunos sendo que são os mais prejudicados com
esse contexto.
3.2 HIPÓTESE

De acordo com a pergunta que orienta este trabalho: Quais perspectivas e


dificuldades os professores enfrentam no ensino de ciências no município de Ponta
de Pedras/PA? É assumido como uma hipótese de que identificar as perspectivas e
dificuldades que os professores enfrentam no ensino de ciências permite gerar um
marco para fortalecer a formação de professores.
3.3 OBJETIVOS

3.3.2 OBJETIVO GERAL


Identificar as perspectivas e dificuldades que os professores enfrentam no
ensino de ciências.

3.3.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


1. Analisar as dificuldades e perspectivas de um professor de ciências em
formação inicial
2. identificar as dificuldades e perspectivas do ensino em professores de
ciências no exercício.
3.4 A ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DA PESQUISA

A presente pesquisa trata-se de um estudo de caso que busca investigar a


formação dos professores de ciências, assim como analisar as dificuldades por eles
enfrentada no cotidiano em sua prática profissional. Para alcançarmos nossos
objetivos já traçados, usaremos como metodologia de pesquisa a abordagem
qualitativa, descritiva e argumentativa, que nos ajudará interpretar melhor os fatos
encontrados, justamente por ela possibilitar uma análise mais profunda e portanto
mais específica sobre o objeto de estudo em questão.

Garnica (2004 ) considera que qualitativa é a pesquisa que obtém as


seguintes características abaixo citadas:

(A)transitoriedade de seus resultados; (b) a impossibilidade de uma hipótese


a priori, cujo objetivo será comprovar ou refutar; (c) a neutralidade do
pesquisador que, no processo interpretativo, vale-se de suas expectativas e
filtros vivenciais prévios dos quais não consegue se desvencilhar; (d) que a
constituição de suas concepções dá-se não como, mas como uma trajetória
em que essas mesmas compreensões e também os meios de obtê-las podem
se (re) configuradas; e (e) e a impossibilidade de estabelecer
regulamentações, em procedimentos sistemáticos prévios estáticos e
generalistas. (GARNICA p. 86)

Rocha (2008) já compreende que:

O estudo qualitativo se desenvolve numa situação natural, e rico em dados


descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação
estudada, enfatiza mais o processo do que o produto, se preocupa em tratar
a perspectiva dos participantes, tem um plano aberto e flexível e focaliza a
realidade de forma complexa e contextualizada. Tende-se a denominar
pesquisa qualitativa como pesquisa de campo, porque o investigador atua no
meio onde o objeto de estudo desenvolve-se, bem diferente das dimensões
e características de um laboratório.(ROCHA, 2008, p.133)

Etapa 1: perspectiva da prática docente: entre perspectivas e dificuldades

Nessa etapa, identificar-se-á a perspectiva de diferentes professores em sua


prática, por meio de entrevistas semiestruturadas, que identificarão as perspectivas e
dificuldades que apresentam em seu trabalho docente em sala de aula.
Em termos metodológicos, a abordagem utilizada foi à qualitativa, no qual foram
realizadas entrevistas com três professores e observaçoes no estágio gerando o
material empírico dessa investigação. Para a análise das entrevistas foi utilizada a
Análise Textual Discursiva (ATD). Os resultados mostraram que os professores em
sua maioria não possuem formação específica para o ensino de ciências e que
embora procurem se dedicar em sua docência sentem dificuldades em realizar o
ensino devido fatores como falta de estruturas, carga horária excessiva e sobre tudo
desânimo por parte dos estudantes.
Professores do ensino de Ciências que atuam do 6º ao 9º ano, no ensino
fundamental, todos pertencentes a Escolas do Município de Ponta de Pedras e
trabalham nos turnos; matutino, vespertino e noturno.

No decorrer da pesquisa recorremos ao uso de entrevistas com questionários


semiestruturados cujo principal objetivo é Coletar informações que possibilitem a
análise das dificuldades encontrada pelo docente da disciplina ciências, bem como
sua formação, qualificação profissional e atuação. Esta entrevista teve dois eixos
centrais onde as questões giram (i) MOTIVAÇÃO PARA CIÊNCIAS e (ii) AÇÃO
DOCENTE
Estes eixos presentes perguntam:

1. O que levou você a se tornar professor de ciências?

Objetivo: Comprovar se a escolha da área de atuação do docente se deu motivado


por vocação, afinidade ou por falta de opção.

2. De que maneira acontece o planejamento de suas aulas?

Objetivo: Constatar se o planejamento do ensino de ciências está sendo realizado de


acordo com as exigências e objetivos pertinentes a disciplina.

3. Que assuntos você considera mais importante ensinar na disciplina ciências


para as turmas em que você trabalha?

Objetivo: Analisar a relevância de cada assunto citado pelo professor, como sendo
indispensável para a efetivação da construção do conhecimento cientifico do aluno.

4. De que maneira você tem trabalhado esses assuntos (estratégias de ensino,


recursos utilizados, etc)?

Objetivo: Examinar a coerência das metodologia e estratégias de ensino que o


professor utiliza em sua ação docente de ciências.

5. O que motiva você a trabalhar dessa forma esses assuntos?

Objetivo: Descobrir os objetivos traçados pelo professor ao escolher e elaborar cada


plano de aula.

6. Você se considera um professor inovador? Se sim, o que você tem procurado


fazer para inovar o ensino de ciências em sala de aula?

Objetivo: e analisar os modelos de práticas metodológicas inovadoras escolhida pelo


docente.

7. Qual(is) dificuldades(s) você tem encontrado no dia –a- dia na sala de aula?

Objetivo: Discutir sobre as principais dificuldades que os docentes vivenciam no fazer


educacional.

8. Quais propostas você apresentaria para superar as dificuldades?

Objetivo: Interpretar as diversas possibilidades de resolução dos problemas citados


pelos professores.

Para Gil (1999), a entrevista é seguramente a mais flexível de todas as


técnicas de coleta de dados de que dispõem as ciências sociais.
O termo entrevista é construído a partir de duas palavras, entre e vista. Vista
refere-se ao ato de ver, ter preocupação com algo. Entre indica a relação de
lugar ou estado no espaço que separa duas pessoas ou coisas. Portanto, o
termo entrevista refere-se ao ato de perceber realizado entre duas pessoas.
(RICHARDSON, 1999, p. 207)

Já para Duarte (2004, p.09), “realizar entrevistas semi abertas, requer


propiciar situações de contato, ao mesmo tempo formais e informais, de forma a
“provocar” um discurso mais ou menos livre, mas que atenda aos objetivos da
pesquisa”.

Através dela os pesquisadores buscam obter informações, ou seja, coletar


dados subjetivos. Os dados subjetivos só poderão ser obtidos através da entrevista,
pois eles se relacionam com os valores, às atitudes e às opiniões dos sujeitos
entrevistados.

Como ferramenta de análise para os questionários de entrevistas utilizaremos


a Análise Textual Discursiva (ATD) que segundo Morais e Galiazzi (2006, p.118)

é descrita como um processo que se inicia com uma unitarização em que os


textos são separados em unidades de significado. Estas unidades por si
mesmas podem gerar outros conjuntos de unidades oriundas da interlocução
empírica, da interlocução teórica e das interpretações feitas pelo pesquisador

Análise textual discursiva também é abordada por Gil (1991, p.08), que
demonstra ser um tipo de pesquisa que usa padrões textuais como, por exemplo,
questionários para identificação do conhecimento que tem por finalidade observar,
registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito do seu conteúdo.

A análise textual discursiva tem no exercício da escrita seu fundamento


enquanto ferramenta mediadora na produção de significados e por isso, em
processos recursivos, a análise se desloca do empírico para a abstração
teórica, que só pode ser alcançada se o pesquisador fizer um movimento
intenso de interpretação e produção de argumentos. (MORAIS e GALIAZZI,
2006, p.118)

Morais e Galiazzi (2006, p.119) detalham que “a análise textual discursiva é


mais que um conjunto de procedimentos definidos constitui metodologia aberta
caminho para um pensamento investigativo, processo de colocar-se no movimento
das verdades, participando de sua reconstrução”.
Eles asseveram ainda que:
A linguagem desempenha um papel central na análise textual discursiva. É
por ela que o pesquisador pode inserir-se no movimento da compreensão, de
construção e reconstrução das realidades. Pela linguagem constrói e amplia
os campos de consciência pessoais, entrelaçando-os com os de outros
sujeitos, sempre a partir dos contextos que investiga . (MORAIS e GALIAZZI,
2006, p.123)

Nesse sentido, buscamos uma análise descritiva das ações e concepções


sobre o ensino de ciências dos docentes entrevistados e presente no discurso desses
professores.
A presente análise traz dois eixos principais: o primeiro relacionado com as
resposta dadas pelos educadores no sentido de estabelecer um perfil educacional e
profissional desses docentes. O segundo refere-se as ações dos docentes em relação
ao ensino de ciências.
Entendemos os educadores como atores do processo ensino aprendizagem
dentro de um contexto sociocultural compartilhado do espaço escolar e através da
analise de suas falas podemos discutir a respeito de suas concepções sobre o ensino
de ciência além de nos levar a compreender igualmente suas ações didáticas em sala
de aula.
Ainda no sentido das análises estabelecemos uma seção que trará nossas
impressões sobre a prática desses docentes tomando como referência a vivência com
esses docentes em alguma das quatro etapas do estágio supervisionado.

Etapa 2: observações em diário de campo durante o estágio supervisionado.

Nesta etapa pretende-se fazer uma observação reflexiva da prática docente,


estas abordagens reflexivas que envolvem a práxis absorvida nas observações e
intervenções realizadas durante o período de estágio supervisionado, possibilitando
ao acadêmico a compreensão do papel preponderante do estágio para a construção
da identidade profissional do futuro professor de ciências. No qual visa esclarecer e
instigar dúvidas referentes à relação direta que há entre a teoria e a prática na
construção, mediação e descobertas de novos saberes. Portanto, mediante o contato
com docentes e discentes há uma troca de conhecimentos que embasam, interferem
e aprofundam o conhecimento científico tornando o docente preparado para exercer
a função de educador. Buscamos discutir objetivos que englobam as perspectivas de
atuar no estágio supervisionado como uma experiência impar na formação acadêmica
do docente de Ciências Naturais, compreendendo a relação vigente entre a teoria e a
prática no decorrer deste processo. Proporcionar ao acadêmico a vivência em sala de
aula é permitir a ele oportunidade de lançar um olhar crítico-reflexível, diante das
diversas situações que ocorrem dentro do ambiente de ensino. Pois é durante a
experiência em sala de aula que o acadêmico aperfeiçoa suas habilidades
pedagógicas e amadurece tanto psicologicamente e intelectualmente e além disso
com as competências adquiridas no ambiente de ensino o educador molda seu perfil
profissional.

CAPITULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES

Etapa 1: perspectiva da prática docente: entre perspectivas e dificuldades


Para apresentar os resultados dessa etapa, veremos logo abaixo a explanação
dos relatos dos professores os quais foram indagados com os seguintes
questionamentos:
1- O que levou você a se tornar um (a) professor(a) de ciências?
P1 Eu sempre gostei de ciências foi o que fez eu escolher o curso, na minha
cidade também não tinha muita opção, era só pedagogia letras ou
matemática e entre essas opções ciências era que eu achava mas próximo
do que eu gostava

P2 A curiosidade sobre como funcionava o corpo e as origem das espécies e


o funcionamento do meio ambiente despertaram meu interesse, mais foi na
oitava série que uma professora me fez apaixonar definitivamente pela
biologia.

P3 Atuo como professora de ciências mas minha formação é matemática pela


falta de professor na escola onde trabalho direcionaram-me algumas carga
horárias de ciências.

No diálogo dos entrevistados foi perceptível as divergências em relação ao


ensino de ciências ao que corresponde no motivo que os levou a lecionar nessa área.
Enquanto a P1 afirma que escolheu a disciplina de ciências por falta de opção apesar
de gostar da disciplina, a P2 e P3 alegam serem formadas em outras áreas mas a
necessidade as levou ingressa nessa nova experiência ministrando a disciplina de
ciências a carência do professor de ciências os direcionou a atuar com a referida
disciplina nas escolas onde trabalham como o caso de professores formados em
biologia e matemática , ambos ministram a disciplina de ciências para suprir a falta
de profissionais qualificados para o cargo em suas escolas.

Nesse sentido é que Razuck (2011, p. 4) nos afirma que:


[...] ainda é possível, nos dias de hoje, encontrar profissionais de diversas
áreas como biólogos, químicos, físicos, matemáticos, médicos, dentistas,
agrônomos, engenheiros e veterinários, entre outras formações, ministrando
aulas de Ciências para as séries finais do Ensino Fundamental, o que pode
comprometer o processo de ensino e aprendizagem.

Assim constatamos também a mesma dificuldade em nosso município em que


profissionais de outras áreas ou disciplinas exercem a função docente na disciplina
ciências sem ter a formação específica para isso.
Em relação às ações docentes sobre o ensino de ciências indagamos aos professores
a seguinte questão:
2- De que forma acontece o planejamento de suas aulas?
P1 A gente tem um Pré planejamento em casa, faço geralmente meu
planejamento em casa, depois passo para coordenadora, ai a coordenadora
vai averiguar se tá bom ou não tá, se precisa acrescentar alguma coisa, então
se dá assim Pré, antes em casa e depois com a coordenadora.

“Cada professor já tem uma estrutura um formato de planejamento pronto, e


só vai adequando, eu já tenho o meu, nesse formato tem os objetivos
estrategias duração da aula, o conteúdo. Os objetivos vai variar dependedo
do que eu quero que eles aprendam, porque eu gosto muito de trazer o
contúdo de ciências para a realidade deles, como eu trabalho em zona
ribeirinha eu tenho muito isso como objetivo, pra eles não teram somente o
que é de livros, porque as vezes eles ficam até perdido. Então eu tento
adequar para a realidade deles, então o meu objetivo é que eles aprendam
com sua própria relidade.

P2 Utilizo o livro didático e o cronogramas de plano de curso pesquiso em


outros livros e internet, após isso, delimito o que abordar na aula.

P3 Anual com os professores da área.

P2, afirma realizar atividades utilizando o livro didático e a internet como


ferramenta metodológica. Segundo Moura (2006, p.108) “A metodologia no ensino de
ciências, por seu lado, tem como finalidade organizar a sequência de aula na busca
de alcançar a aprendizagem, através da motivação e interesse dos alunos”. Para isso,
o professor de ciências pode fazer uso de recursos como: Jornais, Revistas, Vídeos,
CD ROMs, experiências, jogos e aulas de campo, além de “espaços de divulgação
científica e cultural, como museus, laboratórios abertos, planetários, parques
especializados, exposições, feiras e clubes de ciências fixos ou itinerantes”. Os
professores parecem demonstrar uma preocupação com o ensino e procuram utilizar
outros recursos, além do livro didático em suas aulas.

3- Que assuntos você considera mais importante ensinar na


disciplina ciências para as turmas em que você trabalha atualmente? E
De que forma você tem trabalhado esses assuntos (estratégias de
ensino, recursos utilizados, etc.)? O que motiva você a trabalhar dessa
forma esses assuntos?

P1 Bem nas turmas que eu trabalho eu acho muito importante trabalhar o


corpo humano e a questão da sexualidade, porque na comunidade que eu
trabalho eles são muito protestantes então os pais acabam não falando certas
coisas, então isso prejudica meus alunos e eu percebo isso então alguem
precisa falar isso com eles. Então a escola faz esse papel por isso acho um
assunto muito importante, eu me vejo nesse papel.
Eu ainda não tive a oportunidade de falar com os pais porque tenho medo,
porque é um assunto complicado de se trabalhar porque os pais podem achar
que estamos incentivando, mais isso é orientação, a gente não pode passar
do ponto temos que nos ater as informações” [...]Geralmente é aula
dialogada, com exposição, por exemplo nos temos alguns instrumentos,
como esqueleto, os musculos, então voce consegue trabalhar isso com
exposição. Em relação a sexualidade eu gosto muito de trabalhar a roda de
conversa, porque os alunos se sentem mais a vontade para perguntar, porque
eles ficam com vergonha, logo de inicio, sem jeito, ai eu exponho de primeira
e depois a gente abre as rodas de conversa ai comça a surgir as duvidas e o
assunto flui melhor. Eu aprendi a trabalhar me adaptando porque nós nos
planejamos, na hora as coisas não sãem como foi plejado, então voce tem
que se adaptar, nesse processo eu fui aprendendo a dinamica de sala de
aula. [...]Só a necessidade de passar de apreder, de ensinar, é facil de
trabalhar com essa dinamica de dialogo, a timides é só no inicio, basta apenas
um começar afalar que o resto interage também tirando as duvidas. Porque
eu tenho muito isso de comunicação direta com o aluno essa troca, porque
não adianta mesmo eu só explicar, tem que tirar as dúvidas deles.

P2 Assuntos que eles possam obter o conhecimento e utilizá-lo no dia -a- dia
para que se passa melhorar a qualidade de vida e o exercício da cidadania
[...] Pesquisa, montagem, vídeos, trabalhos de construção dos sistemas em
EVA. Recursos: Data Show, moldes, estruturas do corpo humano, vídeos,
livro. [...] A prática para mim auxilia em destaque qualquer aluno,
principalmente os alunos da EJA. Com a prática os alunos participam mais e
aprender melhor

P3 Sexualidade e reprodução, saúde e tecnologia, o ambiente e o seu


humano e anatomia. [...] Data show, pesquisa, palestras, teoria pratica e
voltando o conhecimento para o dia a dia do aluno [...] O ensino
aprendizagem contínuo

Podemos observa na resposta dos educadores que estes abordam os eixos


temáticos com apelo a questões sociocientíficas no ensino de ciências alegando
novamente a utilização de ferramentas metodológicas diferenciadas de ensino. Nesse
sentido, Moura (2006, p.97) nos afirma que “A ação docente no ensino de ciências
precisa ser mais efetiva na tarefa de ensinar, promovendo uma melhor aprendizagem
e formando cidadãos conscientes de seu papel social”.
Cabe aqui comentarmos que embora os professores afirmem que essas
temáticas sejam abordadas, mas nem sempre a forma da abordagem levam os
estudantes.
4- Você se considera um professor inovador? Se sim, o que você tem
procurado fazer para inovar o ensino de ciências em sala de aula?

P1 “Não, eu não me considero uma professora inovadora, porque eu acredito,


que eu poderia fazer muito mais, mas é assim eu tou tentando, to caminhando
pra iso, até porque eu tabalho a pouco tempo com ciências, mas a gente tenta
inovar, não fazer as mesmas coisas.

P2. Sim, procuro trabalhar com recursos didáticos que facilitem e envolvam
os alunos e que esse aprendizado possa ser utilizado na vida cotidiana
desses alunos.

P3 Sim, busco fazer a aula fluir de forma descontraída, jogos, experimentos,


utilizo metodologias diferentes para cada turma.

Os educadores buscam inovar suas práticas pedagógicas frente ao ensino de


ciências o P2 demonstra que procura usar recursos que envolvam seus alunos em
relação ao seu fazer pedagógico estruturado. Segundo Moura (2006, p.105) “A
necessidade de mudança torna-se um desafio para a prática pedagógica no ensino
de ciências, e para que sua efetivação aconteça o professor de ciências precisa refletir
sobre ela, revendo pontos importantes: planejamento, metodologia e avaliação”.

5- Quais dificuldades você tem encontrado no dia a dia na sala de


aula? E quais propostas você apresentaria para superar as
dificuldades por você?

P1 No meu caso é que eu estava acostumada a usar data show para expor
imagens e ...tudo. E agora como eu fui trabalhar no interior nas zonas
ribeirinhas eu não tenho esse aparellho porque não tem energia, só usando
quadro eu encontrei muita dificuldade, porque tem que trabalhar figuras não
tem como não trabalhar figuras. E nem sempre tem livros para todo mundo
tem que tá desenhando algo similar pra mostrar. Outra grande dificuldade é
por parte da física com os 9º ano por conta da fragilidade deles em
matemática, eles tem muita dificuldade até em contas simples. [...]Primeiro
melhorar a infraestrutura da escola é uma carência até mesmo nas escolas
da cidade. È muito complicado você não tem como pedir pro aluno fazer uma
pesquisa, porque não tem como fazer, só em livros antigos. A gente trabalha
com pessoas carentes mesmo. Outro ponto é levar os universitários pra
dentro da escola, eu não senti tanto o impacto por conta de eu ser bolsista ,m
as tem colegas que saem da faculdade sem saber direito o que é uma sala
de aula. Fazer um intercâbio entre universidade e escolar.

P2 Péssimas condições de trabalho, estrutura física precária, barulho, calor,


ambiente desconfortável, etc. em contra partida alunos estressados,
desestimulados, desinteressados, etc. sem apoio. [...]Minha proposta e que
eu faça minha parte buscando ser um professor mais capacitado. Não tem
como propor uma reforma no ensino, na sociedade, na família para que se
supere essa montanha de dificuldades.

P3 A principal dificuldade é a falta de interesse dos alunos assim como falta


de apoio, falta de material, estrutura da escola compromete o aprendizado,
muito calor, muito barulho, poucos livros, televisão queimada DVD queimado
sem recursos sem apoio da família são vítimas desses sistema corrupto e
medíocre. [...] melhorar o ambiente e estrutura da escola, para projeta assim
com os professores de outras áreas.

Cabe ressaltar aqui que as escolas precisam ser melhor estruturadas com
diversos recursos para o ensino, pois os professores não deveriam dispor de seus
próprios recursos financeiros para municiar suas aulas, esse dever deveria ficar a
cargo das gestões municipais e estaduais na qual estão vinculadas as escolas nas
quais esses professores atuam. Observa-se na fala dos entrevistados a reclamação
sobre a grande falta de estrutura, do espaço escolar aos recursos didáticos, em
contribuir para um melhor ensino. Isso é novamente um reflexo da necessidade de
uma melhor gestão e de um maior e melhor investimento no ensino público.
De acordo com Ddayrell (1996, p.31) “as escolas públicas apresentam-se cada
vez mais sem infraestrutura necessitando de ações políticas e medidas tomadas de
decisão pelo poder público para sua manutenção, construção e conservação”
Tomando uma referência propositalmente de 20 anos atrás observamos que
essa realidade pouco mudou principalmente em cidades fora das grandes metrópoles
como é o caso das escolas públicas de Ponta de Pedras. Um outro aspecto levantado
por eles diz respeito ao desânimo e da falta de interesses dos alunos em relação ao
ensino que aparece latente no discurso desses educadores. Corroboram com esse
discurso Patto (1990) e Charlot (2000) ao considerarem que a apatia a desmotivação
e o desinteresse pelo saber são problemas enfrentados pelos estudantes no processo
da aprendizagem
Esse conjunto de fatores contribuem para o desespero de um desses
professores (P1) quanto ao exercício da docência nessas condições uma vez que o
professor parece impotente a solução dessas questões.
Ao analisar as falas dos entrevistados acerca de suas dificuldades frente ao
ensino de ciências foi possível perceber que algumas fragilidades foram recorrente no
pensamento da maioria. Veremos abaixo no quadro uma lista delas as quais
chamaremos de unidades de análise:
CATEGORIA SUBCATEGORIA UNIDADE DE ANÁLISE
Perspectivas Formação inicial P1 formada em Ciências
Naturais, UFPA
P2 formada em Biologia
UAB
P3 formado em
Matemática UEPA
Propostas de ensino e P1 Pré planejamento
aprendizagem Se adequa conforme a
necessidade. Utiliza-se de
aulas dialogadas recursos
didáticos que a escola
proporciona e também
com aulas expositivas
para assim aprofundar a
aprendizagem.
P2 Utiliza o livro didático e
o cronogramas de plano
de curso pesquisas em
outros livros e internet,
delimitando o que abordar
na aula. Utiliza os livros
didáticos como ferramenta
para aprendizagem.
P3 Planejamento anual.
Utiliza recursos, como:
jogos e experimentos
como novas metodologias
diferentes para cada
turma.
Infraestrutura Todos professores
entrevistados anseiam por
mais melhorias nos
ambientes de ensino e
apoio.
Dificuldades Formação inicial P1 apta a atuar na área.
Porém com dificuldades
em levar os conteúdos
com precisão. Por falta de
recursos didáticos
apropriados.
P2 Não formada em
ciências. Porém formada
em biologia, no qual
interfere na forma de
ensinar, pois a mesma
tem que rever diariamente
os conteúdos.
P3 Se diverge da área da
atuação, e com muitas
dificuldades em repassar
os conteúdos.
Propostas de ensino e P1 Básicamente em
aprendizagem diálogos e livros didáticos.
A escola onde trabalha é
no interior não possui
energia elétrica e isso
impede de levar novos
recursos. Sendo assim a
aprendizagem não é bem
sucedida.
P2 Utiliza-se de todos
recursos possíveis. Porém
muitos alunos são
desinteressados e
desestimulados em
aprender.
P3 utiliza de metodologia
atrativas. Porém nem
todos alunos estão
interessados em aprender.
E a falta de material e
apoio também interfere no
ensino aprendizagem.

Infraestrutura Tanto o P1, P2 e P3


reclamaram do ambiente
de ensino, com condições
Precária e sem os
aparatos necessários para
as aulas. Interferindo
diretamente no ensino
aprendizagem.

Etapa 2: observações em diário de campo durante o estágio supervisionado.

A aquisição de novos saberes durante o período de estágio supervisionado


permite que sua prática em sala de aula torne-se adequada ao público alvo, a fim de
levar o futuro profissional à compreensão da realidade a qual será inserido. Logo, a
partir das observações e intervenção, este correlacionará os conteúdos abordados
diante as disciplinas cursadas no curso de Ciências Naturais, a prática vivenciada no
dia a dia em sala de aula. Esclarecendo a finalidade desse memorial, surgem novas
possibilidades de desenvolver um trabalho que de contribuições qualitativas ao longo
do método de ensino e aprendizagem.
Durante todo o curso tivemos momentos marcantes que ficarão na lembrança
como momentos únicos de muito aprendizado. Porém ao iniciar o período de estágio,
que surgiram os novos desafios que me fizeram refletir sobre o real papel do docente
em sala. Foi um momento de suma importância para o aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Durante o estágio foi possível observar,
participar e regência os conteúdos que outrora estavam somente na teoria. Desse
modo surgiram desafios que me levaram a refletir sobre as problemáticas existentes
em sala. 50% do meu estágio foi em escolas municipais ribeirinhas presenciei e vivi
momentos incríveis, mesmo diante das dificuldades que os docentes enfrentam eles
continuam levando o ensino com muita dedicação.
Vale ressaltar que muitos dos professores de ciências que lecionam na zona
ribeirinha são da cidade e que se deslocam todos os dias em uma rotina exaustiva,
para assim levar o conhecimento a esse público que muitas vezes são leigos em
conteúdo que são básicos no ensino de ciências. Posso dizer que são professores
que enfrentam diversas dificuldades para ensinar.
O primeiro e segundo estágio ficaram marcados, estes estágios foram
realizados em escolas distantes uma das outras, algumas com péssima estrutura e
com poucos recursos didáticos, onde somente os livros e o quadro eram as
ferramentas do professor de ciências. Algo que chamou atenção é o fato de que existe
certas disparidades nas escolas, pois, enquanto em algumas salas de aulas que eram
superlotadas, de forma que o professor se desdobrava afim de atender a todos sempre
com precisão, outras, porém, havia poucos alunos e o pouco que tinha não se
interessavam em aprender. Desse modo o docente se esforçava ao máximo em
produzir aulas diferenciadas afim de chamar atenção do aluno. Sendo assim ficou
claro como o professor é um ser excepcional que em meio tantas problemáticas e
dificuldades se doa o máximo para alcançar seus objetivos.

Experiências vívidas

O primeiro estágio foi no 6º ano do ensino fundamental, em três escolas


ribeirinhas, sedo que a primeira se trata de uma Escola Municipal X de Ensino
Fundamental. Onde fui muito bem recebida principalmente pela professora que me
acolheu com muita receptividade, estando disposta a ajudar e ensinar no que
precisasse. As aulas foram maravilhosas, porém uma em especial ficou marcada na
minha memória por se tratar do sistema solar e seus movimentos, onde os alunos
foram para a prática reproduzir o sistema solar e posteriormente explicar seu
funcionamento. Com isso lembrei do primeiro seminário que apresentei no curso de
Ciências Naturais.
Segunda escola foi na escola Y. No campo educacional fui muito bem recebida
com muito respeito e carinho a professora mostrou-se prestativa e deixando à vontade
para ajudar no que precisasse, as aulas sempre seguiam uma rotina diária nada muito
novo, mas pude participar das aulas auxiliando a docente nas resoluções dos
exercícios e aplicação de avaliações.
E para finalizar minha caminhada, a terceira Escola Z, fui muito bem recebida
foi a escola que mais gostei de estagiar onde o professor planejava suas aulas com
metodologias que fogem do tradicionalismo a tecnologia e a informática usando-a seu
favor como uma ferramenta impar na aplicação de suas aulas. As aulas sempre muito
atrativas que chamavam a atenção dos discentes, as aulas sempre eram dialogadas
com utilização do quadro magnético, confecção de cartazes, documentários e
seminários. Tive o prazer de regência a aula sobre atmosfera e suas camadas.
O segundo estágio se deu no 7º ano do ensino fundamental em duas escolas
ribeirinha a primeira foi Escola W fui muito bem recebida ficando à vontade para
auxiliar, participar, observar e regenciar. O professor sempre muito dedicado procura
o máximo levar aulas atividades atrativas para seus alunos a escola possui uma
estrutura boa que permite ao docente um lugar favorável para ensinar. Estagiei mais
uma vez na escola já citada acima Y onde observei que a professora usava das
mesmas metodologias, porém mudando os conteúdos, isso porque a escola não lhe
oferecia um bom suporte didático e nem estrutura adequada para a concretização de
um bom ensino.
E para finalizar o terceiro e quarto estágio se deu em uma escola Estadual P, a
escola apresenta uma estrutura excelente para o ensino aprendizagem. No estágio III
estagiei em 3 turmas do 8º ano e no estágio IV em 2 turmas do 9º ano a professora
regente me recepcionou muito bem, deixando-me a vontade para observar, participar
e ajudar no que fosse preciso. Notei que a docente tem todo um cuido em aplicar os
conteúdos sempre fazendo o melhor pelas turmas. No entanto presenciei o
desrespeito e a falta de vontade de alguns discentes, a professora se doa ao máximo,
porém não tem o retorno necessário para seu trabalho.

Todavia o estágio supervisionado proporciona a oportunidade de expressar e


mostrar o que aprendemos no ato do curso, o atrelamento do conhecimento prévio
como a prática faz do período de estagio inesquecível. Pois o acadêmico concretiza o
que aprendeu e leva para sua vida toda como um momento único e experiência em
seu currículo profissional, além disso acompanhando o dia-a-dia do profissional da
educação é que vemos verdadeiramente as dificuldades que cada educador enfrenta
e como eles conseguem contorna a situação. Enfim ser um educador não é nada fácil,
mas com esforço e ousadia tudo se resolve.
Ao decorrer o estágio supervisionado podemos presenciar as práticas dos
professores que fizeram parte da presente pesquisa, observamos como os mesmo
colocam em prática o ensino de ciências em suas aulas que compõem o ensino
fundamental do 6º ao 9º ano. Nesse período foi possível perceber que, entre os
professores, apenas um vivencia em sua prática metodológica momentos de pesquisa
e experimentações transformando esses aspectos em um processo mais efetivo de
ensino aprendizagem de seus aluno, levando-os a perceber e reconhecer o ensino de
ciência como um fator integrante de seu cotidiano.
No estágio também foi possível notarmos que alguns professores sentem
dificuldade em utilizar outras ferramentas que auxiliem suas técnicas de ensino no
processo educacional de seus alunos, fazendo assim, uso quase que exclusivo do
livro didático como base para ensinar ciências, ou seja, embora no discurso desses
professores eles alegarem melhores ações, as quais não se confirmaram no decorrer
da pesquisa, essa ações não se constituíram efetivamente como diferenciada como
alguns falam em seus discursos. Podemos compreender, no entanto, que o discurso
mostra a preocupação quanto à necessidade de melhor implementar ações
diferenciadas em suas aulas.
Também podemos observar que alguns professores pareciam mostrar
insegurança quanto a trato de certos assuntos demonstrando momentos de indecisão
quando tentavam afirma algo ou uma pergunta realizada pelos alunos.
Nesse processo de observação de estágio foi possível também observar na postura
dos alunos, em relação ao ensino de ciências, que para a maioria, a disciplina
representa somente mais uma matéria “decorativa” desconhecendo assim o quanto a
ciência pode ser útil e percebida em seu próprio contexto cultural.
Em suma, ao realizar as observações, na prática dos professores que
ministram o ensino de ciências, constatamos que para alguns parece necessário
promover momentos mais criativos e experimentais que favoreçam a melhor
aprendizagem desses estudantes, e se faz necessário também que esses alunos
possam se mostrar mais interessados em participar de forma mais efetiva das aulas
a fim de se realizar um maior envolvimento dos mesmos em relação ao ensino de
ciências.

CAPITULO 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Pontuaremos nessas considerações finais alguns aspectos que consideramos


relevante os quais identificamos como sendo importantes no resultados. Esperamos
que não seja interpretada de forma equivocada, como se a mesma, estivesse
desvalorizando ou minimizando a importância das iniciativas dos profissionais da
educação, principalmente dos professores do ensino de ciências que convivem
diariamente com seus alunos e tentam, das mais variadas formas diversificar o ensino
e ajudá-los.
Desse modo, resgatamos nossa pergunta de pesquisa: Quais perspectivas e
dificuldades os professores enfrentam no ensino de ciências no município de Ponta
de Pedras/PA? Partimos em busca de encontrar a resposta que representasse as
determinações educativas de fato.
Na fala dos educadores foi possível perceber certo cansaço em relação a falta
de material didático ou estrutura das escolas para a atuação da disciplina de ciências
que requerem um momento prático de pesquisa e a estrutura não propicia a criação
de tais estratégias educacionais.
Além disso, há falta de interesses dos alunos segundo os educadores. Pode-
se analisar esta falta de interesse com um resultado originário das formas e estratégia
no qual o ensino de ciências está sendo colocado em prática pelos educadores.
Percebe-se um ciclo gerando de alguma forma dificuldades referente ao ensino de
ciência a qual começa pela falta de estrutura e falta de valorização do profissional
educação, perpassando pela prática docente, refletindo-se na atitude e falta de
compromisso por parte dos alunos em relação ao próprio ensino de ciências. No nosso
sistema de ensino ainda foi possível encontrarmos profissionais formados em área
distinta da formação inicial adequada exercendo o ensino de ciências em nosso
município, fator que pode interferir em uma melhor atuação em relação ao ensino de
ciências.
Vimos que os professores participantes dessa pesquisa, em sua maioria
apresentam pouca formação continuada em relação ao conhecimento mais
aprofundado sobre novas abordagens junto ao ensino de ciências, o que faz
prevalecer traços fortes do tradicionalismo, pois somente o uso desta tendência acaba
gerando uma aula pouco expressiva em relação a participação do aluno em sala de
aula ou a utilização de novas técnicas de abordagens como facilitadora do ensino
aprendizagem junto a disciplina de ciências.
Chegamos à conclusão que a prática dos educadores em relação ao ensino de
ciências segue um roteiro de altos e baixos devido algumas interferências de ordem
estrutural e pedagógica como já comentamos, entre as quais a carga horária de
trabalho excessiva entre esses profissionais. Queremos crer também que essa
excessiva carga horária seja fruto de uma carência de profissionais do ensino de
ciências no município sobrecarregando com isso aos educadores atuantes,
contribuindo para a contratação de profissionais educadores de outras áreas de
ensino para suprir a demanda de falta de professores preparados para exercer a
docência da disciplina de ciências.
Estes fatores acabam interferidos na prática tendo assim resultados negativos
como a falta de interesses dos alunos em relação ao próprio ensino de ciências a
desmotivação dos educadores da área. Políticas educativas como a educação
continuada, palestras e oficinas educativas representam uma forma de valorização e
enriquecimento da prática pedagógica dos educadores que ministram o ensino de
ciências no município, fator este que enriqueceria e transformaria essa prática
educativa em relação ao ensino de ciências nas escolas do município.
6 REFERÊNCIAS

DUARTE, R. Entrevista em pesquisa qualitativa. Educar em Revista, Curitiba,


v,2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à Prática Educativa.


SãoPaulo: Paz e Terra, 1996.

FOUREZ, Gérard. Crise no ensino de Ciências?- V8 (2),p 109-123,2003.

FALSARELLA, Ana Maria. Formação Continuada de Professores e elaboração do


projeto político pedagógico da escola. 2013. Disponível em
file:///C:/Users/not/Downloads/6483-16246-1-SM.pdf. Acesso em: 17 jan, 2019

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas,
1999. 202 p. ISBN: 8522422702.
.HOLMESLAND, I. S. Qualidade e equidade no acesso ao conhecimento:
experiências de uma sociedade igualitária. Educação, Porto Alegre, ano 26, n. 50,
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IZIQUE, Claudia; MOURA, Mariluce. Imagens da ciência. Revista Pesquisa Fapesp,


São Paulo, n. 95, p. 16-21, 2004. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 327p. ISBN: 8522421110.

KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Ed. da USP,


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LIMA, Kênio Erithon Cavalcante; VASCONCELOS, Simão Dias. Análise da


metodologia de ensino de ciências nas escolas da rede municipal de Recife.
Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2006, vol.14, n.52, pp.397-412. ISSN 0104-
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MILARÉ, Tathiane et all. A Química Disciplinar em Ciências do 9º Ano.Química


Nova na Escola. Vol.32, nº 1, fevereiro de 2010. Disponível em:
http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/sbq/QNEsc32_1/09-PE 909.pdf
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Martins, André Ferrer Pinto. Ensino de ciências: desafios à formação de


professores. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Revista Educação em
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MORAES, R.; GALIAZZI, M. do C. Análise textual discursiva: processo
reconstrutivo de múltiplas faces. Ciênc. educ. (Bauru), Abr 2006, vol.12, no.1,
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Nóvoa, António. Os professores na virada do milênio: do excesso dos discursos
à pobreza das práticas. Lisboa. Revista Espanhola Cuadernos de Pedagogía (nº
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ROCHA, Elisa Antônia. A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa,


Evidencias, 2008, Araxá,nº 4, p 133.

SEIXAS, Rita Helena Moreira; SOUSA, Diogo Onofre. A Formação de professores


e os desafios de ensinar Ciências. 2017. volume 14 Nº1 pag.289 a 303.
MILLAR, R. Um currículo de ciências voltado para a compreensão por todos. Ensaio,
v. 5, n. 2, p. 73-91, out. 2003
APÊNDICES

ALGUMAS PERGUNTAS UTILIZADAS NA ENTREVISTA DOS PROFESSORES


COM AS RESPECTIVAS RESPOSTAS

 O que levou você a se tornar um (a) professor(a) de ciências?


P1 Eu sempre gostei de ciências foi o que fez eu escolher o curso, na minha cidade
também não tinha muita opção, era só pedagogia letras ou matemática e entre essas
opções ciências era que eu achava mas próximo do que eu gostava

P2 A curiosidade sobre como funcionava o corpo e as origem das espécies e o


funcionamento do meio ambiente despertarem meu interesse mais foi na oitava série que
uma professora me fez apaixonar definitivamente pela biologia.

P3 Atuo como professora de ciências mas minha formação é matemática pela falta de
professor na escola onde trabalho direcionaram-me algumas carga horárias de ciências

 De que forma acontece o planejamento de suas aulas?

P1 A gente tem um pré planejamento em casa, faço geralmente meu planejamento em casa,
depois passo para coordenadora ai acordenadora vai averiguar se tá bom ou não tá, se
precisa acrescentar alguma coisa, então se dá assim pré, antes em casa e depois com
acordenadora.”
Cada professor já tem uma estrutura um formato de planejamento pronto, e só vai adequando,
eu já tenho o meu, nesse formato tem os objetivos estrategias duração da aula, o conteúdo.
Os objetivos vai variar dependedo do que eu quero que eles aprendam, porque eu gosto muito
de trazer o contúdo de ciências para a realidade deles, como eu trabalho em zona ribeirinha
eu tenho muito isso como objetivo, pra eles não tiram somente o que é de livros, porque as
vezes les ficam até perdido. Então eu tento adequar para a realidade deles, então o meu
objetivo é que eles aprendam com sua propria relidade.
P2 Utilizo o livro didático e o cronogramas de plano de curso pesquiso em outros livros e
internet, após isso, delimito o que abordar na aula.
P3 Anual com os professores da área.

 Que assuntos você considera mais importante ensinar na disciplina ciências para as
turmas em que você trabalha atualmente?
P1 Bem nas turmas que eu trabalho eu acho muito importante trabalhar o corpo humano e a
questão da sexualidade, porque na comunidade que eu trabalho eles são muito protestantes
então os pais acabam não falando certas coisas, então isso prjudicando meus alunos e eu
percebo isso então alguem precisa falar isso com eles. Então a escola faz esse papel por isso
acho um assunto muito importante, eu me vejo nesse papel.
Eu anda não tive a oportunidade de falar com os pais porque tenho medo, porque é um
assunto complicado de se trabalhar porque os pais podem achar que estamos incentivando,
mais isso é orientação, a gente não pode passar do ponto temos que nos ater as informações”
P2 Assuntos que eles possam obter o conhecimento e utilizá-lo no dia -a-dia para que se passa
melhorar a qualidade de vida e o exercício da cidadania [...] Pesquisa, montagem, vídeos, trabalhos de
construção dos sistemas em EVA. Recursos: Data Show, moldes, estruturas do corpo humano, vídeos,
livro. [...] A pratica para mim auxilia em destaque qualquer aluno, principalmente os alunos da EJA.Com
a prática os alunos participam mais e aprender melhor

P3 Sexualidade e reprodução, saúde e tecnologia, o ambiente e o seu humano e anatomia. [...] Data
show, pesquisa, palestras, teoria pratica e voltando o conhecimento para o dia a dia do aluno [...] O
ensino aprendizagem contínuo

 De que forma você tem trabalhado esses assuntos (estratégias de ensino, recursos
utilizados, etc)?
P1 Geralmente é aula dialogada, com exposição, por exemplo nos temos alguns instrumentos,
como esqueleto, os musculos, então voce consegue trabalhar isso com exposição. Em
relação a sexualidade eu gosto muito de trabalhar a roda de conversa, porque os alunos se
sentem mais a vontade para perguntar, porque eles ficam com vergonha, logo de inicio, sem
jeito, ai eu exponho de primeira e depois a gente abre as rodas de conversa ai comça a surgir
as duvidas e o assunto flui melhor. Eu aprendi a trabalhar me adaptando porque nós nos
planejamos, na hora as coisas não sãem como foi plejado, então voce tem que se adaptar,
nesse processo eu fui aprendendo a dinamica de sala de aula.
P2 Pesquisa, montagem, vídeos, trabalhos de construção dos sistemas em EVA. Recursos:
Data Show, moldes, estruturas do corpo humano, vídeos, livro.

P3 Data show, pesquisa, palestras, teoria pratica e voltando o conhecimento para o dia a dia
do aluno

 O que motiva você a trabalhar dessa forma esses assuntos?


P1 Só a necessidade de passar de apreder, de ensinar, é facil de trabalhar com essa dinamica
de dialogo, a timides é só no inicio, basta apenas um começar afalar que o resto interage
também tirando as duvidas. Porque eu tenho muito isso de comunicação direta com o aluno
essa troca, porque não adianta mesmo eu só explicar, tem que tirar as duvidas deles.
P2 A prática para mim auxilia em destaque qualquer aluno, principalmente os alunos da EJA.
Com a prática os alunos participam mais e aprender melhor.

P3 O ensino aprendizagem contínuo


 Você se considera um professor inovador? Se sim, o que você tem procurado fazer
para inovar o ensino de ciências em sala de aula?
P1“Não, eu não me considero uma professora inovadora, porque eu acredito, eu acreito que
eu poderia fazer muito mais, mas é assim eu tou tentando, to caminhando pra iso, até porque
eu tabalho a pouco tempo com ciências, mas a gente tenta inovar, não fazer as mesmas
coisas.
P2. Sim, procuro trabalhar com recursos didáticos que facilitem e envolvam os alunos e que
esse aprendizado possa ser utilizado na vida cotidiana desses alunos.

P3 Sim, busco fazer a aula fluir de forma descontraída, jogos, experimentos, utilizo
metodologias diferentes para cada turma.

 Qual(is) dificuldade(s) você tem encontrado no dia-a-dia na sala de aula?


“No meu caso é que eu estava acostumada a usar data show para expor imagens e ...tudo .
E agora como eu fui trabalhar no interior nas zonas ribeirinhas eu não tenho esse aparellho
porque não tem energia, só usndo quadro eu encontrei muita dificuldade, porque tem que
trabalhar figuras não tem como não trabalhar figuras. E nem sempre tem livros para todo
mundo tem que ta desenhando algo simila ppra mostrar. Outra grande dificuldade é por pare
da fisica com os 9º anos por conta da fragilidade deles em matematica, eles tem muita
dificuldade at´em contas simples.
P2 Péssimas condições de trabalho, estrutura física precária, barulho, calor, ambiente
desconfortável, etc. em contra partida alunos estressados, desestimulados, desinteressados,
etc. sem apoio.

P3 A principal dificuldade é a falta de interesse dos alunos assim como falta de apoio, falta de
material, estrutura da escola compromete o aprendizado, muito calor, muito barulho, poucos
livros, televisão queimada DVD queimado sem recursos sem apoio da família são vítimas
desses sistema corrupto e medíocre.

 Quais propostas você apresentaria para superar as dificuldades por você


apresentadas?
P1 Primeiro melhorar a infraestrutura da escola é uma carencia até mesmo nas escolas da
cidade. È muito complicado você não tem como pedir pro aluno fazer uma pesquisa, porque
não tem como fazer, só em livros antigos. Agente trabha com pessoas carentes mesmo. Outro
ponto é levar os universitarios pra dentro da escola, eu não senti tanto o impacto por conta de
eu ser bolsista ,m as tem colegas que saem da faculdade sem saber direito o que é uma sala
de aula. Fazer um intercabio entre universidade e escolar.
P2 Minha proposta e que eu faça minha parte buscando ser uma professora mais capacitada.
Não tem como propor uma reforma no ensino, na sociedade, na família para que se supere
essa montanha de dificuldade

P3 Melhorar o ambiente e estrutura da escola, para projeta assim com os professores de


outras áreas.

ANEXO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS - FACIN
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR)

Questionário de Pesquisa – Docente

Caro docente desejamos obter a sua opinião a partir do preenchimento deste questionário
que está dividido em seções. O objetivo é buscar informações referentes: as dificuldades
encontrada pelo professor de Ciências em sua atuação em sala de aula, bem como sua
formação, qualificação profissional e atuação nessa escola, a aspectos relacionados ao
procedimento de ensino em suas aulas para servir de dados para a nossa pesquisa.
Queremos garantir aqui que qualquer informação de caráter pessoal fazendo referência a
você será mantido em sigilo de pesquisa. A título de orientação quanto ao preenchimento do
questionário marque as questões objetivas com um (X), caso seja necessário você pode
escolher mais de uma alternativa para ser marcada. Quanto às questões abertas responda-
as da maneira que melhor lhe convir
Certos de sua colaboração agradecemos.

I- INFORMAÇÕES PESSOAL

Nome:____________________________________________________________________
Sexo: ( ) Masculino ( ) Masculino
Idade:_____________________________________________________________________
Naturalidade:_______________________________________________________________
Tempo de serviço no magistério:_____________________________________________
Reside na comunidade em que se localiza a escola: ( ) Sim ( ) Não. Caso não, em que
localidade reside:___________________________________________________________
Condição Profissional: ( ) Professor Efetivo ( ) Professor Substituto

II- FORMAÇÃO ACADÊMICA e PROFISSIONAL

Ensino Médio :_______________________________ Ano de Conclusão:_______________


Local/Instituição:____________________________________________________________
Ensino Superior:_______________________________ Ano de Conclusão:______________
Local/Instituição: ____________________________________________________________
Pós-graduação:________________________________ Ano de Conclusão:_____________
Local/Instituição: ___________________________________________________________
Se mais de uma relacionar abaixo:
__________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Outros cursos de formação continuada:


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Nos últimos três anos você participou de alguns dos eventos descritos:
( ) Cursos de capacitação em ________________________________________________
( ) Seminários de___________________________________________________________
( ) Congressos sobre_______________________________________________________
( ) Encontros sobre ________________________________________________________
( ) Outros. Especifique____________________________________________________
_______________________________________________________________________
Caso seja necessário utilize o espaço abaixo para listar outros eventos:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Você publicou trabalhos em algum desses eventos: ( ) Sim ( ) Não


Se sim, sobre que temática tratava esses trabalho.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

III- MOTIVAÇÃO PARA CIÊNCIAS

O que levou você a se tornar professor de ciências?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

IV- AÇÃO DOCENTE


De que forma acontece o planejamento de suas aulas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Que assuntos você considera mais importante ensinar na disciplina ciências para as turmas
em que você trabalha atualmente?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

De que forma você tem trabalhado esses assuntos (estratégias de ensino, recursos utilizados,
etc)?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

O que motiva você a trabalhar dessa forma esses assuntos?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Você se considera um professor inovador? Se sim, o que você tem procurado fazer para
inovar o ensino de ciências em sala de aula?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Qual(is) dificuldade(s) você tem encontrado no dia-a-dia na sala de aula?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Quais propostas você apresentaria para superar as dificuldades por você apresentadas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

Agradecemos a sua participação:


Equipe de Pesquisadores: Carla Bianca Tavares da Silva (Acadêmica)/ Prof. Dr.
Licurgo Peixoto de Brito (UFPA)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS
CURSO DE LINCENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado (a) e/ou participar na
pesquisa de campo desenvolvida pela graduanda Carla Bianca Tavares da Silva sendo
intituladas ‘ Perspectiva e dificuldades no ensino de Ciências na visão de professores: um
estudo de caso no município de Ponta de Pedras: O olhar dos professores para essa
realidade?’, encontra-se sob orientação do professor Dr. Licurgo Peixoto de Brito, a quem
poderei consultar a qualquer momento que julgar necessário através do e-mail
licurgo.brito@gmail.com. e está vinculada ao programa de Graduação na Universidade
Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Faculdade de Ciências Naturais
Curso de licenciatura plena em Ciências Naturais - Plano Nacional de Formação de
Professores da Educação Básica (PARFOR).
Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo
financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da
pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas
gerais é investigar as perpesctivas e dificuldades no Ensino de Ciências na visão de
professores: Um estudo de caso no Municipio de Ponta de Pedras.
Fui também esclarecido(a) de que os usos das informações por mim oferecidas estão
submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de entrevista semi-estruturada a ser
gravada apartir da assinatura desta autorização. O acesso e a análise dos dados coletados
se farão apenas pelo (a) pesquisador(a) e/ou seu(s) orientador(es) / coordenador(es).
Fui ainda informado de que posso me retirar desse estudo a qualquer momento, sem prejuízo
para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos.
Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP).
Belem do Pará, ____ de _________________ de _____

Nome e assinatura do participante: ____________________________________________

Assinatura da pesquisadora: ____________________________________


Assinatura do coordenador: _____________________________________

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