“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará
pastagens.” João 10:9
INTRODUÇÃO:
- Deus usa de uma linguagem figurada, metafórica ou simbólica, para descrever verdades tanto
relativas a Si, a sua criação e a realidade.
- Muitas vezes, ele é chamado de Rocha, Rochedo ou Fortaleza, como, p. ex., em 2 Samuel:
“Vive o Senhor, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação” 2
Samuel 22:47
E em Salmos:
“Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e
encaminha-me”. Salmos 31:3
- Ele é também chamado de Pastor, como no próprio Cap. 10 de João, e no Salmo 23.
- São imagens e alusões, como uma ilustração (é como se Deus desenhasse) a facilitar a nossa
compreensão daquilo que ele nos revela de Si, como ele age junto aos seus filhos.
- Tudo isso é necessário por causa da Queda, que contaminou o intelecto, a razão e alma do
homem.
- Deus cuidadosamente, como um pedagogo, nos ensina o “Beabá” da sua revelação por meio
de ilustrações, possíveis ao entendimento, em princípio de qualquer um. São associações que
Deus utiliza para nos levar ao conhecimento.
- Tal qual uma professora junta as letras e ensina as crianças a lerem e formarem as palavras.
- Entretanto, sabemos que somente aqueles que são chamados por ele, e capacitados por ele,
podem alcançar a compreensão tanto das coisas simples como das complexas.
- Para um doutor em teologia, mas inconverso, até as referências mais básicas lhe escaparão o
sentido, enquanto para o crente, aquele transformado pelo Espírito de Cristo, as mais
profundas tramas da revelação lhe serão patentes e claras.
- Com isto, não estou a dizer que todo o crente pode entender tudo aquilo revelado por Deus,
nem de que alcançará a sabedoria plena de toda a revelação; mas certamente terá a medida
exata daquilo que Deus lhe der, segundo a sua santa vontade.
- Entretanto, são verdades apresentadas, e que não devem ser alvo de dúvidas ou imprecisões.
“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem
se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.” Isaías 40:28
E ainda:
“Mas o Senhor Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a
terra, e as nações não podem suportar a sua indignação.” Jeremias 10:10
- A eternidade talvez seja um dos atributos divinos mais difíceis de se entender, exatamente
por estarmos no tempo, e por sermos temporais. Muitos entendem a eternidade como uma
sucessão de momentos, uma sequência de “tempos”, quando ela não pode ser compreendida a
partir do temporal, da sucessão de instantes, mas como sendo o próprio Deus, que é eterno.
- Mas este não é o nosso foco, falar da eternidade, apenas afirmar que, mesmo não a
entendendo por completo ou mesmo o suficiente, importa que a Escritura afirma a seguinte
máxima:
“DEUS É ETERNO!”
- Primeiro, devemos ressaltar que Cristo não se intitula “uma” porta, mas a porta. Não existe
outro meio ou forma de o homem se salvar sem ele, ao contrário do que boa parte da
humanidade defende e preconiza.
- Sabemos que ele não é, também, uma porta no sentido literal, uma peça de madeira, vidro ou
metal de fato. Seria loucura pensar isso.
- Mas, de imediato a ideia de Cristo como uma porta nos remete a elementos característicos
dela, e que estão presentes na pessoa e ministério do Senhor.
Vejamos alguns:
1- Cristo, como porta, abre-nos o caminho santo que nos levará a Deus.
- Uma porta é utilizada para abrir um local, permitindo que pessoas a atravessem e entrem ao
recinto antes impenetrável.
- Deus nos propiciou Cristo e o seu sacrifício na cruz, a porta pela qual somos transportados e
postos no lugar que Deus reservou para o seu povo.
- Sem Cristo, como a porta, o homem estaria irremediavelmente perdido, sem qualquer
possibilidade de haver salvação. É o que Paulo nos diz:
- E Pedro o confirma:
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado
entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12
- Quando uma porta se fecha, estamos seguros. É uma analogia, mas ela serve muito bem para
nos mostrar o cuidado que o Senhor tem pelo seu povo.
- Todas as nossas casas têm portas, para nos manter seguros. Elas nos livram e protegem de
predadores, das intempéries, e das investidas dos salteadores, ladrões e assassinos.
- Mantemos as nossas portas fechadas por segurança, para não sermos molestados, termos os
bens roubados, sermos feridos ou mortos.
- Cristo é a porta que, fechada, nos assegura o refúgio e segurança imprescindíveis, mantendo-
nos em paz, aconchegados, nos livrando das artimanhas e investidas do Maligno e de seus
servos.
- O próprio Senhor nos disse, um pouco mais abaixo, neste mesmo evangelho de João, que:
“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham
com abundância.” João 10:10
- Cristo é a única porta capaz de nos proteger, impedindo que Satanás cumpra o seu propósito
de nos arrolar para o fogo do inferno para o qual foi preparado, e que o espera.
- Então, além de Cristo nos dar acesso a Deus e ao seu reino de glória, ele é aquele que nos
preserva em seu amor e graça, mantendo-nos livre da condenação.
3- Cristo é a porta fechada para o satanás e o mal.
- Ele nos impede de “voltarmos ao vômito”, de sermos novamente aquilo que éramos sem ele,
de que o velho homem renasça, aquele mesmo mortificado pelo Espírito, mas cujas lembranças
nos atemorizam ainda.
- Ele é ainda a porta que, fechada, não permite que saímos do seu arraial ou curral, e sejamos
novamente presas fáceis para o pecado e o mal. Ele nos protege de nós mesmos, daquele velho
homem que, morto, teima ainda ressurgir em nossas vidas.
- Creio que todos os crentes temem recair nas velhas práticas do homem natural, daqueles que
são inimigos de Deus. Pois é Cristo quem nos assegura que nunca mais seremos aquele
homem, novamente.
- Esta é uma das certezas que temos quando Cristo diz: “Eu sou a porta”.
4- Cristo é a porta que impedirá Satanás e seus servos de entrarem e nos arrastarem para fora.
Ele não permitirá que o sirvamos de novo, e que ele tente nos “sequestrar” de suas mãos.
- Estamos firmes, seguros e protegidos no lugar em que Cristo nos colocou, reservando-nos
eternamente para a sua glória, e para a comunhão perfeita que temos consigo, o Pai e o
Espírito.
CONCLUSÃO:
- Cristo é a porta que manterá as suas ovelhas sob a sua guarda, condução, proteção.
- Cristo é aquele que ajunta as suas ovelhas, reunindo-as nas “terras” do Pai.
- Ele é quem impede que elas se dispersem, enfraqueçam, e sucumbam a própria inépcia.
- Cristo é a única, suficiente, e verdadeira porta. É ele quem nos atrai, preservando e garantindo
a nossa segurança, mantendo-nos santos e imaculados diante do Pai.
- Cristo é tudo!
- E assim, sendo tudo em nós, para sempre estaremos com ele, e o nosso gozo será completo!