CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
JOÃO PESSOA – PB
FEVEREIRO – 1999
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO
1. Generalidades:
2. Fases da infiltração:
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a) Intercâmbio:
b) Descida:
c) Circulação:
¾ Lençol freático: é aquele em que o limite superior está sujeito à pressão atmosférica.
Essa superfície superior é influenciada, também, pela ação capilar, fazendo com que
a água ascenda em direção a superfície do solo. A essa ascensão, há a formação do
que chamamos de “franja capilar”.
¾ Lençol confinado: quando a água está retida no perfil do solo, entre duas camadas
impermeáveis. A pressão no limite superior do lençol, é diferente da pressão
atmosférica.
3. Conceitos básicos:
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• Textura: diz respeito ao tamanho das partículas minerais. É um parâmetro estudado pela
análise granulométrica, a qual permite classificar os corpos sólidos em classes de acordo
como os seus diâmetros. Assim, a textura do solo é definida como sendo a porção relativa
dos diferentes grupos de partículas primárias nele existentes (percentagens de areia grossa, de
areia fina, de silte e de argila). O tamanho das partículas de um solo mineral não está sujeito
a mudanças rápidas. Isso quer dizer que não pode ser alterada facilmente, sendo considerada
como qualidade inerente ao solo;
• Porosidade: é a relação entre o volume de vazios e o volume total de solo. Essa propriedade é
função da granulometria e da forma dos grãos. A estrutura do solo exerce grande influência
quantitativa e qualitativa sobre a porosidade, embora esta seja estreitamente relacionada à
textura. Isso quer dizer que a distribuição do tamanho dos poros, influencia diretamente a
passagem de ar e de água no solo. Solos de textura predominantemente grossa (tipo arenoso)
e, consequentemente, baixo valor de porosidade total, podem ser os mais permeáveis à água,
quando saturados, e ao ar, quando não saturados, por apresentarem altos valores de
macroporosidade (porosidade não capilar).
volume de vazios
ε=
volume do solo
Ou ainda:
⎛ ds ⎞
ε = ⎜1 − ⎟ x100
⎝ dr ⎠
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água
superfície do
solo
P
r bulbo
o 0,30 molhado
f ARGILA
u 0,60
n
d 0,90
i BARRO
d 1,20
a
d 1,50 AREIA
e
1,80
(m)
água superfície
do solo
0 (cm) 1h
30
4h
90 8h
60 24 h
120 48 h
150
90 60 30 0 (cm) 30 60 90
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• Capacidade de infiltração: ou taxa de infiltração ou, simplesmente, infiltração de água no
solo, é a intensidade máxima em que um solo, em determinada condição e em determinado
tempo, pode absorver a chuva ou a água aplicada por irrigação. Essa grandeza é medida por
unidade de superfície horizontal, por unidade de tempo, podendo ser expressa em mm.h-1,
mm.dia-1, m3.m-2.dia-1, etc. A capacidade de infiltração só se verifica quando a intensidade de
precipitação excede a capacidade do solo em absorver água (precipitação excedente).
Depende direta e indiretamente da temperatura da água e da condição de contorno
(profundidade do solo);
• Tipo de solo: fatores como estrutura, textura e permeabilidade do solo exercem influências
direta no processo de infiltração de água no solo.
• Umidade do solo: o solo seco tem maior capacidade de infiltração inicial, pois a água é nele
absorvida devido as forças de adesão e capilaridade, atém da ação da gravidade. Um solo
que já apresenta certa umidade, tem no início da precipitação uma capacidade de infiltração
menor.
• Temperatura: altera as leis viscosas dos fluidos. A capacidade de infiltração nos meses frios
é mais baixa do que nos meses quentes.
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• Atividades dos homem e dos animais: solos compactados pela ação do homem (promovida
pelo passeio de máquinas automotivas, por exemplo) ou pelo pisoteio de animais, diminui a
capacidade de infiltração. Canais biológicos no solo (escavações feitas por insetos e
minhocas, atividades microbianas, etc), favorecem a infiltração.
• Etc.
• Etc.
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Cilindro interno
Cilindro externo
Superfície
do solo
Água infiltrando
Capacidade de
infiltração
(mm/h)
Tempo (horas)
CURVA DE INFILTRAÇÃO
PLANILHA DE CAMPO
6. Determinação da curva da capacidade de infiltração:
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Existem várias equações matemática que definem a curva da capacidade de
infiltração em função do tempo. Dentre as quais podemos citar:
• Equação de Kostiakov:
I = k . ta
Obs.: a equação de Kostiakov assim escrita apresenta alguns desvantagens: não leva em
consideração a umidade inicial do solo; não pode ser ajustada para diferentes condições de
campo, as quais têm grande efeito na infiltração (a umidade do solo no início do teste de
infiltração, por exemplo); e, a velocidade de infiltração tende para zero, daí a necessidade de
introduzir na equação o termo que corresponde a velocidade de infiltração básica (VIB). Assim:
I = k . ta + VIB . t
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Muitos pesquisadores têm tratado o solo como um conjunto de tubos capilares.
Esse critério microscópico é bastante complicado de ser analisado, uma vez que o espaço poroso
é um somatório de poros contínuos e descontínuos, de geometria irregular. De acordo com
Ferreira (1988) os poros variam de tamanho e estão conectados a outros poros, formando um
conduto contínuo para a água e o ar. Às vezes eles podem estar bloqueados, impedindo o
movimento destes fluidos. Daí, verifica-se que o estudo do movimento de água no solo, sob o
ponto de vista microscópico, seja bastante complexo, preferindo-se um tratamento
macroscópico, o qual considera a média geral das velocidades das partículas fluídas que
ocorrem nos poros individuais, num dado volume de controle do solo.
Henry Darcy, em 1856, experimentalmente, apresentou uma lei fundamental que
descreve o fluxo de água através do solo, sob o ponto de vista macroscópico. Para explicar tal
lei, seja a figura a seguir:
nível da
água
ÁGUA
nível da
L. P. hf
água
Hp1 ÁGUA
Hp2
1 2
SOLO
plano de
referência
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Supondo que determinada massa de água, m, atravessa uma coluna de solo de
área de seção transversal, A, da seção 1 (entrada) para a seção 2 (saída) e, tomando um plano de
referência passando abaixo desta coluna, têm-se:
a) H1 = Hp1 + Hg1
b) H2 = Hp2 + Hg2
c) Energia de m na seção 1: E1 = m . g . H1
d) Energia de m na seção 2: E2 = m . g . H2
V ∆H
q= = − Ko ⋅ = − Ko ⋅ i
A⋅t L
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A equação de Darcy, que define a proporcionalidade entre o fluxo e o gradiente
hidráulico, é válida apenas para regime laminar e para valores não muito baixos do gradiente. O
sinal negativo no segundo membro da equação é porque o fluxo ocorre na direção da queda de
potencial.
Uma observação importante no uso dessa equação é que, o fluxo é um valor
sempre menor do que a velocidade média real de avanço da água no solo, v, pois, parte da área
da seção transversal está ocupada pelas partículas sólidas. Assim, para estimar, v, no caso de
solo saturado, conhecendo o fluxo, deve-se corrigir a área da seção transversal levando em
consideração a macroporosidade do solo. Isto é:
Ae = µ ⋅ A
Assim:
Q Q q
v= = =
Ae µ ⋅ A µ
µ = ε - θ60
µ = Ko
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BIBLIOGRAFIA:
BRADY, N. C. Natureza e propriedades do solo. 6. ed. Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos
S. A., 1983.
GARCEZ, L. N. & ALVAREZ, G. A. Hidrologia. São Paulo, Editora Edgard Blücher Ltda.,
1988. 291 p.
WALKER, W. & SKOGERBOE, G. V. The theory and pratice of surface irrigation: a guide
for study in surface irrigation engineering. Logan, Utah, USA, 1984. 480 p.
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