botas, colocou o seu chapéu e saiu da sua casa como um voluntário nas ruínas
do World Trade Center, ele esperava encontrar alguem com vida, porém não
conseguiu, o que encontrou foram 47 cadáveres. No entanto no meio daquele
amontoado de cadáveres, ele tropeçou num símbolo – uma cruz de aço, feita de
vigas, de seis metros de altura. Os raios de sol ao refletir sobre tal cenário
fizeram com que Frank enxergasse uma cruz. Nenhum guindaste tinha içado a
cruz; nenhum cimento a suportava. Alguns dias mais tarde, os engenheiros
perceberam que as vigas da cruz de 6 metros vinham de dois edifícios diferentes.
Quando um colidiu com o outro, as duas vigas se uniram, forjadas pelo fogo. Um
símbolo no meio dos escombros. Uma cruz encontrada no meio da crise. Onde
está Deus no meio de tudo isto? Bem no meio de tudo isto.
Será que a mesma coisa pode ser dita sobre as nossas tragédias? Quando a
ambulância leva o nosso filho, ou a doença, o nosso amigo; quando a economia
leva a nossa aposentadoria, ou um relacionamento secreto, o nosso coração –
será que podemos, como Frank, encontrar Cristo na crise? A presença dos
problemas não nos surpreende. A ausência de Deus no entanto, nos destrói.
Podemos lidar com a ambulância, se Deus estiver nela.
Podemos suportar a UTI, se Deus estiver nela.
Podemos enfrentar a casa vazia, se Deus estiver nela.
Ele está?
Mateus gostaria de responder esta pergunta por você. As paredes que
desabavam ao seu redor eram feitas de água. Nenhum teto tinha desabado, mas
parecia que 0 ceu sim.
O vento comprimindo e soprando rajadas no lago, por toda a parte. Ondas de
três metros de altura eram comuns.
O relato começa ao cair da noite, Jesus esta orando na montanha, e os
discípulos estão no barco, com medo. Eles estão "no meio do mar, [açoitados]
pelas ondas" (Mt 14.24). Quando Cristo virá ate eles? As três horas da manhã
(v. 25). Se a "noite" começou às seis da tarde, e Cristo veio as três da manha,
os discípulos estiveram sozinhos na tempestade durante nove horas! Nove horas
tempestuosas. Tempo suficiente para que mais de um deles perguntasse: "Onde
esta Jesus? Ele sabe que estamos no barco. Pel0 amor de Deus, foi idéia dEle.
Estará Deus por perto?"
E do meio da tempestade vem uma voz inconfundivel: "Sou eu".
O manto molhado, 0 cabelo ensopado. As ondas batendo em sua cintura e a
chuva ferindo 0 seu rosto. Jesus fala logo com eles: "Tende bom animo, sou
eu; não temais" (v. 27).2
Essas palavras Soam estranhas, não é verdade? Se você já leu a história,
estará acostumado a um grito diferente de Cristo. Alguma coisa como:
"Tenham coragem! Sou eu!", ou "Esta tudo bem ... eu estou aqui!", ou
"Coragem, sou eu".
Os Tradutores improvisam as Suas palavras por motivos óbvios. "Sou eu"
parece truncado. "Eu estou aqui" parece mais completa. Entretanto, 0 que
Jesus gritou na tempestade foi simplesmente 0 magistral "Sou eu".
Do meio da tempestade, O resoluto Jesus diz: "Eu Sou". Em tom alto, nas ruinas
do World Trade Center. Ousado contra as ondas da Galileia. Na UTI, no campo de
batalha, na reunião da diretoria, na cela da prisão, ou no berçário - qualquer que
seja a sua tempestade, Ele diz: "Eu Sou".
A construção desta passagem faz ecoar este ponto. A narração e formada por
dois atos, ou duas cenas, cada um com seis versículos. 0 primeiro, dos versículos
22 a 27, concentra-se na poderosa caminhada de Jesus. 0 segundo, dos versos
28 a 33, na caminhada de FÉ de Pedro.
No primeiro ato, Cristo vem sobre as ondas e declara as palavras gravadas em
cada coração sábio: "Tende bom animo, sou eu; não temais". Na segunda cena,
um discípulo desesperado da um passo de fé e - por um momento - faz aquilo
que Cristo faz. Ele caminha sobre as águas. Então, desvia seus olhos de Cristo e
faz o que fazemos. Ele cai.
Duas cenas. Cada uma com seis versículos. Cada conjunto de seja de
versículos contem noventa palavras gregas. E bem no meio das duas cenas, dos
dois grupos de versículos, das 180 palavras, esta declaração de duas palavras:
"Eu Sou".
Deus está. no meio das circunstancias! Mar Vermelho. Grandes pescarias. No
covil dos leões e nas fornalhas. Nos negócios falidos e na celas das prisões. No
deserto da Judéia, nos casamentos, nos funerais e nas tempestades da Galileia.
Olhe, e você descobrira 0 que todos, de Moises a Marta, descobriram. Deus, no
meio das nossas tempestades.
Isto inclui a sua.
Silecchia 0 viu, em meio aos escombros. Mateus 0 viu nas ondas.
E você? Olhe com atenção. Ele esta aí Bem no meio de tudo.
Pode estar tudo escuro... mais vc pode estar a um passo da promoção de Deus.
Então o que você tem, Paulo? Sem pertences. Sem família. Criticado por alguns.
Ridicularizado por outros. O que você tem, Paulo? O que você tem que importa?
Eu sentei silenciosamente e assisti. Paulo fecha sua mão em um punho. Ele olha
para o punho. Eu olho para o punho. O que ele está segurando? O que ele tem?
Ele estende sua mão e eu consigo ver. Enquanto eu me inclino para frente, ele abre
seus dedos. Eu fito sua palma. Está vazia.
Eu tenho minha fé. É tudo que tenho. Mas é tudo que preciso. Eu guardei a fé.
Isso é fé. Fé é confiar no que os olhos não conseguem ver.
Os olhos vêem o leão vagando. A fé vê o anjo de Daniel.
Os olhos vêem tempestades. A fé vê o arco-íris de Noé.
Os olhos vêem gigantes. A fé vê Canaã.
Os seus olhos vêem as suas falhas. Sua fé vê o seu Salvador.
Os seus olhos vêem a sua culpa. Sua fé vê o Seu sangue.
Os seus olhos vêem a sua sepultura. Sua fé vê uma cidade da qual o Construtor e
Criador é Deus.
Os seus olhos olham para o espelho e vêem um pecador, um fracassado, um
quebrador de promessas. Mas pela fé você olha para o espelho e vê um pródigo
recebendo o anel da graça em seu dedo e o beijo do seu Pai em seu rosto.
Martinho Lutero..
A oração de Paulo a favor dos efésios foi: "Para que Cristo habite, pela fé, no
vosso coração" (Ef3.17, enfase minha).
O que e o mistério do evangelho? "Cristo em vós, esperança da gloria (Cl
1.27,).
João foi muito claro: "E aquele que guarda os seus mandamentos nele está e
ele nele" (1 Jo 3.24,).
E 0 mais doce convite de Cristo? "Eis que estou a porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele,
comigo" (Ap 3.20,).
Deus em nos! será que somos capazes de ressoar a profundidade dessa
promessa?
Entretanto, quando "ajudamos" ou resistimos, deixamos escapar a grande graça
de Deus. Perdemos de vista a razão pela qual fomos colocados na terra - de
estarmos tão cheios da presença dEle, a ponto de poder mos dizer como Paulo:
"Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim"(GI 2.20).
Ter a minha voz, mas e Ele quem fala.
Os passos são meus, mas é Jesus quem guia. o coração é meu, mas é seu amor
que palpita em mim, através de mim.
Como e ter Cristo em nosso interior?
Usar a força dEle quando a minha termina. Sentir a força do fogo celeste,
apagando os desejos maus.
Será que Cristo poderia se tornar todo o meu ser?
Tanto dEle, tão pouco de mim,
a ponto de verem-no em meus olhos. Como seria isto?
Não mais eu, mas Cristo em mim.