Anda di halaman 1dari 37

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL I - dirigir-se ao local, providenciando para que Adolescente), o membro do Ministério Público ou o

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE não se alterem o estado e conservação das coisas, delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer
até a chegada dos peritos criminais; órgãos do poder público ou de empresas da
OUTUBRO DE 1941 II - apreender os objetos que tiverem relação iniciativa privada, dados e informações cadastrais da
LIVRO I com o fato, após liberados pelos peritos criminais; vítima ou de suspeitos.
DO PROCESSO EM GERAL III - colher todas as provas que servirem para o Parágrafo único. A requisição, que será
TÍTULO I esclarecimento do fato e suas circunstâncias; atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IV - ouvir o ofendido; conterá:
V - ouvir o indiciado, com observância, no que I - o nome da autoridade requisitante;
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, II - o número do inquérito policial; e
território brasileiro, por este Código, ressalvados: deste Livro, devendo o respectivo termo ser III - a identificação da unidade de polícia
I - os tratados, as convenções e regras de assinado por 2 (duas) testemunhas que lhe tenham judiciária responsável pela investigação.
direito internacional; ouvido a leitura; Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
II - as prerrogativas constitucionais do VI - proceder a reconhecimento de pessoas e repressão dos crimes relacionados ao tráfico de
Presidente da República, dos ministros de Estado, coisas e a acareações; pessoas, o membro do Ministério Público ou o
nos crimes conexos com os do Presidente da VII - determinar, se for caso, que se proceda a delegado de polícia poderão requisitar, mediante
República, e dos ministros do Supremo Tribunal exame de corpo de delito e a quaisquer outras autorização judicial, às empresas prestadoras de
Federal, nos crimes de responsabilidade perícias; serviço de telecomunicações e/ou telemática que
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo disponibilizem imediatamente os meios técnicos
III - os processos da competência da Justiça processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos adequados – como sinais, informações e outros –
Militar; autos sua folha de antecedentes; que permitam a localização da vítima ou dos
IV - os processos da competência do tribunal IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob suspeitos do delito em curso.
especial (Constituição, art. 122, no 17); o ponto de vista individual, familiar e social, sua § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa
V - os processos por crimes de imprensa. condição econômica, sua atitude e estado de ânimo posicionamento da estação de cobertura,
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer setorização e intensidade de radiofrequência.
Código aos processos referidos nos nos. IV e V, outros elementos que contribuírem para a § 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
quando as leis especiais que os regulam não apreciação do seu temperamento e caráter. I - não permitirá acesso ao conteúdo da
dispuserem de modo diverso. X - colher informações sobre a existência de comunicação de qualquer natureza, que dependerá
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde filhos, respectivas idades e se possuem alguma de autorização judicial, conforme disposto em lei;
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados deficiência e o nome e o contato de eventual II - deverá ser fornecido pela prestadora de
sob a vigência da lei anterior. responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela telefonia móvel celular por período não superior a
pessoa presa. 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
Art. 3º A lei processual penal admitirá Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a igual período;
interpretação extensiva e aplicação analógica, bem infração sido praticada de determinado modo, a III - para períodos superiores àquele de que
como o suplemento dos princípios gerais de direito. autoridade policial poderá proceder à reprodução trata o inciso II, será necessária a apresentação de
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a ordem judicial.
TÍTULO II moralidade ou a ordem pública. § 3º Na hipótese prevista neste artigo, o
DO INQUÉRITO POLICIAL Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será inquérito policial deverá ser instaurado no prazo
observado o disposto no Capítulo II do Título IX máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas deste Livro. registro da respectiva ocorrência policial.
autoridades policiais no território de suas Art. 9º Todas as peças do inquérito policial § 4º Não havendo manifestação judicial no
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração serão, num só processado, reduzidas a escrito ou prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente
das infrações penais e da sua autoria. datilografadas e, neste caso, rubricadas pela requisitará às empresas prestadoras de serviço de
Parágrafo único. A competência definida neste autoridade. telecomunicações e/ou telemática que
artigo não excluirá a de autoridades administrativas,
disponibilizem imediatamente os meios técnicos
a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo
adequados – como sinais, informações e outros –
de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito que permitam a localização da vítima ou dos
flagrante, ou estiver preso preventivamente,
policial será iniciado: suspeitos do delito em curso, com imediata
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
I - de ofício; comunicação ao juiz.
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
II - mediante requisição da autoridade judiciária Art. 14. O ofendido, ou seu representante
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou
ou do Ministério Público, ou a requerimento do legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
sem ela.
ofendido ou de quem tiver qualidade para diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
representá-lo. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do autoridade.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
conterá sempre que possível: competente. nomeado curador pela autoridade policial.
a) a narração do fato, com todas as § 2º No relatório poderá a autoridade indicar Art. 16. O Ministério Público não poderá
circunstâncias; testemunhas que não tiverem sido inquiridas, requerer a devolução do inquérito à autoridade
b) a individualização do indiciado ou seus sinais mencionando o lugar onde possam ser encontradas. policial, senão para novas diligências,
característicos e as razões de convicção ou de § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
presunção de ser ele o autor da infração, ou os indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer
motivos de impossibilidade de o fazer; ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores Art. 17. A autoridade policial não poderá
c) a nomeação das testemunhas, com indicação diligências, que serão realizadas no prazo marcado mandar arquivar autos de inquérito.
de sua profissão e residência. pelo juiz.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe os objetos que interessarem à prova, acompanharão base para a denúncia, a autoridade policial poderá
de Polícia. os autos do inquérito. proceder a novas pesquisas, se de outras provas
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver Art. 12. O inquérito policial acompanhará a tiver notícia.
conhecimento da existência de infração penal em denúncia ou queixa, sempre que servir de base a Arquivamento do Inquérito Policial - Em regra, faz
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por uma ou outra. coisa julgada formal. Pode ser desarquivado e
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: rediscutir o assunto, desde que surjam novas provas
verificada a procedência das informações, mandará I - fornecer às autoridades judiciárias as (requisito obrigatório).
instaurar inquérito. informações necessárias à instrução e julgamento
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação dos processos; Arquivamento do Inquérito Policial - Em exceção, faz
pública depender de representação, não poderá sem II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz coisa julgada material, de forma que não poderá ser
ela ser iniciado. ou pelo Ministério Público; desarquivado, nem que surjam novas provas, e não
III - cumprir os mandados de prisão expedidos poderá ser ofertada denúncia pelo mesmo fato, seja
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade pelas autoridades judiciárias; na mesma ou em outra relação processual.
policial somente poderá proceder a inquérito a IV - representar acerca da prisão preventiva.
requerimento de quem tenha qualidade para Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. Para o Cespe, endoprocessual = coisa julgada
intentá-la. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 formal; extraprocessual = coisa julgada material.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 Motivo do É possível desarquivar?
da infração penal, a autoridade policial deverá:
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do arquivamento
Insuficiência de provas SIM Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a
Ausência de pressuposto SIM promovida por denúncia do Ministério Público, mas requerimento da parte que comprovar a sua
processual ou de condição pobreza, nomeará advogado para promover a ação
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
da ação penal
Ministro da Justiça, ou de representação do penal.
Falta de justa causa para a SIM
ação penal (não há indícios ofendido ou de quem tiver qualidade para. § 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não
de autoria ou prova da puder prover às despesas do processo, sem privar-se
materialidade) 574 STF. Os direitos de queixa e de representação dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou
Atipicidade (fato narrado NÃO podem ser exercidos, independentemente, pelo da família.
não é crime) ofendido ou por seu representante legal. § 2º Será prova suficiente de pobreza o
Existência manifesta de STJ: NÃO atestado da autoridade policial em cuja circunscrição
causa excludente de STF: SIM 714 STF. É concorrente a legitimidade do ofendido,
residir o ofendido.
ilicitude mediante queixa, e do Ministério Público,
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18
Existência manifesta de NÃO condicionada à representação do ofendido, para a
causa de excludente de (posição doutrinária) (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou
ação penal por crime contra a honra do servidor
culpabilidade (situação retardado mental, e não tiver representante legal,
público em razão do exercício de suas funções.
ainda não apreciada pelo ou colidirem os interesses deste com os daquele, o
STF) § 1º No caso de morte do ofendido ou quando direito de queixa poderá ser exercido por curador
Existência manifesta de NÃO especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do
declarado ausente por decisão judicial, o direito de
causa extintiva de Exceção: certidão de óbito
representação passará ao cônjuge, ascendente, Ministério Público, pelo juiz competente para o
punibilidade falsa
descendente ou irmão. processo penal.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em
pública, os autos do inquérito serão remetidos ao um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa
detrimento do patrimônio ou interesse da União,
juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do poderá ser exercido por ele ou por seu
Estado e Município, a ação penal será pública.
ofendido ou de seu representante legal, ou serão representante legal. (Artigo revogado tacitamente.)
entregues ao requerente, se o pedir, mediante Art. 25. A representação será irretratável,
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de
traslado. depois de oferecida a denúncia.
27.11.1997)
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o Na Lei Maria da Penha (11.340/2006), a Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo representação é irretratável depois de recebida a com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e,
interesse da sociedade. denúncia, por força do art. 16. em seguida, o parente mais próximo na ordem de
Parágrafo único. Nos atestados de
enumeração constante do art. 31, podendo,
antecedentes que lhe forem solicitados, a Prevalece na doutrina o entendimento de que, ainda
entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer que tenha ocorrido a retratação do direito de
o querelante desista da instância ou a abandone.
anotações referentes a instauração de inquérito representação, o ofendido poderá oferecer nova
representação, desde que respeitado o prazo Art. 37. As fundações, associações ou
contra os requerentes.
decadencial. sociedades legalmente constituídas poderão exercer
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
dependerá sempre de despacho nos autos e a ação penal, devendo ser representadas por quem
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será os respectivos contratos ou estatutos designarem
somente será permitida quando o interesse da
iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
meio de portaria expedida pela autoridade judiciária sócios-gerentes.
(Não foi recepcionado.)
ou policial. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá ofendido, ou seu representante legal, decairá no
excederá de três dias, será decretada por despacho
provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos direito de queixa ou de representação, se não o
fundamentado do Juiz, a requerimento da
autoridade policial, ou do órgão do Ministério em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o escrito, informações sobre o fato e a autoria e do dia em que vier a saber quem é o autor do crime,
indicando o tempo, o lugar e os elementos de ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da
convicção. prazo para o oferecimento da denúncia.
Ordem dos Advogados do Brasil.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do
que houver mais de uma circunscrição policial, a invés de apresentar a denúncia, requerer o direito de queixa ou representação, dentro do
autoridade com exercício em uma delas poderá, nos arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar peças de informação, o juiz, no caso de considerar único, e 31.
diligências em circunscrição de outra, improcedentes as razões invocadas, fará remessa do Art. 39. O direito de representação poderá ser
independentemente de precatórias ou requisições, e inquérito ou peças de informação ao procurador- exercido, pessoalmente ou por procurador com
bem assim providenciará, até que compareça a geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro poderes especiais, mediante declaração, escrita ou
autoridade competente, sobre qualquer fato que órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só à autoridade policial.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do então estará o juiz obrigado a atender. § 1º A representação feita oralmente ou por
inquérito ao juiz competente, a autoridade policial escrito, sem assinatura devidamente autenticada do
oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou 524 STF. Arquivado o inquérito policial, por
ofendido, de seu representante legal ou procurador,
repartição congênere, mencionando o juízo a que despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
policial, presente o órgão do Ministério Público,
infração penal e à pessoa do indiciado. novas provas.
quando a este houver sido dirigida.
Não é necessária a intimação prévia da defesa 696 STF. Reunindo os pressupostos legais § 2º A representação conterá todas as
técnica do investigado para a tomada de permissivos da suspensão condicional do processo, informações que possam servir à apuração do fato e
depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, da autoria.
haverá nulidade dos atos processuais caso essa o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao § 3º Oferecida ou reduzida a termo a
intimação não ocorra. O inquérito policial é um Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 representação, a autoridade policial procederá a
procedimento informativo, de natureza inquisitorial, do Código de Processo Penal. inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à
destinado precipuamente à formação da opinio autoridade que o for.
delicti do órgão acusatório. Logo, no inquérito há Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes § 4º A representação, quando feita ao juiz ou
uma regular mitigação das garantias do contraditório de ação pública, se esta não for intentada no prazo perante este reduzida a termo, será remetida à
e da ampla defesa. Esse entendimento justifica-se legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, autoridade policial para que esta proceda a
porque os elementos de informação colhidos no repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir inquérito.
inquérito não se prestam, por si sós, a fundamentar em todos os termos do processo, fornecer § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o
uma condenação criminal. A Lei nº 13.245/2016 elementos de prova, interpor recurso e, a todo inquérito, se com a representação forem oferecidos
implicou um reforço das prerrogativas da defesa tempo, no caso de negligência do querelante, elementos que o habilitem a promover a ação penal,
técnica, sem, contudo, conferir ao advogado o retomar a ação como parte principal. e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15
direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha (quinze) dias.
do calendário de inquirições a ser definido pela qualidade para representá-lo caberá intentar a ação
autoridade policial. STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. privada. Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info Art. 31. No caso de morte do ofendido ou conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
933). quando declarado ausente por decisão judicial, o existência de crime de ação pública, remeterão ao
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação Ministério Público as cópias e os documentos
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou necessários ao oferecimento da denúncia.
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL irmão. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a
exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, Art. 66. Não obstante a sentença absolutória
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta
classificação do crime e, quando necessário, o rol disposto no art. 52. (Artigo tacitamente revogado.) quando não tiver sido, categoricamente,
das testemunhas. Art. 55. O perdão poderá ser aceito por reconhecida a inexistência material do fato.
procurador com poderes especiais. Art. 67. Não impedirão igualmente a
Art. 42. O Ministério Público não poderá propositura da ação civil:
desistir da ação penal. Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
expresso o disposto no art. 50. I - o despacho de arquivamento do inquérito ou
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). das peças de informação;
Art. 44. A queixa poderá ser dada por Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
procurador com poderes especiais, devendo constar admitirão todos os meios de prova.
III - a sentença absolutória que decidir que o
do instrumento do mandato o nome do querelante e Art. 58. Concedido o perdão, mediante fato imputado não constitui crime.
a menção do fato criminoso, salvo quando tais declaração expressa nos autos, o querelado será Art. 68. Quando o titular do direito à reparação
esclarecimentos dependerem de diligências que intimado a dizer, dentro de 3 (três) dias, se o aceita, do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da
devem ser previamente requeridas no juízo criminal. devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art.
(Em vez de “querelante”, leia-se “querelado”.) o seu silêncio importará aceitação. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará Ministério Público.
for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo extinta a punibilidade. O STF, contudo, entendeu que, a partir da
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos Art. 59. A aceitação do perdão fora do Constituição Federal de 1988, esta legitimidade não
os termos subsequentes do processo. processo constará de declaração assinada pelo mais pertence ao Ministério Público (e sim à
Desde que não proceda à inclusão de coautor ou querelado, por seu representante legal ou Defensoria Pública). Isso porque o constituinte
partícipe. procurador com poderes especiais. conferiu à Defensoria (e não ao MP) a competência
Art. 60. Nos casos em que somente se procede para promover a assistência jurídica dos
Art. 46. O prazo para oferecimento da necessitados (art. 134 da CF/88). Havia, no entanto,
mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, um problema de ordem prática: quando o STF
penal:
contado da data em que o órgão do Ministério proferiu esta decisão, a Defensoria Pública ainda não
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
Público receber os autos do inquérito policial, e de estava totalmente instalada nas diversas cidades do
promover o andamento do processo durante 30
15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No país (como ainda hoje, infelizmente, não está). Logo,
(trinta) dias seguidos;
último caso, se houver devolução do inquérito à seria prejudicial às vítimas se o STF simplesmente
II - quando, falecendo o querelante, ou
autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da proibisse o MP de propor a ação civil ex delicto já
sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em
data em que o órgão do Ministério Público receber que, na maioria dos lugares não havia Defensoria e o
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo
novamente os autos. ofendido ficaria desassistido. Por conta disso, o STF
de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o adotou a seguinte solução: ele declarou que o art. 68
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
inquérito policial, o prazo para o oferecimento da do CPP estava em processo de inconstitucionalidade
III - quando o querelante deixar de comparecer,
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido progressiva e que deveria continuar válido até que a
sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
as peças de informações ou a representação. Defensoria Pública estivesse totalmente instalada.
que deva estar presente, ou deixar de formular o
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será Assim, nos locais onde há Defensoria Pública, o MP
pedido de condenação nas alegações finais;
de 3 dias, contado da data em que o órgão do não pode ajuizar as ações de que trata o art. 68. Por
IV - quando, sendo o querelante pessoa
Ministério Público receber os autos, e, se este não se outro lado, onde não existir a Defensoria, o Parquet
jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não continua tendo, ainda, legitimidade.
tem o que aditar, prosseguindo-se nos Impossível reconhecer a extinção da punibilidade
demais termos do processo. pela perempção em ação penal privada subsidiária O reconhecimento da ilegitimidade ativa do
Art. 47. Se o Ministério Público julgar de ação penal pública. (RHC 26.530/SC, Rel. Ministra Ministério Público para, na qualidade de substituto
necessários maiores esclarecimentos e documentos Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 21/11/2011) processual de menores carentes, propor ação civil
complementares ou novos elementos de convicção, pública ex delicto, sem a anterior intimação da
deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz,
se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará- Defensoria Pública para tomar ciência da ação e,
autoridades ou funcionários que devam ou possam sendo o caso, assumir o polo ativo da demanda,
fornecê-los. lo de ofício.
configura violação ao art. 68 do CPP. Antes de o
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores Parágrafo único. No caso de requerimento do
magistrado reconhecer a ilegitimidade ativa do
do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
Ministério Público para propor ação civil ex delicto, é
Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte
indispensável que a Defensoria Pública seja intimada
contrária e, se o julgar conveniente, concederá o
para tomar ciência da demanda e, sendo o caso,
O princípio da indivisibilidade não se aplica à ação prazo de 5 (cinco) dias para a prova, proferindo a
assumir o polo ativo da ação. STJ. 4ª Turma. REsp
penal pública, podendo o Ministério Público, como decisão dentro de 5 (cinco) dias ou reservando-se
888.081-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
dominus litis, aditar a denúncia, até a sentença final, para apreciar a matéria na sentença final.
15/9/2016 (Info 592)
para inclusão de novos réus, ou ainda oferecer nova Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz
denúncia, a qualquer tempo. (AgRg no AREsp somente à vista da certidão de óbito, e depois de
1019674/BA, DJe 10/02/2017) ouvido o Ministério Público, declarará extinta a TÍTULO V
punibilidade. DA COMPETÊNCIA
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de
queixa, em relação a um dos autores do crime, a Art. 69. Determinará a competência
TÍTULO IV
todos se estenderá. jurisdicional:
DA AÇÃO CIVIL
Art. 50. A renúncia expressa constará de I - o lugar da infração:
declaração assinada pelo ofendido, por seu Art. 63. Transitada em julgado a sentença II - o domicílio ou residência do réu;
representante legal ou procurador com poderes condenatória, poderão promover-lhe a execução, no III - a natureza da infração;
especiais. juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o IV - a distribuição;
Parágrafo único. A renúncia do representante ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. V - a conexão ou continência;
legal do menor que houver completado 18 (dezoito) Parágrafo único. Transitada em julgado a VI - a prevenção;
anos não privará este do direito de queixa, nem a sentença condenatória, a execução poderá ser VII - a prerrogativa de função.
renúncia do último excluirá o direito do primeiro. efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV Compete à Justiça Federal processar e julgar os
(Artigo tacitamente revogado.) do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da crimes de violação de direito autoral e contra a lei de
Art. 51. O perdão concedido a um dos liquidação para a apuração do dano efetivamente software decorrentes do compartilhamento ilícito de
querelados aproveitará a todos, sem que produza, sofrido. sinal de TV por assinatura, via satélite ou cabo, por
todavia, efeito em relação ao que o recusar. Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo meio de serviços de card sharing. STJ. 3ª Seção. CC
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá 150.629-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime 22/02/2018 (Info 620).
exercido por ele ou por seu representante legal, mas e, se for caso, contra o responsável civil.
o perdão concedido por um, havendo oposição do Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz CAPÍTULO I
outro, não produzirá efeito. (Artigo tacitamente da ação civil poderá suspender o curso desta, até o DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
revogado.) julgamento definitivo daquela.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença
Art. 70. A competência será, de regra,
enfermo ou retardado mental e não tiver penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
determinada pelo lugar em que se consumar a
representante legal, ou colidirem os interesses deste estado de necessidade, em legítima defesa, em
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que
com os do querelado, a aceitação do perdão caberá estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
for praticado o último ato de execução.
ao curador que o juiz lhe nomear. regular de direito.
§ 1º Se, iniciada a execução no território I - no concurso entre a competência do júri e a
nacional, a infração se consumar fora dele, a CAPÍTULO III de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a
competência será determinada pelo lugar em que DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO competência do júri;
tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de II - no concurso de jurisdições da mesma
execução. Art. 74. A competência pela natureza da categoria:
§ 2º Quando o último ato de execução for infração será regulada pelas leis de organização a) preponderará a do lugar da infração, à qual
praticado fora do território nacional, será judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal for cominada a pena mais grave;
competente o juiz do lugar em que o crime, embora do Júri. b) prevalecerá a do lugar em que houver
parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento ocorrido o maior número de infrações, se as
resultado. dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, respectivas penas forem de igual gravidade;
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código c) firmar-se-á a competência pela prevenção,
duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a Penal, consumados ou tentados. nos outros casos;
jurisdição por ter sido a infração consumada ou § 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, III - no concurso de jurisdições de diversas
tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a houver desclassificação para infração da categorias, predominará a de maior graduação;
competência firmar-se-á pela prevenção. competência de outro, a este será remetido o IV - no concurso entre a jurisdição comum e a
processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do especial, prevalecerá esta.
Nos termos do art. 70 do CPP, a competência é, em
primeiro, que, em tal caso, terá sua competência
regra, determinada pelo lugar em que se consuma a STJ 90. Compete à justiça estadual militar processar
prorrogada.
infração penal ou, no caso de tentativa, pelo lugar e julgar o policial militar pela prática de crime
em que for praticado o último ato de execução. O § 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a
militar, e a comum pela prática do crime comum
delito de estelionato consuma-se no local em que infração para outra atribuída à competência de juiz
simultâneo àquele.
ocorre o efetivo prejuízo à vítima, ou seja, na singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas,
localidade da agência onde a vítima possuía a conta se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal STJ 122. Compete à justiça federal o processo e
bancária. Assim, a competência para o processo e do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença julgamento unificado dos crimes conexos de
julgamento do estelionato deve ser o local em que a (art. 492, § 2o). competência federal e estadual, não se aplicando a
vítima mantém a conta bancária. Ex.: João, famoso regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.
Art. 492, § 2º: Em caso de desclassificação, o crime
estelionatário que mora em Belo Horizonte (MG), conexo que não seja doloso contra a vida será STF 704. Não viola as garantias do juiz natural, da
ligou para a casa de Maria, uma senhora que reside julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, ampla defesa e do devido processo legal a atração
em Campo Grande (MS). Na conversa, João afirmou aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1º por continência ou conexão do processo do corréu
que trabalhava no Governo e que Maria tinha direito deste artigo. ao foro por prerrogativa de função de um dos
de receber de volta R$ 10 mil de impostos pagos a
denunciados.
mais. Para isso, no entanto, ela precisaria apenas 45 SV. A competência constitucional do Tribunal do
depositar previamente R$ 1 mil a título de Júri prevalece sobre o foro de prerrogativa de função A homologação de acordo de colaboração premiada
honorários advocatícios em uma conta bancária cujo estabelecido exclusivamente pela constituição por juiz de 1º grau de jurisdição, que mencione
número ele forneceu. Maria, toda contente, estadual. autoridade com prerrogativa de foro no STJ, não
depositou o valor na conta bancária, pertencente a traduz em usurpação de competência deste Tribunal
João, que no dia seguinte, foi até a sua agência, em 603 STF. A competência para o processo e
Superior. Ocorrendo a descoberta fortuita de
Belo Horizonte (MG) e sacou a quantia. João julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do
indícios do envolvimento de pessoa com
praticou o crime de estelionato (art. 171 do CP). A Tribunal do Júri.
prerrogativa de foro, os autos devem ser
competência para processar e julgar o crime será da 706 STF. É relativa a nulidade decorrente da encaminhados imediatamente ao foro prevalente,
vara criminal de Campo Grande (lugar onde ocorreu inobservância da competência penal por prevenção. definido segundo o art. 78, III, do CPP, o qual é o
o dano efetivo). STJ. 3ª Seção. CC 147.811/CE, Rel. único competente para resolver sobre a existência
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/09/2016. STJ. 3ª de conexão ou continência e acerca da conveniência
CAPÍTULO IV
Seção. AgRg no CC 146.524/SC, Rel. Min. Jorge do desmembramento do processo. STJ. Corte
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
Mussi, julgado em 22/03/2017. Especial. Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 20/09/2017 (Info 612).
244 STJ. Compete ao foro do local da recusa Art. 75. A precedência da distribuição fixará a
processar e julgar o crime de estelionato mediante competência quando, na mesma circunscrição Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais
cheque sem provisão de fundos judiciária, houver mais de um juiz igualmente e os comuns que lhes forem conexos. Cabe à Justiça
competente. Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou Parágrafo único. A distribuição realizada para o conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e,
permanente, praticada em território de duas ou efeito da concessão de fiança ou da decretação de em não havendo, remeter os casos à Justiça
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF,
prevenção. à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019
151 STJ. A competência para o processo e (Info 933).
julgamento por crime de contrabando ou CAPÍTULO V
Art. 79. A conexão e a continência importarão
descaminho define-se pela prevenção do juízo DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU
unidade de processo e julgamento, salvo:
federal do lugar da apreensão dos bens. CONTINÊNCIA
I - no concurso entre a jurisdição comum e a
528 STJ. Compete ao juiz federal do local da militar;
Art. 76. A competência será determinada pela
apreensão da droga remetida do exterior pela via II - no concurso entre a jurisdição comum e a do
conexão: juízo de menores.
postal processar e julgar o crime de tráfico I - se, ocorrendo duas ou mais infrações,
internacional. § 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do
houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por
processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o
522 STF. Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em
caso previsto no art. 152. (Sobrevier doença mental.)
quando, então, a competência será da justiça concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por
§ 2º A unidade do processo não importará a do
federal, compete à justiça dos estados o processo e várias pessoas, umas contra as outras;
julgamento, se houver corréu foragido que não
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. II - se, no mesmo caso, houverem sido umas
possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
art. 461. (Atualmente 469, § 1o.)
CAPÍTULO II conseguir impunidade ou vantagem em relação a
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA qualquer delas; Art. 469, § 1º: A separação dos julgamentos somente
DO RÉU III - quando a prova de uma infração ou de ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o
qualquer de suas circunstâncias elementares influir mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho
na prova de outra infração. de Sentença.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da
infração, a competência regular-se-á pelo domicílio Art. 77. A competência será determinada pela Art. 80. Será facultativa a separação dos
ou residência do réu. continência quando: processos quando as infrações tiverem sido
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar
competência firmar-se-á pela prevenção. mesma infração; diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for II - no caso de infração cometida nas condições acusados e para não lhes prolongar a prisão
ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz
que primeiro tomar conhecimento do fato. do Código Penal. (concurso formal) (Atualmente nos reputar conveniente a separação.
arts. 70, 73 e 74.) Art. 81. Verificada a reunião dos processos por
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o
querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da conexão ou continência, ainda que no processo da
Art. 78. Na determinação da competência por
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
conexão ou continência, serão observadas as
da infração. proferir sentença absolutória ou que desclassifique a
seguintes regras:
infração para outra que não se inclua na sua respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de TÍTULO VI
competência, continuará competente em relação instância inferior e órgãos do Ministério Público. DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
aos demais processos. CAPÍTULO I
À semelhança do art. 86, o art. 87 também não foi
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
recepcionado pela Constituição.
júri a competência por conexão ou continência, o
juiz, se vier a desclassificar a infração ou A competência originária por prerrogativa de função Art. 92. Se a decisão sobre a existência da
impronunciar ou absolver o acusado, de maneira dos titulares de mandatos eletivos firma-se a partir infração depender da solução de controvérsia, que o
que exclua a competência do júri, remeterá o da diplomação. Constatada a incompetência juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das
processo ao juízo competente. absoluta, os autos devem ser remetidos ao Juízo pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou competente. O juízo competente poderá ratificar ou que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por
continência, forem instaurados processos diferentes, não os atos já praticados, inclusive os decisórios não sentença passada em julgado, sem prejuízo,
a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar referentes ao mérito da causa. Quinta Turma. HC entretanto, da inquirição das testemunhas e de
os processos que corram perante os outros juízes, 233.832-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em outras provas de natureza urgente.
salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste 4/9/2012. (Info 503) Parágrafo único. Se for o crime de ação pública,
caso, a unidade dos processos só se dará, o Ministério Público, quando necessário, promoverá
STJ 164. O prefeito municipal, após a extinção do a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada,
ulteriormente, para o efeito de soma ou de
mandato, continua sujeito a processo por crime com a citação dos interessados.
unificação das penas.
previsto no art. 1º do Dec. Lei nº 200, de 27/02/67. Art. 93. Se o reconhecimento da existência da
CAPÍTULO VI STJ 208. Compete à Justiça Federal processar e julgar infração penal depender de decisão sobre questão
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO prefeito municipal por desvio de verba sujeita à diversa da prevista no artigo anterior, da
prestação de contas perante órgão federal. competência do juízo cível, e se neste houver sido
proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá,
Art. 83. Verificar-se-á a competência por
STJ 209. Compete à Justiça Estadual processar e desde que essa questão seja de difícil solução e não
prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais
julgar prefeito por desvio de verba transferida e verse sobre direito cuja prova a lei civil limite,
juízes igualmente competentes ou com jurisdição
incorporada ao patrimônio municipal. suspender o curso do processo, após a inquirição das
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na
testemunhas e realização das outras provas de
prática de algum ato do processo ou de medida a STJ 546. A competência para processar e julgar o natureza urgente.
este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da crime de uso de documento falso é firmada em § 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora
78, II, c). o documento público, não importando a qualificação não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que
do órgão expedidor. o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal
CAPÍTULO VII fará prosseguir o processo, retomando sua
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE CAPÍTULO VIII competência para resolver, de fato e de direito, toda
FUNÇÃO DISPOSIÇÕES ESPECIAIS a matéria da acusação ou da defesa.
§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não
Art. 84. A competência pela prerrogativa de Art. 88. No processo por crimes praticados fora caberá recurso.
função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior do território brasileiro, será competente o juízo da
§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais Capital do Estado onde houver por último residido o
crime de ação pública, incumbirá ao Ministério
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será
Público intervir imediatamente na causa cível, para o
Federal, relativamente às pessoas que devam competente o juízo da Capital da República.
fim de promover-lhe o rápido andamento.
responder perante eles por crimes comuns e de Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro
responsabilidade. Art. 94. A suspensão do curso da ação penal,
no exterior e cuja extradição tenha sido negada? nos casos dos artigos anteriores, será decretada pelo
§ 1º (Vide ADIN nº 2797) • STF: Justiça Estadual juiz, de ofício ou a requerimento das partes.
§ 2º (Vide ADIN nº 2797) • STJ: Justiça Federal
Art. 85. Nos processos por crime contra a
CAPÍTULO II
honra, em que forem querelantes as pessoas que a O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no
DAS EXCEÇÕES
Constituição sujeita à jurisdição do Supremo exterior, por si só, não atrai a competência da Justiça
Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele Federal. Assim, em regra, compete à Justiça Estadual
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e I - suspeição;
admitida a exceção da verdade. que lá não foi julgado em razão de o agente ter
II - incompetência de juízo;
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a
III - litispendência;
competirá, privativamente, processar e julgar: extradição para o Estado estrangeiro. Somente será
IV - ilegitimidade de parte;
I - os seus ministros, nos crimes comuns; de competência da Justiça Federal caso se enquadre
V - coisa julgada.
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes em alguma das hipóteses do art. 109 da CF/88. STF.
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a
conexos com os do Presidente da República; 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco
qualquer outra, salvo quando fundada em motivo
III - o procurador-geral da República, os Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936).
superveniente.
desembargadores dos Tribunais de Apelação, os
ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e Compete à Justiça Federal o processamento e o Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar
ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de julgamento da ação penal que versa sobre crime suspeição deverá fazê-lo por escrito, declarando o
responsabilidade. praticado no exterior que tenha sido transferida motivo legal, e remeterá imediatamente o processo
para a jurisdição brasileira, por negativa de ao seu substituto, intimadas as partes.
Atualmente a competência do Supremo Tribunal
extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min.
Federal para processar e julgar os crimes comuns (e Art. 98. Quando qualquer das partes pretender
Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625).
de responsabilidade) está prevista na Constituição, recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada
em seu art. 102. O STF possui competência para Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer por ela própria ou por procurador com poderes
julgar as seguintes autoridades: embarcação nas águas territoriais da República, ou especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de
- Presidente da República e vice-presidente; nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de prova documental ou do rol de testemunhas.
- Ministros de Estado (no que se deve incluir os embarcações nacionais, em alto-mar, serão
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz
cargos com status de ministro, como advogado-geral processados e julgados pela justiça do primeiro
sustará a marcha do processo, mandará juntar aos
da União, presidente do Banco Central, controlador- porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o
autos a petição do recusante com os documentos
geral da União e o Chefe da Casa Civil); crime, ou, quando se afastar do País, pela do último
que a instruam, e por despacho se declarará
- Deputados federais e senadores; em que houver tocado.
suspeito, ordenando a remessa dos autos ao
- Membros do STF; Art. 90. Os crimes praticados a bordo de substituto.
- Membros dos tribunais superiores (STJ, TST, TSE e aeronave nacional, dentro do espaço aéreo Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz
STM); correspondente ao território brasileiro, ou ao alto- mandará autuar em apartado a petição, dará sua
- Procurador-geral da República; mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do resposta dentro em 3 (três) dias, podendo instruí-la
- Comandantes das Forças Armadas; espaço aéreo correspondente ao território nacional, e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará
- Membros do TCU; serão processados e julgados pela justiça da comarca sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24
- Chefes de missão diplomática de caráter em cujo território se verificar o pouso após o crime, (vinte e quatro) horas, ao juiz ou tribunal a quem
permanente. ou pela da comarca de onde houver partido a competir o julgamento.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos aeronave. § 1º Reconhecida, preliminarmente, a
Tribunais de Apelação o julgamento dos Art. 91. Quando incerta e não se determinar de relevância da arguição, o juiz ou tribunal, com
governadores ou interventores nos Estados ou acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e citação das partes, marcará dia e hora para a
Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus 90, a competência se firmará pela prevenção.
inquirição das testemunhas, seguindo-se o CAPÍTULO III constitua proveito auferido pelo agente com a
julgamento, independentemente de mais alegações. DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS prática do fato criminoso.”
§ 2º Se a suspeição for de manifesta
improcedência, o juiz ou relator a rejeitará Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá
liminarmente. os serventuários ou funcionários de justiça e os ser ordenada pela autoridade policial ou juiz,
peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no mediante termo nos autos, desde que não exista
Art. 101. Julgada procedente a suspeição,
processo, quando houver incompatibilidade ou dúvida quanto ao direito do reclamante.
ficarão nulos os atos do processo principal, pagando
impedimento legal, que declararão nos autos. Se não § 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de
o juiz as custas, no caso de erro inescusável;
se der a abstenção, a incompatibilidade ou restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se
rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a
impedimento poderá ser arguido pelas partes, ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova.
este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois
seguindo-se o processo estabelecido para a exceção Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o
contos de réis.
de suspeição. incidente.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer
§ 2º O incidente autuar-se-á também em
a procedência da arguição, poderá ser sustado, a seu
CAPÍTULO IV apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as
requerimento, o processo principal, até que se
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO coisas forem apreendidas em poder de terceiro de
julgue o incidente da suspeição.
boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos
Art. 113. As questões atinentes à competência direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante,
Tribunais de Apelação, o juiz que se julgar suspeito
resolver-se-ão não só pela exceção própria, como tendo um e outro 2 (dois) dias para arrazoar.
deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o
feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, também pelo conflito positivo ou negativo de § 3º Sobre o pedido de restituição será sempre
se for relator, apresentar os autos em mesa para jurisdição. ouvido o Ministério Público.
nova distribuição. Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias § 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o
houver de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo se considerarem competentes, ou incompetentes,
para conhecer do mesmo fato criminoso; juízo cível, ordenando o depósito das coisas em
verbalmente, na sessão de julgamento, registrando- mãos de depositário ou do próprio terceiro que as
se na ata a declaração. II - quando entre elas surgir controvérsia sobre
unidade de juízo, junção ou separação de processos. detinha, se for pessoa idônea.
§ 2º Se o presidente do tribunal se der por
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: § 5º Tratando-se de coisas facilmente
suspeito, competirá ao seu substituto designar dia
I - pela parte interessada; deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão
para o julgamento e presidi-lo.
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a público, depositando-se o dinheiro apurado, ou
§ 3º Observar-se-á, quanto à arguição de
qualquer dos juízos em dissídio; entregues ao terceiro que as detinha, se este for
suspeição pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101,
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.
no que lhe for aplicável, atendido, se o juiz a
causa. Art. 121. No caso de apreensão de coisa
reconhecer, o que estabelece este artigo.
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de adquirida com os proventos da infração, aplica-se o
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será
representação, e a parte interessada, sob a de disposto no art. 133 e seu parágrafo.
julgada pelo tribunal pleno, funcionando como
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts.
relator o presidente.
do conflito, perante o tribunal competente, expondo 120 e 133, decorrido o prazo de 90 (noventa) dias,
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal,
os fundamentos e juntando os documentos após transitar em julgado a sentença condenatória,
o relator será o vice-presidente.
comprobatórios. o juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e
do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em
tribunais poderão suscitá-lo nos próprios autos do
decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a leilão público.
processo.
produção de provas no prazo de 3 (três) dias. Parágrafo único. Do dinheiro apurado será
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for
Art. 105. As partes poderão também arguir de positivo, o relator poderá determinar recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao
suspeitos os peritos, os intérpretes e os imediatamente que se suspenda o andamento do lesado ou a terceiro de boa-fé.
serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o processo. Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos
juiz de plano e sem recurso, à vista da matéria § 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o anteriores, se dentro no prazo de 90 (noventa) dias,
alegada e prova imediata. relator requisitará informações às autoridades em a contar da data em que transitar em julgado a
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento ou sentença final, condenatória ou absolutória, os
arguida oralmente, decidindo de plano do representação. objetos apreendidos não forem reclamados ou não
presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, § 4º As informações serão prestadas no prazo pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão,
negada pelo recusado, não for imediatamente marcado pelo relator. depositando-se o saldo à disposição do juízo de
comprovada, o que tudo constará da ata. § 5º Recebidas as informações, e depois de ausentes.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às ouvido o procurador-geral, o conflito será decidido Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda
autoridades policiais nos atos do inquérito, mas na primeira sessão, salvo se a instrução do feito em favor da União for decretada, e as coisas
deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer depender de diligência. confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100
motivo legal. § 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias do Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo serão remetidas, para a sua execução, às museu criminal, se houver interesse na sua
poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no autoridades contra as quais tiver sido levantado o conservação.
prazo de defesa. conflito ou que o houverem suscitado.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, CAPÍTULO VI
declinatória, o feito será remetido ao juízo mediante avocatória, restabelecerá a sua jurisdição, DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
competente, onde, ratificados os atos anteriores, o sempre que exercida por qualquer dos juízes ou
processo prosseguirá. tribunais inferiores. Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis,
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz adquiridos pelo indiciado com os proventos da
continuará no feito, fazendo tomar por termo a CAPÍTULO V infração, ainda que já tenham sido transferidos a
declinatória, se formulada verbalmente. DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS terceiro.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o Art. 126. Para a decretação do sequestro,
juiz reconhecer motivo que o torne incompetente, Art. 118. Antes de transitar em julgado a bastará a existência de indícios veementes da
declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da sentença final, as coisas apreendidas não poderão proveniência ilícita dos bens.
parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior. ser restituídas enquanto interessarem ao processo. Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do
Art. 110. Nas exceções de litispendência, Ministério Público ou do ofendido, ou mediante
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74
ilegitimidade de parte e coisa julgada, será representação da autoridade policial, poderá
e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas,
observado, no que lhes for aplicável, o disposto ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo
mesmo depois de transitar em julgado a sentença
sobre a exceção de incompetência do juízo. ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará
de boa-fé.
dessas exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou a sua inscrição no Registro de Imóveis.
articulado. Os arts. mencionados hoje correspondem ao art. 91, Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado
§ 2º A exceção de coisa julgada somente inciso II, do Código Penal, que dispõe: “São efeitos e admitirá embargos de terceiro.
poderá ser oposta em relação ao fato principal, que da condenação: (...) II - a perda em favor da União, Art. 130. O sequestro poderá ainda ser
tiver sido objeto da sentença. ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa- embargado:
fé: a) dos instrumentos do crime, desde que I - pelo acusado, sob o fundamento de não
Art. 111. As exceções serão processadas em
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, terem os bens sido adquiridos com os proventos da
autos apartados e não suspenderão, em regra, o
porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do infração;
andamento da ação penal.
produto do crime ou de qualquer bem ou valor que
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens Art. 138. O processo de especialização da Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de
sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento hipoteca e do arresto correrão em auto apartado. documento constante dos autos, o juiz observará o
de tê-los adquirido de boa-fé. Art. 139. O depósito e a administração dos seguinte processo:
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do I - mandará autuar em apartado a impugnação,
decisão nesses embargos antes de passar em julgado processo civil. e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo
a sentença condenatória. Art. 140. As garantias do ressarcimento do de 48 horas, oferecerá resposta;
Art. 131. O sequestro será levantado: dano alcançarão também as despesas processuais e II - assinará o prazo de 3 (três) dias,
I - se a ação penal não for intentada no prazo as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas sucessivamente, a cada uma das partes, para prova
de 60 (sessenta) dias, contado da data em que ficar a reparação do dano ao ofendido. de suas alegações;
concluída a diligência; Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada III - conclusos os autos, poderá ordenar as
II - se o terceiro, a quem tiverem sido a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for diligências que entender necessárias;
transferidos os bens, prestar caução que assegure a absolvido ou julgada extinta a punibilidade. IV - se reconhecida a falsidade por decisão
aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, irrecorrível, mandará desentranhar o documento e
Para que seja autorizada a decretação da medida de
do Código Penal; remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao
arresto, não é necessário que fique demonstrado
III - se for julgada extinta a punibilidade ou Ministério Público.
que o réu está praticando atos concretos de
absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. Art. 146. A arguição de falsidade, feita por
desfazimento de bens. Porém, é imperiosa a
procurador, exige poderes especiais.
O levantamento do sequestro consiste na perda da demonstração da plausibilidade do direito e do
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à
eficácia da medida constritiva quando ocorrer uma perigo na demora. A indisponibilidade dos bens não
verificação da falsidade.
das hipóteses listadas nos incisos do art. 131 do CPP. traz prejuízos desarrazoados ao réu, pois ele terá
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará
seus bens desbloqueados, se absolvido ao fim do
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal
processo. Assim, é possível o arresto prévio de bens
móveis se, verificadas as condições previstas no ou civil.
de acusados por suposta prática de crime único de
art. 126, não for cabível a medida regulada no
corrupção passiva em concurso de agentes. STF. 1ª
Capítulo XI do Título VII deste Livro. CAPÍTULO VIII
Turma. Pet 7.069/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red
Art. 133. Transitada em julgado a sentença DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
p/o acordão Min. Luís Roberto Barroso, julgado em
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do
13/3/2019 (Info 933).
interessado, determinará a avaliação e a venda dos Art. 149. Quando houver dúvida sobre a
bens em leilão público. Art. 142. Caberá ao Ministério Público integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e ofício ou a requerimento do Ministério Público, do
recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o defensor, do curador, do ascendente, descendente,
lesado ou a terceiro de boa-fé. ofendido for pobre e o requerer. irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do Art. 143. Passando em julgado a sentença exame médico-legal.
indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto § 1º O exame poderá ser ordenado ainda na
qualquer fase do processo, desde que haja certeza remetidos ao juiz do cível (art. 63). fase do inquérito, mediante representação da
da infração e indícios suficientes da autoria. Art. 144. Os interessados ou, nos casos do autoridade policial ao juiz competente.
Art. 135. Pedida a especialização mediante art. 142, o Ministério Público poderão requerer no § 2º O juiz nomeará curador ao acusado,
requerimento, em que a parte estimará o valor da juízo cível, contra o responsável civil, as medidas quando determinar o exame, ficando suspenso o
responsabilidade civil, e designará e estimará o previstas nos arts. 134, 136 e 137. processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às
imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente Art. 144-A. O juiz determinará a alienação diligências que possam ser prejudicadas pelo
hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao antecipada para preservação do valor dos bens adiamento.
arbitramento do valor da responsabilidade e à sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de
avaliação do imóvel ou imóveis. deterioração ou depreciação, ou quando houver O incidente de insanidade mental é prova pericial
§ 1º A petição será instruída com as provas ou dificuldade para sua manutenção. constituída em favor da defesa. Logo, não é possível
indicação das provas em que se fundar a estimação § 1º O leilão far-se-á preferencialmente por determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que
da responsabilidade, com a relação dos imóveis que meio eletrônico. a defesa se oponha à sua realização. STF. 2ª Turma.
o responsável possuir, se outros tiver, além dos § 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
indicados no requerimento, e com os documentos fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não 6/9/2016 (Info 838).
comprobatórios do domínio. alcançado o valor estipulado pela administração
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se
§ 2º O arbitramento do valor da judicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez)
estiver preso, será internado em manicômio
responsabilidade e a avaliação dos imóveis dias contados da realização do primeiro, podendo os
judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o
designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, bens ser alienados por valor não inferior a 80%
requererem os peritos, em estabelecimento
onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe (oitenta por cento) do estipulado na avaliação
adequado que o juiz designar.
facultada a consulta dos autos do processo judicial.
respectivo. § 3º O produto da alienação ficará depositado § 1º O exame não durará mais de 45 (quarenta
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 em conta vinculada ao juízo até a decisão final do e cinco) dias, salvo se os peritos demonstrarem a
(dois) dias, que correrá em cartório, poderá corrigir processo, procedendo-se à sua conversão em renda necessidade de maior prazo.
o arbitramento do valor da responsabilidade, se lhe para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de § 2º Se não houver prejuízo para a marcha do
parecer excessivo ou deficiente. condenação, ou, no caso de absolvição, à sua processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos
§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da devolução ao acusado. entregues aos peritos, para facilitar o exame.
hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à § 4º Quando a indisponibilidade recair sobre Art. 151. Se os peritos concluírem que o
garantia da responsabilidade. dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos, acusado era, ao tempo da infração, irresponsável
§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado valores mobiliários ou cheques emitidos como nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo
definitivamente após a condenação, podendo ser ordem de pagamento, o juízo determinará a prosseguirá, com a presença do curador.
requerido novo arbitramento se qualquer das partes conversão do numerário apreendido em moeda Art. 152. Se se verificar que a doença mental
não se conformar com o arbitramento anterior à nacional corrente e o depósito das correspondentes sobreveio à infração o processo continuará suspenso
sentença condenatória. quantias em conta judicial. até que o acusado se restabeleça, observado o
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em § 5º No caso da alienação de veículos, § 2o do art. 149.
dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à § 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a
de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de internação do acusado em manicômio judiciário ou
mandar proceder à inscrição da hipoteca legal. registro e controle a expedição de certificado de em outro estabelecimento adequado.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser registro e licenciamento em favor do arrematante, § 2º O processo retomará o seu curso, desde
decretado de início, revogando-se, porém, se no ficando este livre do pagamento de multas, encargos que se restabeleça o acusado, ficando-lhe
prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas
processo de inscrição da hipoteca legal. em relação ao antigo proprietário. que houverem prestado depoimento sem a sua
Art. 137. Se o responsável não possuir bens § 6º O valor dos títulos da dívida pública, das presença.
imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ações das sociedades e dos títulos de crédito Art. 153. O incidente da insanidade mental
ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do processar-se-á em auto apartado, que só depois da
nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos dia, provada por certidão ou publicação no órgão apresentação do laudo, será apenso ao processo
imóveis. oficial. principal.
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e § 7º (VETADO).
facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma do Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no
§ 5o do art. 120. CAPÍTULO VII curso da execução da pena, observar-se-á o disposto
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser DO INCIDENTE DE FALSIDADE no art. 682.
fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a
manutenção do indiciado e de sua família.
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença § 1º São também inadmissíveis as provas Turma. REsp 1.630.097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan
mental, verificada por perícia médica, será internado derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603).
em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro o nexo de causalidade entre umas e outras, ou
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma O fato de elementos indiciários acerca da prática de
estabelecimento adequado, onde lhe seja
fonte independente das primeiras. crime surgirem no decorrer da execução de medida
assegurada a custódia.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela de quebra de sigilo bancário e fiscal determinada
§ 1º Em caso de urgência, o diretor do
que por si só, seguindo os trâmites típicos e de para apuração de outros crimes não impede, por si
estabelecimento penal poderá determinar a
praxe, próprios da investigação ou instrução só, que os dados colhidos sejam utilizados para a
remoção do sentenciado, comunicando
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da averiguação da suposta prática daquele delito. Com
imediatamente a providência ao juiz, que, em face
prova. efeito, pode ocorrer o que se chama de fenômeno
da perícia médica, ratificará ou revogará a medida.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da serendipidade, que consiste na descoberta
§ 2º Se a internação se prolongar até o término do
da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada fortuita de delitos que não são objeto da
prazo restante da pena e não houver sido imposta
por decisão judicial, facultado às partes acompanhar investigação. STJ. 6a Turma. HC 282.096-SP, Rel.
medida de segurança detentiva, o indivíduo terá o
o incidente. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2014.
destino aconselhado pela sua enfermidade, feita a
§ 4º (VETADO) (Info 539)
devida comunicação ao juiz de incapazes.
Determinado policial militar foi designado para CAPÍTULO II
TÍTULO VII participar, nas ruas, à paisana, de passeatas e DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS
DA PROVA manifestações, a fim de coletar dados para subsidiar EM GERAL
CAPÍTULO I a Força Nacional de Segurança em atuação
DISPOSIÇÕES GERAIS estratégica diante dos movimentos sociais e dos
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios,
protestos ocorridos no Brasil em 2014. Para essa
será indispensável o exame de corpo de delito,
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre atividade, não se exigia prévia autorização judicial.
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
apreciação da prova produzida em contraditório No curso de sua atividade originária, o referido
do acusado.
judicial, não podendo fundamentar sua decisão policial, percebendo que algumas pessoas estavam
exclusivamente nos elementos informativos se reunindo para planejar a prática de crimes, Crime transeunte não deixa vestígios. Crime não
colhidos na investigação, ressalvadas as provas aproximou-se desses suspeitos, ganhou a sua transeunte deixa vestígios.
cautelares, não repetíveis e antecipadas. confiança e infiltrou-se no grupo participando das
conversas virtuais e das reuniões presenciais dos Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das
envolvidos. Assim, o policial ultrapassou os limites realização do exame de corpo de delito quando se
pessoas serão observadas as restrições estabelecidas
da sua atribuição original e passou a agir como tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei
na lei civil.
agente infiltrado. Ocorre que a infiltração de agentes nº 13.721, de 2018)
É possível a pronúncia do acusado baseada somente pode acontecer após prévia autorização I - violência doméstica e familiar contra
exclusivamente em elementos informativos obtidos judicial, o que não havia no caso. Diante disso, o STF mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
na fase inquisitorial? declarou a ilicitude e determinou o II - violência contra criança, adolescente, idoso
• NÃO. Haverá violação ao art. 155 do CPP. Além desentranhamento da infiltração realizada pelo ou pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei
disso, muito embora a análise aprofundada seja feita policial militar e dos depoimentos por ele prestados nº 13.721, de 2018)
somente pelo Júri, não se pode admitir, em um em sede policial e em juízo, nos termos do art. 157, Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
Estado Democrático de Direito, a pronúncia sem § 3º, do CPP. STF. 2ª Turma. HC 147837/RJ, Rel. Min. perícias serão realizados por perito oficial, portador
qualquer lastro probatório colhido sob o Gilmar Mendes, julgado em 26/2/2019 (Info 932). de diploma de curso superior.
contraditório judicial, fundada exclusivamente em
elementos informativos obtidos na fase inquisitorial. É nula decisão judicial que autoriza o espelhamento § 1º Na falta de perito oficial, o exame será
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.740.921-GO, Rel. Min. do WhatsApp via Código QR para acesso no realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
Ribeiro Dantas, julgado em 06/11/2018 (Info 638). WhatsApp Web. Também são nulas todas as provas de diploma de curso superior preferencialmente na
STJ. 6ª Turma. HC 341.072/RS, Rel. Min. Maria e atos que dela diretamente dependam ou sejam área específica, dentre as que tiverem habilitação
Thereza de Assis Moura, julgado em 19/4/2016. consequência, ressalvadas eventuais fontes técnica relacionada com a natureza do exame.
• SIM. É possível admitir a pronúncia do acusado independentes. Não é possível aplicar a analogia § 2º Os peritos não oficiais prestarão o
com base em indícios derivados do inquérito policial, entre o instituto da interceptação telefônica e o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
sem que isso represente afronta ao art. 155. Embora espelhamento, por meio do WhatsApp Web, das encargo.
a vedação imposta no art. 155 se aplique a qualquer conversas realizadas pelo aplicativo WhatsApp. STJ. § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao
procedimento penal, inclusive dos do Júri, não se 6ª Turma. RHC 99.735-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e
pode perder de vista o objetivo da decisão de julgado em 27/11/2018 (Info 640). ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
pronúncia não é o de condenar, mas apenas o de assistente técnico.
Não há ilegalidade na perícia de aparelho de
encerrar o juízo de admissibilidade da acusação § 4º O assistente técnico atuará a partir de sua
telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização
(iudicium accusationis). Na pronúncia opera o admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e
judicial, na hipótese em que seu proprietário - a
princípio in dubio pro societate, porque é a favor da elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido
sociedade que se resolvem as dúvidas quanto à partes intimadas desta decisão.
entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ.
prova, pelo Juízo natural da causa. Constitui a
6ª Turma. RHC 86.076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis
pronúncia, portanto, juízo fundado de suspeita, que § 5º Durante o curso do processo judicial, é
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
apenas e tão somente admite a acusação. Não permitido às partes, quanto à perícia:
em 19/10/2017 (Info 617).
profere juízo de certeza, necessário para a I – requerer a oitiva dos peritos para
condenação, motivo pelo qual a vedação expressa esclarecerem a prova ou para responderem a
Cuidado para não confundir: Sem prévia autorização
do art. 155 do CPP não se aplica à referida decisão. quesitos, desde que o mandado de intimação e os
judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por
STJ. 5ª Turma. HC 435.977/RS, Rel. Min. Felix Fischer, quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam
meio da extração de dados e de conversas
julgado em 15/05/2018. STJ. 6ª Turma. REsp encaminhados com antecedência mínima de 10
registradas no Whatsapp presentes no celular do
1458386/PA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado (dez) dias, podendo apresentar as respostas em
suposto autor de fato delituoso, ainda que o
em 04/10/2018. laudo complementar;
aparelho tenha sido apreendido no momento da
Obs.: prevalece, no STJ, a segunda posição, ou seja, II – indicar assistentes técnicos que poderão
prisão em flagrante. STJ. 5ª Turma. RHC 67.379-RN,
de que é possível a pronúncia. apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016
ou ser inquiridos em audiência.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a (Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC 51.531-RO, Rel. Min.
quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583). § 6º Havendo requerimento das partes, o
ofício: material probatório que serviu de base à perícia será
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação A ausência de lacre em todos os documentos e bens disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que
penal, a produção antecipada de provas - que ocorreu em razão da grande quantidade de manterá sempre sua guarda, e na presença de perito
consideradas urgentes e relevantes, observando a material apreendido - não torna automaticamente oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
necessidade, adequação e proporcionalidade da ilegítima a prova obtida. STJ. 5ª Turma. RHC 59.414- impossível a sua conservação.
medida; SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado § 7º Tratando-se de perícia complexa que
II – determinar, no curso da instrução, ou antes em 27/6/2017 (Info 608). abranja mais de uma área de conhecimento
de proferir sentença, a realização de diligências para especializado, poder-se-á designar a atuação de mais
Sem consentimento do réu ou prévia autorização de um perito oficial, e a parte indicar mais de um
dirimir dúvida sobre ponto relevante. judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva assistente técnico.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser pela polícia, de conversa travada pelo investigado Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial,
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim com terceira pessoa em telefone celular, por meio onde descreverão minuciosamente o que
entendidas as obtidas em violação a normas do recurso "viva-voz", que conduziu ao flagrante do examinarem, e responderão aos quesitos
constitucionais ou legais. crime de tráfico ilícito de entorpecentes. STJ. 5ª formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será discutirão, no relatório, as consequências dessas Parágrafo único. A autoridade poderá também
elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, alterações na dinâmica dos fatos. ordenar que se proceda a novo exame, por outros
podendo este prazo ser prorrogado, em casos Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos peritos, se julgar conveniente.
excepcionais, a requerimento dos peritos. guardarão material suficiente para a eventualidade Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo,
de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em
O laudo pericial juntado em autos de ação penal serão ilustrados com provas fotográficas, ou parte.
quando ainda pendente de julgamento agravo microfotográficas, desenhos ou esquemas. Art. 183. Nos crimes em que não couber ação
interposto contra decisão de inadmissão de recurso Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição pública, observar-se-á o disposto no art. 19.
especial enquadra-se no conceito de prova nova, ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa,
para fins de revisão criminal (art. 621, III, do CPP). Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de
ou por meio de escalada, os peritos, além de
(Info 606) delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia
descrever os vestígios, indicarão com que
requerida pelas partes, quando não for necessária
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá instrumentos, por que meios e em que época
ao esclarecimento da verdade.
ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. presumem ter sido o fato praticado.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à
avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que CAPÍTULO III
(seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela
constituam produto do crime. DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
evidência dos sinais de morte, julgarem que possa
ser feita antes daquele prazo, o que declararão no Parágrafo único. Se impossível a avaliação
direta, os peritos procederão à avaliação por meio Art. 185. O acusado que comparecer perante a
auto.
dos elementos existentes nos autos e dos que autoridade judiciária, no curso do processo penal,
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta,
resultarem de diligências. será qualificado e interrogado na presença de seu
bastará o simples exame externo do cadáver,
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos defensor, constituído ou nomeado.
quando não houver infração penal que apurar, ou
verificarão a causa e o lugar em que houver § 1º O interrogatório do réu preso
quando as lesões externas permitirem precisar a
começado, o perigo que dele tiver resultado para a será realizado, em sala própria, no estabelecimento
causa da morte e não houver necessidade de exame
vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do em que estiver recolhido, desde que estejam
interno para a verificação de alguma circunstância
dano e o seu valor e as demais circunstâncias que garantidas a segurança do juiz, do membro do
relevante.
interessarem à elucidação do fato. Ministério Público e dos auxiliares bem como a
Art. 163. Em caso de exumação para exame
Art. 174. No exame para o reconhecimento de presença do defensor e a publicidade do ato.
cadavérico, a autoridade providenciará para que, em
dia e hora previamente marcados, se realize a escritos, por comparação de letra, observar-se-á o § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. seguinte: fundamentada, de ofício ou a requerimento das
Parágrafo único. O administrador de cemitério I - a pessoa a quem se atribua ou se possa partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
público ou particular indicará o lugar da sepultura, atribuir o escrito será intimada para o ato, se for por sistema de videoconferência ou outro recurso
sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de encontrada; tecnológico de transmissão de sons e imagens em
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar- II - para a comparação, poderão servir tempo real, desde que a medida seja necessária para
se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer atender a uma das seguintes finalidades:
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como I - prevenir risco à segurança pública, quando
que tudo constará do auto. de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não exista fundada suspeita de que o preso integre
Art. 164. Os cadáveres serão sempre houver dúvida; organização criminosa ou de que, por outra razão,
fotografados na posição em que forem encontrados, III - a autoridade, quando necessário, possa fugir durante o deslocamento;
bem como, na medida do possível, todas as lesões requisitará, para o exame, os documentos que II - viabilizar a participação do réu no referido
externas e vestígios deixados no local do crime. existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ato processual, quando haja relevante dificuldade
Art. 165. Para representar as lesões ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem para seu comparecimento em juízo, por
encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, ser retirados; enfermidade ou outra circunstância pessoal;
juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, IV - quando não houver escritos para a III - impedir a influência do réu no ânimo de
esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. comparação ou forem insuficientes os exibidos, a testemunha ou da vítima, desde que não seja
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe possível colher o depoimento destas por
do cadáver exumado, proceder-se-á ao for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em videoconferência, nos termos do art. 217 deste
reconhecimento pelo Instituto de Identificação e lugar certo, esta última diligência poderá ser feita Código;
Estatística ou repartição congênere ou pela por precatória, em que se consignarão as palavras IV - responder à gravíssima questão de ordem
inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de que a pessoa será intimada a escrever. pública.
reconhecimento e de identidade, no qual se Art. 175. Serão sujeitos a exame os § 3º Da decisão que determinar a realização de
descreverá o cadáver, com todos os sinais e instrumentos empregados para a prática da infração, interrogatório por videoconferência, as partes serão
indicações. a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência. intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão Art. 176. A autoridade e as partes poderão § 4º Antes do interrogatório por
arrecadados e autenticados todos os objetos formular quesitos até o ato da diligência. videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo
encontrados, que possam ser úteis para a Art. 177. No exame por precatória, a nomeação mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os
identificação do cadáver. dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, atos da audiência única de instrução e julgamento
porém, no caso de ação privada, acordo das partes, de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo
essa nomeação poderá ser feita pelo juiz § 5º Em qualquer modalidade de interrogatório,
de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
deprecante. o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das e reservada com o seu defensor; se realizado por
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o partes serão transcritos na precatória. videoconferência, fica também garantido o acesso a
primeiro exame pericial tiver sido incompleto, Art. 178. No caso do art. 159, o exame será canais telefônicos reservados para comunicação
proceder-se-á a exame complementar por requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, entre o defensor que esteja no presídio e o
determinação da autoridade policial ou judiciária, de juntando-se ao processo o laudo assinado pelos advogado presente na sala de audiência do Fórum, e
ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do peritos. entre este e o preso.
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão § 6º A sala reservada no estabelecimento
§ 1º No exame complementar, os peritos terão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos prisional para a realização de atos processuais por
presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir- peritos e, se presente ao exame, também pela sistema de videoconferência será fiscalizada pelos
lhe a deficiência ou retificá-lo. autoridade. corregedores e pelo juiz de cada causa, como
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo também pelo Ministério Público e pela Ordem dos
classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código único, o laudo, que poderá ser datilografado, será Advogados do Brasil.
Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de subscrito e rubricado em suas folhas por todos os § 7º Será requisitada a apresentação do réu
30 (trinta) dias, contado da data do crime. peritos. preso em juízo nas hipóteses em que o
Art. 180. Se houver divergência entre os interrogatório não se realizar na forma prevista nos
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser
peritos, serão consignadas no auto do exame as §§ 1o e 2o deste artigo.
suprida pela prova testemunhal.
declarações e respostas de um e de outro, ou cada § 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde um redigirá separadamente o seu laudo, e a 5o deste artigo, no que couber, à realização de
houver sido praticada a infração, a autoridade autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de outros atos processuais que dependam da
providenciará imediatamente para que não se altere ambos, a autoridade poderá mandar proceder a participação de pessoa que esteja presa, como
o estado das coisas até a chegada dos peritos, que novo exame por outros peritos. acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e
poderão instruir seus laudos com fotografias, Art. 181. No caso de inobservância de inquirição de testemunha ou tomada de declarações
desenhos ou esquemas elucidativos. formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades do ofendido.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no ou contradições, a autoridade judiciária mandará § 9º Na hipótese do § 8o deste artigo, fica
laudo, as alterações do estado das coisas e suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o garantido o acompanhamento do ato processual
laudo. pelo acusado e seu defensor.
§ 10. Do interrogatório deverá constar a II - ao mudo as perguntas serão feitas Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de
informação sobre a existência de filhos, respectivas oralmente, respondendo-as por escrito; honra, a promessa de dizer a verdade do que souber
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e III - ao surdo-mudo as perguntas serão e lhe for perguntado, devendo declarar seu nome,
o contato de eventual responsável pelos cuidados formuladas por escrito e do mesmo modo dará as sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão,
dos filhos, indicado pela pessoa presa. respostas. lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba que grau, de alguma das partes, ou quais suas
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e relações com qualquer delas, e relatar o que souber,
será informado pelo juiz, antes de iniciar o sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. explicando sempre as razões de sua ciência ou as
interrogatório, do seu direito de permanecer calado Art. 193. Quando o interrogando não falar a circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
e de não responder perguntas que lhe forem língua nacional, o interrogatório será feito por meio credibilidade.
formuladas. de intérprete. Art. 204. O depoimento será prestado
Parágrafo único. O silêncio, que não importará Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de oralmente, não sendo permitido à testemunha
em confissão, não poderá ser interpretado em 1º.12.2003) trazê-lo por escrito.
prejuízo da defesa. Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, Parágrafo único. Não será vedada à
Art. 187. O interrogatório será constituído de não puder ou não quiser assinar, tal fato será testemunha, entretanto, breve consulta a
duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os consignado no termo. apontamentos.
fatos. Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade
§ 1º Na primeira parte o interrogando será novo interrogatório de ofício ou a pedido da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos
perguntado sobre a residência, meios de vida ou fundamentado de qualquer das partes. meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a lhe o depoimento desde logo.
sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi CAPÍTULO IV Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se
preso ou processado alguma vez e, em caso DA CONFISSÃO da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
afirmativo, qual o juízo do processo, se houve recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o
suspensão condicional ou condenação, qual a pena Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado,
imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e critérios adotados para os outros elementos de o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do
sociais. prova, e para a sua apreciação o juiz deverá acusado, salvo quando não for possível, por outro
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: confrontá-la com as demais provas do processo, modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; verificando se entre ela e estas existe suas circunstâncias.
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem compatibilidade ou concordância.
algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece Art. 198. O silêncio do acusado não importará Art. 207. São proibidas de depor as pessoas
a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a confissão, mas poderá constituir elemento para a que, em razão de função, ministério, ofício ou
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve formação do convencimento do juiz. profissão, devam guardar segredo, salvo se,
antes da prática da infração ou depois dela; desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o
Com o advento da Constituição de 1988, o texto seu testemunho.
III - onde estava ao tempo em que foi cometida
legal tornou-se incompatível com a garantia
a infração e se teve notícia desta;
constitucional do art. 5º, LXIII, já que o silêncio não Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que
IV - as provas já apuradas;
pode prejudicar de qualquer forma o acusado. alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e
V - se conhece as vítimas e testemunhas já
aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas
inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem Art. 199. A confissão, quando feita fora do
a que se refere o art. 206.
o que alegar contra elas; interrogatório, será tomada por termo nos autos,
VI - se conhece o instrumento com que foi observado o disposto no art. 195. Art. 209. O juiz, quando julgar necessário,
praticada a infração, ou qualquer objeto que com Art. 200. A confissão será divisível e retratável, poderá ouvir outras testemunhas, além das
esta se relacione e tenha sido apreendido; sem prejuízo do livre convencimento do juiz, indicadas pelas partes.
VII - todos os demais fatos e pormenores que fundado no exame das provas em conjunto. § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão
conduzam à elucidação dos antecedentes e ouvidas as pessoas a que as testemunhas se
circunstâncias da infração; CAPÍTULO V referirem.
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. DO OFENDIDO § 2o Não será computada como testemunha a
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz pessoa que nada souber que interesse à decisão da
indagará das partes se restou algum fato para ser Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será causa.
esclarecido, formulando as perguntas qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada
correspondentes se o entender pertinente e infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as uma de per si, de modo que umas não saibam nem
relevante. provas que possa indicar, tomando-se por termo as ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, suas declarações. adverti-las das penas cominadas ao falso
no todo ou em parte, poderá prestar testemunho.
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de
esclarecimentos e indicar provas. Parágrafo único. Antes do início da audiência e
comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá
Art. 190. Se confessar a autoria, será durante a sua realização, serão reservados espaços
ser conduzido à presença da autoridade.
perguntado sobre os motivos e circunstâncias do separados para a garantia da incomunicabilidade das
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos testemunhas.
fato e se outras pessoas concorreram para a processuais relativos ao ingresso e à saída do
infração, e quais sejam. Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença
acusado da prisão, à designação de data para final, reconhecer que alguma testemunha fez
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá
interrogados separadamente. mantenham ou modifiquem. cópia do depoimento à autoridade policial para a
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser instauração de inquérito.
Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, Parágrafo único. Tendo o depoimento sido
INTERROGATÓRIO DE CORRÉUS REALIZADO
por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso
SEPARADAMENTE. ART. 191 CPP. PACIENTE
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2o), o
ADVOGANDO EM CAUSA PRÓPRIA.
realização, será reservado espaço separado para o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE.
ofendido. a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. ORDEM DENEGADA. 1.
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Possibilidade de os interrogatórios de corréus serem
encaminhar o ofendido para atendimento
realizados separadamente, em cumprimento ao que Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas
multidisciplinar, especialmente nas áreas
dispõe o art. 191 do Código de Processo Penal. partes diretamente à testemunha, não admitindo o
psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
Precedente. 2. O fato de o paciente advogar em juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
expensas do ofensor ou do Estado.
causa própria não é suficiente para afastar essa tiverem relação com a causa ou importarem na
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à
regra, pois, além de inexistir razão jurídica para repetição de outra já respondida.
preservação da intimidade, vida privada, honra e
haver essa distinção entre acusados, a questão pode Parágrafo único. Sobre os pontos não
imagem do ofendido, podendo, inclusive,
ser facilmente resolvida com a constituição de outro esclarecidos, o juiz poderá complementar a
determinar o segredo de justiça em relação aos
causídico para acompanhar especificamente o inquirição.
dados, depoimentos e outras informações
interrogatório do corréu. (…) (HC 101021, Relator(a):
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua Segundo a redação atual do art. 212 do CPP, quem
Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em
exposição aos meios de comunicação. primeiro começa fazendo perguntas à testemunha é
20/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-110
DIVULG 06-06-2014 PUBLIC 09-06-2014) a parte que teve a iniciativa de arrolá-la. Em seguida,
CAPÍTULO VI a outra parte terá direito de perguntar e, por fim, o
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo DAS TESTEMUNHAS magistrado.
ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte: Assim, a inquirição de testemunhas pelas partes
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. deve preceder à realizada pelo juízo.
perguntas, que ele responderá oralmente;
Em um caso concreto, durante a audiência de Art. 222. A testemunha que morar fora da IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
instrução, a magistrada primeiro inquiriu as jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela
testemunhas e, somente então, permitiu que as sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
partes formulassem perguntas. precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. por 2 (duas) testemunhas presenciais.
O STF entendeu que houve violação ao art. 212 do
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá Parágrafo único. O disposto no no III deste
CPP e, em razão disso, determinou que fosse
a instrução criminal. artigo não terá aplicação na fase da instrução
realizada uma nova inquirição das testemunhas,
criminal ou em plenário de julgamento.
observada a ordem prevista no CPP. STF. 1ª § 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se
Turma.HC 111815/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o
red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2017 vez devolvida, será junta aos autos. reconhecimento de pessoas (reconhecimento
(Info 885). pessoal).
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, Vale ressaltar, no entanto, que as disposições
Art. 213. O juiz não permitirá que a a oitiva de testemunha poderá ser realizada por contidas no art. 226 do CPP configuram uma
testemunha manifeste suas apreciações pessoais, meio de videoconferência ou outro recurso recomendação legal, e não uma exigência absoluta.
salvo quando inseparáveis da narrativa do fato. tecnológico de transmissão de sons e imagens em Assim, a inobservância das formalidades legais para
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as tempo real, permitida a presença do defensor e o reconhecimento pessoal do acusado não enseja
partes poderão contraditar a testemunha ou arguir podendo ser realizada, inclusive, durante a nulidade, por não se tratar de exigência, mas apenas
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de realização da audiência de instrução e julgamento. recomendação, sendo válido o ato quando realizado
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a de forma diversa da prevista em lei. STJ. 5ª Turma.
contradita ou arguição e a resposta da testemunha, 273 STJ. Intimada a defesa da expedição da carta
AgRg no REsp 1444634/SP, Rel. Min. Joel Ilan
mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá precatória, torna-se desnecessária intimação da data
Paciornik, julgado em 01/06/2017. STJ. 6ª Turma.
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e de audiência no juízo deprecado.
AgRg no AREsp 1054280/PE, Rel. Min. Sebastião Reis
208. 155 STF. É relativa a nulidade do processo criminal Júnior, julgado em 06/06/2017.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz por falta de intimação da expedição de carta
deverá cingir-se, tanto quanto possível, às Art. 227. No reconhecimento de objeto,
precatória para inquirição de testemunha. proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no
expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo
fielmente as suas frases. artigo anterior, no que for aplicável.
Assim, mesmo que a defesa não tenha sido intimada
Art. 216. O depoimento da testemunha será Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas
da expedição da precatória, isso não significa
reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto,
necessariamente que haverá nulidade. Para que o
partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não cada uma fará a prova em separado, evitando-se
ato seja anulado, é necessário que a defesa alegue o
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, qualquer comunicação entre elas.
vício no tempo oportuno e demonstre a ocorrência
depois de lido na presença de ambos. do prejuízo sofrido.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do CAPÍTULO VIII
réu poderá causar humilhação, temor, ou sério Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão DA ACAREAÇÃO
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de expedidas se demonstrada previamente a sua
modo que prejudique a verdade do depoimento, imprescindibilidade, arcando a parte requerente
Art. 229. A acareação será admitida entre
fará a inquirição por videoconferência e, somente na com os custos de envio.
acusados, entre acusado e testemunha, entre
impossibilidade dessa forma, determinará a retirada Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias
testemunhas, entre acusado ou testemunha e a
do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.
pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas,
do seu defensor. Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a
sempre que divergirem, em suas declarações, sobre
língua nacional, será nomeado intérprete para
Parágrafo único. A adoção de qualquer das fatos ou circunstâncias relevantes.
traduzir as perguntas e respostas.
medidas previstas no caput deste artigo deverá Parágrafo único. Os acareados serão
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo
constar do termo, assim como os motivos que a reperguntados, para que expliquem os pontos de
ou surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do
determinaram. divergências, reduzindo-se a termo o ato de
art. 192.
Art. 218. Se, regularmente intimada, a Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, acareação.
testemunha deixar de comparecer sem motivo dentro de 1 (um) ano, qualquer mudança de Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas
justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às declarações divirjam das de outra, que esteja
policial a sua apresentação ou determinar seja penas do não-comparecimento. presente, a esta se darão a conhecer os pontos da
conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar Art. 225. Se qualquer testemunha houver de divergência, consignando-se no auto o que explicar
o auxílio da força pública. ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á
inspirar receio de que ao tempo da instrução precatória à autoridade do lugar onde resida a
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha testemunha ausente, transcrevendo-se as
faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe declarações desta e as da testemunha presente, nos
processo penal por crime de desobediência, e pontos em que divergirem, bem como o texto do
condená-la ao pagamento das custas da diligência. antecipadamente o depoimento.
referido auto, a fim de que se complete a diligência,
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por O testemunho por ouvir dizer (hearsay rule), ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma
enfermidade ou por velhice, de comparecer para produzido somente na fase inquisitorial, não serve forma estabelecida para a testemunha presente.
depor, serão inquiridas onde estiverem. como fundamento exclusivo da decisão de Esta diligência só se realizará quando não importe
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da pronúncia, que submete o réu a julgamento pelo demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda
República, os senadores e deputados federais, os Tribunal do Júri. STJ. 6ª Turma. REsp 1.373.356-BA, conveniente.
ministros de Estado, os governadores de Estados e Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do 20/4/2017 (Info 603). CAPÍTULO IX
Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às DOS DOCUMENTOS
Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do CAPÍTULO VII
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as
de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, partes poderão apresentar documentos em
bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos Art. 226. Quando houver necessidade de fazer- qualquer fase do processo.
em local, dia e hora previamente ajustados entre se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela
eles e o juiz. seguinte forma: Art. 232. Consideram-se documentos
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos
República, os presidentes do Senado Federal, da será convidada a descrever a pessoa que deva ser ou particulares.
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal reconhecida; Parágrafo único. À fotografia do documento,
Federal poderão optar pela prestação de Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, será colocada, se possível, ao lado de outras que original.
formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes com ela tiverem qualquer semelhança, convidando- Art. 233. As cartas particulares, interceptadas
serão transmitidas por ofício. se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá- ou obtidas por meios criminosos, não serão
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à la; admitidas em juízo.
autoridade superior. III - se houver razão para recear que a pessoa Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o chamada para o reconhecimento, por efeito de em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa
disposto no art. 218, devendo, porém, a expedição intimidação ou outra influência, não diga a verdade de seu direito, ainda que não haja consentimento do
do mandado ser imediatamente comunicada ao em face da pessoa que deve ser reconhecida, a signatário.
chefe da repartição em que servirem, com indicação autoridade providenciará para que esta não veja Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
do dia e da hora marcados. aquela; documento relativo a ponto relevante da acusação
ou da defesa, providenciará, independentemente de
requerimento de qualquer das partes, para sua e, portanto, não necessita de autorização judicial DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E
juntada aos autos, se possível. quando houver fundada suspeita de que em seu DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA
Art. 235. A letra e firma dos documentos interior estão escondidos elementos necessários à JUSTIÇA
particulares serão submetidas a exame pericial, elucidação dos fatos investigados. Exceção: será CAPÍTULO I
quando contestada a sua autenticidade. necessária autorização judicial quando o veículo é DO JUIZ
Art. 236. Os documentos em língua destinado à habitação do indivíduo, como no caso de
estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, trailers, cabines de caminhão, barcos, entre outros, Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à
serão, se necessário, traduzidos por tradutor quando, então, se inserem no conceito jurídico de regularidade do processo e manter a ordem no curso
público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada domicílio. STF. 2ª Turma. RHC 117767/DF, Rel. Min. dos respectivos atos, podendo, para tal fim,
pela autoridade. Teori Zavascki, julgado em 11/10/2016 (Info 843). requisitar a força pública.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor Art. 245. As buscas domiciliares serão Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição
quando conferidas com o original, em presença da executadas de dia, salvo se o morador consentir que no processo em que:
autoridade. se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente,
Art. 238. Os documentos originais, juntos a os executores mostrarão e lerão o mandado ao consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até
processo findo, quando não exista motivo relevante morador, ou a quem o represente, intimando-o, em o 3º (terceiro grau), inclusive, como defensor ou
que justifique a sua conservação nos autos, poderão, seguida, a abrir a porta. advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
mediante requerimento, e ouvido o Ministério policial, auxiliar da justiça ou perito;
§ 1º Se a própria autoridade der a busca,
Público, ser entregues à parte que os produziu, II - ele próprio houver desempenhado qualquer
declarará previamente sua qualidade e o objeto da
ficando traslado nos autos. dessas funções ou servido como testemunha;
diligência.
III - tiver funcionado como juiz de outra
CAPÍTULO X § 2º Em caso de desobediência, será arrombada instância, pronunciando-se, de fato ou de direito,
DOS INDÍCIOS a porta e forçada a entrada. sobre a questão;
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente,
Art. 239. Considera-se indício a circunstância emprego de força contra coisas existentes no consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até
conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, interior da casa, para o descobrimento do que se o 3º (terceiro grau), inclusive, for parte ou
autorize, por indução, concluir-se a existência de procura. diretamente interessado no feito.
outra ou outras circunstâncias. § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o,
quando ausentes os moradores, devendo, neste 206 STF. É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a
caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer participação de jurado que funcionou em
CAPÍTULO XI julgamento anterior do mesmo processo.
vizinho, se houver e estiver presente.
DA BUSCA E DA APREENSÃO
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão
vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. servir no mesmo processo os juízes que forem entre
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
procura, será imediatamente apreendida e posta sob
fundadas razões a autorizarem, para: colateral até o 3º (terceiro grau), inclusive.
custódia da autoridade ou de seus agentes.
a) prender criminosos; § 7º Finda a diligência, os executores lavrarão Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não
b) apreender coisas achadas ou obtidas por auto circunstanciado, assinando-o com 2 (duas) o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
meios criminosos; testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de
c) apreender instrumentos de falsificação ou de no § 4o. qualquer deles;
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou
d) apreender armas e munições, instrumentos artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca descendente, estiver respondendo a processo por
utilizados na prática de crime ou destinados a fim em compartimento habitado ou em aposento fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja
delituoso; ocupado de habitação coletiva ou em controvérsia;
e) descobrir objetos necessários à prova de compartimento não aberto ao público, onde alguém III - se ele, seu cônjuge, ou parente,
infração ou à defesa do réu; exercer profissão ou atividade. consanguíneo, ou afim, até o 3º (terceiro grau),
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou inclusive, sustentar demanda ou responder a
ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita coisa procurada, os motivos da diligência serão processo que tenha de ser julgado por qualquer das
de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o partes;
útil à elucidação do fato; requerer. IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
g) apreender pessoas vítimas de crimes; Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita V - se for credor ou devedor, tutor ou curador,
h) colher qualquer elemento de convicção. de modo que não moleste os moradores mais do de qualquer das partes;
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando que o indispensável para o êxito da diligência. VI - se for sócio, acionista ou administrador de
houver fundada suspeita de que alguém oculte Art. 249. A busca em mulher será feita por sociedade interessada no processo.
consigo arma proibida ou objetos mencionados nas outra mulher, se não importar retardamento ou
letras b a f e letra h do parágrafo anterior. Art. 255. O impedimento ou suspeição
prejuízo da diligência.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial decorrente de parentesco por afinidade cessará pela
Art. 250. A autoridade ou seus agentes dissolução do casamento que lhe tiver dado causa,
ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca
poderão penetrar no território de jurisdição alheia, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que
domiciliar deverá ser precedida da expedição de
ainda que de outro Estado, quando, para o fim de dissolvido o casamento sem descendentes, não
mandado.
apreensão, forem no seguimento de pessoa ou funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado,
Art. 242. A busca poderá ser determinada de coisa, devendo apresentar-se à competente
ofício ou a requerimento de qualquer das partes. o genro ou enteado de quem for parte no processo.
autoridade local, antes da diligência ou após,
Art. 243. O mandado de busca deverá: conforme a urgência desta. Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa § 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou
em que será realizada a diligência e o nome do agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, de propósito der motivo para criá-la.
respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de quando:
busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê- a) tendo conhecimento direto de sua remoção CAPÍTULO II
la ou os sinais que a identifiquem; ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora DO MINISTÉRIO PÚBLICO
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; depois a percam de vista;
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela b) ainda que não a tenham avistado, mas Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
autoridade que o fizer expedir. sabendo, por informações fidedignas ou I - promover, privativamente, a ação penal
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do circunstâncias indiciárias, que está sendo removida pública, na forma estabelecida neste Código; e
próprio texto do mandado de busca. ou transportada em determinada direção, forem ao II - fiscalizar a execução da lei.
§ 2º Não será permitida a apreensão de seu encalço. Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não
documento em poder do defensor do acusado, salvo § 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas funcionarão nos processos em que o juiz ou
quando constituir elemento do corpo de delito. razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente,
Art. 244. A busca pessoal independerá de nas referidas diligências, entrarem pelos seus consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
mandado, no caso de prisão ou quando houver distritos, ou da legalidade dos mandados que até o 3º (terceiro grau), inclusive, e a eles se
fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de apresentarem, poderão exigir as provas dessa estendem, no que lhes for aplicável, as prescrições
arma proibida ou de objetos ou papéis que legitimidade, mas de modo que não se frustre a relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
constituam corpo de delito, ou quando a medida for diligência.
determinada no curso de busca domiciliar. 234 STJ. A participação de membro do Ministério
TÍTULO VIII Público na fase investigatória criminal não acarreta o
A apreensão de documentos no interior de veículo seu impedimento ou suspeição para o oferecimento
automotor constitui uma espécie de "busca pessoal" da denúncia.
É prerrogativa institucional dos membros do • Regra: NÃO. O Defensor Público não precisa de
Ministério Público sentar-se à direita dos juízes mandato (procuração). Art. 275. O perito, ainda quando não oficial,
singulares ou presidentes dos órgãos judiciários • Exceção: será necessária a procuração se o estará sujeito à disciplina judiciária.
perante os quais oficiem, independentemente de Defensor Público for praticar algum dos atos para os Art. 276. As partes não intervirão na nomeação
estarem atuando como parte ou fiscal da lei. STJ; 2ª quais a lei exige poderes especiais. O art. 98 do CPP do perito.
Turma; RMS 23.919-SP, Rel. Min. Mauro Campbell prevê que, para ser proposta exceção de suspeição
Marques, julgado em 5/9/2013 (Info 529). do juiz, o defensor precisa de procuração com 361 STF. No processo penal, é nulo o exame
poderes especiais. realizado por um só perito, considerando-se
O Defensor Público que faz a defesa do réu precisará impedido o que tiver funcionando anteriormente na
CAPÍTULO III
de procuração com poderes especiais para arguir a diligência de apreensão.
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
suspeição do juiz? SIM.
É exigível procuração com poderes especiais para Esse enunciado é aplicável apenas nos casos em que
Art. 259. A impossibilidade de identificação do a perícia for realizada por peritos não oficiais. Se a
que seja oposta exceção de suspeição por réu
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros perícia for realizada por perito oficial, basta um
representado pela Defensoria Pública, mesmo que o
qualificativos não retardará a ação penal, quando único perito. Se a perícia for realizada por perito não
acusado esteja ausente do distrito da culpa. STJ. 6ª
certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso oficial, serão necessários dois peritos não oficiais.
Turma. REsp 1.431.043-MG, Rel. Min. Maria Thereza
do processo, do julgamento ou da execução da
de Assis Moura, julgado em 16/4/2015 (Info 560). Art. 277. O perito nomeado pela autoridade
sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-
se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo A contagem dos prazos para a Defensoria Pública ou será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa
da validade dos atos precedentes. para o Ministério Público tem início com a entrada de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
dos autos no setor administrativo do órgão e, Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação
estando formalizada a carga pelo servidor, perito que, sem justa causa, provada
para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer
configurada está a intimação pessoal, sendo imediatamente:
outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a
despicienda, para a contagem do prazo, a aposição a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado
autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua
no processo do ciente por parte do seu membro. da autoridade;
presença.
(STJ. REsp 1.278.239-RJ) b) não comparecer no dia e local designados
Parágrafo único. O mandado conterá, além da
para o exame;
ordem de condução, os requisitos mencionados no
c) não der o laudo, ou concorrer para que a
art. 352, no que lhe for aplicável. CAPÍTULO IV
perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente DOS ASSISTENTES
Art. 278. No caso de não-comparecimento do
ou foragido, será processado ou julgado sem
perito, sem justa causa, a autoridade poderá
defensor. Art. 268. Em todos os termos da ação pública,
determinar a sua condução.
poderá intervir, como assistente do Ministério
Parágrafo único. A defesa técnica, quando
Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, Art. 279. Não poderão ser peritos:
realizada por defensor público ou dativo, será
na falta, qualquer das pessoas mencionadas no art. I - os que estiverem sujeitos à interdição de
sempre exercida através de manifestação
31. direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do
fundamentada.
Código Penal;
210 STF. O assistente do Ministério Público pode
523 STF. No processo penal, a falta da defesa
recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação O art. 69, I a IV, foi revogado, passando a prever o
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só
penal, nos casos dos arts. 584, § 1o e 598 do Código impedimento pela imposição de penas restritivas de
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
de Processo Penal. direitos do art. 47, I e II, do Código Penal, a saber:
708 STF. É nulo o julgamento da apelação se, após a proibição do exercício de cargo, função ou atividade
448 STF. O prazo para o assistente recorrer,
manifestação nos autos da renúncia do único pública, bem como de mandato eletivo; e proibição
supletivamente, começa a correr imediatamente
defensor, o réu não foi previamente intimado para do exercício de profissão, atividade ou ofício que
após o transcurso do prazo do Ministério Público.
constituir outro. dependam de habilitação especial, de licença ou de
autorização do Poder Público.
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. Se o assistente já estava habilitado nos autos, o
prazo é de 5 dias (art. 593 do CPP); se ele não estava II - os que tiverem prestado depoimento no
Esse artigo faz menção à menoridade civil.
habilitado, o prazo será de 15 dias (art. 598, processo ou opinado anteriormente sobre o objeto
Temporariamente sem aplicação.
parágrafo único, do CPP). da perícia;
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes
não passar em julgado a sentença e receberá a causa
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
no estado em que se achar.
ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. Art. 281. Os intérpretes são, para todos os
Art. 270. O corréu no mesmo processo não
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, efeitos, equiparados aos peritos.
poderá intervir como assistente do Ministério
será obrigado a pagar os honorários do defensor
Público.
dativo, arbitrados pelo juiz. TÍTULO IX
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados Art. 271. Ao assistente será permitido propor
meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa LIBERDADE PROVISÓRIA
de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu aditar o libelo e os articulados, participar do debate
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo oral e arrazoar os recursos interpostos pelo
Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos Art. 282. As medidas cautelares previstas neste
Juiz. Título deverão ser aplicadas observando-se a:
arts. 584, § 1o, e 598.
Art. 265. O defensor não poderá I - necessidade para aplicação da lei penal, para
abandonar o processo senão por motivo imperioso, § 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá
a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
comunicado previamente o juiz, sob pena de multa acerca da realização das provas propostas pelo
expressamente previstos, para evitar a prática de
de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem assistente.
infrações penais;
prejuízo das demais sanções cabíveis. § 2º O processo prosseguirá independentemente
II - adequação da medida à gravidade do crime,
de nova intimação do assistente, quando este,
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por circunstâncias do fato e condições pessoais do
intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos
motivo justificado, o defensor não puder indiciado ou acusado.
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força
comparecer. § 1º As medidas cautelares poderão ser
maior devidamente comprovado.
§ 2º Incumbe ao defensor provar o Art. 272. O Ministério Público será ouvido aplicadas isolada ou cumulativamente.
impedimento até a abertura da audiência. Não o previamente sobre a admissão do assistente. § 2º As medidas cautelares serão decretadas
fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou,
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o
algum do processo, devendo nomear defensor quando no curso da investigação criminal, por
assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto,
substituto, ainda que provisoriamente ou só para o representação da autoridade policial ou mediante
constar dos autos o pedido e a decisão.
efeito do ato. requerimento do Ministério Público.
Art. 266. A constituição de defensor CAPÍTULO V § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de
independerá de instrumento de mandato, se o DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o
acusado o indicar por ocasião do interrogatório. pedido de medida cautelar, determinará a intimação
da parte contrária, acompanhada de cópia do
Art. 267. Nos termos do art. 252, não Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos
requerimento e das peças necessárias,
funcionarão como defensores os parentes do juiz. juízes estendem-se aos serventuários e funcionários
permanecendo os autos em juízo.
Para que o Defensor Público represente o assistido da justiça, no que lhes for aplicável.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer
no processo penal, é necessário que este outorgue das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou
uma procuração? CAPÍTULO VI
mediante requerimento do Ministério Público, de
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
seu assistente ou do querelante, poderá substituir a § 2º A autoridade a quem se fizer a requisição executor, depois da intimação ao morador, se não
medida, impor outra em cumulação, ou, em último tomará as precauções necessárias para averiguar a for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, autenticidade da comunicação. a casa incomunicável, e, logo que amanheça,
parágrafo único). § 3º O juiz processante deverá providenciar a arrombará as portas e efetuará a prisão.
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) Parágrafo único. O morador que se recusar a
substituí-la quando verificar a falta de motivo para dias, contados da efetivação da medida. entregar o réu oculto em sua casa será levado à
que subsista, bem como voltar a decretá-la, se Art. 289-A. O juiz competente providenciará o presença da autoridade, para que se proceda contra
sobrevierem razões que a justifiquem. imediato registro do mandado de prisão em banco ele como for de direito.
§ 6º A prisão preventiva será determinada de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça Art. 294. No caso de prisão em flagrante,
quando não for cabível a sua substituição por outra para essa finalidade. observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que
medida cautelar (art. 319). § 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a for aplicável.
prisão determinada no mandado de prisão Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a
Não é possível que o juiz determine, como medida
registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda prisão especial, à disposição da autoridade
cautelar substitutiva da prisão, a incomunicabilidade
que fora da competência territorial do juiz que o competente, quando sujeitos a prisão antes de
do acusado com seu genitor/corréu. A fixação da
expediu. condenação definitiva:
medida restritiva substitutiva não deve se sobrepor
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a I - os ministros de Estado;
a um bem tão caro como é a família, sendo isso
prisão decretada, ainda que sem registro no II - os governadores ou interventores de
protegido inclusive pela Constituição Federal, em
Conselho Nacional de Justiça, adotando as Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal,
seu art. 226. STJ. 6ª Turma. HC 380.734-MS, Rel.
precauções necessárias para averiguar a seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
autenticidade do mandado e comunicando ao juiz os vereadores e os chefes de Polícia;
28/3/2017 (Info 601).
que a decretou, devendo este providenciar, em III - os membros do Parlamento Nacional, do
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em seguida, o registro do mandado na forma Conselho de Economia Nacional e das Assembleias
flagrante delito ou por ordem escrita e do caput deste artigo. Legislativas dos Estados;
fundamentada da autoridade judiciária competente, § 3º A prisão será imediatamente comunicada IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
em decorrência de sentença condenatória transitada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual V – os oficiais das Forças Armadas e os militares
em julgado ou, no curso da investigação ou do providenciará a certidão extraída do registro do dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
processo, em virtude de prisão temporária ou prisão Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo VI - os magistrados;
preventiva. que a decretou. VII - os diplomados por qualquer das faculdades
§ 4º O preso será informado de seus direitos, superiores da República;
§ 1º As medidas cautelares previstas neste
nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição VIII - os ministros de confissão religiosa;
Título não se aplicam à infração a que não for
Federal e, caso o autuado não informe o nome de IX - os ministros do Tribunal de Contas;
isolada, cumulativa ou alternativamente cominada
seu advogado, será comunicado à Defensoria X - os cidadãos que já tiverem exercido
pena privativa de liberdade.
Pública. efetivamente a função de jurado, salvo quando
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer § 5º Havendo dúvidas das autoridades locais excluídos da lista por motivo de incapacidade para o
dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre exercício daquela função;
relativas à inviolabilidade do domicílio. a identidade do preso, aplica-se o disposto no § XI - os delegados de polícia e os guardas-civis
2o do art. 290 deste Código. dos Estados e Territórios, ativos e inativos.
Art. 284. Não será permitido o emprego de § 6º O Conselho Nacional de Justiça § 1º A prisão especial, prevista neste Código ou
força, salvo a indispensável no caso de resistência ou regulamentará o registro do mandado de prisão a em outras leis, consiste exclusivamente no
de tentativa de fuga do preso. que se refere o caput deste artigo. recolhimento em local distinto da prisão comum.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao § 2º Não havendo estabelecimento específico
expedir o respectivo mandado. território de outro município ou comarca, o executor para o preso especial, este será recolhido em cela
Parágrafo único. O mandado de prisão: poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, distinta do mesmo estabelecimento.
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela apresentando-o imediatamente à autoridade local, § 3º A cela especial poderá consistir em
autoridade; que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de alojamento coletivo, atendidos os requisitos de
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, flagrante, providenciará para a remoção do preso. salubridade do ambiente, pela concorrência dos
por seu nome, alcunha ou sinais característicos; § 1º Entender-se-á que o executor vai em fatores de aeração, insolação e condicionamento
c) mencionará a infração penal que motivar a perseguição do réu, quando: térmico adequados à existência humana.
prisão; a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem § 4º O preso especial não será transportado
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando interrupção, embora depois o tenha perdido de juntamente com o preso comum.
afiançável a infração; vista; § 5º Os demais direitos e deveres do preso
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar- b) sabendo, por indícios ou informações especial serão os mesmos do preso comum.
lhe execução. fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for
Art. 286. O mandado será passado em tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o possível, serão recolhidos à prisão, em
duplicata, e o executor entregará ao preso, logo procure, for no seu encalço. estabelecimentos militares, de acordo com os
depois da prisão, um dos exemplares com § 2º Quando as autoridades locais tiverem respectivos regulamentos.
declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da fundadas razões para duvidar da legitimidade da Art. 297. Para o cumprimento de mandado
entrega deverá o preso passar recibo no outro pessoa do executor ou da legalidade do mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade
exemplar; se recusar, não souber ou não puder que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até policial poderá expedir tantos outros quantos
escrever, o fato será mencionado em declaração, que fique esclarecida a dúvida. necessários às diligências, devendo neles ser
assinada por 2 (duas) testemunhas. Art. 291. A prisão em virtude de mandado fielmente reproduzido o teor do mandado original.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta entender-se-á feita desde que o executor, fazendo- Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de
de exibição do mandado não obstará à prisão, e o se conhecer do réu, lhe apresente o mandado e o 2011).
preso, em tal caso, será imediatamente apresentado intime a acompanhá-lo. Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à
ao juiz que tiver expedido o mandado. Art. 292. Se houver, ainda que por parte de vista de mandado judicial, por qualquer meio de
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se
que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou determinada por autoridade competente, o executor fizer a requisição, as precauções necessárias para
carcereiro, a quem será entregue cópia assinada e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos averiguar a autenticidade desta.
pelo executor ou apresentada a guia expedida pela meios necessários para defender-se ou para vencer a Art. 300. As pessoas presas provisoriamente
autoridade competente, devendo ser passado recibo resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito ficarão separadas das que já estiverem
da entrega do preso, com declaração de dia e hora. também por 2 (duas) testemunhas. definitivamente condenadas, nos termos da lei de
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado Parágrafo único. É vedado o uso de algemas execução penal.
no próprio exemplar do mandado, se este for o em mulheres grávidas durante os atos médico- Parágrafo único. O militar preso em flagrante
documento exibido. hospitalares preparatórios para a realização do parto delito, após a lavratura dos procedimentos legais,
Art. 289. Quando o acusado estiver no e durante o trabalho de parto, bem como em será recolhido a quartel da instituição a que
território nacional, fora da jurisdição do juiz mulheres durante o período de puerpério imediato. pertencer, onde ficará preso à disposição das
processante, será deprecada a sua prisão, devendo (Redação dada pela Lei nº 13.434, de 2017) autoridades competentes.
constar da precatória o inteiro teor do mandado. Art. 293. Se o executor do mandado verificar,
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar com segurança, que o réu entrou ou se encontra em É possível que o Juiz de primeiro grau,
a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, fundamentadamente, imponha a parlamentares
deverá constar o motivo da prisão, bem como o à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido municipais as medidas cautelares de afastamento de
valor da fiança se arbitrada. imediatamente, o executor convocará 2 (duas) suas funções legislativas sem necessidade de
testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, remessa à Casa respectiva para deliberação. STJ. 5ª
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o
Turma. RHC 88.804-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da entorpecente para 48, § 2º da Lei 11.343/06), Art. 310. Ao receber o auto de prisão em
Fonseca, julgado em 07/11/2017 (Info 617). uso próprio (art. 28 comprometendo-se o flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
da lei de drogas) infrator, ou não, a I - relaxar a prisão ilegal; ou
CAPÍTULO II comparecer ao Juizado. II - converter a prisão em flagrante em
DA PRISÃO EM FLAGRANTE Art. 303. Nas infrações permanentes, entende- preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
se o agente em flagrante delito enquanto não cessar
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as a permanência. inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
autoridades policiais e seus agentes deverão prender diversas da prisão; ou
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
quem quer que seja encontrado em flagrante delito. III - conceder liberdade provisória, com ou sem
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde
fiança.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto
quem: de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato
I - está cometendo a infração penal; (flagrante procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do acusado nas condições constantes dos incisos I a III
próprio, também chamado de flagrante real, do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
verdadeiro ou propriamente dito) sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após
dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,
II - acaba de cometê-la; (flagrante próprio) cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto. fundamentadamente, conceder ao acusado
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, liberdade provisória, mediante termo de
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação § 1º Resultando das respostas fundada a
comparecimento a todos os atos processuais, sob
que faça presumir ser autor da infração; (flagrante suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará
pena de revogação. (Hipóteses de exclusão de
impróprio, também chamado de imperfeito, irreal recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto
ilicitude)
ou quase flagrante) ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
IV - é encontrado, logo depois, com inquérito ou processo, se para isso for competente; 145 STF. Não há crime, quando a preparação do
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam se não o for, enviará os autos à autoridade que o flagrante pela polícia torna impossível a sua
presumir ser ele autor da infração. (flagrante seja. consumação. (flagrante provocado ou preparado)
presumido, também chamado de ficto ou § 2º A falta de testemunhas da infração não
assimilado) (acaba de cometer → logo após → logo impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse CAPÍTULO III
depois) caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos DA PRISÃO PREVENTIVA
2 (duas) pessoas que hajam testemunhado a
Hipótese Situação
apresentação do preso à autoridade. Art. 311. Em qualquer fase da investigação
Menores de 12 anos
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, policial ou do processo penal, caberá a prisão
(crianças) não podem sofrer
não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso
privação da liberdade,
em flagrante será assinado por 2 (duas) da ação penal, ou a requerimento do Ministério
devendo ser encaminhadas
testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na Público, do querelante ou do assistente, ou por
ao Conselho Tutelar.
presença deste. representação da autoridade policial.
Menores de 18 Maiores de 12 anos e
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em
anos menores de 18 anos Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
flagrante deverá constar a informação sobre a
(adolescentes) podem ser decretada como garantia da ordem pública, da
existência de filhos, respectivas idades e se possuem
apreendidos, mas não ordem econômica, por conveniência da instrução
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
presos (arts. 101, 105 e 171 criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
do ECA). quando houver prova da existência do crime e
pessoa presa.
Não está sujeito à prisão em indício suficiente de autoria.
Art. 305. Na falta ou no impedimento do
flagrante, pois só pode ser Parágrafo único. A prisão preventiva também
escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade
Presidente da preso pela prática de crime poderá ser decretada em caso de descumprimento
lavrará o auto, depois de prestado o compromisso
República comum após a sentença de qualquer das obrigações impostas por força de
legal.
condenatória, nos termos do outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
art. 86, § 3º da Constituição. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local
Juízes e membros Só podem ser presos em onde se encontre serão comunicados O clamor público, no sentido de a comunidade
do MP flagrante pela prática de imediatamente ao juiz competente, ao Ministério revoltar-se contra o acusado, retratando indignação
crime inafiançável. Público e à família do preso ou à pessoa por ele popular, no mais das vezes, isoladamente, não
Só podem ser presos em indicada. autoriza a prisão preventiva, porque não se
flagrante pela prática de § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a confunde com a ordem pública, cujo resguardo legal
Parlamentares do crime inafiançável (art. 53, § realização da prisão, será encaminhado ao juiz tem por finalidade impedir a prática de novos
Congresso Nacional 2º da CF). Aplica-se o competente o auto de prisão em flagrante e, caso o delitos.
mesmo aos deputados autuado não informe o nome de seu advogado,
Para a decretação ou manutenção da prisão cautelar
estaduais e distritais (art. 27, cópia integral para a Defensoria Pública.
é necessário demonstrar o cumprimento dos
§ 1º da CF). § 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso,
requisitos previstos no art. 312 do CPP. A liberdade
Diplomatas Não podem ser presos em mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
de um indivíduo suspeito da prática de infração
estrangeiros e flagrante (art. 1º, I, do CPP). autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
penal somente pode sofrer restrições se houver
Chefes de Estado condutor e os das testemunhas.
decisão judicial devidamente fundamentada,
estrangeiros Art. 307. Quando o fato for praticado em amparada em fatos concretos, e não apenas em
Não pode ser preso em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício hipóteses ou conjecturas. A prisão cautelar,
flagrante, pois a sua de suas funções, constarão do auto a narração deste portanto, constitui medida de natureza excepcional
Infrator que apresentação espontânea à fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o e não pode ser utilizada como instrumento de
espontaneamente autoridade impede a preso e os depoimentos das testemunhas, sendo punição antecipada do réu. STF. 2ª Turma. HC
se apresenta caracterização do flagrante, tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas 152676/PR, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min.
nos termos do art. 304 do testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a Gilmar Mendes, julgado em 9/4/2019 (Info 937).
CPP. quem couber tomar conhecimento do fato
Em regra, não está sujeito à delituoso, se não o for a autoridade que houver Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
determinação da prisão em presidido o auto. será admitida a decretação da prisão preventiva:
flagrante. No entanto, o art. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em I - nos crimes dolosos punidos com pena
69, § único da Lei 9.099/95 que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
estabelece que se aquele apresentado à do lugar mais próximo. anos;
Autor da infração que pratica infração de Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser II - se tiver sido condenado por outro crime
de menor potencial menor potencial ofensivo posto em liberdade, depois de lavrado o auto de doloso, em sentença transitada em julgado,
ofensivo (JECRIM) (IMPO) se recusar a prisão em flagrante. ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64
comparecer ao Juizado ou se do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
A doutrina entende que não existe mais a hipótese Código Penal; (Essa ressalva diz respeito à hipótese
negar a assumir
de “livrar-se solto”. na qual a sentença condenatória anterior não gera
compromisso de
comparecer ao Juizado após reincidência, em razão de ter sido extinta a
Livrar-se solto é a expressão utilizada pela lei punibilidade da primeira pena há mais de cinco
a lavratura do Termo
processual penal para denominar os casos em que o anos.)
Circunstanciado (TC), poderá
autuado é detido por crime ou contravenção, cuja III - se o crime envolver violência doméstica e
ser decretada a sua prisão
pena não comporta restrição da liberdade; ou, familiar contra a mulher, criança, adolescente,
em flagrante.
quando prevista, não ultrapassa os 3 (três) meses. idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
Pessoa flagrada na Não cabe a decretação de
posse de sua prisão em flagrante (art.
garantir a execução das medidas protetivas de Com efeito, naquilo que a lei não regulou, o
urgência; CAPÍTULO IV precedente do STF deve continuar sendo aplicado,
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). DA PRISÃO DOMICILIAR pois uma interpretação restritiva da norma pode
Parágrafo único. Também será admitida a representar, em determinados casos, efetivo risco
prisão preventiva quando houver dúvida sobre a Art. 317. A prisão domiciliar consiste no direto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja
identidade civil da pessoa ou quando esta não recolhimento do indiciado ou acusado em sua proteção deve ser integral e prioritária.
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, residência, só podendo dela ausentar-se com STJ. 5ª Turma. HC 470549/TO, Rel. Min. Reynaldo
devendo o preso ser colocado imediatamente em autorização judicial. Soares da Fonseca, julgado em 12/02/2019.
liberdade após a identificação, salvo se outra Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts.
hipótese recomendar a manutenção da medida. preventiva pela domiciliar quando o agente for: 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
I - maior de 80 (oitenta) anos; aplicação concomitante das medidas alternativas
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso II - extremamente debilitado por motivo de previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei
será decretada se o juiz verificar pelas provas doença grave; nº 13.769, de 2018).
constantes dos autos ter o agente praticado o fato III - imprescindível aos cuidados especiais de
nas condições previstas nos incisos I, II e III pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com CAPÍTULO V
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de deficiência; DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
dezembro de 1940 - Código Penal. (Hipóteses de IV - gestante;
exclusão de ilicitude) V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de
Art. 319. São medidas cautelares diversas da
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou idade incompletos;
prisão:
denegar a prisão preventiva será sempre motivada. VI - homem, caso seja o único responsável pelos
I - comparecimento periódico em juízo, no
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
preventiva se, no correr do processo, verificar a falta incompletos.
informar e justificar atividades;
de motivo para que subsista, bem como de novo Parágrafo único. Para a substituição, o juiz II - proibição de acesso ou frequência a
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos determinados lugares quando, por circunstâncias
neste artigo. relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
A prática de atos infracionais anteriores serve para
justificar a decretação ou manutenção da prisão Os critérios para a substituição de que tratam esses permanecer distante desses locais para evitar o risco
preventiva como garantia da ordem pública, incisos devem ser os seguintes: de novas infrações;
considerando que indicam que a personalidade do REGRA. Em regra, deve ser concedida prisão III - proibição de manter contato com pessoa
agente é voltada à criminalidade, havendo fundado domiciliar para todas as mulheres presas que sejam determinada quando, por circunstâncias
receio de reiteração. Não é qualquer ato infracional, - gestantes relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
em qualquer circunstância, que pode ser utilizado - puérperas (que deram à luz há pouco tempo) dela permanecer distante;
para caracterizar a periculosidade e justificar a - mães de crianças (isto é, mães de menores até 12 IV - proibição de ausentar-se da Comarca
prisão antes da sentença. É necessário que o anos incompletos) ou quando a permanência seja conveniente ou
magistrado examine três condições: - mães de pessoas com deficiência. necessária para a investigação ou instrução;
a. a gravidade especifica do ato infracional EXCEÇÕES: Não deve ser autorizada a prisão V - recolhimento domiciliar no período noturno
cometido, independentemente de equivaler a crime domiciliar se: e nos dias de folga quando o investigado ou acusado
considerado em abstrato como grave; 1) a mulher tiver praticado crime mediante violência tenha residência e trabalho fixos;
b. o tempo decorrido entre o ato infracional e o ou grave ameaça; VI - suspensão do exercício de função pública
crime em razão do qual é decretada a preventiva; e 2) a mulher tiver praticado crime contra seus ou de atividade de natureza econômica ou financeira
c. a comprovação efetiva da ocorrência do ato descendentes (filhos e/ou netos); quando houver justo receio de sua utilização para a
infracional. STJ. 3ª Seção. RHC 63.855-MG, Rei. Min. 3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais prática de infrações penais;
Nefi Cordeiro, Rei. p/ acórdão Min. Rogerio Schietti deverão ser devidamente fundamentadas pelos VII - internação provisória do acusado nas
Cruz, julgado em 11/5/2016 (lnfo 585). juízes que denegarem o benefício. hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser
A alegação de desproporcionalidade da prisão Obs1: o raciocínio acima explicado vale também inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
preventiva somente poderá ser aferível após a para adolescentes que tenham praticado atos Penal) e houver risco de reiteração;
prolação de sentença, não cabendo, durante o curso infracionais. VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para
do processo, a antecipação da análise quanto a Obs2: a regra e as exceções acima explicadas assegurar o comparecimento a atos do processo,
possibilidade de cumprimento de pena em regime também valem para a reincidente. O simples fato de evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
menos gravoso, caso seja prolatada sentença que a mulher ser reincidente não faz com que ela resistência injustificada à ordem judicial;
condenatória, sob pena de exercício de adivinhação perca o direito à prisão domiciliar. STF. 2ª Turma. HC IX - monitoração eletrônica.
e futurologia, sem qualquer previsão legal. Assim, 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado § 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
não há que se falar em ofensa ao princípio da em 20/2/2018 (Info 891). § 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
homogeneidade das medidas cautelares porque não § 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
cabe ao STJ, em um exercício de futurologia, Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as
antecipar a provável colocação da paciente em mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser
regime aberto/semiaberto ou a substituição da sua crianças ou pessoas com deficiência será substituída
cumulada com outras medidas cautelares.
pena de prisão por restritiva de direitos. STJ. 5ª por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei
Turma. RHC 77.070/MG, Rel. Min. Felix Fischer, nº 13.769, de 2018). A decisão que decreta ou mantém a prisão
julgado em 16/02/2017. STJ. 6ª Turma. RHC I - não tenha cometido crime com violência ou preventiva, para ser considerada devidamente
79.041/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, fundamentada, precisa manifestar-se sobre a
28/03/2017 de 2018). impossibilidade de serem aplicadas outras medidas
II - não tenha cometido o crime contra seu filho cautelares diversas da prisão, conforme exigem os
Se o condenado estava preso preventivamente, a ou dependente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de arts. 282, § 6° e 321 do CPP. Com a lei nº
data da prisão preventiva deve ser considerada 2018). 12.403/2011, o CPP passou a capitular, no art. 319,
como termo inicial para fins de obtenção de diversas providências substitutivas à prisão, sendo
O art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº
progressão de regime e demais benefícios da esta imposta apenas quando aquelas não se
13.769/2018, estabelece um poder-dever para o juiz
execução penal, desde que não ocorra condenação mostrarem suficientes à repressão e à
substituir a prisão preventiva por domiciliar de
posterior por outro crime apta a configurar falta reprovabilidade do delito. STJ. 5ª Turma. HC
gestante, mãe de criança menor de 12 anos e
grave. STF. 1ª Turma. RHC 142463/MG, Rel. Min. Luiz 219.101-RJ, Rei. Min. Jorge Mussi, julgado em
mulher responsável por pessoa com deficiência,
Fux, julgado em 12/9/2017 (Info 877). 10/4/2012.
sempre que apresentada prova idônea do requisito
A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de estabelecido na norma (art. 318, parágrafo único), Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
cumprimento de pena, ou seja, aplica-se tão ressalvadas as exceções legais. será comunicada pelo juiz às autoridades
somente ao preso definitivo ou àquele em execução A normatização de apenas duas das exceções não encarregadas de fiscalizar as saídas do território
provisória da condenação. Não se pode estender a afasta a efetividade do que foi decidido pelo STF no nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para
citada súmula vinculante ao preso provisório (prisão HC 143.641/SP, nos pontos não alcançados pela entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e
preventiva), eis que se trata de situação distinta. Por nova lei. quatro) horas.
deter caráter cautelar, a prisão preventiva não se O fato de o legislador não ter inserido outras
submete à distinção de diferentes regimes. Assim, exceções na lei, não significa que o magistrado CAPÍTULO VI
sequer é possível falar em regime mais ou menos esteja proibido de negar o benefício quando se DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA
gravoso ou estabelecer um sistema de progressão ou deparar com casos excepcionais.
regressão da prisão. STJ. 5ª Turma. RHC 99.006-PA, Assim, deve prevalecer a interpretação teleológica Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019 (Info da lei, assim como a proteção aos valores mais a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá
642). vulneráveis. conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á III - descumprir medida cautelar imposta
deste Código e observados os critérios constantes do certidão para juntar-se aos autos. cumulativamente com a fiança;
art. 282 deste Código. Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). serão pelo escrivão notificados das obrigações e da V - praticar nova infração penal dolosa.
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento
Art. 322. A autoridade policial somente poderá dos autos. em que se declarou quebrada a fiança, esta
conceder fiança nos casos de infração cuja pena Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, subsistirá em todos os seus efeitos.
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
(quatro) anos. ou metais preciosos, títulos da dívida pública, importará na perda de metade do seu valor,
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta inscrita em primeiro lugar. medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação
e oito) horas. da prisão preventiva.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade,
Art. 323. Não será concedida fiança: objetos ou metais preciosos será feita o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se
I - nos crimes de racismo; imediatamente por perito nomeado pela autoridade. apresentar para o início do cumprimento da pena
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de § 2º Quando a fiança consistir em caução de definitivamente imposta.
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos títulos da dívida pública, o valor será determinado Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu
definidos como crimes hediondos; pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o
III - nos crimes cometidos por grupos armados, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus. acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Art. 331. O valor em que consistir a fiança será penitenciário, na forma da lei.
Estado Democrático; recolhido à repartição arrecadadora federal ou Art. 346. No caso de quebramento de fiança,
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). estadual, ou entregue ao depositário público, feitas as deduções previstas no art. 345 deste
V - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). juntando-se aos autos os respectivos Código, o valor restante será recolhido ao fundo
Art. 324. Não será, igualmente, concedida conhecimentos. penitenciário, na forma da lei.
fiança: Parágrafo único. Nos lugares em que o Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345,
I - aos que, no mesmo processo, tiverem depósito não se puder fazer de pronto, o valor será o saldo será entregue a quem houver prestado a
quebrado fiança anteriormente concedida ou entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
infringido, sem motivo justo, qualquer das da autoridade, e dentro de 3 (três) dias dar-se-á ao estiver obrigado.
obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste valor o destino que lhe assina este artigo, o que tudo Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido
Código; constará do termo de fiança. prestada por meio de hipoteca, a execução será
II - em caso de prisão civil ou militar; Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). competente para conceder a fiança a autoridade que Público.
IV - quando presentes os motivos que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por Art. 349. Se a fiança consistir em pedras,
autorizam a decretação da prisão preventiva (art. mandado, o juiz que o houver expedido, ou a objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a
312). autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela requisitada a prisão.
autoridade que a conceder nos seguintes limites: Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o
a) (revogada); concedida independentemente de audiência do juiz, verificando a situação econômica do preso,
b) (revogada); Ministério Público, este terá vista do processo a fim poderá conceder-lhe liberdade provisória,
c) (revogada). de requerer o que julgar conveniente. sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se
Art. 334. A fiança poderá ser prestada for o caso.
quando se tratar de infração cuja pena privativa de
enquanto não transitar em julgado a sentença Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir,
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4
condenatória. sem motivo justo, qualquer das obrigações ou
(quatro) anos;
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários Art. 335. Recusando ou retardando a medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do
mínimos, quando o máximo da pena privativa de autoridade policial a concessão da fiança, o preso, art. 282 deste Código.
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante
simples petição, perante o juiz competente, que TÍTULO X
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
do preso, a fiança poderá ser: Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como CAPÍTULO I
I - dispensada, na forma do art. 350 deste fiança servirão ao pagamento das custas, da DAS CITAÇÕES
Código; indenização do dano, da prestação pecuniária e da
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); multa, se o réu for condenado. Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado,
ou Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. ainda no caso da prescrição depois da sentença do juiz que a houver ordenado.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). condenatória (art. 110 do Código Penal). Art. 352. O mandado de citação indicará:
I - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito (pressupostos intrínsecos)
II - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). ou passar em julgado sentença que houver absolvido I - o nome do juiz;
III - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor II - o nome do querelante nas ações iniciadas
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a que a constituir, atualizado, será restituído sem por queixa;
autoridade terá em consideração a natureza da desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os
infração, as condições pessoais de fortuna e vida 336 deste Código. seus sinais característicos;
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas Art. 338. A fiança que se reconheça não ser IV - a residência do réu, se for conhecida;
de sua periculosidade, bem como a importância cabível na espécie será cassada em qualquer fase do V - o fim para que é feita a citação;
provável das custas do processo, até final processo. Atualmente o indivíduo é citado para apresentar
julgamento. Art. 339. Será também cassada a fiança quando uma reposta em 10 dias e alegar questões de fato,
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o reconhecida a existência de delito inafiançável, no questões de direito, juntar documentos, arrolar
afiançado a comparecer perante a autoridade, todas caso de inovação na classificação do delito. testemunhas e, eventualmente, apresentar exceções
as vezes que for intimado para atos do inquérito e Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: de competência, suspeição, etc.
da instrução criminal e para o julgamento. Quando o I - quando a autoridade tomar, por engano,
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu
réu não comparecer, a fiança será havida como fiança insuficiente;
deverá comparecer;
quebrada. II - quando houver depreciação material ou
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, Em face da reforma realizada pela lei nº
de quebramento da fiança, mudar de residência, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; 11.719/2008, em especial no art. 396, a citação não
sem prévia permissão da autoridade processante, ou III - quando for inovada a classificação do delito. é mais para comparecer, mas sim para apresentar
ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o resposta por escrito no prazo de 10 dias.
residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar réu será recolhido à prisão, quando, na VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
onde será encontrado. conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando da jurisdição do juiz processante, será citado
polícia, haverá um livro especial, com termos de o acusado: mediante precatória.
abertura e de encerramento, numerado e rubricado I - regularmente intimado para ato do processo,
Art. 354. A precatória indicará:
em todas as suas folhas pela autoridade, destinado deixar de comparecer, sem motivo justo;
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
especialmente aos termos de fiança. O termo será II - deliberadamente praticar ato de obstrução
II - a sede da jurisdição de um e de outro;
lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e ao andamento do processo;
III - o fim para que é feita a citação, com todas realizou as diligências (STJ; REsp 468249/SP 3ª nas hipóteses do art. 366 do CPP. As hipóteses de
as especificações; Turma; DJ 01/09/2003). cabimento de recurso em sentido estrito estão
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu previstas no art. 581 do CPP, sendo esse um rol
deverá comparecer. A remessa pelo escrivão de carta, telegrama ou taxativo (exaustivo). No entanto, apesar disso, é
radiograma, dando ciência ao réu da citação feita admitida a interpretação extensiva dessas hipóteses
273 STJ. Intimada a defesa da expedição de carta por hora certa, é requisito obrigatório desta legais de cabimento. Se você observar as situações
precatória, torna-se desnecessária intimação da data modalidade de citação e sua inobservância gera ali elencadas, verá que não existe a previsão de
da audiência no juízo deprecado. nulidade (STJ; REsp 468249/SP 3ª Turma; DJ recurso em sentido estrito contra a decisão que
01/09/2003). indefere o pedido de produção antecipada de
Caso a defesa não seja intimada da expedição de
Art. 363. O processo terá completada a sua provas. Apesar disso, será possível a interposição de
carta precatória, haverá nulidade? SIM. No entanto,
formação quando realizada a citação do acusado. RESE contra essa decisão com base no inciso XVI do
trata-se de nulidade relativa, de acordo com o STF:
art. 581: “Caberá recurso, no sentido estrito, da
A citação não interrompe a prescrição. A prescrição decisão, despacho ou sentença: XVI - que ordenar a
155 STF. É relativa a nulidade do processo criminal
é interrompida pelo recebimento da denúncia ou da suspensão do processo, em virtude de questão
por falta de intimação da expedição de carta
queixa (art. 117, I). prejudicial;” A decisão que indefere a produção
precatória para inquirição de testemunha.
I - (revogado); antecipada de provas com base no art. 366 deve ser
II - (revogado). encarada, para fins de recurso, como sendo uma
Assim, mesmo que a defesa não tenha sido intimada
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será decisão que “ordena a suspensão do processo” e,
da expedição da precatório, isso não significa
procedida a citação por edital. além disso, determina se haverá ou não a produção
necessariamente que haverá nulidade. Para que o
§ 2o (VETADO) das provas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art.
ato seja anulado, é necessário que a defesa alegue o
§ 3o (VETADO) 581 do CPP. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.630.121-RN, Rel.
vício no tempo oportuno e demonstre a ocorrência
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
de prejuízo sofrido.
em qualquer tempo, o processo observará o 28/11/2018 (Info 640)
Exceção à súmula 237 do STJ: se o réu for assistido disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. Art. 367. O processo seguirá sem a presença do
pela Defensoria Pública e, na sede do juízo Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o acusado que, citado ou intimado pessoalmente para
deprecado, a Instituição estiver instalada e prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
estruturada, será obrigatória a intimação da (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, justificado, ou, no caso de mudança de residência,
Defensoria acerca do dia do ato processual no caso de no II, o prazo será de trinta dias. não comunicar o novo endereço ao juízo.
designado, sob pena de nulidade. (Tacitamente revogado.)
Art. 365. O edital de citação indicará: Os efeitos da revelia no processo penal são
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz diferentes dos processo civil. Se o sujeito não
deprecante, independentemente de traslado, depois I - o nome do juiz que a determinar;
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os apresentar resposta, ocorre a revelia, porém não há
de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por confissão ficta. O processo continuará correndo, mas
mandado do juiz deprecado. seus sinais característicos, bem como sua residência
e profissão, se constarem do processo; o réu não será mais comunicado dos atos
§ 1o Verificado que o réu se encontra em processuais.
território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este III - o fim para que é feita a citação; (resposta)
remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em
da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a deverá comparecer; (A citação não é mais para lugar sabido, será citado mediante carta rogatória,
citação. comparecer, mas para apresentar resposta em 10 suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu dias.) seu cumprimento.
se oculta para não ser citado, a precatória será V - o prazo, que será contado do dia da
Art. 369. As citações que houverem de ser
imediatamente devolvida, para o fim previsto no publicação do edital na imprensa, se houver, ou da
feitas em legações estrangeiras serão efetuadas
art. 362. sua afixação. (15 dias, de acordo com o art. 361)
mediante carta rogatória.
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que Parágrafo único. O edital será afixado à porta
conterá em resumo os requisitos enumerados no do edifício onde funcionar o juízo e será publicado Embora as embaixadas estrangeiras no Brasil
art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser estejam em território brasileiro, nelas o Brasil não
depois de reconhecida a firma do juiz, o que a certificada pelo oficial que a tiver feito e a tem jurisdição e, portanto, o oficial de justiça não
estação expedidora mencionará. publicação provada por exemplar do jornal ou pode adentrar para cumprir um mandado de
certidão do escrivão, da qual conste a página do execução. Por esse motivo, o Código dispõe que as
Art. 357. São requisitos da citação por
jornal com a data da publicação. citações que ocorrerem em legações estrangeiras
mandado: (pressupostos extrínsecos)
serão feitas por meio de carta rogatória.
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e 366 STF. Não é nula a citação por edital que indica o
entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
hora da citação; CAPÍTULO II
denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega DAS INTIMAÇÕES
se baseia.
da contrafé, e sua aceitação ou recusa.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não Art. 370. Nas intimações dos acusados, das
Art. 358. A citação do militar far-se-á por comparecer, nem constituir advogado, ficarão testemunhas e demais pessoas que devam tomar
intermédio do chefe do respectivo serviço. suspensos o processo e o curso do prazo conhecimento de qualquer ato, será observado, no
prescricional, podendo o juiz determinar a produção que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.
Art. 359. O dia designado para funcionário
antecipada das provas consideradas urgentes e, se
público comparecer em juízo, como acusado, será § 1o A intimação do defensor constituído, do
for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
notificado assim a ele como ao chefe de sua advogado do querelante e do assistente far-se-á por
disposto no art. 312.
repartição. publicação no órgão incumbido da publicidade dos
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de
Se o funcionário público está afastado, de férias ou § 2o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
nulidade, o nome do acusado.
aposentado, não há necessidade de realizar a
455 STJ. A decisão que determina a produção § 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos
comunicação ao seu chefe imediato.
antecipada de provas com base no art. 366 do CPP judiciais na comarca, a intimação far-se-á
Art. 360. Se o réu estiver preso, será deve ser concretamente fundamentada, não a diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via
pessoalmente citado. justificando unicamente o mero decurso do tempo. postal com comprovante de recebimento, ou por
qualquer outro meio idôneo.
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será 415 STJ. O período de suspensão do prazo
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão,
citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. prescricional é regulado pelo máximo da pena
dispensará a aplicação a que alude o § 1o.
cominada.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para § 4o A intimação do Ministério Público e do
não ser citado, o oficial de justiça certificará a Se o defensor do paciente renuncia ao mandato que defensor nomeado será pessoal.
ocorrência e procederá à citação com hora certa, na lhe foi outorgado, cabe ao juiz determinar a
forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei intimação do acusado para constituir outro O termo inicial da contagem do prazo para impugnar
advogado ou, caso não encontrado, deve ser decisão judicial é, para o Ministério Público, a data
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil. intimado via edital e, após, na falta de manifestação da entrega dos autos na repartição administrativa do
Parágrafo único. Completada a citação com do réu, deve indicar defensor público ou dativo (HC órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal
hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á 47.965/MT, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA tenha se dado em audiência, em cartório ou por
nomeado defensor dativo. TURMA, julgado em 07/03/2006, DJ 27/03/2006, p. mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1.349.935-SE, Rel.
312). Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017
É nula a citação por hora certa se o oficial de justiça (recurso repetitivo) (Info 611).
deixa de consignar na certidão os horários em que É cabível recurso em sentido estrito para impugnar
decisão que indefere produção antecipada de prova,
Art. 371. Será admissível a intimação por interdições nela aplicadas ou que derivarem da bem como reconhecer agravantes, embora
despacho na petição em que for requerida, imposição da pena principal. nenhuma tenha sido alegada.
observado o disposto no art. 357. Art. 378. A aplicação provisória de medida de Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a segurança obedecerá ao disposto nos artigos causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na anteriores, com as modificações seguintes: I - estar provada a inexistência do fato;
presença das partes e testemunhas, dia e hora para I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a II - não haver prova da existência do fato;
seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos medida de segurança, de ofício, ou a requerimento III - não constituir o fato infração penal;
autos. do Ministério Público; IV – estar provado que o réu não concorreu
II - a aplicação poderá ser determinada ainda para a infração penal;
710 STF. No processo penal, contam-se os prazos da
no curso do inquérito, mediante representação da V – não existir prova de ter o réu concorrido
data da intimação, e não da juntada aos autos do
autoridade policial; para a infração penal;
mandado ou da carta precatória ou de ordem.
III - a aplicação provisória de medida de VI – existirem circunstâncias que excluam o
A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) segurança, a substituição ou a revogação da crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23,
prevê, como uma das prerrogativas dos Defensores anteriormente aplicada poderão ser determinadas, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou
Públicos, que eles devem receber intimação pessoal também, na sentença absolutória; mesmo se houver fundada dúvida sobre sua
(arts. 44, I, 89, I e 128, I). Se uma decisão ou IV - decretada a medida, atender-se-á ao existência;
sentença é proferida pelo juiz na própria audiência, disposto no Título V do Livro IV, no que for aplicável. VII – não existir prova suficiente para a
estando o Defensor Público presente, pode-se dizer Art. 379. Transitando em julgado a sentença, condenação.
que ele foi intimado pessoalmente naquele ato ou observar-se-á, quanto à execução das medidas de Parágrafo único. Na sentença absolutória, o
será necessário ainda o envio dos autos à Defensoria segurança definitivamente aplicadas, o disposto no juiz:
para que a intimação se torne perfeita? Para que a Título V do Livro IV. I - mandará, se for o caso, pôr o réu em
intimação pessoal do Defensor Público se concretize, Art. 380. A aplicação provisória de medida de liberdade;
será necessária ainda a remessa dos autos à segurança obstará a concessão de fiança, e tornará II – ordenará a cessação das medidas cautelares
Defensoria Pública. A intimação da Defensoria sem efeito a anteriormente concedida. e provisoriamente aplicadas;
Pública, a despeito da presença do defensor na III - aplicará medida de segurança, se cabível.
audiência de leitura da sentença condenatória, TÍTULO XII Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, DA SENTENÇA condenatória:
mediante a remessa dos autos. Assim, a data da I - mencionará as circunstâncias agravantes ou
entrega dos autos na repartição administrativa da Art. 381. A sentença conterá: atenuantes definidas no Código Penal, e cuja
Defensoria Pública é o termo inicial da contagem do I - os nomes das partes ou, quando não existência reconhecer;
prazo para impugnação de decisão judicial pela possível, as indicações necessárias para identificá- II - mencionará as outras circunstâncias
instituição, independentemente de intimação do ato las; apuradas e tudo o mais que deva ser levado em
em audiência. STJ. 3ª Seção. HC 296.759-RS, Rel. II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; conta na aplicação da pena, de acordo com o
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 III - a indicação dos motivos de fato e de direito disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848,
(Info 611). STF. 2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. em que se fundar a decisão; de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791). IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; III - aplicará as penas de acordo com essas
V - o dispositivo; conclusões;
TÍTULO XI VI - a data e a assinatura do juiz. IV - fixará valor mínimo para reparação dos
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES Embargos de declaração danos causados pela infração, considerando os
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo prejuízos sofridos pelo ofendido;
de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença,
sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, Nos casos de violência contra a mulher praticados no
Art. 373. A aplicação provisória de interdições
contradição ou omissão. âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de
de direitos poderá ser determinada pelo juiz, de
Emendatio libelli (aplica-se em fase recursal) valor mínimo indenizatório a título de dano moral,
ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do desde que haja pedido expresso da acusação ou da
querelante, do assistente, do ofendido, ou de seu
fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir- parte ofendida, ainda que não especificada a
representante legal, ainda que este não se tenha
lhe definição jurídica diversa, ainda que, em quantia, e independentemente de instrução
constituído como assistente:
consequência, tenha de aplicar pena mais grave. probatória. CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
I - durante a instrução criminal após a
condenatória: IV - fixará valor mínimo para
apresentação da defesa ou do prazo concedido para § 1º Se, em consequência de definição jurídica
reparação dos danos causados pela infração,
esse fim; diversa, houver possibilidade de proposta de
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido.
II - na sentença de pronúncia; suspensão condicional do processo, o juiz procederá
STJ. 3ª Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio
III - na decisão confirmatória da pronúncia ou de acordo com o disposto na lei.
Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018 (recurso
na que, em grau de recurso, pronunciar o réu; § 2º Tratando-se de infração da competência de
repetitivo) (Info 621).
IV - na sentença condenatória recorrível. outro juízo, a este serão encaminhados os autos.
§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de Mutatio libelli (não se aplica em fase recursal) V - atenderá, quanto à aplicação provisória de
aplicação da medida, o réu ou seu defensor será Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se interdições de direitos e medidas de segurança, ao
ouvido no prazo de 2 (dois) dias. entender cabível nova definição jurídica do fato, em disposto no Título Xl deste Livro;
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as consequência de prova existente nos autos de VI - determinará se a sentença deverá ser
comunicações necessárias para a sua execução, na elemento ou circunstância da infração penal não publicada na íntegra ou em resumo e designará o
forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro contida na acusação, o Ministério Público deverá jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o,
IV. aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) do Código Penal).
Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou dias, se em virtude desta houver sido instaurado o § 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre
da parte da sentença que decretar ou denegar a processo em crime de ação pública, reduzindo-se a a manutenção ou, se for o caso, a imposição de
aplicação provisória de interdições de direitos, mas termo o aditamento, quando feito oralmente. prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
estas poderão ser substituídas ou revogadas: prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério
I - se aplicadas no curso da instrução criminal, interposta.
Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste
durante esta ou pelas sentenças a que se referem os
Código. § 2º O tempo de prisão provisória, de prisão
ns. II, III e IV do artigo anterior;
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de administrativa ou de internação, no Brasil ou no
II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela
5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a estrangeiro, será computado para fins de
decisão que, em grau de recurso, a confirmar, total
requerimento de qualquer das partes, designará dia determinação do regime inicial de pena privativa de
ou parcialmente, ou pela sentença condenatória
e hora para continuação da audiência, com liberdade.
recorrível;
inquirição de testemunhas, novo interrogatório do
III - se aplicadas na decisão a que se refere o Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e
acusado, realização de debates e julgamento.
no III do artigo anterior, pela sentença condenatória neste caso o juiz a rubricará em todas as folhas.
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do
recorrível. Art. 389. A sentença será publicada em mão do
art. 383 ao caput deste artigo.
Art. 375. O despacho que aplicar, escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo,
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá
provisoriamente, substituir ou revogar interdição de registrando-a em livro especialmente destinado a
arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5
direito, será fundamentado. esse fim.
(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
Art. 376. A decisão que impronunciar ou
termos do aditamento. Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em
absolver o réu fará cessar a aplicação provisória da
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo certificar a data de recebimento da sentença
interdição anteriormente determinada.
prosseguirá. conforme o art. 389 do CPP, não se pode presumir a
Art. 377. Transitando em julgado a sentença
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz data de publicação com o mero lançamento de
condenatória, serão executadas somente as
poderá proferir sentença condenatória, ainda que o movimentação dos autos na internet, a fim de se
Ministério Público tenha opinado pela absolvição, verificar a ocorrência de prescrição da pretensão
punitiva. STJ. 6ª Turma. HC 408.736-ES, Rel. Min. § 5º Aplicam-se subsidiariamente aos efetivados como o primeiro ato da instrução. STF.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli,
06/02/2018 (Info 619). disposições do procedimento ordinário. julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática 397382-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
Art. 390. O escrivão, dentro de 3 (três) dias
de crime hediondo terão prioridade de tramitação julgado em 3/8/2017 (Info 609).
após a publicação, e sob pena de suspensão de 5
em todas as instâncias.
(cinco) dias, dará conhecimento da sentença ao § 1o As provas serão produzidas numa só
órgão do Ministério Público. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas
quando: irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
Art. 391. O querelante ou o assistente será
I - for manifestamente inepta;
intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa Na fase de defesa prévia, o réu arrolou uma série de
II - faltar pressuposto processual ou condição
de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado testemunhas, mas o juiz negou a oitiva afirmando
para o exercício da ação penal; ou
no lugar da sede do juízo, a intimação será feita que o requerimento seria protelatório, haja vista que
III - faltar justa causa para o exercício da ação
mediante edital com o prazo de 10 (dez) dias, as testemunhas não teriam, em tese, vinculação com
penal.
afixado no lugar de costume. os fatos criminosos imputados.
Parágrafo único. (Revogado).
Art. 392. A intimação da sentença será feita: O STF entendeu que houve constrangimento ilegal.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; O direito à prova é expressão de uma inderrogável
sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se prerrogativa jurídica, que não pode ser,
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará
ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo arbitrariamente, negada ao réu.
a citação do acusado para responder à acusação, por O princípio do livre convencimento motivado (art.
afiançável a infração, tiver prestado fiança; escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, 400, § 1º, do CPP) faculta ao juiz o indeferimento das
Parágrafo único. No caso de citação por edital, provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou
afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o protelatórias. No entanto, no caso concreto houve o
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
certificar o oficial de justiça; indeferimento de todas as testemunhas de defesa.
constituído. Dessa forma, houve ofensa ao devido processo legal,
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu
e o defensor que houver constituído não forem Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá visto que frustrou a possibilidade de o acusado
encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça; arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à produzir as provas que reputava necessárias à
V - mediante edital, nos casos do no III, se o sua defesa, oferecer documentos e justificações, demonstração de suas alegações. STF. 2ª Turma. HC
defensor que o réu houver constituído também não especificar as provas pretendidas e arrolar 155363/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
for encontrado, e assim o certificar o oficial de testemunhas, qualificando-as e requerendo sua 8/5/2018 (Info 901).
justiça; intimação, quando necessário. § 2o Os esclarecimentos dos peritos
VI - mediante edital, se o réu, não tendo § 1º A exceção será processada em apartado, dependerão de prévio requerimento das partes.
constituído defensor, não for encontrado, e assim o nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas
certificar o oficial de justiça. § 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8
§ 1º O prazo do edital será de 90 (noventa) dias, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o (oito) pela defesa.
se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo- § 1º Nesse número não se compreendem as
tempo igual ou superior a 1 (um) ano, e de 60 lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
que não prestem compromisso e as referidas.
(sessenta) dias, nos outros casos. Art. 397. Após o cumprimento do disposto no § 2º A parte poderá desistir da inquirição de
§ 2º O prazo para apelação correrá após o art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o
término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, absolver sumariamente o acusado quando verificar: disposto no art. 209 deste Código.
for feita a intimação por qualquer das outras formas I - a existência manifesta de causa excludente
estabelecidas neste artigo. Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá
da ilicitude do fato; ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas
Art. 393. (Revogado pela Lei nº 12.403, de II - a existência manifesta de causa excludente
2011). partes.
da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
Diante do duplo julgamento do mesmo fato, deve III - que o fato narrado evidentemente não Art. 402. Produzidas as provas, ao final da
prevalecer a sentença que transitou em julgado em constitui crime; ou audiência, o Ministério Público, o querelante e o
primeiro lugar. Diante do trânsito em julgado de IV - extinta a punibilidade do agente. assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer
duas sentenças condenatórias contra o mesmo Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de diligências cuja necessidade se origine de
condenado, por fatos idênticos, deve prevalecer a 2008). circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
condenação que transitou em primeiro lugar. STJ. 6ª Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz Art. 403. Não havendo requerimento de
Turma. RHC 69.586-PA, Rel. Min. Sebastião Reis designará dia e hora para a audiência, ordenando a diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado intimação do acusado, de seu defensor, do alegações finais orais por 20 (vinte) minutos,
em 27/11/2018 (Info 642). Ministério Público e, se for o caso, do querelante e respectivamente, pela acusação e pela defesa,
do assistente. prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a
LIVRO II § 1o O acusado preso será requisitado para seguir, sentença.
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE comparecer ao interrogatório, devendo o poder § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo
TÍTULO I público providenciar sua apresentação. previsto para a defesa de cada um será individual.
DO PROCESSO COMUM § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá § 2o Ao assistente do Ministério Público, após a
CAPÍTULO I proferir a sentença. manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL minutos, prorrogando-se por igual período o tempo
Art. 400. Na audiência de instrução e de manifestação da defesa.
julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade
Art. 394. O procedimento será comum ou
(sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de do caso ou o número de acusados, conceder às
especial.
declarações do ofendido, à inquirição das
§ 1º O procedimento comum será ordinário, partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o
sumário ou sumaríssimo:
nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja
Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos,
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 Art. 404. Ordenado diligência considerada
às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
(quatro) anos de pena privativa de liberdade; imprescindível, de ofício ou a requerimento da
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja parte, a audiência será concluída sem as alegações
sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório deverá finais.
anos de pena privativa de liberdade; ser realizado como último ato da instrução criminal. Parágrafo único. Realizada, em seguida, a
III - sumaríssimo, para as infrações penais de Essa regra deve ser aplicada: diligência determinada, as partes apresentarão, no
menor potencial ofensivo, na forma da lei. • nos processos penais militares; prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações
§ 2º Aplica-se a todos os processos o • nos processos penais eleitorais e finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o
procedimento comum, salvo disposições em • em todos os procedimentos penais regidos por juiz proferirá a sentença.
contrário deste Código ou de lei especial. legislação especial (ex: lei de drogas). Art. 405. Do ocorrido em audiência será
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal Essa tese acima exposta (interrogatório como último lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e
do Júri, o procedimento observará as disposições ato da instrução em todos os procedimentos penais) pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. só se tornou obrigatória a partir da data de relevantes nela ocorridos.
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste publicação da ata de julgamento do HC 127900/AM
Código aplicam-se a todos os procedimentos penais pelo STF, ou seja, do dia 11/03/2016 em diante. Os § 1º Sempre que possível, o registro dos
de primeiro grau, ainda que não regulados neste interrogatórios realizados nos processos penais depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e
Código. militares, eleitorais e da lei de drogas até o dia testemunhas será feito pelos meios ou recursos de
10/03/2016 são válidos mesmo que tenham sido gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
similar, inclusive audiovisual, destinada a obter interrogando-se, em seguida, o acusado e
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou
maior fidelidade das informações. procedendo-se o debate.
de absolvição sumária caberá apelação.
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, § 1o Os esclarecimentos dos peritos
será encaminhado às partes cópia do registro dependerão de prévio requerimento e de Impronúncia e absolvição: apelação. (vogal com
original, sem necessidade de transcrição. deferimento pelo juiz. vogal)
§ 2o As provas serão produzidas em uma só Desclassificação e pronúncia: cabe RESE. (consoante
É válida a sentença proferida de forma oral na audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas com consoante)
audiência e registrada em meio audiovisual, ainda irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
que não haja a sua transcrição. O § 2º do art. 405 do § 3o Encerrada a instrução probatória, observar- Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de
CPP, que autoriza o registro audiovisual dos se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste participação de outras pessoas não incluídas na
depoimentos, sem necessidade de transcrição, deve Código. (Após a instrução, pode ser que seja acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o
ser aplicado também para os demais atos da necessário proceder à redefinição jurídica dos fatos acusado, determinará o retorno dos autos ao
audiência, dentre eles os debates orais e a sentença. narrados na inicial, a chamada mutatio libeli.) Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no
O registro audiovisual da sentença prolatada § 4o As alegações serão orais, concedendo-se a que couber, o art. 80 deste Código.
oralmente em audiência é uma medida que garante palavra, respectivamente, à acusação e à defesa,
mais segurança e celeridade. Não há sentido lógico Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição
pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por jurídica diversa da constante da acusação, embora o
em se exigir a degravação da sentença registrada em mais 10 (dez).
meio audiovisual, sendo um desserviço à celeridade. acusado fique sujeito a pena mais grave. (Emendatio
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo libeli.)
A ausência de degravação completa da sentença não previsto para a acusação e a defesa de cada um
prejudica o contraditório nem a segurança do Art. 419. Quando o juiz se convencer, em
deles será individual.
registro nos autos, do mesmo modo que igualmente discordância com a acusação, da existência de crime
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a
ocorre com a prova oral. STJ. 3ª Seção. HC diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)
462.253/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em e não for competente para o julgamento, remeterá
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo
28/11/2018 (Info 641). Desconsiderar o informativo os autos ao juiz que o seja. (Se não for um crime
de manifestação da defesa.
638. Mudança de entendimento. doloso contra a vida, deverá ser procedida a
§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando
desclassificação do crime)
imprescindível à prova faltante, determinando o juiz
CAPÍTULO II Parágrafo único. Remetidos os autos do
a condução coercitiva de quem deva comparecer.
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA processo a outro juiz, à disposição deste ficará o
§ 8o A testemunha que comparecer será
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI acusado preso.
inquirida, independentemente da suspensão da
Seção I audiência, observada em qualquer caso a ordem Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia
Da Acusação e da Instrução Preliminar estabelecida no caput deste artigo. será feita:
§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a I – pessoalmente ao acusado, ao defensor
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando nomeado e ao Ministério Público;
queixa, ordenará a citação do acusado para que os autos para isso lhe sejam conclusos. II – ao defensor constituído, ao querelante e ao
responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 Art. 412. O procedimento será concluído no assistente do Ministério Público, na forma do
(dez) dias. prazo máximo de 90 (noventa) dias. disposto no § 1o do art. 370 deste Código.
Parágrafo único. Será intimado por edital o
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será
Seção II acusado solto que não for encontrado.
contado a partir do efetivo cumprimento do
mandado ou do comparecimento, em juízo, do Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os
acusado ou de defensor constituído, no caso de Sumária autos serão encaminhados ao juiz presidente do
citação inválida ou por edital. Tribunal do Júri.
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, Art. 413. O juiz, fundamentadamente, § 1o Ainda que preclusa a decisão de
até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. pronunciará o acusado, se convencido da pronúncia, havendo circunstância superveniente que
materialidade do fato e da existência de indícios altere a classificação do crime, o juiz ordenará a
Embora o Código seja omisso, a doutrina entende remessa dos autos ao Ministério Público.
suficientes de autoria ou de participação.
que, por analogia, aplica-se a ressalva do art. 208, ou § 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á
seja, não entram nesse cômputo do número máximo juiz para decisão.
à indicação da materialidade do fato e da existência
de testemunhas as testemunhas não-
de indícios suficientes de autoria ou de Na fase de pronúncia deve-se adotar a teoria
compromissadas e as referidas.
participação, devendo o juiz declarar o dispositivo racionalista da prova, na qual não deve haver
A doutrina é pacífica em afirmar, também, que o
legal em que julgar incurso o acusado e especificar critérios de valoração das provas rigidamente
número máximo de testemunhas se dá, para a
as circunstâncias qualificadoras e as causas de definidos na lei, no entanto, por outro lado, o juízo
acusação, por fato imputado, ou seja, sendo dois ou
aumento de pena. (A decisão de pronúncia faz coisa sobre os fatos deve ser pautado por critérios de
mais fatos delituosos imputados ao acusado, o
julgada formal, mas não material.) lógica e racionalidade, podendo ser controlado em
número de testemunhas será multiplicado.
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o âmbito recursal ordinário. Para a pronúncia, não se
§ 3o Na resposta, o acusado poderá arguir valor da fiança para a concessão ou manutenção da exige uma certeza além da dúvida razoável,
preliminares e alegar tudo que interesse a sua liberdade provisória. necessária para a condenação. Contudo, a
defesa, oferecer documentos e justificações, § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de submissão de um acusado ao julgamento pelo
especificar as provas pretendidas e arrolar manutenção, revogação ou substituição da prisão Tribunal do Júri pressupõe a existência de um lastro
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando- ou medida restritiva de liberdade anteriormente probatório consistente no sentido da tese
as e requerendo sua intimação, quando necessário. decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a acusatória. Ou seja, requer-se um standard
Art. 407. As exceções serão processadas em necessidade da decretação da prisão ou imposição probatório um pouco inferior, mas ainda assim
apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste de quaisquer das medidas previstas no Título IX do dependente de uma preponderância de provas
Código. Livro I deste Código. incriminatórias. STF. 2ª Turma. ARE 1067392/CE, Rel.
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo Art. 414. Não se convencendo da materialidade Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/3/2019 (Info
legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em do fato ou da existência de indícios suficientes de 935).
até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. autoria ou de participação, o juiz,
Isso só acontecerá se o réu tiver sido citado fundamentadamente, impronunciará o acusado. Seção III
pessoalmente. Se a citação tiver se dado por edital, Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a Da Preparação do Processo para Julgamento em
o processo ficará suspenso, bem como o curso do extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova Plenário
prazo prescricional, nos termos do art. 366. denúncia ou queixa se houver prova nova.
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão
desde logo o acusado, quando:
Ministério Público ou o querelante sobre do Ministério Público ou do querelante, no caso de
I – provada a inexistência do fato;
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das dias, apresentarem rol de testemunhas que irão
fato;
testemunhas e a realização das diligências depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco),
III – o fato não constituir infração penal;
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 oportunidade em que poderão juntar documentos e
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou
(dez) dias. requerer diligência.
de exclusão do crime.
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder- Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no
se-á à tomada de declarações do ofendido, se de provas a serem produzidas ou exibidas no
inciso IV do caput deste artigo ao caso de
possível, à inquirição das testemunhas arroladas plenário do júri, e adotadas as providências devidas,
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem o juiz presidente:
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações
Código Penal, salvo quando esta for a única tese
e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
defensiva.
I – ordenará as diligências necessárias para § 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a § 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo
sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que medida não tiver sido por ele solicitada. não comparecimento das partes.
interesse ao julgamento da causa; § 4o Na pendência de recurso contra a decisão § 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu
II – fará relatório sucinto do processo, de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, nome novamente incluído para as reuniões futuras.
determinando sua inclusão em pauta da reunião do não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, Art. 434. Os jurados sorteados serão
Tribunal do Júri. nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido convocados pelo correio ou por qualquer outro meio
Art. 424. Quando a lei local de organização durante ou após a realização de julgamento anulado. hábil para comparecer no dia e hora designados para
judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do Art. 428. O desaforamento também poderá ser a reunião, sob as penas da lei.
Júri o preparo para julgamento, o juiz competente determinado, em razão do comprovado excesso de Parágrafo único. No mesmo expediente de
remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, convocação serão transcritos os arts. 436 a 446
(cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. se o julgamento não puder ser realizado no prazo de deste Código.
433 deste Código. 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, decisão de pronúncia. Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados, os
também, os processos preparados até o § 1o Para a contagem do prazo referido neste nomes do acusado e dos procuradores das partes,
encerramento da reunião, para a realização de artigo, não se computará o tempo de adiamentos, além do dia, hora e local das sessões de instrução e
julgamento. diligências ou incidentes de interesse da defesa. julgamento.
§ 2o Não havendo excesso de serviço ou
Seção IV existência de processos aguardando julgamento em Seção VIII
Do Alistamento dos Jurados quantidade que ultrapasse a possibilidade de Da Função do Jurado
apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo periódicas previstas para o exercício, o acusado Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O
presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a poderá requerer ao Tribunal que determine a alistamento compreenderá os cidadãos maiores de
1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas imediata realização do julgamento. 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.
de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de § 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos
300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de O desaforamento de um caso se encerra com o
trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão
mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 veredito do júri popular. Por isso, a execução
de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe
(oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de provisória da pena (que ocorre depois de a
social ou econômica, origem ou grau de instrução.
menor população. condenação ser confirmada pelo Tribunal em 2ª
§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá instância) deverá ser determinada pelo juízo
acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez)
ser aumentado o número de jurados e, ainda, originário da causa, e não pelo presidente do
salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a
organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas Tribunal do Júri onde se deu o julgamento. Em
condição econômica do jurado.
em urna especial, com as cautelas mencionadas na outras palavras, em caso de desaforamento, o
deslocamento da competência ocorre apenas para o Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:
parte final do § 3o do art. 426 deste Código.
julgamento no Tribunal do Júri. Uma vez tendo este I – o Presidente da República e os Ministros de
§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades
sido encerrado, esgota-se a competência da comarca Estado;
locais, associações de classe e de bairro, entidades
destinatária, devendo a execução provisória ser II – os Governadores e seus respectivos
associativas e culturais, instituições de ensino em
conduzida pelo juízo originário da causa. STJ. 6ª Secretários;
geral, universidades, sindicatos, repartições públicas
Turma. HC 374.713-RS, Rel. Min. Antônio Saldanha III – os membros do Congresso Nacional, das
e outros núcleos comunitários a indicação de
Palheiro, julgado em 6/6/2017 (Info 605). Assembleias Legislativas e das Câmaras Distrital e
pessoas que reúnam as condições para exercer a
Municipais;
função de jurado.
IV – os Prefeitos Municipais;
Art. 426. A lista geral dos jurados, com Seção VI
V – os Magistrados e membros do Ministério
indicação das respectivas profissões, será publicada Da Organização da Pauta
Público e da Defensoria Pública;
pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e
VI – os servidores do Poder Judiciário, do
divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize
Ministério Público e da Defensoria Pública;
Júri. alteração na ordem dos julgamentos, terão
VII – as autoridades e os servidores da polícia e
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou preferência:
da segurança pública;
mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz I – os acusados presos;
VIII – os militares em serviço ativo;
presidente até o dia 10 de novembro, data de sua II – dentre os acusados presos, aqueles que
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos
publicação definitiva. estiverem há mais tempo na prisão;
que requeiram sua dispensa;
§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos III – em igualdade de condições, os
X – aqueles que o requererem, demonstrando
os arts. 436 a 446 deste Código. precedentemente pronunciados.
justo impedimento.
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em § 1o Antes do dia designado para o primeiro
cartões iguais, após serem verificados na presença julgamento da reunião periódica, será afixada na Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em
do Ministério Público, de advogado indicado pela porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos convicção religiosa, filosófica ou política importará
Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de processos a serem julgados, obedecida a ordem no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de
defensor indicado pelas Defensorias Públicas prevista no caput deste artigo. suspensão dos direitos políticos, enquanto não
competentes, permanecerão guardados em urna § 2o O juiz presidente reservará datas na prestar o serviço imposto.
fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz mesma reunião periódica para a inclusão de § 1o Entende-se por serviço alternativo o
presidente. processo que tiver o julgamento adiado. exercício de atividades de caráter administrativo,
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Art. 430. O assistente somente será admitido se assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no
Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no
publicação da lista geral fica dela excluído. antes da data da sessão na qual pretenda atuar. Ministério Público ou em entidade conveniada para
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz esses fins.
obrigatoriamente, completada. presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se § 2o O juiz fixará o serviço alternativo
for possível, as testemunhas e os peritos, quando atendendo aos princípios da proporcionalidade e da
Seção V houver requerimento, para a sessão de instrução e razoabilidade.
Do Desaforamento julgamento, observando, no que couber, o disposto Art. 439. O exercício efetivo da função de
no art. 420 deste Código. jurado constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o
Seção VII Art. 440. Constitui também direito do jurado,
reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados na condição do art. 439 deste Código, preferência,
do júri ou a segurança pessoal do acusado, o
em igualdade de condições, nas licitações públicas e
Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o no provimento, mediante concurso, de cargo ou
assistente, do querelante ou do acusado ou
juiz presidente determinará a intimação do função pública, bem como nos casos de promoção
mediante representação do juiz competente, poderá
Ministério Público, da Ordem dos Advogados do funcional ou remoção voluntária.
determinar o desaforamento do julgamento para
Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, Art. 441. Nenhum desconto será feito nos
outra comarca da mesma região, onde não existam
em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que vencimentos ou salário do jurado sorteado que
aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.
atuarão na reunião periódica. comparecer à sessão do júri.
§ 1o O pedido de desaforamento será Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima,
distribuído imediatamente e terá preferência de Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á
a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até deixar de comparecer no dia marcado para a sessão
julgamento na Câmara ou Turma competente. ou retirar-se antes de ser dispensado pelo
completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados,
§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez)
para a reunião periódica ou extraordinária.
relator poderá determinar, fundamentadamente, a salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a
§ 1o O sorteio será realizado entre o
suspensão do julgamento pelo júri. sua condição econômica.
15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil
antecedente à instalação da reunião.
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada constituído, o fato será imediatamente comunicado § 2o A incomunicabilidade será certificada nos
em motivo relevante devidamente comprovado e ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados autos pelo oficial de justiça.
apresentada, ressalvadas as hipóteses de força do Brasil, com a data designada para a nova sessão. Art. 467. Verificando que se encontram na urna
maior, até o momento da chamada dos jurados. § 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz
Art. 444. O jurado somente será dispensado por será adiado somente uma vez, devendo o acusado presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a
decisão motivada do juiz presidente, consignada na ser julgado quando chamado novamente. formação do Conselho de Sentença.
ata dos trabalhos. § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a intimará a Defensoria Pública para o novo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a
pretexto de exercê-la, será responsável julgamento, que será adiado para o primeiro dia defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão
criminalmente nos mesmos termos em que o são os desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte,
juízes togados. dias. sem motivar a recusa.
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, Art. 457. O julgamento não será adiado pelo Parágrafo único. O jurado recusado
serão aplicáveis os dispositivos referentes às não comparecimento do acusado solto, do imotivadamente por qualquer das partes será
dispensas, faltas e escusas e à equiparação de assistente ou do advogado do querelante, que tiver excluído daquela sessão de instrução e julgamento,
responsabilidade penal prevista no art. 445 deste sido regularmente intimado. prosseguindo-se o sorteio para a composição do
Código. § 1o Os pedidos de adiamento e as justificações Conselho de Sentença com os jurados
de não comparecimento deverão ser, salvo remanescentes.
Seção IX comprovado motivo de força maior, previamente Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados,
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação submetidos à apreciação do juiz presidente do as recusas poderão ser feitas por um só defensor.
do Conselho de Sentença Tribunal do Júri. § 1o A separação dos julgamentos somente
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 julgamento será adiado para o primeiro dia número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o
(um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e desimpedido da mesma reunião, salvo se houver Conselho de Sentença.
cinco) jurados que serão sorteados dentre os pedido de dispensa de comparecimento subscrito § 2o Determinada a separação dos julgamentos,
alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho por ele e seu defensor. será julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi
de Sentença em cada sessão de julgamento. Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo deixar de comparecer, o juiz presidente, sem autoria, aplicar-se-á o critério de preferência
Conselho: prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar- disposto no art. 429 deste Código.
I – marido e mulher; lhe-á a multa prevista no § 2o do art. 436 deste Art. 470. Desacolhida a arguição de
II – ascendente e descendente; Código. impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade
III – sogro e genro ou nora; Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste Ministério Público, jurado ou qualquer funcionário, o
V – tio e sobrinho; Código. julgamento não será suspenso, devendo, entretanto,
VI – padrasto, madrasta ou enteado. Art. 460. Antes de constituído o Conselho de constar da ata o seu fundamento e a decisão.
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em Sentença, as testemunhas serão recolhidas a lugar Art. 471. Se, em consequência do impedimento,
relação às pessoas que mantenham união estável onde umas não possam ouvir os depoimentos das suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa,
reconhecida como entidade familiar. outras. não houver número para a formação do Conselho, o
Art. 461. O julgamento não será adiado se a julgamento será adiado para o primeiro dia
§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre
testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das desimpedido, após sorteados os suplentes, com
os impedimentos, a suspeição e as
partes tiver requerido a sua intimação por mandado, observância do disposto no art. 464 deste Código.
incompatibilidades dos juízes togados.
na oportunidade de que trata o art. 422 deste Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o
Art. 449. Não poderá servir o jurado que: Código, declarando não prescindir do depoimento e presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
I – tiver funcionado em julgamento anterior do indicando a sua localização. presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:
mesmo processo, independentemente da causa § 1o Se, intimada, a testemunha não Em nome da lei, concito-vos a examinar esta
determinante do julgamento posterior; comparecer, o juiz presidente suspenderá os causa com imparcialidade e a proferir a vossa
II – no caso do concurso de pessoas, houver trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o decisão de acordo com a vossa consciência e os
integrado o Conselho de Sentença que julgou o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ditames da justiça.
outro acusado; ordenando a sua condução. Os jurados, nominalmente chamados pelo
III – tiver manifestado prévia disposição para § 2o O julgamento será realizado mesmo na presidente, responderão:
condenar ou absolver o acusado. hipótese de a testemunha não ser encontrada no Assim o prometo.
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco local indicado, se assim for certificado por oficial de Parágrafo único. O jurado, em seguida,
ou relação de convivência, servirá o que houver sido justiça. receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das
sorteado em primeiro lugar. Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos decisões posteriores que julgaram admissível a
Art. 451. Os jurados excluídos por arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente acusação e do relatório do processo.
impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte
considerados para a constituição do número legal A sentença de pronúncia deve ser fundamentada.
e cinco) jurados sorteados, mandando que o
exigível para a realização da sessão. No entanto, é necessário que o juiz utilize as
escrivão proceda à chamada deles.
Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença palavras com moderação, ou seja, valendo-se de
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15
poderá conhecer de mais de um processo, no termos sóbrios e comedidos, a fim de se evitar que
(quinze) jurados, o juiz presidente declarará
mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em fique demonstrado na decisão que ele acredita
instalados os trabalhos, anunciando o processo que
que seus integrantes deverão prestar novo firmemente que o réu é culpado pelo crime. Se o
será submetido a julgamento.
compromisso. magistrado exagera nas palavras utilizadas na
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão,
sentença de pronúncia, dizemos que houve um
certificando a diligência nos autos.
Seção X “excesso de linguagem”, também chamado de
§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri “eloquência acusatória”. O excesso de linguagem é
suspeição serão computados para a constituição do
proibido porque o CPP afirma que os jurados irão
número legal.
Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as receber uma cópia da sentença de pronúncia e das
Art. 464. Não havendo o número referido no
sessões de instrução e julgamento nos períodos e na decisões posteriores que julgaram admissível a
art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de
forma estabelecida pela lei local de organização acusação e do relatório do processo (art. 472,
tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-
judiciária. parágrafo único). Assim, se o juiz se excede nos
á nova data para a sessão do júri.
Art. 454. Até o momento de abertura dos argumentos empregados na sentença de pronúncia,
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão
trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os o jurado irá ler essa decisão e certamente será
consignados em ata, remetendo-se o expediente de
casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de influenciado pela opinião do magistrado. Havendo
convocação, com observância do disposto nos arts.
adiamento de julgamento, mandando consignar em excesso de linguagem, o que o Tribunal deve fazer?
434 e 435 deste Código.
ata as deliberações. Deverá ANULAR a sentença de pronúncia e os
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do
Art. 455. Se o Ministério Público não consecutivos atos processuais, determinando-se que
Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá
comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento outra seja prolatada.
sobre os impedimentos, a suspeição e as
para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449
cientificadas as partes e as testemunhas. Em vez de anular, o Tribunal pode apenas
deste Código.
Parágrafo único. Se a ausência não for determinar que a sentença seja desentranhada
§ 1o O juiz presidente também advertirá os
justificada, o fato será imediatamente comunicado (retirada do processo) ou seja envelopada (isolada)?
jurados de que, uma vez sorteados, não poderão
ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada Isso já não seria suficiente, com base no princípio da
comunicar-se entre si e com outrem, nem
para a nova sessão. economia processual?
manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do NÃO. Não basta o desentranhamento e
de exclusão do Conselho e multa, na forma do §
advogado do acusado, e se outro não for por este envelopamento. É necessário anular a sentença e
2o do art. 436 deste Código.
determinar que outra seja prolatada. Isso porque, § 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo da pronúncia ou das decisões posteriores que
como já dito acima, a lei determina que a sentença para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) julgaram admissível a acusação, do interrogatório e
de pronúncia seja distribuída aos jurados. Logo, não hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, das alegações das partes.
há como desentranhar a decisão, já que uma cópia observado o disposto no § 1o deste artigo. Art. 483. Os quesitos serão formulados na
dela deverá ser entregue aos jurados. Se essa cópia seguinte ordem, indagando sobre:
Naturalmente, se não houver réplica do acusador,
não for entregue, estará sendo descumprido o art. I – a materialidade do fato;
não será oportunizada tréplica à defesa. Para tanto,
472, parágrafo único, do CPP. STJ. 6ª Turma. AgRg no II – a autoria ou participação;
quando o juiz-presidente ao indagar se o Ministério
REsp 1.442.002-AL, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, III – se o acusado deve ser absolvido;
Público deseja replicar, ele deve se limitar a dizer
julgado em 28/4/2015 (Info 561). IV – se existe causa de diminuição de pena
não. Havendo manifestação do acusador no sentido
de responder à sustentação oral da defesa, ainda alegada pela defesa;
Seção XI que de forma singela, tal comportamento será V – se existe circunstância qualificadora ou
Da Instrução em Plenário havido como réplica, dando lugar à tréplica. causa de aumento de pena reconhecidas na
pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram
Art. 473. Prestado o compromisso pelos Art. 478. Durante os debates as partes não admissível a acusação.
jurados, será iniciada a instrução plenária quando o poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: § 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três)
juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o I – à decisão de pronúncia, às decisões jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos
querelante e o defensor do acusado tomarão, posteriores que julgaram admissível a acusação ou à incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação
sucessiva e diretamente, as declarações do determinação do uso de algemas como argumento e implica a absolvição do acusado.
ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o § 2o Respondidos afirmativamente por mais de
arroladas pela acusação. acusado; 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II
§ 1o Para a inquirição das testemunhas II – ao silêncio do acusado ou à ausência de do caput deste artigo será formulado quesito com a
arroladas pela defesa, o defensor do acusado interrogatório por falta de requerimento, em seu seguinte redação:
formulará as perguntas antes do Ministério Público e prejuízo. O jurado absolve o acusado?
do assistente, mantidos no mais a ordem e os Art. 479. Durante o julgamento não será § 3o Decidindo os jurados pela condenação, o
critérios estabelecidos neste artigo. permitida a leitura de documento ou a exibição de julgamento prossegue, devendo ser formulados
§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao objeto que não tiver sido juntado aos autos com a quesitos sobre:
ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se I – causa de diminuição de pena alegada pela
presidente. ciência à outra parte. defesa;
§ 3o As partes e os jurados poderão requerer II – circunstância qualificadora ou causa de
O prazo de 3 dias úteis a que se refere o art. 479 do
acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em
CPP deve ser respeitado não apenas para a juntada
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de decisões posteriores que julgaram admissível a
de documento ou objeto, mas também para a
peças que se refiram, exclusivamente, às provas acusação.
ciência da parte contrária a respeito de sua
colhidas por carta precatória e às provas cautelares, § 4o Sustentada a desclassificação da infração
utilização no Tribunal do Júri. Em outras palavras,
antecipadas ou não repetíveis. para outra de competência do juiz singular, será
não só a juntada, mas também a ciência da parte
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, formulado quesito a respeito, para ser respondido
interessada deve ocorrer até 3 dias úteis antes do
se estiver presente, na forma estabelecida no após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito,
início do júri. STJ. 6ª Turma. REsp 1.637.288-SP, Rel.
Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com conforme o caso.
Min. Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Min.
as alterações introduzidas nesta Seção. § 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime
Sebastião Reis Júnior, julgado em 8/8/2017 (Info
§ 1o O Ministério Público, o assistente, o na sua forma tentada ou havendo divergência sobre
610).
querelante e o defensor, nessa ordem, poderão a tipificação do delito, sendo este da competência
formular, diretamente, perguntas ao acusado. Parágrafo único. Compreende-se na proibição do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca
§ 2o Os jurados formularão perguntas por deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro destas questões, para ser respondido após o
intermédio do juiz presidente. escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, segundo quesito.
§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer § 6o Havendo mais de um crime ou mais de um
acusado durante o período em que permanecer no outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar acusado, os quesitos serão formulados em séries
plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à sobre a matéria de fato submetida à apreciação e distintas.
ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas julgamento dos jurados. Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos
ou à garantia da integridade física dos presentes. Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados e indagará das partes se têm requerimento ou
Art. 475. O registro dos depoimentos e do poderão, a qualquer momento e por intermédio do reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem
interrogatório será feito pelos meios ou recursos de juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha como a decisão, constar da ata.
gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz
técnica similar, destinada a obter maior fidelidade e citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, presidente explicará aos jurados o significado de
celeridade na colheita da prova. pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele cada quesito.
Parágrafo único. A transcrição do registro, após alegado. Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida,
feita a degravação, constará dos autos. § 1o Concluídos os debates, o presidente o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o
indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou assistente, o querelante, o defensor do acusado, o
Seção XII se necessitam de outros esclarecimentos. escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala
Dos Debates § 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o especial a fim de ser procedida a votação.
presidente prestará esclarecimentos à vista dos § 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente
Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida autos. determinará que o público se retire, permanecendo
a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, § 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, somente as pessoas mencionadas no caput deste
nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime artigo.
que julgaram admissível a acusação, sustentando, se se solicitarem ao juiz presidente. § 2o O juiz presidente advertirá as partes de que
for o caso, a existência de circunstância agravante. Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, não será permitida qualquer intervenção que possa
§ 1o O assistente falará depois do Ministério reconhecida como essencial para o julgamento da perturbar a livre manifestação do Conselho e fará
Público. causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz retirar da sala quem se portar inconvenientemente.
§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa presidente dissolverá o Conselho, ordenando a Art. 486. Antes de proceder-se à votação de
privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em realização das diligências entendidas necessárias. cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir
seguida, o Ministério Público, salvo se este houver Parágrafo único. Se a diligência consistir na aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco
retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 produção de prova pericial, o juiz presidente, desde e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a
deste Código. logo, nomeará perito e formulará quesitos, palavra sim, 7 (sete) a palavra não.
§ 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa. facultando às partes também formulá-los e indicar Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o
§ 4o A acusação poderá replicar e a defesa assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. oficial de justiça recolherá em urnas separadas as
treplicar, sendo admitida a reinquirição de cédulas correspondentes aos votos e as não
testemunha já ouvida em plenário. Seção XIII utilizadas.
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à Do Questionário e sua Votação Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e
defesa será de 1h30 (uma hora e meia) para cada, e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará
de 1h (uma hora) para a réplica e outro tanto para a Art. 482. O Conselho de Sentença será que o escrivão registre no termo a votação de cada
tréplica. questionado sobre matéria de fato e se o acusado quesito, bem como o resultado do julgamento.
§ 1o Havendo mais de um acusador ou mais de deve ser absolvido. Parágrafo único. Do termo também constará a
um defensor, combinarão entre si a distribuição do Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em conferência das cédulas não utilizadas.
tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo proposições afirmativas, simples e distintas, de Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão
juiz presidente, de forma a não exceder o modo que cada um deles possa ser respondido com tomadas por maioria de votos.
determinado neste artigo. suficiente clareza e necessária precisão. Na sua
elaboração, o presidente levará em conta os termos
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos II – o magistrado que presidiu a sessão e os Art. 499. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
estiver em contradição com outra ou outras já jurados presentes; 2008).
dadas, o presidente, explicando aos jurados em que III – os jurados que deixaram de comparecer, Art. 500. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
consiste a contradição, submeterá novamente à com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas; 2008).
votação os quesitos a que se referirem tais IV – o ofício ou requerimento de isenção ou Art. 501. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
respostas. dispensa; 2008).
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um V – o sorteio dos jurados suplentes; Art. 502. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
dos quesitos, o presidente verificar que ficam VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, 2008).
prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando com a indicação do motivo;
por finda a votação. VII – a abertura da sessão e a presença do TÍTULO II
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a Ministério Público, do querelante e do assistente, se DOS PROCESSOS ESPECIAIS
que se refere o art. 488 deste Código assinado pelo houver, e a do defensor do acusado; CAPÍTULO I
presidente, pelos jurados e pelas partes. VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE
não comparecimento; FALÊNCIA
Seção XIV IX – as testemunhas dispensadas de depor;
Da sentença X – o recolhimento das testemunhas a lugar de Arts. 503 a 512. (Revogados pela Lei nº 11.101,
onde umas não pudessem ouvir o depoimento das de 2005)
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá outras;
sentença que: XI – a verificação das cédulas pelo juiz CAPÍTULO II
I – no caso de condenação: presidente; DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE
a) fixará a pena-base; XII – a formação do Conselho de Sentença, com RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
b) considerará as circunstâncias agravantes ou o registro dos nomes dos jurados sorteados e
atenuantes alegadas nos debates; recusas; Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, XIII – o compromisso e o interrogatório, com funcionários públicos, cujo processo e julgamento
em atenção às causas admitidas pelo júri; simples referência ao termo; competirão aos juízes de direito, a queixa ou a
d) observará as demais disposições do art. 387 XIV – os debates e as alegações das partes com denúncia será instruída com documentos ou
deste Código; os respectivos fundamentos; justificação que façam presumir a existência do
e) mandará o acusado recolher-se ou XV – os incidentes; delito ou com declaração fundamentada da
recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se XVI – o julgamento da causa; impossibilidade de apresentação de qualquer dessas
presentes os requisitos da prisão preventiva; XVII – a publicidade dos atos da instrução provas.
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos plenária, das diligências e da sentença.
Súmula vinculante nº 45: A competência
da condenação; Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o
II – no caso de absolvição: sanções administrativa e penal.
foro por prerrogativa de função, estabelecido
a) mandará colocar em liberdade o acusado se
exclusivamente pela Constituição Estadual.
por outro motivo não estiver preso; Seção XVI
b) revogará as medidas restritivas Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a
provisoriamente decretadas; denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança Art. 497. São atribuições do juiz presidente do autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
cabível. Tribunal do Júri, além de outras expressamente responder por escrito, dentro do prazo de 15
§ 1º Se houver desclassificação da infração para referidas neste Código: (quinze) dias.
outra, de competência do juiz singular, ao I – regular a polícia das sessões e prender os Parágrafo único. Se não for conhecida a
presidente do Tribunal do Júri caberá proferir desobedientes; residência do acusado, ou este se achar fora da
sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito II – requisitar o auxílio da força pública, que jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a
resultante da nova tipificação for considerado pela ficará sob sua exclusiva autoridade; quem caberá apresentar a resposta preliminar.
lei como infração penal de menor potencial ofensivo, III – dirigir os debates, intervindo em caso de
o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei nº 9.099, abuso, excesso de linguagem ou mediante 330 STJ. É desnecessária a resposta preliminar de
de 26 de setembro de 1995. requerimento de uma das partes; que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal,
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime IV – resolver as questões incidentes que não na ação penal instruída por inquérito policial.
conexo que não seja doloso contra a vida será dependam de pronunciamento do júri;
julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, V – nomear defensor ao acusado, quando Entende o STJ que o inquérito policial por si só já é
aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1º considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, uma oportunidade para que o agente busque se
deste artigo. dissolver o Conselho e designar novo dia para o defender, sendo desnecessária a notificação do
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo julgamento, com a nomeação ou a constituição de funcionário público, nos termos do art. 514 do
presidente antes de encerrada a sessão de instrução novo defensor; Código de Processo Penal, quando a ação penal for
e julgamento. VI – mandar retirar da sala o acusado que precedida de inquérito policial. Destaca-se,
dificultar a realização do julgamento, o qual entretanto, que o STF rechaça essa tese,
Se a condenação proferida pelo júri foi anulada pelo entendendo ser uma interpretação contra legem.
prosseguirá sem a sua presença;
Tribunal em recurso exclusivo da defesa, isso
VII – suspender a sessão pelo tempo Art. 515. No caso previsto no artigo anterior,
significa que deverá ser realizado um novo júri, mas,
indispensável à realização das diligências requeridas durante o prazo concedido para a resposta, os autos
em caso de nova condenação, a pena imposta neste
ou entendidas necessárias, mantida a permanecerão em cartório, onde poderão ser
segundo julgamento não poderá ser superior àquela
incomunicabilidade dos jurados; examinados pelo acusado ou por seu defensor.
fixada na sentença do primeiro júri. Em outras
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, Parágrafo único. A resposta poderá ser
palavras, se apenas o réu recorreu contra a sentença
para proferir sentença e para repouso ou refeição instruída com documentos e justificações.
que o condenou e o Tribunal decidiu anular a
dos jurados;
sentença, determinando que outra seja prolatada,
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia,
esta nova sentença, se também for condenatória,
Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer em despacho fundamentado, se convencido, pela
não pode ter uma pena superior à que foi aplicada
destes, a arguição de extinção de punibilidade; resposta do acusado ou do seu defensor, da
na primeira. Isso é chamado de princípio da ne
X – resolver as questões de direito suscitadas no inexistência do crime ou da improcedência da ação.
reformatio in pejus indireta, que tem aplicação
curso do julgamento; Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será
também no Tribunal do Júri. A soberania do
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo
veredicto dos jurados (art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF/88)
partes ou de qualquer jurado, as diligências I do Título X do Livro I.
autoriza a reformatio in pejus indireta. STF. 2ª
destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que Art. 518. Na instrução criminal e nos demais
Turma. HC 165376/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia,
prejudique o esclarecimento da verdade; termos do processo, observar-se-á o disposto nos
julgado em 11/12/2018 (Info 927)
XII – regulamentar, durante os debates, a Capítulos I e III, Título I, deste Livro.
intervenção de uma das partes, quando a outra
Seção XV estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) CAPÍTULO III
Da Ata dos Trabalhos minutos para cada parte requerido, que serão DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
acrescidos ao tempo desta última. DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ
Art. 494. De cada sessão de julgamento o
SINGULAR
escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas CAPÍTULO III
partes. DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS Art. 519. No processo por crime de calúnia ou
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR injúria, para o qual não haja outra forma
ocorrências, mencionando obrigatoriamente:
estabelecida em lei especial, observar-se-á o
I – a data e a hora da instalação dos trabalhos; Art. 498. (Revogado pela Lei nº 11.719, de disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro,
2008).
com as modificações constantes dos artigos pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos Art. 538. Nas infrações penais de menor
seguintes. os bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá potencial ofensivo, quando o juizado especial
integrar o inquérito policial ou o processo. criminal encaminhar ao juízo comum as peças
Embora o art. 519 se refira somente aos crimes de
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os existentes para a adoção de outro procedimento,
calúnia e injúria, também se aplica ao de difamação.
que lhe são conexos serão os fiéis depositários de observar-se-á o procedimento sumário previsto
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à neste Capítulo.
oferecerá às partes oportunidade para se disposição do juiz quando do ajuizamento da ação. § 1o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se § 2o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos preservar o corpo de delito, o juiz poderá § 3o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
seus advogados, não se lavrando termo. determinar, a requerimento da vítima, a destruição § 4o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o da produção ou reprodução apreendida quando não Art. 539. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
querelado, o juiz achar provável a reconciliação, houver impugnação quanto à sua ilicitude ou 2008).
promoverá entendimento entre eles, na sua quando a ação penal não puder ser iniciada por falta Art. 540. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
presença. de determinação de quem seja o autor do ilícito. 2008).
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença
assinado pelo querelante o termo da desistência, a condenatória, poderá determinar a destruição dos CAPÍTULO VI
queixa será arquivada. bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da perdimento dos equipamentos apreendidos, desde EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
verdade ou da notoriedade do fato imputado, o que precipuamente destinados à produção e
querelante poderá contestar a exceção no prazo de reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, Art. 541. Os autos originais de processo penal
dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda
arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas instância, serão restaurados.
prazo, em substituição às primeiras, ou para de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem § 1o Se existir e for exibida cópia autêntica ou
completar o máximo legal. como incorporá-los, por economia ou interesse certidão do processo, será uma ou outra
público, ao patrimônio da União, que não poderão considerada como original.
CAPÍTULO IV retorná-los aos canais de comércio. § 2o Na falta de cópia autêntica ou certidão do
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES Art. 530-H. As associações de titulares de processo, o juiz mandará, de ofício, ou a
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL direitos de autor e os que lhes são conexos poderão, requerimento de qualquer das partes, que:
em seu próprio nome, funcionar como assistente da a) o escrivão certifique o estado do processo,
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código segundo a sua lembrança, e reproduza o que houver
contra a propriedade imaterial, observar-se-á o Penal, quando praticado em detrimento de qualquer a respeito em seus protocolos e registros;
disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, de seus associados. b) sejam requisitadas cópias do que constar a
com as modificações constantes dos artigos Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto de
seguintes. pública incondicionada ou condicionada, observar- Identificação e Estatística ou em estabelecimentos
Art. 525. No caso de haver o crime deixado se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou
vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. cadeias;
não for instruída com o exame pericial dos objetos
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se
que constituam o corpo de delito. CAPÍTULO V
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não não forem encontradas, por edital, com o prazo de
DO PROCESSO SUMÁRIO
será recebida a queixa, nem ordenada qualquer 10 (dez) dias, para o processo de restauração dos
diligência preliminarmente requerida pelo ofendido. autos.
Art. 531. Na audiência de instrução e
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 § 3o Proceder-se-á à restauração na primeira
será realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações instância, ainda que os autos se tenham extraviado
que verificarão a existência de fundamento para a do ofendido, se possível, à inquirição das na segunda.
apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, Art. 542. No dia designado, as partes serão
pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado
após o encerramento da diligência. Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a
Parágrafo único. O requerente da diligência às acareações e ao reconhecimento de pessoas e conferência das certidões e mais reproduções do
poderá impugnar o laudo contrário à apreensão, e o coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e processo apresentadas e conferidas.
juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a procedendo-se, finalmente, ao debate. Art. 543. O juiz determinará as diligências
improcedência das razões aduzidas pelos peritos.
necessárias para a restauração, observando-se o
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas
seguinte:
serão conclusos ao juiz para homologação do laudo. até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e
I - caso ainda não tenha sido proferida a
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do 5 (cinco) pela defesa.
sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo
ofendido, não será admitida queixa com Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o ser substituídas as que tiverem falecido ou se
fundamento em apreensão e em perícia, se disposto nos parágrafos do art. 400 deste Código. encontrarem em lugar não sabido;
decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação § 1o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). II - os exames periciais, quando possível, serão
do laudo. § 2o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). repetidos, e de preferência pelos mesmos peritos;
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério § 3o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). III - a prova documental será reproduzida por
Público dos autos de busca e apreensão requeridas § 4o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). meio de cópia autêntica ou, quando impossível, por
pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não Art. 534. As alegações finais serão orais, meio de testemunhas;
tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste concedendo-se a palavra, respectivamente, à IV - poderão também ser inquiridas sobre os
artigo. acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) atos do processo, que deverá ser restaurado, as
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo autoridades, os serventuários, os peritos e mais
não for posto em liberdade, o prazo a que se refere o juiz, a seguir, sentença. pessoas que tenham nele funcionado;
o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo V - o Ministério Público e as partes poderão
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será
previsto para a defesa de cada um será individual. oferecer testemunhas e produzir documentos, para
aplicável aos crimes em que se proceda mediante
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a provar o teor do processo extraviado ou destruído.
queixa.
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos
minutos, prorrogando-se por igual período o tempo motivo de força maior, deverão concluir-se dentro
§§ 1o, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal, a
de manifestação da defesa. de 20 (vinte) dias, serão os autos conclusos para
autoridade policial procederá à apreensão dos bens
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo julgamento.
ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua
quando imprescindível a prova faltante, Parágrafo único. No curso do processo, e depois
totalidade, juntamente com os equipamentos,
determinando o juiz a condução coercitiva de quem de subirem os autos conclusos para sentença, o juiz
suportes e materiais que possibilitaram a sua
deva comparecer. poderá, dentro em 5 (cinco) dias, requisitar de
existência, desde que estes se destinem
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). autoridades ou de repartições todos os
precipuamente à prática do ilícito.
§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). esclarecimentos para a restauração.
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será
Art. 536. A testemunha que comparecer será Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos
lavrado termo, assinado por 2 (duas) ou mais
inquirida, independentemente da suspensão da nos autos originais, não serão novamente cobrados.
testemunhas, com a descrição de todos os bens
audiência, observada em qualquer caso a ordem Art. 546. Os causadores de extravio de autos
apreendidos e informações sobre suas origens, o
estabelecida no art. 531 deste Código. responderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo
qual deverá integrar o inquérito policial ou o
Art. 537. (Revogado pela Lei nº 11.719, de da responsabilidade criminal.
processo.
2008). Art. 547. Julgada a restauração, os autos
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será
realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por respectivos valerão pelos originais.
Parágrafo único. Se no curso da restauração Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se IV - por omissão de formalidade que constitua
aparecerem os autos originais, nestes continuará o da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou elemento essencial do ato.
processo, apensos a eles os autos da restauração. para a defesa. (princípio “pas de nullité sans grief") Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e
523 STF. No processo penal, a falta de defesa
os autos, a sentença condenatória em execução contradição entre estas.
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só
continuará a produzir efeito, desde que conste da
o anulará se houver prova do prejuízo para o réu. 155 STF. É relativa a nulidade do processo criminal
respectiva guia arquivada na cadeia ou na
por falta de intimação da expedição de carta
penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena,
Falta de defesa: nulidade absoluta; deficiência: precatória para inquirição de testemunha.
ou de registro que torne a sua existência inequívoca.
nulidade relativa.
Assim, mesmo que a defesa não tenha sido intimada
CAPÍTULO VII Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes da expedição da precatória, isso não significa
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE casos: necessariamente que haverá nulidade. Para que o
SEGURANÇA POR FATO NÃO CRIMINOSO I - por incompetência, suspeição ou suborno do ato seja anulado, é necessário que a defesa alegue o
juiz; vício no tempo oportuno e demonstre a ocorrência
Art. 549. Se a autoridade policial tiver II - por ilegitimidade de parte; do prejuízo sofrido.
conhecimento de fato que, embora não constituindo III - por falta das fórmulas ou dos termos
infração penal, possa determinar a aplicação de seguintes: Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir
medida de segurança (Código Penal, arts. 14 e 27), a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha
deverá proceder a inquérito, a fim de apurá-lo e nos processos de contravenções penais, a portaria concorrido, ou referente a formalidade cuja
averiguar todos os elementos que possam interessar ou o auto de prisão em flagrante; observância só à parte contrária interesse.
à verificação da periculosidade do agente. b) o exame do corpo de delito nos crimes que Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato
(Referência feita a dispositivos da antiga Parte deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; processual que não houver influído na apuração da
Geral do CP, revogada pela Lei nº 7.209, de 11-7- verdade substancial ou na decisão da causa.
1984. Tratam da matéria os arts. 17 e 31 do CP.) 361 STF. No processo penal, é nulo o exame
Art. 550. O processo será promovido pelo realizado por um só perito, considerando-se 366 STF. Não é nula a citação por edital que indica o
Ministério Público, mediante requerimento que impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
conterá a exposição sucinta do fato, as suas diligência de apreensão. denúncia ou a queixa, ou não resuma os fatos em
circunstâncias e todos os elementos em que se que se baseia.
fundar o pedido. Essa súmula é aplicável apenas nos casos em que a
perícia for realizada por peritos não oficiais. Se a Art. 567. A incompetência do juízo anula
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, somente os atos decisórios, devendo o processo,
ordenará a intimação do interessado para perícia for realizada por perito oficial, basta um
único perito; se for realizada por perito não oficial, quando for declarada a nulidade (relativa), ser
comparecer em juízo, a fim de ser interrogado. remetido ao juiz competente.
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do serão necessários dois peritos não oficiais.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do
prazo de dois dias, o interessado ou seu defensor c) a nomeação de defensor ao réu presente, representante da parte poderá ser a todo tempo
poderá oferecer alegações. que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao menor de 21 anos; (Art. 5º do CC/2002 dispõe que
interessado que não o tiver. Art. 569. As omissões da denúncia ou da
aos 18 anos completos cessa a menoridade civil.)
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o queixa, da representação, ou, nos processos das
requerimento inicial, e a defesa, no prazo 708 STF. É nulo o julgamento da apelação se, após a contravenções penais, da portaria ou do auto de
estabelecido no artigo anterior, poderão requerer manifestação nos autos da renúncia do único prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o
exames, diligências e arrolar até três testemunhas. defensor, o réu não foi previamente intimado para tempo, antes da sentença final.
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização constituir outro.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da
dos exames e diligências ordenados pelo juiz, de d) a intervenção do Ministério Público em todos intimação ou notificação estará sanada, desde que o
ofício ou a requerimento das partes, será marcada os termos da ação por ele intentada e nos da interessado compareça, antes de o ato consumar-se,
audiência, em que, inquiridas as testemunhas e intentada pela parte ofendida, quando se tratar de embora declare que o faz para o único fim de argui-
produzidas alegações orais pelo órgão do Ministério crime de ação pública; la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou
Público e pelo defensor, dentro de dez minutos para e) a citação do réu para ver-se processar, o seu o adiamento do ato, quando reconhecer que a
cada um, o juiz proferirá sentença. interrogatório, quando presente, e os prazos irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar concedidos à acusação e à defesa;
Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
habilitado a proferir a decisão, designará, desde
351 STF. É nula a citação por edital de réu preso na I - as da instrução criminal dos processos da
logo, outra audiência, que se realizará dentro de
mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a competência do júri, nos prazos a que se refere o
cinco dias, para publicar a sentença.
sua jurisdição. art. 406;
Art. 555. Quando, instaurado processo por
infração penal, o juiz, absolvendo ou f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega PROCESSO-CRIME – AUDIÇÃO DE TESTEMUNHA –
impronunciando o réu, reconhecer a existência de da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos RÉU – IMPLEMENTO DA DEFESA TÉCNICA –
qualquer dos fatos previstos no art. 14 ou no art. 27 processos perante o Tribunal do Júri; AFASTAMENTO DA SALA – NOMEAÇÃO DE
do Código Penal, aplicar-lhe-á, se for caso, medida g) a intimação do réu para a sessão de DEFENSOR. O fato de o Juízo não abrir oportunidade
de segurança. (Referência feita a dispositivos da julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não a que o próprio réu, que vinha fazendo em causa
antiga Parte Geral do CP, revogada pela Lei nº permitir o julgamento à revelia; própria a defesa técnica, nomeasse defensor gera, a
7.209, de 11-7-1984. Tratam da matéria os arts. 17 h) a intimação das testemunhas arroladas no teor do disposto no artigo 571, inciso I, do Código de
e 31 do CP.) libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos Processo Penal, nulidade relativa.
pela lei;
II - as da instrução criminal dos processos de
TÍTULO III i) a presença pelo menos de 15 (quinze) jurados
competência do juiz singular e dos processos
DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO SUPREMO para a constituição do júri;
especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II
TRIBUNAL FEDERAL j) o sorteio dos jurados do conselho de do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500;
E DOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO sentença em número legal e sua incomunicabilidade;
III - as do processo sumário, no prazo a que se
k) os quesitos e as respectivas respostas;
refere o art. 537, ou, se verificadas depois desse
CAPÍTULO I
156 STF. É absoluta a nulidade do julgamento, pelo prazo, logo depois de aberta a audiência e
DA INSTRUÇÃO
júri, por falta de quesito obrigatório. apregoadas as partes;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do
Arts. 556 a 560. (Revogados pela Lei nº 8.658, 162 STF. É absoluta a nulidade do julgamento pelo Título II do Livro II, logo depois de aberta a
de 26.5.1993) júri quando os quesitos da defesa não precedem aos audiência;
das circunstâncias agravantes. V - as ocorridas posteriormente à pronúncia,
CAPÍTULO II
l) a acusação e a defesa, na sessão de logo depois de anunciado o julgamento e
DO JULGAMENTO
julgamento; apregoadas as partes (art. 447); (A redação do
m) a sentença; mencionado art. 447 corresponde ao atual art. 454.)
Arts. 561 e 562. (Revogados pela Lei nº 8.658,
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o VI - as de instrução criminal dos processos de
de 26.5.1993)
tenha estabelecido; competência do Supremo Tribunal Federal e dos
o) a intimação, nas condições estabelecidas Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o
LIVRO III
pela lei, para ciência de sentenças e despachos de art. 500;
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
TÍTULO I que caiba recurso; VII - se verificadas após a decisão da primeira
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais instância, nas razões de recurso ou logo depois de
DAS NULIDADES
de Apelação, o quórum legal para o julgamento; anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as
partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia X - que conceder ou negar a ordem de habeas
audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de seguinte ao último do prazo. corpus;
ocorrerem. Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, não será prejudicada pela interposição de um condicional da pena;
III, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão recurso por outro. XII - que conceder, negar ou revogar livramento
sanadas: Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, condicional;
I - se não forem arguidas, em tempo oportuno, reconhecer a impropriedade do recurso interposto XIII - que anular o processo da instrução
de acordo com o disposto no artigo anterior; pela parte, mandará processá-lo de acordo com o criminal, no todo ou em parte;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver rito do recurso cabível. XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o
atingido o seu fim; excluir;
Art. 580. No caso de concurso de agentes
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
(Código Penal, art. 25), a decisão do recurso
aceito os seus efeitos. (terá efeito suspensivo)
interposto por um dos réus, se fundado em motivos
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido XVI - que ordenar a suspensão do processo, em
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal,
sanada, na forma dos artigos anteriores, serão virtude de questão prejudicial;
aproveitará aos outros. (Trata da matéria o art.29 do
renovados ou retificados. XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
CP.)
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
causará a dos atos que dele diretamente dependam Não cabe recurso adesivo no Processo Penal. Em XIX - que decretar medida de segurança, depois
ou sejam consequência. matéria criminal, não deve ser conhecido recurso de transitar a sentença em julgado;
§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará especial adesivo interposto pelo Ministério Público XX - que impuser medida de segurança por
os atos a que ela se estende. veiculando pedido em desfavor do réu. STJ. 6ª transgressão de outra;
Turma. REsp 1.595.636-RN, Rel. Min. Sebastião Reis XXI - que mantiver ou substituir a medida de
TÍTULO II Júnior, julgado em 2/5/2017 (Info 605). segurança, nos casos do art. 774;
DOS RECURSOS EM GERAL XXII - que revogar a medida de segurança;
CAPÍTULO I É possível que o Tribunal, ao julgar um recurso, XXIII - que deixar de revogar a medida de
DISPOSIÇÕES GERAIS mantenha a sentença do juiz fazendo a segurança, nos casos em que a lei admita a
suplementação da fundamentação da dosimetria e revogação;
Art. 574. Os recursos serão voluntários, da fixação do regime de cumprimento de pena, XXIV - que converter a multa em detenção ou
excetuando-se os seguintes casos, em que deverão sempre que não haja agravamento da pena do réu. em prisão simples.
ser interpostos, de ofício, pelo juiz: Isso é possível em razão do efeito devolutivo amplo Art. 582 - Os recursos serão sempre para o
I - da sentença que conceder habeas corpus; de recurso de apelação, não se configurando Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e
II - da que absolver desde logo o réu com reformatio in pejus. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC XIV.
fundamento na existência de circunstância que 425.361/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV,
exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos 06/03/2018. será para o presidente do Tribunal de Apelação. (Os
do art. 411. Tribunais de Apelação, com a promulgação da
O prazo para a interposição de recurso flui a partir
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos CF/1946, passaram a ser denominados Tribunais de
da última publicação da decisão a ser impugnada, de
que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não Justiça.)
modo que a republicação, mesmo que desnecessária
tiverem seguimento ou não forem apresentados Art. 583. Subirão nos próprios autos os
ou feita por equívoco, acarreta a reabertura do
dentro do prazo. recursos:
prazo recursal. STJ. 5ª Turma. HC 238698-SP, Rel.
I - quando interpostos de oficio;
320 STF. A apelação despachada pelo juiz no prazo Min. Marilza Maynard (Desembargadora-convocada
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
legal não fica prejudicada pela demora da juntada, do TJ-SE), julgado em 20/11/2012.
III - quando o recurso não prejudicar o
por culpa do cartório. andamento do processo.
CAPÍTULO II Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá
428 STF. Não fica prejudicada a apelação entregue DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO em traslado, quando, havendo dois ou mais réus,
em cartório no prazo legal, embora despachada qualquer deles se conformar com a decisão ou todos
tardiamente. Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
decisão, despacho ou sentença: Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo
Apesar das súmulas mencionarem a apelação, vale I - que não receber a denúncia ou a queixa; nos casos de perda da fiança, de concessão de
para todo e qualquer recurso. livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do
707 STF. Constitui nulidade a falta de intimação do
Art. 576. O Ministério Público não poderá denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso art. 581.
desistir de recurso que haja interposto. interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a § 1o Ao recurso interposto de sentença de
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo nomeação do defensor dativo. impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581,
Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
709 STF. Salvo quando nula a decisão de primeiro § 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-
seu procurador ou seu defensor.
grau, o acórdão que provê o recurso contra rejeição somente o julgamento.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento § 3o O recurso do despacho que julgar
recurso da parte que não tiver interesse na reforma dela. quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito
ou modificação da decisão.
II - que concluir pela incompetência do juízo; de perda da metade do seu valor.
210 STF. O assistente do Ministério Público pode III - que julgar procedentes as exceções, salvo a Art. 585. O réu não poderá recorrer da
recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação de suspeição; pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar
penal, nos casos dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do IV – que pronunciar o réu; fiança, nos casos em que a lei a admitir.
Código de Processo Penal. Art. 586. O recurso voluntário poderá ser
Pronúncia ou Não receber denúncia ou queixa: RESE interposto no prazo de 5 (cinco) dias.
448 STF. O prazo para o assistente recorrer, (consoante com consoante) Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o
supletivamente, começa a correr imediatamente Impronúncia/Absolvição sumária: Apelação (vogal prazo será de 20 (vinte) dias, contado da data da
após o transcurso do prazo do Ministério Público. com vogal) publicação definitiva da lista de jurados.
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou 700 STF. É de cinco dias o prazo para interposição de
Se o assistente já estava habilitado nos autos, o
julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de agravo contra decisão do juiz da execução penal.
prazo será de 5 dias (art. 593 do CPP); se ainda não
prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
estava habilitado, o prazo será de 15 dias (art. 598, Apenas a Defensoria Pública possui a prerrogativa de
provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
parágrafo único, do CPP). ter dobrado o prazo de recurso em matéria criminal.
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 578. O recurso será interposto por petição VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o Art. 587. Quando o recurso houver de subir por
ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou seu valor; instrumento, a parte indicará, no respectivo termo,
por seu representante. VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por ou em requerimento avulso, as peças dos autos de
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu outro modo, extinta a punibilidade; que pretenda traslado.
assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a 438 STJ. É inadmissível a extinção da punibilidade Parágrafo único. O traslado será extraído,
seu rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas. pela prescrição da pretensão punitiva com conferido e concertado no prazo de 5 (cinco) dias, e
§ 2º A petição de interposição de recurso, com fundamento em pena hipotética, dele constarão sempre a decisão recorrida, a
o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último independentemente da existência ou sorte do certidão de sua intimação, se por outra forma não
do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no processo penal. for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e
termo da juntada a data da entrega. o termo de interposição.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, IX - que indeferir o pedido de reconhecimento Art. 588. Dentro de 2 (dois) dias, contados da
sob pena de suspensão por 10 (dez) a 30 (trinta) da prescrição ou de outra causa extintiva da interposição do recurso, ou do dia em que o
punibilidade;
escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, suspensão condicional de pena. 08/04/2008.
será aberta vista ao recorrido por igual prazo. Art. 598. Nos crimes de competência do
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença CAPÍTULO IV
intimado do prazo na pessoa do defensor. não for interposta apelação pelo Ministério Público DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas
ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 2 enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha Art. 607. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
(dois) dias, reformará ou sustentará o seu despacho, habilitado como assistente, poderá interpor Art. 608. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
mandando instruir o recurso com os traslados que apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
lhe parecerem necessários. Parágrafo único. O prazo para interposição CAPÍTULO V
desse recurso será de 15 (quinze) dias e correrá do DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho
dia em que terminar o do Ministério Público. EM SENTIDO ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS
recorrido, a parte contrária, por simples petição,
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,
quer em relação a todo o julgado, quer em relação a
não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
parte dele. Art. 609. Os recursos, apelações e embargos
independentemente de novos arrazoados, subirá o
recurso nos próprios autos ou em traslado. Art. 600. Assinado o termo de apelação, o serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de 8 turmas criminais, de acordo com a competência
extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz (oito) dias cada um para oferecer razões, salvo nos estabelecida nas leis de organização judiciária.
prorrogá-lo até o dobro (2x). processos de contravenção, em que o prazo será de Parágrafo único. Quando não for unânime a
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz 3 (três) dias. decisão de segunda instância, desfavorável ao réu,
ou tribunal ad quem, dentro de 5 (cinco) dias da admitem-se embargos infringentes e de nulidade,
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no
publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a
prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público.
ao Correio dentro do mesmo prazo. contar da publicação de acórdão, na forma do
§ 2º Se a ação penal for movida pela parte art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do
ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, serão restritos à matéria objeto de divergência.
tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos,
no prazo do parágrafo anterior.
dentro de 5 (cinco) dias, ao juiz a quo. Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com
§ 3º Quando forem 2 (dois) ou mais os
exceção do de habeas corpus, e nas apelações
apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
CAPÍTULO III interpostas das sentenças em processo de
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no
DA APELAÇÃO contravenção ou de crime a que a lei comine pena
termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar
de detenção, os autos irão imediatamente com vista
na superior instância serão os autos remetidos ao
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) ao procurador-geral pelo prazo de 5 (cinco) dias, e,
tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,
dias: em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator,
observados os prazos legais, notificadas as partes
I - das sentenças definitivas de condenação ou que pedirá designação de dia para o julgamento.
pela publicação oficial.
absolvição proferidas por juiz singular; Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos
II - das decisões definitivas, ou com força de presidente, e apregoadas as partes, com a presença
serão remetidos à instância superior, com as razões
definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do
ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso
previstos no Capítulo anterior; feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo
do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados
30 (trinta) dias.
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral,
§ 1º Se houver mais de um réu, e não
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à quando o requerer, por igual prazo.
houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos
lei expressa ou à decisão dos jurados; Art. 611. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 552, de
apelado, caberá ao apelante promover extração do
c) houver erro ou injustiça no tocante à 25.4.1969)
traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à
aplicação da pena ou da medida de segurança; Art. 612. Os recursos de habeas corpus,
instância superior no prazo de 30 (trinta) dias,
d) for a decisão dos jurados manifestamente designado o relator, serão julgados na primeira
contado da data da entrega das últimas razões de
contrária à prova dos autos. sessão.
apelação, ou do vencimento do prazo para a
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for Art. 613. As apelações interpostas das
apresentação das do apelado.
contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos sentenças proferidas em processos por crime a que a
§ 2º As despesas do traslado correrão por conta
jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a lei comine pena de reclusão, deverão ser
de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu
devida retificação. processadas e julgadas pela forma estabelecida no
pobre ou do Ministério Público.
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no Art. 610, com as seguintes modificações:
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do
nº III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se lhe der I - exarado o relatório nos autos, passarão estes
artigo anterior, apresentados ao tribunal ad quem
provimento, retificará a aplicação da pena ou da ao revisor, que terá igual prazo para o exame do
ou entregues ao Correio, sob registro.
medida de segurança. processo e pedirá designação de dia para o
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais
julgamento;
§ 3º Se a apelação se fundar no nº III, d, deste e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em
III - o tempo para os debates será de um quarto
decisão dos jurados é manifestamente contrária à cartório traslado dos termos essenciais do processo
de hora.
prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar referidos no art. 564, III.
Art. 614. No caso de impossibilidade de
o réu a novo julgamento; não se admite, porém, Arts. 604 a 606. (Revogados pela Lei nº 263, de
observância de qualquer dos prazos marcados nos
pelo mesmo motivo, segunda apelação. 23.2.1948)
arts. 610 e 613, os motivos da demora serão
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. declarados nos autos.
usado o recurso em sentido estrito, ainda que AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de
somente de parte da decisão se recorra. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. RÉUS E votos.
713 STF. O efeito devolutivo da apelação contra DEFENSOR CONSTITUÍDO REGULARMENTE § 1o Havendo empate de votos no julgamento
decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua INTIMADOS DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. de recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou
interposição. NECESSIDADE DO MANDADO DE INTIMAÇÃO DE turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá
SENTENÇA SER ACOMPANHADO DE TERMO DE o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá
705 STF. A renúncia do réu ao direito de apelação, APELAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. a decisão mais favorável ao réu.
manifestada sem assistência do defensor, não ORDEM DENEGADA. 1. Os réus e o defensor § 2o O acórdão será apresentado à conferência
impede o conhecimento da apelação por este constituído foram regularmente intimados da na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no
interposta. sentença penal condenatória. 2. A não interposição prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-
Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de de apelação não equivale à ausência de defesa, lo.
2008). porquanto o defensor constituído ofereceu Art. 616. No julgamento das apelações poderá o
Art. 595. (Revogado pela Lei nº 12.403, de embargos de declaração à sentença penal tribunal, câmara ou turma proceder a novo
2011). condenatória em tempo hábil. Ausência de recurso interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas
Art. 596. A apelação da sentença absolutória que se situa no âmbito da estratégia de defesa ou determinar outras diligências.
não impedirá que o réu seja posto imediatamente delineada pelo defensor constituído, dada a
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá
em liberdade. voluntariedade recursal. 3. Não há qualquer
nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a dispositivo legal que determine a necessidade de o
387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser
execução da medida de segurança aplicada mandado de intimação de sentença condenatória
agravada a pena, quando somente o réu houver
provisoriamente. ser acompanhado de um termo de apelação.
apelado da sentença.
Art. 597. A apelação de sentença condenatória Ausência de constrangimento ilegal. 4. Negado
provimento ao writ. HC 93120, Relator(a): Min. O art. 617 proíbe que a situação do réu seja
terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a
agravada quando apenas ele recorre. Desse modo,
aplicação provisória de interdições de direitos e de
ainda que haja nulidade absoluta no processo, esta ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro
não poderá ser reconhecida em prejuízo ao réu se ascendente, descendente ou irmão. cumprimento da decisão.
apenas a defesa houver recorrido. Essa é a Art. 630. O tribunal, se o interessado o
inteligência do enunciado 160 do STF. REVISÃO CRIMINAL - LEGITIMIDADE. O Estado-
requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa
acusador, ou seja, o Ministério Público, não tem
indenização pelos prejuízos sofridos.
160 STF. É nula a decisão do tribunal que acolhe, legitimidade para formalizar a revisão criminal,
contra o réu, nulidade não arguida no recurso de pouco importando haver emprestado ao pedido o § 1o Por essa indenização, que será liquidada no
apelação, ressalvados os casos de recurso de ofício. rótulo de habeas corpus, presente o fato de a juízo cível, responderá a União, se a condenação
sentença já ter transitado em julgado há mais de tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal
O réu foi condenado a 4 anos de reclusão pela quatro anos da impetração e a circunstância de ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela
prática do crime previsto no art. 4º, caput, da Lei nº haver-se arguido a competência da Justiça Federal, e respectiva justiça.
7.492/86. O Tribunal, em recurso exclusivo da não da Justiça Estadual, sendo requerente o § 2o A indenização não será devida:
defesa, reclassificou a conduta para os art. 16 e 22, Procurador da República. (STF – RHC: 80796, Relator: a) se o erro ou a injustiça da condenação
parágrafo único, da Lei nº 7.492/86, mantendo, Marco Aurélio, data de julgamento: 29/05/2001, proceder de ato ou falta imputável ao próprio
contudo, a pena em 4 anos de reclusão. Não há Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 10-8-2001) impetrante, como a confissão ou a ocultação de
qualquer nulidade no acórdão do Tribunal. Houve, prova em seu poder;
no presente caso, emendatio libelli. É possível a Art. 624. As revisões criminais serão b) se a acusação houver sido meramente
realização de emendatio libelli em segunda instância processadas e julgadas: privada.
no julgamento de recurso exclusivo da defesa, desde I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às
condenações por ele proferidas; É dominante o entendimento de que o § 2o , b, não
que não gere reformatio in pejus, nos termos do art.
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais foi recepcionado pela Constituição, que consagra a
617 do CPP. Como a pena foi mantida pelo Tribunal,
de Justiça ou de Alçada, nos demais casos. responsabilidade objetiva do Estado. Com efeito, o
não houve prejuízo ao réu. STF. 2ª Turma.HC
fato de a acusação ser privada não tem o condão de
134.872/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em Com o advento da Constituição de 88, o STJ exonerar o Estado de sua responsabilidade pelo erro
27/3/2018 (Info 895). absorveu todas as competências do Tribunal Federal judiciário.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de de Recursos, conforme art. 105, I, e, da CF.
Apelação estabelecerão as normas complementares Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a
§ 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal
para o processo e julgamento dos recursos e pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o
Federal de Recursos o processo e julgamento
apelações. presidente do tribunal nomeará curador para a
obedecerão ao que for estabelecido no respectivo
defesa.
regimento interno.
CAPÍTULO VI § 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o A condenação penal definitiva imposta pelo Júri
DOS EMBARGOS julgamento será efetuado pelas câmaras ou turmas também pode ser desconstituída mediante revisão
criminais, reunidas em sessão conjunta, quando criminal, não lhe sendo oponível a cláusula
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo constitucional da soberania do veredicto do
Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão tribunal pleno. Conselho de Sentença.
ser opostos embargos de declaração, no prazo de 2 § 3o Nos tribunais onde houver 4 (quatro) ou Se o Tribunal de Justiça, ao julgar uma revisão
(dois) dias contados da sua publicação, quando mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser criminal, entender que a condenação do réu foi
houver na sentença ambiguidade, obscuridade, constituídos 2 (dois) ou mais grupos de câmaras ou proferida de forma contrária à evidência dos autos,
contradição ou omissão. turmas para o julgamento de revisão, obedecido o ele poderá absolver diretamente o condenado, não
Art. 620. Os embargos de declaração serão que for estabelecido no respectivo regimento sendo necessário que outro júri seja realizado.
deduzidos em requerimento de que constem os interno. Havendo empate de votos no julgamento da revisão
pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, Art. 625. O requerimento será distribuído a um criminal, se o presidente do Tribunal, Câmara ou
contraditório ou omisso. relator e a um revisor, devendo funcionar como Turma, não tiver votado ainda, deverá proferir o
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator um desembargador que não tenha voto de desempate. Caso já tenha votado,
relator e julgado, independentemente de revisão, na pronunciado decisão em qualquer fase do processo. prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
primeira sessão. § 1o O requerimento será instruído com a STJ. 5ª Turma. HC 137504-BA, Rel. Min. Laurita Vaz,
§ 2o Se não preenchidas as condições certidão de haver passado em julgado a sentença julgado em 28/8/2012.
enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde condenatória e com as peças necessárias à
logo o requerimento. comprovação dos fatos arguidos. CAPÍTULO VIII
§ 2o O relator poderá determinar que se DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
CAPÍTULO VII apensem os autos originais, se daí não advier
DA REVISÃO dificuldade à execução normal da sentença. Arts. 632. a 636. Revogados pela Lei nº 3.396,
§ 3o Se o relator julgar insuficientemente de 2.6.1958:
Art. 621. A revisão dos processos findos será instruído o pedido e inconveniente ao interesse da Art. 637. O recurso extraordinário não tem
admitida: justiça que se apensem os autos originais, indeferi- efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo
I - quando a sentença condenatória for contrária lo-á in limine, dando recurso para as câmaras recorrido os autos do traslado, os originais baixarão
ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos reunidas ou para o tribunal, conforme o caso à primeira instância, para a execução da sentença.
autos; (art. 624, parágrafo único). Art. 638. O recurso extraordinário será
II - quando a sentença condenatória se fundar § 4o Interposto o recurso por petição e processado e julgado no Supremo Tribunal Federal
em depoimentos, exames ou documentos independentemente de termo, o relator apresentará na forma estabelecida pelo respectivo regimento
comprovadamente falsos; o processo em mesa para o julgamento e o relatará, interno.
III - quando, após a sentença, se descobrirem sem tomar parte na discussão.
novas provas de inocência do condenado ou de § 5o Se o requerimento não for indeferido in CAPÍTULO IX
circunstância que determine ou autorize diminuição limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador- DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
especial da pena. geral, que dará parecer no prazo de 10 (dez) dias. Em
seguida, examinados os autos, sucessivamente, em Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
A revisão criminal tem dois pressupostos: igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o
I - da decisão que denegar o recurso;
a) existência de decisão condenatória (ou pedido na sessão que o presidente designar.
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar
absolutória imprópria) com trânsito em julgado; Art. 626. Julgando procedente a revisão, o
à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.
b) demonstração de que houve erro judiciário. tribunal poderá alterar a classificação da infração,
absolver o réu, modificar a pena ou anular o A carta testemunhável caberá em apenas duas
A decisão absolutória própria não pode ser objeto de processo. hipóteses, sendo elas:
revisão, pois não condenou nem impôs qualquer Parágrafo único. De qualquer maneira, não 1. Quando denegar o recurso em sentido estrito;
pena. poderá ser agravada a pena imposta pela decisão 2. Quando for denegado o agravo em execução.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em revista.
Art. 640. A carta testemunhável será requerida
qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Art. 627. A absolvição implicará o ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o
Parágrafo único. Não será admissível a restabelecimento de todos os direitos perdidos em caso, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao
reiteração do pedido, salvo se fundado em novas virtude da condenação, devendo o tribunal, se for despacho que denegar o recurso, indicando o
provas. caso, impor a medida de segurança cabível. requerente as peças do processo que deverão ser
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais trasladadas.
393 STF. Para requerer revisão criminal, o de Apelação estabelecerão as normas
condenado não é obrigado a recolher-se à prisão. Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal,
complementares para o processo e julgamento das
dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo
revisões criminais.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo de 5 (cinco) dias, no caso de recurso no sentido
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que
próprio réu ou por procurador legalmente habilitado estrito, ou de 60 (sessenta) dias, no caso de recurso
cassar a sentença condenatória, o juiz mandará
extraordinário, fará entrega da carta, devidamente c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a
conferida e concertada. A súmula 691 pode ser afastada em casos seu rogo, quando não souber ou não puder escrever,
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar e a designação das respectivas residências.
que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou
sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso manifestamente contrária à jurisprudência do STF. § 2º Os juízes e os tribunais têm competência
por 30 (trinta) dias. O juiz, ou o presidente do para expedir de ofício ordem de habeas corpus,
Tribunal de Apelação, em face de representação do A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, quando no curso de processo verificarem que
testemunhante, imporá a pena e mandará que seja acompanhando a orientação da Primeira Turma do alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação
extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de ilegal.
substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. que o habeas corpus não pode ser utilizado como
substituto de recurso próprio, sob pena de A pessoa jurídica não pode figurar como paciente de
Se o testemunhante não for atendido, poderá habeas corpus, mas pode impetrar habeas corpus
reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que desvirtuar a finalidade dessa garantia constitucional,
exceto quando a ilegalidade apontada for flagrante, em benefício de pessoa física.
avocará os autos, para o efeito do julgamento do
recurso e imposição da pena. hipótese em que se concede a ordem de ofício. (HC Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, 247.408/RJ, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA escrivão, o oficial de justiça ou a autoridade
observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso TURMA, julgado em 07/04/2015, DJe 16/04/2015) judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar
de recurso em sentido estrito, ou o processo a expedição de ordem de habeas corpus, as
Admite-se a intervenção de terceiros no processo de
estabelecido para o recurso extraordinário, se deste informações sobre a causa da prisão, a condução e
habeas corpus?
se tratar. apresentação do paciente, ou a sua soltura, será
• Regra: NÃO.
multado na quantia de duzentos mil-réis a um conto
A carta testemunhável admite o juízo de retratação. • Exceção: em habeas corpus oriundo de ação penal
de réis, sem prejuízo das penas em que incorrer. As
privada, admite-se a intervenção do querelante no
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que multas serão impostas pelo juiz do tribunal que
julgamento do HC, uma vez que ele tem interesse
competir o julgamento da carta, se desta tomar julgar o habeas corpus, salvo quando se tratar de
jurídico na decisão. STJ. 5ª Turma. RHC 41.527-RJ,
conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se autoridade judiciária, caso em que caberá ao
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015. (Info
estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de
557)
meritis. Apelação impor as multas.
Art. 645. O processo da carta testemunhável na Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus,
instância superior seguirá o processo do recurso da sua jurisdição, fará passar imediatamente a o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o
denegado. ordem impetrada, nos casos em que tenha paciente, mandará que este lhe seja imediatamente
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito cabimento, seja qual for a autoridade coatora. apresentado em dia e hora que designar.
suspensivo. Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, Parágrafo único. Em caso de desobediência,
do pedido de habeas corpus: será expedido mandado de prisão contra o detentor,
CAPÍTULO X I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos que será processado na forma da lei, e o juiz
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO previstos no Art. 101, I, g, da Constituição; providenciará para que o paciente seja tirado da
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os prisão e apresentado em juízo.
atos de violência ou coação forem atribuídos aos Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que
governadores ou interventores dos Estados ou motivo escusará a sua apresentação, salvo:
alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer
Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a I - grave enfermidade do paciente;
violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
seus secretários, ou aos chefes de Polícia. Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem
salvo nos casos de punição disciplinar.
se atribui a detenção;
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: III - se o comparecimento não tiver sido
a violência ou coação provier de autoridade
I - quando não houver justa causa; determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
judiciária de igual ou superior jurisdição.
II - quando alguém estiver preso por mais Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em
tempo do que determina a lei; § 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão
que o paciente se encontrar, se este não puder ser
III - quando quem ordenar a coação não tiver administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis
apresentado por motivo de doença.
competência para fazê-lo; por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública,
alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento Art. 658. O detentor declarará à ordem de
IV - quando houver cessado o motivo que quem o paciente estiver preso.
autorizou a coação; nos prazos legais, salvo se o pedido for
acompanhado de prova de quitação ou de depósito Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já
V - quando não for alguém admitido a prestar
do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo cessou a violência ou coação ilegal, julgará
fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
legal. prejudicado o pedido.
VI - quando o processo for manifestamente
nulo; Art. 651. A concessão do habeas corpus não Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado
VII - quando extinta a punibilidade. obstará, nem porá termo ao processo, desde que o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente,
este não esteja em conflito com os fundamentos dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
O habeas corpus, por ser ação de rito célere, daquela. § 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será
demandar prova pré-constituída e dotada de logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo
absoluta certeza, somente poderá ser o instrumento Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em dever ser mantido na prisão.
apto para trancar a ação penal quando, virtude de nulidade do processo, este será renovado. § 2º Se os documentos que instruírem a petição
excepcionalmente, manifestarem-se, de forma evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em
inequívoca e patente: tribunal ordenará que cesse imediatamente o
virtude de habeas corpus, será condenada nas custas
a. a inocência do acusado constrangimento.
a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de
b. a atipicidade da conduta ou § 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter
poder, tiver determinado a coação.
e. a extinção da punibilidade. sido o paciente admitido a prestar fiança, o juiz
STJ. 5ª Turma. REsp 1.046.892-CE, Rei. Min. Laurita Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao
arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada
Vaz, julgado em 16/8/2012. Ministério Público cópia das peças necessárias para
perante ele, remetendo, neste caso, à autoridade os
ser promovida a responsabilidade da autoridade.
respectivos autos, para serem anexados aos do
694 STF. Não cabe habeas corpus contra a imposição
Como o habeas corpus se trata de ação gratuita, ou inquérito policial ou aos do processo judicial.
da pena de exclusão de militar ou perda de patente
seja, que não se exige o recolhimento de custas, § 4º Se a ordem de habeas corpus for
ou de função pública.
revela-se impossível a condenação da autoridade concedida para evitar ameaça de violência ou
395 STF. Não se conhece de recurso de habeas coatora ao pagamento da referida quantia, visto que coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto
corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das inexistente. Por isso, a doutrina é unânime em dizer assinado pelo juiz. (Hipótese de habeas corpus
custas, por não estar mais em causa a liberdade de que este artigo não foi recepcionado pela preventivo.)
locomoção. Constituição. § 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão
à autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o
693 STF. Não cabe habeas corpus contra decisão Art. 654. O habeas corpus poderá ser paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos
condenatória a pena de multa, ou relativo a impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de autos do processo.
processo em curso por infração penal a que a pena outrem, bem como pelo Ministério Público. § 6º Quando o paciente estiver preso em lugar
pecuniária seja a única cominada. que não seja o da sede do juízo ou do tribunal que
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido
695 STF. Não cabe habeas corpus quando já extinta a
ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem pelo telégrafo, se houver, observadas as
pena privativa de liberdade.
exercer a violência, coação ou ameaça; formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo
691 STF. Não compete ao Supremo Tribunal Federal b) a declaração da espécie de constrangimento único, in fine, ou por via postal.
conhecer de habeas corpus impetrado contra ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões Art. 661. Em caso de competência originária do
decisão do Relator que, em habeas corpus requerido em que funda o seu temor; Tribunal de Apelação, a petição de habeas
a Tribunal Superior, indefere a liminar. corpus será apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da Art. 669. Só depois de passar em julgado, será quanto ao início da execução ou ao tempo de
câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, exequível a sentença, salvo: duração da pena.
ou primeiro tiver de reunir-se. I - quando condenatória, para o efeito de Art. 677. Da carta de guia e seus aditamentos se
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do sujeitar o réu a prisão, ainda no caso de crime remeterá cópia ao Conselho Penitenciário.
art. 654, § 1º, o presidente, se necessário, afiançável, enquanto não for prestada a fiança; Art. 678. O diretor do estabelecimento, em que
requisitará da autoridade indicada como coatora II - quando absolutória, para o fim de imediata o réu tiver de cumprir a pena, passará recibo da
informações por escrito. Faltando, porém, qualquer soltura do réu, desde que não proferida em processo carta de guia para juntar-se aos autos do processo.
daqueles requisitos, o presidente mandará por crime a que a lei comine pena de reclusão, no Art. 679. As cartas de guia serão registradas em
preenchê-lo, logo que lhe for apresentada a petição. máximo, por tempo igual ou superior a 8 (oito) anos. livro especial, segundo a ordem cronológica do
Art. 663. As diligências do artigo anterior não Art. 670. No caso de decisão absolutória recebimento, fazendo-se no curso da execução as
serão ordenadas, se o presidente entender que o confirmada ou proferida em grau de apelação, anotações necessárias.
habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse incumbirá ao relator fazer expedir o alvará de Art. 680. Computar-se-á no tempo da pena o
caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, soltura, de que dará imediatamente conhecimento período em que o condenado, por sentença
para que delibere a respeito. ao juiz de primeira instância. irrecorrível, permanecer preso em estabelecimento
Art. 664. Recebidas as informações, ou Art. 671. Os incidentes da execução serão diverso do destinado ao cumprimento dela.
dispensadas, o habeas corpus será julgado na resolvidos pelo respectivo juiz. Art. 681. Se impostas cumulativamente penas
primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o Art. 672. Computar-se-á na pena privativa da privativas da liberdade, será executada primeiro a de
julgamento para a sessão seguinte. liberdade o tempo: reclusão, depois a de detenção e por último a de
Parágrafo único. A decisão será tomada por I - de prisão preventiva no Brasil ou no prisão simples.
maioria de votos. Havendo empate, se o presidente estrangeiro; Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença
não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de II - de prisão provisória no Brasil ou no mental, verificada por perícia médica, será internado
desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão estrangeiro; em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro
mais favorável ao paciente. III - de internação em hospital ou manicômio. estabelecimento adequado, onde lhe seja
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a Art. 673. Verificado que o réu, pendente a assegurada a custódia.
ordem que, assinada pelo presidente do tribunal, apelação por ele interposta, já sofreu prisão por § 1º Em caso de urgência, o diretor do
câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou tempo igual ao da pena a que foi condenado, o estabelecimento penal poderá determinar a
telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou autoridade relator do feito mandará pô-lo imediatamente em remoção do sentenciado, comunicando
que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento. liberdade, sem prejuízo do julgamento do recurso, imediatamente a providência ao juiz, que, em face
Parágrafo único. A ordem transmitida por salvo se, no caso de crime a que a lei comine pena da perícia médica, ratificará ou revogará a medida.
telegrama obedecerá ao disposto no art. 289, de reclusão, no máximo, por tempo igual ou superior § 2º Se a internação se prolongar até o término
parágrafo único, in fine. a 8 anos, o querelante ou o Ministério Público do prazo restante da pena e não houver sido
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de também houver apelado da sentença condenatória. imposta medida de segurança detentiva, o indivíduo
Apelação estabelecerão as normas complementares terá o destino aconselhado pela sua enfermidade,
para o processo e julgamento do pedido de habeas TÍTULO II feita a devida comunicação ao juiz de incapazes.
corpus de sua competência originária. DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE Art. 683. O diretor da prisão a que o réu tiver
Art. 667. No processo e julgamento do habeas CAPÍTULO I sido recolhido provisoriamente ou em cumprimento
corpus de competência originária do Supremo DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE de pena comunicará imediatamente ao juiz o óbito,
Tribunal Federal, bem como nos de recurso das a fuga ou a soltura do detido ou sentenciado para
decisões de última ou única instância, denegatórias Art. 674. Transitando em julgado a sentença que fique constando dos autos.
de habeas corpus, observar-se-á, no que lhes for que impuser pena privativa de liberdade, se o réu já Parágrafo único. A certidão de óbito
aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo estiver preso, ou vier a ser preso, o juiz ordenará a acompanhará a comunicação.
o regimento interno do tribunal estabelecer as expedição de carta de guia para o cumprimento da Art. 684. A recaptura do réu evadido não
regras complementares. pena. depende de prévia ordem judicial e poderá ser
Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, última efetuada por qualquer pessoa.
Cabe sustentação oral no agravo regimental parte, a expedição da carta de guia será ordenada Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o
interposto contra a decisão monocrática do Ministro pelo juiz competente para a soma ou unificação das condenado será posto, imediatamente, em
do STF que negou seguimento ao habeas corpus. penas. liberdade, mediante alvará do juiz, no qual se
Fundamento: aplicação, por analogia, da regra do § Art. 675. No caso de ainda não ter sido ressalvará a hipótese de dever o condenado
3º do art. 937 do CPC/2015. STF. 2ª Turma. HC expedido mandado de prisão, por tratar-se de continuar na prisão por outro motivo legal.
152676/PR, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. infração penal em que o réu se livra solto ou por Parágrafo único. Se tiver sido imposta medida
Gilmar Mendes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). estar afiançado, o juiz, ou o presidente da câmara ou de segurança detentiva, o condenado será removido
tribunal, se tiver havido recurso, fará expedir o para estabelecimento adequado (art. 762).
LIVRO IV mandado de prisão, logo que transite em julgado a
DA EXECUÇÃO sentença condenatória. CAPÍTULO II
TÍTULO I § 1o No caso de reformada pela superior DAS PENAS PECUNIÁRIAS
DISPOSIÇÕES GERAIS instância, em grau de recurso, a sentença
absolutória, estando o réu solto, o presidente da Art. 686. A pena de multa será paga dentro em
Art. 668. A execução, onde não houver juiz câmara ou do tribunal fará, logo após a sessão de 10 dias após haver transitado em julgado a sentença
especial, incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a julgamento, remeter ao chefe de Polícia o mandado que a impuser.
decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente. de prisão do condenado. Parágrafo único. Se interposto recurso da
Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal § 2o Se o réu estiver em prisão especial, deverá, sentença, esse prazo será contado do dia em que o
superior, nos casos de sua competência originária, ressalvado o disposto na legislação relativa aos juiz ordenar o cumprimento da decisão da superior
caberá ao respectivo presidente prover-lhe a militares, ser expedida ordem para sua imediata instância.
execução. remoção para prisão comum, até que se verifique a Art. 687. O juiz poderá, desde que o condenado
expedição de carta de guia para o cumprimento da o requeira:
A unificação de penas não enseja a alteração da
pena. I - prorrogar o prazo do pagamento da multa até
data-base para concessão de novos benefícios
Art. 676. A carta de guia, extraída pelo escrivão três meses, se as circunstâncias justificarem essa
executórios. STJ. 3ª Seção. ProAfR no REsp
e assinada pelo juiz, que a rubricará em todas as prorrogação;
1.753.509-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
folhas, será remetida ao diretor do estabelecimento II - permitir, nas mesmas circunstâncias, que o
julgado em 18/12/2018 (recurso repetitivo) (Info
em que tenha de ser cumprida a sentença pagamento se faça em parcelas mensais, no prazo
644).
condenatória, e conterá: que fixar, mediante caução real ou fidejussória,
A alteração da data-base para concessão de novos I - o nome do réu e a alcunha por que for quando necessário.
benefícios executórios, em razão da unificação das conhecido; § 1o O requerimento, tanto no caso do no I,
penas, não encontra respaldo legal. Assim, não se Il - a sua qualificação civil (naturalidade, filiação, como no do no II, será feito dentro do decêndio
pode desconsiderar o período de cumprimento de idade, estado, profissão), instrução e, se constar, concedido para o pagamento da multa.
pena desde a última prisão ou desde a última número do registro geral do Instituto de § 2º A permissão para o pagamento em parcelas
infração disciplinar, seja por delito ocorrido antes do Identificação e Estatística ou de repartição será revogada, se o juiz verificar que o condenado
início da execução da pena, seja por crime praticado congênere; dela se vale para fraudar a execução da pena. Nesse
depois e já apontado como falta disciplinar grave. Se III - o teor integral da sentença condenatória e a caso, a caução resolver-se-á em valor monetário,
isso for desconsiderado, haverá excesso de data da terminação da pena. devolvendo-se ao condenado o que exceder à
execução. STJ. 3ª Seção. REsp 1.557.461-SC, Rel. Parágrafo único. Expedida carta de guia para satisfação da multa e das custas processuais.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/02/2018 cumprimento de uma pena, se o réu estiver Art. 688. Findo o decêndio ou a prorrogação
(Info 621). cumprindo outra, só depois de terminada a sem que o condenado efetue o pagamento, ou
execução desta será aquela executada. Retificar-se-á
a carta de guia sempre que sobrevenha modificação
ocorrendo a hipótese prevista no § 2o do artigo sejam acautelados, no juízo competente, a pessoa e § 6o A entidade fiscalizadora deverá comunicar
anterior, observar-se-á o seguinte: os bens do menor ou do interdito. imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins
I - possuindo o condenado bens sobre os quais Art. 693. A incapacidade permanente ou legais (arts. 730 e 731), qualquer fato capaz de
possa recair a execução, será extraída certidão da temporária para o exercício da autoridade marital ou acarretar a revogação do benefício, a prorrogação
sentença condenatória, a fim de que o Ministério do pátrio poder será averbada no registro civil. do prazo ou a modificação das condições.
Público proceda à cobrança judicial; Art. 694. As penas acessórias consistentes em § 7o Se for permitido ao beneficiário mudar-se,
II - sendo o condenado insolvente, far-se-á a interdições de direitos serão comunicadas ao será feita comunicação ao juiz e à entidade
cobrança: Instituto de Identificação e Estatística ou fiscalizadora do local da nova residência, aos quais
a) mediante desconto de quarta parte de sua estabelecimento congênere, figurarão na folha de deverá apresentar-se imediatamente.
remuneração (arts. 29, § 1o, e 37 do Código Penal), antecedentes do condenado e serão mencionadas Art. 699. No caso de condenação pelo Tribunal
quando cumprir pena privativa da liberdade, no rol de culpados. do Júri, a suspensão condicional da pena competirá
cumulativamente imposta com a de multa; Art. 695. Iniciada a execução das interdições ao seu presidente.
b) mediante desconto em seu vencimento ou temporárias (art. 72, a e b, do Código Penal), o juiz, Art. 700. A suspensão não compreende a multa,
salário, se, cumprida a pena privativa da liberdade, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou as penas acessórias, os efeitos da condenação nem
ou concedido o livramento condicional, a multa não do condenado, fixará o seu termo final, completando as custas.
houver sido resgatada; as providências determinadas nos artigos anteriores. Art. 701. O juiz, ao conceder a suspensão,
c) mediante esse desconto, se a multa for a fixará, tendo em conta as condições econômicas ou
única pena imposta ou no caso de suspensão TÍTULO III profissionais do réu, o prazo para o pagamento,
condicional da pena. DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO integral ou em prestações, das custas do processo e
§ 1o O desconto, nos casos das letras b e c, será CAPÍTULO I taxa penitenciária.
feito mediante ordem ao empregador, à repartição DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Art. 702. Em caso de co-autoria, a suspensão
competente ou à administração da entidade poderá ser concedida a uns e negada a outros réus.
paraestatal, e, antes de fixá-lo, o juiz requisitará Art. 696. O juiz poderá suspender, por tempo Art. 703. O juiz que conceder a suspensão lerá
informações e ordenará diligências, inclusive não inferior a 2 (dois) nem superior a 6 (seis) anos, a ao réu, em audiência, a sentença respectiva, e o
arbitramento, quando necessário, para observância execução das penas de reclusão e de detenção que advertirá das consequências de nova infração penal
do art. 37, § 3o, do Código Penal. não excedam a 2 (dois) anos, ou, por tempo não e da transgressão das obrigações impostas.
§ 2o Sob pena de desobediência e sem prejuízo inferior a 1 (um) nem superior a 3 (três) anos, a Art. 704. Quando for concedida a suspensão
da execução a que ficará sujeito, o empregador será execução da pena de prisão simples, desde que o pela superior instância, a esta caberá estabelecer-lhe
intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado sentenciado: as condições, podendo a audiência ser presidida por
pelo juiz, a importância correspondente ao I - não haja sofrido, no País ou no estrangeiro, qualquer membro do tribunal ou câmara, pelo juiz
desconto, em selo penitenciário, que será inutilizado condenação irrecorrível por outro crime a pena do processo ou por outro designado pelo presidente
nos autos pelo juiz. privativa da liberdade, salvo o disposto no parágrafo do tribunal ou câmara.
§ 3o Se o condenado for funcionário estadual ou único do art. 46 do Código Penal; Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou por
municipal ou empregado de entidade paraestatal, a II - os antecedentes e a personalidade do edital com prazo de 20 dias, o réu não comparecer à
importância do desconto será, semestralmente, sentenciado, os motivos e as circunstâncias do crime audiência a que se refere o art. 703, a suspensão
recolhida ao Tesouro Nacional, delegacia fiscal ou autorizem a presunção de que não tornará a ficará sem efeito e será executada imediatamente a
coletoria federal, como receita do selo penitenciário. delinqüir. pena, salvo prova de justo impedimento, caso em
§ 4o As quantias descontadas em folha de Parágrafo único. Processado o beneficiário por que será marcada nova audiência.
pagamento de funcionário federal constituirão renda outro crime ou contravenção, considerar-se-á Art. 706. A suspensão também ficará sem efeito
do selo penitenciário. prorrogado o prazo da suspensão da pena até o se, em virtude de recurso, for aumentada a pena de
Art. 689. A multa será convertida, à razão de julgamento definitivo. modo que exclua a concessão do benefício.
dez mil-réis por dia, em detenção ou prisão simples, Art. 697. O juiz ou tribunal, na decisão que Art. 707. A suspensão será revogada se o
no caso de crime ou de contravenção: aplicar pena privativa da liberdade não superior a 2 beneficiário:
I - se o condenado solvente frustrar o (dois) anos, deverá pronunciar-se, motivadamente, I - é condenado, por sentença irrecorrível, a
pagamento da multa; sobre a suspensão condicional, quer a conceda quer pena privativa da liberdade;
II - se não forem pagas pelo condenado solvente a denegue. II - frustra, embora solvente, o pagamento da
as parcelas mensais autorizadas sem garantia. Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz multa, ou não efetua, sem motivo justificado, a
§ 1o Se o juiz reconhecer desde logo a especificará as condições a que fica sujeito o reparação do dano.
existência de causa para a conversão, a ela condenado, pelo prazo previsto, começando este a Parágrafo único. O juiz poderá revogar a
procederá de ofício ou a requerimento do Ministério correr da audiência em que se der conhecimento da suspensão, se o beneficiário deixa de cumprir
Público, independentemente de audiência do sentença ao beneficiário e Ihe for entregue qualquer das obrigações constantes da sentença, de
condenado; caso contrário, depois de ouvir o documento similar ao descrito no art. 724. observar proibições inerentes à pena acessória, ou é
condenado, se encontrado no lugar da sede do juízo, § 1o As condições serão adequadas ao delito e à irrecorrivelmente condenado a pena que não seja
poderá admitir a apresentação de prova pelas personalidade do condenado. privativa da liberdade; se não a revogar, deverá
partes, inclusive testemunhal, no prazo de três dias. § 2o Poderão ser impostas, além das advertir o beneficiário, ou exacerbar as condições
§ 2o O juiz, desde que transite em julgado a estabelecidas no art. 767, como normas de conduta ou, ainda, prorrogar o período da suspensão até o
decisão, ordenará a expedição de mandado de e obrigações, as seguintes condições: máximo, se esse limite não foi o fixado.
prisão ou aditamento à carta de guia, conforme I - freqüentar curso de habilitação profissional Art. 708. Expirado o prazo de suspensão ou a
esteja o condenado solto ou em cumprimento de ou de instrução escolar; prorrogação, sem que tenha ocorrido motivo de
pena privativa da liberdade. II - prestar serviços em favor da comunidade; revogação, a pena privativa de liberdade será
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, a III - atender aos encargos de família; declarada extinta.
conversão será feita pelo valor das parcelas não IV - submeter-se a tratamento de Parágrafo único. O juiz, quando julgar
pagas. desintoxicação. necessário, requisitará, antes do julgamento, nova
Art. 690. O juiz tornará sem efeito a conversão, o
§ 3 O juiz poderá fixar, a qualquer tempo, de folha de antecedentes do beneficiário.
expedindo alvará de soltura ou cassando a ordem de ofício ou a requerimento do Ministério Público, Art. 709. A condenação será inscrita, com a
prisão, se o condenado, em qualquer tempo: outras condições além das especificadas na sentença nota de suspensão, em livros especiais do Instituto
I - pagar a multa; e das referidas no parágrafo anterior, desde que as de Identificação e Estatística, ou repartição
II - prestar caução real ou fidejussória que Ihe circunstâncias o aconselhem. congênere, averbando-se, mediante comunicação do
assegure o pagamento. § 4o A fiscalização do cumprimento das juiz ou do tribunal, a revogação da suspensão ou a
Parágrafo único. No caso do no II, antes de condições deverá ser regulada, nos Estados, extinção da pena. Em caso de revogação, será feita a
homologada a caução, será ouvido o Ministério Territórios e Distrito Federal, por normas supletivas averbação definitiva no registro geral.
Público dentro do prazo de dois dias. e atribuída a serviço social penitenciário, patronato, § 1o Nos lugares onde não houver Instituto de
conselho de comunidade ou entidades similares, Identificação e Estatística ou repartição congênere, o
CAPÍTULO III inspecionadas pelo Conselho Penitenciário, pelo registro e a averbação serão feitos em livro próprio
DAS PENAS ACESSÓRIAS Ministério Público ou ambos, devendo o juiz da no juízo ou no tribunal.
execução na comarca suprir, por ato, a falta das § 2o O registro será secreto, salvo para efeito de
Art. 691. O juiz dará à autoridade administrativa normas supletivas. informações requisitadas por autoridade judiciária,
competente conhecimento da sentença transitada § 5o O beneficiário deverá comparecer no caso de novo processo.
em julgado, que impuser ou de que resultar a perda periodicamente à entidade fiscalizadora, para § 3o Não se aplicará o disposto no § 2o, quando
da função pública ou a incapacidade temporária para comprovar a observância das condições a que está houver sido imposta ou resultar de condenação
investidura em função pública ou para exercício de sujeito, comunicando, também, a sua ocupação, os pena acessória consistente em interdição de
profissão ou atividade. salários ou proventos de que vive, as economias que direitos.
Art. 692. No caso de incapacidade temporária conseguiu realizar e as dificuldades materiais ou
ou permanente para o exercício do pátrio poder, da sociais que enfrenta. CAPÍTULO II
tutela ou da curatela, o juiz providenciará para que DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
§ 1o Se for permitido ao liberado residir fora da contravenção, a ser condenado por sentença
jurisdição do juiz da execução, remeter-se-á cópia da irrecorrível a pena privativa de liberdade.
Art. 710. O livramento condicional poderá ser sentença do livramento à autoridade judiciária do Art. 727. O juiz pode, também, revogar o
concedido ao condenado a pena privativa da lugar para onde ele se houver transferido, e à livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde entidade de observação cautelar e proteção. das obrigações constantes da sentença, de observar
que se verifiquem as condições seguintes: § 2o O liberado será advertido da obrigação de proibições inerentes à pena acessória ou for
I - cumprimento de mais da metade da pena, ou apresentar-se imediatamente à autoridade judiciária irrecorrivelmente condenado, por crime, à pena que
mais de três quartos, se reincidente o sentenciado; e à entidade de observação cautelar e proteção. não seja privativa da liberdade.
II - ausência ou cessação de periculosidade; Art. 719. O livramento ficará também Parágrafo único. Se o juiz não revogar o
III - bom comportamento durante a vida subordinado à obrigação de pagamento das custas livramento, deverá advertir o liberado ou exacerbar
carcerária; do processo e da taxa penitenciária, salvo caso de as condições.
IV - aptidão para prover à própria subsistência insolvência comprovada. Art. 728. Se a revogação for motivada por
mediante trabalho honesto; Parágrafo único. O juiz poderá fixar o prazo infração penal anterior à vigência do livramento,
V - reparação do dano causado pela infração, para o pagamento integral ou em prestações, tendo computar-se-á no tempo da pena o período em que
salvo impossibilidade de fazê-lo. em consideração as condições econômicas ou esteve solto o liberado, sendo permitida, para a
Art. 711. As penas que correspondem a profissionais do liberado. concessão de novo livramento, a soma do tempo das
infrações diversas podem somar-se, para efeito do Art. 720. A forma de pagamento da multa, duas penas.
livramento. ainda não paga pelo liberando, será determinada de Art. 729. No caso de revogação por outro
Art. 712. O livramento condicional poderá ser acordo com o disposto no art. 688. motivo, não se computará na pena o tempo em que
concedido mediante requerimento do sentenciado, Art. 721. Reformada a sentença denegatória do esteve solto o liberado, e tampouco se concederá,
de seu cônjuge ou de parente em linha reta, ou por livramento, os autos baixarão ao juiz da primeira em relação à mesma pena, novo livramento.
proposta do diretor do estabelecimento penal, ou instância, a fim de que determine as condições que Art. 730. A revogação do livramento será
por iniciativa do Conselho Penitenciário. devam ser impostas ao liberando. decretada mediante representação do Conselho
Parágrafo único. No caso do artigo anterior, a Art. 722. Concedido o livramento, será Penitenciário, ou a requerimento do Ministério
concessão do livramento competirá ao juiz da expedida carta de guia, com a cópia integral da Público, ou de ofício, pelo juiz, que, antes, ouvirá o
execução da pena que o condenado estiver sentença em duas vias, remetendo-se uma ao liberado, podendo ordenar diligências e permitir a
cumprindo. diretor do estabelecimento penal e outra ao produção de prova, no prazo de cinco dias.
Art. 713. As condições de admissibilidade, presidente do Conselho Penitenciário. Art. 731. O juiz, de ofício, a requerimento do
conveniência e oportunidade da concessão do Art. 723. A cerimônia do livramento condicional Ministério Público, ou mediante representação do
livramento serão verificadas pelo Conselho será realizada solenemente, em dia marcado pela Conselho Penitenciário, poderá modificar as
Penitenciário, a cujo parecer não ficará, entretanto, autoridade que deva presidi-la, observando-se o condições ou normas de conduta especificadas na
adstrito o juiz. seguinte: sentença, devendo a respectiva decisão ser lida ao
Art. 714. O diretor do estabelecimento penal I - a sentença será lida ao liberando, na presença liberado por uma das autoridades ou por um dos
remeterá ao Conselho Penitenciário minucioso dos demais presos, salvo motivo relevante, pelo funcionários indicados no inciso I do art. 723,
relatório sobre: presidente do Conselho Penitenciário, ou pelo seu observado o disposto nos incisos II e III, e §§ 1o e
I - o caráter do sentenciado, revelado pelos seus representante junto ao estabelecimento penal, ou, 2o do mesmo artigo.
antecedentes e conduta na prisão; na falta, pela autoridade judiciária local; Art. 732. Praticada pelo liberado nova infração,
II - o procedimento do liberando na prisão, sua II - o diretor do estabelecimento penal chamará o juiz ou o tribunal poderá ordenar a sua prisão,
aplicação ao trabalho e seu trato com os a atenção do liberando para as condições impostas ouvido o Conselho Penitenciário, suspendendo o
companheiros e funcionários do estabelecimento; na sentença de livramento; curso do livramento condicional, cuja revogação
III - suas relações, quer com a família, quer com III - o preso declarará se aceita as condições. ficará, entretanto, dependendo da decisão final no
estranhos; § 1o De tudo, em livro próprio, se lavrará termo, novo processo.
IV - seu grau de instrução e aptidão profissional, subscrito por quem presidir a cerimônia, e pelo Art. 733. O juiz, de ofício, ou a requerimento do
com a indicação dos serviços em que haja sido liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou interessado, do Ministério Público, ou do Conselho
empregado e da especialização anterior ou adquirida não puder escrever. Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de
na prisão; § 2o Desse termo, se remeterá cópia ao juiz do liberdade, se expirar o prazo do livramento sem
V - sua situação financeira, e seus propósitos processo. revogação, ou na hipótese do artigo anterior, for o
quanto ao seu futuro meio de vida, juntando o Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-lhe-á liberado absolvido por sentença irrecorrível.
diretor, quando dada por pessoa idônea, promessa entregue, além do saldo do seu pecúlio e do que Ihe
escrita de colocação do liberando, com indicação do pertencer, uma caderneta que exibirá à autoridade TÍTULO IV
serviço e do salário. judiciária ou administrativa sempre que Ihe for DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA
Parágrafo único. O relatório será, dentro do exigido. Essa caderneta conterá: REABILITAÇÃO
prazo de quinze dias, remetido ao Conselho, com o I - a reprodução da ficha de identidade, ou o CAPÍTULO I
prontuário do sentenciado, e, na falta, o Conselho retrato do liberado, sua qualificação e sinais DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA
opinará livremente, comunicando à autoridade característicos;
competente a omissão do diretor da prisão. II - o texto impresso dos artigos do presente Art. 734. A graça poderá ser provocada por
Art. 715. Se tiver sido imposta medida de capítulo; petição do condenado, de qualquer pessoa do povo,
segurança detentiva, o livramento não poderá ser III - as condições impostas ao liberado; do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Público,
concedido sem que se verifique, mediante exame IV - a pena acessória a que esteja sujeito. ressalvada, entretanto, ao Presidente da Republica,
das condições do sentenciado, a cessação da § 1o Na falta de caderneta, será entregue ao a faculdade de concedê-la espontaneamente.
periculosidade. liberado um salvo-conduto, em que constem as Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos
Parágrafo único. Consistindo a medida de condições do livramento e a pena acessória, documentos com que o impetrante a instruir, será
segurança em internação em casa de custódia e podendo substituir-se a ficha de identidade ou o remetida ao Ministro da Justiça por intermédio do
tratamento, proceder-se-á a exame mental do retrato do liberado pela descrição dos sinais que Conselho Penitenciário.
sentenciado. possam identificá-lo. Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos
Art. 716. A petição ou a proposta de livramento § 2o Na caderneta e no salvo-conduto deve autos do processo, e depois de ouvir o diretor do
será remetida ao juiz ou ao tribunal por ofício do haver espaço para consignar o cumprimento das estabelecimento penal a que estiver recolhido o
presidente do Conselho Penitenciário, com a cópia condições referidas no art. 718. condenado, fará, em relatório, a narração do fato
do respectivo parecer e do relatório do diretor da Art. 725. A observação cautelar e proteção criminoso, examinará as provas, mencionará
prisão. realizadas por serviço social penitenciário, qualquer formalidade ou circunstância omitida na
§ 1o Para emitir parecer, o Conselho poderá patronato, conselho de comunidade ou entidades petição e exporá os antecedentes do condenado e
determinar diligências e requisitar os autos do similares, terá a finalidade de: seu procedimento depois de preso, opinando sobre
processo. I - fazer observar o cumprimento da pena o mérito do pedido.
§ 2o O juiz ou o tribunal mandará juntar a acessória, bem como das condições especificadas na Art. 737. Processada no Ministério da Justiça,
petição ou a proposta, com o ofício ou documento sentença concessiva do benefício; com os documentos e o relatório do Conselho
que a acompanhar, aos autos do processo, e II - proteger o beneficiário, orientando-o na Penitenciário, a petição subirá a despacho do
proferirá sua decisão, previamente ouvido o execução de suas obrigações e auxiliando-o na Presidente da República, a quem serão presentes os
Ministério Público. obtenção de atividade laborativa. autos do processo ou a certidão de qualquer de suas
Art. 717. Na ausência da condição prevista no Parágrafo único. As entidades encarregadas de peças, se ele o determinar.
art. 710, I, o requerimento será liminarmente observação cautelar e proteção do liberado Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos
indeferido. apresentarão relatório ao Conselho Penitenciário, cópia do decreto, o juiz declarará extinta a pena ou
Art. 718. Deferido o pedido, o juiz, ao especificar para efeito da representação prevista nos arts. 730 e penas, ou ajustará a execução aos termos do
as condições a que ficará subordinado o livramento, 731. decreto, no caso de redução ou comutação de pena.
atenderá ao disposto no art. 698, §§ 1o, 2o e 5o. Art. 726. Revogar-se-á o livramento Art. 739. O condenado poderá recusar a
condicional, se o liberado vier, por crime ou comutação da pena.
Art. 740. Os autos da petição de graça serão pena, por motivo diverso de fuga ou ocultação do a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável,
arquivados no Ministério da Justiça. condenado: se for apto para o trabalho;
Art. 741. Se o réu for beneficiado por indulto, o I - no caso da letra a do no I do artigo anterior, b) não mudar do território da jurisdição do juiz,
juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, do bem como no da letra b, se tiver sido alegada a sem prévia autorização deste.
Ministério Público ou por iniciativa do Conselho periculosidade; § 2º Poderão ser impostas ao indivíduo sujeito
Penitenciário, providenciará de acordo com o II - no caso da letra c do no I do mesmo artigo. à liberdade vigiada, entre outras obrigações, as
disposto no art. 738. Art. 753. Ainda depois de transitar em julgado seguintes:
Art. 742. Concedida a anistia após transitar em a sentença absolutória, poderá ser imposta a medida a) não mudar de habitação sem aviso prévio ao
julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou de segurança, enquanto não decorrido tempo juiz, ou à autoridade incumbida da vigilância;
a requerimento do interessado, do Ministério equivalente ao da sua duração mínima, a indivíduo b) recolher-se cedo à habitação;
Público ou por iniciativa do Conselho Penitenciário, que a lei presuma perigoso. c) não trazer consigo armas ofensivas ou
declarará extinta a pena. Art. 754. A aplicação da medida de segurança, instrumentos capazes de ofender;
nos casos previstos nos arts. 751 e 752, competirá d) não frequentar casas de bebidas ou de
CAPÍTULO II ao juiz da execução da pena, e, no caso do art. 753, tavolagem, nem certas reuniões, espetáculos ou
DA REABILITAÇÃO ao juiz da sentença. diversões públicas.
Art. 755. A imposição da medida de segurança, § 3º Será entregue ao indivíduo sujeito à
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da nos casos dos arts. 751 a 753, poderá ser decretada liberdade vigiada uma caderneta, de que constarão
condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, de ofício ou a requerimento do Ministério Público. as obrigações impostas.
pelo menos, conforme se trate de condenado ou Parágrafo único. O diretor do estabelecimento Art. 768. As obrigações estabelecidas na
reincidente, contados do dia em que houver penal, que tiver conhecimento de fatos indicativos sentença serão comunicadas à autoridade policial.
terminado a execução da pena principal ou da da periculosidade do condenado a quem não tenha Art. 769. A vigilância será exercida
medida de segurança detentiva, devendo o sido imposta medida de segurança, deverá logo discretamente, de modo que não prejudique o
requerente indicar as comarcas em que haja residido comunicá-los ao juiz. indivíduo a ela sujeito.
durante aquele tempo. Art. 756. Nos casos do no I, a e b, do art. 751, e Art. 770. Mediante representação da
Art. 744. O requerimento será instruído com: no I do art. 752, poderá ser dispensada nova autoridade incumbida da vigilância, a requerimento
I - certidões comprobatórias de não ter o audiência do condenado. do Ministério Público ou de ofício, poderá o juiz
requerente respondido, nem estar respondendo a Art. 757. Nos casos do no I, c, e no II do art. 751 modificar as normas fixadas ou estabelecer outras.
processo penal, em qualquer das comarcas em que e no II do art. 752, o juiz, depois de proceder às Art. 771. Para execução do exílio local, o juiz
houver residido durante o prazo a que se refere o diligências que julgar convenientes, ouvirá o comunicará sua decisão à autoridade policial do
artigo anterior; Ministério Público e concederá ao condenado o lugar ou dos lugares onde o exilado está proibido de
II - atestados de autoridades policiais ou outros prazo de 3 (três) dias para alegações, devendo a permanecer ou de residir.
documentos que comprovem ter residido nas prova requerida ou reputada necessária pelo juiz ser § 1º O infrator da medida será conduzido à
comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom produzida dentro em 10 (dez) dias. presença do juiz que poderá mantê-lo detido até
comportamento; § 1º O juiz nomeará defensor ao condenado proferir decisão.
III - atestados de bom comportamento que o requerer. § 2º Se for reconhecida a transgressão e
fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado; § 2º Se o réu estiver foragido, o juiz procederá imposta, consequentemente, a liberdade vigiada,
IV - quaisquer outros documentos que sirvam às diligências que julgar convenientes, concedendo o determinará o juiz que a autoridade policial
como prova de sua regeneração; prazo de provas, quando requerido pelo Ministério providencie a fim de que o infrator siga
V - prova de haver ressarcido o dano causado Público. imediatamente para o lugar de residência por ele
pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-lo. § 3º Findo o prazo de provas, o juiz proferirá a escolhido, e oficiará à autoridade policial desse
Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências sentença dentro de 3 (três) dias. lugar, observando-se o disposto no art. 768.
necessárias para apreciação do pedido, cercando-as Art. 758. A execução da medida de segurança Art. 772. A proibição de frequentar
do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o incumbirá ao juiz da execução da sentença. determinados lugares será comunicada pelo juiz à
Ministério Público. Art. 759. No caso do art. 753, o juiz ouvirá o autoridade policial, que lhe dará conhecimento de
Art. 746. Da decisão que conceder a curador já nomeado ou que então nomear, podendo qualquer transgressão.
reabilitação haverá recurso de ofício. mandar submeter o condenado a exame mental, Art. 773. A medida de fechamento de
Art. 747. A reabilitação, depois de sentença internando-o, desde logo, em estabelecimento estabelecimento ou de interdição de associação será
irrecorrível, será comunicada ao Instituto de adequado. comunicada pelo juiz à autoridade policial, para que
Identificação e Estatística ou repartição congênere. Art. 760. Para a verificação da periculosidade, a execute.
Art. 748. A condenação ou condenações no caso do § 3o do art. 78 do Código Penal, observar- Art. 774. Nos casos do parágrafo único do
anteriores não serão mencionadas na folha de se-á o disposto no art. 757, no que for aplicável. art. 83 do Código Penal, ou quando a transgressão
antecedentes do reabilitado, nem em certidão Art. 761. Para a providência determinada no de uma medida de segurança importar a imposição
extraída dos livros do juízo, salvo quando art. 84, § 2o, do Código Penal, se as sentenças forem de outra, observar-se-á o disposto no art. 757, no
requisitadas por juiz criminal. proferidas por juízes diferentes, será competente o que for aplicável.
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado juiz que tiver sentenciado por último ou a autoridade Art. 775. A cessação ou não da periculosidade
não poderá renovar o pedido senão após o decurso de jurisdição prevalente no caso do art. 82. se verificará ao fim do prazo mínimo de duração da
de dois anos, salvo se o indeferimento tiver Art. 762. A ordem de internação, expedida para medida de segurança pelo exame das condições da
resultado de falta ou insuficiência de documentos. executar-se medida de segurança detentiva, pessoa a que tiver sido imposta, observando-se o
Art. 750. A revogação de reabilitação (Código conterá: seguinte:
Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou I - a qualificação do internando; I - o diretor do estabelecimento de internação
a requerimento do Ministério Público. II - o teor da decisão que tiver imposto a ou a autoridade policial incumbida da vigilância, até
medida de segurança; 1 (um) mês antes de expirado o prazo de duração
TÍTULO V III - a data em que terminará o prazo mínimo da mínima da medida, se não for inferior a 1 (um) ano,
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA internação. ou até 15 (quinze) dias nos outros casos, remeterá
Art. 763. Se estiver solto o internando, expedir- ao juiz da execução minucioso relatório, que o
Art. 751. Durante a execução da pena ou se-á mandado de captura, que será cumprido por habilite a resolver sobre a cessação ou permanência
durante o tempo em que a ela se furtar o oficial de justiça ou por autoridade policial. da medida;
condenado, poderá ser imposta medida de Art. 764. O trabalho nos estabelecimentos II - se o indivíduo estiver internado em
segurança, se: referidos no art. 88, § 1o, III, do Código Penal, será manicômio judiciário ou em casa de custódia e
I - o juiz ou o tribunal, na sentença: educativo e remunerado, de modo que assegure ao tratamento, o relatório será acompanhado do laudo
a) omitir sua decretação, nos casos de internado meios de subsistência, quando cessar a de exame pericial feito por 2 (dois) médicos
periculosidade presumida; internação. designados pelo diretor do estabelecimento;
b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la § 1º O trabalho poderá ser praticado ao ar livre. III - o diretor do estabelecimento de internação
expressamente; § 2º Nos outros estabelecimentos, o trabalho ou a autoridade policial deverá, no relatório, concluir
c) declarar os elementos constantes do dependerá das condições pessoais do internado. pela conveniência da revogação, ou não, da medida
processo insuficientes para a imposição ou exclusão Art. 765. A quarta parte do salário caberá ao de segurança;
da medida e ordenar indagações para a verificação Estado ou, no Distrito Federal e nos Territórios, à IV - se a medida de segurança for o exílio local
da periculosidade do condenado; União, e o restante será depositado em nome do ou a proibição de frequentar determinados lugares,
II - tendo sido, expressamente, excluída na internado ou, se este preferir, entregue à sua família. o juiz, até 1 (um) mês ou 15 (quinze) dias antes de
sentença a periculosidade do condenado, novos Art. 766. A internação das mulheres será feita expirado o prazo mínimo de duração, ordenará as
fatos demonstrarem ser ele perigoso. em estabelecimento próprio ou em seção especial. diligências necessárias, para verificar se
Art. 752. Poderá ser imposta medida de Art. 767. O juiz fixará as normas de conduta desapareceram as causas da aplicação da medida;
segurança, depois de transitar em julgado a que serão observadas durante a liberdade vigiada. V - junto aos autos o relatório, ou realizadas as
sentença, ainda quando não iniciada a execução da § 1º Serão normas obrigatórias, impostas ao diligências, serão ouvidos sucessivamente o
indivíduo sujeito à liberdade vigiada:
Ministério Público e o curador ou o defensor, no Tribunal de Apelação do Estado, do Distrito Federal, requerer ao Supremo Tribunal Federal a sua
prazo de 3 (três) dias para cada um; ou do Território, a fim de ser encaminhada ao juiz homologação, observando-se o que a respeito
VI - o juiz nomeará curador ou defensor ao competente. prescreve o Código de Processo Civil.
interessado que o não tiver; § 3o Versando sobre crime de ação privada,
VII - o juiz, de ofício, ou a requerimento de segundo a lei brasileira, o andamento, após LIVRO VI
qualquer das partes, poderá determinar novas o exequatur, dependerá do interessado, a quem DISPOSIÇÕES GERAIS
diligências, ainda que já expirado o prazo de duração incumbirá o pagamento das despesas.
mínima da medida de segurança; § 4o Ficará sempre na secretaria do Supremo Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do
VIII - ouvidas as partes ou realizadas as Tribunal Federal cópia da carta rogatória. crime, além das audiências e sessões ordinárias,
diligências a que se refere o número anterior o juiz Art. 785. Concluídas as diligências, a carta haverá as extraordinárias, de acordo com as
proferirá a sua decisão, no prazo de 3 (três) dias. rogatória será devolvida ao presidente do Supremo necessidades do rápido andamento dos feitos.
Art. 776. Nos exames sucessivos a que se Tribunal Federal, por intermédio do presidente do Art. 792. As audiências, sessões e os atos
referem o § 1o, II, e § 2o do art. 81 do Código Penal, Tribunal de Apelação, o qual, antes de devolvê-la, processuais serão, em regra, públicos e se realizarão
observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto mandará completar qualquer diligência ou sanar nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos
no artigo anterior. qualquer nulidade. escrivães, do secretário, do oficial de justiça que
Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o Art. 786. O despacho que conceder servir de porteiro, em dia e hora certos, ou
prazo mínimo de duração da medida de segurança, o exequatur marcará, para o cumprimento da previamente designados.
poderá o tribunal, câmara ou turma, a requerimento diligência, prazo razoável, que poderá ser excedido, § 1o Se da publicidade da audiência, da sessão
do Ministério Público ou do interessado, seu havendo justa causa, ficando esta consignada em ou do ato processual, puder resultar escândalo,
defensor ou curador, ordenar o exame, para a ofício dirigido ao presidente do Supremo Tribunal inconveniente grave ou perigo de perturbação da
verificação da cessação da periculosidade. Federal, juntamente com a carta rogatória. ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma,
§ 1º Designado o relator e ouvido o procurador- poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do
geral, se a medida não tiver sido por ele requerida, o CAPÍTULO III Ministério Público, determinar que o ato seja
pedido será julgado na primeira sessão. DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS realizado a portas fechadas, limitando o número de
§ 2º Deferido o pedido, a decisão será pessoas que possam estar presentes.
imediatamente comunicada ao juiz, que requisitará, Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser § 2o As audiências, as sessões e os atos
marcando prazo, o relatório e o exame a que se previamente homologadas pelo Supremo Tribunal processuais, em caso de necessidade, poderão
referem os ns. I e II do art. 775 ou ordenará as Federal para que produzam os efeitos do art. 7o do realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa
diligências mencionadas no no IV do mesmo artigo, Código Penal. por ele especialmente designada.
prosseguindo de acordo com o disposto nos outros Art. 788. A sentença penal estrangeira será Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os
incisos do citado artigo. homologada, quando a aplicação da lei brasileira advogados, as partes, os escrivães e os espectadores
Art. 778. Transitando em julgado a sentença de produzir na espécie as mesmas consequências e poderão estar sentados. Todos, porém, se
revogação, o juiz expedirá ordem para a concorrem os seguintes requisitos: levantarão quando se dirigirem aos juízes ou quando
desinternação, quando se tratar de medida I - estar revestida das formalidades externas estes se levantarem para qualquer ato do processo.
detentiva, ou para que cesse a vigilância ou a necessárias, segundo a legislação do país de origem; Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal,
proibição, nos outros casos. II - haver sido proferida por juiz competente, perante os juízes singulares, os advogados poderão
Art. 779. O confisco dos instrumentos e mediante citação regular, segundo a mesma requerer sentados.
produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do legislação; Art. 794. A polícia das audiências e das sessões
Código Penal, será decretado no despacho de III - ter passado em julgado; compete aos respectivos juízes ou ao presidente do
arquivamento do inquérito, na sentença de IV - estar devidamente autenticada por cônsul tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar
impronúncia ou na sentença absolutória. brasileiro; o que for conveniente à manutenção da ordem. Para
V - estar acompanhada de tradução, feita por tal fim, requisitarão força pública, que ficará
LIVRO V tradutor público. exclusivamente à sua disposição.
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE Art. 789. O procurador-geral da República, Art. 795. Os espectadores das audiências ou das
ESTRANGEIRA sempre que tiver conhecimento da existência de sessões não poderão manifestar-se.
TÍTULO ÚNICO sentença penal estrangeira, emanada de Estado que Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará
CAPÍTULO I tenha com o Brasil tratado de extradição e que haja retirar da sala os desobedientes, que, em caso de
DISPOSIÇÕES GERAIS imposto medida de segurança pessoal ou pena resistência, serão presos e autuados.
acessória que deva ser cumprida no Brasil, pedirá ao Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou Ministro da Justiça providências para obtenção de prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu
tratados, aplicar-se-á o disposto neste Título à elementos que o habilitem a requerer a se portar inconvenientemente.
homologação de sentenças penais estrangeiras e à homologação da sentença. Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento,
expedição e ao cumprimento de cartas rogatórias § 1o A homologação de sentença emanada de que não serão marcadas para domingo ou dia
para citações, inquirições e outras diligências autoridade judiciária de Estado, que não tiver feriado, os demais atos do processo poderão ser
necessárias à instrução de processo penal. tratado de extradição com o Brasil, dependerá de praticados em período de férias, em domingos e dias
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão requisição do Ministro da Justiça. feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia
homologadas, nem as cartas rogatórias cumpridas, § 2o Distribuído o requerimento de útil não se interromperão pela superveniência de
se contrárias à ordem pública e aos bons costumes. homologação, o relator mandará citar o interessado feriado ou domingo.
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos para deduzir embargos, dentro de dez dias, se residir Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório
documentos apresentados constituirá prova no Distrito Federal, de trinta dias, no caso contrário. e serão contínuos e peremptórios, não se
bastante de sua autenticidade. § 3o Se nesse prazo o interessado não deduzir interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
os embargos, ser-lhe-á pelo relator nomeado § 1o Não se computará no prazo o dia do
CAPÍTULO II defensor, o qual dentro de dez dias produzirá a começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
DAS CARTAS ROGATÓRIAS defesa. § 2o A terminação dos prazos será certificada
§ 4o Os embargos somente poderão fundar-se nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo em dúvida sobre a autenticidade do documento, findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade,
respectivo juiz, remetidas ao Ministro da Justiça, a sobre a inteligência da sentença, ou sobre a falta de se feita a prova do dia em que começou a correr.
fim de ser pedido o seu cumprimento, por via qualquer dos requisitos enumerados nos arts. 781 e § 3o O prazo que terminar em domingo ou dia
diplomática, às autoridades estrangeiras 788. feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
competentes. § 5o Contestados os embargos dentro de dez imediato.
Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de dias, pelo procurador-geral, irá o processo ao relator § 4o Não correrão os prazos, se houver
autoridades estrangeiras competentes não e ao revisor, observando-se no seu julgamento o impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo
dependem de homologação e serão atendidas se Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. judicial oposto pela parte contrária.
encaminhadas por via diplomática e desde que o § 6o Homologada a sentença, a respectiva carta § 5o Salvo os casos expressos, os prazos
crime, segundo a lei brasileira, não exclua a será remetida ao presidente do Tribunal de Apelação correrão:
extradição. do Distrito Federal, do Estado, ou do Território. a) da intimação;
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução § 7o Recebida a carta de sentença, o presidente b) da audiência ou sessão em que for proferida
em língua nacional, feita por tradutor oficial ou do Tribunal de Apelação a remeterá ao juiz do lugar a decisão, se a ela estiver presente a parte;
juramentado, serão, após exequatur do presidente de residência do condenado, para a aplicação da c) do dia em que a parte manifestar nos autos
do Supremo Tribunal Federal, cumpridas pelo juiz medida de segurança ou da pena acessória, ciência inequívoca da sentença ou despacho.
criminal do lugar onde as diligências tenham de observadas as disposições do Título II, Capítulo III, e Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de
efetuar-se, observadas as formalidades prescritas Título V do Livro IV deste Código. cinqüenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência,
neste Código. Art. 790. O interessado na execução de suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do
§ 2o A carta rogatória será pelo presidente do sentença penal estrangeira, para a reparação do prazo de dois dias os atos determinados em lei ou
Supremo Tribunal Federal remetida ao presidente do dano, restituição e outros efeitos civis, poderá ordenados pelo juiz.
Art. 800. Os juízes singulares darão seus idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios
despachos e decisões dentro dos prazos seguintes, de vida e condições econômicas, grau de instrução,
quando outros não estiverem estabelecidos: religião, e condições de saúde física e psíquica;
I - de 10 (dez) dias, se a decisão for definitiva, ou IV - o número dos casos de codelinquência;
interlocutória mista; V - a reincidência e os antecedentes judiciários;
II - de 5 (cinco) dias, se for interlocutória VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias,
simples; bem como as de pronúncia ou de impronúncia;
III - de 1 (um) dia, se se tratar de despacho de VII - a natureza das penas impostas;
expediente. VIII - a natureza das medidas de segurança
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo aplicadas;
de conclusão. IX - a suspensão condicional da execução da
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se- pena, quando concedida;
ão do termo de vista, salvo para a interposição do X - as concessões ou denegações de habeas
recurso (art. 798, § 5o). corpus.
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo § 1o Os dados acima enumerados constituem o
justo, poderá o juiz exceder por igual tempo os mínimo exigível, podendo ser acrescidos de outros
prazos a ele fixados neste Código. elementos úteis ao serviço da estatística criminal.
§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz § 2o Esses dados serão lançados
ou ao órgão do Ministério Público no dia em que semestralmente em mapa e remetidos ao Serviço de
assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito Estatística Demográfica Moral e Política do
à sanção estabelecida no art. 799. Ministério da Justiça.
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes § 3o O boletim individual a que se refere este
e os órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo artigo é dividido em três partes destacáveis,
retardamento, perderão tantos dias de vencimentos conforme modelo anexo a este Código, e será
quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo adotado nos Estados, no Distrito Federal e nos
de serviço, para o efeito de promoção e Territórios. A primeira parte ficará arquivada no
aposentadoria, a perda será do dobro dos dias cartório policial; a segunda será remetida ao
excedidos. Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
Art. 802. O desconto referido no artigo congênere; e a terceira acompanhará o processo, e,
antecedente far-se-á à vista da certidão do escrivão depois de passar em julgado a sentença definitiva,
do processo ou do secretário do tribunal, que lançados os dados finais, será enviada ao referido
deverão, de ofício, ou a requerimento de qualquer Instituto ou repartição congênere.
interessado, remetê-la às repartições encarregadas Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia
do pagamento e da contagem do tempo de serviço, 1o de janeiro de 1942.
sob pena de incorrerem, de pleno direito, na multa Art. 811. Revogam-se as disposições em
de quinhentos mil-réis, imposta por autoridade contrário.
fiscal.
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é
proibida a retirada de autos do cartório, ainda que
em confiança, sob pena de responsabilidade do
escrivão.
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a
ação, qualquer incidente ou recurso, condenará nas
custas o vencido.
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas
de acordo com os regulamentos expedidos pela
União e pelos Estados.
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações
intentadas mediante queixa, nenhum ato ou
diligência se realizará, sem que seja depositada em
cartório a importância das custas.
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no
interesse da defesa será realizado, sem o prévio
pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos
prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz,
importará renúncia à diligência requerida ou
deserção do recurso interposto.
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que
deixe de realizar-se em virtude do não-pagamento
de custas não implicará a nulidade do processo, se a
prova de pobreza do acusado só posteriormente foi
feita.
Art. 807. O disposto no artigo anterior não
obstará à faculdade atribuída ao juiz de determinar
de ofício inquirição de testemunhas ou outras
diligências.
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e
seu substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela
autoridade, perante quem prestará compromisso,
lavrando o respectivo termo.
Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo
do Instituto de Identificação e Estatística ou
repartições congêneres, terá por base o boletim
individual, que é parte integrante dos processos e
versará sobre:
I - os crimes e as contravenções praticados
durante o trimestre, com especificação da natureza
de cada um, meios utilizados e circunstâncias de
tempo e lugar;
II - as armas proibidas que tenham sido
apreendidas;
III - o número de delinquentes, mencionadas as
infrações que praticaram, sua nacionalidade, sexo,

Anda mungkin juga menyukai