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Filosofia e Maçonaria

Prof. Me. Cídio Lopes de Almeida1

O presente artigo tem como proposta estabelecer a relação entre


maçonaria e filosofia para o público em geral. Para cumprir esse objetivo penso
que se faz necessário três movimentos no trabalho. Em primeiro momento é
fundamental interrogarmos acerca de quem é o indivíduo que pergunta pelo “o
que é a maçonaria hoje”. Segue a essa pergunta, e não a outras, em que medida a
maçonaria é filosófica ou em que momento a maçonaria se constituiu filosófica.
Para finalizar e sempre em caráter introdutório e direcionado ao público não-
filosófico, cabe-nos apresentar em pinceladas de esboço o que é a Filosofia,
apresentando um panorama conciso da longa história desse campo do saber
humano.
Espera-se ao final do artigo instigar o público leitor de maçonaria com a
filosofia ordinária. Compreendendo que a filosofia qualifica não só a convivência
fraternal da maçonaria, mas seu discurso diante os desafios do tempo presente.

1. A maçonaria hoje
Dificilmente alguém conseguirá dizer o que é a maçonaria nos dias hoje
sem suscitar longos debates. O que é muito salutar e consiste mesmo no cerne do
que é a maçonaria: um projeto coletivo no qual todos são artífices e poucos são os
que ficam de camarote assistindo a maçonaria acontecer. Esse caráter colegiado
da maçonaria sem dúvidas é seu ponto mais contundente nos dias de hoje,
especialmente com as ascensões de instituições religiosas centralizadoras em
torno de figuras “semidivinas”. Parece-me, aliás, ser a grande contribuição da
maçonaria para os dias de hoje na formação democrática do país.
Esse ponto forte da Ordem, por outro lado, carrega sua contradição. Como
não há uma classe de maçons, a exemplo dos eclesiásticos, estamos susceptíveis

1* Graduado em Filosofia – PUC/MG. Pós-Graduado em Arte-educação PREPES/PUC/MG. Pós-


graduação em Estudos Bíblicos – Centro Verbo/SP. Graduado em Pedagogia – Uninove/SP.
Mestre em Filosofia - Faculdade de São Bento-SP. Curso incompleto de Teologia Pastoral pelo
IMACH/BH.

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do tempo voluntário dos vários Confrades e das demandas do mundo
profissional de cada um, que oferecem concorrência direta à Maçonaria. Porém,
mesmo que esses desafios comprometam parte do potencial formativo maçônico,
pode-se dizer que a maçonaria opera experiências de formação democrática na
vida real. Coisa que as classes exclusivas de administradores de templos acabam
por se retirar. Os avanços propiciados pela formação maçônica nesse sentido
estão junto aos próprios avanços da sociedade em geral. E fica difícil de
determinar quem influencia quem.
E será da interrogação inicial que iremos passar a outras envolvendo
maçonaria e filosofia. Se responder o que é a maçonaria hoje torna-se uma
atividade coletiva e nunca individual, quem é o maçom de hoje ou porque alguém
procura a maçonaria também está envolto em longo debates. Porém, mesmo
considerando esse caráter coletivo, podemos precisar pontos no entorno dos
quais o debate se concentram.
O melhor caminho para esse debate é verificarmos que as condições sobre
as quais opera a Maçonaria estão alicerçadas sobre questões universais da
condição humana. A identidade é um desses pontos e constituem mesmo o mais
fundamental. Não nascemos prontos, temos que construir nossa identidade.
Processo que é gerado dentro de instituições como a família, a igreja, a escola,
etc. Ao se ocupar desses elementos a demanda pela maçonaria nunca cessa, pois
sua demanda é uma demanda da condição humana e não algo criado
superficialmente. Ao lado de outras instituições, a Maçonaria constitui um lugar
para que o indivíduo se defina como tal.
A pergunta “quem eu sou?”, clássica para os filósofos, ecoa em cada
pessoa, independente de qualquer variação que possa compor os grupos de
indivíduos dentro da humanidade. Partindo dessa condição antropológica cada
pessoa procura se construir nos vários coletivos de pessoas. A maçonaria com
seu método colegiado tem alcançado os vários rincões do planeta exatamente
por permitir que os processos indenitários de cada indivíduo se efetive.
Quando nos colocamos a pergunta “que eu sou” vem, automaticamente,
nossa família sanguínea, isto é, pai, mãe, irmãos, tios, avós, etc. Feito esse
movimento passamospara as outras instituições que fizemos ou fazemos parte
como a Igreja, a Escola, o Club (sociabilidade), entre outros.

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Ao tentar explicar a maçonaria acabamos por fazer um movimento
parecido. Vem a mente pessoas que hoje compõe o quadro da Ordem e em
seguida pessoas do passado. Esperamos com isso aplacar nossa questão: “que
Ordem é essa” a qual faço parte. Nos revelando que o presente é composto pelo
passado e, sobretudo, pelo próprio presente na medida em que colocamos as
perguntas exatamente no presente. Portanto, definir o que é a maçonaria hoje
pode ser “como hoje procuramos ver quem é a maçonaria”. Quem faz a pergunta
no presente tem jeitos e modos de fazê-la. As perguntas do presente irá
determinar o que é a maçonaria. Se fazemos poucas perguntas, certamente a
maçonaria se comporá de modos frágeis, esquivando-se da complexidade que
compõe o real. Ao contrário, se aprofundarmos nossas perguntas, especialmente
interessados em dar respostas às questões do presente, iremos também
aprofundar nossas perguntas pelo passado da Maçonaria e do passado pessoal
de cada um de nós.
Será no contexto, portanto, da busca pelo sentido da vida que iremos
compreender a maçonaria como um a escola filosófica.

2. Maçonaria enquanto filosófica


É comum encontrarmos textos, especialmente na internet, definindo a
maçonariacomo Filantrópica, Filosófica e Fraternal. Pouco são, contudo, os textos
que se dedicam a aprofundar em que sentido ela é filosófica.
Sem muito articulação teórica também iremos verificar que se associa ao
filosófico a ideia de simbólica. O que mais nos confunde do que elucida em que
sentido a palavra filosófica aparece dentro das práticas maçônicas.
A maçonaria não é composta por filósofos e nem pretende formar
filósofos. Porém, utiliza material filosófico ou fragmentos de filosofia ordinária
como material teórico orientador de suas práticas formativas. Ao
compreendermos a ideia de sociabilidade, veremos que há uma demanda
antropológica no ser humana pelo convívio comunitário. Mesmo que seja
passível de discussão se o homem é propenso naturalmente a esse convívio ou se
o convívio seria uma forma de apaziguar nosso lado antissocial ou animal, temos
como ponto comum o fato de que estar reunido com outros humanos seja uma
necessidade. Porém, essa reunião não se dá naturalmente e a filosofia constitui

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nesse sentido um aglutinador capaz de superar as condições animais do homem
e alçá-lo naquilo que Aristóteles chamou de segunda natureza, isto é, naquilo que
é humano, portanto construído.
As experiências de sociabilidades podem ser verificadas na existência
humana desde sempre. A religião, por exemplo, pode ser considerada um tipo. As
tribos e clãs outros modos. No que toca a maçonaria, a sociabilidade tem como
orientação o movimento cultural do Iluminismo. As sociabilidades que surgem
dentro desse movimento cultural, caracterizaram-se pela tentativa de superação
das religiões tradicionais. Alguns até mesmo tentaram banir qualquer referência
às religiões estabelecidas, outros, talvez mais sensatos, procuram deixar claro
que há uma instituição religiosa, mas há a experiência do sagrada possível e fora
dos espaços de poder da Igreja.
Construir a identidade maçônica ou mesmo para compreendê-la melhor
como filosófica se torna muito profícua se recorrermos ao contexto cultural dos
séculos XVIII e XIX. Contexto cultural do Iluminismo, isto é, pensava-se que a
razão iria “iluminar” os caminhos da humanidade em oposição, segundo seus
pensadores, a escuridão apregoada pelas Igrejas.
Ao verificar que o fenômeno do sagrado pode existir sem passar
necessariamente pelas mãos das instituições religiosa ordinárias, dentro do
contexto do iluminismo, houve um grande movimento de cultura laica. O cultivo
de si poderia ser feito sem os expedientes ordinários da religião. E por todas as
classes sociais e região de países como França, Itália, Alemanha e Inglaterra,
surgiu uma cultura que podemos hoje denominar de sociabilidade. Convivências
entre grupos de pessoas nos quais o tema e os motivos eram os debates
desprovidos da “gramática” da Igreja e no seu lugar os temas filosóficos que iam
das artes à política.
O que nos leva a compreender em que medida entra em cena grupos que
tomam as questões filosóficas como o motivo de se encontrarem. Não sendo
exclusividade da maçonaria, reunir para um chá ou café regada a filosofia passou
a ser moda nos países acima citados. Vale lembrar que na resposta sobre o que é
Iluminismo do filósofo Immanuel Kant, (1784)a característica fundamental do
artigo é a ideia de um homem que se guia pela própria razão, que cria seus
próprios motivos para a vida.

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3 A Filosofia
A Filosofia em geral e como conhecemos no Brasil, ministrada na forma
de Curso Superior nas Faculdades, está indissociavelmente vinculada à Grécia
Antiga, especialmente ao período do século V a.C.
Certamente já ouvimos falar de Sócrates, Platão e Aristóteles. Antes deles,
porém, existiram vários outros filósofos, os chamados pré-socráticos. A
localização geográfica desses pensadores pode ser Mileto ou Éfeso (atual
Turquia), Samos ou Atenas (atual Grécia), Abdera (atual Itália), porém existiam
duas características que os identificavam. Pode-se dizer que o objeto de estudo e
a forma como eles estudavam eram um ponto comum entre todos. O objeto de
estudo estava em torno de compreender a natureza ou o cosmos, ou seja, de que
é feita a realidade? Os quatros elementos, terra, ar, água e fogo? Ou penas de
fogo? Quem sabe de números? Não importa a resposta, a questão estava em dar
respostas em como a natureza era. O segundo ponto comum era a forma como
eles se reunião ou estudavam essas questões. A forma de congregarem era
através de Escolas Filosóficas. Pode-se dizer que a “teoria estava ligada a uma
prática de vida” ou práxis, conceito que designa o fazer propriamente humana,
em oposição à poíses.
O próprio Platão, como expoente do século V a.C. ao lado do mestre
Sócrates e discípulo Aristóteles, também erigiu sua Escola Filosófica, que a
denominou de Academia, em homenagem a herói Akademos. Porém, sua
proposta tem características novas. Segunda Marilena Chaui:

“Ao contrário das primeiras escolas filosóficas, que, embora leigas,


tinham como modelo as seitas religiosas dos mistérios, a Academia foi
o primeiro instituto de investigação filosófica do Ocidente. Era uma
escola que pretendia, em todos os campos do saber, realizar o ideal
socrático da autonomia da razão e da ação contra a heteronomia em
que se comprazia o sofista. Por isso, a Academia rivalizava e combatia
a Escola de Retórica, do sofista Isócrates, fundada na mesma época. O
ideal da educação autônoma significa, em primeiro lugar ensinar o
livre espírito de pesquisa, o compromisso do pensamento apenas com
a verdade e, em segundo, estimular a autodeterminação ética e
política. Em vez de transmitir doutrinas, a Academia ensinava a pensar
ou, como lemos no Mênon, “o dever de procurar o que não sabemos”.
Em vez de transmitir valores éticos e políticos, a Academia ensinava a
criá-los, isto é, a propô-los a partir da reflexão e da teoria. Nela
prevaleceu o espírito socrático: a discussão oral e o desenvolvimento

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do vigor intelectual do estudante eram mais importantes do que as
exposições escritas.” ( CHAUI. 2011; p. 226).

Podemos verificar na citação que será esse modelo de escolas filosóficas,


orientada pela razão, ao qual a maçonaria, especialmente sob os efeitos
Iluministas, sempre procurou se assemelhar. Escolas, pois devemos lembrar
também da Pitagórica, que sobreviveram as margens do Império Romano e do
Catolicismo como Religião de Estado ede alguma forma chegou ao Renascimento
Italiano. Momento histórico no qual podemos destacar a fundação da Academia
de Florença, sob patrocínio da família Médici e direção de Marcílio Ficino, como
exemplo emblemático da retomada do pensamento de Platão, preterido pelo de
Aristóteles na baixa Idade Média, e todo as matizes que o pitagorismo colmatou
até aquele momento histórico. Tendo ainda, como figura emblemática dessa
junçãoas obras de Hermes Trimegisto, conhecido através do Tratado Hermético.
Figura inventada, fato sabido apenas recentemente, pelos idos dos séculos III e
IV d.C. e que representa bem a força do pensamento platônico e pitagórico e de
como essas escolas conseguiram sobreviver as margens da historiografia
Romana.

3.1. A filosofia e sua longa história.

Em pinceladas sintéticas ou, como disse o filósofo Nietzsche, de cume em


cume, passemos a uma breve visão sinótica da filosofia enquanto campo do saber
ocidental. Primeiro suas divisões históricas e, depois, aos seus temas.

3.1.1. Filosofia Antiga


Trata-se do início da Filosofia, da identificação de seus primeiros
problemas. A Filosofia Antiga abrange um período que vai do final do século VI
a.C. até o século VII d.C. Seus espaços iniciais foram as cidades-estados da Grécia,
mas seu desenvolvimento atingiu várias cidades do Império Romano, como, por
exemplo, o norte da África. Ela foi escrita, de modo geral, em grego e latim
antigos, mas os espaços culturais onde foi desenvolvida esta Filosofia eram
bastante heterogêneos. Muitos textos desses pensadores acabaram perdidos,
restando-nos apenas alguns livros e fragmentos.

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3.1.2. Filosofia Medieval
Por Filosofia Medieval, deve-se considerar a Filosofia no período que vai
do século VIII ao século XIV. Seus espaços foram, principalmente, os mosteiros e
ordens religiosas europeias, onde a Igreja Católica tinha hegemonia. Entretanto,
houve manifestações filosóficas fora do mundo cristão, em especial nos mundos
árabe e judeu. A Filosofia desse período foi uma das responsáveis pela criação
das universidades. O tema debatido em termos filosóficos e que perpassa todos
os pensadores desse período é a relação entre fé e a razão, ou seja, a tentativa de
separar o que pertenceria a Deus (a teologia) e o que pertenceria aos homens.

3.1.3. Filosofia Moderna


Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se estende até o final do século
XVIII, no continente europeu. Nessa época, a Europa foi palco do
desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados nacionais, das
grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos impérios. A
Igreja Católica perdeu sua hegemonia para o protestantismo e para as ideias que
incentivavam a liberdade do homem frente à religião. Sua principal característica
foi a preocupação como o homem racional e livre, com as mudanças na política e
com a esperança nas ciências empíricas.

3.1.4. Filosofia Contemporânea


A Filosofia Contemporânea estende-se do final do século XVIII até nossos
dias. É possível dizer que seus problemas inspiram-se na Revolução Francesa e
na Revolução Industrial, com a crescente desumanização do processo social de
produção. Seu espaço central ainda é a Europa, mas cada vez mais atinge outros
espaços, como, por exemplo, os Estados Unidos, Japão, o Brasil, a Argentina, etc.

3.2. Áreas da Filosofia


3.2.1.Ontologia ou Metafísica: conhecimento dos princípios e
fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres;
3.2.2.Lógica: conhecimento das formas gerais e regras gerais do
pensamento correto e verdadeiro, independentemente dos conteúdos pensados;
regras para a demonstração científica verdadeira; regras para pensamentos não-

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científicos; regras sobre o modo de expor os conhecimentos; regras para a
verificação da verdade ou falsidade de um pensamento, etc.;
3.2.3.Epistemologia: análise crítica das ciências, tanto as ciências exatas
ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas; avaliação dos métodos e dos
resultados das ciências; compatibilidades e incompatibilidades entre as ciências;
formas de relações entre as ciências, etc.;
3.2.4.Teoria do conhecimento ou estudo das diferentes modalidades de
conhecimento humano: o conhecimento sensorial ou sensação e percepção; a
memória e a imaginação; o conhecimento intelectual; a idéia de verdade e
falsidade; a ideia de ilusão e realidade; formas de conhecer o espaço e o tempo;
formas de conhecer relações; conhecimento ingênuo e conhecimento científico;
diferença entre conhecimento científico e filosófico, etc.;
3.2.5.Ética: estudo dos valores morais (as virtudes), da relação entre
vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; idéias de
liberdade, responsabilidade, dever, obrigação, etc.;
3.2.6.Filosofia política: estudo sobre a natureza do poder e da
autoridade; ideia de direito, lei, justiça, dominação, violência; formas dos regimes
políticos e suas fundamentações; nascimento e formas do Estado; idéias
autoritárias, conservadoras, revolucionárias e libertárias; teorias da revolução e
da reforma; análise e crítica das ideologias;
3.2.7.Filosofia da História: estudo sobre a dimensão temporal da
existência humana como existência sociopolítica e cultural; teorias do progresso,
da evolução e teorias da descontinuidade histórica; significado das diferenças
culturais e históricas, suas razões e conseqüências;
3.2.8.Filosofia da arte ou estética: estudo das formas de arte, do
trabalho artístico; ideia de obra de arte e de criação; relação entre matéria e
forma nas artes; relação entre arte e sociedade, arte e política, arte e ética;
3.2.9.Filosofia da linguagem ou semiótica: a linguagem como
manifestação da humanidade do homem; signos, significações; a comunicação;
passagem da linguagem oral a escrita, da linguagem cotidiana à filosófica, à
literária, à científica; diferentes modalidades de linguagem como diferentes
formas de expressão e de comunicação;

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3.2.10. História da Filosofia: estudo dos diferentes períodos da Filosofia;
de grupos de filósofos segundo os temas e problemas que abordam; de relações
entre o pensamento filosófico e as condições econômicas, políticas, sociais e
culturais de uma sociedade; mudanças ou transformações de conceitos
filosóficos em diferentes épocas; mudanças na concepção do que seja a Filosofia
e de seu papel ou finalidade.

4. Conclusão
Filosofia e maçonaria são temas concernentes, isto é, olhados de perto
podem ser considerados apenas um. Se considerarmos a Maçonaria como uma
escola de formação humana, que carrega consigo todos os elementos da condição
humana, incluindo aí os elementos nada humanos, poderemos considerá-la como
idêntica à filosofia ordinária, ministrada na forma de curso superior. Mesmo
quando fazemos a adição de que ela é, além de filosófica, filantrópica e fraternal,
podemos mesmo assim verificar que no seio da tradição filosófica esse modelo é
muito bem representado por Pitágoras, Platão, Estoicos, Epicuristas,
Neoplatônicos, entre outras escolas filosóficas que congregavam pessoas em
fraternidades e até mesmo em comunidades dedicadas a investigações
filosóficas. Não se contentavam em apenas pensar as coisas, mas colocá-las em
prática.
O estudo de Filosofia deve compor, ao lado das práticas filantrópicas e
fraternais, caminho necessário à maçonaria em geral. Se eximir desse debate
acarreta em inscrever a maçonaria e sua singularidade no meio das demais
associações contemporâneas, abrindo mãos, dessa forma, do seu rico histórico
formativo para os modelos democráticos de sociedade. Se nas igrejas,
especialmente protestantes, o estudo de teologia é um ponto pacífico de como o
fiel deve participar da comunidade cristã, estudar filosofia tem que se tornar
imperativo para quem deseja ser maçom participativo e proativo. Sem esse
repertório do pensamento ocidental, do qual a própria história da Ordem fez
parte ativa em séculos passados, a maçonaria corre o risco de se tornar caixa de
ressonância da agente imposta pelas Instituições de comunicação dos nossos
dias. Sem crítica e sem formação intelectual a pretensa ação social maçônica
torna-se facilmente em objeto de manobras de outros. Fazer política, desejo

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muito comentado nos meios maçônicos de hoje, pode se tornar em curral
eleitoral facilmente se o pretenso agente político não for capaz de pensar a
política de modo racional e contextualizado.
Enfim, esperamos que nossa intervenção, feita nesse artigo e palestra,
suscite o interesse do público maçônico em procurar se inteirar da Filosofia. Seja
através de cursos ordinários ou em espaços dedicados ao estudo da Filosofia e
com isso verifique que nos manuais maçônicos temos um tesouro filosófico
escondido bem debaixo de nossos olhos.

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