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“ Eu te recebo, Resgate pela minha alma.

Pelo teu amor estudei e me mantive vigilante,


trabalhei, preguei e ensinei..." ”

— Tomás de Aquino[54].

São Tomás de Aquino morreu em 7 de março de 1274[53] enquanto ditava seus comentários
sobre o Cântico dos Cânticos[55].

Tomás era um teólogo e filósofo escolástico[56]. Porém, ele jamais se considerou filósofo e os
criticava por acreditar que eram pagãos que estavam sempre "aquém da verdadeira e correta
sabedoria encontrada na revelação cristã"[57].

Mesmo assim, ele tinha muito respeito por Aristóteles, tanto que, na "Suma", geralmente cita-
o simplesmente como "o Filósofo". Boa parte desta obra trata de tópicos filosóficos e, neste
sentido, pode ser considerada filosófica. O fato é que o pensamento de Tomás exerceu uma
enorme influência sobre a teologia cristã subsequente, especialmente a da Igreja Católica, mas
também para toda a filosofia ocidental em geral.

Segundo a filosofia de Tomás de Aquino, o homem não vive por acaso, a vida humana tem um
propósito que é a felicidade, porém o homem precisa conhecer os meios adequados para a sua
posse. A felicidade para ele parte do princípio de que as riquezas materiais seriam a falsa
noção da felicidade, pois a riqueza não tem consciência existencial em si mesma, e a razão de
ser está fora dela mesma. O estado da felicidade parte do estado de espírito em que o homem
se encontra. O indivíduo tem que conhecer seu eu interior antes de partir em busca dos meios
adequados para a posse da mesma. Contudo, deve-se considerar que o estado da felicidade
não é eterno, e uma vez encontrada, nada impede de se perdê-la, para assim então iniciar-se
uma nova busca até o fim da vida humana.

Em todo momento o homem busca a felicidade, e muitos ligam a felicidade à posse de bem
materiais, mas para Tomás de Aquino a ideia de felicidade vai muito além disso. Ela é o guia
necessário para a vida (alma) do homem. Na vida corriqueira, com o stress do dia a dia, o
homem acaba abrindo mãos dos pequenos detalhes que possivelmente trariam a felicidade,
em busca da materialização para supri-la[58].

Aquino escreveu diversos comentários importantes sobre as obras de Aristóteles, incluindo


"Da Alma", "Ética a Nicômaco" e "Metafísica". Estes trabalhos estão associados com as
traduções para o latim feitas por William de Moerbeke.

Ele quis organizar os argumentos e elementos racionais da filosofia Aristotélica para defender
as verdades cristãs. Seu principal objetivo nesse aspecto foi o de não contrariar a fé.
Através das traduções de textos de Aristóteles feitas pelos filósofos da idade média, inclusive o
árabe "Averróis", Tomás transforma parte do pensamento aristotélico em ferramenta
argumentativa para expandir seu pensamento e empreender uma sistematização da doutrina
cristã. Embora haja em sua filosofia pontos que não são pensamentos aristotélicos, tal qual a
ideia de um Deus único que o vir-a-ser, não é autodeterminação, mas precede de Deus.

Aquino introduziu uma distinção entre o ser e a essência. Dividiu a metafísica em Essência do
Ser geral e Essência do Ser pleno que é Deus. Também definiu seu conceito de "Metafísica" -
segundo ele uma tríplice: Metafísica enquanto ciência do ente, ciência divina e "filosofia".
Enquanto a primeira investiga as primeiras causas, a "Metafísica" tomista leva o homem
inevitavelmente a "Deus", por meio de um caminho racional, coerente e demonstrável. Por
isso, ela é ciência.

O Ser é diferente da essência, pois as criaturas são seres não necessários. É Deus que permite
às essências realizarem-se em entes, em seres existentes. Que existe como fundamento da
realidade das outras essências que, uma vez existentes participam de seu Ser. Deus é ato puro,
não há o que se realizar ou se atualizar em Deus, pois ele é completo. ' '"Deus é o Ser"' ', diz
Tomás de Aquino, Deus é o ser que existe como fundamento da realidade das outras essências
que, uma vez existentes participam de seu Ser. A filosofia de Aristóteles não fala sobre um
Deus criador, como o compreendemos, tirando o mundo do nada, nem fala da questão sobre a
providência divina, Deus para Aristóteles não conhece o mundo, não o dirige de nenhum
modo.

O filósofo sempre procurou conciliar fé e razão em seus escritos, valendo-se, várias vezes, de
ensinamentos de Aristóteles e de Santo Agostinho, para afirmar que a graça e a fé não
suprimem a natureza racional do homem, senão antes a supõe e a aperfeiçoa e, a partir disso,
também sustentar que é possível a conciliação de filosofia (ratio - razão) e teologia (fides - fé),
na medida em que para Aquino, a filosofia é serva da teologia: philosophia ancilla theologiae
est.

Aristóteles foi a figura que mais influenciou no pensamento de Santo Tomás de Aquino, ele
afirmava que o universo sempre existiu e que permanecia em movimento e mudanças
constantes. Alguns pensadores cristãos, baseando-se na Bíblia diziam que o universo tinha um
início e que havia sido criado por Deus, discordando assim da concepção de Aristóteles.
Porém, Tomás de Aquino salientou que o universo pode sim sempre ter existido e que apenas
a raça humana e os animais tiveram um início. Apesar de defender as ideias de Aristóteles, ele
discordava do fato do mesmo afirmar que o universo era eterno, porque a fé cristã dizia ao
contrário[59][60].

Aquino acreditava "que para o conhecimento de qualquer verdade, o homem precisa da ajuda
divina; que o intelecto pode ser movido por Deus a agir"[61]. Porém, ele acreditava também
que os seres humanos tinham a capacidade natural de conhecer muitas coisas sem nenhuma
revelação divina especial, apesar de revelacões ocorrerem de quando em quando
"especialmente em relação àquelas [verdades] pertinentes à fé"[62]. Mas esta é a luz dada ao
homem por Deus na proporção da natureza humana: "Agora todas as formas concedidas às
coisas criadas por Deus tem poder para determinadas ações, que podem realizar na medida de
sua própria dotação; e além disto, são impotentes, exceto por meio de uma forma adicionada,
como água que só esquenta quando aquecida pelo fogo. E assim a compreensão humana tem
uma forma, viz. luz inteligível, que, por si só, é suficiente para conhecer certas coisas
inteligíveis, viz. as que se pode aprender através dos sentidos"[62].

Ética

A ética de Tomás de Aquino se baseia no conceito dos "princípios primeiros da ação"[63]. Na


"Suma", ele escreveu:

“ Virtude denota uma certa perfeição de um poder. Agora a perfeição de algo é


considerada principalmente em relação à sua finalidade. Mas a finalidade do poder é ato. Por
isso diz-se que um poder é perfeito na medida que é determinante para seu ato ”

— Suma Teológica, Tomás de Aquino[64].

Mais adiante, ele completa:

“ Diz-se que a sinderese é a lei de nossa mente, pois trata-se do hábito que contém os
preceitos da lei natural, que são os princípios primeiros das ações humanas ”

De acordo com ele, "...todos os atos da virtude são prescritos pela lei natural: como a
razão de cada um naturalmente dita que ele aja virtuosamente. Mas se falarmos de atos
virtuosos considerados em si mesmos, ou seja, em suas próprias espécies, segue que nem
todos os atos virtuosos são prescritos pela lei natural: pois muitas coisas são realizadas
virtuosamente, mas cuja natureza não se inclinava para inicialmente; mas que, pelo inquérito
da razão, foram percebidas pelos homens como condutivas ao bem estar". A conclusão é que é
necessário determinar se estamos falando de atos virtuosos sob o aspecto das virtudes ou
como um ato per se, em sua própria espécie[67].

Tomás definiu as quatro virtudes cardinais como sendo prudência, temperança, justiça e
coragem (ou "fortaleza"). Segundo ele, elas são naturais, reveladas na natureza e inerentes a
todos. Há, porém, três virtudes teológicas: fé, esperança e caridade. Estas, por outro lado, são
algo sobrenaturais e distintas das demais em seu objeto: Deus. Segundo o próprio Aquino:

“ Agora o objeto das virtudes teológicas é o próprio Deus, que é a última finalidade de
tudo e acima do conhecimento da nossa razão. Por outro lado, o objeto das virtudes morais e
intelectuais é algo compreensível à razão humana. Por isso, as virtudes teológicas são
especificamente distintas das virtudes morais e intelectuais ”

— Suma Teológica, Tomás de Aquino[68].

Avançando o raciocínio, Tomás distingue quatro tipos de lei que governam os atos humanos:
eterna, natural, humana e divina. "Lei eterna" é o decreto divino que governa toda criação, a
"lei que é a Razão Suprema e não pode ser compreendida senão como algo imutável e
eterno"[69]. "Lei natural" é a "participação" humana na "lei eterna" descoberta pela razão[70]
e baseada nos "princípios primeiros": "...este é o primeiro preceito da lei, que o bem deve ser
feito e promovido e o mal, evitado. Todos os demais preceitos da lei natural se baseiam
neste..."[71]. Se a lei natural contém vários preceitos ou apenas este, o próprio Aquino
esclarece: "todas as inclinações de quaisquer partes da natureza humana, como por exemplo
as partes concupiscentes e irascíveis, na medida em que são governadas pela razão,
pertencem à lei natural e se reduzem ao primeiro preceito, como afirmando acima: pois os
preceitos da lei natural são muitos em si próprios, mas são todos baseados numa fundação
comum"[72].

O desejo de viver e procriar são considerados por Tomás entre os valores básicos (naturais) do
homem, sobre os quais todos os demais valores humanos estão baseados. De acordo com
Tomás, todas as tendências humanas estão aparelhadas o "bem" real humano. E no caso
destes dois desejos, a natureza humana em questão é o matrimônio, o presente completo de
uma pessoa a outra que assegura uma família às crianças e um futuro à humanidade[73]. Para
os cristãos, Tomás definia que o amor era "desejar o 'bem' de outro"[74].

Sobre a "lei humana", Aquino conclui "...que, assim como no caso da razão especulativa, na
qual tiramos conclusões em várias ciências a partir de princípios não demonstráveis e
naturalmente conhecidos, conclusões estas não comunicadas a nós pela natureza, mas
adquiridas pelos esforços da razão, é assim também com os preceitos da lei natural, pois a
partir de princípios gerais e indemonstráveis, a razão humana precisa avançar para uma
determinação mais precisa de certos assuntos. Estas determinações particulares, criadas pela
razão humana, são chamadas de leis humanas desde que as outras condições essenciais da lei
sejam observadas...", ou seja, a "lei humana" é a lei positiva, a lei natural aplicada pelos
governos às sociedades[75].

Leis naturais e humanas não são adequadas sozinhas. A necessidade humana de que seu
comportamento seja dirigido fez necessária a existência da "lei divina", que é a lei
especificamente revelada nas Escrituras. Segundo Aquino, "O apóstolo diz: «Pois mudado que
seja o sacerdócio, é necessário que se faça também mudança da Lei.» (Hebreus 7:12) Mas o
sacerdócio tem duas facetas, como afirmado na própria passagem, viz., os sacerdócio levita e o
sacerdócio de Cristo. Portanto, a lei divina tem também duas facetas, a Antiga Lei e a Nova
Lei"[76].
Aquino se refere aos animais como estúpidos e que a ordem natural declarou que eles foram
criados para uso humano. Ele negava que os homens tinham qualquer dever de caridade para
com os animais por não serem eles "pessoas". Se não fosse assim, seria ilegal utilizá-los como
fonte de alimento. Porém, este racional não dava aos homens permissão para serem cruéis
com eles, pois "hábitos cruéis podem transbordar para o nosso tratamento dos seres
humanos"[77][78].

Ainda tratando de ética e justiça, Aquino deu grandes contribuições para o pensamento
econômico medieval. Ele tratou do conceito de preço justo, normalmente o preço de mercado
ou o regulamentado e suficiente para cobrir o custo de produção do vendedor. Ele
argumentava que era imoral para os vendedores aumentarem os preços simplesmente por
que os compradores estavam em algum momento precisando demais do produto[79][80].

Teologia

Tomás via a teologia (a "doutrina sagrada") como uma ciência[49] cuja matéria-prima eram as
Escrituras e a tradição da Igreja Católica. Estas fontes, por sua vez, seriam, segundo ele,
produtos da auto-revelação de Deus a indivíduos ou grupos de indivíduos através da história.
Finalmente, fé e razão, distintas e relacionadas, seriam as duas ferramentas primárias para
processar os dados teológicos. Ele acreditava que ambas eram necessárias- ou, melhor, que a
"confluência" de ambas era necessária - para obter-se o verdadeiro conhecimento de Deus. O
objetivo final da teologia, para Tomás, era utilizar a razão para perceber a verdade sobre Deus
e experimentar a salvação através desta verdade.

Revelação

Aquino acreditava que a verdade é conhecida pela razão ("revelação natural") e pela fé
("revelação sobrenatural"). Esta tem sua origem na inspiração pelo Espírito Santo e está
disponível através do ensinamento dos profetas, reunidos nas Escrituras e transmitidos pelo
magisterium, coletivamente chamado de "tradição". Já a revelação natural é a verdade
disponível a todos através da natureza humana e dos poderes da razão, por exemplo aplicando
métodos racionais para perceber a existência de Deus.

Assim, apesar de se poder deduzir a existência e os atributos de Deus através da razão, certas
especificidades só podem ser conhecidas através da revelação especial de Deus em Jesus
Cristo. Os principais componentes teológicos do cristianismo, como a Trindade e a Encarnação,
são revelados nos ensinamentos da Igreja e nas Escrituras; não podem, portanto, ser
deduzidos pela razão humana.

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