ii
Presidente Prudente
2004
iii
Presidente Prudente
2004
iv
DEDICO
Ao magnífico profesor-consejero
Don Miguel Cifuentes Arias,
cidadão e sujeito extraordinário,
um cosmopolita amante da Terra,
com quem convivi preciosos momentos e me conduziu
a uma experiência luminosa e produtiva.
Agora, em seu próprio mundo,
por onde seu pensamento singrar,
Grande Miguel,
sinta sua importância nesta realização.
RECONHECIMENTOS
Até onde me lembro foi o pesquisador do Instituto Florestal, Professor Doutor José
Luiz Timoni, quem primeiro enxergou em meus trabalhos o marco referencial
possível de se transformar em um projeto de pesquisa e, posteriormente, um projeto
de doutorado, que sob sua tutela e a do Professor Doutor Nivar Gobbi comecei a
desenvolver no Centro de Estudos Ambientais da UNESP de Rio Claro.
Pouco depois, tive a sorte de ter como meu superior o pesquisador Marco Antonio
de Oliveira Garrido, quem possibilitou nossas primeiras idas ao campo juntamente
com os amigos e pesquisadores José Antonio de Freitas e Denise Zanchetta,
quando então realizamos o que chamamos ‘pré-teste’ de uma avaliação futura mais
criteriosa. A propósito, sou muito agradecido ao José Antonio pois ele foi
fundamental na construção dos indicadores específicos às Florestas Estaduais.
Não há como esquecer o apoio dos pesquisadores Marco Antonio Púpio Marcondes,
José Antonio de Freitas e Luis Alberto Bucci, que à época ocupavam,
respectivamente, a Diretoria da DRPE, diretoria da DFEE e Diretoria Geral. A
presença dos três numa das reuniões com os chefes de UCs emprestou um caráter
diferenciado ao projeto, o suporte dos que sabem da necessidade de pesquisas
dirigidas ao planejamento e à gestão de unidades de conservação.
Em certo momento enveredei por caminhos que me obrigaram a usar uma ou outra
ferramenta estatística, uma disciplina que não domino como os colegas e amigos
Professor Doutor Walter Barrela, da PUC de Sorocaba, Pesquisadora Leda Maria do
Amaral Gurgel Garrido, aposentada do IF, e o Doutorando da UNESP de Jaboticabal
Sidnei Francisco Cruz. Eles me acudiram em momentos diferenciados e de modo
complementar, e o aprendizado com o amigo Walter Barrela foi sensacional.
Denise me auxiliou muito com sua aguçada percepção para as coisas técnicas. Seus
conselhos e considerações nos momentos mais delicados foram extraordinários,
algo muito importante quando o objeto do trabalho passa necessariamente pelo trato
com pessoas dos mais variados níveis e interesses.
Muito Obrigado!
x
SUMÁRIO
Índice................................................................................................................ xi
Lista de Figuras................................................................................................ xiv
Lista de Quadros.............................................................................................. xv
Lista de Pranchas............................................................................................. xx
Lista de Siglas.................................................................................................. xxi
Resumo............................................................................................................ xxii
Abstract............................................................................................................ xxiv
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................... 7
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 81
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 131
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 355
6. CONCLUSÕES............................................................................................ 377
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 381
8. APÊNDICES................................................................................................ 399
xi
ÍNDICE
Pag.
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 7
2.1 A SITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS........................................................................................... 8
2.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO............................................................. 14
2.2.1 História e conceitos................................................................................ 14
2.2.2 Categorias e objetivos............................................................................ 23
2.3 MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO....................................... 33
2.3.1 Administração, manejo ou gestão.......................................................... 33
2.3.2 Pautas para uma gestão eficaz.............................................................. 41
2.3.3 Problemas e ameaças à gestão eficaz das áreas protegidas................ 51
2.4 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE GESTÃO DAS UCS................................ 57
2.5 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE SÃO
PAULO...................................................................................................... 71
2.5.1 A representação das UCs paulistas....................................................... 71
2.5.2 Os problemas das UCs paulistas........................................................... 75
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 81
3.1 MATERIAL................................................................................................. 82
3.2 MÉTODOS................................................................................................ 87
3.2.1 Marco Institucional.................................................................................. 89
3.2.2 Seleção de indicadores e agrupação em âmbitos de gestão................. 90
3.2.3 Coleta de dados: oficinas de avaliação e visitas de campo................... 120
3.2.4 Análise dos dados.................................................................................. 124
3.2.5 Adequação da escala de valoração....................................................... 125
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 131
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO: INSTITUTO FLORESTAL
DE SÃO PAULO........................................................................................ 135
4.1.1 Planejamento Institucional...................................................................... 142
4.1.2 Unidades de Conservação sob administração direta do IF.................... 149
4.1.3 Atividades de Pesquisa.......................................................................... 151
4.1.4 Recursos Financeiros e Humanos......................................................... 156
4.1.5 Síntese da situação atual do Instituto Florestal...................................... 166
xii
LISTA DE FIGURAS
Pag.
Figura 01. O processo interativo do manejo adaptável (Fonte: U.S. Forest
Service, apud Agee, 1996)........................................................... 44
Figura 02. Unidades de Conservação do Estado de São Paulo gerenciadas
pelo Instituto Florestal................................................................... 74
Figura 03. Distribuição espacial das UCs trabalhadas nesta pesquisa.......... 86
Figura 04. Fluxograma geral da aplicação do procedimento destinado à
avaliação da eficácia de gestão de unidades de conservação.... 89
Figura 05. Involução da produção de casas de madeira pela Floresta
Estadual de Manduri..................................................................... 141
Figura 06. Comportamento dos principais componentes do orçamento do
Estado destinado ao IF nos últimos 9 anos.................................. 157
Figura 07. Involução da relação entre os recursos financeiros e a superficie
protegida do IF.............................................................................. 158
Figura 08. Involução do Quadro de funcionários em relação ao
crescimento da superfície protegida............................................. 162
Figura 09. Classificação da eficácia de gestão de todas as UCs
investigadas ................................................................................. 174
Figura 10. Comportamento da classificação das UCs de proteção integral e
uso sustentável............................................................................. 176
Figura 11. Classificação geral dos indicadores de gestão para as UCs de
proteção integral pesquisadas, em consonância com os dados
do Quadro 34................................................................................ 228
Figura 12. Comportamento das ameaças externas incidentes nas UCs de
proteção integral e de uso sustentável......................................... 245
Figura 13. Comportamento das ameaças internas incidentes nas UCs de
proteção integral e de uso sustentável......................................... 247
Figura 14. Trecho da Trilha do Ouro na Estação Ecológica Bananal............ 253
Figura 15. Raffiting no Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra
do Mar........................................................................................... 256
Figura 16. Praia no Parque Estadual Xixová-Japuí........................................ 260
Figura 17. Equipe administrativa do Núcleo São Sebastião defronte ao
escritório do Parque...................................................................... 264
Figura 18. Cachoeira na Praia de Castelhanos na Ilha Bela. (Fausto Pires
de Campos).................................................................................. 269
LISTA DE QUADROS
Pag.
Quadro 01. Alguns benefícios aportados pelas unidades de conservação.... 16
Quadro 02. Categorias e objetivos de gestão das unidades de conservação
(UICN, 1994)................................................................................ 24
Quadro 03. Objetivos de conservação das categorias de manejo
brasileiras*................................................................................... 31
Quadro 04. Algumas definições de gestão ambiental.................................... 38
Quadro 05. Requisitos gerenciais para uma gestão moderna e eficaz das
Unidades de Conservação.......................................................... 51
Quadro 06. Justificativas para efetuar a avaliação do manejo de unidades
de conservação........................................................................... 60
Quadro 07. Indicadores usados na avaliação do impacto do manejo das
UCs do Programa “Parques em Perigo” da TNC (Brandon et
al., 1998)..................................................................................... 66
Quadro 08. Escala usada para avaliar os indicadores (Faria, 1993)............. 66
Quadro 09. Escala para qualificação da eficácia da gestão (Faria, 1993)..... 67
Quadro 10. Situação de algumas UCs de São Paulo quanto à demarcação
e situação fundiária..................................................................... 76
Quadro 11. Debilidades, ameaças e problemas de oito áreas protegidas de
São Paulo.................................................................................... 78
Quadro 12. Área, localização geográfica e municípios abrangidos pelas
Unidades de Conservação pesquisadas..................................... 83
Quadro 13. Escala para pontuação dos indicadores..................................... 88
Quadro 14. Indicadores adotados para avaliar a eficácia de gestão de
unidades de conservação........................................................... 93
Quadro 15. Diferentes amplitudes da escala de classificação da eficácia de
gestão e diferentes classificações, considerando apenas os
resultados das 41 unidades de conservação de proteção
integral estudadas....................................................................... 127
Quadro 16. Qualificativos alternativos à escala original................................. 129
Quadro 17. Escala de qualificação da Eficácia de Gestão corrigida.............. 129
Quadro 18. Estruturas de madeira pré-fabricadas produzidas pelo IF no
período de 1990 a 2000............................................................. 141
Quadro 19. Programas e metas do Plano de Ação Emergencial................... 143
Quadro 20. Objetivos temáticos e ações programáticas propostos pelo
Repensando o IF......................................................................... 147
xvii
LISTA DE PRANCHAS
Pág.
Estação Ecológica Bananal................................................................................... 251
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia................................... 255
Parque Estadual Xixová-Japuí............................................................................... 259
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião.................................. 263
Parque Estadual da Ilha Bela................................................................................ 267
Parque Estadual da Ilha do Cardoso..................................................................... 271
Parque Estadual da Campina do Encantado......................................................... 277
Parque Estadual Jacupiranga................................................................................ 281
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba........................................ 285
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba............................................... 291
Parque Estadual da Ilha Anchieta........................................................................................ 295
Parque Estadual de Carlos Botelho....................................................................... 299
Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira - PETAR.............................................. 303
Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus.......................................................... 309
Estação Ecológica de Jataí.................................................................................... 313
Parque Estadual Vassununga............................................................................... 319
Parque Estadual de Porto Ferreira........................................................................ 325
Parque Estadual do Juquery.................................................................................. 329
Parque Estadual do Jurupará................................................................................ 333
Parque Estadual do Jaraguá................................................................................. 339
Parque Estadual da Cantareira.............................................................................. 345
Parque Estadual do Morro do Diabo...................................................................... 349
xx
LISTA DE SIGLAS
Resumo
Abstract
For many authors, the conservation units (UCs) or protected areas are or will be the
last bastions of the strict conservation of biodiversity, being this reason (not
exculpatory of others) one of the main reasons for the existence of a truly effective
management, that leads to the reach of the objectives for which they are created.
The evaluation of the effectiveness management through structuralized procedures
on the basis of the use of pointers is an important tool of support to the management,
therefore it makes possible the periodic and systematic collection on the quality of the
management, it makes easier and gives priority to help and prompt investments and
the feedback of the management system. In this research adopting themselves
developed methodological procedure from Costa Rica, later adapted to the reality of
the protected areas of some countries from Latin America. The principles of the
procedure are the strict use of indicators and criteria for the qualification, associates
to a scale of general valuation. The universe of the study involved 59 protected areas
managed for the Forest Institute of São Paulo, being 41 of the group of integral
protection and 18 of the group of sustainable use, totalizing 69% of the total of UCs
and almost 90% of the total surface under the guard of the organization, representing
782.622,25ha. For the data collection, has been used available bibliography on the
system in analysis, workshops of collective evaluation, interviews and technical visits
the areas previously selected. The indicators and the threats analysis had
demonstrated to the debility of the organization and the fragility with that the
management of many units of conservation is taken the term. The majority of the
UCs had the management classified as inferior and medium standards of quality,
demonstrating as many negative aspects as positive, unfortunately reigning the first
ones. It has units that nothing or almost nothing they possess that they lead them to
the attendance of its objectives of management, but also exist some few with very
good standard of management. This situation demonstrates the necessity of stronger
efforts collective and planned for the search of the excellency, or raised standards of
quality, satisfying its workers in general and the society, which needs of the Protected
Areas for the biodiversity conservation, as source to their knowledge, inspiration,
leisure and natural recreation. It can be inferred that the biggest problem of the
Instituto Florestal is the lack of politics for the innumerable activities that it needs to
be developing to fulfill with the accepted mission, having evidences of the necessity
of urgent interventions in aspects and components structural and politicians, in order
to promote one shock of ‘managemental modernity' in the way to lead and to manage
the public environment. On the other hand, the research has shown that the Instituto
Florestal de São Paulo owns positive points that must be used as tools for its auto-
affirmation while responsible organization for the Protected Areas of the São Paulo
State, Brasil.
1990 houve uma variação anual liquida de 9,4 milhões de hectares negativos, isto é
a diferença entre a taxa anual estimada de desmatamento de 14,6 milhões de ha e a
taxa anual estimada de incremento da superfície de florestas de 5,2 milhões de
hectares (FAO, 2001). Isto confirma que as florestas mais ricas do mundo seguem
sendo diminuídas segue aumentando a nível mundial a um ritmo bastante elevado.
Beneficios culturais
• Oportunidades para a educação e pesquisa científica;
• Manutenção de sítios relevantes à inspiração espiritual, o entretenimento e a recreação;
• Proteção e conservação de locais de importância cultural, lugares históricos, monumentos
antropológicos, e sítios onde há uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza.
Fonte: UICN/PNUMA/WWF (1991)
Quadro 02. Categorias e objetivos de gestão das unidades de conservação (UICN, 1994).
recreaçarinhas e s
es NacRioecreação
en
is temas
Naturais
nais)
terresatrçeão de paisag
Estrita
gestããoo mediante
stre
ambiensteustentável de
Ecossis nservação de
Caracteservação de
ão
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Natural
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s/m
natucra
(Parqum
va ç
v
Reserva
Á re a N a
Co
Con
Conser
Conser
Uso
Objetivodemanejo Ia Ib II III IV V VI
Pesquisacientífica 1 3 2 2 2 2 3
Proteçãodavidasilvestre 2 1 2 3 3 --- 2
Preservaçãodeespéciesediversidadegenética 1 2 1 1 1 2 1
Manutençãodeserviçosambientais 2 1 1 --- 1 2 1
Proteçãodecaracterístaicasnaturais/culturais --- --- 2 1 3 1 3
Turismoerecreação --- 2 1 1 3 1 3
Educação --- --- 2 2 2 2 3
Usosustentável derecursosdeecossistemasnaturais --- 3 3 --- 2 2 1
Manutençãodeatributosculturaistradicionais --- --- --- --- --- 1 2
Siglas: EEc - Estação Ecológica; ReBio - Reserva Biológica; PN - Parque Nacional; MN - Monumento Natural; RVS - Refúgio da Vida Silvestre;
APA - Área de Proteção Ambiental; ARIE - Area de Relevante Interesse Ecologico; FN - Floresta Nacional; REx - Reserva Extrativista; RF -
Reserva de Fauna; RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular do Patrimonio Natural.
32
Por seu turno a palavra ‘manejo’ tem sido utilizada para designar
uma ampla diversidade de ações e atividades desenvolvidas nas unidades de
conservação, sendo um termo adotado em nosso país e restante da América Latina
oriundo da palavra inglesa management e manager, respectivamente administração
e administrador (Michaelis, 1990). No dicionário português a primeira sinonímia ao
termo refere-se ao ato de manipular, manusear e manear com as mãos algum objeto
ou recurso, entretanto nos novos e modernos dicionários da língua é possível
vislumbrar conotações empresariais e organizacionais tais como administração,
gerência e direção (Ferreira, 1999), com certeza uma corroboração lingüística ao
uso popular do termo.
35
Observa-se que se por um lado alguns autores são até certo ponto
reducionistas, por restringirem as ações à proteção, recreação, educação, pesquisa
e manejo de recursos; outros confundem alguns fatores envolvidos nas atividades
básicas das unidades de conservação (proteção e manutenção) com serviços
oferecidos pelas mesmas (interpretação, educação), porém todos concordam na
busca de caminhos para se alcançar os objetivos que norteiam a criação e
designação da área.
Este autor não define estritamente o que seja gestão, mas assegura
que existem várias abordagens para se efetuar a gestão ambiental territorial, e que
poucas contemplam todos os instrumentos e ferramentas necessárias à gestão total.
Pois para realizar a gestão ambiental total é necessário atuar sobre todos os
elementos envolvidos na transformação ambiental, realizando a gestão de cada um
deles de maneira especifica, porém integrados, caso contrário seu exercício torna-se
oneroso e sem resultados práticos2.
2
Em seu livro, Macedo (1994) apresenta um fluxograma bastante completo dos diferentes
componentes da gestão ambiental de territórios.
3
Território não é o espaço geográfico em sí, mas o pedaço do território utilizado, o território vivo,
levando em conta a interdependência e a inseparabilidade entre a materialidade, que inclui a
natureza, e o seu uso, que inclui a ação humana (Santos e Silveira, 2003).
38
Dentro desta ótica fica claro que o que o técnico responsável por
uma UC faz, ou deveria fazer, vai além da administração ou manejo: é gestão,
mediante o envolvimento sistêmico e o jogo equilibrado dos componentes presentes
no teatro de operações.
caminhos que não os ditados pelos diplomas legais, por vezes em razão das
particularidades e nuances encerradas em cada UC (Keiter, 1996). Vejamos dois
exemplos reais do Estado de São Paulo.
M o n it o ra m e n t o m o s tra a D e c is õ e s • E st a b e le c e r p a d rõ e s e g u ia s
n e c e ss id a d e d e n o v a s
• O r g a n iz a r d is tri b u iç ã o d e re c u r so s
c o n tri b u iç õ e s o u a d iç ã o d e
• E st a b e le c e r p r io ri d a d e s p a ra a ç õ e s
i n f o rm a ç õ e s • E st a b e le c e r d ire ç õ e s e o b je tiv o s
• P e rm itir p a rc e ria s
• D e s c r e v e r p a rtic ip a ç õ e s
O m o n i to ra m e n to Im p le m e n ta ç ã o • A p li c a r d e c is õ e s
m o st ra a n e c e s si d a d e • E st a b e le c e r p a rc e ri a s
de m udan ças n a • A p li c a r p rá tic a s d e c a m p o
im p l e m e n ta ç ã o • F a c ilit a r p a rtic ip a ç õ e s
M o n ito ra m e n to • A p li c a r d e c is õ e s
• E x p lo ra r in c e r te z a s
• D e te rm in a r e fi c á c ia o u i m p le m e n t a ç ã o
• P ro v e r f e e d b a c k c ie n tí fic o , p e s q u is a d o r e s, p ú b l ic o ,
a d m in is tra d o r e s
Figura 01. O processo interativo do manejo adaptável (Fonte: U.S. Forest Service, apud
Agee, 1996).
fazer frente a toda problemática inerente a uma UC ‘urbana’ pode requerer tantos
funcionários quanto o Parque Nacional do Jaú, com seus 2 milhões de hectares.
Podemos continuar com este exercício indefinidamente, mas a verdade é que as
particularidades de cada unidade influirão no desenho do que seja a melhor
infraestrutura para ela.
Além de mínima infraestrutura física, humana e financeira para
garantir uma mínima proteção, as unidades precisam que suas terras estejam com
sua situação fundiária regularizada, assegurando assim o domínio institucional sobre
os recursos que se deseja proteger e proporcionando autoridade aos funcionários,
legitimando as ações para a conservação, que somados a limites bem demarcados
melhoram o status de proteção. Entretanto, é imprescindível a implementação de
ações programáticas que considerem as comunidades do entorno ao se desejar
equilibrar as implicações destes atores sobre a unidade, e vice versa, ao mesmo tempo
que não existirá futuro para a preservação do patrimônio natural sem a existência de
ações enérgicas relacionadas à educação ambiental.
Na atualidade quando impera os fenômenos da fragmentação da
paisagem, transformando as UCs em verdadeiras ‘ilhas de diversidade’ não se pode
prescindir dos conhecimentos revelados pela ecologia teórica relacionados ao desenho
das áreas protegidas. A “Teoria do Equilíbrio Dinâmico da Biogeografia de Ilhas” ou
simplesmente de biogeografia de ilhas, foi proposta por MacArthur e Wilson (1967) e
defende que a distância das fontes de propágulos e a superfície das ilhas estão
diretamente relacionados à riqueza de espécies do local.
A partir daí vários outros cientistas iniciaram meticulosas pesquisas
averiguando a questão da forma, insularidade e tamanho das áreas protegidas e suas
conseqüências na conservação de espécies (Wilcove et al. 1986; Suarez, 1988;
Schiavetti, 1996; entre outros). O rápido ensaio produzido por Costa (2001a) enfoca o
que acontece com as ‘ilhas de vegetação’ inseridas numa paisagem fragmentada,
esboçando algumas das conseqüências que não podemos perceber na nossa escala
temporal, cujo fenômeno designou de ‘mortos vivos’ na paisagem tropical.
Conhecer um pouco sobre esses ramos da biologia permite o desenho
de estratégias de conservação mais duradouras na medida que são considerados as
interrelações existentes entre os vários componentes da paisagem. Sobretudo tais
conhecimentos oferecem bases para uma visão moderna do manejo biológico dos
ecossistemas, ratificando a necessidade de se trabalhar fora dos limites protegidos das
49
das organizações que torna o trabalho das pessoas mais agradável e são pílulas de
motivação constante (Bergamine, 1997).
Tais características perfazem também o perfil intrínseco das
organizações reflexivas, aquelas que procuram se desenvolver através da idéia de
“aprender fazendo”, o que requer uma permanente atenção sobre os resultados das
ações e uma grande disposição para aprender dos erros e acertos pois a
experiência recente com os problemas ambientais demonstra que a sociedade não
compreende o que se esta fazendo ao ambiente e, por isso, necessitamos de uma
nova forma de administração, que reconheça nossa própria ignorância e limitada
competência.
Em uma instituição reflexiva o monitoramento e a avaliação de
atividades e projetos não é uma tarefa que começa e termina mas sim uma forma de
pensar que permeia a estrutura e as práticas da instituição, componente essencial
para a modernização das organizações (Dudley e Imbach, sd).
Talvez uma das grandes dicotomias das organizações neste final de
século seja a disparidade entre o conteúdo das mudanças que ocorrem no ambiente
externo e a velocidade de respostas que surgem no seu ambiente interno. Parece
que muitas vezes os dirigentes pensam que as modificações e reversões
representam fenômenos que só existem fora das organizações, não tendo uma
ligação mais forte com a estrutura do pensar e do agir. A rapidez do processo
decisório e a capacidade do fazer acontecer consistem em dois dos principais
atributos da rota do sucesso de qualquer empreendimento nestes próximos anos, o
qual, evidentemente, se acopla à capacidade de antecipar tendências futuras da
próxima mudança (Junqueira e Vianna, 1996).
A força do impacto deste novo cenário vai exigir, como contrapartida,
um novo líder, substancialmente diferente daquele dos padrões do passado, e que
se transformará antes, e acima de tudo, em um grande agente promotor e
fomentador das adequações internas. Este novo líder precisa ter as seguintes
características e atributos: entusiasta, comprometido, humano, motivador, vontade
de aprender, prazer de ensinar, visão estratégica, empreendedor, assertivo e ético
(Junqueira e Vianna, 1996).
Uma organização reflexiva, composta por pessoal capacitado e
dirigentes pró-ativos, constitui um importante fator para fazer com que a gestão seja
entendida e praticada como um experimento a longo prazo, libertando-a da rotina e
51
Quadro 05. Requisitos gerenciais para uma gestão moderna e eficaz das Unidades de
Conservação
• Implementar a capacitação de pessoal em todos os níveis e formação de lideranças;
• Visão sistêmica da organização e visão prospectiva do sistema gerencial e das políticas de
governo;
• Internalização e compreensão coletiva do passado, presente e futuro da organização visando
sua melhor inserção no ambiente externo;
• Acompanhamento sistemático do desempenho do pessoal, da gestão e da eficácia gerencial
nos vários níveis de decisão institucional;
• Adoção de estratégias que resultem na utilização das informações geradas e das novidades
do setor para a retroalimentação da gestão;
• Adoção de esquemas administrativos onde impere a agilidade dos tramites burocráticos:
Informatização e ‘internetização’ dos processos;
• Adoção de uma estrutura institucional com fortes conexões horizontais que vise a promoção
de comunicação entre disciplinas, departamentos e as organizações;
• Implementação de sistemas que visem a captação e geração de recursos, privilegiando a
consolidação de parcerias em todos os níveis de atividade institucional;
• Implantar esquemas que resultem em autonomia gerencial e descentralização das decisões
(capacidade com confiabilidade);
• Adotar o planejamento setorial como ferramenta básica para a eliminação de erros;
• Estabelecer rotinas que valorizem a administração baseada em Programas de Trabalho;
• Estabelecer como diretriz básica o planejamento e a gestão participativos.
Adaptado de Lucena (1992); Grumbine, apud Agee (1996); Junqueira e Vianna, (1996);
Bergamine (1997); Dudley e Imbach, (sd).
continham algum tipo de uso ilegal como pesca, caça, extração da vegetação,
pastoreio, agricultura, mineração, invasão de terras, conflitos com habitantes
originais e poluição por diversos agentes (mercúrio, lixo, etc.); menos de 1% contava
com funcionários suficientes para alcançar seus objetivos; cerca de 70% não recebia
apoio governamental (financeiro e técnico) e 66% das áreas não contavam com
equipamentos destinados ao manejo.
Amend e Amend (1992) trabalharam em 148 parques nacionais da
América do Sul mediante questionários aos administradores e detectaram os
seguintes principais problemas: Extração de recursos (33,1%); falta de pessoal
qualificado (27%); conflitos fundiários (21,6%); exploração agropecuária (20,3%);
planejamento deficiente (16,9%); ocupação ilegal (16,9%); limites inadequados
indefinidos (16,2%); falta de controle e vigilância (16,2%); Incêndios (12,8%);
ocupação legal (12,2%); falta de financiamento (11,5%); falta de infraestrutura
(11,5%); colonização nas vizinhanças do parque (10,8%); mineração e exploração
petrolífera (10,1%); pressão turística (8,8%); poluição (6,1%); falta de apoio político-
institucional (6,1%); projetos setoriais conflitantes (5,4%); atividades de narcotráficos
(4,7%) e introdução e/ou invasão de espécies exóticas.
Na Austrália os principais problemas para o efetivo manejo e a
conservação das áreas protegidas são a existência de populações localizadas
dentro das UCs, principalmente de grupos aborígenes, normatização da participação
do setor privado na gestão e conservação de zonas ecologicamente importantes,
“looby” das empresas mineradoras que se articulam para imporem a necessidade de
prospecção mineral em todas as APs do país, e a necessidade de extrapolar as
ações de gestão para fora dos limites das unidades de conservação (Bridgewater e
Shaughnessy, 1992).
Na América do Norte os principais problemas foram identificados
pelo Serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos, que podem ser
extrapolados tanto para o Canadá como para o México e são os seguintes:
urbanização e industrialização no entorno das UCs; impactos do excesso de
visitação; desenvolvimento de projetos de desenvolvimento conflituosos aos
objetivos de conservação nas cercanias das unidades; extração e/ou exploração de
recursos protegidos; superpopulação de algumas espécies da fauna; degradação da
qualidade das águas; falta de dados básicos para o manejo de recursos;
crescimento da ameaça de incêndios florestais; alteração do regime hídrico regional;
54
de ser medida se não houver um rígido controle e monitoramento por parte das
organizações. Redin (1981) oferece uma interessante definição para a identificação
da gestão empresarial eficiente e a eficaz: o autor considera que ser eficiente é
sinônimo de fazer as coisas bem, resolver problemas, salvaguardar os recursos,
cumprir com o dever e reduzir os custos, enquanto que ser eficaz diz respeito a fazer
as coisas certas, produzir alternativas criativas, maximizar a utilização de recursos,
obter resultados e aumentar o lucro e/ou a produtividade.
Assim, não basta simplesmente que exista uma ‘gestão’ para se
produzir resultados positivos, mesmo porque podem haver vários níveis de
qualidade para o ato de gerir algum objeto. O que se persegue é a eficácia de
gestão das UCs, que pode então ser definida como sendo “o conjunto de ações que
permitem cumprir satisfatoriamente a função para a qual foi criada a área protegida”
(Cifuentes, Izurieta e Faria, 2000).
Algumas dentre as tantas metas traçadas pelo III Congresso Mundial
de AP (IUCN, 1984), foram direcionadas explicitamente para a urgente necessidade
de melhorar a qualidade do manejo empreendido nas UCs então existentes,
revelando uma preocupação em face da dificuldade de seguir criando novas e
grandes áreas protegidas. Uma das alternativas distiguidas foi exatamente a
realização de avaliações sistemáticas visando saber o estado do manejo
empreendido nas unidades de conservação e o fomento ao desenvolvimento de
ferramentas que possibilitassem tal objetivo foi alcançado parcialmente na medida
que a UICN editou o livro Managing Protected Areas in the Tropics (MacKinnon et
al., 1986), que trouxe um capitulo dedicado a este assunto.
O IV Congresso Mundial de Áreas Protegidas emitiu o ‘Plano de
Ação de Caracas’ enfatizando a perseguição das seguintes indagações: Como as
áreas protegidas podem contribuir com as estratégias globais para o
desenvolvimento sustentável? De que maneira as áreas protegidas disporiam de
uma apoio mais amplo da sociedade? Como o manejo das áreas protegidas pode
ser mais eficaz nas condições econômicas atuais e previstas? Como pode mobilizar-
se um apoio internacional mais eficaz? (UICN, 1993).
As medidas gerais destacadas foram:
59
poder ser utilizada amplamente. Este autor alude sobre a necessidade urgente de se
desenvolver um sistema internacional para mensurar a efetividade do manejo, sendo
que os objetivos deste estudo deveriam apontar a: i) prover uma estrutura general
para que grupos de países ou países individuais desenvolvam seus próprios
sistemas; ii) possibilitar a coleta de dados periódicos sobre a qualidade do manejo
que permitam comparações; e iii) facilitar os esforços internacionais no sentido de
reforçar o manejo de áreas protegidas através da oferta de guías claros das
prioridades de assistência.
O procedimento inicialmente sugerido pela IUCN (1993) para estas
avaliações toma em conta os trabalhos desenvolvidos até então e propõe os
seguintes aspectos para analise: legislação, objetivos de manejo, limites, plano de
manejo, apoio local, pessoal, infra-estrutura, financiamento e retroalimentação
informativa. Além destes recomendou-se, para uma avaliação completa, a análise
dos elementos que ameaçam a integridade da área, tanto internas como externas. A
proposta considerou um sistema de ponderação e indicou a maneira de categorizar
o manejo segundo amplitudes pré-estabelecidas da pontuação final alcançada, mas
lamentavelmente não esclareceu os critérios para a valoração das variáveis. Por
outro lado recomendou avançar as pesquisas deste e outros sistemas, assim como
sua adaptação a diferentes realidades para seu refinamento.
Produzir diagnósticos eficazes e priorizar esforços faz parte das
metas da The Nature Conservancy – TNC com o desenvolvimento do projeto
Parques em Perigo, talvez o primeiro intento prático de maior vulto para se avaliar a
situação das unidades de conservação utilizando rotinas estruturadas
especificamente para isso. Em maio de 1992 em uma carta-convite dirigida a
especialistas de áreas protegidas (TNC, 1992) a organização evidenciou que “tanto
a análise qualitativa como a quantitativa são apropriadas no processo de diagnóstico
das áreas selecionadas”, emitindo um presságio dos vários trabalhos subseqüentes.
Corroborando aquela previsão Brandon et al. (1998) editaram o livro Parks in Peril:
people, politics and protected areas, onde são relatados estudos de caso e em cujos
apêndices encontra-se a relação detalhada dos 16 indicadores e critérios utilizados
(Quadro 07), cada qual ponderados sob uma escala de 1 a 5.
66
Quadro 07. Indicadores usados na avaliação do impacto do manejo das UCs do Programa
“Parques em Perigo” da TNC (Brandon et al., 1998).
Âmbitos Indicadores
Atividades de Infra-estrutura física; Pessoal; Treinamento; Posse de terra; Análise de
proteção mínima ameaças; Status da área protegida.
Manejo a longo prazo Zoneamento da reserva e manejo de zonas-tampão; Plano de manejo
baseado a longo prazo; Contribuição científica e informações
necessárias; Desenvolvimento e implementação de plano de
monitoramento.
Financiamento Plano de ONG’s auto-suficientes; Plano financeiro a longo prazo.
Apoio local Existência de Comitês de Apoio ou Comitê Consultivo Técnico;
Envolvimento da comunidade no uso e conservação dos recursos;
Desenvolvimento dos programas de conservação e Programas de
educação ambiental.
Figura 02. Unidades de Conservação do Estado de São Paulo gerenciadas pelo Instituto Florestal.
75
Quadro 10. Situação de algumas UCs de São Paulo quanto à demarcação e situação
fundiária
% do % da área com
Unidade Área perímetro situação fundiária
demarcado
solucionada
EEc. Juréia-Itatins 79.270,00 0 1
P.E. Campina do Encantado 2.359,50 0 100
E.Ec. Chauás 2.699,60 80 95
P.E. Ilhabela 27.025,00 50 ?
P.E. Jacupiranga 150.000,00 80 ?
P.E. Juquery 1.927,70 0 100
P.E. Jurupará 26.250,47 0 ?
P.E. Marinho da Laje de Santos 5.000,00 0 100
P.E. Serra do Mar 315.390,69 10 30
P.E. Turístico do Alto Ribeira 35.884,28 70 60
P.E. Xixová-Japuí 901,00 4,5 70
Fonte: ATP/IF, 2000b
Quadro 11. Debilidades, ameaças e problemas de oito áreas protegidas de São Paulo.
Característica Situação nas unidades de conservação estudadas*
Pontos fortes Instrumento legal de criação das unidades e o conjunto de leis incidentes sobre
as mesmas;
Tamanho e grau de isolamento condizentes com os objetivos de manejo;
Razoável nível de informações essenciais ao manejo;
Qualidade dos funcionários existentes quanto ao conhecimento de suas
funções, atitudes pessoais, autoridade e motivação;
Existência de normas para as atividades administrativas e dos usos existentes;
Parcial apoio da comunidade à área;
Compatibilidade dos usos com as respectivas categorias de manejo.
Debilidades Dotação orçamentária insuficiente;
Salários aquém do nível de responsabilidade dos funcionários;
Ineficácia dos planos de carreira, principalmente para os de níveis inferiores;
Inexistência de um programa institucional de capacitação; Quantidade de
pessoal insuficiente;
Pouco apoio técnico, político e/ou financeiro de organizações externas ao
manejo;
Inexistência ou desatualidade de planos de manejo;
Não implementação dos Planos de Manejo.
Ameaças Insuficiência de recursos humanos e financeiros, falta de seguimento dos
Internas planos de manejo, indefinição de problemas fundiários, falta de políticas para
turismo nas unidades de conservação.
Ameaças Expansão urbana, especulação imobiliária, ocupação humana, caça,
Externas incêndios, crescimento do setor turístico e turismo desordenado, pobreza.
*P.E. Campos do Jordão, P.E. Ilha Anchieta, P.E. Núcleo Curucutu da Serra do Mar, E.Ec.
Itirapina, E.Ec. Santa Bárbara, E.Ec. Juréia-Itatins, P.E. Morro do Diabo e Estação
Experimental de Paraguaçu Paulista.
Fonte: Faria (1997).
3.1 MATERIAL
Serviram de base para o presente estudo 59 Unidades de
Conservação do Estado de São Paulo gerenciadas pelo Instituto Florestal: 28
Parques Estaduais, 12 Estações Ecológicas, 01 Reserva Estadual, 02 Florestas
Estaduais, 15 Estações Experimentais e 01 Horto Florestal. O Quadro 12 apresenta
a localização geográfica dessas áreas e a Figura 3 a sua representação e
distribuição espacial no território paulista.
Para as reuniões coletivas de avaliação, ou oficinas de avaliação,
foram convidadas todas as unidades de conservação administradas pelo Instituto
Florestal, além do Parque Estadual Intervales administrado pela Fundação Florestal.
Dessas reuniões participaram representantes de 56 unidades. Além destas áreas,
investigou-se também o diretores do Núcleo São Sebastião do Parque Estadual da
Serra do Mar, Parque Estadual de Jacupiranga e do Parque Estadual da Ilha do
Cardoso.
As 59 unidades de conservação que participaram deste estudo estão
citadas no Apêndice B, que também traz os nomes dos técnicos participantes e
outras características relevantes desses sítios. Vale ressaltar que a pesquisa
abarcou 69% das unidades administradas pelo Instituto Florestal e 90% da
superfície total sob proteção institucional, representando 782.622,25ha.
Deve-se explicar que nesta pesquisa as Estações Experimentais
gerenciadas pelo Instituto Florestal foram consideradas também como unidades de
conservação, inseridas no contexto das Unidades de Conservação de Uso
Sustentável (UCUS), ainda que assim não sejam consideradas por alguns técnicos e
especialistas, apesar da Lei 9.985/2000 – SNUC possibilitar a sua reclassificação
segundo estudos dirigidos para o reenquadramento dessas áreas às categorias e
aos objetivos de manejo definidos pelo Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (BRASIL, 2000), tarefa que de factível e relevante foi iniciada no
âmbito do Instituto Florestal em meados de 20021.
1
Decreto No 47.096, de 18 de setembro de 2002, que amplia a Estação Ecológica de Jataí; Decreto
o o
N 47.097, de 18 de setembro de 2002, que amplia a Estação Ecológica de Assis; Decreto N 47.098,
de 18 de setembro de 2002, que transforma a Estação Experimental de Assis em Floresta Estadual
o
de Assis; Decreto N 47.099, de 18 de setembro de 2002, que transforma a Estação Experimental de
Pederneiras em Floresta Estadual de Pederneiras. Diário Oficial do Estado. 19 de setembro de 2003.
Seção I, páginas 2 a 5.
83
Quadro 12. Área, localização geográfica e municípios abrangidos pelas Unidades de Conservação pesquisadas.
Nome da UC Área Latitude Sul Longitude Oeste Municípios Abrangidos
3.2 MÉTODOS
Para alcançar os objetivos deste projeto usou-se como referência
básica a metodologia elaborada originalmente por Faria (1993), que foi
posteriormente melhorada por outros pesquisadores e publicada na forma de
manual por Cifuentes, Izurieta e Faria (2000). Este manual é dirigido à auto-
avaliação a ser praticada pelos diretores e/ou técnicos de dada área protegida,
contemplando assim algumas etapas essenciais para quando o procedimento é
aplicado sobre uma ou um grupo de UCs.
Esta metodologia pressupõe o uso de indicadores previamente
selecionados, em consonância com os objetivos de manejo das categorias de
gestão das unidades a serem avaliadas, construção de cenários ótimos e atuais
para cada indicador e associação dos mesmos a uma escala padrão (Quadro 13).
Os indicadores são qualificados tomando-se por base os cenários delineados, os
critérios estabelecidos para a avaliação dos indicadores e uma escala padrão para
sua quantificação, na qual o maior valor corresponde à melhor situação concebida,
o "cenário ótimo", e o menor à pior situação possível de ocorrer no sistema, aquela
totalmente em conflito com a gestão da unidade.
2
Sério, Francisco Correa. 2001. Sobreposição dos limites georeferenciados das unidades de
conservação sobre imagens orbitais do estado.
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3
Faria, H. H. de. Avaliação da eficácia de gestão das unidades de conservação do Instituto Florestal.
Uma metodologia e resultados preliminares. Reunião Técnica da Divisão de Florestas e Estações
Experimentais. Instituto Florestal. Parque Estadual do Morro do Diabo. Dezembro de 1998. Palestra.
92
Demarcação de limites
94
Execução do plano
Plano executado em 90% ou mais do planejado 4
Plano executado entre 75% e 90% do planejado 3
Executado entre 50% e 75% do planejado 2
Só se conseguiu executar 35% a 50% do plano 1
Menos de 35% do proposto no plano foi executado 0
Usos compatíveis, de acordo com a capacidade instalada e de suporte da área e sob bom
4
manejo técnico e administrativo
Usos compatíveis, de acordo com a capacidade instalada e com manejo técnico-administrativo
3
aceitável
Usos compatíveis, sobre utilizado de acordo com a capacidade instalada e de suporte da
2
unidade e com manejo técnico-administrativo deficiente
Usos compatíveis, sobre utilizado e sem manejo técnico-administrativo 1
Usos incompatíveis e de incidência reduzida sobre os recursos protegidos 2
Usos incompatíveis e de incidência mediana sobre recursos, comunidades ameaçadas ou em
1
perigo
Usos incompatíveis e de elevada incidência, com destruição e perda de recursos 0
Programa de Proteção
O programa está bem estruturado, abarca todas as ações e atividades para atingir seus
objetivos específicos no intuito de alcançar os objetivos da unidade e as atividades 4
desenvolvem-se normalmente
O programa está estruturado, porém nem todas as atividades planejadas são possíveis de
3
serem realizadas; somente as principais caminham normalmente
O programa é parcialmente estruturado, carecendo de insumos específicos para alcançar o
2
nível desejável e necessário frente a seus objetivos
Algumas atividades inerentes são executadas, mas o programa não existe ou as condições
1
são muito precárias para seu desenvolvimento
Não existe o programa ou atividades relacionadas 0
Programas de Manutenção
O programa está bem estruturado, abarca todas as ações e atividades para atingir seus
objetivos específicos no intuito de alcançar os objetivos da unidade e as atividades 4
desenvolvem-se normalmente
O programa está estruturado, porém nem todas as atividades planejadas são possíveis de
serem realizadas; somente as principais caminham normalmente 3
O programa é parcialmente estruturado, carecendo de insumos específicos para alcançar o
nível desejável e necessário frente a seus objetivos 2
Algumas atividades inerentes são executadas, mas o programa não existe ou as condições
são muito precárias para seu desenvolvimento 1
Não existe o programa ou atividades relacionadas 0
Programas de Pesquisa
O programa está bem estruturado, abarca todas as ações e atividades para atingir seus
objetivos específicos no intuito de alcançar os objetivos da unidade e as atividades 4
desenvolvem-se normalmente
O programa está estruturado, porém nem todas as atividades planejadas são possíveis de
3
serem realizadas; somente as principais caminham normalmente
O programa é parcialmente estruturado, carecendo de insumos específicos para alcançar o
2
nível desejável e necessário frente a seus objetivos
Algumas atividades inerentes são executadas, mas o programa não existe ou as condições
1
são muito precárias para seu desenvolvimento
Não existe o programa ou atividades relacionadas 0
Âmbito administrativo
Está relacionado à capacidade institucional para gerir os recursos
protegidos, o que depende diretamente das condições objetivas e dos instrumentos
que a área dispõe para conduzir a aplicação das políticas e metas estabelecidas para a
unidade. Assim, neste grupo são inseridos componentes tais como recursos humanos
e sua qualidade inerente, equipamentos em geral, infraestrutura, procedimentos
administrativos e organizacionais, financiamento entre outros. Alguns autores
consideram que este grupo de indicadores o mais imprescindível para que as funções
básicas dirigidas às UCs sejam realizadas
Nível universitário ou mestrado com cursos de especialização, iniciativa alta a média e elevado
4
índice de presença na unidade
Universitário com cursos de especialização, iniciativa média a alta, presença média a alta nos
3
sítios de trabalho
Universitário, iniciativa média a alta e média presença no local de trabalho 2
Nível técnico, iniciativa média a baixa e média a baixa presença local 1
Técnico com baixa iniciativa na solução de problemas, presença local baixa 0
Universitário com cursos de especialização, iniciativa média e presença média a alta na
2
unidade
Universitário com cursos de especialização, iniciativa média e presença local média a alta 2
Técnico com cursos de especialização, iniciativa média a alta na solução de conflitos, índice de
2
presença médio no local de trabalho
≥ 90% do ótimo 4
76% - 89% do ótimo 3
51% - 75% do ótimo 2
36% - 50% do ótimo 1
≤ 35% do ótimo 0
A Unidade conta com mecanismos legais e administrativos para gerar recursos, que são
revertidos sem dificuldades para o seu manejo (na totalidade ou um porcentual) 4
A Unidade conta com mecanismos legais e administrativos para gerar recursos, mas a
reversão dos mesmos ou parte deles para o manejo é demorada em razão do aparelho
3
burocrático institucional
A Unidade conta com mecanismos legais para gerar recursos mas sua estrutura administrativa
2
deficitária, aliada à burocracia institucional, dificulta os processos de reversão de recursos
A Unidade não conta com mecanismos legais para gerar recursos, ainda que sua estrutura
1
operacional seja condizente com tais diretrizes
A Unidade não conta com mecanismos legais para gerar recursos e sua estrutura operacional
0
a impede de fazê-lo
Há um adequado fluxo de informações entre direção e funcionários que ocorre através de meios
desenvolvidos ou adotados para este fim, o que permite a participação dos funcionários na
4
gestão
A comunicação entre direção e funcionários ocorre satisfatoriamente ainda que não existam
meios formais para este fim 3
A comunicação entre as partes é improvisada nos encontros de rotina e esporádicos, mas
observa-se certa harmonia entre estas condições e as necessidades da unidade 2
Há pouca comunicação entre direção e alguns setores dos funcionários, o que se reflete em
1
conflitos internos e baixo rendimento coletivo
Não há contato entre direção e funcionários, fato que impede o razoável desenvolvimento das
0
atividades
Âmbito Político-Legal
Este âmbito procura averiguar se existe ou não uma sólida base que
dirija a gestão e se as unidades correspondem a essas políticas ditadas ou adotadas
pela organização. Considerando que as políticas institucionais também podem ser
avaliadas através de indicadores presentes em outros âmbitos, é recomendável usar
aqui somente aqueles de elevada concreção institucional, que representem as
políticas ou são conseqüência direta da sua aplicação, ou não. Há que se
reconhecer que é muito difícil avaliar políticas de uma organização tendo por base
uma escala de pontuação, sendo então necessário usar meios indiretos, avaliando
aspectos que reflitam a existência e a aplicação das mesmas. As políticas quase
nunca estão traduzidas em documentos oficiais, sendo geralmente diretrizes gerais
que dirigem as ações dos governos, as instituições e as pessoas, representando o
nível máximo de concreção da posição doutrinária do governo. Aqui a questão política
refere-se à congruência das ações intra e interinstitucionais que refletem, de certo
modo, a existência e cumprimento de políticas gerais dirigidas à conservação da
biodiversidade encerrada nas UCs. Por outro lado, um programa de conservação de
áreas protegidas necessita que as políticas sejam traduzidas em instrumentos para
108
Os funcionários contam com planos de carreira com progressão gradual que estimula
4
permanência no serviço e proporciona ânimo para o trabalho
Há plano de carreira incipiente e desajustado da realidade. Há incentivos de acordo com as
3
atividades desenvolvidas pelo funcionário
Não há plano de carreira, porém esforço institucional para sua constituição, com previsão de
2
curto-médio prazo para seu alcance. Ocorrem incentivos esporádicos e seletivos
Não há um plano de carreira e nenhuma previsão de mudanças. Ocorrem incentivos e apoio
1
ocasionais
Não há planos de carreira nem incentivos ao pessoal 0
Âmbito Conhecimentos
Enfoca-se a necessidade permanente dos diretores de UCs terem
informações de qualidade disponíveis e que estas possam ser eficientemente usadas e
disseminadas, sob a premissa básica de que tais conhecimentos são importantes
elementos para a compreensão da complexidade e fragilidade dos recursos protegidos
e, por conseguinte, para seu manejo inteligente. Neste sentido inclui-se aqui a
existência e disponibilidade de informações básicas para a gestão (cartográficas,
biofísicas, sócio-econômicas e legal), a maneira como são tratadas as informações
geradas pela pesquisa, se a unidade conta com algum sistema para o monitoramento
de fenômenos e atividades e se possui esquemas para o aproveitamento das
informações pelo sistema gerencial.
A área possui mais de 90% da superfície total ótima para salvaguardar os atributos que se
deseja conservar ou aproveitar de forma sustentável 4
A área possui entre 76% e 89% da superfície total ótima 3
A área tem entre 51% e 75% da superfície total ótima 2
A área tem de 36% a 50% da superfície total ótima 1
A área possui menos de 35% da superfície total ótima 0
Áreas silvestres contíguas, podendo ser da mesma ou de outras unidades, ou mesmo de áreas
naturais privadas 4
Distância de 2 a 5 km entre áreas, com corredores e/ou manchas esparsas (stepstone,
3
trampolins ecológicos)
Distância de 2 a 5 km entre áreas, sem com corredores e/ou manchas esparsas 2
Distância de 5 a 10 km entre áreas com corredores e/ou manchas esparsas 2
Distância de 5 a 10 km entre áreas, sem corredores e/ou manchas esparsas 1
Distância de 10 a 25 km entre áreas com corredores e/ou manchas esparsas 1
Distância de 10 a 25 km entre áreas sem corredores e/ou manchas esparsas 0
Distância maior que 25 km entre áreas 0
Mais de 90% das nascentes d’água da unidade encontram-se protegidas e florestadas e mais
4
de 90% dos cursos d’água apresentam vegetação ciliar
De 76 a 89% das nascentes d’água da unidade encontram-se protegidas e florestadas e a
3
mesma porcentagem dos cursos d’água apresentam vegetação ciliar
De 51 a 75% das nascentes d’água da unidade encontram-se protegidas e florestadas e a
2
mesma porcentagem dos cursos d’água apresentam vegetação ciliar
De 36 a 50% das nascentes d’água da unidade encontram-se protegidas e florestadas e a
1
mesma porcentagem dos cursos d’água apresentam vegetação ciliar
≤35% das nascentes d’água da unidade encontram-se protegidas e florestadas e a mesma
0
porcentagem dos cursos d’água apresentam vegetação ciliar
Florestas Estaduais
Este componente da avaliação refere-se aos indicadores incidentes
somente sobre as unidades de conservação de uso sustentável, Estações
Experimentais e Florestas Estaduais, cujo objetivo é medir o desempenho da área e
institucional para a solução de assuntos julgados imprescindíveis ao manejo eficaz das
florestas plantadas, de maneira tal que haja sustentabilidade do sistema produtivo.
Buscou-se os indicadores cuja avaliação dependa apenas do conhecimento imediato
por parte dos diretores, não necessitando a verificação documental para evidenciar o
fato. Deste modo, o âmbito inclui a existência e a atualidade do inventário florestal,
uma ferramenta tão importante para o manejo das unidades de uso sustentável quanto
o plano de manejo para as de proteção integral; as condições dos aceiros e
carreadores para a condução e exploração florestal; a condição da floresta em relação
a agentes patogênicos (formigas); se estas florestas são produzidas usando-se os
conhecimentos de melhoramento genético desenvolvidos pelo IF e se as florestas
estão sendo manejadas dentro do escopo da sustentabilidade a longo prazo mediante
o seguimento do planejamento que prevê um ciclo de 30 anos de exploração.
118
≥ 90% das florestas implantadas nos últimos 15 anos provem de sementes melhoradas 4
76% - 89% 3
51% - 75% 2
36% - 50% 1
≤ 35% 0
Existe um inventário que foi elaborado ou revisado nos últimos 5 anos e que é implementado
4
pela administração da área
A área está passando por um processo final de elaboração do inventário ou trabalha-se em
3
sua revisão
Há um inventário com mais de 5 anos que orienta as atividades de produção da unidade 2
Há inventário muito desatualizado (> 10 anos) 1
Não há inventário nem perspectivas de sua elaboração 0
120
relação à classe C, o que pode ocorrer sempre que a amplitude de uma classe for
muito grande, como neste caso.
Os modelos 2 e 3 eliminam este problema pois a representação
numérica aufere uma classe mediana com menor amplitude, e até semelhante a
outras classes, muito embora ambas as escalas sejam complacentes com os objetos
com pontuações superiores a 80, que são considerados em nível de “excelência”.
Uma unidade que alcança 81% da pontuação pode ser agrupada com aquela que
obteve 95% ? Perguntas dessa natureza devem ser mantidas em foco, pois ainda
que a escala de valoração possa ser apenas uma convenção adotada pelo
pesquisador elas devem refletir o conhecimento existente sobre o objeto avaliado e
sua realidade.
127
Quadro 15. Diferentes amplitudes da escala de classificação da eficácia de gestão e diferentes classificações, considerando apenas os
resultados das 41 unidades de conservação de proteção integral estudadas.
ter uma visão de sistema muito mais aguçada. Isto pode provocar os ânimos a
infindáveis discussões, pois geralmente os técnicos das áreas de planejamento e
manejo de UCs estão acostumados a dirigir suas atenções sobre uma ou outra área,
quando muito um grupo de unidades muito específicas de uma região, seção técnica
ou um subsistema de interesse.
Muito embora o método utilizado seja objetivo e gere informações de
inequívoca validade e qualidade, isto somente ocorre se houver o perfeito
entendimento dos indicadores e respectivos critérios de avaliação por parte de quem
realiza a avaliação. Significa dizer que ao se fazer e considerar a auto-avaliação
parte-se do princípio de que as pessoas não incorrerão em erros de julgamento
motivados pelo não entendimento dos conceitos, entretanto podem ocorrer tanto a
sub-avaliação como a sobre-avaliação de um ou outro indicador em razão da
percepção diferenciada dos padrões de qualidade por parte das pessoas que
avaliam.
É certo que os resultados da avaliação são frutos da percepção dos
técnicos e dirigentes das UCs envolvidas nesta pesquisa, cujos juízos de valor para
com os indicadores podem estar afetados pelas circunstâncias do momento,
resultando erros de sub ou sobre valoração. Há casos que podem confundir as
pessoas que conhecem estas áreas, causando indagações do tipo “Se esta UC está
melhor implantada que aquela, porque não obteve pontuação maior?”. Com certeza
a gestão do PE Morro do Diabo é muito melhor que a do Núcleo Cubatão do PESM;
a primeira está implantada e funcionando, inclusive sem problemas fundiários, e a
segunda possui toda a sorte de problemas.
A resposta para tal questionamento está em que o nível de
requerimentos para a excelência da gestão de ambas é simplesmente diferente, e o
nível de exigência de seus diretores também. E esta exigência decorre de sua
percepção do mundo, as experiências vividas, seus valores e crenças e seus
preconceitos. Ou seja, mesmo que se busque parâmetros objetivos, factuais,
observáveis e de possível experimentação, há sempre um momento de formação de
juízo no qual estará influindo a própria personalidade das pessoas (Lucena, 1992).
Dois perfis profissionais se ajustam à sobre e sub avaliação:
respectivamente, o profissional que deseja mostrar o que na verdade não existe
para que seu conceito se eleve ou se mantenha perante seus superiores; e aquele
que apesar de trabalhar arduamente para o efetivo desenvolvimento das atividades
134
1
Nos últimos meses de 2003 o Instituto Florestal e a Fundação Florestal romperam relações
administrativas e operacionais. (Nota do autor).
2
GARRIDO, M.A. de O. A comercialização florestal e as relações IF e FF. Informação verbal.
139
no Quadro 18 e Figura 05 que boa parte do esforço para construção das casas de
madeira é destinado a outros objetivos que não somente às demandas das unidades
de conservação, atendendo maiormente a projetos e programas muito específicos
da SMA e outras entidades.
Nota-se também que o ritmo de fabricação de construções pré-
moldadas tem decaído gradativamente, o que está relacionado à situação financeira
do IF e a um arrefecimento das atividades voltadas à implantação e gestão das
unidades de conservação. A paralisação gradativa da produção de casas de
madeira é uma das provas cabais de que a Fundação Florestal não tem cumprido
com uma das metas para as quais foi criada que era a de incrementar e aperfeiçoar
a produção verticalizada do Instituto.
Figura 05. Involução da produção de casas de madeira pela Floresta Estadual de Manduri.
142
Quadro 20. Objetivos temáticos e ações programáticas propostos pelo Repensando o IF.
Coordenar, Fomentar e Executar ações visando à implantação e atualização do Sistema Estadual de
Unidades de Conservação – SEUC
• Criação e Planejamento de UCs
• Implantação e Administração de UCs
• Proteção de UCs e Entorno
• Regularização Fundiária e Ecologia Humana
• Uso Público, Educação Ambiental e Integração Regional
• Pesquisa e monitoramento em UCs
• Proteção e Recuperação do Patrimônio Cultural em UCs
• Apoio à UCs Municipais e Privadas
Promover o manejo integrado e sustentável de recursos florestais
• Melhoramento Genético Florestal
• Recuperação de Áreas Degradadas
• Manejo e Produção Florestal Sustentatada
Executar ações de mobilização, capacitação e educação ambiental que estimulem a participação da
sociedade na proteção e melhoria do meio ambiente.
• Produção/Difusão de Informações Ambientais
• Eventos Técnico-Científicos e Comemorativos
• Capacitação e Treinamento
• Comunicação e Mobilização
• Ecoturismo
Produzir, fomentar e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos voltados à conservação e
manejo da biodiversidade.
• Inventário Florestal de São Paulo
• Fauna Nativa
• Hidrologia Florestal
• Fomento à Pesquisa
Contribuir na elaboração e implementação de uma política florestal para o Estado de São Paulo.
Fonte: IF (1995) .
Quadro 21. Objetivos gerenciais e ações programáticas propostos pelo Repensando o IF.
Reestruturação Institucional
• Nova Missão e Planejamento Estratégico / Integração Instituto Florestal e Fundação Florestal
/ Autarquização
Modernização Administrativa
• Planejamento Estratégico / Regionalização e Descentralização / Repovoamento e
Capacitação de RH / Informatização e Sistema de Informações Gerenciais /
Desburocratização / Apropriação e Custos / Avaliação de Desempenho.
Sustentabilidade Financeira
• Orçamento do Tesouro / Comercialização de Produtos e Sub-produtos Florestais / Produção
e Comercialização de Produtos de Comunicação Ambiental / Comercialização de Serviços
Ecoturisticos / Taxas de Serviços Técnico-Científicos / Prestação de Serviços de
beneficiamento de Produtos e Subprodutos Florestais / Royalties Ambientais / Uso de Áreas,
Instalações e Equipamentos / Ressarcimento de danos Ambientais / Seguro de Riscos
Ambientais em UCs / Participação em Renda de Origem Ambiental / Patrocínio Ambiental
Parcerias
• Integração Regional / Gestão Compartilhada / Ações e Projetos Conjuntos / Fóruns e
Conselhos de Participação e Apoio e Voluntariado
Fonte: IF (1995).
148
Quadro 23. Unidades de proteção integral e uso sustentável administradas pelo Instituto
Florestal (adaptado de IF, 2001).
Categoria de Manejo Unidades de Conservação Quantidade Área (ha)
Proteção Integral Estação Ecológica 22 103.529,99
Parques * 23 690.532,96
Reservas Estaduais** 01 48,40
Uso Sustentável Estações Experimentais 21 35.011,33
Florestas Estaduais 10 13.026,94
Hortos Florestais 07 3.152,55
Viveiros Florestais 02 19,72
845.321,89
* Inclui o PESM (excluindo os seus Núcleos de Gestão como unidades) e o PE Aguapeí, criado em 1998.
** Exclui a área da R.E. Lagoa São Paulo, de 13.343,88ha, inundada pelo UHE de Porto Primavera e
em tratativas para compensação com a criação e implantação dos PE Rio do Peixe e Aguapeí.
3
Romanelli, Reinaldo Cardinali. O estado da arte das pesquisas em melhoramento genético de pinus
produtores de resina. IN Reunião das Chefias de Seção da DFEE/IF. Itapetininga, SP. 11/10/2001.
Informação verbal.
153
mais que seis anos a situação se inverteu e hoje a maioria dos projetos, ou 74% do
total, são conduzidos por pesquisadores de outras instituições (Quadro 24),
demonstrando uma alteração de prioridades, postura e mesmo da missão
institucional que foi adaptada às novas demandas da sociedade.
Quadro 26. Orçamento total do Estado destinado ao Instituto Florestal nos últimos 9 anos.
ANO
Item de Despesa 92 93 94 95 96 97 98 99 2000
Pessoal 222,00 4.645,00 8.314,00 9.193,00 9.037,0010.308,81 9.859,9310.630,9911.850,60
Custeio 3.067,00 5.506,00 5.081,00 3.362,00 2.793,00 2.460,83 2.055,80 1.803,01 1.736,23
Investimento 1.688,00 228,00 3.749,00 3.045,00 248,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total Geral 4.977,0010.379,0017.144,0015.600,0012.078,0012.769,6411.915,7312.434,0013.586,83
Total sem pessoal 4.755,00 5.734,00 8.830,00 6.407,00 3.041,00 2.460,83 2.055,80 1.803,01 1.736,23
Fonte: Período 1992-1996 -- (CONCITE, 1997); Período 1997-2000 (DFEE-DA/IF, 2001)
4
Alonso, A. L. Situação financeira do Instituto Florestal. Palestra. Reunião dos Chefes de Seção da
Divisão de Florestas e Estações Experimentais. Novembro de 2000.
158
20000,00 860.000,00
18000,00
16000,00 855.000,00
14000,00
R$ x 1000
12000,00 850.000,00
Área (ha)
10000,00
8000,00 845.000,00
6000,00
4000,00 840.000,00
2000,00
0,00 835.000,00
92 93 94 95 96 97 98 99 2000
Ano
Figura 07. Involução da relação entre os recursos financeiros e a superfície protegida do IF.
5
Garrido, M. A. de O. Sobre os estilos gerenciais dos Diretores Gerais do Instituto Florestal.
Informação Verbal.
159
6
GARRIDO, M. A. de O. Melhoramento das florestas de produção do IF. Informação Verbal.
13
Acompanhamento do preço médio praticado na compra de carvão vegetal de origem de
reflorestamento. 1999. http://www.ipef.br/estatflorest/tabelas/precocvreflor99.html
161
estão excluídos todos os demais subprodutos da floresta, tais como resina e madeira
para serraria.
O mesmo informe mostra que há uma enorme defasagem no manejo
das florestas em razão da não ocorrência da reposição dos estoques na mesma
medida que os cortes avançaram. Somente em termos de superfície livre para
plantio existem aproximadamente 3000ha disponíveis de imediato, sem contar as
áreas cujos cortes finais estão sendo adiados em razão da incapacidade de plantio,
o que revela o não seguimento do plano de manejo florestal de 1992 (DFEE/IF,
1992). Ou seja, na atualidade o manejo florestal está voltado para a produção de
dinheiro e não mais para a produção sustentada, como preconizado pelo excelente
Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável elaborado pela Fundação Florestal
para o Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 1993) ou pelas diretrizes que previam
um plano trintenal para as florestas de produção do Instituto Florestal.
Uma das inúmeras conseqüências e evidências da grave crise
financeira que assola o IF reside na sua precária frota de veículos, que se apresenta
em quantidade insuficiente e com manutenção bastante comprometida (Quadro 29).
Dos 352 veículos disponíveis no IF mais da metade (187) passam dos 10 anos de
uso e cerca de 15% dos que ainda estão em serviço possuem mais de 20 anos, uma
situação antagônica às diretrizes de redução dos custos do governo já que é de
conhecimento popular que quanto mais velhos e mais usados os veículos, maiores
serão as despesas de manutenção.
3.000 1.000.000
900.000
Número de funcionários
2.500 800.000
2.000 700.000
Área (ha)
600.000
1.500 500.000
400.000
1.000 300.000
500 200.000
100.000
0 0
70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96
Anos
Pessoal Área
os demais, que perfazem cerca de apenas 20%, próximo de 290 pessoas, estão
alocados nos escritórios centrais, ao contrario do que generalizaram Georgiadis e
Campello (1999). Mas vale ressaltar ainda que entre estes últimos uma boa parte
atua apoiando atividades dirigidas às UCs como por exemplo o pessoal da Divisão
de Dasonomia dedicados aos estudos cartográficos imprescindíveis na elaboração
de planos de manejo, as Seções de Desenhos e a Assessoria de Estudos
Patrimoniais, entre outras; se excluirmos esses 20% a relação área/funcionário geral
se eleva para 708ha/funcionário. Outro fato positivo é o nível de qualificação do
pessoal de nível superior, que congrega 34 graduados, 44 Mestres e 9 Doutores
(SÃO PAULO, 2001).
Por outro lado, as diferenças existentes entre as duas divisões
responsáveis por áreas protegidas da organização. A DFFE cuida de 106.953,94ha
de áreas protegidas e a DRPE de 752.329,60ha, e possuem respectivamente 637 e
576 funcionários, o que resulta em relações funcionário/área de 1/167ha e 1/1.306ha
por funcionário, demonstrando um acentuado desequilíbrio que não condiz com a
Missão Institucional que referenda a prioridade de se conservar a biodiversidade. Há
diversas carreiras profissionais e formas de contratação e, por conseguinte, salários
e vantagens diferenciados dentro do próprio Instituto Florestal. O Quadro de
funcionários é composto por funcionários do Estado, efetivos e estatutários,
funcionários da Fundação Florestal, funcionários da CETESB, funcionários de
empresas de terceirização, etc., resultando em explícitos conflitos internos já que
para as mesmas responsabilidades e atribuições existem disparidades salariais
gritantes.
Na medida em que escassearam os recursos do Tesouro destinados
aos trabalhos inerentes às unidades de conservação, técnicos do IF e a própria
Instituição promoveram uma corrida visando financiamentos alternativos para a
pesquisa ou para o desenvolvimento de projetos inseridos nos programas de manejo
das unidades. Infelizmente os recursos auferidos em dado período e o destino dos
mesmos é algo muito difícil, senão impossível de ser determinado, entretanto as
fontes são oriundas tanto de organizações nacionais como internacionais. Mas com
certeza nos últimos 10 anos sabe-se que muitos projetos foram financiados pelo
Fundo Nacional do Meio Ambiente-FNMA, Fundo Mundial para a Natureza-WWF,
Fundação o Boticário de Proteção à Natureza, FAPESP, CNPq, Programas de
Pequenos Projetos do Banco Mundial, entre outras fontes.
164
Banco KFW, da Alemanha, responde por 56% dos investimentos, metade dos quais
na forma de doação.
As UCs contempladas por este projeto são o Parque Estadual da
Serra do Mar em seus Núcleos Cubatão, Caraguatatuba, São Sebastião, Santa
Virginia e Picinguaba, e os Parques Estaduais da Ilha do Cardoso, Ilha Bela, Ilha
Anchieta e Campina do Encantado e a Estação Ecológica de Bananal.
Posteriormente outras áreas foram incluídas e favorecidas pela elaboração de
planos de manejo, usando-se a metodologia desenvolvida pelo IBAMA que
considera sua construção em 3 fases de acordo com o nível de conhecimento
adquirido sobre a unidade. O resultado foi a publicação inédita no Diário Oficial do
Estado dos Planos de Manejo dirigidos às UCs referenciadas mais os dos Parques
Estaduais Intervales e Xixová-Japuí (SÃO PAULO, 1998).
As unidades foram beneficiadas de modo abrangente pois os
recursos são destinados à melhoria dos componentes da gestão, abarcando desde a
instalação de infra-estrutura e saneamento básico (água, luz e esgoto), a aquisição
de materiais e equipamentos em geral e culminando na realização de estudos e
diagnósticos para a elaboração dos planos de manejo. Alguns empreendimentos
relevantes do Projeto para o manejo efetivo destas unidades são: desenvolvimento
de amplo banco de dados; elaboração de Sistema de Informações Geográficas
(SIG); produção e edição de vídeo sobre as UCs; estudos específicos de Ecoturismo
sobre as potencialidades de exploração turística das unidades; implementação de
capacitação do corpo de funcionários mediante a contratação de cursos de:
Planejamento Estratégico; Oficina de Planejamento do Uso Público em unidades de
Conservação do PPMA; Informática; Captação de Recursos na Área Ambiental;
Banco de Dados Geográfico e Análise Espacial de Dados Geográficos.
Conforme informações de técnicos que trabalham nas unidades
agraciadas pelo KFW, o projeto possui os méritos de ser bem conduzido e
organizado para o pleno alcance dos objetivos propostos, entretanto a contrapartida
financeira da SMA tem falhado quanto ao volume e a regularidade de repasse dos
recursos, fato que vem comprometendo as atividades de campo e, por conseguinte,
o bom andamento do Projeto.
Segundo Sério (2001), em 1992 uma equipe técnica do IF elaborou
uma proposta que a Secretaria do Meio Ambiente apresentou ao Ministério do Meio
Ambiente no âmbito do Programa Nacional do Meio Ambiente-PNMA, poderoso
166
homem no planeta e não nos permite excluir desta macro-política dimensões como a
econômica, a energética, a educacional, a científica e a tecnológica. Entretanto, é
paradoxal que numa época em que as unidades de conservação da natureza e a
conservação ambiental são tão divulgadas e discutidas nos mais variados fóruns
uma organização cuja missão aí se insere não seja capaz de se alavancar e mostrar
sua importância para a sociedade e os governos.
O IF carece de planejamento de médio e longo prazos e de uma real
valorização enquanto responsável pela maioria das Unidades de Conservação que
encerram a biodiversidade do Estado. A involução de sua economia não reflete a
atual crise mundial, os efeitos da globalização ou a filosofia dos governos neo-
liberais, mas sim o estado a que chegam as organizações que não se preocupam
em forjar as condições presentes necessárias para dominar o futuro que virá. Em
termos da massa critica técnico-científica do Instituto não restam dúvidas da
competência, inclusive por saberem distinguir a necessidade de capacitação em
todos os níveis visando a melhoria da gestão das áreas protegidas.
A solução é o que se está designando como ‘choque de
modernidade gerencial e administrativa’, do mesmo modo que fez o Instituto de
Pesquisas da Amazônia quando seus caminhos se tornaram pouco claros (INPA,
1994). O planejamento estratégico do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
pautou-se em estabelecer modernas diretrizes para um efetivo desenvolvimento
científico e tecnológico da organização tendo por base a realidade na qual a
organização estava inserida, as demandas e as oportunidades do ambiente externo,
as debilidades e os pontos fortes internos.
No Caso do IF isto é imperativo, porém com a premissa de que é
uma organização florestal impar, ao menos no território brasileiro, constituída de
áreas de conservação estrita e de uso sustentável que devem se complementar no
sistema de conservação, inseridas num contexto no qual a pesquisa e a produção
sustentada são importantes atividades meio e complementares à conservação da
biodiversidade, esta a missão principal.
169
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Quadro 36. Classificação da eficácia de gestão das UCs de proteção integral e uso
Sustentável e porcentagem no grupo (UCPI e UCUS).
% do total Proteção integral Uso Sustentável
Padrão de Qualidade da Gestão
ótimo Quantidade % Quantidade %
≤ 40,99% Padrão Muito Inferior 4 10 0 0
41 – 54,99 Padrão Inferior 18 44 9 50
55 – 69,99 Padrão Mediano 14 34 8 44
70 – 84,99 Padrão Elevado 5 12 1 6
≥ 85% Padrão de Excelência 0 0 0 0
41 100 18 100
≤ ≥
Figura 10. Comportamento da classificação das UCs de proteção integral e uso sustentável.
177
Quadro 37. Superfície com proteção efetiva de acordo com a eficácia de gestão auferida
Área efetiva sob
Unidades Área Pontuação
proteção
PE Ilha do Cardoso 22.500,00 82,68 18.602,68
EEc Jataí 4.532,18 71,92 3.259,60
EEc Itirapina 2.300,00 71,00 1.633,00
EEC Bananal 884,00 70,40 622,38
PE Ilha Anchieta 828,08 70,21 581,43
PE Carlos Botelho 37.644,36 68,74 25.876,02
PESM Caraguatatuba 77569,64 67,86 52.636,54
PE Cantareira 7.900,00 67,50 5.332,50
EEc Itapeva 106,77 65,66 70,10
EEc Caetetus 2.178,84 64,39 1.402,88
PETAR 35.884,28 61,48 22.060,29
EEc Itaberá 180,00 61,05 109,90
PESM Picinguaba 47572,15 60,87 28.956,71
PE Marinho Lage de Santos 5.000,00 60,43 3.021,45
PESM Cubatão 95176,33 59,17 56.312,66
EEc Paranapanema 635,00 59,02 374,75
PESM Santa Virginia 13385,83 57,93 7.754,22
PE Morro do Diabo 33.845,33 56,24 19.034,08
PE Campos do Jordão 8.385,89 55,89 4.686,97
PE Furnas do Bom Jesus 2.069,06 54,84 1.134,63
PE Ilha Bela 27.025,00 54,20 14.648,19
PESM São Sebastião 28393,23 53,57 15.210,66
EEc Assis 1.312,38 52,07 683,38
EEc Chauás 2.699,60 51,61 1.393,14
PESM Cunha 21774,87 51,55 11.224,43
PE Porto Ferreira 611,55 49,86 304,93
PESM Curucutu 9058,06 49,85 4.515,40
RE Águas da Prata 48,40 48,43 23,44
PE Capital 174,00 48,24 83,93
PE Xixová Japuí 901,00 48,10 433,34
PE Jaraguá 492,68 46,64 229,80
PE Vassununga 1.732,14 44,71 774,45
PE Campina do Encantado 2.359,50 44,57 1.051,65
PE Jacupiranga 150.000,00 43,92 65.875,00
PE ARAValinhos 64,30 43,63 28,06
EEC Juréia-Itatins 79.270,00 42,83 33.953,98
PE Jurupará 26.250,47 41,64 10.931,62
EEc São Carlos 75,26 40,67 30,61
PE Juquery 1.927,70 39,25 756,58
EEc Ribeirão Preto 154,16 33,80 52,10
PE Mananciais de Campos do Jordão 502,96 29,24 147,05
753.405,00 55 % 415.814,53
179
Quadro 38. Resultados da Analise de Regressão Múltipla para os dados obtidos nas UCs de
Proteção Integral
Y = % do Total Ótimo Geral; X1 = % do Ótimo para o âmbito Planejamento e Ordenamento;
X2 =% do Ótimo para o âmbito Administrativo; X3 = % do Ótimo para o âmbito Político-Legal;
X4 = % do Ótimo para o âmbito Conhecimento; X5 = % do Ótimo para o âmbito Qualidade dos
Recursos
B0 = 22.624083 / B2 = 0.645918
Isto significa que a equação seria: Y = 22,624083 + 0,645918 X2
X1 e Y = 0.482330 | X5 e Y = 0.656508
X3 e Y = 0.995623
mais de 10 anos, porém sem revisão sistemática e por esta razão pouco utilizados
ou mesmo desconsiderados pelas respectivas administrações, sendo este o caso
dos PE Morro do Diabo (1975) e Campos do Jordão (1977). Onze UCs (26%)
possuem planos mais recentes com menos de 10 anos de elaboração e as demais
(26%) estão em situação medianamente satisfatória, com planos sendo revisados ou
passando pelo processo de planejamento (Quadro 41).
Quadro 41. Situação dos planos de manejo nas 41 unidades de proteção integral
pesquisadas
Plano de Manejo Unidades*
Inexistente PE06, PE10, PE28, EEc08, EEc10, EEc11, EEc12, RE01, PE07,
PE12, PE13, PE15, PE21, PE22, PE24, EEc01, EEc07
Defasado ≥10 anos PE09, PE17
Atual ≤ 10 anos PE-01, PE-02, EEc09, PE14, PE16, PE23, EEc05, PE11, PE19,
PE27, EEc02
Em Revisão ou em Fase PE04, PE05, PE20, PE25, PE26, EEc03, EEc04, EEc06, PE03,
Inicial PE08, PE18
*Códigos de acordo com a matriz do Quadro 33.
outros órgãos de fiscalização de atuação local e regional, o que tem surtido impacto
positivo e merece ser amplamente replicado.
No Morro do Diabo o pessoal também tem se pautado em trabalhar
com outros órgãos como o IBAMA e a Policia Florestal; some-se a isto que o corpo
de funcionários demonstra atitudes reveladoras de um entusiasmo contagiante
quanto a atividade, que somado à experiência adquirida no campo se traduz em
resultados bastante eficazes concernente à prevenção e combate a incêndios
florestais e à caça e pesca ilegais.
Dentre as unidades que possuem atividades programáticas no
tocante à Educação Ambiental e Interpretação da Natureza destacam-se os Parques
Estaduais da Ilha Anchieta, da Cantareira, de Porto Ferreira, de Carlos Botelho, da
Ilha do Cardoso, Núcleo Picinguaba do PESM e as Estações Ecológicas de Caetetus
e Itirapina, que juntamente com outras unidades do sistema constituem pontos focais
do Instituto Florestal e da Secretaria de Meio Ambiente nesta área de atuação.
Entretanto 23 Unidades (56%), do grupo de proteção integral, apresentam sérias
deficiências, notadamente algumas unidades consideradas importantes para a
conservação da biodiversidade do Estado como alguns Núcleos do PESM, PE
Jurupará, PE Jacupiranga, Estação Ecológica Juréia-Itatins entre outras, nas quais
deveria existir a atividade em face dos conflitos com residentes dentro e fora dos
limites das unidades, especuladores imobiliários, invasores e toda a sorte de
problemas e ameaças.
Nota-se que em relação ao Programa de Pesquisa poucas são as
unidades que o possuem estruturado e em franco desenvolvimento, sendo a EEc de
Itirapina e a EEc de Jataí as melhores representações de como as unidades de
conservação podem se beneficiar com a formatação de programas objetivos e
dinâmicos e a efetivação de parcerias com as universidades visando unicamente a
geração de conhecimentos. Outras unidades também possuem elevado grau de
esforço no sentido de se implementar tais atividades, notadamente o PE Campos do
Jordão, Núcleos Cunha, Caraguatatuba e Picinguaba do PESM, PE do Morro do
Diabo, PETAR, Carlos Botelho e EEc dos Caetetus; em algumas destas áreas não
há nem mesmo o plano de manejo, como nos casos do Morro do Diabo e Carlos
Botelho, mas as atividades afins encontram-se organizadas e controladas
satisfatoriamente. Contudo, vale ressaltar que 31 unidades (75%) carecem de
188
8
Razão entre o total alcançado pelo âmbito e o total geral multiplicado por 100 do Quadro 34. Aqui
346/3177,18 x 100
189
4.3.2 Administração
(Continuação)
Proporção atual ProporçãoÓtima
RH RH
1 funcionário para 1 funcionário para cada
Unidades Atual Ótimo
cada x ha x ha
PESM Cunha 20 1088,74 50 435,50
PE Vassununga 5 346,43 25 69,29
PE Porto Ferreira 11 55,60 20 30,58
PE Furnas do Bom Jesus 13 159,16 23 89,96
PE Morro do Diabo 38 890,67 60 564,09
PESM Caraguatatuba 13 5966,90 60 1292,83
PESM Picinguaba 24 1982,17 56 849,5
PESM Curucutu 16 566,13 40 226,45
PE Jaraguá 33 14,93 60 8,21
PETAR 56 640,79 100 358,84
PE Carlos Botelho 40 941,11 70 537,78
PE Campina do Encantado 21 112,36 28 84,27
PESM São Sebastião 3 9464,41 15 1892,88
PE Ilha do Cardoso 40 562,5 63 357,14
PE Jacupiranga 30 5000 71 2112,68
EEC Juréia-Itatins 40 1981,75 80 990,88
EEC Bananal 3 294,67 18 49,11
EEc Paranapanema 2 317,5 6 105,83
EEc Caetetus 6 363,14 15 145,26
EEc Assis 1 1312,38 6 218,73
EEc Jataí 0 25 181,29
EEc São Carlos 0 6 12,54
EEc Itirapina 0 12 191,67
EEc Itapeva 0 3 35,59
RE Águas da Prata 1 48,4 6 8,07
Floresta de Avaré I 8 92,73 15 49,46
FE Manduri 40 37,13 70 21,22
EE Paraguaçu Paulista 19 23,27 24 18,42
EE Assis 38 83,36 70 45,25
EE Luiz Antônio 23 272,51 70 89,54
EE São Simão 9 293,04 35 75,35
EE Bento Quirino 9 46,26 70 5,95
EE Bauru 15 2,87 22 1,96
EE Moji Guaçu 39 69,39 70 38,66
EE Mogi Mirim 7 20,81 20 7,28
EE Araraquara 6 23,89 15 9,56
EE Tupi 15 13,23 30 6,62
EE Itirapina 38 84,55 50 64,26
EE Itapeva 21 87,03 40 45,69
Quadro 44. Relação dos recursos financeiros/hectare, em reais por hectare por mês
($/ha/mês), em função dos recursos financeiros recebidos na atualidade e os
recursos necessários segundo as informações dos diretores das UCs que
reportaram essa questão. Ano 2001.
Proporção Proporção
Unidades $ Atual Atual $ Ótimo Ótima
$/ha/mes $/ha/mes
PE Ilha Anchieta* 3000,00 3,62 7000,00 8,45
PE Ilha Bela* 5000,00 0,19 10000,00 0,37
PE Marinho Lage de Santos 300,00 0,06 1000,00 0,20
PE Xixová Japuí 350,00 0,39 1500,00 1,66
PE Jurupará 1200,00 0,05 5000,00 0,19
PE Juquery 2700,00 1,40 6000,00 3,11
PE Campos do Jordão 5000,00 0,60 25000,00 2,98
PESM Santa Virginia* 12000,00 0,90 15000,00 1,12
PESM Cunha* 1200,00 0,06 8000,00 0,37
PE Vassununga 500,00 0,29 5000,00 2,89
PE Porto Ferreira 2500,00 4,09 5000,00 8,18
PE Furnas do Bom Jesus 1000,00 0,48 4000,00 1,93
PE Morro do Diabo 1600,00 0,05 8000,00 0,24
PESM Caraguatatuba* 6000,00 0,08 6000,00 0,08
PESM Picinguaba* 10000,00 0,21 12000,00 0,25
PESM Curucutu 300,00 0,03 1500,00 0,17
PE Jaraguá 4000,00 8,12 12000,00 24,36
PETAR 0,00 0,00 10000,00 0,28
PE Carlos Botelho 250,00 0,01 12000,00 0,32
PE Campina do Encantado* 6000,00 2,54 6000,00 2,54
PESM São Sebastião* 2000,00 0,07 8000,00 0,28
PE Ilha do Cardoso* 20000,00 0,89 40000,00 1,78
PE Jacupiranga 2500,00 0,02 25000,00 0,17
EEC Juréia-Itatins 1800,00 0,02 7000,00 0,09
EEC Bananal 4000,00 4,52 6000,00 6,79
EEc Paranapanema 0,00 0,00 2000,00 3,15
EEc Caetetus 600,00 0,28 3000,00 1,38
EEc Assis 0,00 0,00 2000,00 1,52
EEc Jataí 0,00 0,00 5000,00 1,10
EEc São Carlos 0,00 0,00 1000,00 13,29
EEc Itirapina 400,00 0,17 1000,00 0,43
Floresta de Avaré I 1200,00 1,62 3000,00 4,04
FE Manduri 4000,00 2,69 10000,00 6,73
EEJJG 1000,00 2,26 2000,00 4,52
EE Assis 1500,00 0,47 10000,00 3,16
EE Luiz Antônio 3000,00 0,48 10000,00 1,60
EE São Simão 1000,00 0,38 4000,00 1,52
EE Bento Quirino 800,00 1,92 3000,00 7,21
EE Bauru 700,00 16,25 4000,00 92,83
EE Araraquara 2100,00 14,65 4200,00 29,30
EE Tupi 1850,00 9,32 3000,00 15,11
EE Itirapina 2500,00 0,78 10000,00 3,11
EE Itapeva 2000,00 1,09 4000,00 2,19
4.3.3 Político-Legal
9
Razão entre o total alcançado pelo âmbito e o total geral multiplicado por 100 do Quadro 34. Aqui
691/3177,18 x 100
201
10
Caxeta, Tabebuia Cassinoides DC., árvore da família Bignoniaceae.
11
Nogueira Neto, P. 2001. Comentário sobre a invasão das terras do Parque Nacional do Araguaia
por grupos indígenas. Comissão Mundial de Áreas Protegidas-Brasil. UICN. Grupo de discussão
via Internet.
205
12
Secretaria de Estado da Saúde. Instituto e Assistência Médica ao Servidor Público Estadual.
Relação das entidades credenciadas pelo IAMSP. Seção de Pessoal. Divisão de Administração.
Instituto Florestal.
13
Razão entre o total alcançado pelo âmbito e o total geral multiplicado por 100 do Quadro 34. Aqui
713/3177,18 x 100
211
4.3.4 Conhecimentos
14
Razão entre o total alcançado pelo âmbito e o total geral multiplicado por 100 do Quadro 34. Aqui
597/3177,18 x 100
216
Quadro 47. Comportamento do âmbito qualidade dos recursos protegidos para as UCs de
proteção integral, conforme dados do Quadro 34.
Total Total % Ótimo
Indicadores da qualidade dos recursos protegidos atual ótimo
Integridade das cabeceiras das bacias das UCs 121 144 84,03
Exploração de recursos naturais dentro das unidades 125 164 76,22
Tamanho 114 164 69,51
Isolamento, insularidade, conectividade 114 164 69,51
% de áreas alteradas dentro das UCs 109 164 66,46
Forma 98 164 59,76
Forma predominante de uso do entorno 81 164 49,39
Ameaças à unidade 68 164 41,46
830 1292 64,24
Quadro 48. Comportamento do âmbito florestas estaduais para as UCs de uso sustentável,
em conformidade com os dados do Quadro 33.
Total Total %
Indicadores para Florestas Estaduais atual ótimo Ótimo
Manejo continuado 31 64 48,44
Fitossanidade 16 64 25,00
Controle fitossanitário 20 64 31,25
Florestas Melhoradas 15 64 23,44
Existência e atualidade de inventário 53 64 82,81
135 320 42,19
15
Razão entre o total alcançado pelo âmbito e o total geral multiplicado por 100 do Quadro 34. Aqui
713/3177,18 x 100
223
16
Gurgel Garrido, L M. do A. 2001. Programa de melhoramento genético florestal do Instituto
Florestal. Informação verbal.
226
Financiamento 23,58
Geração de recursos próprios 29,27
Programa de capacitação 31,1
Monitoramento e retroalimentação 34,76
Respaldo ao pessoal / Plano de carreira 34,76
Apoio ou facilitação intra-institucional 37,8
Plano de Manejo (existência e implemantação) 38,01
Nível de planejamento 39,63
Programas de manejo (existência e implementação) 40,3
Ameaças às unidades 41,46
Zoneamento 41,46
Aceiros e carreadores* 44,05
Corpo de funcionários 48,98
Forma predominante de uso do entorno 49,39
Compatibilidade de usos com objetivos da UC 51,83
Apoio e participação comunitária 52,44
Organização interna da UC 53,51
Infra-estrutura (manutenção) 54,27
Equipamentos e materiais 56,1
Aplicação e cumprimento de normas 57,32
Forma da unidade 59,76
Informação legal 60,37
Pesquisas e projetos 60,37
Informações sócio-econômicas 60,98
Demarcação física da UC 61,59
Apoio e/ou relacionamento Inter-institucional 62,2
% de áreas alteradas dentro das UCs 66,46
Informações biofísicas 67,07
Tamanho da UC 69,51
Insularidade 69,51
Situação fundiária 70,12
Administradores 71,34
Exploração de recursos naturais dentro das unidades 76,22
Informações cartográficas 80,49
Integridade das cabeceiras das bacias das UCs 84,03
Instrumento legal de criação da unidade 89,02
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Figura 11. Classificação geral dos indicadores de gestão para as UCs de proteção
integral pesquisadas, em consonância com os dados do Quadro 34.
229
17
Este autor efetuou um estudo sobre os problemas principais das unidades de conservação do
Brasil, tendo por base os dados do Inventário de Áreas Úmidas do Brasil. Sobre 17 UCs e de uma
lista de problemas identificou 16 fatores ou variáveis principais. Sobre estes aplicou uma análise
fatorial que possibilitou a construção de 7 grupamentos de problemas envolvendo apenas 13 das
variáveis originais.
230
(Continuação)
Código das variáveis Componentes Principais
1 2 3 4 5
IA8 -0.150 0.631 0.099 0.234 0.460
PG1 0.025 0.043 0.320 -0.288 0.502
PG2 0.634 0.452 -0.362 -0.161 0.075
PG3 -0.220 0.453 -0.029 0.520 0.038
PG4 0.705 -0.031 -0.049 0.039 0.033
PG5 0.485 0.024 0.274 0.094 0.185
PG6 0.235 0.266 0.002 -0.163 0.640
PG7 0.535 -0.270 -0.170 0.351 -0.388
PG8 0.570 0.038 -0.083 -0.138 -0.235
IC1 0.334 0.263 0.539 0.141 -0.074
IC2 0.249 0.298 0.248 -0.145 -0.200
IC3 0.622 0.191 0.046 0.083 -0.345
IC4 0.443 0.214 0.348 -0.351 -0.150
IC5 0.371 0.522 0.260 0.063 0.001
IC6 0.566 0.245 -0.146 0.260 0.132
QR1 0.399 0.152 -0.476 -0.451 0.110
QR2 0.271 0.469 -0.458 0.098 -0.106
QR3 0.236 -0.063 -0.011 -0.353 -0.068
QR4 0.321 0.381 0.250 -0.347 -0.078
QR5 0.166 0.196 0.465 -0.596 -0.078
QR6 -0.214 0.567 -0.098 0.319 -0.071
QR7 -0.113 0.657 0.033 0.035 -0.119
QR8 0.035 0.578 0.026 -0.224 -0.192
Variança Explicada por
Componente 8.438 3.650 2.813 2.444 2.046
Porcentagem da
Varianca Total
Explicada 24.109 10.430 8.038 6.984 5.846
Quadro 50. Indicadores com maior variabilidade nos dados (nesta pesquisa)
Âmbito/Grupo Código Indicador
Administração IA2 Corpo de funcionários
(6) IA3 Financiamento
IA5 Organização interna
IA6 Infra-estrutura
IA7 Equipamentos e materiais
IA8 Demarcação física dos limites
Conhecimentos IC1 Informações biofísicas
(4) IC3 Informações socioeconômicas
IC5 Pesquisas e projetos
IC6 Monitoramento e retro-alimentação
Político-Legal PL1 Instrumento legal de criação da UC
(7) PL2 Aplicação e cumprimento de normas
PL3 Situação fundiária
PL4 Apoio e participação comunitária
PL6 Respaldo ao pessoal
PL7 Programa de capacitação
PL8 Apoio intra-institucional
Qualidade dos QR5 Integridade das cabeceiras de bacias
recursos QR6 Exploração de recursos
(4) QR7 Ameaças
QR8 Uso do entorno
Planejamento e PO1 Plano de manejo
ordenamento PO2 Zoneamento
(5) PO3 Nível de planejamento
PO4 Compatibilidade dos usos e categoria
PO5 Programas de manejo
Quadro 52. Como ficariam os ‘totais ótimos’ para três distintas UCs com situação fundiária
semelhante.
Área Peso Nota ‘situação fundiária’ Total ótimo com peso
PE Ilha Bela 27.025,00 4 0 16
EEc Juréia Itatins 79.270,00 5 0 20
PE Jacupiranga 150.000 6 0 24
Quadro 53. Problemas de manejo, Ameaças Internas e Externas das UCs que responderam a este questionamento.
Problemas de manejo – referem-se às dificuldades rotineiras enfrentadas para o desenvolvimento das atividades inerentes a área, como por exemplo insuficiência de
recursos humanos e financeiros, falta de equipamentos adequados e treinamento de pessoal. Por suas características endógenas e em conformidade com o seu alcance
o problema pode ser considerado uma ameaça ao sistema.
Ameaças - fatores que comungam para o descumprimento dos objetivos de manejo da unidade mediante a desestabilização do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas e
do sistema gerencial, podendo ser classificadas em externas e internas dependendo da origem do fator.
Ameaças internas - referem-se a fatores oriundos do próprio sistema gerencial mas não estão circunscritas simplesmente à instituição responsável, abrangendo toda a
estrutura político-administrativa de concreção governamental como por exemplo a ausência de políticas institucionais para o manejo dos visitantes, a falta de apoio
político-institucional para solucionar problemas de invasões das unidades por grupos humanos, ingerências setoriais conflitivas, entre outras. O limite organizacional é a
estrutura da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Ameaças externas - são definidas pela ação ou existência de agentes exógenos ao sistema gerencial, que neste caso não possui controle absoluto sobre os fatores,
como por exemplo a própria invasão de terras, projetos setoriais conflitivos com os objetivos da unidade (estradas, barragens, aeroportos, etc.), entre outros.
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL ILHA Insuficiência de recursos humanos e financeiros; Falta de conhecimento por parte de Não conseguir dotar as UCs de
ANCHIETA ausência de um conselho consultivo, porém em políticos e da população dos estrutura; falta de recursos humanos e
vias de criação benefícios gerados por um parque financeiros
PARQUE ESTADUAL ILHA BELA Questão fundiária indefinida, especulação Caça intensa; pressão da sociedade Melhor diretriz do IF; problemas
imobiliária; comunidades tradicionais em não aceitar o Parque que não internos no PEIB; inexperiência do
oferece nada em troca e ocupa 85% diretor; trocas constantes de diretores
do município no Parque; tráfico da fauna e flora;
burocracia institucional; falta parcial de
perfil institucional de gestão
PARQUE ESTADUAL MARINHO Falta infra-estrutura, recursos humanos, Pesca ilegal (profissional, esportiva
LAGE DE SANTOS equipamentos (transporte) e subaquática)
PARQUE ESTADUAL XIXOVÁ JAPUÍ Falta de controle permanente das áreas de maior Pressão para o uso de áreas pelas Falta de recursos humanos e materiais
utilização devido a insuficiência de recursos prefeituras e particulares; super-
humanos utilização das áreas de visitação e
falta de apoio das prefeituras
PARQUE ESTADUAL CANTAREIRA Pressão urbana, obras de grande porte, uso do Ocupação urbana desordenada Recursos humanos e financeiros
solo no entorno de difícil controle
235
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL CAPITAL – A unidade não possui Plano de Manejo; as Forte pressão urbana e suas Dificuldade de recursos financeiros;
ALBERT LOFGREN intervenções são pontuais; a UC sofre pressões conseqüências interposição gerencial e expectativas
urbanas; a categoria de manejo deve ser revista políticas
PARQUE ESTADUAL JURUPARÁ Ocupação ilegal, por conseqüência, Difícil situação econômica do país Recursos financeiros insuficientes para
desmatamentos, represamentos, implantação de que estimula as ocupações; gerir a UC, para implementar o
construções, introdução de espécies exóticas, dependência da Procuradoria Geral programa de manejo; recursos humanos
extração ilegal de produtos florestais (palmito, do Estado, nas ações que implicam insuficientes e não treinados para a
samambaia, etc.) na desocupação da UC execução dos trabalhos
PARQUE ESTADUAL JUQUERY Inexistência relativa" de verbas, problemas para Nenhuma Esta diretora administra a área sozinha.
sua implantação. Não há problemas fundiários; Não conta com funcionários do IF.
área pequena, já aceita pela população (90%) Porém existem 14 trabalhadores braçais
da Secretaria da Saúde (Hospital
Juquery) que realizam as tarefas de
fiscalização e combate aos incêndios. O
plano de manejo ainda não foi iniciado,
estando amarrado a uma verba que virá
do Projeto Fehidro. (falha da
administração do IF).
PARQUE ESTADUAL CAMPOS DO Falta de recursos humanos e financeiros; de Ingerência do município e da própria Perda de funcionários e falta de
JORDÃO capacitação de recursos humanos; e de uma SMA recursos
política e planos institucionais
PARQUE ESTADUAL MANANCIAIS Falta de planejamento e implantação Turismo Ausência de pessoal e equipamentos
CAMPOS DO JORDÃO
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Área não totalmente desapropriada; falta de Extração ilegal de palmito, Número insuficiente de funcionários;
MAR levantamentos básicos (fauna, flora, bromélias, orquídeas; caça, pesca, apenas 1 técnico de nível superior
geomorfológicos, etc.); A UC é cortada pela desmatamento; falta de atuação da trabalhando na UC; falta de demarcação
NÚCLEO SANTA VIRGÍNIA rodovia SP-125 (Taubaté a Ubatuba); falta de Polícia Florestal; fragmentação das do Parque; comitê de apoio à gestão
políticas institucionais para a REAL propriedades, não desapropriadas; está no início (4a reunião)
administração do PESM demora para o Estado desapropriar
os ocupantes; ameaça de morte aos
funcionários.
236
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Ausência de plano de manejo; carência de Extração ilegal de palmito, caça; Faltam recursos humanos, financeiros e
MAR recursos humanos, financeiros e equipamentos; atividades agropecuárias no Parque equipamentos
existência de muitas propriedades particulares
NÚCLEO CUNHA no interior do Parque; ocorrência de palmiteiros e
caçadores
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Deficiência do quadro de funcionários; Ocupação da área do entorno, caça, Política equivocada de recursos
MAR capacitação dos funcionários; infra-estrutura não fogo, construções clandestinas, humanos; envelhecimento do quadro de
concluída especulações imobiliárias. funcionários; redução do quadro,
NUCLEO CARAGUATATUBA descaso quanto à proteção; falta de
políticas de proteção das UCs.
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Invasões domésticas da UC; desenvolvimento Ausência de política local Perda intensiva dos recursos naturais
MAR industrial (poluição) na região; interferências da (Municipal) e Estadual; ausência de criada pela população de baixa renda
pesca, caça, palmiteiros. criação de alternativas para com incentivo político regional;
NUCLEO CUBATÃO organizar a exploração da UC regularização fundiária da UC; políticas
(cooperativa, etc.) governamentais que apoiem o Plano de
Manejo da UC, etc.
PARQUE ESTADUAL SERRA MAR Situação fundiária (regulamentação, Situação fundiária; ocupação Recursos humanos; recursos
NUCLEO PICINGUABA demarcação, posse); ocupação humana humana e expansão urbana financeiros; falta de regulamentação
consentida e não regulamentada; quadro adequada
funcional pequeno e desqualificado; instrumentos
de fiscalização insuficientes
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Recursos humanos; recursos financeiros; Demanda do ecoturismo; pressão Recursos humanos; recursos
MAR pressão urbana; especulações imobiliárias; urbana financeiros; capacitação.
NUCLEO CURUCUTU
PARQUE ESTADUAL SERRA DO Especulação imobiliária; porto São Sebastião Especulação imobiliária ligada à Falta estrutura (recursos humanos)
MAR como ponto de pressão; BR 101 corta o Parque segunda residência; em menor
em vários pontos; Urbanismo; falta de estrutura escala, extração de palmito,
NÚCLEO SÃO SEBASTIÃO adequada (recursos humanos + logística) bromélias, orquídeas; invasão
organizada (mão de obra)
237
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL ARA Terminar os estudos básicos (de flora já Proximidade de rodovias Falta de recursos financeiros e pessoal
VALINHOS efetuado); empenho da instituição e alocação de (Anhanguera), com vilas próximas, para proteger e melhor administrar a
recursos existência de marginais que reserva; intenções demagógicas de
praticam assaltos nas imediações; políticos (prefeito e vereadores) em
produtos químicos, agrotóxicos dos transformar toda a reserva em área de
vizinhos que exploram fruticultura; lazer para o público
estrada vicinal asfaltada que
margeia as 2 áreas
PARQUE ESTADUAL VASSUNUNGA Falta de previsão orçamentária; ausência de um Pressão das atividades de entorno; Reconhecimento da Instituição que além
plano de manejo; fragmentação da área do demanda da população por da pesquisa, a mesma tem
parque (4 glebas) e suas conseqüências sobre a atividades de recreação e lazer; compromisso com a administração das
fauna e flora do Parque (efeito de borda, descaso da Instituição e das unidades de maneira que as mesmas
desaparecimento de espécies, etc); questão autoridades quanto ao papel das cumpram sua atribuições em benefício
fundiária irregular unidades de conservação na da conservação da Biodiversidade
biodiversidade do Estado; falta de
uma política florestal clara e
objetiva,
PARQUE ESTADUAL PORTO Falta de recursos humanos, financeiros e infra- Caça, fogo depredação, roubo de Redução de recursos humanos, falta de
FERREIRA estrutura; caça, efeito de borda, erosões, fogo, equipamento de pesquisa; efeito de investimentos financeiros; falta de plano
áreas limites (fazenda e rodovia) borda de carreira; falta de diretrizes
institucionais; falta de equipamentos em
geral; falta de apoio institucional para
implementação do programa de uso
público e monitoramento
238
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL FURNAS DO Falta de cultura preservacionista por se tratar de Fogo (em áreas de confrontantes Falta de treinamento de pessoal; de
BOM JESUS região eminentemente agrícola (pecuária e para manejo da terra), poluição de vigias e monitores, de presença efetiva
cafeicultura); dificuldade de acessos córregos que adentram a unidade, de pesquisadores para acompanhar os
além de extrativismo de ervas e projetos de recuperação e
essências nativas para confecção implementação da unidade.
de remédios caseiros e alimentação;
invasão de gado de terceiros para
uso de pastagem em áreas
alteradas, cuja forração trata-se de
gramíneas e cerrado em
recuperação, junto às divisas do
Parque.
PARQUE ESTADUAL MORRO DO Falta de pessoal técnico local; falta de plano de Rodovia que atravessa o Parque; Falta plano de manejo;
DIABO manejo; manutenção inadequada dos bens falta de consciência nos Defasagem de recursos para
móveis e imóveis; sucateamento de veículos e assentamentos humanos do desenvolvimento da área.
máquinas; recursos financeiros inadequados entorno; caça; fogo; visão
destorcida dos políticos locais
PARQUE ESTADUAL JARAGUÁ Várias autorizações para o uso por outras Loteamentos clandestinos; Falta de recursos financeiros e
secretarias e empresas de telecomunicações especulação imobiliária da região humanos, maior apoio da Instituição
PETAR Falta de plano de manejo atualizado, Plantações de tomate no entorno Falta de regularização das questões
contemplando as alterações e demandas (herbicidas nos rios); palmiteiros; fundiárias; de definição com relação ao
relacionadas ao ecoturismo, visitação, etc; falta caçadores; presença de Bairro da Serra; falta de política definida
de funcionários e de políticas claras do IF que mineradoras no entorno da UC do IF e SMA de apoio e valorização às
promovam o retorno dos recursos gerados UCs; palmiteiros; caçadores; mineração
dentro da UC dentro da UC; falta de concurso público
para atender a crescente demanda
(visitação, preservação), reposição de
funcionários demitidos e aposentados
PARQUE ESTADUAL CARLOS Distanciamento institucional; desconhecimento O Estado não provê condições do Não há uma equipe multidisciplinar
BOTELHO da realidade existente e dos incríveis potenciais cumprimento de seu papel pró-ativo; formada; distanciamento da Instituição;
do papel de uma UC na região frustração da comunidade questão financeira, incluindo-se não só
a ajuda oficial, mas as formas para
parcerias
239
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
PARQUE ESTADUAL CAMPINA DO Caça predatória e extração de palmito Lentidão nas decisões governamentais Recursos humanos insuficientes nas
ENCANTADO áreas específicas do manejo de
parques, pois a mão-de-obra existente é
só de manutenção; apoio institucional
incipiente
PARQUE ESTADUAL ILHA DO Regulamentação administrativa dos usos Falta de vontade política Falta de vontade política
CARDOSO (Sem ameaças maiores) (Sem ameaças maiores)
PARQUE ESTADUAL JACUPIRANGA Palmiteiro, madereiro, posseiro, mineração e Principalmente invasões e Falta de recursos; de entrosamento e
invasões que aumentaram muito após aa especulações imobiliárias disposição dos técnicos e dirigentes da
abertura da BR 116 que corta o Parque do Instituição; situação fundiária; falta de
quilômetro 508 até o quilômetro 568 definição da área de domínio do Estado
ESTAÇÃO ECOLÓGICA JURÉIA- Inexistência de plano de manejo; Especulação imobiliária; Indefinição da malha fundiária;
ITATINS incompatibilidade do uso atual do solo (de desenvolvimento desordenado do expansão das áreas
algumas áreas) com as exigências legais; turismo na região ocupadas/agricultura; falta de recursos
impossibilidade de sustentabilidade financeira humanos e financeiros mínimos para
da UC gerenciamento da área
ESTAÇÃO ECOLÓGICA BANANAL Reduzida equipe de funcionários (apenas 3) Controle de visitantes e pesquisadores Número insuficiente de funcionários
no local; responsável pela UC sediado a 250 devido ao reduzido número de
km de distância da Unidade; a área sofreu funcionários
alteração em cerca de 25% para extração de
madeira a 50 anos atrás
ESTAÇÃO ECOLÓGICA Falta de recursos humanos e financeiros Caça predatória Não aprovação do plano de manejo;
PARANAPANEMA inexistência do Conselho Gestor; corpo
de guarda-parques inadequado
ESTAÇÃO ECOLÓGICA CAETETUS Monocultura cafeeira/gado; água; plantas Monocultura cafeeira; caça; incêndios; Falta de recursos financeiros e
invasoras/efeito borda efeito de borda principalmente humanos (vigilância)
ESTAÇÃO ECOLÓGICA ASSIS Recuperação de áreas degradadas, pecuária, Incêndios; caça; retirada de plantas; Falta de recurso humanos e financeiros;
cana-de-açúcar plantas invasoras; lixão infra-estrutura; vigilância
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE JATAÍ Atos de vandalismo; caça e pesca predatória Investidas políticas; queimadas; Falta de recursos humanos, materiais e
mineração do Rio Mogiguaçu; invasão financeiros
por grupos de sem terras; proximidade
com centros urbanos; agricultura
extensiva e monocultura da cana
240
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
ESTAÇÃO ECOLÓGICA SÃO Sem recursos humanos; falta de vigilância e Falta de recursos financeiro; caça e Falta de recursos humanos e
CARLOS manutenção pesca manutenção
ESTAÇÃO ECOLÓGICA RIBEIRÃO Ainda não tem plano de manejo na UC Ainda não tem plano de manejo na
PRETO UC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA ITIRAPINA Regeneração de várias espécies de pinus na Urbanização desordenada; Falta de diretrizes Institucionais para a
vegetação nativa mineração; caça; gado de gestão.
propriedades vizinhas conduzidos
dentro da Estação
ESTAÇÃO ECOLÓGICA ITABERÁ Falta plano de manejo
ESTAÇÃO ECOLÓGICA ITAPEVA Falta plano de manejo
ESTAÇÃO ECOLÓGICA CHAUÁS Caça e extração de palmito Políticas Governamentais voltadas Falta de recursos humanos e infra-
para Ucs inexistentes estruturas físicas
RESERVA ESTADUAL ÁGUAS DA A unidade já possui uma infra-estrutura para Grupos de pessoas que fazem pic- Falta de recursos humanos e
PRATA receber turistas, com apoio da Prefeitura, tendo nic nos fins de semana; por estar financeiros
instalações sanitárias, quiosques, torneiras e perto da reserva e dentro do
bebedouros para o público se abastecer de água perímetro urbano, muitas pessoas
mineral, de nascentes dentro da Reserva. Existe invadem a área para beber,
trilhas cimentadas e uma estrada municipal que consumir tóxico, caçar, etc. ; rodovia
corta a reserva. Existe a necessidade de formar interestadual que corta a Reserva,
uma equipe para receber grupos de estudantes com grande fluxo de carro
da região.
FLORESTA ESTADUAL DE AVARÉ I Atos de vandalismo; lixo; rompimento de esgoto; Recursos financeiros Recursos humanos
invasão de animais domésticos
FLORESTA ESTADUAL DE Corte raso adiado por falta de retorno dos
MANDURI recursos gerados, para serem usados no
replantio da área
241
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL CASA Área fragmentada, com espécies exóticas; Área próxima à cidade, aberta ao Falta de recursos financeiros e pessoal
BRANCA poucas nascentes junto ao vizinhos, córregos; público para lazer e escritório técnico e braçal
escritório e viveiro estão localizados dentro do autorizado da Polícia Florestal nas
perímetro urbano; expansão da cidade nos proximidades, o que ajuda na
limites da Estação; grande voçoroca dentro da fiscalização da área; grande fluxo de
área principal da Estação visitantes, sem infra-estrutura e
vigilância; existência de rodovias
que cortam a Estação; intenção de
políticos em pedir cessão de áreas
para outros fins
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Caça; incêndios; lixão Falta de recursos humanos e
ASSIS financeiros;
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL LUIZ Atos de vandalismo; caça e pesca predatória; Investidas políticas; queimadas; Falta de recursos humanos, materiais e
ANTÔNIO incêndios; definição da manutenção ou não da invasão por grupos de Sem Terras; financeiros
floresta plantada proximidade com os centros
urbanos; agricultura e monoculturas
da cana
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE SÃO Falta de um plano de manejo (floresta plantada Invasão de Sem Terras; investidas Falta de equipamentos para
SIMÃO e/ou vegetação natural); questionamento quanto políticas para fins não específicos manutenção; de sementes melhoradas;
à floresta plantada (deve existir ou não ?); falta das atividades da unidade; falta de recursos humanos
de recursos humanos, financeiros e materiais incêndios criminosos
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Falta de recursos humanos, financeiros e Invasão de Sem Terras; investidas Falta de recursos humanos
BENTO QUIRINO materiais; questionamento quanto à floresta políticas que não aquelas inerentes
plantada (deve-se plantar ou não?); falta de aos trabalhos da unidade (ex.:
plano de manejo para as unidade de produção construção de lixões, etc.);
incêndios criminosos
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Vigilância da unidade; manutenção de aceiros Problemas relacionados à falta de Falta de recursos financeiros para
BAURU contra incêndios; resíduos sólidos dos visitantes bom senso dos visitantes, como por manutenção da Unidade, bem como
exemplo: vandalismo, lixo problemas na eleição de prioridades
para manutenção da área e
desenvolvimento do projeto
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL JAÚ Carência de mão-de-obra e materiais básicos Competitividade com a iniciativa Falta de recursos
para a produção de mudas privada
242
(Continuação)
Unidade de Conservação Problemas de Manejo Ameaças Externas Ameaças Internas
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Falta de recursos, mão-de-obra, parcerias Loteamentos limítrofes; rua que Falta de recursos, mão-de-obra, plano
ARARAQUARA corta a unidade de manejo
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE TUPI
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE O principal problema de manejo é a falta de uma A ocupação geral da zona de A falta de um direcionamento da
ITIRAPINA linha de atuação definida; as ações são amortecimento instituição, bem como a falta de apoio
desenvolvidas em esquema de urgência, ou seja, institucional em termos de recursos
para atender as necessidades imediatas, sem financeiros e humanos, comprometem
obedecer a nenhum planejamento. Este seriamente o manejo da unidade
problema, poderia ser solucionado com a efetiva
implantação de um plano de manejo, no qual a
instituição investiu recursos financeiros e
técnicos, foi elaborado por treze pessoas e não é
considerado no dia a dia da unidade
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Falta plano efetivo de gestão e ou de manejo A unidade é circunvizinhada por 06 Falta de recursos (dificuldades para
ITAPEVA agrovilas e famílias acampadas na plantio)
estrada
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE Falta plano efetivo de gestão e ou de manejo Órgãos estaduais e municipais Falta de recursos
ITARARÉ fazendo gestões para obtenção de
parte das áreas
HORTO FLORESTAL NAVARRO DE Situação fundiária não regularizada; pressão da Visitação desordenada sem infra- Falta de condições mínimas da
ANDRADE comunidade com opinião pública desfavorável; estrutura mínima para atendimento Instituição para auxiliar a implantação
bem como posição administrativa de comando do público; extração de madeira de da Floresta.
duplo, ou seja, de um lado a SMA e do outro a forma furtiva; caça; bairros
direção do Museu periféricos no entorno
desenvolvendo-se em fonte de
pressão ao cumprimento dos
objetivos da área
243
Quadro 54. Ameaças externas e internas e respectivos fatores incidentes nas unidades de conservação analisadas.
Tipo Ameaça Externa Fatores Incidentes Quant. UCs % de UCs
1 Extração ilegal Caça, pesca, mineração, palmito, madeira, orquídeas, bromélias. 22 37
2 Uso do entorno Agricultura intensiva, monoculturas com deriva de agrotóxicos, crescimento de pólos industriais, rodovias, 26 44
expansão urbana, lixão, obras de grande porte, poluição de mananciais hídricos.
3 Biológica Invasão por animais domésticos, efeito de borda, fogo, fragmentação, rodovias internas. 17 29
4 Especulação/ Construções clandestinas, especulação imobiliária, invasões por grupos organizados. 15 25
Ocupação
5 Apoio político/social
Desconhecimento dos potencias das unidades de conservação por políticos e população em geral, 18 30
conscientização, falta de apoio das prefeituras, falta de atuação da Polícia Florestal e de Mananciais,
pressão da sociedade e de políticos por usos inadequados dos recursos protegidos, falta de cultura
preservacionista, vandalismo.
Tipo Ameaça Interna Fatores Incidentes
1 Gestão/gerência Ausência de Conselho Consultivo; mal relacionamento entre instituições atuantes na unidade; excesso de 21 35
burocracia institucional; compromisso da instituição com as unidades; indefinição quanto à floresta
plantada; falta de diretrizes institucionais; distanciamento da direção dos problemas do campo; falta de
demarcação; perfil institucional ambíguo; falta de políticas para a gestão de campo; apoio incipiente da
sede dirigido às UCs; falta de assessoria jurídica interna; dificuldade de implementar parcerias e
convênios; ausência de políticas concretas para o retorno dos recursos gerados para as UCs.
2 Recursos humanos Falta de capacitação de RH; falta de pessoal técnico para suporte à gestão; falta de técnico local; falta de 46 78
plano de carreira.
3 Recursos financeiros Dificuldade para se aproveitar os potenciais financeiros das UCs; recursos financeiros operacionais 36 61
inadequados; falta de investimento para alavancar programas de manejo especiais.
4 Infra-estrutura Dificuldade de acessos; falta de equipamentos e materiais; falta de infra-estrutura; infra-estrutura 17 29
inadequada; bens móveis e imóveis sem manutenção adequada; sucateamento da frota.
5 Política Conflito com comunidades tradicionais; ingerências de Prefeituras Municipais; ingerência de setores da 15 25
Secretaria do Meio Ambiente; Falta de saneamento fundiário; demora para solucionar questões jurídicas
para desocupação; falta de vontade política do governo.
6 Planejamento Falta de Plano de Manejo; categoria de manejo inadequada; falta de levantamentos básicos; falta de 32 54
planejamento e implantação; ausência de um Programa de Monitoramento; falta de Programa de Uso
Público; inexistência de regulamentação administrativa dos usos; superutilização das áreas de visitação;
aumento da demanda turística e do uso público.
7 Degradação dos Áreas interiores muito alteradas; erosão; sedimentação. 3 5
recursos naturais
245
Nas unidades de conservação de proteção integral as ameaças
externas mais notáveis e identificáveis ainda são oriundas das práticas relativas à
exploração ilegal dos recursos protegidos (Quadro 55 e Figura 12), tais quais as
identificadas por Amend e Amend (1991) paras UCs latinoamericanas e Ângelo
(1996) para as UCs brasileiras federais, seguidas de perto pelo potencial ameaçador
dos usos dados ao entorno, na maioria das vezes incompatíveis com o uso racional
dos recursos e a sustentabilidade dos sistemas produtivos.
Figura 12. Comportamento das ameaças externas incidentes nas UCs de proteção integral e
de uso sustentável, em termos absolutos.
das unidades, em termos de uso público e pesquisa por exemplo. Ainda que a
incidência destas ameaças não seja a mesma para os dois grupos de categorias de
gestão, observa-se que a percepção dos diretores interpõe novos paradigmas para a
gestão das áreas protegidas haja vista o uso do entorno ser uma firme referencia
dos problemas com origem externa.
A necessidade de se trabalhar fora dos limites das UCs atacando as
fontes causadoras de ameaças fica evidente ao se verificar o elevado porcentual de
unidades que admitem a falta de um apoio político mais consistente oriundo da
sociedade, ainda que tanto ‘especulação imobiliária’ como a ‘ocupação ilegal de
terras’ das unidades também estejam relacionadas às convicções e atitudes da
sociedade, que não deixam de ter uma forte conotação política. Esses problemas,
ou ameaças, podem ser tratadas e minimizadas a médio-longo prazo na medida que
se reconheça a gravidade dos problemas a enfrentar e se estabeleçam ações
programáticas direcionadas para uma maior interação com os atores externos ao
sistema oficial de conservação.
Em relação às ameaças internas fica claro as adversidades
enfrentadas para uma gestão eficaz, geradas pela falta ‘recursos humanos’ e
‘financeiros’ adequados, o que corrobora as notas auferidas a ambos os indicadores.
A falta de ‘planejamento’ adequado, a inexistência de plano de manejo e de
programas de gestão estruturados, conformam a terceira grande ameaça interna,
seguida dos fatores inerentes à ‘gerencia organizacional’, deficiências pontuais na
‘infra-estrutura’ física, ‘aspectos políticos’ e ‘degradação dos recursos’ (Quadro 56 e
Figura 13).
Figura 13. Comportamento das ameaças internas incidentes nas UCs de proteção integral e
de uso sustentável em termos absolutos.
afirmações a respeito do pouco apoio social às UCs inseridas na Serra do Mar. Eles
parecem ter acertado que a debilidade das organizações se deve à excessiva
ingerência política sobre as instituições, os inadequados procedimentos
administrativos, a falta de pessoal, treinamento e salários condizentes com suas
funções, além de culturas institucionais que não valorizam o pessoal de campo.
Figura 17. Equipe administrativa do Núcleo São Sebastião defronte ao escritório do Parque.
Figura 18. Cachoeira na Praia de Castelhanos na Ilha Bela. (Fausto Pires de Campos)
Figura 24. Praia do Sul no Parque Estadual da Ilha Anchieta. (Fausto Pires de Campos)
alumínio com 05 lugares e um bote inflável de 08 lugares), que por sinal estão
submetidas a um rígido esquema de manutenção. Os visitantes que não possuem
barco próprio recorrem aos serviços das escunas operadas pelas empresas de
turismo.
A infra-estrutura administrativa é completa, com escritório, três
alojamentos para até 40 pessoas, garagem, almoxarifado, centro de exposições e de
interpretação, sendo que tais equipamentos estão em consonância com as
demandas atuais e para o atendimento do público visitante. No Parque funciona o
Projeto TAMAR/IBAMA, que desenvolve trabalhos de monitoramento das tartarugas
marinhas e atividades de educação ambiental, mediante termo de cooperação
técnica entre o IF e IBAMA, oferecendo-se oportunidades aos visitantes de adquirir
"souvenirs" (botons, shorts, bonés, camisetas, adesivos), cuja parcela da
arrecadação é repassada ao parque na forma de gêneros. A unidade é beneficiada
pelo PPMA e possui Plano de Manejo Fase I implantado.
Para recepção de visitantes o parque disponibiliza 07 praias
adequadas ao banho, mergulho e piquenique. Há um sistema de trilhas guiadas e
auto-guiadas com aproximadamente 3.300 metros de extensão. As trilhas possuem
somente algumas placas, pois a opção é o monitoramento das mesmas na alta
temporada, isto em razão da falta de pessoal para manutenção e fiscalização
sistemática. O potencial para a visitação é grande, porém dotar a unidade de infra-
estrutura adequada sem compatibilizar com as demandas por recursos humanos,
materiais e financeiros, bem como de capacitação do RH, seria desastroso e com
impactos negativos previsíveis aos recursos naturais e culturais do parque, uma
atitude muito acertada da direção.
Esta unidade provavelmente seja a única a possuir um minucioso
estudo da capacidade de suporte turístico, resultado de uma recente tese de
doutoramento promovida pela coordenadora do programa de uso público, aspecto
que certamente deve estar auxiliando nas tomadas de decisões de manejo.
Um problema para o manejo do ecossistema é a presença de
capivaras introduzidas na Ilha, um aspecto que demorou mas que finalmente tem
sido contornado pela administração mediante a captura e envio destes animais para
o continente. Tal atitude tem evitado uma proliferação maior da espécie, que poderia
causar grandes transtornos haja vista não haver predador natural para esta espécie
na ilha. Aparentemente as maiores ameaças, ou a maior, é o desrespeito às normas
298
Figura 25. Atividades de Uso Público no Centro de Visitantes do Parque Estadual Carlos
Botelho.
ano de 2000 retornou ao longo do mesmo ano, mas as quantias tem sido
insuficientes para atender as demandas da intensa visitação pública.
Este modelo de gestão ocasiona desmotivação e promove a
diminuição da auto-estima dos que estão na ponta do sistema de conservação,
condenando qualquer organização ao fracasso. Isto é detectado quando em um
parque a arrecadação por ingressos alcança um total médio de R$10.000,00
mensais, mas que poderia ser muito mais caso houvesse estímulos concretos para
tal.
No Núcleo Santana a visitação é monitorada. Devido ao restrito
número de funcionários e a interrupção da remuneração dos estagiários pelo Fundo
Especial de Despesa do IF, este serviço ao visitante é oferecido pelos mais de cem
guias ambientais cadastrados no Parque. Os guias são membros de duas
associações locais, possuem cursos de capacitação e são devidamente cadastrados
na unidade.
Há 18 projetos de pesquisa em andamento no PETAR, todos
cadastrados no IF, através da COTEC, cujos pesquisadores recebem como estímulo
a isenção da taxa de alojamento, interessante mecanismos de fomento científico.
A Diretora do Parque há 04 anos foi comissionada no Instituto
Florestal, com a expectativa, na época, de alcançar melhorias salariais. Tendo em
vista que na CETESB não há um plano de carreira e que no IF havia promessas de
aumento salarial para quem administrasse UCs, muitos funcionários daquela
organização vieram engrossar o Quadro de recursos humanos do IF, porém sem
qualquer capacitação ou experiência na área de gestão de UCs. Aquela premissa
não se efetivou, deixando lacunas que frustraram a diretora, sem contar suas justas
reivindicações tais como uma equipe técnica mínima que pudesse trabalhar em
regime de acampamento, como os demais funcionários; retorno da arrecadação com
a cobrança de ingressos e a viabilização da elaboração do plano de manejo para a
área. Segundo a avaliação da própria diretora, sua iniciativa, experiência e presença
no PETAR são apenas moderadas.
Dentre os problemas e ameaças mais contundentes estão os
palmiteiros e caçadores, mas o maior problema verificado na unidade não são esses
ou a falta de recursos humanos para desenvolver o ecoturismo, educação ambiental
e interpretação da natureza, mas sim o fato de não haver um planejamento para o
uso público, e muito menos um programa estruturado que contemple a demanda
307
Figura 28. Aspectos do relevo das Furnas do Bom Jesus e biomassa combustível oriunda da
gramínea do gênero brachiaria.
Figura 29. Ambiente lacustre da Estação Ecológica de Jataí, com abundante avifauna
característica.
Figura 31. Jequitibá-rosa, Cariniana legalis (Martius Kuntze), com mais de três metros de
diâmetro na trilha homônima.
potável da Estação Experimental de Santa Rita, que dista cerca de 10Km e também
é administrada pelo mesmo técnico.
Há uma considerável pressão da população para abertura dessas
glebas à visitação pública, como é o caso das glebas Capetinga Leste e Oeste, nas
quais ocorreram a implantação de toda infra-estrutura para atender a visitação
pública. Embora atender o público e proporcionar recreação, lazer e interpretação da
natureza esteja entre os objetivos de manejo de um Parque Estadual não se deve
olvidar, como sabiamente coloca o Diretor do Parque, que não se pode super
valorizar o programa de uso público em detrimento de problemas gravíssimos ao
qual esta submetida essa Unidade de Conservação, como o isolamento das glebas,
o efeito de borda e a proliferação desordenada de cipós no interior das matas. Ao
gestor dessa Unidade, resta a premissa de resgate da integridade ecológica dessas
glebas, com o pesar de que se isto não for considerado estes fragmentos se
desintegrarão e deixarão de existir como representantes dos remanescentes de
ecossistemas do Estado de São Paulo. É um desafio que deve ser encarado com
seriedade pelo IF e pelo Estado .
Esse Parque tem sua questão fundiária bastante confusa pois,
segundo seu Diretor, o Estado pagou duas vezes pelas mesmas glebas,
excetuando-se a gleba Pé-de-Gigante, e não detém a sua posse, ainda hoje nas
mãos da Usina Santa Rita. O caso é objeto de estudos da A.E.P. (Assessoria de
Estudos Patrimoniais) do Instituto Florestal e com destino à Procuradoria Geral do
Estado. Já a gleba Pé-de-Gigante é objeto de demanda com a USP, que entende ter
sido este fragmento desapropriado no passado para sua administração e o
desenvolvimento de projetos de pesquisas; entretanto nunca a USP assumiu
efetivamente a área, que está sob a guarda e manejo do Instituto Florestal desde a
sua incorporação ao Parque em 1981, questões conflitivas que estão sendo
contornadas e esclarecidas pela direção local.
Funcionários relataram que há uma certa barreira de comunicação
entre eles e a direção, fundamentalmente em razão da linguagem usada, que
dificulta o entendimento entre as partes. Mas provavelmente este problema exista
em função da total falta de recursos humanos, materiais e financeiros que mantém o
Diretor em constante embate por meios, muito comum em tais circunstâncias. Ou o
“desapoio” ao campo, como já relatado mais atrás.
323
periferia da unidade são resquícios desse tempo, mas essas espécies exóticas não
são disseminadas como em outras regiões do Estado, a exemplo da Estação
Ecológica de Itirapina, talvez em decorrência das condições ambientais reinantes no
lugar. Assim, estes elementos exógenos são relegados à própria sorte, vez que em
sub-bosque vem ocorrendo agressiva regeneração e sucessão da vegetação nativa.
Figura 34. Represa do França pertencente à CBA no interior do Parque Estadual Jurupará.
são controladas por guaritas por onde passam somente veículos autorizados. Outro
aspecto relevante é que as usinas precisam garantir a produção de água em
quantidade, fato que empresta às matas do Parque uma importância estratégica de
longo prazo que deve ser aproveitada pela direção da UC.
Contudo, a UC obteve 41,64 da pontuação e sua gestão classificada
como de Padrão de Qualidade Inferior, no limite inferior da classe..
340
Figura 35. Alto do Pico do Jaraguá com seu complexo de torres de comunicação.
milhões e meio de reais) estão indisponíveis para a gestão do PEJ e outros gastos
institucionais, uma cifra considerável comparado ao orçamento do Instituto para
2001. Uma solução, talvez a única no atual cenário, seja o pagamento das
concessões através do fornecimento de serviços, equipamentos e outras
necessidades materiais para a gestão da unidade.
A construção do RodoAnel da cidade de São Paulo possibilitou o
ganho de 3000 metros de alambrado, a ser usado nos trechos críticos mais
urbanizados do entorno, e a aquisição de uma caminhonete cabine dupla, além da
incorporação de 8ha de mata à unidade, a serem repassados pelo DERSA.
Apesar de pequena e se localizar em um ambiente urbano muito
conturbado, no qual imperam problemas desde trafico de drogas a loteamentos
ilegais, mantém um bom vinculo com instituições de pesquisa e ensino, que
privilegiam os estudos nas áreas biológicas e uso público. Por exemplo, não há
plano de manejo ou perspectiva para sua elaboração, mas a direção da unidade
mantém um bom relacionamento com universidades da região: o Programa de Pós
Graduação da UFSCAR tem realizado um trabalho de levantamento de informações
básicas, originando o que poderia ser intitulado de Planos de Manejo Fase I e parte
da Fase II, segundo a metodologia desenvolvida pelo IBAMA (1998).
No que tange ao Programa de Uso Público, há um bom
monitoramento sobre os usuários e os usos, tarefa que detectou um elevado índice
de vandalismos aos bens públicos, essencialmente às placas de sinalização visando
a segurança do usuário. Nos finais de semana e feriados a direção conta com a
ajuda voluntária do Grupamento Voluntário de Socorristas e Resgate e do Serviço
Voluntário de Bombeiros Civis, que inclui um médico e um enfermeiro, essenciais
devido aos constantes acidentes observados em decorrência do uso indevido das
trilhas e de outros locais abertos à visitação. Muito embora possua monitores e guias
e apesar do auxilio prestado pelos grupos de voluntários estes não realizam o
controle do usuário por falta de autoridade sobre os mesmos; esta tarefa cabe a
apenas 4 vigias para controlar os cerca de 5000 visitantes semanais, o que na
realidade não é feito com a eficiência devida. Um dos problemas da visitação é que
ela se concentra em apenas duas áreas, não há um controle de portaria e nem
condições de dispersá-la.
Um aspecto muito positivo do parque é a existência do boletim
informativo De Olho no Pico e o material didático O Senhor dos Vales, que abordam
343
os momentos das eleições partidárias. Por outro lado, também a imprensa em geral
assedia a UC, o que é constatado pelas 106 reportagens realizadas de outubro de
1998 a junho de 2001.
A ampliação da rodovia Fernão Dias possibilitou a implantação
quase plena da unidade mediante a conformação de um convênio visando a
indenização pelos danos provocados pela obra. Anteriormente a unidade já havia
sido agraciada por recursos oriundos de um convênio com a empresa Furnas (1987-
1992) devido a passagem de uma linha de distribuição de energia sobre a floresta
da Cantareira, o que contribuiu para a instalação física dos Núcleos Pedra Grande,
Águas Claras e Engordador e a aquisição de equipamentos e materiais para sua
complexa gestão.
As dificuldades se fazem sentir na medida que o Estado, através do
IF, não consegue manter os serviços básicos e essenciais para uma unidade de
conservação, como por exemplo a proteção dos usuários e do patrimônio público.
Isto acontece em razão da falta de recursos orçamentários destinados à manutenção
de veículos e máquinas, ou pelo excesso de entraves burocráticos do sistema
administrativo, resultando na total ausência de veículos destinados à fiscalização
desde 30/12/1999, data solenemente registrada pela direção do parque. Há pelo
menos seis meses consecutivos a unidade não conta com qualquer tipo de
adiantamento regular oriundo do IF, a não ser o pagamento dos serviços de
terceiros.
Um aspecto que demonstra a fragilidade das políticas voltadas às
áreas naturais ou, melhor dizendo, as dificuldades impostas pelas regras
generalistas e extemporâneas dos governos é ilustrado pela impossibilidade do
Parque poder usar os recursos advindos do DER (em razão das compensações
ambientais decorrentes da ampliação da rodovia Fernão Dias) na aquisição de
veículos pois um decreto estadual coibiu todas as compras após 1997, o que foi
prorrogado até fins de 2001. Ou seja, dinheiro existe, mas não há como usá-lo.
O PEC está aberto diariamente e recebe cerca de 2.500 visitantes
por semana, divididos entre os três núcleos, mas com maior concentração no Núcleo
Pedra Grande. Neste contexto a proximidade do Parque Estadual da Capital (Alberto
Lofgren) é muito importante por se constituir numa atração alternativa para o público
que deseja uma recreação mais ativa, concentrando os impactos de uma recreação
mais popular. Há a cobrança de ingressos, mas o retorno de uma porcentagem do
348
que é recolhido aos cofres do IF não acontece como preconizado pela ética e, mais
recentemente, pelo SNUC.
A unidade conta com um plano de manejo datado de 1974 que foi
revisado parcialmente em 1998 pela própria equipe do parque, mas o produto final é
tido como um exercício de reflexão interna. Não há previsão para a sua elaboração,
porém o volume de pesquisas produzidas e em andamento subsidiaram sua
confecção.
Em termos de pessoal a UC conta com 26 funcionários fixos e 10
outros contratados para serviços específicos. A partir de 2000 a unidade passou a
contar com certa quantidade de trabalhadores da Frete de Trabalho do Estado, mas
estes não “vestem a camisa” como os demais e não são permanentes no quadro de
pessoal. O ideal seria se aqueles 10 contratados fossem efetivados de alguma
maneira, pois já possuem capacitação adequada e estão inseridos nas rotinas de
trabalho implementadas. A propósito, a equipe técnica é composta pela diretora, a
coordenadora de uso público, coordenador de pesquisa e dois biólogos
responsáveis pelas atividades nos Núcleos Engordador e Águas Claras. Parece
haver uma boa relação e harmonia entre os membros da equipe conquanto há
delegação de responsabilidades com autoridade e propriedade.
Em razão da pressão exercida pela população e a carência de áreas
naturais em São Paulo o Programa de Uso Público é bem estruturado, com o pleno
controle e monitoramento dos visitantes que, segundo a direção, melhorando-se a
estabilidade do pessoal disponível poder-se-ia receber pelo menos mais 1000
visitantes semanais.
A UC recebeu 67,50 pontos e a gestão foi classificada como de
Padrão de Qualidade Mediano, requerendo poucos esforços para atingir uma
gestão com padrão elevado.
350
Figura 37. Vista da elevação denominada Morro do Diabo e exuberante florada de Ipês-roxo.
São Paulo, deixando de fora algumas bacias que drenam para seu interior e um
formato muito irregular que potencializa os efeitos de borda. Somente em 1965 o
então Serviço Florestal passou a administrá-lo.
Morro do Diabo sofreu seus revezes, com invasões de terras,
incêndios florestais, construção de ferrovia, construção de rodovia, o extremo
isolamento ao qual tem sido submetido (fragmentação) e por último, os impactos
causados pelo Lago de Rosana em 1986, que suprimiu 2000ha das melhores
porções de suas matas. Mas o que poderia ser mais um exemplo de descaso e
catástrofe ambiental transformou-se na redenção da totalidade do Parque. Um
convênio firmado entre a CESP e o IF, com a interveniência de grandes
conservacionistas, possibilitou a contratação de novos funcionários, aquisição de
equipamentos e a instalação de uma boa infra-estrutura, com escritório
administrativo, hospedaria, laboratório de sementes e outras instalações físicas.
Isto melhorou muito a conservação do Parque, possibilitando o
surgimento de um bom programa de proteção, atividades de educação ambiental e
interpretação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Quem ganhou foi
a natureza do parque, que encerra uma riquíssima biodiversidade, que pode ser
exemplificada pela maior concentração de perobas-rosa Peltophorum polyneuron
que se tem noticia e uma grande variedade de plantas e fisionomias vegetais,
inclusive com incrustações de Caatinga e Cerrado. A melhoria em infraestrutura
aliada à importância dos recursos protegidos atraiu pesquisadores de várias
instituições, sendo que na atualidade o parque conta com quase 30 projetos em
andamento.
Em termos de planejamento, o PEMD possui dois instrumentos que
não podem ser considerados planos de manejo. O primeiro foi realizado em 1973
por um pesquisador norte-americano e publicado em 1975, mas baseia-se em
observações de apenas dois dias na unidade. O segundo foi realizado por uma série
de pesquisadores do Instituto Florestal em 1983 e foi feito também em curto espaço
de tempo, como resposta aos impactos que a construção de uma barragem
hidroelétrica causaria na região.
Passados quase 20 anos do inicio do convênio IF/CESP seus
equipamentos encontram-se desgastados pelo tempo e pelo uso intenso e contínuo;
dos 50 funcionários possui hoje apenas 38, sendo que muitos estão em fase de
aposentadoria ou muito idosos para a lida que a conservação requer, sendo
352
que gerou uma Ação Civil Pública por parte do Ministério Público Estadual contra o
departamento responsável. Outra grave ameaça é a grande insularidade imposta ao
parque, que esta rodeado por uma matriz agropecuária com a prevalência da
monocultura da cana-de-açúcar e pastagens.
Contudo, uma das grandes virtudes que a unidade possui é a
conquista de vários parceiros, formais e informais, que lhe tem dado suporte local e
regional nos últimos anos. Uma contribuição significativa têm-se obtido da
organização não governamental Instituto de Pesquisas Ecológicas-IPÊ, que viabiliza
pesquisas básicas e aplicadas no interior e ao redor da unidade, estas últimas
visando a recomposição da paisagem mediante a aplicação de sistemas
agroflorestais junto a assentamentos humanos do entorno no afã de diminuir as
ameaças daí oriundas. Mais recentemente uma parceria entre o IF e esta ONG
conseguiu aprovar junto ao FNMA um projeto para elaboração do plano de manejo
do parque, que atenderá uma demanda há muito sentida e que vem empurrando a
qualidade de gestão em sentido contrário ao desejável.
Os integrantes da administração local, ainda que não possuam
ampla capacitação na área, tem conseguido forjar alianças com vários setores da
sociedade, como o IBAMA e Policia Ambiental no setor de proteção; com destilarias
de álcool, com quem conseguem combustível nas épocas criticas; aproximação com
o Ministério Público, que possibilitou a reversão de recursos de penalidades de
processos civis e de compensações ambientais para o parque. A título de exemplo,
ressalta-se o relacionamento amigável com uma empresa terceirizada do DER, com
a qual obtiveram a reforma da estrada que dá acesso à sede, um percurso de 2000
metros que hoje se traduz em economia de recursos.
Este relacionamento amistoso com os seguimentos da comunidade
foi forjado a partir de 1987, com a implementação do Programa de Educação
Ambiental pelo Instituto Florestal; e ainda que o indicador “apoio e participação
comunitária” tenha sido avaliado apenas como razoável, tais condições propiciaram
e facilitaram a implantação do atual Conselho Consultivo, que congrega 17
organizações de atuação local e regional.
A UC obteve 56,24 pontos e sua gestão classificada como de
Padrão de Qualidade Mediano.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
356
suplantaram a missão do organismo invadido e, deste modo ainda hoje tal situação
se arrasta sem soluções.
Na atualidade é ponto pacifico que o envolvimento da sociedade e
dos componentes das comunidades no planejamento e gestão das UCs garantem
maior suporte político para a conservação a longo prazo. Algumas unidades do
sistema já iniciaram este caminho, inclusive com a formação e funcionamento de
Conselhos Consultivos, tal qual prevê a Lei do SNUC. Este é um novo desafio que
os diretores das UCs deverão enfrentar nos próximos anos, sendo extremamente
necessário a capacitação destes profissionais em temas que lhes garantam uma boa
performance para lidarem com os conflitos diários que provavelmente surgirão ao
reunirem-se com pessoas e interesses diferentes.
Ainda que não tenha sido o foco desta pesquisa, é necessário frisar
a necessidade da organização mobilizar seu quadro técnico para a revisão das
categorias de gestão das unidades do sistema, a fim de melhorar a capacidade do
sistema em satisfazer os múltiplos objetivos que as áreas protegidas podem prover,
adequando as áreas existentes, seus atributos e potencialidades, aos conceitos
preconizados pela UICN e ao novo marco jurídico estabelecido pelo SNUC.
Da mesma maneira, é preciso agilizar os trabalhos para a
identificação de áreas prioritárias para a criação de novas unidades de conservação
e aumentar a representatividade do sistema. Esta ação, juntamente com a anterior,
converge para a implementação de um programa que atenda ao objetivo de elaborar
um Plano de Sistema das UCs de São Paulo, um macro planejamento envolvendo
as unidades federais, estaduais, municipais e privadas que as ordenará segundo a
metodologia e critérios adotados e as políticas da SMA.
Recomendações pontuais
Como já informado anteriormente, o processo de levantamento de
dados e informações foi profundamente rico, permitindo aos chefes e técnicos das
UCs manifestarem suas inquietações, anseios e propostas. Deste modo,
sucintamente apresenta-se a seguir uma série de recomendações extraídas das
experiências e vivências compartidas com esses profissionais, cuja apresentação
não se prende a nenhuma ordem de prioridade ou importância.
1
Em fins de 2003 iniciou-se o processo de instalação da rede “intragov” nas unidades do Instituto
Florestal, o que deverá agilizar a tomada de decisões. A rede “intragov” tem a finalidade de
conectar todas as unidades de governo do Estado de São Paulo.
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