1 Veneração e Adoração
Duas mulheres ortodoxas ajoelhando-se diante de um ícone de
Ver artigo principal: Veneração de imagens
Jesus e demais santos na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
O diácono e dr. Mark Miravelle da Universidade Fran-
ciscana de Steubenville, falou sobre a distinção entre ve-
Em alguns ramos do cristianismo, Veneração (do latim neração e adoração professado por essas religiões:
veneratio, do grego δουλια, “douleuo” ou "dulia", que Enquanto os católicos são por vezes acusados de ado-
significa “honrar”) ou Veneração dos santos descreve rar imagens, em violação do primeiro mandamento,[9]
a prática de devoção aos santos, que como modelos a Igreja Católica defende-se dizendo que é um mal-
heroicos de virtude, intercedem no Céu pela Igreja. Se- entendido. Segundo a Igreja, "«a honra prestada a uma
gundo essas confissões, a “adoração” (latria) por outro imagem remonta[10] ao modelo original» e «quem ve-
lado, é um culto distinto e reservado exclusivamente para nera uma imagem venera nela a pessoa representada»[11] .
Deus, enquanto a “veneração” (Dulia) é a honra e respeito A honra prestada às santas imagens é uma «venera-
prestado aos santos. Portanto segundo essas confissões, ção respeitosa», e não uma adoração, que só a Deus se
veneração não deve ser confundida com idolatria e nem deve”.[9][12] No século VIII, discussões sobre se os ícones
com fetichismo religioso. religiosos (neste contexto pinturas) foram proibidos ou
A veneração é demonstrada externamente pela reverên- não pelo primeiro mandamento. A disputa foi quase to-
cia a imagens de santos (estátuas ou ícones) e relíquias talmente restrita às Igrejas orientais; os iconoclastas que-
(partes de seus corpos, ou que estiveram em contato riam proibir os ícones, enquanto que os Iconódulos apoi-
com eles). Segundo essas denominações "aquele que avam a sua veneração, uma posição consistentemente
se prostra diante da imagem, prostra-se diante da pes- apoiada pela Igreja Ocidental. O Segundo Concílio de
soa (a hipóstase) daquele que na figuração é represen- Niceia, em 787, determinou que a veneração de ícones
tado"[1] . Eles fundamental suas tradições em práticas e e imagens não é uma violação do mandamento e afirma
exemplos de confecção e veneração bíblicas, como em que “quem venera uma imagem venera a pessoa retra-
1
2 2 EXEGESE E HERMENÊUTICA
desportos.”[15]
2 Exegese e hermenêutica
2.5 Bênção e sagração de objetos the Roman and Greek Catholic Views of the Future Life”,
in The Biblical World (1912) p. 106; cf. Pastor I, iii. 7,
also Ambrose, De Excessu fratris Satyri 80
Ver artigo principal: Bênção
[5] George Cross, “The Differentiation of the Roman and
Greek Catholic Views of the Future Life”, in The Bibli-
Os capítulos 25 a 31 de Êxodo são a enumeração de to- cal World (1912) p. 106
dos os objetos que Deus manda fazer e reservar para o
seu culto, como por exemplo, o incenso, utilizado em ri- [6] Carta Apostólica Duodecimum Saeculum, de João Paulo
tuais desde o Antigo Testamento. Deus manda utilizar II
estes objetos, bem como exige que sejam “consagrados, [7] Epi te 1200 è epetèio apo tes syncleoseos tes en Nikai
bentos ou ungidos” com uma unção especial, mandando Aghias z'Oikomenikes Synodoy (787-1987), Fanar, 14 de
fazer o azeite para a unção, sendo esta a base bíblica ori- setembro de 1987.
ginal nestes grupos religiosos da bênção dos objetos e das [8] Mark Miravalle, S.T.D, What is Devotion to Mary?
pessoas consagradas a Deus.
[9] Kreeft, p. 209
[10] São Basílio Magno, Liber de Spiritu Sancto, 18, 45: SC
3 Perspectiva protestante 17bis. 406 (PG 32, 149).
[11] II Concílio de Niceia, Definitio de sacris imaginibus: DS
As igrejas que praticam a veneração são comummente 601; cf. Concílio de Trento, Sess. 25ª, Decretum de invo-
condenadas ou criticadas pelas religiões protestantes em catione, veneratione et reliquiis sanctorum, et sacris ima-
geral (pois afirmam que a veneração trata-se de adora- ginibus: DS 1821-1825: II Concílio do Vaticano, Const.
ção) aos Santos e à Virgem Maria. Logo, para os inte- Sacrosanctum Concilium, 125: AAS 56 (1964) 132: Id.,
Const. dogm. Lumen Gentium, 67: AAS 57 (1965) 65-
grantes dessas religiões, o culto de veneração seria con-
66.
siderada como idolatria. Em alguns casos esta acusa-
ção provoca atos de intolerância e violência por parte [12] números 2129–2132 (1994). «Catecismo da Igreja Cató-
de protestantes[20] , como o "Beeldenstorm" (a destruição lica». Livraria Editora Vaticana. Consultado em 28 de
de esculturas na Holanda)[21] e o "Chute na Santa".[22] A Agosto de 2011
Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) em 2016, devido [13] Schreck, p. 305
a aproximação do aniversário de 500 anos da Reforma,
pediu desculpas aos católicos, dentre outras coisas, pela [14] Schreck, p. 16
destruição de “pinturas, esculturas e vitrais na Alemanha, [15] USCCB, pp. 343–344.
na Suíça, na Inglaterra e na Holanda”, repudiando todo
[16] Notas explicativas no Décalogo da Tradução da Bíblia Sa-
tipo de violência religiosa contra a Igreja Católica.[23]
grada revisada por Frei José Pedreira de Castro. O.F.M.
e pela equipe auxiliar da “Editora Ave-Maria”. ISBN 85-
276-0549-X.
4 Notas de rodapé [17] «Qual é a diferença entre a Igreja Católica e a Ortodoxa?».
Mundo Estranho. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
[1] A Igreja Católica acredita que está guiada continuamente
pelo Espírito Santo e, por isso, não pode cometer nenhum [18] Cave, Primitive Christianity: or the Religion of the Ancient
erro doutrinário.[14] A mais alta autoridade doutrinária da Christians in the First Ages of the Gospel. 1840, revised
Igreja repousa nas decisões dos concílios ecumênicos, que edition by H. Cary. Oxford, London, pp. 84-85).
são chefiados pelo Papa.[13] [19] Roger T. O'Callaghan, "Recent Excavations underneath
the Vatican Crypts", na "The Biblical Archaeologist 12"
(1949:1-23) e "Vatican Excavations and the Tomb of
Peter", "The Biblical Archaeologist 16.4" (Dezembro de
5 Referências 1953:70-87).
[1] J. D. Mansi, Sacrorum Conciliorum nova et amplissima co- [20] Van der Horst, Han (2000). Nederland, de vaderlandse
lectio. Pág.: 377. geschiedenis van de prehistorie tot nu (in Dutch) (3rd ed.).
Bert Bakker. pp. 133. ISBN 90-351-2722-6.
[2] Sétimo Plenário da Comissão Mista de luterano-
[21] Spaans, J. “Catholicism and Resistance to the Reformation
ortodoxos, em Julho de 1993 em Helsinque, reafirma a
in the Northern Netherlands”. In: Benedict, Ph.
doutrina sobre a veneração de imagens.
[22] Epstein, Jack (1995-11-24). “Kicking of icon outrages
[3] Hippolyte Delehaye SJ, Les origines du culte des martyrs Brazil Catholics”. The Dallas Morning News. Visitado
2nd ed. (Brussels) 1933:50ff. em 6 de janeiro de 2009.
[4] Gerald O' Collins and Mario Farrugia, Catholicism: the [23] «Luteranos se desculpam com católicos por atos da Re-
story of Catholic Christianity (Oxford: Oxford University forma». Gospel Prime.com. Consultado em 24 de janeiro
Press, 2003) p. 36; George Cross, “The Differentiation of de 2016
5
6 Ver também
• Iconoclastia
• Iconostase
• Idolatria
• Culto cristão
7 Ligações externas
• Adoração e veneração pelo Site católico Canção
Nova
6 8 FONTES DOS TEXTOS E IMAGENS, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS
8.2 Imagens
• Ficheiro:Christian_cross.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/87/Christian_cross.svg Licença: Public do-
main Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Boris23 (Discussão · contribs)
• Ficheiro:Folio_29r_-_The_Ark_of_God_Carried_into_the_Temple.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/
fa/Folio_29r_-_The_Ark_of_God_Carried_into_the_Temple.jpg Licença: Public domain Contribuidores: (1945) Les très riches heures du
Duc de Berry: Musée Condé à Chantilly, França: Les Éditions Nomis, pp. Folio 29r The page of the original manuscript can be viewed
here. Artista original: Pol, Hermann and Jannequin de Limbourg (1370s–1416); Jean Colombe (c. 1440–93)
• Ficheiro:Holy_sepulcher_calvary.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/Holy_sepulcher_calvary.jpg Li-
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