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ALVES, F. D. & FERREIRA, E. R.

Panorama metodológico na geografia rural: apontamentos para a história do pensamento geográfico

PANORAMA METODOLÓGICO NA GEOGRAFIA RURAL:


APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DO PENSAMENTO
GEOGRÁFICO

Flamarion Dutra Alves1


Enéas Rente Ferreira2

RESUMO
Este artigo visa fazer um panorama da construção teórico-metodológica da geografia
rural brasileira, fazendo uma classificação das diferentes correntes do pensamento
geográfico a respeito das pesquisas sobre o espaço agrário. A análise dos diferentes
temas, teorias e métodos servirão para fazer a classificação da evolução do pensamento
geográfica na temática rural.

Palavras-chave: Teoria, Método, Geografia Rural, História do Pensamento Geográfico.

INTRODUÇÃO
Estudos sobre a história do pensamento geográfico são importantes para a
análise do comportamento da Ciência Geográfica, no sentido de discutir os principais
movimentos filosóficos norteadores das bases teóricas e metodológicas das pesquisas
científicas.
A compreensão e compilação dos diferentes métodos e teorias na geografia rural
é um esforço bibliográfico, a fim de agrupar e classificar as correntes do pensamento
geográfico e discutir as perspectivas das pesquisas geográficas. Todavia, esse exercício
classificatório das teorias e métodos não é fácil, conforme já salientava Andrade (1995,
p.11) “não é fácil elaborar um esquema de teorização e de metodologia único para a
Geografia Rural ou para qualquer outro tema, sobretudo no momento de grandes
transformações em que se vive”, mas servirá para elucidar algumas questões teórico-
metodológicas.

1
Doutorando em Geografia e integrante do Núcleo de Estudos Agrários (NEA) – UNESP –Campus Rio
Claro. Bolsista do CNPq. dutrasm@yahoo.com.br
2
Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Geografia e Coordenador do Núcleo de Estudos Agrários
(NEA) – UNESP –Campus Rio Claro. eneasrf@yahoo.com.br

1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008 885


ISBN: 978-85-88454-15-6
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Panorama metodológico na geografia rural: apontamentos para a história do pensamento geográfico

Abordaremos alguns enfoques teórico-metodológicos na geografia rural,


trazendo para o debate as principais características, autores, temas, conceitos e relação
com o objeto da geografia. Mas antes, faremos algumas reflexões sobre as definições de
metodologia e seus componentes (teoria, método, conceito, categorias e técnicas).

METODOLOGIA
Como se trata de uma investigação bibliográfica acerca das abordagens teórico-
metodológicas na geografia rural, o método de análise e interpretação do material
consultado é o hermenêutico, ou seja, o método hermenêutico auxilia na interpretação e
na compreensão das idéias e características teórico-metodológicas das obras.
Considerando a linguagem como o meio de interpretação das idéias dos autores,
esse método não busca a totalidade ou a verdade completa, mas sim, sua
contextualização e relação com o momento histórico da obra. Nesse caso, para a história
do pensamento geográfico, o método que faça essa interface ajuda no diagnóstico
teórico das bibliografias.
As principais fontes de consulta foram os periódicos científicos geográficos,
como: Boletim Geográfico, Revista Brasileira de Geografia, Boletim Paulista de
Geografia, Boletim de Geografia Teorética, Geografia (Rio Claro) e Terra Livre (AGB),
além de obras expressivas na temática rural na geografia.

GEOGRAFIA E QUESTÕES METODOLÓGICAS


Método e metodologia: definições e caracterizações
Para entendermos os diferentes métodos e técnicas, se fará uma breve distinção
entre método e metodologia, no sentido de esclarecer as terminologias e explicar suas
diferenças.

Método
Uma pesquisa considerada científica é dotada de um método, na qual é um
instrumento organizado que procura atingir resultados estando diretamente ligado a
teoria que o fundamenta, conforme o Japiassú e Marcondes (1990) é um conjunto de
procedimentos racionais, baseados em regras, que visam atingir um objetivo
determinado. De acordo com Lalande (1999, p.678) o método é “o caminho pelo qual se
chegou a determinado resultado”.

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Na obra de Sposito (2004) o autor cita alguns elementos que estão imbricados no
método como a doutrina, ideologia, teoria, leis, conceitos e categorias. Esses elementos
é que dão uma característica comum e o diferencia de cada método.
Buscando caracterizar o método, Bachelard (1983, p. 122) diz que “O método é
verdadeiramente uma astúcia de aquisição, um estratagema novo, útil na fronteira do
saber” onde o método científico é “aquele que procura o perigo (...) e a dúvida está na
frente, e não atrás”, dessa maneira “não é o objeto que designa o rigor, mas o método”
(1983, p.122).
Portanto, o método é uma maneira de obter os resultados, utilizando-se de uma
teoria para fundamentar, citando, por exemplo, método dialético, positivista,
fenomenológico, hermenêutico, entre outros.
Dessa forma, o método deve estar associado à teoria havendo uma coerência
teórico-metodológica, ou seja, o uso adequado de certos autores e conceitos com o
referido método de análise.

Metodologia
Considerando todos os procedimentos, teoria e método, a metodologia pode ser
denominada como os procedimentos utilizados pelo pesquisador, material e métodos,
em uma determinada investigação, sendo as etapas a seguir em um determinado
processo. Conforme Lalande (1999, p.680) “é a subdivisão da Lógica, que tem por
objeto o estudo a posteriori dos métodos, e mais especialmente, vulgarmente, o dos
métodos científicos”.
A metodologia contempla todos os elementos que constituem os passos a serem
tomados na pesquisa (Esquema 1).

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Esquema 1 – Organização da estrutura metodológica segundo seus elementos e alguns exemplos.


Fonte: Alves (2008)

Esse esboço da estrutura metodológica ajuda a entender alguns passos da


metodologia e de sua constituição. Porém, essa estrutura metodológica não se limita a
esse esquema, sendo apenas uma referência para a montagem e execução de projetos de
pesquisas.
O que ocorre muito vezes nas pesquisas, não só geográficas, é a confusão entre a
explicitação do método no contexto da metodologia, bem como a(s) teoria(s) que
dará(ão) sustentação ao método, aliados aos procedimentos metodológicos utilizados.
Essa discussão sobre as questões metodológicas é pertinente, haja vista o
objetivo desse artigo, na qual busca entender os diferentes momentos teórico-
metodológicos da geografia rural brasileira, mas precisamente o período clássico ou
tradicional da geografia.

AS TEORIAS E MÉTODOS NA GEOGRAFIA RURAL


Estudar a história do pensamento geográfico necessita de um aprofundamento
bibliográfico das principais obras e periódicos científicos de ampla circulação, fazendo
um “mapeamento” dos temas estudados, filosofias norteadoras, escolas do pensamento,
autores e bases teórico-metodológicas.
Alguns autores já fizeram este esforço bibliográfico, em decifrar as principais
correntes do pensamento na geografia rural. Faremos uma breve exposição sobre
algumas pesquisas sobre esse temática.

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Objeto e método da geografia agrária em Megale (1976)


Nesse artigo, Megale (1976) traz para o debate vários autores que discutem o
objeto e método da geografia agrária, como Faucher3 (1949), Otremba4 (1955),
Valverde5 (1964). Existem alguns autores que classificam a geografia agrária como um
ramo, ora da Geografia Humana ora Geografia Econômica, Megale lembra Faucher
(1949) nesse debate e diz que, a “geografia econômica se preocupa com o volume,
circulação e destino dos produtos (...) é essencialmente quantitativa” (Megale, 1976,
p.2), ou seja, a metodologia para esse objeto da geografia agrária deve ser calcado em
métodos e técnicas que auxiliam na pesquisa quantitativa (estatístico-matemática).
O outro ramo da geografia é a análise qualitativa, na qual condiz com a
Geografia Humana para Faucher (1949). Todavia, Megale (1976) considera que a
geografia humana deve superar essa divisão bem claro de quantitativo e qualitativo, e
que a geografia humana têm que analisar os fatos tanto com técnicas qualitativas como
quantitativas. (Esquema 2).

Esquema 2 – A divisão da Geografia Agrária para Faucher (1955).


Fonte: Megale (1976).
Organização e adaptação: Flamarion Dutra Alves.

A respeito do método, Megale (1976, p.12) diz que a “geografia, como ciência
humana, tem o método das ciências da observação”, com essa idéia ele diferencia a

3
FAUCHER, Daniel. Géographie agraire. Types de cultures. Paris : Libr. de Medicis, 1949.
4
OTREMBA, Erich. Geografia Agrária. In: LUTGENS, R. La Terra y la Economia Mundial. Barcelona:
Omega, 1955, v. 3, pt. 1, p. 5-28.
5
VALVERDE, Orlando. Geografia Agrária do Brasil. Rio de Janeiro: INEP – MEC – CBPE, 1964.

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geografia das ciências experimentais, pois o campo de estudo é complexo entre


sociedade e natureza.
Megale ao trazer o discurso de Otremba (1955, p.17) deixa claro sua posição
quanto ao método na geografia agrária:

(...) não existe método algum agrogeográfico, como tampouco existe método
geográfico ou espacial. O problema ou o espaço que em cada caso se procura
estudar, exige do pesquisador a tarefa de encontrar os métodos espaciais a tal
fim. Sobre este ponto é impossível assinalar diretrizes. (OTREMBA, 1955,
p.17).

Após essas considerações, Megale (1976,p.13) afirma que “não há um padrão


metodológico para o pesquisador, este deve possuir uma versatilidade, uma habilidade
quanto ao problema pesquisado e os meios de se chegar a ele”. Dessa forma, para o
autor não existe um modelo para as pesquisas em geografia agrária, o que há é um
possível esquema geral metodológico, na qual se baseia no prévio conhecimento da
história do local estudado, para em seguida explorar a paisagem geográfica.

Os cinco momentos teórico-metodológicos de Diniz (1984)


José Alexandre Felizola Diniz em 1984, publicou a obra Geografia da
Agricultura, na qual serviu, e ainda serve de referência para quem estuda a geografia
rural. Com uma abordagem econômica do espaço agrário, Diniz (1984) trata a
agricultura como seu objeto de estudo principal, e lembra da dicotomia geografia
econômica versus geografia humana:

Esta concepção geográfica da agricultura está ligada à tradicional dicotomia


entre Geografia Econômica e Geografia Humana. Assim, enquanto a
Geografia Humana da Agricultura desenvolveu-se sob o nome de Geografia
Agrária, a Geografia Econômica da Agricultura passou a ser conhecida,
sobretudo entre os franceses, por Geografia Agrícola. (DINIZ, 1984, p.42).

Nessa obra, o autor faz uma divisão da evolução dos conceitos geográficos e o
estudo da agricultura. (Esquema 3):

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Esquema 3 – Divisão teórico-metodológica de Diniz (1984) em 5 escolas o estudo da geografia rural (até
1984).
Fonte: Diniz (1984).
Organização e adaptação: Flamarion Dutra Alves.

O esquema teórico-metodológico apresentado por Diniz (1984) revela uma


divisão em cinco vertentes, as duas primeiras “estudo da paisagem rural” e
“distribuição e comercialização dos produtos” se refere à geografia clássica,
fundamentada na abordagem regional das pesquisas. Esses estudos visavam conhecer as
diferentes regiões do mundo, identificando as culturas locais, produção agrícola, as
formas de habitat rural, ou seja, classificar os diferentes modos de vida, essas
regionalizações agrícolas buscavam uma síntese geográfica.
A terceira vertente “Teoria da Combinação agrícola-estruturalista” é baseada
em André Cholley, na qual defendia a tese da auto-regulação das estruturas no
movimento de combinação dos elementos. Aqui ele classifica os elementos em três
tipos: elementos de ordem física e biológica; elementos de ordem humana e elementos
políticos e econômicos, essa Teoria da Combinação para Diniz (1984) acrescentou
maior cientificidade aos estudos agrícolas:

Inegavelmente, a Teoria de Cholley representa um avanço considerável sobre


os trabalhos tradicionais da Geografia da Paisagem e da Geografia da
Descrição dos Produtos. A ênfase no estudo das relações entre os elementos e
na compreensão da combinação como uma estrutura colocou a Geografia
numa posição mais condizente com o pensamento científico. (DINIZ, 1984,
p.47).

Nessa etapa da evolução teórico-metodológica, a Teoria da Combinação


apresenta algumas características da geografia clássica, bem como da geografia nova,
pois a descrição e regionalização ainda são marcantes, todavia, outros elementos
começam a ser levados em consideração pelo pesquisador.
Os últimos dois momentos destacados por Diniz, “União Geográfica
Internacional(UGI)” e “Geografia Nomotética-Sistêmica” traduz as características da
geografia nova, na qual as investigações acerca da produção agrícola deveriam seguir

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um esquema metodológico da UGI, que criou algumas comissões, entre elas está a
Comissão de Tipologia da Agricultura, que basicamente objetivou tipificar as diferentes
áreas agrícolas, quantificando e mapeando elas.
Assim, Diniz (1984) nos mostrou esses cinco momentos da geografia rural, mas
também apontou as tendências da ciência geográfica, ressaltando a geografia radical de
bases marxistas, com uma ênfase nas questões sociais.
Dessa maneira, o autor vê de forma benéfica essa multiplicidade teórica “as
tendências atuais na Geografia são variadas, o que é bastante útil ao desenvolvimento da
ciência” (1984, p.52). Porém, afirma que a geografia nova e a radical assumem posturas
bem distintas, mas não antagônicas:

Em síntese, podemos observar dois enfoques dominantes na Geografia


Agrária atual. O primeiro, essencialmente teórico, econômico e quantitativo,
buscando leis e trabalhando com modelos, pode muito bem ser exemplificado
pelos manuais de Morgan e Munton (1971) e de Tarrrant (1974). O segundo
enfoque, mais social, preocupando-se com as condições de vida da população
rural, a apropriação dos meios de produção por diferentes classes sociais, e as
questões de desenvolvimento rural. Embora distintas, essas concepções não
são necessariamente estanques ou contraditórias.

Portanto, as diferentes escolas do pensamento geográfico diferem de alguns


pontos e características, mas podem coincidir em alguns meterias e técnicas (que
compreende uma metodologia).

A periodização da geografia agrária de Ferreira (2001)


Neste artigo, e posteriormente em seu livro6 a autora faz uma compilação de
todo material publicado em geografia agrária no Brasil de 1930 a 1990, consultando
dissertações, teses, periódicos científicos em geografia, anais de eventos e livros.
Ferreira (2001) divide a produção da geografia agrária no Brasil em quatro
momentos. O primeiro a autora chama de Estudos não-geográficos na qual seria os
relatos de viajantes e descrição pura da paisagem. Nesse momento, não há nenhuma
preocupação com uma metodologia científica na elaboração dos textos.
A partir da década de 1930, é denominada a Geografia Agrária Clássica sob
forte influência francesa e alemã. A principal temática dessa corrente é a caracterização
dos diferentes habitat rural e a distribuição agrícola, ou seja, o que e aonde está sendo

6
FERREIRA, Darlene Aparecida de O. Mundo Rural e Geografia. Geografia agrária no Brasil: 1930-
1990. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

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produzido. Os métodos e teorias são baseados na observação e no trabalho empírico-


indutivo.
Esse momento é mais relevante até meados da década de 1960, quando a
influência estadunidense e inglesa ganha força na geografia, inclusive na agrária, e as
teorias e modelos estatísticos são utilizados para tipificar as diferentes organizações
espaciais agrícolas, esse período é denominado de Geografia Agrária Quantitativa.
A Teoria Geral dos Sistemas e modelos de Von Thünen são exemplos da
vertente teórico-metodológica dessa escola do pensamento, que buscou um maior rigor
científico, aliados as sofisticadas técnicas de análise dos dados, sejam através de
análises fatoriais, imagens aéreas, cartografia e outras técnicas estatísticas.
A partir da metade da década de 1970, surge uma corrente de pensamento com
um caráter mais sociológico na geografia agrária, procurando entender e lutar contra as
desigualdades no espaço agrário, esse momento é chamado de Geografia Agrária
Social.
Para Ferreira (2001) as principais temáticas dessa corrente estão ligadas as
relações de produção, modernização no campo e transformações do espaço rural.
(Quadro 1).

Quadro 1 – Escolas do pensamento geográfico na temática agrária de acordo com Ferreira (2001).
Fonte: Ferreira (2001, p.67)

Através da síntese exposta pela autora, ficam as considerações sobre os três


principais marcos na geografia agrária, coincidindo com as escolas do pensamento
(Clássica, Quantitativa e Social) e suas vertentes filosóficas norteadoras.

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Considerações Finais
Após a breve análise de algumas referências sobre a história do pensamento
geográfico, no que tange a geografia rural, observa-se um esforço dos autores em
classificar a produção científica, na tentativa de elaborar esquemas classificatórios das
idéias.
O que deve ficar claro nessa discussão metodológica, é que todos os métodos e
teorias que foram e são utilizados por geógrafos para analisar o espaço agrário, tem suas
contribuições para a ciência geográfica, e cada um enfoca objetivos diferentes ou por
vezes idênticos.
A Ciência é feita de ideologias e livre da suposta “neutralidade”, e a Geografia
que tem como objeto de estudo o espaço e suas interações tem uma gama de
possibilidades teórico-metodológicas e técnicas. Admitir um método ou teoria ideal para
a geografia rural é desconsiderar a história do pensamento geografia, o que se deve
discutir é o momento de cada uma das vertentes filosóficas e extrair as principais
virtudes para a sociedade.

REFERÊNCIAS

ALVES, Flamarion D. Considerações sobre métodos e técnicas em geografia humana.


Dialogus. Ribeirão Preto. n.4, 2008.
ANDRADE, Manuel C. de. Geografia Rural; questões teórico-metodológicas e técnicas.
p.3-14. In: Boletim de Geografia Teorética. v.25, n.49-50, 1995.
BACHELARD, Gaston. Epistemologia. 2.ed.Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1983.
DINIZ, José A. F. Geografia da Agricultura. São Paulo: DIFEL, 1984.
FERREIRA, Darlene A. O. Geografia Agrária no Brasil: conceituação e periodização.
p.39-70. Terra Livre. São Paulo. n.16, 1° semestre, 2001.
JAPIASSÚ, Hilton. & MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
LALANDE, Andre. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. 3.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.
MEGALE, Januário F. Geografia Agrária: objeto e método. p.1-23. In: Métodos em
Questão. n.12. São Paulo: USP, 1976.

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SPÓSITO, Eliseu S. Geografia e Filosofia: Contribuição para o ensino do pensamento


geográfico. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

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