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Embriologia e
Histologia do Sistema
Vascular
-- ---- - ~- =
Gerson Cotta-Pereira

.. INTRODUÇÃO

.
. PRECOCIDADE DA CIRCULAÇÃO EM EMBRIÃO DE MAMíFEROS
VASCULOGÊNESE VERSUS ANGIOGÊNESE
PRIMEIROS INDíCIOS DA VASCULOGÊNESE

. FORMAÇÃO DA REDE VASCULAR PRIMITIVA


. TUBOS ENDOCÁRDICOS E AORTAS DORSAIS DO EMBRIÃO
.
.
FO~MAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS ARCOS AÓRTICOS

. FUSÃO DAS AORTAS DORSAIS E SEUS RAMOS

FORMAÇÃO DAS ARTÉRIAS DOS MEMBROS SUPERIORES E


INFERIORES

.
81 FORMAÇÃO

.
FORMAÇÃO
MÁS-FORMAÇÕES
DAS VEIAS
DO SISTEMA DE VASOS LINFÁTICOS
CONGÊNITAS DOS VASOS SANGuíNEOS E
LINFÁTICOS
.
.. MORFOLOGIA
MORFOLOGIA
BIBLIOGRAFIA
MICROSCÓPICA
MICROSCÓPICA
DOS VASOS SANGuíNEOS
DOS VASOS LINFÁTICOS

---- -- - -- -
Capítulo 2
EMBRIOLOGIAE HISTOLOGIADO SISTEMAVASCULAR

todas as necessidades respiratórias, nutritivas e excreto-


INTRODUÇÃO
ras da massa celular que constitui o embrião em desen-
o sistema circulatório dos diferentes grupos de animais volvimento. Em vista disso, a formação dos vasos sanguí-
apresenta graus de complexidades estrutural e funcional neos, em embriões bastante jovens, está intimamente
de acordo com sua posição na escala evolutiva dos seres. associada aos esboços de órgãos em formação. Particu-
Tal complexidade pode, grosseiramente, ser comparada larmente, a precocidade do desenvolvimento dos vasos
ao sistema de transporte de uma comunidade: sendo um coriônicos, em etapas bem iniciais do desenvolvimento
vilarejo, a igreja, a escola, o comércio e as casas situam-se de embriões dos mamíferos superiores, pode ser explica-
tão próximos uns dos outros que se torna desnecessário da pela deficiente quantidade de vitelo nutritivo de reser-
meio especial de transporte; porém se adquirem maiores va nesse grupo de animais e, conseqüentemente, há
dimensões até chegar ao nível de metrópole, torna-se necessidade do estabelecimento, o mais rápido possível,
mais necessária a sofisticação de um sistema de transpor- de um sistema de vasos que retirem o oxigênio e nutrien-
te, que, quanto mais organizado e estruturado for, maio- tes do sangue materno e distribuam-nos pelo corpo do
embrião.
res benefícios trarão à população.
Nos seres unicelulares, a membrana plasmática encar- - -- - - ----
rega-se de todas as trocas entre o organismo e o meio. Nos VASCULOGÊNESE VERSUS ANGIOGÊNESE
pluricelulares, deve haver um mecanismo de transporte
que faça circular, por entre as células, um líquido que leva Há 2 mecanismos pelos quais os vasos sanguíneos se for-
nutrientes a diferentes partes do corpo ao mesmo tempo mam: vasculogênese e angiogênese. A vasculogênese,
que recolhe catabólitos. O sistema mais simples de circula- restrita ao desenvolvimento embrionário, corresponde
ção que existe nos invertebrados é o da circulação aberta, ao desenvolvimento de vasos sapguíneos a partir da dife-
onde uma bomba propulsora (um vaso sanguíneo ou renciação in situ de células mesenquimais em células en-
coração) faz circular, através de canais (artérias), um líqui- doteliais que os formam e revestem-nos; por outro lado, a
do (sangue ou hemolinfa) que banha células em diferentes angiogênese, que pode, também, ocorrer durante toda a
partes do corpo, líquido esse que retomará à bomba atra- vida, implica na formação de capilares a partir de brota-
vés dos espaços intercelulares. Dentre os Chordata,já os mento de vasos preexistentes. Em seres humanos, adul-
Cephalochordata(Amphyoxus, por exemplo) apresentam cir- tos normais, a renovação de células endoteliais é um pro-
culação de retorno canalizada por veias, porém, somente cesso muito lento, que pode durar anos, mas, apesar dis-
nos Vertebratapoderá ser encontrada uma verdadeira cir- so, existem situações. em que a angiogênese ocorre no
culação fechada, a qual compreende circulação capilar estado fisiológico (formação do corpo lúteo, reconstru-
entre a arterial e a venosa. Nos Vertebratasuperiores, uma ção do endométrio) ou patológico (cicatrização de feri-
outra circulação, a linfática, colabora no regresso de das, crescimento de tumores, retinopatias).
alguns constituintes do sangue ao coração.
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PRECOCIDADE DA CIRCULAÇÃO EM
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PRIMEIROS INDíCIOS DA VASCULOGÊNESE

EMBRIÃO DE MAMíFEROS A primeira evidência de formação dos vasos sanguíneos


--- --- . em embriões de Vertebrataé, segundo Gilmour (1941), a
Nos mamíferos, o sistema cardiovascular.não é o primei- diferenciação e migração de células (hemangioblastos)
ro dos sistemas orgânicos a aparecer no corpo de um quel se desprendem do citotrofoblasto que constitui a
embrião, pois esboços de alguns órgãos já se fazem parede blastocística ou equivalente. No embrião huma-
notar, como a placa neural (primórdio do sistema nervo- no, tais células vão misturar-se ao mesoderma extra-em-
so) que acompanha o desenvolvimento do notocórdio brionário ou primitivo e fazer parte de seus folhetos pa-
subjacente a partir do 162dia, no caso do embrião huma- rietal e visceral, que delimitam a parede da cavidade
no e, mesmo assim, o sistema nervoso só se torna eficien- celomática extra-embrionária (CEE) ou primitiva. Com
te muito tempo depois do nascimento. No entanto, tal é a pequeno intervalo de tempo, os hemangioblastos con-
rapidez com que os elementos vasculares e sanguíneos se centram-se no pedículo primitivo do embrião e na pare-
diferenciam a partir do 172 dia que o sistema cardiovas- de da vesícula vitelina (VV), deixando de ser células do
cular é o primeiro sistema orgânico que começa a fun- tipo mesenquimal à medida que começam a se agregar
cionar, quando o tubo endocárdico primitivo começa a formando massas ou cordões conhecidos como ilhotas
fazer circular sangue aos 22 dias de desenvolvimento. sanguíneas, facilmente identificáveis no pedículo primi-
Tal fenômeno se explica facilmente, uma vez que a tivo do embrião, ao redor do alantóide (AI) e no meso-
simples difusão de substâncias não permitiria preencher derma esplâncnico ao redor da vesícula vitelina por volta
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS

do 17Qdia após a fecundação, que corresponde ao está- rede vascular intra e extra-embrionária, fazendo-as circu-
gio 7 na classificação baseada na "Coleção do Carnegie lar, inclusive, nas vilosidades coriônicas.
Institution of Washington" (Fig. 2-1). Daí por diante, a rede vascular primitiva cresce e se
Há indícios de que a interação entre o endoderma da espalha por todo o corpo do embrião através de 3 pro-
vesícula vitelina ou do alantóide e o mesoderma seja ne- cessos: 1. vasculogênese, pela contínua formação e fu-
cessária para a diferenciação das ilhotas sanguíneas e são de angiocistos; 2. angiogênese, pelo brotamento de
que tanto o FGF (jibroblast growth factor) como o p-TGF novos vasos a partir dos cordões angioblásticos preexis-
(beta-transforminggrowthfactor) sejam moléculas mediado- tentes; 3. intromissão de novas células mesodérmicas na
ras da indução do mesoderma. parede dos vasos preexistentes.
Portanto, de modo diferente do que ocorre ao redor
da vesícula vitelina (mesoderma extra-embrionário), a
FORMAÇÃO DA REDEVASCULAR PRIMITIVA diferenciação angioblástica no interior do corpo do
embrião (mesoderma intra-embrionário) não se relaciona
As ilhotas sanguíneas, inicialmente constituídas por agre-
à formação de sangue, com exceção de áreas em torno da
gados maciços de hemangioblastos, ao redor da vesícula
aorta e outras bem definidas. Dessa maneira, é bem apro-
vitelina e alantóide, adquirem um aspecto cístico, segre-
priado chamar de hemangioblastos às células que reves-
gando em seu interior células sanguíneas primitivas (he-
mocitoblastos) e passando a ser revestidas por angioblas- tem as ilhotas sanguíneas, e de angioblastos às células que
tos, células achatadas precursoras das células endoteliais. revestem os angiocistos. Adicionalmente, pode-se concluir
que todos os tipos de mesoderma extra e intra-embrioná-
Esses precursores vasculares alongam-se e se interconec-
tam, estabelecendo uma rede vascular inicial, que, ao rio são potencialmente formadores de vasos sanguíneos,
final da terceira semana, vasculariza completamente a com exceção do ectomesênquima ou mesectoderma da
vesícula vitelina, o pedículo primitivo do embrião e as vi- região cefálica e que se origina d<tcrista neural, o qual é
losidades coriônicas (Fig. 2-1). desprovido de angioblastos (Fig. 2-1).
No 18Q dia, algumas células do mesoderma da es- --- - -
plancnopleura do disco embrionário (porção lateral do TUBOS ENDOCÁRDICOS E AORTAS DORSAIS
mesoderma intra-embrionário), que diferem em origem DO EMBRIÃO
daquelas do mesoderma extra-embrionário, sob influên-
- -- --
cia do endoderma subjacente, diferenciam-se em angio- Na segunda metade da terceira semana, aparece, na por-
blastos, que se achatam e constituem pequenas vesículas, ção mais cranial do disco embrionário, uma região em
os angiocistos. Os angiocistos, por sua vez, coalescem de forma de ferradura, a chamada região cardiogênica, que
modo a formar longos tubos ou vasos, os cordões angio- se expande para as regiões laterais e, seguindo-se à bila-
blásticos que, afinal, constituem os plexos angioblásticos, minação do mesoderma lateral, é segregada na região de
que acabam por estabelecer, no disco embrionário, a esplancnopleura (Fig. 2-2).
rede vascular primitiva, primórdio do sistema circulató- Por volta do 19Qdia, em resposta à ação indutora do
rio do embrião (Fig. 2-1). Aos 22 dias, o coração tubular endoderma subjacente, os cordões angioblásticos da re-
primitivo (originado aos 21 dias pela fusão de 2 vasos, os gião cardiogênica coalescem e formam um vaso que, a
tubos endocárdicos) contrai-se autonomamente pela ati- princípio, tem a forma de uma ferradura, cujas expansões
vidade das células do manto epimiocárdico, impulsio- laterais serão os futuros tubos endocárdicos laterais que,
nando células sanguíneas primitivas ao longo de toda a por sua vez, se expandem mais caudalmente formando as

Fig. 2-1. Esquemas de embriões humanos.


(~ Aos 17 dias, o aparecimento dos
hemangioblastos no mesoderma
extra-embrionário e prove~ientes do
citotrofoblasto. CEE= Cavidade celomática
extra-embrionária; W = vesícuia vitelina;
AI = alantóide. (8) Formação das ilhotas
sanguíneas, pela diferenciação dos
hemangioblastos. (C) Aos 18 dias, o disco
embrionário exibindo o aparecimento de
angiocistos no mesoderma lateral
(esplancnopleura). (D) Formação dos primeiros
vasos embrionários a partir da fusão dos
cordões angioblásticos.
Capítulo 2
EMBRIOLOGIAE HISTOLOGIADO SISTEMAVASCULAR

Fig. 2-2. Esquemas da formação dos tubos


endocárdicos e aortas dorsais. (A) O disco
embrionário observado de cima, mostrando-se
a região cardiogênica em etapa inicial de sua
formação. (8) A região cardiogênica, com o
vaso em ferradura, após a fusão das aortas
AD
dorsais. (C) Aos 21 dias, fusão dos tubos
sc endocárdicos com os tratos de entrada e saída
de fluxo para o coração tubular. (D) Circulação
artérial e venosa em embrião de 4 semanas.
TE = Tubo endocárdico; SC = bulbo cardíaco;
V = ventrículo; A = átrio; PV = plexos vitalínicos;
PU = plexos umbilicais. AD = Artéria dorsal.

futuras veias. Aos tubos endocárdicos laterais (TE), vem


FORMAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS
juntar-se um par de vasos que se desenvolveram, simulta- ARCOS AÓRTICOS
neamente, também por vasculogênese, no mesênquima
dorsal do disco embrionário (a cada lado do notocórdio), Em vertebrados inferiores, incluindo alguns peixes, exis-
denominados aortas dorsais (AD) (Fig. 2-2). tem, ao redor da faringe, 6 pares de brânquias (arcos
Com esta fusão, ficam estabelecidos os tratos de saída branquiais) que são vascularizadas (cada uma delas por
(aortas dorsais) e de entrada (futuras veias) do futuro uma artéria, denominada arco aprtico) de modo a permi-
coração que se originará, por sua vez, a partir da fusão tir a oxigenação do sangue pela passagem do fluxo de
dos tubos endocárdicos laterais, fenômeno que ocorrerá água através delas. No embrião humano, existem 5 pares
entre os dias 19 e 21 por ocasião do fechamento (dobra- de condensaçães mesenquimais (equivalentes aos 12,22,
mento) do embrião. Seguindo-se à formação do tubo 32,42 e 62 arcos branquiais dos peixes - o 52 não chega a
endocárdico ventral único, TE = bulbo cardíaco (BC) + desenvolver-se ou é rudimentar), denominados arcos fa-
ventrículo (V) + átrio (A), localizado na região torácica, ríngeos que, nos humanos, seguindo a evolução, origi-
em sua extremidade cranial emergirão, a partir do saco nam face e pescoço e não brânquias.
aórtico, as aortas dorsais e, em sua extremidade caudal, À medida que o embrião se fecha (dobra), durante a
aportarão 3 pares de veias provenientes da 1. drenagem quarta semana de desenvolvimento, os tubos endocárdi-
do corpo (veias cardinais, anteriores e posteriores); 2. drena- cos laterais dirigem-se para a região torácica ventral até
gem da parede da vesícula vitelina (veias vit~linas) e 3. dre- se fundirem, ao mesmo tempo que as aortas dorsais, pre-
nagem das vilosidades placentárias (veias umbilicais). O tu- sas às extremidades craniais dos tubos endocárdicos, são
bo endocárdico, da 4!! à 8!!semana, formará Ô coração, puxadas para a região ventral, formando, entre o 222 e o
complexo de 4 cavidades, 2 que recebem os tratos de en- 242 dia, um par de alças dorsoventrais, os primeiros arcos
trada e 2 que se continuam com os tratos de saída; simul- aórticos que se localizam no interior das condensaçães
taneamente, os vasos arteriais e venosos se desenvolvem a mesenquimais que originam o primeiro par de arcos
partir dos primitivos já mencionados (Figs. 2-2 e 2-3). faríngeos (I). Nos dias subseqüentes, 4 pares adicionais

Fig. 2-3. Seqüência de esquemas mostrando,


em cortes transversais, no período
compreendido entre o 19Qe o 21Qdia do
fechamento do embrião, a formação do tubo
endocárdico ventral único, pela fusão dos
2 tubos endocárdicos laterais.TE= Tubos
endocárdicos.
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS

Fig. 2-4. Esquemas mostrando a formação dos


arcos aórticos. (A) Aos 23 dias, quando o
primeiro par de arcos aórticos está presente.
(8) Aos 28 dias, quando o 3Qe o 4Qarcos
aórticosaparecem,e o 1Q já regrediuem
grande parte. (C) Aos 29 dias, quando o 6Q
arco aórtico já se formou e o 2Qjá regrediu em
parte.

de arcos aórticos desenvolvem-se em sucessão craniocau- res, em suas porções ligadas ao saco aórtico, perdendo
daI, conectando o saco aórtico às aortas dorsais. Desse sua conexão com a aorta dorsal direita, transformada em
modo, entre o 262 e o 292 dia, os 11,III, IV e VI arcos aór- artéria subclávia direita, mas retendo-a com a aorta dor-
ticos formam-se por vasculogênese e angiogênese dentro sal esquerda, transformada em arco da artéria aorta: tal
conexão mantida será o dueto arterioso, a se transformar
dos respectivos arcos faríngeos (Fig. 2-4).
Os 2 primeiros pares de arcos aórticos regridem à em ligamento arterioso após o nascimento (Fig. 2-5).
medida que os arcos mais caudais se formam. O 12 deles
regride completamente, deixando segmentos que po-
FUSÃO DAS AORTAS DORSAIS E SEUS RAMOS
dem dar origem às artérias maxilares; o 22, por sua vez,
deixa como remanescentes as artéri;ls estapédicas. O 32
arco desenvolve-se formando as artérias carótidas co- As aortas dorsais, direita e esquerda (AD), permanecem
muns direita e esquerda e, também, as artérias carótidas separadas umas das outras na altura dos arcos aórticos,
internas direita e esquerda; as porções distais das artérias porém, na quarta semana, elas se fundem entre o 42 seg-
carótidas surgem por extensões craniais das aortas dor- mento torácico e o 42 segmento lombar, originando, nes-
sais, enquanto que as artérias carótidas externas, direita e se trecho, a aorta dorsal única (Figs. 2-6 e 2-7).
esquerda, brotam a partir das carótidas comuns (Fig. Ainda, ao final da terceira semana, as aortas dorsais
2-5). O 42 arco aórtico esquerdo, juntamente com o saco originam curtos brotamentos póstero-Iaterais que se insi-
aórtico e o segmento de aorta dorsal esquerda, que lhe é nuam nos espaços por entre os somitos em desenvolvi-
caudal, formará o arco da artéria aorta (Ao), dele. saindo mento: são as artérias intersegmentares. As 7 primeiras
a 7~ artéria intersegmentar dorsal, que dará origem à ar- intersegmentares cervicais fundem-se e originam as arté-
téria subclávia esquerda (ScE). No lado direito do em- rias vertebrais, direita e esquerda, que emergem das arté-
brião, o 42 arco aórtico, em continuidade com a 7~artéria rias subclávias (Se), originárias das 7~ intersegmentares.
intersegmentar dorsal, formará a artéria su~clávia direita Também fruto da fusão de intersegmentares são as arté-
(ScD).já o 62 arco aórtico formará as artérias pulmona- rias: cervical profunda, cervical ascendente, intercostal

Fig. 2-5. Esquemas da diferenciação dos arcos


aórticos no período compreendido entre a 4~e
a 8~semanas de desenvolvimento do embrião.
ScD= Subcláviadireita; ScE= subclávia
esquerda; Ao = artéria aorta.
Capítulo 2
EMBRIOLOGIAE HISTOLOGIADO SISTEMAV ASCULAR

Fig. 2-6. Esquemas mostrando a fusão das


aortas dorsais durante a 4~ semana entre os
segmentos 42 torácico e 42 lombar.
c AD = Aorta dorsal única; ASV = artérias sacrais
ventrais; ASL = artérias sacrais laterais;
21 dias 24 dias 28 dias 37 dias
Sc = subclávia; AU = artérias umbilicais.

superior, torácica interna e epigástricas superior e infe- inferior ou artéria do intestino posterior) (Figs. 2-2, 2-5 e
rior (Fig. 2-5). 2-7).
Nas regiões torácica e lombar, as artérias interseg- O par de plexos umbilicais origina um par de artérias
mentares dividem-se em um ramo dorsal, que supre o umbilicais (AU) que se dirigem para o pedículo primitivo
tubo neural e os miótomos epiméricos em desenvolvi- do embrião, depois cordão umbilical. Tais artérias, emer-
mento (que formarão os músculos profundos do pescoço gindo inicialmente como ramos ventrais sacrais das aortas
e dorso) e envia sub-ramos cutâneos para o dorso, e um dorsais, perdem, durante a quinta semana, as suas cone-
ramo ventral, que supre os miótomos hipoméricos em xões originais por se obliterarem, mas desenvolvem uma
desenvolvimento e pele associada. Na região torácica, segunda conexão com as 5~ intersegmentares lombares,
tais ramos ventrais formarão as artérias intercostais e, nas formando, com elas, as artérias ilíacas comuns, ilíacas
regiões lombar e sacral, darão origem, respectivamente, internas (AI int.) e ilíacas externas (AI ext.) (Fig. 2-8).
às artérias lombares e artérias sacrais laterais. Uma curta Além dos ramos intersegmentares, que são dorsola-
continuação da artéria dorsal caudalmente situada à terais, e dos ramos segmentares ventrais, a aorta dorsal
bifurcação das ilíacas comuns chamar-se-á artéria sacral única também possui ramos segmentares laterais (ASL),
mediana (Fig. 2-6). que incluem as artérias frênicas (FR) (com ramos supra-
Antes da fusão das aortas dorsais, cada uma delas renais superiores), artérias supra-renais médias (SR)
originava um plexo vitelino e um plexo umbilical. Os ple- (mantêm-se como as próprias supra-renais entre o 62 e o
xos vitelinos direito e esquerdo (PV), após a fusão, esta- 122 segmento torácico), artérias renais (R) (com ramos
rão formando, aos 29 dias, um grande número de ramos supra-renais superiores); como os definitivos rins surgem
ventrais (ASV) de saída da aorta dorsal única para o na região sacral e migram para a região lombar, as suas
suprimento sanguíneo da vesícula vitelina, q~ diminui artérias vão degenerando e sendo substituídas à medida
progressivamente de tamanho. Desses, restarão, por vol- que os rins ascendem, observando-se que as definitivas
ta da sétima semana, 5 ramos ventrais torácicos (para o artérias renais originam-se da região lombar (superior) e
esôfago) e 3 ramos ventrais abdominais (artéria celíaca as artérias gonadais (G) (com a descida das gônadas, suas
ou artéria do intestino anterior, artéria mesentérica supe- artérias alongam-se, mantendo suas origens fixadas na
rior ou artéria do intestino médio e artéria mesentérica altura dos níveis 32 e 42 lombares) (Figs. 2-5 e 2-8).
I

Fig. 2.7. Esquemas mostrando o destino dos


plexos vitelinose a formação dos ramos
ventrais da aorta dorsal. AD = Artéria dorsal.
Seção I
CAPíTULOSBÁSICOS

Fig. 2-8. Esquemas mostrando em (A) a formação das


artérias ilíacascomuns, internas e externas. AI int. = Artéria
ilíaca interna; AI ext. = artéria ilíaca externa; AU = artéria
umbilical. (B) Formação e desenvolvimento dos ramos
segmentares laterais da aorta dorsal. FR = Artérias trênicas;
G SR = artérias supra-renais; R = artérias renais; G = artérias
gonadais.

---
terminal da artéria axial, o arco palmar profundo persiste,
FORMAÇÃO DAS ARTÉRIAS DOS
e ramos da interóssea, como a artéria radial, artéria ulnar e
MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
artéria mediana, anastomosam-se formando o arco palmar
As artérias dos membros superiores e inferiores derivam-se superficial (Fig. 2-9). De modo diferente, a artéria axial do
das artérias intersegmentares dorsolaterais que irrigam os membro inferior (artéria isquiática), que é uma continua-
brotamentos dos membros, respectivamente, "r--interseg- ção distal da artéria iliaca interqa, na quase totalidade,
mentar cervical (mo superior) e 511intersegmentar lombar degenera-se, sendo substituída, em grande parte, pela arté-
(mo inferior). Ambas formam, no interior do brotamento ria ilíaca externa. No entanto, a artéria isquiática persiste
do membro (superior ou inferior) uma artéria axial. A axi- em 3 pequenos trechos: artéria isquiática, artéria poplítea
al do membro superior desenvolve-se em artéria braquial e artéria fibular. Os demais vasos arteriais são brotamentos
(braço) e artéria interóssea (antebraço). Primitivamente, da artéria iliaca externa (Fig. 2-10).

A.ax 'al .'

A ~ o'
A. braquial
A. braquial

Arco palmar Figo 2-90 Formação do sistema arterial do


D superficial membro superior. mostrado (A) aos 30 dias.
(B) Aos 41 dias. (C) Aos 46 dias. (D) Final do
período tetal.
Capítulo 2
EMBRIOLOGIAE HISTOLOGIADO SISTEMAVASCULAR

A.aorta
A. ilíaca comum
A. sacral média

A. sacral medo

A. perfurantes

A. tibial anterior A. tibial posterior

A. tibial posterior A. tibial posterior


superficial

A. tibial anterior

D A. fibular

A. plantar lateral

Fig. 2-10. Formação do sistema arterial do


E A. plantar laieral
membro interior mostrado (A) aos 36 dias.
A. plantar medial
(8) Aos 49 dias. (C) Aos 52 dias. (D) Aos 60
dias. (E) Final do período teta!.

, xos capilares darão origem aos sinusóides hepáticos. Den-


FORMAÇÃO DAS VEIAS
tro do tecido hepático, as duas veias formam um canal, o
dueto venoso. À medida que o seio venoso esquerdo re-
o sistema venoso de um embrião de 4 semanas compre- gride para formar o seio coronário, a veiavitelina esquer-
ende: 1. sistema cardinal (formado pelas veias cardinais da também diminui de modo a haver desaparecido na
anteriores e posteriores, que desembocaín na extremida- região do seio venoso até o terceiro mês, ocasião em que a
de caudal do tubo endocárdico - seio venoso, (SV), como dre~agem do sangue proveniente do lado esquerdo das
veias cardinais comuns direita e esquerda, drenando a vísceras abdominais alcança o coração através da veia
cabeça, o pescoço, a parede do corpo e os membros); 2. vitelina direita seguindo as anastomoses intra-hepáticas
veias vitelinas direita e esquerda (que drenam, inicial- ou em torno da porção abdominal do intestino anterior.
mente, a vesícula vitelina) e 3) veias umbilicais direita e Fora da região hepática, as duas veias vitelinas cercam o
esquerda (que se desenvolvem no pedículo primitivo do duodeno (D), anastomosando-se em vários pontos; esta
embrião e carreiam sangue oxigenado da placenta para o porção das vitelinas regride durante o segundo e terceiro
corpo do embrião) (Fig. 2-11). meses, permanecendo apenas uma parte da veia vitelina
De modo diferente das artérias vitelinas, as veias vite- direita e algumas das anastomoses que, no conjunto, for-
linas originam-se de plexos capilares que surgem na pare- mam a veia porta e suas tributárias, as veias mesentérica
de da vesícula vitelina, e próximo à sua desembocadura superior e inferior e esplênica (Fig. 2-11).
nos seios venosos direito e esquerdo, dentro do mesên- Contrastando com a regressão da veia vitelina es-
quima dosepto transverso, tornam-se misturados com os querda, a veia umbilical direita torna-se, durante o segun-
cordões de células hepáticas em formação (F); aí, tais ple- do mês, totalmente obliterada enquanto que a veia umbi-
Seção I
CAPíTULOS
BÁsICOS

CA.J! ( A ) Il..cA
1.5 sv ~

Fig. 2-11. Esquema de formação das veias


vendo-se em (A), na 4a semana, o esquema
geral da circulaçãovenosa.
CP CP (8) Aos 35 dias, os vasos vitelinose umbilicais.
(C) Na 8a semana, a veia porta e tributárias e a
veia umbilicalesquerda. SV= Seiovenoso;
B c CC= cardinaiscomuns; F= fígado;
D = duodeno; CP= cardinal posterior;
CA = cardinal anterior.

lical esquerda persiste, porém, perdendo sua conexão das veias cardinais posteriores, de 2 pares de vasos, das
com o seio venoso esquerdo, anastomosando-se com o veias subcardinais e das veias supracardinais, que, como
ducto venoso, fazendo com que o sangue oxigenado pro- todo o sistema cardinal, mostram simetria bilateral mas
veniente da placenta tenha este único caminho até o seio que, com o desenvolvimento, sofrem profundas modifi-
venoso direito (Fig. 2-11). cações (Figs. 2-11 e 2-12).
O sistema cardinal que se desenvolve na terceira e O sistema subcardinal (Sbc) drena inicialmente
quarta semanas para drenar a cabeça, pescoço e parede estruturas da região dorsal mediana da parede do corpo,
do corpo constitui-se, inicialmente, de um par de vasos principalmente os rins e as gônad'as (G). As veias subcar-
posteriores (CP) e outro par de vasos anteriores (CA) que dinais nascem das cardinais posteriores ao final da sexta
se ligam aos seios venosos pelas veias cardinais comuns semana e se dirigem caudalmente na parede dorsal me-
(CC). Esses vasos são aumentados pela formação, a partir diana do corpo. Na 7~ e 8~ semanas, interconectam-se

Fig. 2-12. Formação e desenvolvimento do sistema cardinal.


Formação das veias cava superior e inferior, veias grande e
pequena ázigos. Vê-se em (A) esquema geral do sistema
cardinal aos 28 dias. (8) Aos 35 dias. (C) Aos 56 dias.
(D) Ao final do período fetal. Sbc = Sistema subcardinal;
Spc = sistema supracardinal; CP = cardinal posterior;
Vit. = veia vitalina; Az = ázigo; G = gonadal; I, II e
111= segmentos da veia cava inferior; IV= bifurcação das
ilíacas.
Capítulo2
EMBRIOLOGIA
EHISTOLOGIADOSISTEMA
VASCULAR

por numerosas anastomoses e fazem anastomoses com venosos direito e esquerdo, respectivamente. Elas se anas-
as cardinais posteriores que lhes deram origem. Logo a tomosam, formando a veia cava superior (veia cardinal co-
seguir, os segmentos longitudinais da veia subcardinal mum direita + segmento proximal da veia cardinal anteri-
esquerda regridem, de modo que, na nona semana, ape- or direita). A anastomose entre as cardinais anteriores
nas as anastomoses drenam o lado esquerdo do corpo dará origem à veia braquiocefálica esquerda, enquanto
para a veia subcardinal direita que, por sua vez, perde a que a porção distal da veia cardinal anterior direita forma-
sua conexão com a veia cardinal posterior direita; mas, rá o veia braquiocefálica direita. Com isso, a conexão ini-
estabelecem relação com a veia vitelina direita (Vil.), de cial da veia cardinal comum esquerda é perdida, deixan-
modo a formar os segmentos I e II da veia cava inferior do, aí, um remanescente, a veia oblíqua do átrio esquerdo,
(Fig. 2-12). que drenará para o seio coronário, formado a partir do
seio venoso esquerdo (Fig. 2-12).
O sistema supracardinal (Spc) drena a parede do cor-
po através das veias intercostais, tomando, assim, a função
das veias cardinais posteriores. Surgem durante o proces- --- - - -- -- --
so de remodelagem das veias subcardinais, crescendo cau- FORMAÇÃO DO SISTEMA DE
dalmente e medialmente às veias cardinais posteriores. VASOS LINFÁTICOS
Durante o crescimento das supracardinais, as cardinais
posteriores obliteram-se quase em sua totalidade, porém a De modo semelhante aos vasos sanguíneos arteriais e
sua anastomose caudal persiste e é alcançada pelas supra- venosos, os vasos linfáticos surgem por vasculogênese e
cardinais. Enquanto a veia supracardinal esquerda se obli- angiogênese, só aparecendo após a quinta semana. Pelo
tera em sua porção abdominal, a veia supracardinal direi- final da quinta semana, surge um par de vesículas (sacos
ta forma o segmento III da veia cava inferior, e a anasto- linfáticos jugulares), coletando ,fluido dos linfáticos dos
mose das cardinais posteriores que persiste forma seu seg- membros superiores, tronco superior, cabeça e pescoço.
mento IV, ou seja, a bifurcação das ilíacas. As veias ilíacas Na sexta semana, 4 sacos linfáticos adicionais: saco linfá-
comuns crescem e formam brotamentos (veias ilíacas tico retroperitoneal, cisterna do quilo e o par de sacos
externa e interna) para os membros inferiores e órgãos linfáticos posteriores (ou ilíacos), envolvidos na coleta de
pélvicos. Em sua porção torácica, a supracardinal direita é linfa do tronco e membros inferiores. A cisterna do quilo
preservada, vindo a formar as veias intercostais, bem drena, inicialmente, para um par de ductos linfáticos
como a veia ázigo (Az) que drena para o átrio direito atra- torácicos que, por sua vez, deságuam na circulação veno-
vés da veia cava superior. De modo diferente, a porção sa entre as veias jugulares externa e interna e subclávia.
torácica da veia supracardinal esquerda (veia hemiázigo) Durante o desenvolvimento, porções dos ductos são obli-
perde a conexão com a veia cardinal posterior esquerda e teradas, de modo a se formar apenas o ducto torácico
passa a drenar para a veia ázigo (Fig. 2-12). definitivo, derivado da porção caudal do ducto torácico
As veias cardinais anteriores drenam inicialmente o direito, porção cefálica do ducto torácico esquerdo e
sangue proveniente da cabeça e do pescoço paIa os seios anastomose mediana (Fig. 2-13).

A Fig. 2-13. Esquema de formação dos vasos


linfáticos, vendo-seem (A) aos 42 dias.
(B) Aos 56 dias. (C) 16 semanas.
Seção I
CAPíTULOSBÁSICOS

MÁS-FORMAÇÕES CONGÊNITAS DOS sangue chega a uma rede de capilares de parede delgada
e daí, de volta, através das veias, que aumentam seu cali-
- -- -
VASOS SANGuíNEOS E LINFÁTICOS
-- -- bre cada vez mais, até retornar ao coração.
Durante a formação dos vasos sanguíneos no desenvol- As artérias possuem, em sua parede, 3 camadas prin-
vimento embrionário, constata-se como freqüente o cipais: a túnica íntima (I), formada por uma fileira de célu-
estabelecimento inicial de um padrão de simetria bilate- las achatadas, o endotélio, com seu maior eixo orientado
ral que irá, no decorrer do período seguinte, sofrer uma no sentido do fluxo de sangue e sustentada por escasso
série de regressões, anastomoses e remodelagens até tecido conjuntivo frouxo; a túnica média (M), composta
produzir o padrão definitivo. Tais regressões afetam, so- de células musculares lisas orientadas circularmente e a
bretudo, o lado esquerdo, no sistema venoso; e o lado túnica adventícia (A), formada por tecido conjuntivo, com
direito, no caso do sistema de arcos aórticos, fazendo fibroblastos e feixes de colágeno orientados longitudinal-
com que o retorno do sistema venoso seja canalizado pa- mente. A espessura das túnicas média e adventícia varia
ra o átrio direito e o 42 arco aórtico esquerdo seja o arco de acordo com o calibre do vaso, mas, de modo geral, a
da aorta definitiva. túnica média é mais espessa que a adventícia (Fig. 2-14).
Grande parte das más-formações congênitas pode Nas artérias, há uma camada de tecido elástico, fenes-
resultar sobretudo de falha na regressão de algum ele- trada, situada entre as túnicas íntima e média, denomina-
mento estabelecido durante a remodelagem final. Sendo da lâmina elástica interna e, entre as túnicas média e
assim, pode-se ter: 1. persistência da aorta dorsal direita, adventícia, uma outra denominada lâmina elástica exter-
ocasionando anéis vasculares que promovem constrição na. Podem ser classificadas em: 1. artérias de grande cali-
na traquéia e esôfago; 2. espessamento da parede da aor- bre (artérias elásticas ou condutoras, p. ex: aorta, pulmo-
ta próximo ao ducto arterioso, ao que se denomina de nar e seus ramos próximos); 2. artérias de médio e peque-
coarctação da aorta pré ou pós-ductal; 3. persistência da no calibres, p. ex. (artérias muscufares ou distribuidoras,
veia supracardinal esquerda, causando dupla veia cava in- p. ex: cerebral, radial, femoral); 3. arteríolas (Fig. 2-14).
ferior; 4. persistência de veia cardinal anterior esquerda, Nas artérias de grande calibre, a túnica íntima apre-
causando dupla veia cava superior; 5. ausência de seg- senta, relativamente, espessa camada de tecido conjuntivo
mento hepático da veia cava inferior, levando a drena- subendotelial com fibroblastos e delgadas fibras coláge-
gem da veia cava inferior a ser feita pelo sistema ázigo - nas longitudinalmente orientadas. A túnica média contém
veia cava superior; 6. linfedema, resultante de hipoplasia 20 a"25 lâminas elásticas fenestradas de tecido elástico
linfática.
alternando com delgadas camadas de células musculares
-...--- lisas orientadas circularmente, além de fibras reticulares e
MORFOLOGIA MICROSCÓPICA DOS microfibrilas elásticas. A lâmina elástica interna não é dis-
VASOS SANGuíNEOS tinguível das demais lâminas elásticas que se sucedem na
---- túnica média. A preponderância de tecido elástico sobre
o sistemavascular(ou sistemacirculatório)cortsistede as células musculares faz com que essas artérias sejam
uma bomba muscular, o coração, e 2 sistemas de vasos denominadas de elásticas, por sua alta elasticidade. A
sanguíneos: a circulação pulmonar, levando e trazendo túnica adventícia é relativamente delgada e contém peque-
sangue aos pulmões, e a circulação sistêmica, distribuin- nos vasos sanguíneos (vasa vasorum) que penetram a certa
do sangue aos tecidos e órgãos do corpo. 'Em ambas as distância na túnica média (Fig. 2-14).
circulações, o sangue sai do coração direto para as arté- Nas artérias de médio e pequeno calibres, o tecido
rias, que diminuem seu calibre cada vez mais até que o conjuhtivo subendotelial é mais escasso. A túnica média

Fig. 2-14. Esquema da parede de artérias,


vendo-se em (A) artéria de grande calibre.
(8) Artéria de médio calibre.(e) Artéria de
pequeno calibre.(D) Arteríola.(E) Metarteríola.
F (F) Microcirculação.I= Túnica íntima;
M = túnica média; A = túnica adventícia.
Capítulo 2
EMBRIOLOGIAE HISTOLOGIADO SISTEMAV ASCULAR

não possui lâminas elásticas e sim poucas fibras elásticas nalmente, e prolongamentos secundários, dispostos circu-
que se distribuem por entre as células musculares lisas, larmente, ambos dotados de filamentos contráteis em seu
dando aí nítida demonstração da predominância do citoplasma. Tais células são cobertas por uma lâmina
componente muscular sobre o elástico. A lâmina elástica externa contínua com a lâmina basal do endotélio, além
interna é proeminente e, no tocante à lâmina elástica de junções comunicantes entre endotélio e pericito. Estes
externa, nas de médio calibre consiste de uma condensa- capilares são encontrados nos músculos, cérebro, tecidos
ção de fibras elásticas, não existindo porém nas artérias conjuntivos e pulmão (Fig. 2-15).
de pequeno calibre. A túnica adventícia possui fibroblas- Em um outro tipo de capilar (fenestrado), o citoplas-
tos dispersos e fibras colágenas orientadas longitudinal- ma das células endoteliais apresenta poros ou fenestra-
mente e que se misturam com os tecidos circunjacentes ções com 60 a 70 mm de diâmetro. Tais capilares são en-
(Fig.2-14). contrados no pâncreas, glândulas endócrinas, vilosida-
Nas arteríolas, cujo diâmetro varia de 30 a 300 ~m, a des intestinais e glomérulos renais. Um terceiro tipo de
túnica íntima exibe escassas fibras reticulares no tecido capilar (sinusóide), encontrado no fígado, medula óssea
subendotelial. A lâmina elástica interna existe somente e baço, apresenta espaços por entre as células endoteliais,
nas grandes arteríolas, e a túnica média possui uma ou e a sua luz é irregular. Células fagocitárias estão sempre
duas camadas de células musculares lisas orientadas cir- associadas a esses capilares e, às vezes, fazendo parte de
cularmente nas grandes arteríolas e, nas pequenas, ape- seu revestimento (Fig. 2-15).
nas uma célula muscular lisa, porém circundando todo o A trama de capilares é drenada pelas vênulas, e estas
vaso. Fibras colágenas e ocasionais fibroblastos estão pre- aumentam progressivamente seu calibre, transforman-
sentes na adventícia. Na transição entre arteríolas termi- do-se em veias de pequeno, médio e grande calibres. As
nais e capilares (isto é, metarteríolas), a célula muscular vênulas ditas pós-capilares possuem uma parede consti-
da túnica média perde a sua continuidade, isto é, mais tuída por células endoteliais e otasionais pericitos envol-
espaçadamente, as células envolvem todo o vaso. Ao se vidos por lâmina basal. As vênulas musculares possuem,
continuarem com os capilares, ocorrem os esfíncteres em vez de pericitos ao redor do endotélio, uma camada
pré-capilares (Fig. 2-14). de células musculares lisas. A troca de metabólitos entre
Os capilares são tubos revestidos por endotélio delga- o sangue e os tecidos continua nas pequenas vênulas. Ne-
do, de diâmetro mais ou menos uniforme entre 8 e 11 ~m. las, durante o processo inflamatório, ocorre passagem
Um capilar presente numa rede vascular tem, somente, de .fluido para a formação do edema, bem como de leu-
comprimento máximo de 0,25 a 1 ~m, porém, se for calcu- cócitos (Fig. 2-16).
lado o comprimento total dos capilares no corpo, esti- As veias de pequeno e médio calibres possuem uma
ma-se em mais de 40.000 milhas. As células endoteliais, íntima constituída por endotélio e escasso conjuntivo
além de oferecer uma superfície lisa, não trombogênica, subendotelial, uma túnica média formada por uma ou
também degradam lipoproteínas do plasma para prover duas camadas de células musculares orientadas circular-
os tecidos vizinhos ou células adiposas de ácid~s graxos. mente e mostrando fibras reticulares e elásticas de per-
Além disso, podem secretar substâncias envolvidas na meio. A túnica adventícia bastante espessa possui feixes
coagulação do sangue ou moléculas de adesão que permi- de fibras colagênias, fibras musculares lisas e fibroblas-
tam a passagem de leucócitos (Fig. 2-15). tos orientados longitudinalmente. Fato marcante é a pre-
Em um tipo de capilar (contínuo), a c.élula endotelial sença de valvas nas veias de médio calibre (mais numero-
possui uma membrana basal sustentada por uma trama de sas nas veias de membros inferiores), constituídas por pre-
fibras reticulares. Espaçadamente, encontram-se pericitos gas da túnica íntima que se projetam ao lado oposto da
com seus prolongamentos primários, dispostos longitudi- luz (Fig. 2-16).

Fig. 2-15. Esquemas de capilares, mostrando


em (A) capilar contínuo. (8) Capilar fenestrado.
(C) Capilar sinusóide.
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS

~}I
-
'- - - - ~}M
...--'
-..
:~.::.:;~ }A
C

Fig. 2-16. Esquemas de parede de veias,


- -- - -- vendo-se em (A) vênula pós-capilar.
(8) Vênula muscular. (C) Veia de pequeno
-- - --
-- -::.-:=---- calibre. (D) Veia de médio calibre. (E) Veia de
grande calibre. I = Túnica íntima; M = túnica
E média; A = túnica adventícia.

B
Fig. 2-17. Esquemas mostrando a parede de
linfáticos, vendo-se em (A) capilar linfático.
C (8) Vaso linfático. (C) Ducto linfático.
I = Túnica íntima; M = túnica média;
A = túnica adventícia.

As veias de grande calibre, que incluem as veias cava, duetos linfáticos possuem estrutura semelhante à de
porta, ilíaca e ázigo, têm uma íntima, com tecido conjunti- veias, com fibras musculares orientadas circularmente e
vo subendotelial mais espesso, e uma média, com poucas longitudinalmente. A adventícia é relativamente delga-
camadas de células musculares lisas, orientadas circular- da (Fig. 2-17).
mente. A túnica adventícia é espessa e apresenta feixes de
----
fibras colagênicas, fibras musculares lisas e elásticas, além
BIBLIOGRAFIA
de exibir pequenos vasos de nutrição (vasa vasorum) (Fig.
2-16). Fawcett DW, Jensh RP.Bloom & Fawcett. Concise histology. New
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MORFOLOGIA MICROSCÓPICA DOS
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possuem as 3 camadas, como os vasos sanguíneos, mas Weiss L. Celland tissue biology: a textbook of histology. 6th ed.
possuem valvas bicúspides semelhantes às das veias, e os Baltimore & Munich: Urban and Schwarzenoerg, 1988.

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