BRASILIA, DF
2012
ÉVERTON IBARGOYEN RIBEIRO
Brasília, DF
2012
R484i Ribeiro, Éverton Ibargoyen.
A influência do Programa Minha Casa Minha Vida na conscientização ambiental
dos moradores do residencial Jardim Bela vista/Éverton Ibargoyen Ribeiro – 2012.
88f. il.; 30cm.
Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2012.
Orientação: Prof. Dr. Edson Kenji Kondo
CDU 502
DEDICATÓRIA
O tema do presente trabalho foi consciência ambiental. O principal objetivo foi identificar a
influência do Programa Minha Casa Minha Vida na conscientização ambiental dos moradores
da Residencial Jardim Bela Vista, tendo como objetivos específicos: comparar as ações, hábitos
e atitudes relacionadas ao meio ambiente praticadas pelos moradores antes e depois de vir a
morar no Residencial Jardim Bela Vista, identificar as possíveis semelhanças existentes entre as
respostas dos entes pesquisados e as respostas da pesquisa nacional de consciência ambiental
realizada pelo Ministério do Meio ambiente em maio de 2012 e fornecer subsídios teóricos-
práticos iniciais, para avaliar a efetividade do aumento da participação cidadã, previsto no item
“f” da Portaria 465/2011. Metodologicamente o presente trabalho realizou pesquisas
bibliográficas e documentais, definindo os parâmetros teóricos para então desenvolver o estudo
de caso por meio de uma pesquisa de campo utilizando questionários baseados na pesquisa de
consciência ambiental de 2012 do Ministério do Meio Ambiente. Os testes estatísticos de qui
quadrado realizados sobre a relação do Programa Minha Casa Minha Vida na consciência
ambiental , rejeitaram a hipótese nula de não interferência; mostrando haver evidência
estatística que indica a existência de uma relação. Os resultados encontrados guardam
semelhança com os resultados da pesquisa do MMA e a participação cidadã foi identificada no
reconhecimento da responsabilidade pelo meio ambiente de “cada um de nós” e da
“comunidade/associações de moradores”. A mudança para muito melhor na sua vida foi
reconhecida por 68% dos respondentes.
Palavras Chaves: Consciência ambiental: Meio ambiente: Programa Minha Casa Minha Vida.
ABSTRACT
RIBEIRO, Éverton Ibargoyen. The Influence of the Program My House My Life in raising
environmental awareness among the residents of Residencial Jardim Bela Vista, Formosa
/ GO. 2012. 88f. Dissertation (Master in Environmental Planning and Management) - Catholic
University of Brasília, Brasília, 2012.
The theme of this work was environmental awareness. The main objective was to identify the
influence of the Program My House My Life in raising environmental awareness among the
residents of Residencial Jardim Bela Vista, with the following specific objectives: to compare
actions, habits and attitudes regarding the environment before and after coming to live in
Residencial Jardim Bela Vista, identify similarities between the responses of those surveyed
and the responses from the national survey of environmental awareness carried out by the
Ministry of Environment in May 2012, and provide theoretical and practical inputs to assess
the efficiency of increased citizen participation as recommended by item "f" of Ordinance
465/2011. Methodologically, the study started with a bibliographical research, including
primary documents in order to define the theoretical basis of the study and then carried out a
case study through field work by a questionnaire survey similar to the one conducted by the
Ministry of Environment in May 2012. The chi-square statistical tests performed on three
dimensions of the items surveyed rejected the null hypothesis of non-interference in the
environmental awareness of the program, confirming that changes were identified in
environmental awareness with 10% margin of error. The results hold similarity search results of
MMA and citizen participation was identified, at least conceptually, in the recognition of
responsibility for the environment of "each one of us" and "community / neighbourhood
associations." The move to much better in his life was recognised by 68% of respondents.
1.1 APRESENTAÇÃO
A preservação do Meio Ambiente passa, segundo Jacobi (2003), pela promoção da
consciência ambiental, com a participação da população que se torna co-responsável na
fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental. Ainda segundo esse autor,
existe uma demanda para esta participação mais efetiva da sociedade, inclusive para questionar
de forma concreta a implantação de políticas ditadas pelo binômio da sustentabilidade e do
desenvolvimento num contexto de crescente dificuldade na promoção da inclusão social. Nesse
contexto, o autor sugere que a postura de dependência e de desresponsabilização da população
decorre, principalmente, da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um déficit de
práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos que proponham
uma nova cultura de direitos baseada na motivação e na co-participação.
De forma semelhante, Nogueira (1992) descreve que as pessoas não degradam o meio
ambiente apenas por ignorância, mas sim porque tiram vantagens ou são prejudicadas por forças
econômicas, sociais, políticas e institucionais em decorrência dos direitos de propriedade
privada sobre os recursos ambientais.
Para reverter as causas dos complexos problemas ambientais faz-se necessário mudar
conhecimento, valores e comportamentos da realidade econômica (LEFF, 2001).
Surgiram então as perguntas que motivaram esta pesquisa: como falar em preservação
do meio ambiente para pessoas que não possuem onde morar? Como pedir para a comunidade
não jogar lixo, quando não existe coleta? Como falar em não jogar detritos em rios e fontes
quando não existe saneamento básico?
12
Entre as diretrizes gerais do Programa Minha Casa Minha Vida - MCMV, previstas na
PORTARIA número 465, de 03 de outubro de 2011, destaca-se a “provisão habitacional em
consonância com os planos diretores municipais, garantindo sustentabilidade social,
econômica e ambiental aos projetos de maneira integrada a outras intervenções ou programas
da União e demais esferas de governo” (grifo nosso)
Empregado da Caixa há seis anos, tornou-se mais tangível o significado do trabalho que
é realizado. O envolvimento de diversos atores, como o dos executivos regionais que negociam
com as construtoras e com as Prefeituras Municipais, o dos engenheiros integrantes do quadro
de empregados e contratados, o dos demais colegas que trabalham conscientes da importância
do trabalho que realizam, projetando, avaliando, analisando dados, colhendo assinaturas tanto
nas unidades da Caixa como nos centros comunitários dos empreendimentos.
13
Conforme relato dos assistentes sociais da Caixa, ao se falar em renda zero, imagina-se
uma figura de linguagem, uma escala numérica, apenas, o que é um engano, pois muitas
famílias que estão no Programa tem renda zero, sem nenhuma perspectiva de ganho consistente,
vivendo de pequenos ganhos ou, até mesmo, de esmolas. Existem registros dos técnicos sociais
da Caixa com a informação de que algumas famílias nunca tinham convivido com instalações
sanitárias, não sabendo da funcionalidade de um vaso sanitário e de uma caixa de descarga, de
uma vida em condomínio e de uma coleta seletiva de lixo.
1.3 OBJETIVOS
O objetivo principal foi: Identificar a influência do Programa Minha Casa Minha Vida
na conscientização ambiental dos moradores do Residencial Jardim Bela Vista
14
1.4 COMPOSIÇÃO DO TRABALHO
A presente dissertação inicia com esta introdução que apresenta o trabalho, suas
justificativas e delimitação do problema, seus objetivo geral e específicos.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para Vergara (2004), o referencial teórico apresenta os estudos e conceitos sobre o tema,
ou mais detalhadamente sobre o problema de pesquisa, os quais constem em obras de diversos
autores. No mesmo sentido, Cruz e Ribeiro (2004, p.117) destacam que “o referencial teórico
constitui-se no embasamento que dá sustentação ao objeto de estudo”, sendo resultante de
pesquisas bibliográficas em autores que relatam o tema e o problema em questão.
Ao se buscar a influência do Programa Minha Casa Minha Vida na conscientização das
questões relacionadas ao meio ambiente, se considerou fundamental uma reflexão sobre os
conceitos de ambiente e de sua preservação à luz das questões econômicas e sociais. Na
sequência, busca-se identificar o que é consciência ambiental, discorrendo-se sobre a habitação
no Brasil. Conclui-se o referencial descrevendo o que é habitação de interesse social e o
Programa Minha Casa Minha Vida, com suas diretrizes, parâmetros e itens legais.
A partir das seis concepções de ambiente identificadas por Sauvé (1997) construiu-se o
quadro abaixo que permite visualizar o quanto é complexo definir ambiente. A viabilidade
econômica, a estabilidade e a produtividade de cada uma das relações homem x natureza não
podem ser explicadas ou entendidas numa visão ética centrada na natureza, como sugeria a
“Vertente Ecológico-Preservacionista da Educação Ambiental” da década de 70. É preciso
visualizar as relações natureza-sociedade, como preceitua a “Vertente Sócio ambiental da
Educação Ambiental”, que surgiu na década de 80, cada uma dessas diferentes concepções
influencia na abordagem e na condução da preservação ambiental.
16
QUADRO 1 – AS CONCEPÇÕES DE AMBIENTE DE SAUVÉ
CONCEPÇAO RESUMO
Ambiente como a natureza Para ser apreciado, respeitado, preservado. Original e "puro" do qual os seres
humanos estão dissociados e no qual devem aprender a se relacionar para
enriquecer a qualidade de "ser". A natureza é como uma catedral, que devemos
admirar e respeitar. A natureza como o útero, onde devemos "redimir-nos" para
renascer. Somente um enfoque experimental da natureza "como a natureza
funciona" permite-nos interagir de uma forma apropriada.
Ambiente como um recurso Para ser gerenciado. Esse limitado recurso é deteriorado e degradado. Ele pode ser
gerenciado de acordo com os nossos princípios de desenvolvimento sustentável e de
divisão equitativa. A auditoria ambiental é proposta como uma interessante
estratégia pedagógica, onde pode ser aplicada para o consumo de energia ou para o
gerenciamento do lixo.
Ambiente como um Para ser resolvido nosso ambiente biofísico, o sistema de suporte da vida que está
problema sendo ameaçado pela poluição e pela degradação. Nós devemos aprender a
preservar e a manter sua qualidade. Aqui, é adotado um enfoque pragmático.
Ambiente como um lugar Para conhecer e aprender sobre, para planejar, cuidar. Esse é o nosso ambiente do
para se viver... cotidiano, na escola, nas casas, na vizinhança, no trabalho, no lazer. Caracterizado
pelos seres humanos, nos seus aspectos sócio-culturais, tecnológicos e componentes
históricos. Esse é o nosso ambiente, que devemos aprender a apreciar, desenvolver
o senso de pertencer a ele. Nós devemos cuidar do "nosso espaço de vivência".
Ambiente como a biosfera Onde devemos viver juntos, no futuro objeto da consciência planetária. Esse é o
mundo de interdependência entre os seres vivos e inanimados, que clama pela
solidariedade humana. A concepção do ambiente como a biosfera é favorecida pelo
movimento globalizador da educação ambiental.
Ambiente como projeto Onde somos envolvidos. Esse é o ambiente da coletividade humana, o lugar
comunitário dividido, o lugar político, o centro da análise crítica. Ele clama pela solidariedade,
pela democracia e pelo envolvimento individual e coletivo para a participação e a
evolução da comunidade. As ações conjuntas buscam identificar elementos de
consenso que possam conduzir à elaboração e à implementação de soluções
adequadas.
Fonte: SAUVÉ (1997, pg. 3-5)
Embora cada uma dessas seis concepções representa uma visão social do ambiente, é
possível observar que para cada representação particular, o foco pode ser enriquecido por uma
das outras concepções, ou pela combinação dos elementos característicos de dois ou mais
arquétipos. Essas seis concepções são eminentemente complementares e podem ser combinadas
em diversos caminhos. (Sauvé, 1997)
Dias (1994), já sugeria a evolução dos conceitos de meio ambiente e ao modo como esse
era percebido. Este autor apresenta um diagrama, a seguir reproduzido, no qual ressalta os
diversos aspectos da questão ambiental.
17
SOCIAIS
POLÍTICOS
ÉTICOS
TECNOLÓGICOS
CU CIENTÍFICOS
CULTURAIS
ECOLÓGICOS
ECONÔMICOS
Este autor sugere que tratar a questão ambiental abordando-se apenas um de seus
aspectos – o ecológico – seria praticar o mais ingênuo e primário reducionismo. Seria “adotar o
verde pelo verde, o ecologismo e desconsiderar de forma lamentável as raízes profundas de
nossas mazelas ambientais, situadas nos modelos de desenvolvimento adotados sob a tutela dos
credores internacionais.” (DIAS, 1994, p.26.)
Em outra publicação, em 2004, o autor descreve que durante algum tempo se entendeu
que ambiente era formado pela flora, fauna, água, solo e ar. Porém, entende que aos fatores
abióticos (ar, água, solo, energia, etc) e bióticos (flora e fauna) deve ser somado o fator cultural
(paradigmas, valores filosóficos, políticos, morais, científicos, artísticos, sociais, econômicos,
religiosos e outros).
No mesmo sentido Leff (1998) sugere que ambiente deve ser visto como resultado de
relações complexas e sinérgicas gerada pela articulação dos processos de ordem física,
biológica, econômica, política e cultural, um outro modo de compreender o território. O
ambiente, assim percebido, deixa de ser apenas uma dimensão externa ao homem, passando
para uma condição de interdependência das demais dimensões da vida. A questão ecológica
passaria a ser vista de forma holística e sistêmica, onde o homem se veria um ser da natureza.
Nos contextos acima, evidencia-se a complexidade ambiental a qual segundo Jacobi
(2003) decorre da percepção acerca das práticas existentes e das múltiplas possibilidades de
defini-las como uma nova racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica e
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cultura. Para ele, refletir sobre a complexidade ambiental abre uma oportunidade para
compreender a geração de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da
natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a sustentabilidade e a
participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo e a interdependência de diferentes
áreas de saber.
Porém, as coisas não acontecem dessa forma e a problemática ambiental emerge como
uma
[...] crise de civilização: da cultura ocidental; da racionalidade da modernidade; da
economia do mundo globalizado. Não é uma catástrofe ecológica nem um simples
desequilíbrio da economia. É a própria desarticulação do mundo ao qual conduz a
coisificação do ser e a superexploração da natureza [...] (LEFF, 2006, pg.15)
Ainda segundo Leff (2006) a crise ambiental é uma crise das formas de compreensão
do mundo a partir do momento em que o homem surge como um animal capaz de se expressar
pela linguagem, separando a história humana da natural.
Impacto ambiental pode ser considerado qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam a saúde, a segurança e o
bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, as condições estéticas e sanitárias
do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. O saneamento ambiental compreende
atividades referentes ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta e tratamento de
lixo, drenagem e controle de vetores. (BONDUKI, 1998)
Os conceitos expostos caminham no sentido de reconstruir a idéia do todo, da sinergia,
do sistema único que precisa ser preservado. Segundo Jacobi (2003), a preservação ambiental
tem como pressuposto a existência de sustentabilidade social, econômica e ecológica. Para este
autor, essas três dimensões explicitam a necessidade de tornar compatível a melhoria nos níveis
de qualidade de vida com a preservação ambiental, de harmonizar os processos ambientais com
os socioeconômicos, maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades
humanas presentes e futuras.
Dias (2004) ressalta a importância do aculturamento da sociedade para a importância do
meio ambiente como um fator determinante a ser somado aos abióticos e bióticos na concepção
de meio ambiente. Esse processo tem sido desenvolvido por meio da educação ambiental, a
qual, segundo Jacobi (2005, p.10), a partir da Conferência Intergovernamental sobre Educação
19
Ambiental, realizada em Tbilisi, na Geórgia, tem inicio um processo global orientado para: ”[...]
criar as condições para formar uma nova consciência sobre o valor da natureza e reorientar a
produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinariedade e os princípios da
complexidade”.
O que seria esta nova consciência? Como entender esta “consciência ambiental” a ser
buscada? Nesse sentido e considerando o foco desta pesquisa buscou-se referenciar consciência
ambiental.
20
aparelhos de TV ligados somente quando em uso. O autor ressalta que ser consciente
ecologicamente não é vestir roupas com mensagens, mas reconhecer a parcela de
responsabilidade nos problemas ambientais e possuir o desejo de encontrar as devidas soluções.
Numa posição semelhante à apresentada por Dias (1994), Waldman & Schneider (2000),
entendem que o cidadão consciente está atento à economia da energia elétrica e à escassez da
água potável, busca alimentar-se com produtos da agricultura ecológica, além de preocupar-se
em produzir lixo biodegradável e colaborar com a sua reciclagem.
. Como desenvolver esta consciência ambiental que vai além do conceitual, que exige do
individuo atitudes diferentes? A educação ambiental se apresenta como um caminho a ser
percorrido na busca do espírito critico, no entendimento dos conceitos e, principalmente, na
mudança dos comportamentos, conforme sugerido por Butzke et al. ( 2001).
Para falar de educação ambiental, faz-se necessário recordar a Conferência de
Estocolmo (1972), que foi um marco na identificação dos problemas ambientais. Esta
identificação, porém, não gerou ações ou indicou caminhos para resolvê-los. Nesse sentido, os
princípios de educação ambiental estabelecidos no seminário de Tammi (UNESCO, 1974) são
considerados um marco na busca de soluções. Em 1975, a UNESCO cria o PIEA (Programa
Internacional de Educação Ambiental), destinado a promover, nos países-membros, a reflexão,
a ação e a cooperação internacional neste campo.
As dimensões de conteúdo e prática da educação ambiental, orientada para a resolução
concreta dos problemas ambientais por meio de enfoques interdisciplinares e de uma
participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade são contribuições da
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em 1977, na cidade de
Tbilisi/URSS. Esta conferência constituiu-se, até hoje, em ponto determinante no Programa
Internacional de Educação Ambiental. (LOUREIRO, 2004).
A SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente é criada no Brasil em 1973. Em 1981,
a Lei 6938/81 que define uma Política Nacional de Meio Ambiente, situa a educação ambiental
como um dos princípios que garantem a:
[...] preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. (LEI
6.938/91:art.20, X)
21
Recomenda ainda que a Educação ambiental seja oferecida em todos os níveis de ensino
e em programas específicos direcionados para a comunidade. Esta posição é reforçada no
decreto 88.351/83.
A Rio-92 corroborou as premissas de Tbilisi e na Agenda 21, Seção IV, capítulo 4,
definiu como prioridade nas áreas de programa para a educação ambiental a questão de
reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável, aumentar os esforços para
proporcionar informações sobre o meio ambiente que possam promover a conscientização e
treinamento popular (JACOBI, 2005).
A educação ambiental deve procurar, segundo Pereira e Hannas (2000, p.180) ser
transdisciplinar e ir além das ciências exatas, reconciliando-se com as ciências sociais: “Uma
proposta de educação que leve em conta uma visão unitiva do universo. A visão unitiva deve
estar atenta a dois conceitos, um de ordem explícita (as coisas são distintas) e outro de ordem
implícita (as coisas não são separadas)”.
Esta educação proposta poderia alcançar o nível de conhecimento evidenciado pelos
autores pesquisados e gerar a mudança de comportamento esperada. De acordo com Garcia e
Fernandez de Soto (1994), a conscientização das pessoas quanto aos problemas ambientais é
fator determinante para a sensibilização e, consequentemente, o comportamento ecológico.
Este referencial evidenciou a necessidade de entender o meio ambiente de forma
complexa, como um sistema e não apenas como alguns procedimentos de preservação
ecológica, também se buscou entender a consciência ambiental e a influência da educação
ambiental em seu desenvolvimento.
Utilizando-se do conceito de Nogueira (1992) o qual descreve que as pessoas não
degradam o meio ambiente apenas por ignorância, mas sim porque tiram vantagens ou são
prejudicadas por forças econômicas, sociais, políticas e institucionais em decorrência dos
direitos de propriedade privada sobre os recursos ambientais, considera-se importante para a
temática em análise conhecer o acesso da população brasileira à habitação como condição
mínima de qualidade de vida.
22
2.3 HABITAÇÃO NO BRASIL, DA MIGRAÇÃO DO SÉCULO XIX AOS DIAS DE HOJE
A urbanização, segundo Dias (2002, pg.213), torna-se uma ameaça crescente às terras
cultivadas e cultiváveis, ressalta que os responsáveis pelo surgimento de muitas cidades nos
países pobres e em desenvolvimento são grileiros. Para o autor “[...] enquanto uma cidade
planejada surge, milhares de outras, sem quaisquer critérios ambientais, cercam-na”.
Segundo Coelho (2002) a questão habitacional emergiu no Brasil nas três últimas
décadas do século XIX, para os quais contribuíram a decadência da economia do café, bem
como a libertação dos escravos e o surgimento da nova economia industrial nas cidades.
Com uma cronologia diferente, mas com um conceito semelhante, Cavalcanti (1997)
descreve que o desenvolvimento urbano no Brasil se intensificou logo na primeira década do
século XX, quando teve início o processo de migração do campo para a cidade, acentuando-se
nas décadas de 30 e 40, principalmente em direção ao sul do país, centros urbanos e faixa
litorânea. Esse processo se deu em função da industrialização, da grande oferta de emprego e da
mecanização agrícola, responsáveis pelo desordenado e acelerado crescimento das cidades
brasileiras. Assim, foi se montando o quadro dos problemas urbanos ambientais de hoje.
Para Carpinelli (2003), a população migrante sem dinheiro e sem emprego, começa a
“urbanizar”, de forma precária, áreas ambientalmente frágeis, como encostas de morros,
margens de rios e áreas de preservação ambiental, que são bem localizadas, sem valor comercial
e de propriedade alheia. A falta de habitação popular para os trabalhadores mal remunerados ou
desempregados causa a expansão desordenada da malha urbana.
A população que migrou para as cidades deu origem às “habitações coletivas” onde
famílias distintas viviam sobre o mesmo teto. Mesmo combatidas pela sociedade da época, elas
resistiram e foram afastadas das zonas centrais, forçando o surgimento de outra forma de
habitação chamada “favela” em áreas onde, a principio, não existia interesse imobiliário.
(COELHO,2002)
Essa população estava atrás de um abrigo, ainda que precário, longe do conceito mais
amplo de habitação de Bonduki (1979, pg.18): “A habitação não é apenas um abrigo, mas
também um conjunto de equipamentos e infra e superestrutura urbana a ela vinculados.”
Segundo Bonduki (1998), ao não ter acesso às formas tradicionais de moradia, a
população trabalhadora passou a erguer ela mesma alojamentos precários em locais sem
23
nenhum equipamento ou infra-estrutura urbana, como favelas ou loteamentos na periferia que
começaram a ampliar a área ocupada da cidade. Surgem então os loteamentos clandestinos,
iniciando o processo de urbanização informal, por meio de moradias precárias e ocupações
ilegais do solo, sem saneamento e infra-estrutura, causando impactos negativos ao meio
ambiente.
Conceitualmente, ocupações ou assentamentos subnormais são assentamentos
habitacionais irregulares, tais como favelas, mocambos, palafitas e assemelhados, localizados
em terrenos de propriedade alheia, pública ou particular, em áreas de risco ou legalmente
protegidas, ocupadas de forma desordenada e densa, carente de serviços públicos essenciais.
Após a sua instalação, a habitação passa a gerar novos e constantes resíduos, como o esgoto
sanitário e o lixo. Sem uma adequada destinação, eles acabam poluindo o solo, contaminando as
águas superficiais e subterrâneas e frequentemente passam a escoar a céu aberto, constituindo-
se em perigosos focos de disseminação de doenças (CARPINELLI, 2007)
O governo Vargas iniciou a intervenção estatal para produção de moradias sociais,
formulando uma política habitacional consistente que seria interrompida no fim de seu primeiro
governo, em 1945. A discussão da produção de habitação resultou em um ciclo de projetos que
abordavam o problema social de maneira criativa e inovadora, incorporando os princípios da
arquitetura e do urbanismo modernos, onde grande parte dos arquitetos envolvidos com a
produção da habitação social adotou a atitude do movimento moderno, buscando compatibilizar
“economia, prática, técnica e estética” para viabilizar o atendimento aos trabalhadores de baixa
renda, garantindo dignidade e qualidade arquitetônica. (CARPINELLI, 2007)
Os principais serviços urbanos nos países em desenvolvimento, como saúde, educação,
destino final de lixo e esgoto e fornecimento de água e eletricidade têm sido providos, completa
ou parcialmente, de modo direto pelo governo. A provisão de habitação, por outro lado, tem
sido amplamente dominada pelo setor não-público, ou seja, pelo setor privado formal e
informal, pelos construtores de suas próprias casas de forma privada, e pelas cooperativas
(WERNA, E. et al, 2004).
Esses autores descrevem ainda que a habitação como um bem ou serviço urbano nos
países em desenvolvimento, tem tido apenas 10% do total do estoque providos pelo Estado.
24
Para Coelho (2002), da Fundação Casa Popular, criada em 1946 no governo Vargas para
o Sistema Financeiro da Habitação, sustentado pelo Banco Nacional de Habitação – BNH,
criado na ditadura militar, pouco sucesso se teve na solução da habitação social no Brasil.
O foco da criação do SFH – BNH, segundo Taschner (1997) foi primeiro aquecer o
mercado de trabalho na construção civil tendo a construção de casas como um meio para isso.
Satisfez, segundo a autora, interesses imobiliários e de empreiteiras, pois durante a década de 70
e primeiros anos da década de 80, menos de 7% das casas construídas eram destinadas a
famílias com renda inferior a 3,5 salários mínimos.
Coelho (2002) destaca que as dificuldades econômicas vividas pelo Brasil, na década de
80, inviabilizaram as políticas habitacionais do SFH, tanto do lado dos empresários, pelo alto
custo, quanto das famílias, que tinham indexações diferentes de seus salários. Nem mesmo o
Plano de Equivalência Salarial salvou o BNH, extinto em 1986, e suas atividades e
responsabilidades foram transferidas à Caixa Econômica Federal.
As dificuldades de implementar e manter uma política habitacional são destaques em
trabalhos acadêmicos e de técnicos dos Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente. Koatz
(2009) destaca que grande parcela das cidades brasileiras tem algum tipo de assentamento
precário, normalmente afastado e sem acesso a infraestrutura e equipamentos mínimos. São
muitos brasileiros excluídos dos sistemas financeiros formais da habitação e do acesso à terra
regularizada. Estes brasileiros buscam, como os do século XIX e inicio do século XX, soluções
próprias de urbanização ocupando as chamadas áreas de risco, como encostas e locais
inundáveis.
Koatz (2009) chama a atenção para a complexidade de se prover a população de
habitação, da necessidade de outros fatores que devem ser levados em consideração nesse
processo de acesso a habitação, o qual deve ser feito:
[...]pelo mercado e pelo governo (nos três níveis), devendo este priorizar a habitação
social e, concomitantemente, oferecer assistência técnica profissional e capacitação
profissional à mão de obra da autoconstrução, valorizando o saber popular empírico,
mas alertando-o com relação à tentação da densificação excessiva, da ocupação até o
limite do lote de terra disponível, cujas consequências são diretas no nível de
insalubridade da habitação. E, finalmente, há que, até mesmo, pagar o preço de
conseguir a remoção das áreas de risco, com a participação das próprias populações
envolvidas. (KOATZ,2009, p.37)
25
identificação de uma habitação socialmente aceita. Estes autores fizeram uma comparação entre
o trabalho da Fundação Joao Pinheiro, que buscava estabelecer uma metodologia para este
cálculo, e os conceitos inovadores que foram introduzidos pela Fundação Seade a partir do
primeiro levantamento da Pesquisa de Condições de Vida, em 1990, atualizadas em anos
subseqüentes.
As inúmeras carências a serem identificadas incluem os domicílios localizados em
áreas vizinhas a fontes de risco (como gasodutos, linhas de alta tensão, encostas, etc.)
ou a reservatórios coletivos de água que não garantem segurança aos moradores; as
situações de contratos verbais de locação, onde o proprietário define o valor do aluguel
sem o controle legal e o locatário não reclama temendo perder sua moradia; as
ocupações ilegais de habitações inacabadas, dos chamados "invasores", morando em
permanente risco de acidentes (desabamentos, incêndios, etc.), uma vez que os imóveis
não têm a supervisão técnica devida e indispensável; as ocupações de terrenos, por
"invasores" que constroem suas casas em áreas nem sempre seguras (próximas a
encostas ou represas, por exemplo), situações que, muitas vezes, só se tornam
conhecidas quando ocorrem acidentes sérios. E tantas outras situações camufladas, que
devem ser conhecidas para avaliar as condições habitacionais da população mais
carente. (GENEVOIS e COSTA, p. 8, 2001),
26
2.4 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA
27
I - Déficit por reposição de estoque:
• Refere-se aos domicílios rústicos, que são aqueles sem parede de alvenaria ou madeira
aparelhada. Em decorrência das suas condições de insalubridade, esses tipos de
edificação proporcionam desconforto e trazem risco de contaminação por doenças aos
seus moradores.
• Enquadra-se também a depreciação de domicílios, uma vez que há o pressuposto de um
limite de vida útil de um imóvel, a partir do qual e a depender de sua conservação, sua
substituição completa é inevitável.
II - Déficit por incremento de estoque, contempla:
• Domicílios improvisados englobam todos os locais e imóveis sem fins residenciais e
lugares que servem como moradia alternativa (imóveis comerciais, embaixo de pontes e
viadutos, carcaças de carros abandonados, barcos e cavernas, entre outros), o que indica
claramente a carência de novas unidades domiciliares.
• Coabitação familiar compreende a soma das famílias conviventes secundárias que vivem
junto à outra família no mesmo domicílio e das que vivem em cômodo – exceto os
cedidos pelo empregador.
• Ônus excessivo com aluguel corresponde a famílias urbanas com renda familiar de
até três salários mínimos que moram em casa ou apartamento e que despendem 30% ou
mais de sua renda com aluguel.
• Adensamento excessivo refere-se a domicílios urbanos – apartamentos e casas alugados
- com número médio de moradores superior a três pessoas por dormitório.
O déficit habitacional no Brasil está relacionado não apenas à quantidade de imóveis,
mas, também, à qualidade destes. O conceito de inadequação de moradias refere-se a
construções que não oferecem condições aceitáveis ou desejáveis de habitabilidade, impactando
na qualidade de vida dos moradores. Essa inadequação pode ser classificada, segundo o
Ministério das Cidades em:
Densidade excessiva - verificada em domicílios próprios em que o número médio de
moradores é superior a três por dormitório. O número de dormitórios corresponde ao total de
cômodos que servem aos moradores, em caráter permanente, para essa finalidade.
28
• Carência de infraestrutura - abrange todos os domicílios que não dispõem de ao menos
um dos serviços básicos: iluminação elétrica, abastecimento de água com canalização
interna, esgoto sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo.
• Inadequação fundiária - refere-se aos casos em que pelo menos um dos moradores do
domicílio tem a propriedade da moradia, porém, não detém, total ou parcialmente, a
propriedade do terreno ou da fração ideal de terreno (no caso de apartamento) em que o
imóvel se localiza.
• Inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva - define o domicílio que não
dispõe de banheiro ou sanitário de uso exclusivo. Isso tanto ocorre nos cortiços
tradicionais (em trajetória de extinção ou de transformação) como em terrenos com dois
ou mais domicílios ocupados por famílias pobres ligadas por parentesco ou fortes laços
afetivos.
• Cobertura inadequada - inclui todos os domicílios que, embora possuam paredes de
alvenaria ou madeira aparelhada, tenham telhado de madeira aproveitada, zinco, lata ou
palha, embora, telhados de sapé e similares possam ser considerados uma alternativa em
áreas rurais muito restritas das regiões Norte e Nordeste do país.
29
Tabela 1 : Déficit Habitacional Brasil - 2005
Região Até 3 SM > 3 a 5 SM > 5 a 10 SM > 10 SM
Norte 89,7% 6,1% 3,2% 1,0%
Nordeste 95,9% 2,7% 1,0% 0,4%
Sudeste 86,7% 7,9% 4,3% 1,1%
Sul 84,8% 10,0% 4,1% 1,1%
Centro-Oeste 88,4% 7,0% 2,7% 1,9%
Média Brasil 89,4% 6,5% 3,1% 1,0%
Fonte: Fundação João Pinheiro, estudo de 2000, atualizado em 2005, p.62
30
e) atendimento às diretrizes do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do
Habitat - PBQP-H, no que diz respeito à promoção da qualidade, produtividade e
sustentabilidade do Habitat, principalmente na utilização de materiais de construção
produzidos em conformidade com as normas técnicas, especialmente aqueles
produzidos por empresas qualificadas nos programas setoriais da qualidade – PSQ, do
Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos - SiMaC;
à contratação de empresas construtoras certificadas no Sistema de Avaliação da
Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil - SiAC; e a
chancela do Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores - SiNAT
quando for empregado sistemas ou subsistemas construtivos que não sejam objeto de
norma brasileira prescritiva e não tenham tradição de uso no território nacional; e
f) execução de trabalho social, entendido como um conjunto de ações inclusivas,
de caráter sócio educativas, voltadas para o fortalecimento da autonomia das
famílias, sua inclusão produtiva e a participação cidadã, contribuindo para a
sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais.
g) no processo de seleção dos beneficiários, regulado por normativo específico, reserva
de, no mínimo, 3% das unidades habitacionais para atendimento aos idosos, conforme
disposto no inciso I do art. 38 da Lei no 10.741/2003, e suas alterações - Estatuto do
Idoso.
31
3 METODOLOGIA
O objetivo desta pesquisa foi identificar se houve alteração na consciência ambiental das
pessoas que foram beneficiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida, o qual além da
habitação, dá acesso a saneamento básico e energia.
A busca pela literatura e a pesquisa de consciência ambiental realizada pelo MMA em
maio/2012 permitiu criar um instrumento de entrevista estruturado que foi utilizado para a
pesquisa de campo no Residencial Jardim Bela Vista, em Formosa/GO.
Os dados coletados foram analisados estatisticamente, buscando-se observar se houve
mudança de visão e de comportamento sobre o meio ambiente após a mudança para o
residencial que oferece habitação, saneamento básico, energia e infraestrutura de mobilidade.
Na análise dos dados, efetuou-se a comparação desses resultados com os da pesquisa do
MMA, bem como outros trabalhos acadêmicos publicados, permitindo inferir se o acesso a
habitação, saneamento e energia alteraram a percepção e a consciência sobre o meio ambiente.
A pesquisa com os entes antes de mudar-se para o Residencial Jardim Bela Vista, não
foi possível, pois ao iniciar-se a pesquisa os mesmos já haviam efetuado a mudança. A fixação
de um grupo de controle, com características semelhantes, poderia ter sido utilizada, porém, as
dificuldades de identificação do perfil e o tempo necessário foram limitadores dessa
possibilidade.
Buscou-se, então, por meio de entrevistas claras e explicativas, em conversas individuais
com cada morador, evitar respostas que carregassem o viés da gratidão pela melhoria da
qualidade de vida. Os esclarecimentos do pesquisador em relação ao objeto da pesquisa eram
repetidos ao longo da entrevista, explicitando a necessidade de o morador se posicionar antes e
depois da mudança em relação ao objeto da pesquisa.
32
Vida” nenhum trabalho já efetuado, existindo a necessidade de se investigar o conhecimento
existente sobre o assunto dentro do universo a ser pesquisado. Descritiva, porque visa descrever
as opiniões e visões dos entrevistados sobre a preservação ambiental antes e depois de morar
nas casas do Programa MCMV.
Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, documental, de campo e estudo de caso.
Bibliográfica na fase da revisão de literatura, visando oferecer um referencial teórico sobre a
preservação do meio ambiente e o acesso a necessidades mínimas como moradia, saneamento
básico e energia, criando um conhecimento sobre o assunto que sirva de referencial ao presente
estudo de caso. Documental pela investigação nos documentos do Programa MCMV, legislação
e relatórios gerenciais. De campo, pois foi efetuada coleta de dados primários junto ao
Residencial Jardim Bela Vista, em Formosa/GO e estudo de caso porque limita a pesquisa ao
residencial pesquisado.
O universo da pesquisa foi formado pelos 227 moradores do Residencial Jardim Bela
Vista, em Formosa/GO.
Na pesquisa de campo a amostra foi composta de 53 famílias, sorteadas aleatoriamente,
levando em consideração a acessibilidade dos entrevistados. O cálculo do tamanho da amostra
foi feito utilizando a fórmula descrita por Theóphilo(2009,p.120) para população finita:
Z 2 . p.q.N
n=
d 2 ( N − 1) + Z 2 . p.q
Onde:
N = tamanho da população, neste caso 227;
Z = abscissa da normal padrão, utilizou Z=1,96, que corresponde a um intervalo de
confiança de 95%;
p = estimativa da proporção, como neste caso p é desconhecido, utilizou-se p = 0,5 que
maximiza a função do cálculo do tamanho da amostra;
q = (1-p), neste caso q = 0,5;
d = erro amostral, que corresponde à máxima diferença admitida entre o valor estimado
da amostra e o valor real da população, neste estudo d = 10%;
n = tamanho da amostra aleatória simples a ser solucionada da população;
Aplicando os parâmetros definidos conclui-se que a amostra terá tamanho igual a 53.
33
3.3 COLETA DE DADOS
34
conjunto de técnicas gráficas e quantitativas com o objetivo de obter informações contidas na
estrutura dos dados. Segundo Bussad (2011), a AED tradicionalmente limita-se a calcular
medidas de posição e variabilidade, entretanto, uma corrente mais moderna apresentada por
Tukey (1977, apud BUSSAD,2011) explora também técnicas gráficas.
As principais técnicas de AED utilizadas foram: Tabelas de frequencia para analisar a
distribuição amostral das principais variáveis, histograma, medidas de posição (média e
mediana) e gráficos de setores, barras e colunas.
Com o objetivo de identificar se houve alteração na consciência ambiental das pessoas
que foram beneficiadas pelo Programa Minha casa Minha Vida, aplicou-se o teste de
independência não-paramétrico baseado na estatística χ 2 (Qui-Quadrado).
O teste está baseado na hipótese nula de que o MCMV não alterou a consciência
ambiental dos beneficiários, contra a hipótese alternativa de que o Programa influenciou.
Estatisticamente, tem-se:
H 0 : pij = p i × p j , para todo par (i, j )
H a : pij ≠ p i × p j , para a lg um par (i, j )
95%. Caso o valor da estatística χ 2 calculada seja maior que o valor consultado na tabela a
partir dos parâmetros definidos acima, considera-se que ela encontra-se na zona de rejeição e,
portanto rejeita-se a hipótese nula, caso contrário a hipótese nula não é rejeitada, podendo-se,
nesse caso, afirmar que o Programa interferiu na consciência ambiental da população estudada.
A partir das respostas do instrumento a proposta foi não limitar o pensamento, efetuando
correlações entre os dados cadastrais dos respondentes, as respostas dadas e a literatura
pesquisada, sem perder de vista o objetivo de identificar a influência do Programa Minha Casa
Minha Vida na conscientização ambiental dos moradores do Residencial Bela Vista.
35
3.5 OBJETO DA PESQUISA
36
Figura 4: Residencial Jardim Bela Vista, Formosa/GO – Rede de água e energia
Foto pelo pesquisador em 28/07/2012
37
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na pesquisa efetuada pelo MMA, a predominância foi masculina com 51% dos
respondentes, enquanto que na pesquisa efetuada no Residencial Jardim Bela Vista o sexo
38
feminino foi maioria com 71,70%, o que corresponde a uma relação de 38 respondentes
mulheres para 15 homens.
Em relação ao grau de instrução, as duas pesquisas tiveram dados semelhantes no que
diz respeito ao grau de maior percentual presente entre os respondentes: ensino fundamental
com 44% na pesquisa do MMA e com 56,60 % na pesquisa do Residencial Jardim Bela Vista.
A diferença fica por conta do menor percentual, onde a pesquisa do MMA tem o menor
percentual como analfabeto ou sabe ler mas nunca frequentou escola enquanto que a pesquisa
do Residencial Jardim Bela Vista o menor percentual ocorreu no ensino superior com 1,89%.
Sobre a renda familiar, 98% dos pesquisados do Residencial Jardim Bela Vista possuem
renda de até dois salários mínimos, na pesquisa do MMA 60% estão na mesma situação.
Apenas um pesquisado respondeu receber de dois a cinco salários mínimos de renda familiar.
Na pesquisa do MMA 40% dos respondentes ganham mais de 2 salários mínimos de renda
familiar.
39
Ações antes do MCMV
100,0% 9,4%
13,2% 20,8% 13,2%
28,3% 22,6%
80,0%
49,1% 50,9%
60,0% 56,6%
50,9% 52,8%
54,7%
40,0%
Ações Hoje
100,0%
80,0%
60,0%
90,6% 96,2% 96,2% 92,5% 94,3% 96,2%
40,0%
20,0%
9,4% 3,8% 3,8% 7,5% 5,7% 3,8%
0,0%
Cuidar do meio Economizar Economizar gás Usar adequad. Economizar Recolher o lixo
ambiente energia os recur.nat. água
40
diversos itens, com destaque para usar adequadamente os recursos naturais (21
respondentes/39%) e cuidar do meio ambiente (20 respondentes/37%).
Ao realizar-se o teste de qui-quadrado para avaliar se o grau de importância dado às
ações de preservação do meio ambiente foi alterado após o programa, encontrou-se um qui-
quadrado de 26,75, , valor maior que o ponto crítico do teste que é 9,488 quando se considera 4
graus de liberdade e 95% de confiança, logo é robusto o suficiente para rejeitar a hipótese nula
de que o programa não influenciou a percepção dos entrevistados.
Pode-se afirmar, então, que os moradores beneficiados dão maior importância aos
cuidados com meio ambiente hoje do que davam antes de vir para o Residencial.
Ao somar-se a percepção de todas as ações antes e após o programa obtêm-se a Tabela
4, a qual sumariza na linha a percepção de antes e na coluna a percepção de hoje, demonstrando
matematicamente a mudança no grau de importância das ações benéficas ao meio ambiente:
AÇÕES HOJE
Total ANTES
Pouco Muito
Importância Importante
importante Importante
ANTES
DO Pouco importante 0 15 79 94
PMCMV Importante 0 3 164 167
Muito Importante 0 0 57 57
Total HOJE 0 18 300 318
Fonte: Pesquisa de Campo, julho 2012
41
Tabela 5 – Principais Problemas do País
42
A melhora da percepção dos moradores do Jardim Bela Vista a respeito do cuidado com
o meio ambiente é evidenciada pela alteração dos índices de 2% para 19%, antes e depois, o que
permite identificar uma relação com a Curva Ambiental de Kuznets – CAK, Grossman e
Krueger (1995, 1996). Os autores sustentam que a relação entre crescimento econômico e
problemas ambientais guarda uma certa regularidade, onde a relação entre PIB per capita e
emissão de poluentes toma a forma de um U-invertido.
A relação com a CAK poderia também estar justificada na explicação dada por Fonseca
e Ribeiro (2004) os quais, baseando-se na teoria econômica, explicam a relação representada
pela CAK.
[...] podemos considerar o comportamento assumido pela curva como uma espécie de
“efeito renda”, que resulta do fato do bem “qualidade do meio ambiente” ser um bem
de luxo. Quando o processo de industrialização é recente em uma economia, os
indivíduos estão ansiosos por emprego e renda, e não estão dispostos a trocar consumo
por investimentos em proteção ambiental, o que provoca um declínio da qualidade do
meio ambiente. Entretanto, quando os agentes atingem algum nível específico de renda
e consumo, suas preocupações com as questões ambientais tornam-se crescentes e os
indicadores de qualidade ambiental começam a melhorar.
Dessa forma, a melhoria na qualidade de vida dos moradores, representada pelo acesso
a habitação, saneamento, água potável e energia elétrica, poderia explicar esta melhoria na
preocupação com os fatores relacionados ao meio ambiente.
Ainda que a análise da Curva Ambiental de Kuznets – CAK não seja foco do presente
trabalho considerou-se importante relacioná-la com a percepção na melhora da consciência
ambiental entre os moradores do Jardim Bela Vista.
A violência/criminalidade e o desemprego também aparecem entre os maiores
problemas na pesquisa do MMA, de forma semelhante à encontrada no Residencial Jardim Bela
Vista. Porém, investimento em educação e saúde e hospitais estavam entre as maiores escolhas
da pesquisa do MMA enquanto no Residencial, tem apenas cerca de 6% das escolhas.
Usando a mesma metodologia de escolha múltipla, foram apresentados problemas
ambientais para que o respondente escolhesse três que considerava como os maiores problemas
ambientais do Brasil.
O gráfico 2 apresenta os maiores resultados obtidos na pesquisa para antes e depois no
Residencial Jardim Bela Vista e na sequência a figura 5 apresenta os resultados da pesquisa do
MMA.
43
Percebe-se, no caso do Residencial Jardim Bela Vista, crescimento nos percentuais de
identificação de problemas ambientais para: aumento do lixo (3%), desperdício de água e
energia (2%), poluição de rios, lagos e outras fontes de água (2%). Desmatamento diminuiu 1%
do antes para depois e poluição do ar se manteve em 10%.
21%
Aumento de lixo 18%
10%
Desperdício de água e energia 12%
Antes
Poluição de rios, lagos, de outras 30% Hoje
fontes de água 28% Depois
Antes
10%
Poluição do ar 10%
25%
Desmatamento 26%
Dias (1994) descreve que o individuo que possui consciência ecológica utiliza os
recursos ambientais de forma sustentada, consumindo o que se pode produzir, sem prejudicar o
ambiente para as gerações futuras. O individuo que possui consciência ambiental verifica os
desperdícios de água do dia-a-dia, banhos demorados, torneira pingando, lavagens de carro e
descargas sanitárias desnecessárias. As lâmpadas ligadas somente quando necessário, utiliza o
chuveiro elétrico o mínimo possível e não deixa aparelhos de TV ligados sem ninguém
assistindo.
No mesmo sentido, Waldman & Schneider (2000), entendem que o cidadão consciente
está atento à economia de energia elétrica e à escassez de água potável além de preocupar-se em
produzir lixo biodegradável e colaborar com a reciclagem de lixo.
Nessa dimensão, buscou-se verificar se houve mudança em atitudes e hábitos dos
moradores do residencial. O gráfico 3 demonstra as principais atitudes que apareceram na
escolha múltipla de três: reduzir o consumo de energia, eliminar o desperdício de água e reduzir
o consumo de gás. Percebe-se que, em relação as atitudes, não houve alteração antes e depois,
com exceção à separação do lixo de casa que saiu de 1% para 3% .
Principais Atitudes
35% 33% 33% 33% 33%
31%
30%
30%
25%
20%
15%
10%
5% 3%
1% 2%
1% 1%
0%
Separar o lixo de Reduzir o Eliminar o Reduzir o Pagar um Não sabe/não
sua casa consumo de desperdício de consumo de gás imposto que opinou
energia elétrica água na sua casa seria usado para
na sua casa despoluir rios
atingidos por
Atitudes antes PMCMV Atitudes depois PMCMV esgotos
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
ga ca sn
rr
em
co o
sd lix
éd ev o 34 41 24
io id ,0 ,5 ,5
Le ro % % %
Nunca Praticou
o d ,1 ,1 ,9
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la a 81 13 5
sp ,1 , 2 ,7%
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47
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Pratica Pouco
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0% 0%
Hábitos Hoje
en
Ec er
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i 90% ,1
pa
ra a %
ra de
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ta , 0 ,0% ,0
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%
7% , 9
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re am o 3, 13 83
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de /fl % %
us or
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17 34 49
pu
bl ,0 ,0 ,1
i ca % % %
l ..
.
33, , 92
8%8% ,5
%
presente resposta demonstra uma mudança real nos hábitos dos moradores em relação aos
hábitos para melhorar o meio ambiente. Destaque-se aqui o caso de derramar óleo na pia, que
deixou de ser feito por 08 respondentes, os quais afirmaram na entrevista que hoje usam o óleo
Os destaques encontrados dizem respeito aos hábitos relacionados à limpeza de áreas
públicas e plantios de árvores, com aumento de prática em 69,8 p.p. e 60,4 p.p. respectivamente.
Alinhado a estes hábitos, houve redução significativa em mais de 50%, de hábitos prejudiciais à
natureza como descarte de pilhas, baterias e cacos de vidro no lixo.
A estatística de qui-quadrado calculada para avaliar a mudança de hábitos após o
programa foi de 66,57, valor maior que o ponto crítico do teste que considerando 4 graus de
liberdade e 95% de confiança é de 9,488, portanto, rejeita-se a hipótese nula de não
interferência do programa nos hábitos dos moradores. Dessa forma, também em relação aos
hábitos dos moradores é possível concluir que a vinda para o Residencial Jardim Bela Vista
levou os beneficiados a praticarem hábitos mais benéficos ao meio ambiente.
O teste foi realizado sumarizando a percepção sobre a importância de todos os hábitos
que interferem no meio ambiente antes e após o programa que resultou na seguinte tabela:
Tabela 6 – sumario de importância dos Hábitos
Hábitos HOJE
Pouco Muito Total ANTES
Importância Importante
importante Importante
ANTES do Pouco importante 152 65 97 314
PMCMV Importante 20 16 115 151
Muito Importante 48 90 139 277
Total HOJE 220 171 351 742
Fonte: Pesquisa de Campo, junho,2012
48
Figura 8 – Hábitos favoráveis ao meio ambiente.
Fonte: Pesquisa do MMA, 2012, slide 28
25%
20%
15%
10%
6%
5% 3% 3%
1% 1%
0%
Governo Federal Governo Estadual Prefeituras Cada um de nós Comunidade/assoc Meios de
de moradores comunicação
Entes antes PMCMV Entes depois PMCMV
0%
0%
0%
0%
0%
100,0%
9%
0,
0,
0,
0,
0,
0,
1,
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0,
0,
0,
0,
0,
0,
%
10
10
10
10
10
10
,1
98
80,0%
Fazer parte de Fazer parte de Ações de Plantio de Limpeza de Plantio de Contribuição
Entidades Associações limpeza Arvores córregos/rios gramas/jardins financeira
Ecológicas e/ou comunitárias (recolher lixo)
ONGs para defesa
MEIO AMBIENTE
Nunca participo Participo às vezes Participo frequentemente Participo sempre
50
AÇÕES DEPOIS DO MCMV
0%
Ações Hoje
100,0%
8%
0,
3,
%
,2
%
13
,8
20
80,0%
%
,2
47
%
%
60,0%
,9
,2
67
64
0%
%
0,
,2
%
10
96
,9
%
40,0%
84
,4
77
%
,2
20,0%
47
%
%
,3
,4
28
26
0,0%
Fazer parte de Fazer parte de Ações de Plantio de Limpeza de Plantio de Contribuição
Entidades Associações limpeza Arvores córregos/rios gramas/jardins financeira
Ecológicas e/ou comunitárias (recolher lixo)
ONGs para defesa
MEIO AMBIENTE
Nunca participo Participo às vezes Participo frequentemente Participo sempre
Conforme gráfico 8 a seguir, a grande maioria dos moradores assinalou a última alternativa,
“Mudou para muito melhor sua vida”.
83,02%
O número de vezes que foram citados cada um dos motivos e o percentual que foi
calculado considerando apenas os moradores que forneceram a explicação, sugerem que a
qualidade de vida, na percepção dos moradores, está relacionada a fatores como propriedade,
segurança, relacionamentos e acesso a transporte, saneamento básico e energia. Dessa forma, a
melhoria na consciência ambiental verificada na pesquisa, pela rejeição da hipótese nula,
poderia estar relacionada a esta qualidade de vida, conforme cita o morador do questionário 51 ;
“Qualidade de vida, com água, energia, esgoto e transporte”.
As três dimensões pesquisadas foram apresentadas buscando relacioná-las com a
pesquisa do MMA e com a literatura pesquisada. Não tem a pretensão de esgotar a discussão,
mas servir de insumo para que a visão de ambiente possa ser, como sugere Leff (1998),
resultado de relações complexas e sinérgicas gerada pela articulação dos processos de ordem
física, biológica, econômica, política e cultural, sendo um outro modo de compreender o
território. O ambiente, assim percebido, deixa de ser apenas uma dimensão externa ao homem,
passando para uma condição de interdependência das demais dimensões da vida do ser humano.
A questão ecológica passa a ser vista de forma holística e sistêmica, onde o homem se vê um ser
da natureza.
52
5 CONCLUSÃO
53
ou na participação financeira para preservar o meio ambiente. Esta última poderia estar
relacionada ao perfil dos moradores onde 98% dos pesquisados possuem renda familiar de até
dois salários mínimos.
A mudança de visão da importância do meio ambiente, dos hábitos e dos entes
responsáveis pela preservação do meio ambiente, permite inferir que houve um aumento na
consciência ambiental dos moradores após o acesso ao Programa Minha casa Minha Vida. No
entanto, o estudo de caso limitou-se a um único empreendimento do programa, em
Formosa/GO. Faz-se necessário pesquisas mais abrangentes, envolvendo empreendimentos de
diversas regiões do Pais e cujos moradores sejam oriundos de locais diferentes, como por
exemplo: áreas de risco ambiental, moradores de rua, moradores de favelas e outros locais.
Finalmente, ressalte-se a visão dos moradores de que a vida mudou para muito melhor
desde que tiveram acesso à moradia no Residencial Jardim Bela Vista, tendo como principais
justificativas a melhoria na qualidade de vida, melhoria nos transportes e a presença de um
maior conforto. Dessa forma, conforme a literatura pesquisada, é possível que esta melhoria na
qualidade de vida possa estar interferindo na melhoria da consciência ambiental.
54
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41. UNESCO. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para
ações compartilhadas. Brasília: Ed. IBAMA, 1999.
42. WALDMAN, M.; SCHNEIDER, D.M. Guia ecológico doméstico. São Paulo: Contexto,
2000.
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APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA
Nº
CONSCIENCIA
Questionário – Pesquisa
AMBIENTAL
A INFLUÊNCIA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA
VIDA NA CONSCIENTIZAÇÃO DAS QUESTÕES
RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE
Estudo de Caso Residencial Bela Vista - Formosa/GO
Este Questionário de Pesquisa tem o objetivo de levantar qual a influência do Programa Minha Casa Minha Vida na
conscientização das questões relacionadas ao meio ambiente. Para isso, você explicará este objetivo ao morador do
empreendimento a ser entrevistado e solicitará a gentileza de responder as questões a seguir de forma clara e objetiva.
Saliente que a opinião dele(a) é de extrema importância para o desenvolvimento do trabalho. Deixe claro que o trabalho está
sendo realizado pela Universidade (não tem nenhuma vinculação com órgãos do governo) e que buscará verificar se a visão
das pessoas que estão sendo atendidas pelo Programa Minha Casa Minha Vida melhora em relação ao meio ambiente.
Após estes esclarecimentos, efetue as perguntas abaixo, obtendo, para cada uma delas, o consentimento VERBAL do(a)
entrevistado(a).
Caro(a) senhor(a), agradecemos de antemão sua boa vontade em participar desta pesquisa e gostaríamos de informar que nós
nos comprometemos a guardar suas respostas ao questionário com o máximo de cuidado com a sua privacidade. E para
garantir que não estamos fazendo nada sem o seu consentimento, precisamos fazer algumas perguntas iniciais. Poderia
responder sim ou não para cada uma delas?
1. A participação nesta pesquisa é totalmente voluntária. Você concorda em participar dela? . ( ) Sim ( ) Não
2. A resposta a cada pergunta também é voluntária. Se você não quiser responder a qualquer uma das perguntas é só nos
avisar. Tudo bem? ( ) Sim ( ) Não
3. Você pode interromper a entrevista a qualquer momento, se assim desejar. Você está ciente dessa possibilidade?
( ) Sim ( ) Não
CASO QUALQUER DESTAS RESPOSTAS SEJA NEGATIVA, A ENTREVISTA DEVE SER INTERROMPIDA COM UM
AGRADECIMENTO.
CASO TODAS AS RESPOSTAS SEJAM POSITIVAS, CONTINUAR COM AS QUESTÕES ABAIXO.
Antes de registrar as respostas, certifique-se que o(a) morador(a) compreendeu a pergunta.
Dados do Respondente
1. Idade: 3. Sexo:
2. Cor: ( ) branco, ( ) pardo, ( ) preto, ( ) amarelo, ( ) indígena ( ) Masculino ( ) Feminino
4.Grau de Instrução: 6. Possui Filhos?
( ) analfabeto ou sabe ler e escrever mas não freqüentou escola, ( ) Sim ( ) Não
( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio Se sim, quantos?
( ) Ensino superior/ Pós graduação.
5. Renda Média da FAMILIA: Salário Mínimo (SM)
( ) Até 1 SM ( ) De 1 a 2 SM ( ) De 2 a 5 SM ( ) De 5 a 10 SM ( )
acima de 10 SM ( ) Não Respondeu
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DIMENSÃO A – Perguntas sobre a IMPORTÂNCIA do MEIO AMBIENTE
2.Dos problemas abaixo listados, escolha TRÊS que você considera os principais do Brasil
3.Dos problemas ambientais abaixo listados, escolha TRÊS que você considera os maiores problemas ambientais do Brasil
ANTES do MCMV HOJE
( ) desmatamento ( ) Desmatamento
( ) poluição do ar ( ) poluição do ar
( ) poluição de rios, lagos, de outras fontes de água ( ) poluição de rios, lagos, de outras fontes de água
( ) desperdício de água e energia ( ) desperdício de água e energia
( ) camada de ozônio ( ) camada de ozônio
( ) aumento de lixo ( ) aumento de lixo
( ) poluição dos mares ( ) poluição dos mares
( ) mudanças do clima ( ) mudanças do clima
( ) consumo exagerado de sacolas plásticas ( ) consumo exagerado de sacolas plásticas
( ) poluição dos pesticidas e fertilizantes ( ) poluição dos pesticidas e fertilizantes
( ) chuvas acidas ( ) chuvas acidas
( ) desaparecimento das populações tradicionais ( ) desaparecimento das populações tradicionais
( ) desemprego ( ) Desemprego
( ) saúde/ hospitais ( ) saúde/ hospitais
( ) OUTROS. Quais?
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DIMENSÃO B – ATITUDES em relação ao Meio Ambiente
1. Das atitudes cotidianas para ajudar o meio ambiente, listadas abaixo, escolha TRÊS que você executa com
maior freqüência.
ANTES DO HOJE
MCMV
Separar o lixo de sua casa, deixando papéis, vidros, plásticos, latas e ( ) ( )
restos de alimentos separados para serem reaproveitados
Reduzir o consumo de energia elétrica na sua casa ( ) ( )
Eliminar o desperdício de água ( ) ( )
Reduzir o consumo de gás na sua casa ( ) ( )
Participar um domingo por mês de um mutirão de reflorestamento ou ( ) ( )
limpeza de rios e córregos
Participar de campanhas de boicote a produtos de empresas que ( ) ( )
poluem o meio ambiente
Pagar um imposto que seria usado para despoluir rios atingidos por ( ) ( )
esgotos
Comprar eletrodomésticos mais caros desde que consumam menos ( ) ( )
energia
Pagar mais caro por frutas, verduras e legumes cultivados sem ( ) ( )
produtos químicos
Só adquirir animais silvestres se eles forem certificados pelo IBAMA ( ) ( )
Contribuir em dinheiro para organizações que cuidam do meio ( ) ( )
ambiente
Não sabe/não opinou ( ) ( )
Outros . Quais?____________________________________________________________________
2 . Dos hábitos que INTERFEREM no meio ambiente, abaixo listados, assinale o quanto você pratica os mesmos:
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DIMENSÃO C – QUEM É RESPONSAVEL pela preservação do Meio Ambiente?
1. Entre as alternativas abaixo escolha TRES que considera os entes que tem maior responsabilidade na preservação do Meio
ambiente.
2.Assinale uma opção para cada ação, de acordo com sua participação, conforme legenda a seguir
1. NUNCA PARTICIPO 2. PARTICIPO AS VEZES 3. PARTICIPO FREQUENTEMENTE 4. PARTICIPO SEMPRE
ACÓES ANTES DO MCMV HOJE
1 2 3 4 1 2 3 4
Fazer parte de Entidades Ecológicas e/ou
ONGs
Fazer parte de Associações comunitárias
para defesa MEIO AMBIENTE
Ações de limpeza (recolher lixo)
Plantio de Arvores
Limpeza de córregos/rios
Plantio de gramas/jardins
Contribuição financeira
Outros. Quais______________________________________________________________________
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ANEXO 1 – PESQUISA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE –
EDIÇÃO 2012
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