No inicio do capitulo o autor traz a seguinte indagação “É possível construir com
referência ao devir das artes um discurso análogo ao proposto por Thomas Kuhn na sua obra de 1962, de cujo título este ensaio parte e recebe inspiração?”. Ao primeiro momento segundo o autor parece ser mais fácil falar das artes, pois não há nas artes um valor base tão claro e indiscutível, diferente da ciência que é questionada e medida, para se aferir e construir um conhecimento claro. A arte não precisa de explicação, o conceito de o que é arte não pode ser subjugado por qualquer um, cada indivíduo possui conceito sobre a arte, diferente da ciência, que sempre está sendo refutado para se aproximar ao máximo de uma verdade. No mundo das artes o desenvolvimento das revoluções parece ser muito mais livre, sem limites para criatividade, sem preocupações com validade, verdade e verificabilidade. Diferente da ciência que precisa preocupar com vários fatores como acima citado, porém perde-se muito neste processo, talvez se a ciência se aproximasse das artes nestes aspectos teríamos uma riqueza maior de verdades sendo descobertas. Segundo Vattimo, surge um problema quando se pensa em uma aproximação da ciência com o a artes, os termos nas artes, não são bem definidos e fica difícil uma aproximação com a ciência, pois possuem paradigmas diferentes, um desses paradigmas é que a arte não pode ser determinada exclusivamente pelos procedimentos de avaliação da ciência normal, pois esses procedimentos dependem em parte de um paradigma particular e este é justamente posto em discussão. Segundo o autor toda a argumentação que queira fundar de maneira demonstrativa entre paradigmas é necessariamente circular, porém qualquer que seja a sua força, o status de argumentação circular é apenas o da persuasão. Eis o grande o problema, a ciência não pode valer-se apenas de valores de persuasão, ela precisa de outros valores e mesmo uma revolução artística que tem grandes efeitos impactantes ainda possui um discurso circular e assim torna-se mais objeto de persuasão do que de demonstração. Vattimo afirma que Thomas Kuhn contrapõem duas historicidades a da arte e a da ciência, uma aparentemente normal feitas por cientistas e todo o seu conhecimento e outro por artistas. No seguir do texto o autor trará entrelaçamentos e fatos de filósofos que ajudarão a construir e desmiuçar a estrutura das revoluções artísticas. De um modo geral, Vattimo vê todas esses fatos e modificações de maneira positiva, que permite vislumbrar esse estado de um novo modo. “Se, desse modo, a própria noção de revolução artística, tomada nesse jogo de ‘desfundamento’, perder significado, talvez se abra um caminho para um diálogo do pensamento com a poesia, com vistas ao que, na filosofia contemporânea, se reapresenta continuamente como o possível, conquanto problemático, ultrapassamento da metafísica” (VATTIMO,1996, p. 106) Assim talvez possamos pensar a ciência de maneira mais artísticas, porém, sem perder todos os seus paradigmas que faz ela ser ciência. E quando pensamos de fazer pesquisa científica na área das artes, esta demanda se torna muito mais importante, pois a dita “ciência dura” muitas vezes não consegue explicar a arte, ou explica de maneira superficial. Entendo este texto de Vattimo, como um possível para criação de uma dissertação em música, como a possibilidade de um diferencial, porém sem perder sua cientificidade, mas que algo que se aproxime muito mais das artes do que outras ciências, afinal se a pesquisa é em música, por que tenho que me aproximar muito mais matemática ou da física para explicar e demonstrar um fenômeno musical. Por fim, o texto ajudou-me pensar um pouco sobre esse possível, que é iniciar uma pesquisa em música ou educação musical, mas não esquecendo o meu ser artista e sem desobedecer aos paradigmas científicos para uma boa produção acadêmica.