Gabarito: B
Art. 76, CPP. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por
várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na
prova de outra infração.
Art. 77, CPP. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e
54 do Código Penal.
Gabarito: D
I – INCORRETA - Imagine que “X” foi preso trazendo mercadoria proibida do exterior
(contrabando) e, durante a busca, foi encontrado um revólver que lhe pertencia. Não há conexão
entre estes crimes. Logo, deverão ser julgados separadamente. Assim, o contrabando será julgado
pela Justiça Federal e o porte de arma de fogo pela Justiça Estadual. STJ. 3ª Seção. CC 120630-PR,
Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em
24/10/2012 (Info 507).
II – CORRETA - Determinada pessoa comete peculato (art. 312 do CP) contra a Administração
Pública estadual, apropriando-se indevidamente de certas quantias, delito de competência da
Justiça Estadual. Esse indivíduo omite o recebimento de tais rendimentos na declaração do
imposto de renda, cometendo, assim, crime de sonegação fiscal (art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90), de
competência da Justiça Federal. Entre esses dois delitos há uma conexão instrumental, probatória
ou processual (art. 76, III, do CPP), razão pela qual deverão ser julgados conjuntamente. Compete
à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e
estadual (Súmula 122 do STJ). É de se ressaltar que a competência da Justiça Federal permanece
mesmo estando a ação penal pelo crime contra a ordem tributária suspensa, em razão da adesão
ao REFIS (parcelamento da dívida tributária), porquanto aplica-se, por analogia, o disposto no art.
81, caput, do CPP. STJ. 3ª Seção. CC 121022-AC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
10/10/2012 (Info 506).
III – CORRETA - Imagine que “A” foi preso trazendo consigo maconha e dinheiro falso. Não há
conexão entre estes crimes. Logo, deverão ser julgados separadamente. Assim, o tráfico de drogas
será julgado pela Justiça Estadual e o delito de moeda falsa pela Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC
116527-BA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/4/2012 (Info 495).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>
Gabarito: C
a) Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação
e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
b) Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado
pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da
Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que
expedidas pela Marinha do Brasil.
c) Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o
indígena figure como autor ou vitima.
d) Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o
julgamento dos crimes contra a economia popular.
e) Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
Gabarito: A
a) Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
b) Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
c) Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor.
d) Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades.
e) Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência
será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes
relativos a entorpecentes.
Gabarito: B
I – CORRETA - Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
estadual.
II – CORRETA - Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados
III – INCORRETA - Súmula 451-STF: A competência especial por prerrogativa de função não se
estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.
Gabarito: A
I – CORRETA - O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa.
Logo, não é possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à
sua realização. STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/9/2016 (Info
838).
II – CORRETA - Se o recurso é exclusivo da defesa e esta apelou para provar a inexistência de fato
típico ou antijurídico, ou então para reduzir a pena, não pode o Tribunal, de ofício, instaurar
incidente de insanidade mental do condenado, considerando que isso configuraria reformatio in
pejus, até mesmo porque o condenado já havia cumprido parte da pena. STF. 2ª Turma. HC
111769/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red.p/ o acórdão Min. Cezar Peluso, julgado em
26/6/2012.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>
III – CORRETA - Art. 149, CPP. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o
juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-
legal.
§ 1º. O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da
autoridade policial ao juiz competente.
Gabarito: D
a) Art. 148, CPP. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior
processo penal ou civil.
b) Art. 151, CPP. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável
nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.
c)Art. 149, § 2º, CPP O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando
suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser
prejudicadas pelo adiamento.
d) Art. 146, CPP. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.
Art. 147, CPP. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.
e) Art. 152, CPP. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará
suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
Gabarito: C
I – CORRETA - O incidente de falsidade documental pode ser instaurado, unicamente, na fase do
processo judicial, não sendo prevista sua instauração na fase do inquérito policial. Isso ocorre
porque tanto a falsificação como o uso de documento falso constituem crimes de ação penal
pública incondicionada. Assim, acostado ao inquérito documento supostamente falso, bastará ao
delegado ordenar as providências necessárias para apurar se o documento, de fato, foi falsificado,
e, confirmada esta ocorrência, instaurar outro inquérito, agora visando apurar o responsável pela
falsificação e seu uso. Questão importante respeita a saber se pode o incidente ser instaurado na
fase recursal. Entendemos que a fase recursal é imprópria para que seja suscitado o incidente, pois
isto redundaria na possibilidade de que o tribunal, ao julgar o recurso, utilizasse elemento de
convicção que não esteve à disposição do juízo de 1.º grau por ocasião da prolação da sentença,
acarretando flagrante supressão de instância.
II – INCORRETA - Qualquer que seja a decisão do incidente de falsidade documental, é possível
atacá-la mediante recurso em sentido estrito (art. 581, XVIII, do CPP), quer procedente, quer
improcedente.
Equívoco comum, bastante explorado em concursos públicos, tem sido considerar a procedência
do incidente como algo irrecorrível. Não o é. Basta observar que o art. 581, XVIII, do CPP, prevê
a utilização do recurso em sentido estrito quanto à decisão que “decidir o incidente de falsidade”.
Pretendesse o legislador limitá-lo às situações de improcedência, teria agido conforme o fez no
art. 581, III, do CPP, contemplando a adequação do recurso em sentido estrito apenas quanto à
“procedência das exceções”.
Em verdade, o engano decorre da regra inscrita no art. 145, IV, do CPP, ao dispor que, “se
reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, (o juiz) mandará desentranhar o documento e
remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público” (grifamos). Ora, esse
dispositivo não está preconizando a irrecorribilidade da decisão que, julgando procedente o
incidente, determina desentranhamento do documento considerado falso dos autos, mas,
simplesmente, condicionando tal desentranhamento ao prévio trânsito em julgado da decisão do
juiz.
III - CORRETA - Não há previsão de recurso em relação ao deferimento ou indeferimento do
requerimento de instauração do incidente.
Todavia, compreende-se que o indeferimento injustificado ou em desprezo a circunstâncias
capazes de, objetivamente, permitirem ao homem médio o questionamento quanto à condição
mental do sujeito ativo da infração, assim como o deferimenton realizado em afronta à lei
processual penal (v.g., diante de requerimento veiculado por quem não possui legitimidade),
ensejam a impetração de habeas corpus ou de mandado de segurança (conforme trate ou não o
crime imputado, respectivamente, de infração punida com pena privativa da liberdade), sem
prejuízo da possibilidade de ser usada, em vez destas alternativas, a própria correição parcial, na
hipótese de flagrante ilegalidade da decisão.
Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. – 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 298/299 e 302. Destacamos.
Gabarito: A
I – CORRETA - As questões prejudiciais afetam apenas o aspecto da tipicidade da conduta
(caracterização do tipo fundamental ou incidência do tipo derivado1), não interferindo na ilicitude
ou na culpabilidade. Os próprios arts. 92 e 93 do CPP condicionam o reconhecimento da existência
da infração penal à prévia solução dessas vertentes. Ora, por infração penal compreende-se o fato
típico, no que difere do conceito de crime, que abrange, além da tipicidade, também a ilicitude
(teoria bipartida) e, para muitos, a culpabilidade (teoria tripartida).
II – CORRETA - As questões prejudiciais dizem respeito, essencialmente, ao mérito da causa,
influindo, diretamente, na natureza da sentença a ser proferida pelo juiz. Assim, o resultado
conferido às questões prejudiciais, na medida em que refletirá na tipicidade da conduta, levará o
juiz a proferir uma sentença necessariamente absolutória (se atípico o fato) ou o possibilitará
exarar decisão condenatória (caso seja típica a conduta praticada e estejam presentes os demais
elementos configuradores da ilicitude e da culpabilidade). Exemplo: a controvérsia sobre a
propriedade da coisa móvel que se encontra em poder do réu é questão prejudicial em relação ao
crime de apropriação de coisa achada a ele imputado. Pertencendo-lhe o bem, o fato será atípico e
a absolvição, uma consequência necessária. Caso contrário, o fato será típico, possibilitando ao
juiz a condenação do réu.
Por outro lado, as questões preliminares, de natureza estritamente processual, refletem tão
somente na regularidade formal do processo. Em síntese, o acolhimento ou não de uma preliminar
não afeta a natureza absolutória ou condenatória da sentença, mas releva na consideração acerca
da validade dos atos praticados. Exemplo: a alegação de nulidade por ilegitimidade ativa do autor
da ação penal, se acolhida, acarretará a invalidação de todos os atos do processo por força do
disposto no art. 564, II, do CPP.
Apesar dessa diferenciação, existe um aspecto comum entre as questões prejudiciais e as questões
preliminares: refere-se à circunstância de que ambas devem ser conhecidas antes do julgamento
do mérito.
III – CORRETA - Diferentes podem ser os graus de influência das questões prejudiciais.
Quando interferem na existência do fato típico em sua modalidade fundamental, são rotuladas
como questões prejudiciais totais. Ao contrário, são consideradas questões prejudiciais parciais se
forem relativas apenas à existência de circunstâncias que se agregam ao tipo penal básico (v.g.,
incidência sobre qualificadoras).
Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. – 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 233/234.
Gabarito: B
a) Art. 92, CPP. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia,
que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem
prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário,
promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
b) Art. 93, CPP. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre
questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver
sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil
solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo,
após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
c) Art. 93, CPP. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre
questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver
sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil
solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após
a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
§ 1º. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a
demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão,
o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de
direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.
d) Art. 92, CPP. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia,
que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem
prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.