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Nos dias que correm, a sociedade contemporânea onde estamos inseridos

movimenta-se a um ritmo cada vez mais célere, colocando em causa, de forma


sistemática, o nosso modo de vida, forçando-nos a reflectir sobre as nossas
decisões no quotidiano. O desenvolvimento descomunal das novas tecnologias
obriga-nos a repensar, para além de muitas outras temáticas, a utilização, o
gasto completamente desnecessário de recursos empregados no nosso dia a
dia.
As novas tecnologias surgiram e ocuparam uma posição incontestável na
sociedade humana, constituindo-se como instrumentos auxiliares e
insubstituíveis em diversos domínios. Não restam incertezas de que o futuro
que hoje se visiona declara que as tecnologias digitais têm assegurado o seu
lugar em quase todos as áreas de actividade humana.
Para tentar avaliar em que dimensão o papel e as “tecnologias digitais” (neste
caso específico, o Tablet) se adversam ao ponto de tentar substituir um pelo
outro, optou-se pela realização de um inquérito composto por perguntas de
escolha múltipla e perguntas de resposta curta, a ser aplicado na Orquestra
Filarmonia das Beiras para tentar perceber até que ponto os músicos e os
responsáveis pela mesma estariam disponíveis a substituir o formato papel
para o formato “tecnologia digital”.

Breve história do papel

Ainda antes do domínio da fala, a carência de comunicação forçou a


humanidade a utilizar os meios materiais mais distintos, oferecidos pela
Natureza, registando-se assim sinais e símbolos que sustentassem uma
possível comunicação imediata e/ou demorada (dependendo do caso
específico) entre remetente e destinatário. Visto isto, o ser humano, elaborando
diversos processos de transformação, foi utilizando como suporte de escrita
tudo aquilo em que conseguia colocar a mão: Ossos, pedras, folhas de árvores,
carapaças de tartarugas, madeira, papiro, tecido, papel, etc…)
Segundo as informações disponíveis hoje em dia, sabemos que a pedra foi o
primeiro suporte escrito utilizado pelas comunidades no Paleolítico, onde se
registavam as chamadas “gravuras rupestres”. A pedra foi ainda utilizada no
antigo Egipto como suporte de escrita, no entanto, esta civilização já possuía
um sistema estruturado de escrita, os famosos Hieróglifos.
Seguiram-se as placas de argila, as tábuas revestidas com cera, o papiro e a
pele de animais. No entanto, terão sido os chineses, alguns séculos a.C. os
vanguardistas na fabricação do papel que hoje em dia tanto utilizamos na
sociedade.
Existe registo da fabricação de papel na Europa apenas quinze séculos mais
tarde em relação à China, no entanto, este foi mal recebido pela sociedade
europeia da época e apenas iria ganhar espaço nesta sociedade com a
propagação da imprensa e o incremento e diversificação de consumidores.

Consumo desmedido e risco ambiental

Após a revolução industrial no séc. XVIII, o consumo excessivo do papel coloca


este material na lista de produtos de maior impacto ambiental. Este consumo
desmesurado deve-se não só ao desenvolvimento tecnológico e industrial no
século XVIII e XIX, mas também ao desenvolvimento cultural, social e
económico.
Em Portugal, uma declaração do Conselho de Ministros em 1947 veio
demonstrar a importância atribuída ao sector. Nesta mesma altura, as reformas
nos planos educacional, social e económico contribuíram para um aumento de
determinadas situações que desencadearam necessidades e condições que
fizeram com que se produzisse e consumisse mais papel. O acesso mais fácil
da população “menos letrada” ao papel também contribuiu em muito para este
aumento. Com isto, para além da utilização como suporte de
escrita/informação, inicia-se também um aumento no consumo de artigos feitos
à base de papel e pasta de papel.
O papel é muito mais do que apenas um material de suporte de escrita, existe
um conjunto de sectores onde o papel pode ser utilizado. A embalagem, desde
a utilização de uma simples folha de papel para empacotar um determinado
produto até ao revestimento produzido em fábrica com considerável quantidade
de trabalho industrial permitindo assim a sua utilização para os mais diversos
produtos oferecidos pelo mercado, utilizada em alimentos, medicamentos,
brinquedos, sacos, caixas, material de limpeza, material de higiene, vestuário,
calçado, decoração, construção civil, até em embalagens para embalagens.
Num estudo mundial, realizado em 2004 o consumo anual de papel per capita
foi de 52 quilos. Nos países mais desenvolvidos, o consumo deste produto foi
em média de 175 quilos per capita, já nos países menos desenvolvidos
consumiram 20 quilos por capita. A realidade em alguns países como a
Finlândia (334Kg), Estados Unidos (312Kg) e Japão (250Kg) é alarmante e
com o passar dos anos os consumos variaram muito pouco em relação a estes
valores.
O indivíduo ultrapassa a responsabilidade de consumo de papel na sociedade
e este só é resolvido se o indivíduo diminuir o seu consumo. Este problema
deve ser debatido e resolvido em conjunto, como uma sociedade mundial. O
gasto desmensurado desta matéria a nível mundial pode não acusar efeitos
imediatos no clima, no entanto, os nossos filhos e os nossos netos irão sofrer
com as nossas acções, tal como nós estamos a começar a sofrer com o abuso
industrial iniciado no final do século XVIII. Hoje em dia existem acordos e
tratados que abordam esta temática e começam a resultar em significantes
melhorias, no entanto sente-se que a população geral ainda não está 100%
consciente dos custos ambientais que certas escolhas acarretam, desde as
listas rápidas de compras no caderno porque “está mais à mão” até às
embalagens não reutilizadas só porque “vão ocupar espaço em casa”.

Em suma, as sociedades (população geral), devem compreender que o


elevado consumo do papel, bem como de outras matérias não mencionadas
neste documento, afecta os modos de vida e até mesmo as possibilidades de
sobrevivência de aldeias, vilas, cidades, países, florestas e oceanos, tendo
estes o mesmo direito. O planeta, e por sua vez todos os seres vivos nele
inseridos, também é prejudicado com as resultantes alterações climáticas,
poluição atmosférica, do solo e da água, perda de biodiversidade, etc…
Como Gandhi mencionou certa vez, “A terra oferece o suficiente para satisfazer
a necessidade humana, mas não a cobiça do homem”.

Tecnologias Digitais – uma nova esperança

As novas tecnologias são desde há algum tempo utilizadas como meio auxiliar
na produção do livro impresso: os autores escrevem os seus textos utilizando
processadores de texto, enviam os seus trabalhos aos editores, estes por sua
vez, também utilizam tecnologias digitais nas operações de impressão de
livros.
Para além dos meios auxiliares, existem também alternativas ao livro impresso.
O e-book e o e-zine são dispositivos em formato digital disponíveis para o
público geral com configurações e designações que se aproximam ao livro
impresso para uma melhor aceitação por parte dos consumidores.
O e-paper, também conhecido como papel electrónico, é também uma
abordagem digital à folha (papel) onde utilizando o e-ink (tecnologia de
programação de escrita) permite escrever, apagar e reutilizar a folha digital.
As sociedades actuais, caracterizadas pelo desenvolvimento do sector
terciário, são consumidoras compulsivas de papel. O grande consumo de papel
é também uma realidade tanto no sector secundário como no sector primário,
que desenvolveram os seus serviços técnicos e administrativos e tornaram-se
consumidores de papel e de tecnologias digitais. Este consumo alargado
coloca questões de sustentabilidade ecológica que devem ser abordadas,
equacionadas e resolvidas com a maior brevidade possível, e atenção, não
estamos a falar exclusivamente das grandes empresas com poder capital
suficiente para responder a qualquer alteração exigida, estamos sim a falar dos
milhões de negócios particulares (as pequenas e médias empresas) que não
têm meio de responder aos apelos humanitários e ambientais cada vez mais
referidas na nossa sociedade.
Todas as pessoas consomem papel: no trabalho, em casa, no lazer, etc… Para
alimentar este consumo exagerado, a indústria tem de aumentar a sua
produção, consumindo cada vez mais recursos. Após ser utilizado (muitas
vezes mal utilizado), este produto torna-se lixo e incorpora os milhões de
toneladas de papel que diariamente são despejados nas estações de
tratamento de resíduos.
Em algumas partes do globo, nomeadamente em países com grandes
capacidades de produção de pasta de papel, o chamada flagelo dos “desertos
verdes” é uma realidade assustadora e conhecida de todos. Grandes parcelas
de terra são arroteadas e plantadas com espécies arbóreas, em regime de
monoculturas altamente mecanizadas e aditivadas de produtos químicos,
reduzindo directamente a biodiversidade e contribuindo para o
depauperamento dos solos, a desertificação e o esgotamento dos recursos
hídricos.
Em Portugal, o eucalipto é a árvore mais consumida na indústria de pasta de
papel. Esta espécie, oriunda da Austrália, que chegou a Portugal há apenas 2
séculos, mas que em função das condições naturais, nomeadamente o clima
ameno e solo fértil que encontra, desenvolveu-se muito facilmente (crescimento
muito rápido em cerca de 10 anos, ou menos consoante o clima, e sem grande
necessidade de cuidados, consegue-se uma mata em condições de corte para
a produção de celulose). Este conjunto de condições levou a que à volta desta
espécie vegetal se criasse alguma controvérsia, sendo até considerada uma
espécie infestante e agressiva para as espécies autóctones. Hoje o eucalipto
ocupa uma parte significativa da floresta portuguesa, sendo a sua produção, na
sua grande maioria, destinada à indústria de pasta de papel.

Todos somos consumidores e quanto mais consumimos mais detritos


produzimos. Esta é uma realidade em que geralmente não pensamos, usamos
e deitamos fora. Esta atitude, porque é partilhada por um universo cada vez
maior de indivíduos, está a criar problemas ambientais sérios e com graves
consequências para o futuro sustentável do Planeta. Temos de pensar no que
estamos a fazer cada vez que deitamos fora o nosso lixo, mas antes temos que
nos tornar consumidores conscientes e racionais dos recursos que a natureza
nos fornece.
Hoje em dia consome-se porque sim. O ser humano é induzido a consumir,
irreflectidamente, porque aceita-se que ser consumidor é uma característica
sem a qual se é um ser menor, incompleto, subdesenvolvido. Este consumismo
desenfreado, ao esgotar recursos ou ao produzir resíduos em excesso, pode
pôr em causa a sustentabilidade do nosso mundo. Não sabemos como as
coisas vão evoluir, mas sabemos que a questão ecológica tem de ser
prioritária.

Produzir papel implica actividade industrial de base, consumo de matéria-prima


e de energia em quantidades elevadas e, como não podia deixar de ser,
produção de resíduos e poluição. As elevadas necessidades de consumo de
espécies florestais e o abate indiscriminado criaram problemas ambientais e
económicos graves em muitas partes do nosso Planeta.

As tecnologias de informação e comunicação são, a cada ano que passa, mais


utilizadas nos diversos sectores da sociedade portuguesa. As suas
capacidades são fonte de atracção e estão presentes em quase todas as
actividades humanas. Telemóveis, computadores, correio electrónico,
comunicação online e a própria internet, fazem parte do nosso quotidiano no
trabalho, na educação e no ensino, no entretenimento, etc… o que os torna
quase indispensáveis na sociedade actual.

As bibliotecas digitais começam a proliferar, cumprindo, como qualquer


biblioteca tradicional, uma função social e cultural ao partilhar e promover o
acesso ao saber através de livros tradicionais tornados digitais.

Na esperança de criar algum impacto, mesmo que apenas resulte na


consciencialização das pessoas ou até mesmo numa alteração no estilo de
vida das mesmas em prol da sustentabilidade do planeta, foi seleccionado
como universo de recolha de dados a Orquestra Filarmonia das Beiras numa
tentativa de elucidar os membros da Orquestra para os problemas ambientais
resultantes da utilização excessiva do papel, realizando um questionário aos
mesmos abordando a temática em estudo, numa esperança de tentar saber até
que ponto seria possível um abandono da utilização do papel (partituras) dando
lugar às tecnologias digitais (Tablet) com sistema de notação musical inseridos
e acessório que facilite a viragem de página. O questionário foi disponibilizado
através da plataforma “Google Forms”, pois distribuir questionários em papel
iria completamente contra a corrente da temática abordada.

Questionário:
FONTES BIBLIOGRÁFICAS

 ANSELMO, Artur (1997) – Estudos de história do livro. Lisboa: Guimarães Editores.


ISBN 972-665-407-6

 ALVES, Jorge Fernandes (2001) – Indústria da pasta e do papel em Portugal: O grupo


Portucel. Lisboa: Portucel, ISBN 972-797-002-8
 ARAUJO, Emanuel. A construção do livro. Princípios da técnica de editoração. 2. Ed. São
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 BARBIER, Frédéric. História do livro. Trad. Valdir Heitor Barzotto. São Paulo: Paulistana,
2008.

 BORGES, Maria Manuel (2004) – Conexão, (r)Evolução e Informação. [em linha]


Acedido em 4 Dez. 2018]. Disponível na WWW em
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo5591.PDF.

 CHARTIER, Roger (1998) – As utilizações do objeto impresso: séculos XV-XIX.


Boavida. Miraflores. ISBN 972-29-0399-3

 FURTADO, José Afonso (2003) – O papel e o pixel. BORGES, Maria Manuel, coord.
(2003) – Ciberscópio. Coimbra: Coimbra, Capital Nacional da Cultura.

 ILHARCO, Fernando (2003) – Filosofia da informação: Uma introdução à


informação como fundação da acção, da comunicação e da decisão. Lisboa:
Universidade Católica. ISBN 972-54-0068-2

 Acedido em 12. Nov.2018]. Disponível:


http://www.notapositiva.com/old/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_tr
ab/historiadopapel.htm

 Acedido em 17. Nov.2018]. Disponível: http://www.celpa.pt/historia-do-papel/

 Acedido em 20. Nov.2018]. Disponível: https://www.coladaweb.com/curiosidades/a-


historia-do-papel

Possuem

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