As novas tecnologias são desde há algum tempo utilizadas como meio auxiliar
na produção do livro impresso: os autores escrevem os seus textos utilizando
processadores de texto, enviam os seus trabalhos aos editores, estes por sua
vez, também utilizam tecnologias digitais nas operações de impressão de
livros.
Para além dos meios auxiliares, existem também alternativas ao livro impresso.
O e-book e o e-zine são dispositivos em formato digital disponíveis para o
público geral com configurações e designações que se aproximam ao livro
impresso para uma melhor aceitação por parte dos consumidores.
O e-paper, também conhecido como papel electrónico, é também uma
abordagem digital à folha (papel) onde utilizando o e-ink (tecnologia de
programação de escrita) permite escrever, apagar e reutilizar a folha digital.
As sociedades actuais, caracterizadas pelo desenvolvimento do sector
terciário, são consumidoras compulsivas de papel. O grande consumo de papel
é também uma realidade tanto no sector secundário como no sector primário,
que desenvolveram os seus serviços técnicos e administrativos e tornaram-se
consumidores de papel e de tecnologias digitais. Este consumo alargado
coloca questões de sustentabilidade ecológica que devem ser abordadas,
equacionadas e resolvidas com a maior brevidade possível, e atenção, não
estamos a falar exclusivamente das grandes empresas com poder capital
suficiente para responder a qualquer alteração exigida, estamos sim a falar dos
milhões de negócios particulares (as pequenas e médias empresas) que não
têm meio de responder aos apelos humanitários e ambientais cada vez mais
referidas na nossa sociedade.
Todas as pessoas consomem papel: no trabalho, em casa, no lazer, etc… Para
alimentar este consumo exagerado, a indústria tem de aumentar a sua
produção, consumindo cada vez mais recursos. Após ser utilizado (muitas
vezes mal utilizado), este produto torna-se lixo e incorpora os milhões de
toneladas de papel que diariamente são despejados nas estações de
tratamento de resíduos.
Em algumas partes do globo, nomeadamente em países com grandes
capacidades de produção de pasta de papel, o chamada flagelo dos “desertos
verdes” é uma realidade assustadora e conhecida de todos. Grandes parcelas
de terra são arroteadas e plantadas com espécies arbóreas, em regime de
monoculturas altamente mecanizadas e aditivadas de produtos químicos,
reduzindo directamente a biodiversidade e contribuindo para o
depauperamento dos solos, a desertificação e o esgotamento dos recursos
hídricos.
Em Portugal, o eucalipto é a árvore mais consumida na indústria de pasta de
papel. Esta espécie, oriunda da Austrália, que chegou a Portugal há apenas 2
séculos, mas que em função das condições naturais, nomeadamente o clima
ameno e solo fértil que encontra, desenvolveu-se muito facilmente (crescimento
muito rápido em cerca de 10 anos, ou menos consoante o clima, e sem grande
necessidade de cuidados, consegue-se uma mata em condições de corte para
a produção de celulose). Este conjunto de condições levou a que à volta desta
espécie vegetal se criasse alguma controvérsia, sendo até considerada uma
espécie infestante e agressiva para as espécies autóctones. Hoje o eucalipto
ocupa uma parte significativa da floresta portuguesa, sendo a sua produção, na
sua grande maioria, destinada à indústria de pasta de papel.
Questionário:
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
FURTADO, José Afonso (2003) – O papel e o pixel. BORGES, Maria Manuel, coord.
(2003) – Ciberscópio. Coimbra: Coimbra, Capital Nacional da Cultura.
Possuem