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Clandestino.

O caderno de processo de um artista é um objeto clandestino: está sempre à


mão, logo ali onde vai ser pego, manuseado, rabiscado, rasurado, experimentado. Sua
narrativa não é a da obra acabada, que se encerra em um tempo próprio. A do caderno é
múltipla, cotidiana, banal até. Nele pulsam os registros de tudo, e abri-lo é entrar naquele
mundo particular em que moram todos os muitos começos de um fazer artístico.
Arquivista. Quem toma um caderno por companheiro de criação torna-se colecionador(a) de
olhares, gestos, traços, listas, imagens. Seu trabalho é o de sobrepô-los, selecioná-los e levá-
los de uma parte a outra, como quem cria um acervo do cotidiano.
Íntimo. O olhar de quem abre um caderno de processo é o de quem descortina a intimidade
única e experimental em que se dá o fazer artístico.
Cotidiano.
Portátil.
Abrir os cadernos de processos de muitos e muitas artistas é fazer um convite para o móvel
e banal em que se dá a arte, experimentar contornar os sujeitos que desenham, escrevem,
colam impressões em forma de um estudo incansável que perpassa vida e arte. É, mais ainda,
um convite para um exercício coletivo de produção: os sujeitos que habitam os objetos dos
cadernos são todos, são múltiplos, são íntimos do dia-a-dia, misturados às anotações em uma
narrativa de tudo e, principalmente, da arte.

Essa exposição abre-se para o público na forma de um grande caderno móvel e lúdico, em
que as folhas se sobrepõe nas mais variadas combinações e propostas. É um caderno não-
acabado, não-encadernado, e, por isso, possível de toda forma de experimentação. Ele
permite ao público participante este ato íntimo de adentrar os processos de diversos artistas,
ali impressos na forma de um livro coletivo de páginas particulares reproduzidas. Mas vai
além. Convida ao gesto, instiga.
Provocativo. O caderno de processos dessa exposição é uma provocação ao ato de desenhar,
produzir, mover-se, traçar. Coleciona, além dos gestos inacabados dos muitos processos que
estão ali, os muitos gestos porvir do público, que é convidado, página por página, a interferir
com seus próprios processos.
Interativo.
Criativo.
Este caderno exposto é uma ação inacabada que pede por continuidade nos sujeitos que
interagem, sobrepõe-se, familiarizam-se com suas possibilidades.
É, por fim, uma exposição dos olhares do outro sobre tudo, sempre por fazer.
Uma provocação ao gesto artístico, qualquer que seja.

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