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Uso Racional de Anti-inflamatórios


Não Esteroides

Nº 5

Rafael Mota Pinheiro* e Lenita Wannmacher**

INTRODUÇÃO

A inflamação é, antes de tudo, mas que compartilham propriedades


processo útil e benéfico para o organis- analgésica, antitérmica, anti-inflama-
mo, compensando quebra de homeos- tória e antitrombótica. Esses agentes
tasia e repondo normalidade tissular. têm apenas efeito sintomático nas
Esse processo de defesa e reparação só doenças ou processos inflamatórios em
deve ser combatido quando as que estão indicados.1
manifestações clínicas agudas (clássica- AINE classificam-se em inibidores
mente tumor, calor, rubor e dor) são não seletivos e seletivos de COX-2.
intensas e desconfortáveis, e se o Estes últimos incluem agentes mais
processo adquire maior repercussão antigos (etodolaco, meloxicam e nime-
sistêmica e caráter subagudo ou sulida) e coxibes.
crônico, com manifestações sintoma- A Relação Nacional de Medica-
ticas incapacitantes e danos tissulares mentos Essenciais (Rename) 2010 inclui
cumulativos, como deformidades e dois representantes do grupo dos
perdas funcionais.1 AINE: ácido acetilsalicílico (AAS) sob
Do ponto de vista farmacológico, forma de comprimidos (500mg) e
deve haver cautela no tratamento da ibuprofeno sob forma de comprimidos
inflamação. Processos inflamatórios (200, 300 e 600mg) e solução oral
localizados e autolimitados merecem (50mg/ml).2
apenas medidas não medicamentosas No Brasil, vários AINE são
sintomáticas (gelo, repouso, imobili- facilmente encontrados ao alcance de
zação) ou analgésicos não opioides. todos em farmácias. Inclusive napro-
Quando há comprometimento sistêmi- xeno, ibuprofeno e cetoprofeno
co, o tratamento pode incluir anti-infla- constam da lista de Medicamentos
matórios não esteroides e esteroides e Isentos de Prescrição (MIP) de 2003,
outras classes farmacológicas com embora sejam agentes com diferentes
especificidade contra elementos do potenciais de toxicidade.3
processo inflamatório.1 Isso favorece a automedicação com
No vasto armamentário de fárma- AINE, desconsiderando restrições de
cos com ação no processo inflamatório, indicação, efeitos adversos e interações
existe a classe de anti-inflamatórios medicamentosas potencialmente
não esteroides (AINE) composta por prejudiciais com outros fármacos
grupos quimicamente heterogêneos, comumente utilizados na atenção
*Rafael Mota Pinheiro
Professor da Universidade de Brasília. Farmacêutico. Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutor
em Medicina: Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

**Lenita Wannmacher
Professora de Farmacologia inativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade de Passo Fundo, RS. Mestra
em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultora em Farmacologia do Núcleo de Assistência Farmacêutica
da Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ, Rio de Janeiro. Membro do Comitê de Especialistas em Seleção e Uso de
Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde, Genebra.
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primária à saúde. dose por tempo prolongado, melhorou


O foco desta revisão consiste na uma série de desfechos clínicos em
prescrição racional de AINE, visando crianças com fibrose cística (função
minimizar uso indiscriminado e riscos pulmonar, estado nutricional, uso de
inerentes. antibioticoterapia intravenosa, admis-
As evidências sobre a eficácia dos sões hospitalares, sobrevida, compro-
AINE como analgésicos (em dores metimento radiológico pulmonar) em
agudas e crônicas), antipiréticos e relação a placebo.7
antiagregantes plaquetários são apre- Não se recomendam AINE para
sentadas e discutidas em outros dores leves e moderadas em geral, na
números desta série de publicações. crença de que tenham efeito superior ao
de analgésicos sem efeito anti-inflama-
INDICAÇÕES E RESTRIÇÕES AOS AINE tório. Também não estão indicados na
forma injetável para tratamento de
Os AINE, ao inibirem a síntese de dores intensas (como a pós-operatória),
prostaglandinas e tromboxano median- o que é motivado pelo medo da
te a inativação das enzimas ciclooxi- utilização de analgésicos opioides.
genases constitutiva (COX-1) e indu- Tampouco devem ser empregados em
zível (COX-2), são úteis no manejo de situações em que a reação inflamatória
manifestações sintomáticas muscu- não deva ser inibida, como traumas e
loesqueléticas em pacientes com artrite infecções. Nos primeiros, a inflamação
reumatoide, polimiosite, lúpus eritema- é componente indispensável à repara-
toso sistêmico, esclerose sistêmica ção tecidual e nos segundos representa
progressiva, poliarterite nodosa, uma das defesas do organismo. Em
granulomatose de Wegener, espondilite muitas condições, o tratamento deve
anquilosante e entesopatias. Demons- ser direcionado especificamente à
tram eficácia em serosites lúpicas gênese do problema (por exemplo,
(pleurite e pericardite). São também antimicrobianos em infecções).1
usados como adjuvantes no tratamento Questiona-se a prescrição de coxi-
da gota aguda e em osteoartrose, bes com finalidades anti-inflamatória e
artroplastia e fibrose cística.1 analgésica, já que sua eficácia é similar
Embora haja uso para controle de à de AINE não seletivos, tendo custo
dor em artrite reumatoide, revisão não consideravelmente mais alto e menor
encontrou evidências sobre o uso de segurança cardiovascular. Por tudo que
AINE nessa condição.4 se evidenciou nos últimos anos, parece
Em osteoartrose de joelho, AINE prudente adotar atitude de cautela em
superam placebo e analgésicos comuns relação aos representantes que perma-
no controle da dor. Não há evidência de necem no mercado, evitando usá-los
diferença de efeito entre os diversos como medicamentos de primeira linha.8
representantes dos AINE. Porém, AINE O uso de AINE deve ser conside-
orais são mais eficazes do que AINE rado com cautela em pacientes idosos,
tópicos no controle de dor aguda.5 visto o aumento do risco de sangra-
Não se encontraram comparações mento gastrointestinal e perfurações,
entre AINE e colchicina para o trata- manifestações que podem ser fatais.
mento da gota aguda.6 Em gestantes, os AINE não são
Revisão sistemática Cochrane evi- recomendados. Se forem muito necessá-
denciou que ibuprofeno, dado em alta rios, ácido acetilsalicílico em baixas
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doses é provavelmente o mais seguro, aumentaram a incidência de


pois não se associa a efeitos terato- hemorragia gastrintestinal. No período
gênicos em humanos. Todavia, deve ser de 1999–2004, houve estimativa de
suspenso antes do tempo previsto para 26.603 mortes atribuídas a ambos os
o parto a fim de evitar complicações coxibes, enquanto AINE não seletivos
como trabalho de parto prolongado, se associaram a excesso de 87.327
aumento de hemorragia pós-parto e hemorragias digestivas e 9.606 mortes
fechamento intrauterino prematuro do no mesmo período.10 Com esses
ducto arterioso. fármacos, pois, se observa mais
Em crianças, seu uso também é morbidade (comprometimento
restrito, pelo receio do aparecimento de gastrointestinal é mais comum), mas
síndrome de Reye. Uma exceção é o uso menor mortalidade.
de ibuprofeno intravenoso (sol. inj. Histórico de hipersensibilidade a
5mg/ml) em recém-nascidos prema- AINE (incluindo ácido acetilsalicílico) –
turos e/ou de baixo peso para manifesta por reações urticária
fechamento da patência do ducto generalizada, angioedema, edema de
arterial.9 Todavia, não existe tal forma glote, laringoespasmo, rinite, dermatite,
farmacêutica no Brasil. hipotensão e choque anafilático –
Pacientes com história de ulcera- contraindica o uso de AINE. Aproxi-
ção péptica ou em alto risco para o madamente 5–10% de pacientes adultos
desenvolvimento de efeitos adversos asmáticos têm sintomas agravados com
gastrintestinais preferencialmente não uso de AINE. A resposta usualmente
devem receber AINE. Se o tratamento começa após uma hora do uso de ácido
for imprescindível, medidas de prote- acetilsalicílico ou AINE e se caracteriza
ção gástrica devem ser providenciadas por rinorreia, lacrimejamento e
(p.ex.: uso de antissecretores gástricos). broncoespasmo. Em casos de pacientes
11

Pacientes com disfunção hepática com asma brônquica e que necessitem


ou renal devem ser acompanhados de ácido acetilsalicílico, a
devido aos possíveis efeitos adversos dessensibilização provou beneficiar o
dos AINE. controle da asma e ser custo-efetiva.12
Deve-se evitar o uso de AINE, Existe hipersensibilidade cruzada,
principalmente coxibes, em pacientes de modo que pacientes que a
com insuficiência cardíaca grave e apresentem a um representante, não
cardiopatia isquêmica pelo risco de devem receber qualquer AINE. Para
indução de infarto do miocárdio e controle de dor e inflamação, agentes
acidente vascular encefálico. de outras classes farmacológicas devem
Levantamento norte-americano ser prescritos.
assinalou aumento significativo de risco
de infarto do miocárdio e de hemor- SELEÇÃO DOS AINE
ragia gastrintestinal com rofecoxibe.
Celecoxibe associou-se significati- A seleção do AINE ideal depen-
vamente a aumento de risco de derá de fatores de risco individuais, da
acidente vascular encefálico e de resposta terapêutica desejada e de
hemorragia gastrintestinal. AINE não preferências pessoais. Todos os AINE
seletivos não se associaram a efeitos têm eficácia anti-inflamatória similar.
adversos de infarto do miocárdio e Evidências de alta qualidade compro-
acidente vascular encefálico, mas vam que coxibes comparados a antigos
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inibidores orais de COX-2, AINE orais Para os AINE considerados


entre si e AINE orais versus medicamentos essenciais, os esquemas
paracetamol são igualmente eficazes na terapêuticos estão descritos no Quadro
redução de dor em doenças musculoes- 1. É importante lembrar que dobrar
queléticas agudas e crônicas.13 dose de um AINE somente leva a
Porém, podem originar diferencia- discreto aumento de efeito (efeito teto)
das respostas individuais. Preferências que pode não ser clinicamente
pessoais com agentes particulares não relevante, mas resulta em incremento
foram reproduzidas em estudos clínicos de efeitos adversos.14 Preferencialmente
e podem ser fruto do acaso ou de são usados por via oral, mas existem
flutuações naturais na atividade de AINE tópicos (em forma de gel,
doença. Em pacientes não responsivos a aerossol e creme) com os quais se
um dado AINE, pode-se substituí-lo demonstrou redução de dor aguda de
por outro, preferencialmente de origem musculoesquelética em 50%
diferente grupo. comparativamente a placebo (NNT de
Havendo eficácia similar, a escolha 4,5; IC95%: 3,9–5,3), sem ocorrência dos
deve basear-se em outros critérios: efeitos adversos sistêmicos associados
toxicidade relativa, conveniência de com o uso oral.14
administração para o paciente, custo O intervalo de dose de ácido
comparativamente favorável e expe- acetilsalicílico é de seis horas, uma vez
riência de emprego. que a dose anti-inflamatória excede a
analgésica, o que satura o mecanismo
PRESCRIÇÃO DOS AINE de detoxificação (cinética de ordem
zero), aumentando a meia vida.

Quadro 1 - Esquemas terapêuticos anti-inflamatórios de AINE para adultos e crianças.


Representante Esquema de administração
Prodose oral Dose máxima diária Intervalo entre
doses
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Adulto 1.000mg 5.000mg 6 horas
Criança Não recomendado
IBUPROFENO*
Adulto 300 – 600mg 2.400mg 6 horas

Criança > de 3 meses 5 –10mg/kg/dose 40mg/kg/dia 6–8 horas


* Formas farmacêuticas disponíveis no mercado brasileiro: comp. 200, 300, 400 e 600mg; suspensão oral 20 ou 30 ou 50
ou 100mg/ml; suspensão oral gotas 50mg/ml; solução oral 20 ou 40 ou 50 ou 100 ou 200mg/ml.

SEGUIMENTO DOS AINE

Objetivos terapêuticos desses estão indicados. Diminuição de dor,


anti-inflamatórios são vários, dada a eritema e edema são medidas
multiplicidade de manifestações clí- clínicas de eficácia dos AINE. Em
nicas das doenças para as quais artrite reumatóide e osteoartrose,
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redução de rigidez matinal e sensi- indometacina e piroxicam) e alto


bilidade articular e aumento de (azapropazona).16
capacidade funcional comprovam o Revisão sistemática comparou
benefício desses medicamentos. AINE não seletivos (em doses
usuais) em relação a sangramento
Efeitos adversos digestivo alto ou perfuração. Os
Contemporaneamente muito se riscos relativos estimados (RR)
publica sobre efeitos adversos de foram 3,98 (IC95%: 3,36–4,72) para
AINE não seletivos e seletivos de diclofenaco, 5,63 (IC95%: 3,83–8,28)
COX-2. Procura-se dimensionar a para naproxeno e 2,69 (IC95%: 2,17–
questão dos efeitos gastrintestinais, 3,33) para ibuprofeno. O mais alto
tanto no que se refere à real inci- risco foi observado com cetorolaco
dência de efeitos irritativos induzida (RR=14,54; IC95%: 5,87–36,04]) e
por agentes não seletivos quanto à piroxicam (RR=9,94; IC95%: 5,99–
propalada ausência desses efeitos 16,50). A comparação entre AINE
atribuída a inibidores seletivos de não seletivos e coxibes mostrou
COX-2. Não menos interesse é ge- riscos relativos de 4,50 (IC95%: 3,82–
rado pelos efeitos desses últimos 5,31) e 1,88 (IC95%: 0,96–3,71),
sobre o sistema cardiovascular. Em respectivamente.17
relação à cardiotoxicidade, ques- A prevenção de úlceras
tiona-se se é própria de rofecoxibe e gástricas e duodenais em usuários
celecoxibe ou efeito de classe, crônicos de AINE sem possibilidade
comum a todos os representantes. de suspendê-los pode ser obtida
com misoprostol, inibidores da
Riscos Gastrintestinais e bomba de prótons (IBP) e doses
Estratégias de Proteção duplas de antagonistas H2.
Achado endoscópico de lesão na Em usuários de AINE, o empre-
mucosa gastroduodenal aparece em go concomitante de doses usuais de
20–40% dos pacientes em uso de antagonistas H2 diminui o risco de
AINE. Apesar de contempora- úlcera duodenal, mas não o de
neamente ocorrer diminuição na úlcera gástrica, a mais frequen-
incidência geral de úlcera péptica, temente associada a anti-inflama-
há aumento daquelas associadas a tórios. Sendo assim, os antagonistas
uso de AINE em adultos e idosos, H2 vêm sendo preteridos em relação
em quem riscos de complicações e a outras opções.18
necessidade de internação são Metanálise Cochrane demons-
maiores.15 trou que misoprostol, IBP e dose
A agência inglesa reguladora de dobrada de antagonistas do receptor
medicamentos (MHRA) categorizou H2 (ARH2) reduziram o risco de
o risco gastrintestinal dos AINE em úlcera gástrica e duodenal induzida
três níveis: baixo (ibuprofeno), inter- por AINE. O misoprostol foi tam-
mediário (diclofenaco, naproxeno, bém associado a excesso de 1,6
vezes no risco de desistência de
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tratamento devido a náuseas demonstrou que a adição de IBP a


(RR=1,25; IC95%: 1,07–1,48), diarreia qualquer AINE aumenta a estima-
(RR= 2,36; 2,01–2,77) e dor abdo- tiva de ganho na qualidade de vida
minal (RR= 1,36; 1,20–1,55). O uso ajustada, com pouco ou nenhum
de ARH2 em dosagem padrão para custo adicional. Os autores ainda
prevenção de úlcera duodenal foi assumem um efeito de classe para
eficaz, mas não foi capaz de reduzir todos os IBP e afirmam que a custo-
o risco de aparecimento endoscópi- efetividade é maior quando o mais
co de úlcera gástrica, o que ocorreu barato IBP é usado, mantendo-se
quando a dose foi dobrada. mesmo à luz dos estudos que
Comparativamente a placebo, essa relacionam o uso crônico de IBP a
estratégia reduziu risco de úlcera risco de fraturas.22
duodenal e gástrica significativa- Revisão sistemática sugere, após
mente (RR=0,25; 0,11–0,65 e RR=0,44; modelagem econômica, que a
0,26–0,75, respectivamente). Efeitos associação de antagonistas de
semelhantes foram observados com receptores H2 ou IBP a AINE não
uso de IBP para úlceras duodenal seletivo seja estratégia custo-efetiva
(RR= 0,20; 0,10–0,39) e gástrica para evitar úlcera endoscópica em
(RR=0,39; 0,31–0,50).19 pacientes que necessitam de uso
A comparação entre omeprazol prolongado de AINE.23
(20mg/dia), ranitidina, misoprostol e
sucralfato no tratamento de úlceras Riscos cardiovasculares e
associadas a uso de AINE foi favo- trombóticos
rável ao primeiro.20 A decisão de iniciar tratamento
Embora com eficácia semelhan- com AINE deve sempre ser
te, IBP são mais bem tolerados do precedida de avaliação individual
que misoprostol e mais comumente do risco cardiovascular do paciente,
utilizados para este fim. considerando cuidadosamente o ba-
O impacto econômico das lanço entre benefícios e riscos. Tanto
complicações gastrintestinais asso- coxibes quanto AINE não seletivos
ciadas ao uso de AINE pode ser têm diferentes graus de segurança
grande. Em pacientes de baixo risco, cardiovascular. Particularmente ro-
uso isolado de AINE não seletivos fecoxibe e diclofenaco associam-se a
foi mais custo-efetivo. Entretanto, mais acentuadas morbidade e
em pacientes que utilizam ácido mortalidade cardiovasculares. Por
acetilsalicílico ou apresentam alto isso devem ser prescritos com muita
risco de desenvolvimento de evento cautela, inclusive a indivíduos
gastrintestinal, a adição de inibidor sadios, já que são fármacos
de bomba de prótons a um AINE vendidos sem prescrição médica.24
não seletivo pode ser a estratégia Meta-análise quantificou, ao
preferencial.21 combinar estimativas diretas e indi-
Estudo de custo-efetividade retas, o risco relativo de ocorrência
em pacientes com osteoartrite de evento vascular em pacientes sob
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uso de AINE não seletivos e inibi- O risco foi mais aparente com
dores seletivos de COX-2. Em eventos isquêmicos sem elevação de
comparação a placebo, inibidores segmento ST.26
seletivos de COX-2 associaram-se Coorte dinamarquesa de base
significativamente a aumento de populacional (4.614.807 indivíduos
42% na incidência de eventos com mais de 10 anos que tiveram
cardiovasculares (P = 0,003), princi- pelo menos uma prescrição de
palmente infarto do miocárdio (P = diclofenaco entre 1997 e 2005, dos
0,0003), sem significativa hetero- quais 1.028.437 foram incluídos no
geneidade entre diferentes agentes. estudo) verificou que o uso de diclo-
A incidência de eventos vasculares fenaco e de rofecoxibe associou-se a
graves foi similar entre inibidores aumento do risco de morte por
seletivos de COX-2 e qualquer AINE doença cardiovascular (OR= 1,91;
não seletivo. No entanto, a IC95%: 1,62–2,42 e OR=1,66; IC95%:
comparação de inibidor seletivo de 1,06–2,59, respectivamente) de
COX-2 versus naproxeno (RR=1,57; forma dose-dependente. Houve ten-
1,21–2,03) mostrou diferença estatis- dência a aumento de risco de
ticamente significante, beneficiando acidente vascular encefálico fatal e
naproxeno. Em comparação a place- não fatal com ibuprofeno. Napro-
bo, o risco relativo foi de 0,92 xeno não se associou a aumento de
(IC95%: 0,67–1,26) para naproxeno; risco cardiovascular (OR=0,84; 0,50–
1,63 (IC95%: 1,12–2,37) para diclo- 1,42). Dadas as diferentes respostas,
fenaco; e 1,51 (IC95%: 0,96–2,37) a escolha do AINE apropriado deve
para ibuprofeno. Apesar das dife- levar em consideração o perfil de
renças numéricas entre os riscos cada paciente.27
relativos de naproxeno e ibupro- O uso prolongado de AINE pode
feno, os intervalos de confiança aumentar em 5–6mmHg a pressão
apresentados para ambos contêm a média em pacientes com hiper-
unidade, o que fala a favor da não tensão arterial sistêmica e pode
diferença estatisticamente signi- interferir com a eficácia de alguns
ficativa em relação ao comparador anti-hipertensivos.28
(placebo).25 Em revisão sistemática,
Estudo prospectivo de casos e demonstrou-se aumento no risco de
controles verificou que o risco de hipertensão relacionado ao uso de
eventos cardiovasculares isquêmi- ibuprofeno (RR= 4,0; IC95%: 1,1–
cos associou-se não significati- 14,9), efeito não observado com o
vamente a uso corrente de AINE uso de naproxeno (RR= 2,3; 0.8–6,2).
(OR ajustado= 1,16; IC95%: 0,95– Ibuprofeno aumentou 4,3mmHg
1,42). O risco aumentou com (2,9–6,5mmHg) na pressão sistólica
consumo de altas doses (OR =1,64; e 1,8mmHg (0,5–3,0mmHg) na pres-
IC 95%: 1,06–2,53) e nos pacientes são diastólica.29
com doença isquêmica cardíaca Em meta-análise de 51 ensaios
prévia (OR =1,84; IC95%: 1,13–3,00). clínicos aleatórios (n= 130.541
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participantes) evidenciou-se aumen- para IRA foi de 3,23 (IC95%: 1,79–


to do risco relativo para desenvolver 5,82) em comparação a não usuários
hipertensão com uso de coxibes na população geral, tendo declinado
(especialmente rofecoxibe e com a suspensão do tratamento.
etoricoxibe) versus naproxeno Esse aumento de risco ocorreu em
(RR=1,31; IC95%: 1,08–1,6). Entre- terapia curta e prolongada, mas foi
tanto o risco relativo não foi signi- discretamente maior com uso de
ficativamente maior (RR =1,12; altas doses de AINE. Diclofenaco
IC95%: 0,93–1,35; P=0,23) quando se apresentou maior risco (RR= 3,1;
compararam coxibes versus outros IC95%: 1,4–7,0) do que ibuprofeno
AINE (exceto naproxeno). 30 (RR = 2,6; IC95%: 1,0–6,9). História
Estudo de casos e controles de- de insuficiência cardíaca (IC), hiper-
monstrou aumento do risco relativo tensão, diabetes e hospitalizações no
ajustado para hospitalização associ- ano anterior associaram-se a maior
ada à insuficiência cardíaca por uso risco de IRA. Sugeriu-se modifica-
de AINE (todos – RR=1,3; IC95%: ção de efeito de AINE em pacientes
1,1–1,6; ibuprofeno – RR=1,4; 1.0– com hipertensão ou IC. Por isso
2,0; diclofenaco – RR=1,1; 0,8–1,5). 31 AINE devem ser usados com cau-
Meta-análise de estudos obser- tela nesses pacientes.
vacionais (casos e controles e O uso de AINE deve ser evitado
coortes) e ensaios clínicos aleatórios em pacientes com depuração plas-
demonstraram que o uso de AINE mática de creatinina menor que
não seletivo aumenta o risco relativo 20ml/min ou em uso concomitante
de insuficiência cardíaca em 30- de outros fármacos nefrotóxicos
100%. Entretanto, o risco absoluto é (p.ex.: aminoglicosídeos, diuréticos,
pequeno: menos de um paciente inibidores da enzima de conversão
desenvolve insuficiência cardíaca de angiotensina – IECA e anta-
atribuída a AINE por 100 pacientes - gonistas de receptores de angio-
ano de tratamento.32 tensina – ARA-II). Em pacientes com
insuficiência renal moderada (DCE
Riscos renais 50–10ml/min) deve-se usar a menor
A inibição da produção de dose efetiva e monitorar a função
prostanoides vasodilatadores pelos renal. Esse monitoramento deve ser
AINE pode comprometer o fluxo feito em 1 a 2 semanas após início
sanguíneo renal e exacerbar lesões ou aumento da dose de AINE,
isquêmicas. particularmente em pacientes em
Estudo de casos e controles uso de IECA, ARA-II, diuréticos de
aninhado em uma coorte avaliou a alça e poupador de potássio ou com
associação entre AINE e insufi- função renal alterada.34
ciência renal aguda (IRA). Em A lesão renal mais comumente
usuários correntes de AINE (40% de induzida por AINE é insuficiência
prescrições com diclofenaco e 29% renal aguda mediada hemodinami-
com ibuprofeno), o risco relativo camente. Outras síndromes clínicas
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incluem nefrite intersticial aguda e uso próximo da concepção (HR= 5,6;


hipertensão. Pode haver piora de IC95%: 2,3–13,7) ou por mais de
insuficiência renal crônica e retenção uma semana (HR= 8,1; IC95%: 2,8–
de sódio e água.35 23,4). 37
Estudo observacional encontrou
Riscos gestacionais e fetais razão de chances ajustada de 2,21
Durante o primeiro e o segundo (IC95%: 1,71–2,85) para defeitos
trimestres da gravidez o uso de congênitos quando AINE foram
AINE não é recomendado. Se for usados no primeiro trimestre de
absolutamente necessário, emprega- gravidez. Ainda apresentou OR de
se o fármaco com maior experiência 3,34 (IC95%: 1,87–5.98) para
de uso, na menor dose e pelo menor alterações relacionadas ao fecha-
tempo possível. Ibuprofeno é o mento do septo cardíaco.38
agente preferencial na gravidez, mas Revisão sistemática que incluiu
seu uso é off-label, pois a ausência de 22 estudos de casos e controles, sete
investigação não permite aos fabri- coortes e um ensaio clínico aleatório
cantes arrolá-lo como seguro no investigou a associação entre uso de
início da gravidez. Porém, está con- ácido acetilsalicílico e AINE e risco
traindicado após 30 semanas de de malformações congênitas. Em
gestação pelo risco de fechamento relação a ácido acetilsalicílico (11
prematuro do ducto arterial e estudos), somente dois estudos de
diminuição do líquido amniótico. casos e controles demonstraram
O fechamento prematuro do ducto aumento significativo no risco de
arterial, evento raro em decorrência malformação (OR =1,64; IC95%:
do uso de AINE antes da 29a 1,30–2,04). Com respeito a uso de
semana, é aumentado em 50–70% na AINE, dois estudos os associaram a
34a semana, chegando a 100% a aumento daquele risco. Nessa
partir da 36a semana de gravidez. revisão, nenhum medicamento
Após 30 semanas, se o uso de AINE associou-se significativamente à
se fizer necessário, deve-se monito- elevação de risco de malformação
rar circulação fetal e líquido âmnio- cardíaca. Porém, dois estudos evi-
tico por ultrassonografia, uma ou denciaram associação significativa
até duas vezes por semana.36 de risco de malformação orofacial
A maioria dos dados sobre quando o AINE foi usado durante o
riscos do uso de AINE antes da 30a primeiro trimestre de gravidez.39
semana de gravidez foram obtidos Meta-análise de oito estudos
de estudos observacionais e devem demonstrou risco 15 vezes maior de
ser interpretados com cautela. fechamento do ducto arterioso
Estudo de base populacional mediante exposição à indometacina
demonstrou aumento de 80% na (OR =15,04; IC95%: 3,29–68,68)
taxa de risco de aborto espontâneo comparativamente ao de placebo ou
associado a AINE (HR =1,8; IC95%: outro AINE.40
1,0–3,2), aumentando esse risco com
P á g i n a | 10

Meta-análise Cochrane demons- sugere que pacientes em uso de


trou que ibuprofeno e indometacina ácido acetilsalicílico de liberação
são efetivos no fechamento de ducto imediata usem a dose de ibuprofeno
arterial patente em prematuros ou (400mg) pelo menos 30 minutos (ou
recém-nascidos de baixo peso.41 mais) após a ingestão daquele ou
então 8 horas antes de sua adminis-
Interações tração para evitar a possível redução
AINE e paracetamol são fre- dos efeitos antiplaquetários.45
quentemente prescritos simultanea- Pacientes em tratamento anti-
mente. Coorte retrospectiva de base hipertensivo com diuréticos de alça,
populacional (1,2 milhão de pacien- antagonistas de receptores de angio-
tes) comparou os riscos da asso- tensina II (ARA-II) e inibidores da
ciação de ibuprofeno e paracetamol enzima de conversão da angio-
com os do uso dos fármacos sepa- tensina (IECA) e betabloqueadores
radamente. Não se identificaram alfa não devem receber AINE pelas
diferenças entre uso concomitante e interações medicamentosas desvan-
isolado dos dois fármacos.42 tajosas (reversão do efeito anti-
Apesar de evidências ex-vivo hipertensivo) que se estabelecem.
demonstrarem interação entre ácido Pequeno estudo controlado por
acetilsalicílico e ibuprofeno, não placebo demonstrou que AINE (pi-
existem evidências clínicas adequa- roxicam e ibuprofeno) elevaram a
das sobre perda do efeito pressão sistólica em pacientes que
cardioprotetor do primeiro quando recebiam lisinopril/hidroclorotiazi-
administrado concomitantemente da), enquanto paracetamol não
com ibuprofeno.43 afetou o efeito anti-hipertensivo da
O National Institute for Health associação. Porém, em pacientes que
and Clinical Excellence reconhece recebiam anlodipina, ibuprofeno ou
que todo AINE pode antagonizar os piroxicam não produziram mudan-
efeitos cardioprotetores do ácido ças significativas da pressão
acetilsalicílico. Assim, recomenda arterial. 46

que a paciente com osteoartrite que Estudo de coorte acompanhou


necessite usar ácido acetilsalicílico duas populações de alto risco para
em baixa dosagem deva ser pres- eventos renais – uma de pacientes
crito outro analgésico que não AINE que usavam furosemida, IECA ou
para o adequado manejo de dor.44 ARA-II (coorte de medicamentos) e
A FDA recomenda aos profis- outra de pacientes diabéticos (coorte
sionais de saúde o espaçamento de diabetes) – comparando-as com
tempo entre as administrações pacientes sem alto risco (coorte de
desses dois fármacos. Também referência) com relação a efeitos
destaca haver risco mínimo de adversos de AINE e coxibes. Apesar
diminuição do efeito antiplaquetário da aumentada vulnerabilidade a
do ácido acetilsalicílico com uso reações adversas de AINE e coxibes
ocasional de ibuprofeno. Entretanto, nas populações de alto risco para
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eventos renais, os efeitos desses inibidores seletivos da recaptação de


fármacos foram equivalentes aos serotonina (ISRS). Meta-análise de
apresentados pela população de estudos observacionais (n=153.000)
referência.47 mostrou aumento significativo do
Uso de diuréticos poupadores risco de sangramento gastrintestinal
de potássio, especialmente trian- após uso de ISRS (OR= 2,36; IC95%:
tereno, concomitantemente a AINE 1,44–3,85), chegando a OR de 6,33
deve ser analisado com cautela. Há (IC95%: 3,40–11,82) com uso
risco de hipercalemia, devendo ser concomitante de ISRS e AINE. Para
monitorados os níveis de potássio. cada 411 pacientes com mais de 50
Uso concomitante de AINE e anos e sem fator de risco para
diuréticos de alça também requer sangramento gastrintestinal, o uso
monitoramento, visto os riscos de ISRS acarretará um sangramento
potenciais de redução do efeito anti- digestivo alto (NND de 411), o
hipertensivo e aumento de mesmo acontecendo com 106
incidência de insuficiência renal. A pacientes nas mesmas condições,
interação entre a maioria dos AINE porém submetidos a uso conco-
(exceto indometacina) e diuréticos mitante de AINE e ISRS.50
tiazídicos parece pouco reduzir o
efeito anti-hipertensivo desses.48 Os destaques dessa revisão são:
A combinação de IECA ou
ARA-II com diurético pode causar  AINE só devem ser indicados
insuficiência renal aguda (IRA) para doenças inflamatórias com
mesmo com o uso concomitante de repercussão sistêmica caracteriza-
curto prazo de AINE.49 da por manifestações sintomáti-
Estudo de casos e controles cas incapacitantes e danos tissu-
mostrou que uso concomitante de lares cumulativos, como deformi-
medicamentos cardiovasculares e dades e perdas funcionais.
AINE aumentou em cinco vezes o  AINE orais e injetáveis não
risco de IRA. Diuréticos associados constituem primeira escolha para
apresentaram o maior risco (RR = controle de dor leve e moderada e
11,6; IC95%: 4,2–32,2), seguidos de dor intensa (pós-operatória),
antagonistas dos canais de cálcio respectivamente.
(RR= 7,8; IC95%: 3,0–20,5). 33  AINE não são recomendados
No mercado brasileiro existem para idosos, gestantes, crianças
várias apresentações comerciais que (ácido acetilsalicílico), pacientes
combinam doses fixas de diuréticos com história de ulceração péptica,
com IECA ou com ARA-II, disfunção hepática ou renal,
motivando preocupação quanto ao doença cardiovascular e hiper-
uso de AINE nesses pacientes. sensibilidade a ácido acetilsa-
O risco de sangramento gastrin- licílico e AINE. Sendo imperativo
testinal é aumentado quando um o uso, as menores doses eficazes,
AINE é administrado com a curta duração de tratamento, o
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monitoramento de efeitos adver- REFERÊNCIAS


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eleva a eficácia terapêutica, mas
resulta em incremento de efeitos 3. ______. Ministério da Saúde. Agência
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Como estratégia de ampliação do conhecimento dos profissionais de saúde, a edição desse tema está disponível no módulo de Uso Racional de Medicamentos (URM) do
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informações sobre o uso de medicamentos na atenção primária, vinculadas ao processo de prescrição, dispensação, administração e monitoramento que poderão ser
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e, por isso, confiáveis. Tais informações também poderão ser acessadas pelo usuário do medicamento por meio dos endereços eletrônicos – www.saude.gov.br/horus e
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