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OS DEVERES ÉTICOS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 1

Edna Firmino Rodrigues Fernandes2

RESUMO: As profissões da área jurídica, dada a sua relevância social, exigem uma
observância mais devotada e severa dos ditames éticos que as regem, notadamente
os misteres dos advogados, magistrados e membros do Ministério Público, cuja
relevância possui destaque constitucional. A ética das profissões é o objeto de estudo
da Deontologia, sendo um dos ramos desta disciplina a deontologia forense (conjunto
de preceitos éticos que rege profissões jurídicas), constituindo a deontologia do
Ministério Público um objeto desta última.

PALAVRAS-CHAVE: Deontologia. Ética. Ministério Público.

1 INTRODUÇÃO

A palavra ética é derivada do grego “ethos”, cujo significado é o modo de ser.


Deste modo, a referida palavra possui ligação direta com comportamento do ser
humano, ou de grupos de pessoas (povos, civilizações, componentes de uma
profissão, etc.), inserido no convívio em sociedade.
Destacamos que a ação ética se propõe a satisfazer as atitudes
comportamentais humanas que estejam direcionadas a almejar o “melhor”, na
percepção própria de cada pessoa ou grupo em que esteja inserida, fazendo uso de
normas morais criadas por cada um destes agentes éticos e que guiam, em tese, os
seus comportamentos morais no contexto social em que estão situados.
De posse da compreensão do que seja a ética em si, a Deontologia seria o
estudo da ética aplicada às profissões, é dizer, aos deveres éticos dos profissionais
que os regem no seu cotidiano de forma a aprimorar o exercício da profissão por cada

1 Trabalho apresentado a título de atividade complementar para a disciplina de Deontologia.

2 Graduanda em direito do 10º período pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba (FESP); Pós-
graduanda em direito penal, processo penal e perícias criminais pela Fundação Escola Superior do
Ministério Público da Paraíba (FESMIP); Bacharel em ciências econômicas pela Universidade Federal
da Paraíba (UFPB) e Tecnóloga em negócios imobiliários (IFPB). E-mail:
ednaeconomista1@hotmail.com.
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pessoa. Assim sendo, a Deontologia Jurídica seria o estudo da ética aplicada às


profissões do ramo jurídico, no qual se inserem, dentre outras os membros do
Ministério Público.

2 DESENVOLVIMENTO

A Constituição Federal do Brasil de 1988 no seu art 127 trata a respeito do


Ministério Público, conceituando-a como “instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”
O papel conferido pela Carta Magna ao Ministério Público é de inegável valor
social, haja vista o mesmo possuir em seu poder a defesa do ordenamento jurídico
pátrio, bem assim do respeito a este pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
além da defesa dos interesses sociais e direitos coletivos lato sensu.
E todas as relevantes funções conferidas ao poder do órgão Ministério Público
é que devem indiscutivelmente pautar o comportamento de todos os seus membros.
Dito isto, é imperioso que seja o promotor ou procurador de justiça que atue nos
órgãos integrantes do MP, desempenhem a sua conduta profissional, sem esquecer
dos objetivos institucionais que salvaguardam o motivo de existência da instituição.
A Lei nº 8.625/93 - Lei Orgânica Nacional do Ministério Público dispõe no seu
art. 43, alguns deveres éticos dos membros do Ministério Público, a saber:

Art. 43. São deveres dos membros do Ministério Público, além de outros
previstos em lei:

I – manter ilibida conduta pública e particular;

II – zelar pelo prestígio da justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de


suas funções;

(...)

VI – desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções;

VII – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei;

VIII – adotar, nos limites de suas atribuições, as providências cabíveis face


à irregularidade de que tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a seu
cargo;
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IX – tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcionários e auxiliares


da justiça;

X – residir, se titular, na respectiva Comarca;

XI – prestar informações solicitadas pelos órgãos da instituição;

XII – identificar-se em suas manifestações funcionais;

XIII – atender aos interessados, a qualquer momento, nos casos urgentes;

XIV – acatar, no plano administrativo, as decisões dos órgãos da


Administração Superior do Ministério Público.

Analisando o artigo supracitado observamos o dever de manter imaculada a


conduta pública e particular pelos membros do MP. Nalini (2016) apregoa que tal
atitude não só é dever do corpo de membros do MP, mas também que a conduta
ilibada é requisito indispensável para o ingresso na carreira, cujo se dá por meio de
concurso público.
Todos aqueles que exercem atividades jurídicas possuem como característica
comum é o dever de zelar pelo prestígio da justiça, bem como preceitua o inciso II do
art. 43 da Lei 8.625/93. Os promotores da justiça encontram em tal dispositivo o fim
para o próprio meio, uma vez que diz respeito justamente o fundamento inerente a
sua profissão.
Salienta-se que tanto os promotores como os procuradores, devem sempre
figurarem como entes presentes e ativos nos processos que possuam o dever de
atuação. Com isso, as suas funções são indelegáveis, devendo assistir pessoalmente
aos atos judiciais, quando imperiosa ou conveniente a sua presença, bem como
obedecer aos prazos processuais, de forma a garantir e satisfazer a justiça e que os
processos sejam céleres. Destarte, a obrigatoriedade de fundamentação de seus
pronunciamentos processuais, que garante a perfeita análise do processo e da
concepção da justiça em cada caso é um dever que se assemelha com o dos
magistrados. Outro dever que guarda correlação com outros cargos, a respeito da
magistratura e na advocacia pública, é o que obriga os membros do MP a se
declararem suspeitos ou impedidos de atuar em processo devido a segurança jurídica
da coletividade em que o ente ministerial possui o dever de salvaguardar, evitando
atos passionais.
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O promotor possui limites de atribuição nas suas atividades. Contudo, deverá


adotar providências cabíveis a fim de sanar quaisquer irregularidades de que tenha
conhecimento, o que demonstra o poder de defensor da sociedade e da justiça.
Exercendo sempre suas funções com presteza e zelo, uma vez em que sua posição
representa a coletividade, devendo ter postura de zelo para com as atividades
profissionais desempenhadas.
Existe para os membros do MP dever de urbanidade e respeito para com as
partes, juiz, colegas de trabalho e demais funcionários e auxiliares da justiça, assim
como para todos os profissionais na área judiciária, ou seja, é um dever de
abrangência geral. E o referido dever possui como obrigação, a função de
atendimentos aos interessados. Deverá ainda acatar as decisões de sua
administração superior, prestando informações aos órgãos da instituição quando
solicitados.
Passando para esfera das vedações que são impedimentos de praticarem
atos contrários ao propósito da instituição. Não pode o promotor exercer atividades
contrarias as suas funções no ente ministerial, como a exemplo de serviços
advocatícios. Salienta-se ainda, que é defeso o recebimento a qualquer pretexto na
qualidade de promotor de justiça de honorários, custas ou porcentagens. Não pode o
promotor, como qualquer outro membro da administração pública, em regra, exercer
qualquer outra função pública remunerada, salvo a de magistério, como
frequentemente se verifica em salas de aula de todo o país, eis que o conhecimento
e experiência da autoridade pública será deveras importante para os acadêmicos.
Óbvio que o acúmulo de atividades dentro de sua área de atuação no Ministério
Público não será contado como exercício de mais de uma função pública, visto que
concernente a uma mesma entidade e com fim afetos.
Finalmente, lhes era vedado o exercício de atividade político-partidária, mas
ressalvando-se as exceções da lei, segundo o Art. 44, V, da Lei 8.625/93. Porém, com
o advento da emenda constitucional n.º 45/04, doravante não será mais permitida, em
qualquer hipótese, o exercício de atividade político-partidária por parte de membro do
Ministério Público, visto que o art. 128, § 5º, inciso II, da CF, em sua alínea a), sofreu
alteração, vedando, em qualquer hipótese, tal atividade por parte do promotor.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não seria menos importante estabelecer aos membros do Ministério Público


do Brasil, sejam em âmbito da União ou nos limites de cada Estado Federado ou
Distrito Federal, condutas condizentes com a ética voltada à profissão, mormente em
dias contemporâneos, nos quais tais profissionais são dotados de grande
independência administrativa e funcional, e atuarão onde o seu bom senso de justiça
lhes permitir.
Vale ressaltar em que pese os membros do MP possuírem deveres éticos
para salvaguardarem a figura do ente ministerial, essa mesma ética que deve servir
de guia para execução de suas funções serve para que a sociedade como um todo
possa ter confiança nos serviços desenvolvidos pelo órgão. Sendo assim, necessário
fazer uso de algumas vedações para que os mesmos não ultrapassem os limites
assegurados pela Carta Magna.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília: Casa Civil, 1988.

______. Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. Lei nº. 8.625 de 12 de fevereiro
de 1993. Brasília: Casa Civil, 1993.

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. São Paulo: RT, 2016.

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