Anda di halaman 1dari 64

Carga Horária: Teoria: 30 horas Prática: 60 horas

Pré-Requisitos: Química Geral II ou Fundamentos de Química Inorgânica

Número de créditos: 06

PROGRAMA

PARTE TEÓRICA:

UNIDADE I - INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA

I.1. Definição, divisão e importância da Química Analítica.

I.2. Química Analítica Qualitativa, definição e métodos analíticos.

UNIDADE II - SOLUÇÕES AQUOSAS DE SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS

II.1. Natureza das soluções

II.2. Fatores que influenciam nas soluções

II.3. Concentrações das soluções, unidades de concentração

II.4. Eletrólitos e não eletrólitos

II.5. Eletrólise

II.6. Teoria da dissociação eletrolítica

II.7. Grau de dissociação, eletrólitos fortes e fracos

II.8. Atividade e coeficiente de atividade

II.9. Lei limite de Debye-Hückel

II.10. Equação estendida de Debye-Hückel

UNIDADE III - EQUILÍBRIO QUÍMICO

III.1. Lei de ação das massas

III.2 Relação entre Kp e Kc

III.3. Princípio de Le Chatelier


III.4. Fatores que afetam o equilíbrio químico

III.5. Cálculos de equilíbrio

UNIDADE IV - EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE EM SOLUÇÃO AQUOSA

IV.1. Definição de ácidos e bases

IV.2. Auto-dissociação da água

IV.3. Definição de pH

IV.4. Equilíbrio da dissociação ácido-base. Força de ácidos e bases

IV.5. Lei de diluição de Ostwald

IV.6. pH de soluções de ácidos e bases fortes

IV.7. pH de soluções de ácidos e bases fracas

IV.8. pH de soluções de ácidos polipróticos

IV.9. Solução tampão

IV.9.1. Efeito da diluição

IV.9.2. Efeito da adição de ácido ou base

IV.10. Hidrólise de sais

UNIDADE V - EQUILÍBRIO EM REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO

V.1. Solubilidade dos precipitados

V.2. Produto de solubilidade

V.3. Fatores que afetam a solubilidade

V.3.1. Efeito da temperatura

V.3.2. Efeito da natureza do solvente

V.3.3. Efeito do tamanho das partículas

V.3.4. Efeito da força iônica

V.3.5. Efeito do íon comum


V.4. Aplicações do produto de solubilidade

V.4.1. Precipitação de sulfeto

V.4.2. Precipitação fracionada

UNIDADE VI - EQUILÍBRIO DE COMPLEXAÇÃO

VI.1. Formação de complexos

VI.2. Estabilidade dos complexos

VI.3. Aplicação dos complexos em análise qualitativa inorgânica

VI.4. Os mais importantes complexos utilizados em análise qualitativa

UNIDADE VII - EQUILÍBRIO DE OXI-REDUÇÃO

VII.1. Natureza das reações de oxi-redução

VII.2. Células galvânicas e eletrolíticas

VII.3. Potenciais padrão

VII.4. Equação de Nernst

VII.5. Aplicações dos potenciais padrão e da equação de Nernst

PARTE PRÁTICA

UNIDADE I - INTRODUÇÃO

I.1. Instruções gerais sobre o trabalho em laboratório

I.2. Balança analítica, regras e técnicas de pesagem

I.3. Soluções

I.4. Amostragem

UNIDADE II - ANÁLISE POR VIA SÊCA

II.1. Introdução

II.2. Ensaios no carvão e no gesso


II.3. Ensaios em tubos

II.4. Ensaios na chama

II.5. Ensaios na pérola

UNIDADE III - ANÁLISE POR VIA ÚMIDA

III.1. Introdução

III.2. Pesquisa analítica de cátions

III.2.1. Introdução

III.2.2. Grupo I

III.2.3. Grupo II

III.2.4. Grupo III

III.2.5. Grupo IV

III.2.6. Grupo V

III.3. Pesquisa analítica de ânions

III.3.1. Introdução

III.3.2. Grupo I

III.3.3. Grupo II

III.3.4. Grupo III

UNIDADE IV - ANÁLISE DE TOQUE (SPOT TESTE)

BIBLIOGRAFIA :

1. VOGEL, A. Análise Química Quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC-


Livros Técnicos e Científicos, 2002. 462 p.
2. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 5 ed. Rio de Janeiro:
LTC-Livros Técnicos e Científicos, 2001. 862 p.
3. KOTZ, J. C., TREICHEL, Jr. P. Química e Reações Químicas, 4 ed.
Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos, 2002.
4. VAITSMAN, D. S. , BITTENCOURT, O. A. Ensaios Químicos
Qualitativos. Rio de Janeiro: Interciência Ltda. , 1995.

5. KING, E. J., Análise Qualitativa, Reações, Separações e


Experiências. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.
6. OHLWEILER, O. A., Química Analítica Quantitativa. 3 ed. Rio de
Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos S. A., 1981, v. I.

7. VOGEL, A., Química Analítica Qualitativa. 5. ed. São Paulo:


Mestre Jou, 1981.

8. ALEXÉEV, V., Análise Qualitativa. Porto: Lopes da Silva, 1982.

9. BACCAN, N. et al., Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. 4.


ed. Campinas. Unicamp, 1991.

PRÁTICAS

1. Instruções gerais sobre o trabalho em laboratório


2. Amostragem
3. Balança Analítica - Recomendações e uso
4. Balança Analítica
5. Soluções
6. Soluções
7. Soluções
8. Soluções
9. Preparação de soluções
10. Preparação de soluções
11. Introdução à Análise por via sêca / Estudo da chama
12. Ensaios em Tubos
13. Ensaios na Chama
14. Ensaios na Pérola
15. Análise de Toque
16. Introdução à Análise por via úmida
17. Pesquisa de cátions do grupo I
18. Separação de cátions do grupo I
19. Pesquisa de cátions do grupo II
20. Pesquisa de cátions do grupo III
21. Pesquisa de cátions do grupo IV
22. Pesquisa de cátions do grupo V
23. Introdução à Pesquisa de ânions
24. Pesquisa de ânions do grupo I
25. Pesquisa de ânions do grupo II
26. Pesquisa de ânions do grupo III

TEÓRICAS

1. Introdução à Química Analítica


2. Soluções Aquosas de Substâncias Inorgânicas
3. Eletrólitos / Não eletrólitos / Eletrólise / Teoria da Dissociação Eletrolítica
/ Grau de Dissociação
4. Atividade / Coeficiente de Atividade / Lei Limite de Debye – Hückel /
Equação Estendida de Debye - Hückel
5. Equilíbrio Químico / Lei de Ação das Massas / Princípio de Le Chatelier /
Cálculo da Constante de Equilíbrio
6. Equilíbrio Químico
7. PROVA
8. Equilíbrio Ácido - Base
9. Equilíbrio iônico da água / pH / Tampão
10. Hidrólise / Exercícios
11. PROVA
12. Equilíbrios de Precipitação
13. Equilíbrios de Precipitação / Equilíbrios de Complexação
14. Equilíbrios de Complexação
15. Equilíbrios de Oxi-redução
16. PROVA
17. REPOSIÇÃO

QUÍMICA ANALÍTICA I - MANUAL DE LABORATÓRIO

INTRODUÇÃO

Este manual de Laboratório de Química Analítica Qualitativa é uma


tentativa de se colocar no papel um esquema de trabalho para as aulas
práticas. Tem por objetivo auxiliar e possibilitar ao aluno uma situação de maior
aproveitamento.
O trabalho que se realiza em um curso prático de Química Analítica
Qualitativa requer, além de grande dedicação e interesse, muito cuidado e
atenção. Para melhor aprendizagem, torna-se necessário o aproveitamento
substancial do tempo. O volume de informações é enorme e a quantidade de
conceitos necessários é demasiada. Procure fixar muito bem todos os
conceitos básicos, deixando-os cada vez mais solidificados e vivos na
memória; isto lhe dará mais segurança e uma maior capacidade de raciocínio.
Com certeza, quando um aluno consegue entender e assimilar claramente os
problemas relacionados à um determinado experimento, se sentirá mais firme,
hábil e com maior determinação ao procurar o entendimento de qualquer um
outro subseqüente.

O tempo de laboratório é importantíssimo, quanto mais melhor, - tenha


sempre presente que a química é uma ciência experimental - por isso explore
ao máximo o laboratório. Tome conhecimento do que será discutido em cada
aula e se prepare antes. Anote tudo o que observar e procure representar por
meio de equações de reação todos os fenômenos químicos processados.
Reserve sempre um período posterior às aulas para organização e fixação do
que foi colocado à sua disposição. Em caso de dúvidas refaça os testes ou
experimentos, esclareça-os com o professor ou explore a literatura.

INSTRUÇÕES PARA O TRABALHO DE LABORATÓRIO

Mesmo que outras disciplinas de laboratório do curso tenham apresentado


e discutido as normas e fornecido esclarecimentos sobre o trabalho prático,
convém relembrar alguns itens importantes assim como mencionar aqueles de
caráter específico.

1. O laboratório é um lugar de trabalho sério. EVITE QUALQUER TIPO DE


BRINCADEIRAS pois a presença de substâncias inflamáveis e
explosivas e material de vidro delicado e, muitas vezes, de preço
bastante elevado, exigem, como se não bastassem as normas de boa
educação, uma perfeita disciplina no laboratório.
2. É INDISPENSÁVEL O USO DE AVENTAL.
3. O trabalho no laboratório é feito em duplas. Antes de iniciar e após o
término dos experimentos MANTENHA SEMPRE LIMPA A
APARELHAGEM E A BANCADA DE TRABALHO.
4. Estude com atenção os experimentos antes de executá-los, registrando
no caderno de laboratório as observações e conclusões que fez, após a
execução dos mesmos.
5. As lavagens dos materiais de vidro são realizadas inicialmente com
água corrente e posteriormente com pequenos volumes de água
destilada. Em alguns casos, torna-se necessário o emprego de sabão ou
detergente, ácido muriático (ácido clorídrico comercial), solução
sulfocrômica ou potassa alcoólica.
6. Em semi-micro análise, trabalha-se sempre com pequenas quantidades
de substância. Quando as provas forem realizadas em tubos de ensaio,
o volume da solução problema, bem como os de cada um dos reagentes
adicionados, deve ser aproximadamente de 10 gotas (0,50 mL).
7. Deve-se evitar o desperdício de soluções, reagentes sólidos, gás e água
destilada.
8. Deve-se tomar o máximo cuidado para não impurificar os reagentes
sólidos e as soluções. As substâncias que não chegaram a ser usadas
nunca devem voltar ao frasco de origem. Nunca se deve introduzir
qualquer objeto em frascos de reagentes,

exceção feita para o conta-gotas com o qual estes possam estar


equipados ou espátulas limpas.

9. Não usar um mesmo material (por exemplo: pipetas, espátulas) para


duas ou mais substâncias, evitando assim a contaminação dos
reagentes.
10. Ao se aquecer um tubo de ensaio deve-se fazê-lo de maneira adequada,
caso contrário, o conteúdo do mesmo poderá ser projetado para fora,
atingindo o operador ou outras pessoas.
11. Dar tempo suficiente para que um vidro quente esfrie. Lembre-se de que
o vidro quente apresenta o mesmo aspecto de um vidro frio. Não o
abandone sobre a mesa, mas sim, sobre uma tela com amianto.
12. Cuidado ao trabalhar com substâncias inflamáveis. Mantenha-as longe
do fogo.
13. Todas as operações nas quais ocorre desprendimento de gases tóxicos
devem ser executadas na capela (como por exemplo: evaporações de
soluções ácidas, amoniacais, etc.).
14. Ao observar o cheiro de uma substância não se deve colocar o rosto
diretamente sobre o frasco que a contém, pois alguns reagentes são
altamente tóxicos e venenosos. Abanando com a mão por cima do
frasco aberto, desloque na sua direção uma pequena quantidade do
vapor para cheirar.
15. Na preparação ou diluição de uma solução use ÁGUA DESTILADA.
16. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado
reagente, antes de tirar dele qualquer porção de seu conteúdo. Leia o
rótulo duas vezes para se certificar de que tem o frasco certo.
17. Ao destampar um frasco ou outro recipiente qualquer manter a sua
rolha, sempre que possível, entre os dedos da mão que segura o
próprio frasco. Caso não seja
possível esta operação, coloque a rolha sobre o balcão sem, contudo,
deixar tocar no mesmo a parte que penetra no gargalo do frasco.

18. Ao transferir o líquido de um frasco para outro procurar segurar o


mesmo com a mão direita deixando o rótulo voltado para a palma da
mão. Evita-se, assim, que o líquido que por acaso escorra estrague o
rótulo.
19. Ao retornar o frasco para o seu devido lugar, se o fundo do mesmo
estiver molhado com o líquido que o mesmo contém, enxugá-lo com um
pano próprio, evitando assim as manchas que comumente aparecem
nos balcões.

20. Não misturar substâncias desnecessariamente. É comum o aluno


curioso misturar vários reagentes para “ver o que acontece”. Isto deve
ser evitado pois poderão ocorrer reações violentas, com desprendimento
de calor, projeções de substâncias no rosto etc.
21. Não deixar frascos de reagentes abertos, pois assim poderá haver
perdas do reagente por derrame ou volatilização. Além disso, pode
ocorrer contaminação devido ao contato com o ar, como também serem
exalados vapores de cheiro desagradável ou venenosos.
22. Cuidado ao trabalhar com ácido sulfúrico concentrado. Adicionar
SEMPRE o ácido à água (acidule a água). No caso de queimadura com
H2SO4 concentrado, secar muito bem a parte afetada, depois lavar com
água fria.
23. Ácidos e bases concentrados atacam a pele e roupa. Por essa razão,
devem ser utilizados com o máximo de cuidado, principalmente na
neutralização de um com o outro, pois a reação é violenta.
24. Não jogar substâncias corrosivas nas pias. Precipitados, papéis de filtro,
tiras de papel indicador, fósforos, etc. , devem ser depositados em
recipientes próprios.
25. INFORME AO PROFESSOR DE QUALQUER ACIDENTE QUE
OCORRA, MESMO QUE SEJA UM DANO DE PEQUENA
IMPORTÂNCIA.
26. Entregue as suas tarefas sempre nas datas marcadas.

BIBLIOGRAFIA

Este Guia de Laboratório constitui um resumo que tem por objetivo orientar
o trabalho dos alunos no decorrer das aulas práticas. Daí ser indispensável, por
parte de cada aluno, a constante consulta aos livros de Química Analítica
Qualitativa antes, durante ou mesmo após as aulas práticas. Os livros
relacionados a seguir permitirão obter informações mais detalhadas a respeito
das técnicas de trabalho experimental como também das reações envolvidas
nos processos.

1. VOGEL, Análise Química Quantitativa. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC-


Livros Técnicos e Científicos, 2002. 462 p.

2. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 5. Ed. Rio de Janeiro:


LTC-Livros Técnicos e Científicos, 2001. 862 p.

3. VAITSMAN, D. S. , BITTENCOURT, O. A. Ensaios Químicos


Qualitativos. Rio de Janeiro: Interciência Ltda. , 1995.

4. AYRES, G. H. Analisis Quimico Cuantitativo. Madrid: Castillo S. A.,


1978.
5. KING, E. J., Análise Qualitativa, Reações, Separações e
Experiências. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.
6. OHLWEILER, O. A., Química Analítica Quantitativa. 3. ed. Rio de
Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos S. A., 1981, v. I.

7. VOGEL, A., Química Analítica Qualitativa. 5. ed. São Paulo:


Mestre Jou, 1981.

8. ALEXÉEV, V., Análise Qualitativa. Porto: Lopes da Silva, 1982.

9. KRESHKOV, A.. , YAROSLAVTSEV, A., Curso de Química Analítica -


Análisis Cualitativo: Mir Moscú, 11985.

10. BACCAN, N. et al., Introdução à Semimicroanálise Qualitativa. 4.


ed. Campinas. Unicamp, 1991.

AULA PRÁTICA No 02

AMOSTRAGEM

1. INTRODUÇÃO

A importância da Análise Química nos dias atuais é incontestável.


Praticamente tudo o que comemos ou usamos foi submetido a pelo menos um
tipo de análise durante sua produção.
A escolha da amostra que vai ser analisada é uma etapa muito importante
e que influencia o resultado a ser obtido. Em muitos casos a escolha da
amostra que vai ser submetida a análise química é uma tarefa complicada,
envolvendo diversas etapas.

Um exemplo muito claro desse tipo de problema é o caso de uma carga de


minério de prata, composta por vários vagões de trem carregados com o
minério. O comprador e o vendedor precisam acertar o preço da carga e esse
preço vai depender do teor de prata no minério. O químico vai determinar esse
teor de prata no minério através de análise química. Cada análise será feita
com amostra de no máximo 1 g. Essa pequena amostra entretanto, deve ser
representativa de toda a carga de minério. A carga de minério por sua vez é
constituída por fragmentos de diversos tamanhos e com composições
diferentes. Toda essa diferença deve estar representada na pequena amostra
que vai para o laboratório.

Amostragem - é o conjunto de operações que permite chegar a uma


pequena porção representativa da composição média do todo, a partir de uma
grande quantidade de material.

Órgãos Oficiais Internacionais que pesquisam materiais de interesse


econômico (ex.: carvão, petróleo, minério, etc.) estabelecem normas que
devem ser seguidas na amostragem desses materiais.

A amostragem de grandes lotes de materiais envolve três etapas:

• Coleta da amostra bruta;


• Preparação da amostra de laboratório (Redução da amostra bruta);
• Preparação da amostra para análise

2. COLETA DA AMOSTRA BRUTA

A amostra bruta é a primeira amostra tomada do lote total. Essa amostra


bruta deve representar o lote com respeito a composição e a distribuição de
tamanhos. A amostra bruta é obtida juntando-se um determinado número de
porções do lote, coletadas sistematicamente. O número de porções requeridas
é determinado pela precisão da amostragem e pelo nível de homogeneidade
do lote.

Estudos teóricos feitos sobre materiais específicos fornecem equações


para calcular o número de partículas que uma amostra deve possuir e também
para calcular o peso ideal da amostra.

A amostragem de sistemas homogêneos, como por exemplo: gases


devidamente misturados, líquidos miscíveis e soluções é simples. Basta tomar
uma porção de volume adequado para analisar. Com sistemas heterogêneos,
entretanto, a amostragem é uma operação mais complexa.

2.1. Materiais Gasosos

Se o gás está contido em um recipiente, deixa-se o gás homogeneizar-se


por difusão e coleta-se uma porção do mesmo.

Se a mistura gasosa é heterogênea e está fluindo através de uma


tubulação, pode-se recolher uma amostra continuamente durante um longo
tempo, ou então, coleta-se um determinado número de porções a intervalos de
tempo especificados.

O material utilizado para fazer a coleta de gases pode ser de vidro, metal
ou porcelana. Deve-se levar em consideração a natureza e a temperatura do
gás na escolha do material.

2.2. Materiais Líquidos

Se o líquido é homogêneo a amostragem é feita tomando-se simplesmente


uma pequena quantidade. Um recipiente adequado para amostragem de
líquidos é

mergulhado no líquido até o fundo e depois elevado à superfície na mesma


velocidade. Outra forma de amostragem é recolher porções iguais de cima, do
meio e do fundo do líquido.

A amostragem de líquidos heterogêneos, como por exemplo, líquidos


imiscíveis ou que contenham material em suspensão pode ser feita da mesma
forma, só que antes é preciso misturar bem a solução.

Quando o líquido está em movimento e é caracterizado por variações na


composição com o tempo, a amostragem pode ser feita continuamente ou por
coletas de pequenas porções a intervalos pré estabelecidos.

2.3. Materiais Sólidos

a. Sólidos na forma de fragmentos grosseiros - o melhor exemplo é o de


uma carga de minério, que é formada por partículas de tamanhos
variados e composição diversa. A amostragem pode ser feita durante a
descarga do material. Um determinado número de pazadas ou cargas
de carrinho de mão são retiradas e reunidas. Se o material se
encontrar armazenado em um depósito, esse depósito é
dividido em seções e retira-se de cada seção um determinado número
de incrementos no alto e em baixo.

b) Materiais Sólidos Granulados - Quando o material estiver sob a forma


de pó, pequenos grãos ou cristais e estiver armazenado em depósito, a
tomada da amostra bruta é feita da forma descrita acima. A tabela
abaixo informa o número ideal de tomadas de acordo com a capacidade
do depósito.

Depósito com No mínimo de incrementos

<1t 4

1-2t 6

2-5t 10

5 - 10 t 15

10 - 25 t 25

25 - 50 t 40

50 - 100 t 60

Quando o material estiver embalado em caixões, sacos ou tonéis, os


incrementos são tomados com uma sonda para sólidos, ao acaso, de
alto a baixo ou de lado a lado, de acordo com a seguinte orientação:

No de unidades Proporção a amostrar Não menos que

2 - 20 20 2

21 - 60 10 4

61 - 200 7 6

201 - 500 5 15

501 - 1000 4 25

1000 3 40

c) Metais e Ligas - O material pode estar sob a forma de lingotes,


chapas, tubos, varões, etc. São tomadas pelo menos 3 peças para a
coleta da amostra bruta de lotes menores que 30 toneladas. Para lotes
maiores, tomam-se 3 peças por cada 10 toneladas. As peças são
escolhidas ao acaso e de cada uma das peças selecionadas tira-se um
incremento com o auxílio de uma broca.

3. REDUÇÃO DA AMOSTRA BRUTA À AMOSTRA DE LABORATÓRIO

A amostra bruta pode ainda ser muito grande e ser constituída por
fragmentos de tamanho inadequado para o trabalho no laboratório. No caso de
minérios, a amostra bruta chega a pesar centenas de quilogramas. Antes de
ser levada ao laboratório, a amostra bruta deve passar por uma série de
operações visando reduzir o seu volume e o tamanho de suas partículas. As
operações são:

a. diminuição do tamanho dos fragmentos;


b. mistura e divisão da amostra.

3.1. Diminuição do Tamanho dos Fragmentos

A diminuição dos fragmentos pode ser feita de forma manual ou com o


auxílio de aparelhos. Na maneira mais simples de efetuar essa operação. o
material a ser reduzido

é espalhado sobre uma placa de ferro fundido e é esmagado por golpes de um


malho de ferro munido de um cabo de madeira (Fig. 1).

Os aparelhos indicados para proceder a redução do tamanho dos


fragmentos são a britadeira de mandíbulas (Fig. 2) e o pulverizador de discos
(Fig. 3).

A britadeira de mandíbulas possui duas peças maciças de aço, uma fixa e


a outra manipulada por um volante. A distância entre as peças é ajustável.
Quando o material é formado por pedaços grandes, a operação é iniciada com
a britadeira de mandíbulas. Uma redução maior nas partículas é obtida com o
pulverizador de discos.

O pulverizador de discos possui dois discos na posição vertical, um


côncavo e fixo e o outro convexo e giratório. o espaço entre os dois discos
diminui do centro para a periferia e pode ser regulado. A amostra é levada para
o centro e é empurrada para fora devido ao movimento da peça giratória.

3.2. Mistura e Divisão


O processo empregado para diminuir o tamanho da amostra bruta depende
do peso dessa amostra:

a. Amostras com mais de 250 Kg.

Utiliza-se o processo do monte alongado e da pazada alternada. O material


pulverizado e misturado é amontoado com uma pá na forma de um cone (Fig. 4
A e B). Retira-se então uma pazada do cume do cone e espalha-se o material
numa área com 3 m de comprimento e tendo a largura da pá, para formar um
monte alongado (Fig. 4C). Cada pazada seguinte é espalhada a partir de
extremidades opostas do monte alongado e por toda sua extensão. Depois
disso, vão sendo tiradas pazadas do material ao redor do monte alongado (Fig.
4D). As pazadas pares são amontoadas num monte e as pazadas ímpares em
outro monte. O monte das pazadas ímpares é conservado e o monte das
pazadas pares é desprezado (Fig. 4E). Essa operação é repetida até reduzir a
quantidade de material a menos de 250 Kg.

b) Amostras com 50 - 250 Kg.

Utiliza-se o processo do cone e divisão em quatro O material pulverizado e


misturado é amontoado com uma pá na forma de um cone (Fig. 5 A e B). O
vértice do

cone é achatado com a pá (Fig. 5C) e o monte é dividido em quatro partes


iguais (Fig. 5 D). Duas partes opostas são conservadas e as outras duas são
desprezadas.

c) Amostras com menos que 50 Kg

O material pulverizado é misturado sobre uma lona levantando-se


alternadamente uma das pontas da lona e deixando-se a amostra se deslocar
até a extremidade oposta (Fig. 6 A e B). Depois o material é dividido em quatro
partes. Duas partes opostas são mantidas e as outras duas são descartadas.

A Fig. 7 apresenta um amostrador. É um aparelho utilizado para diminuir o


tamanho da amostra. Uma pazada do material introduzida no amostrador
atravessa as calhas do aparelho e é separada em duas partes. Uma parte é
mantida e a outra é desprezada.

O tamanho dos fragmentos em cada etapa de separação da amostra deve


seguir a seguinte orientação:

Peso da amostra (Kg) Tamanho do Fragmento (mm)


500 22,6 ( 1 malha)

250 16,0 ( 1,5 malha)

125 11,4 ( 2 malhas)

60 4,0 ( 5 malhas)

30 2,0 ( 10 malhas )

15 0,85 (20 malhas)

As operações envolvidas na redução do tamanho de uma amostra bruta de


minério de 500 kg, até chegar no tamanho da amostra de laboratório, são
detalhadas a seguir:

a. Triturar a amostra para reduzir os fragmentos a no máximo 22,6 mm (1


malha). Misturar intimamente e aplicar o método do monte alongado e
da pazada alternada. Repetir esta operação com a porção reservada
até obter uma amostra com aproximadamente 250 kg.

b. Triturar o material para reduzir os fragmentos a no máximo 16,0 mm (1,5


malha) e repetir o método do monte alongado e da pazada alternada. A
porção reservada é triturada a fim de reduzir os fragmentos a no máximo
11,4 mm (2 malhas) e repete-se o método do monte alongado.

c. A porção reservada pesa cerca de 60 kg. Tritura-se esse material a fim


de que passe por uma peneira de 4 mm (5 malhas) e aplica-se o método
do cone e divisão em quatro.

d. As duas porções reservadas são trituradas a fim de que passem por


uma peneira de 2 mm (10 malhas) e repete-se o processo do cone e
divisão em quatro.

e. As duas porções reservadas pesam aproximadamente 15 kg. Os


fragmentos são triturados a no máximo 0,85 mm (20 malhas),
misturados sobre uma lona, elevando-se os lados opostos desta cerca
de 100 vezes.
4. TRATAMENTO DA AMOSTRA DE LABORATÓRIO

Quando a amostra chega ao laboratório, passa ainda por outros


tratamentos a fim de reduzir ainda mais o tamanho das partículas, visando
obter maior facilidade na dissolução da amostra.

Quando o material é muito duro ele é triturado no Gral de Plattner (Fig. 8).
O gral de Plattner é constituído por uma base, um cilindro e um pistilo, tudo em
aço. O material a ser triturado é introduzido pelo cilindro e o pistilo é batido com
martelo.

Quando o material não é muito duro pode-se utilizar o moinho de esferas


(Fig. 9).

O moinho de esferas é constituído por um recipiente de porcelana com um


volume de cerca de dois litros, tendo um terço de seu volume preenchido com
esferas de porcelana ( 20 - 50 mm de diâmetro). O mesmo volume de amostra
é introduzido no moinho e o recipiente é girado. O atrito entre as esferas e com
as paredes do recipiente proporciona a trituração do material.

A trituração também pode ser feita manualmente utilizando-se um gral de


ágata ou de porcelana (Fig. 10). A ágata é utilizada na moagem de materiais
mais duros. A operação deve ser feita com movimentos circulares do pistilo
sobre o material contido no gral e imprimindo-se certa pressão. Depois de
triturado o material deve ser misturado intimamente. Isso é feito rolando-se a
amostra sobre uma folha de papel liso. Cada

extremidade do papel é levantada e a amostra é levada até a extremidade


oposta. isso é feito diversas vezes para garantir a homogeneidade da amostra.
A amostra está finalmente pronta para a análise, Deve então ser armazenada
em um recipiente adequado.

AULA PRÁTICA No 03

A BALANÇA ANALÍTICA

1. INTRODUÇÃO
A balança analítica é um instrumento de importância fundamental em um
laboratório analítico.

Muitas determinações quantitativas são feitas em uma amostra com peso


conhecido. Para se pesar essa amostra utiliza-se uma balança analítica. Em
certas determinações quantitativas, torna-se necessária a preparação de uma
solução de concentração exatamente conhecida. A pesagem do soluto deve
ser feita em uma balança analítica. Em certo tipo de método analítico, a
substância pesquisada é precipitada. Depois de filtrado, lavado e sêco (ou
calcinado), o precipitado deve ser pesado em uma balança analítica. O peso
obtido é utilizado para calcular o resultado da análise.

Esses três exemplos são ilustrativos da importância da balança analítica


em um laboratório.

A balança analítica é um instrumento para medidas de massa de até 200 g


com sensibilidade de ± 0,1 mg (± 0,0001 g).

2. MASSA E PESO

Geralmente as palavras massa e peso são utilizadas como sinônimas mas


na realidade têm significados diferentes.

Massa - é a quantidade de matéria que o corpo contém.

Peso - é o efeito da força da gravidade da terra sobre a massa do corpo.

A massa é uma propriedade do corpo e independe de sua posição na terra.


O peso não é uma propriedade só do corpo, depende de sua localização
geográfica já que

força da gravidade varia com a latitude e a altitude. Assim, o peso do corpo não
é constante como a massa.

A relação entre o peso e a massa do corpo é:

F=Mxg

onde: F = força da gravidade com que o corpo é atraído para a terra ou peso
do corpo;

M = massa do corpo;
g = aceleração da gravidade.

O peso é expresso em unidade de força, que no Sistema Internacional (SI)


é o Newton (N). A unidade de massa no SI é o Kg mas a química analítica
utiliza mais o grama (g).

A pesagem de um corpo consiste na utilização de uma balança para


comparar o objeto cuja massa deve ser determinada com pesos de referência
cujas massas são conhecidas. Tanto o objeto quanto os pesos de referência
estão sujeitos a ação da mesma gravidade, logo, quando as massas são iguais
os pesos também são.

Vamos considerar dois corpos com massas M1 e M2 respectivamente, sob


atração da mesma gravidade. As forças sobre os corpos serão:

F1 = M1 x g; F2 = M2 x g

Como g é a mesma para ambos os corpos podemos concluir: F1 /F2 =


M1 /M2

Quando as massas são iguais os pesos também são, por esse motivo, não
se faz geralmente distinção entre esses dois termos.

3. TIPOS DE BALANÇAS

Até a década de 50 a balança analítica mais comum era a balança de braços


iguais (esse tipo de balança foi usada por Lavoisier) mas os instrumentos mais
novos já traziam dispositivos mecânicos a fim de tornar a pesagem mais
rápida. Nessa época foi introduzida a balança mecânica de um prato que logo
ganhou a preferência dos pesquisadores. Na década de 70 surgiram as
balanças eletrônicas.

3.1. BALANÇA DE BRAÇOS IGUAIS

3.1.1. Descrição da Balança

A Fig. 1 apresenta as diversas partes de uma balança de braços iguais.

A - Travessão - Trata-se de uma barra rígida de um metal leve;

B, B1 e B2 - Cutelos de ágata em forma de prisma;

C, F1 e F2 - Placas de ágata;

E1 e E2 - Estribos

G1 e G2 - Pratos;
H - Fiel;

I - Escala;

Q - Massa móvel do fiel. Serve para ajustar o centro de


gravidade das partes móveis;

J - Barra de suspensão;

K - botão que aciona a barra de suspensão;

M1 e M2 - Suporte dos pratos;

L - Botão que aciona o mecanismo de suspensão dos pratos.

3.1.2 - Técnica de Pesagem

A balança de braços iguais é uma alavanca de primeira classe ( ponto de


apoio entre o ponto de aplicação das forças ) tendo os dois braços
comprimentos iguais e que em suas extremidades estão pendurados os pratos.
Ver Fig. 2.

Dessa forma: l1 = l2 e M1 = M 2 .

A balança de braços iguais opera de acordo com o método da comparação


direta. O objeto a ser pesado é colocado no prato esquerdo da balança. O
travessão oscila no sentido anti-horário devido a força adicional Mx l1 , onde Mx
é a massa do objeto. Pesos de referência, com massas conhecidas, são
colocados no prato direito da balança até o equilíbrio ser de novo alcançado.
Então: Mx l1 = Ms l2 . Ms é a massa dos pesos de referência. Como l1 = l 2 ; Mx
= Ms .

3.2. BALANÇA DE UM PRATO

Na balança analítica de um prato (Fig. 3) o travessão é apoiado pelo cutelo


num ponto mais próximo da extremidade esquerda e não no centro. Dessa
forma, l1 ≠ l2 . O prato da balança está suspenso na extremidade esquerda do
travessão. O prato faz parte de um sistema que contém também um conjunto
de pesos de referência. A extremidade direita do travessão é constituída por
um contrapeso que possui massa fixa e cuja finalidade é equilibrar o sistema.

3.2.1. Técnica de Pesagem


A balança analítica de um prato opera de acordo com a técnica da
substituição. Quando o objeto a ser pesado é colocado no prato da balança o
travessão se move no sentido anti-horário. A remoção de pesos de referência
com massa igual à do objeto faz com que o equilíbrio seja de novo alcançado.
Os pesos de referência são manipulados através de botões situados fora da
caixa da balança.

3.3. COMPARAÇÃO ENTRE A BALANÇA DE UM PRATO E A


BALANÇA DE BRAÇOS IGUAIS

A balança de Um Prato apresenta várias vantagens em comparação com a


balança de braços Iguais.

o A pesagem é mais simples.

o Possui dois Cutelos enquanto que a balança de Braços Iguais


possui três. Logo, os efeitos do atrito são menores na balança de
Um Prato.

o A sensibilidade é Constante, ou seja, não depende da carga que


esteja sobre o prato.

o É uma balança de carga constante onde a sobrecarga sobre os


cutelos e as placas de contato é maior, por isso os cutelos são de
safira e não de ágata.

4. BALANÇA ELETRÔNICA

As balanças eletrônicas surgiram na década de 70 e sua utilização vem


crescendo cada vez mais. Nesse tipo de balança o peso de um objeto é
determinado por comparação com uma força eletromagnética variável que foi
calibrada contra um peso padrão conhecido. A deflexão causada pelo objeto a
ser pesado é sentida por um sensor de posição eletrônico, enquanto que uma
força proporcional de polaridade oposta é aplicada através de um dispositivo de
geração de força para devolver o sistema ao ponto zero. A corrente pode ser
amplificada e apresentada como peso.

4. SENSIBILIDADE DA BALANÇA ANALÍTICA

A sensibilidade de uma balança exprime o número de divisões da escala


em que o fiel é deslocado de sua posição de equilíbrio por uma sobrecarga de
1 mg.

5. FATORES QUE CAUSAM ERRO NA PESAGEM

a) Fixação de Umidade

Todo material exposto ao ar adsorve umidade sobre sua superfície. A


quantidade de umidade adsorvida depende dos seguintes fatores: natureza do
material, superfície exposta, tempo de exposição, umidade relativa do ar e
temperatura.

A umidade adsorvida é eliminada por aquecimento em estufa a 110 ºC


durante 1 - 2 horas. A umidade adsorvida durante a pesagem dos recipientes
de vidro ou porcelana é desprezível. No caso de substâncias, a umidade
adquirida durante a operação de pesagem só será significativa quando a
substância for bastante higroscópica. Com a maioria das substâncias,
entretanto, a umidade adsorvida durante a pesagem é desprezível se a
operação é feita rapidamente.

b. Eletrificação dos Recipientes

Recipientes de vidro, porcelana ou outro material isolante adquirem carga


de eletricidade estática quando são esfregados com um pano. Quando um
recipiente com carga estática é colocado no prato da balança vai ocorrer
repulsão ou atração do mesmo,

dependendo do tipo de carga presente, o que causará erro na pesagem. Esse


efeito só é importante em ambientes onde a umidade relativa é baixa (< 45 %).

c. Diferenças de Temperatura

O objeto a ser pesado deve estar na mesma temperatura da balança. Se a


temperatura do objeto é maior, o ar do interior da balança torna-se aquecido e
cria correntes de convecção que tendem a elevar o objeto fazendo assim com
que o peso do objeto dê menor do que o real.

Por outro lado, o aquecimento do prato e outras partes da balança causa


dilatação dos materiais, o que também ocasionará erro na pesagem.
6. REGRAS PARA UTILIZAÇÃO DA BALANÇA ANALÍTICA

A balança analítica é um instrumento de alta sensibilidade e por isso deve


ser manuseada com muito cuidado, evitando-se movimentos bruscos e mantida
sempre limpa.

a. A balança analítica deve ser instalada em um ambiente fora do


laboratório para evitar a ação de gases e vapores corrosivos sobre a
mesma. O ideal é que seja instalada numa sala climatizada. A balança
deve ficar apoiada sobre uma superfície plana e firme que permita o seu
nivelamento e a proteção de vibrações;
b. Antes de se efetuar a operação de pesagem é necessário zerar a
balança;
c. Os objetos a pesar devem estar na mesma temperatura da balança;
d. A balança deve estar sempre limpa. A limpeza do prato e da caixa da
balança é feita com um pincel de pêlo de camelo.
e. Materiais sólidos sob a forma de pós ou pequenos cristais não devem
ser pesados diretamente sobre o prato da balança. Para essa operação
utiliza-se um vidro de relógio, béquer pequeno, pesa filtro ou até mesmo
um pedaço de papel impermeável.

AULA PRÁTICA No 04

Preparar as seguintes soluções:

1. 250 ml de solução de NH4OH 1:1;


2. 250 ml de solução de H2SO4 1 N a partir do reagente concentrado;
3. 500 ml de solução de NaCl 5 %;
4. 100 ml de etanol (1:3);
5. 250 ml de solução de HNO3 2 M a partir do reagente concentrado;
6. 500 ml de solução de NaOH 4 %;
7. 250 ml de solução de NaOH 2 M;
8. 250 ml de solução de H2SO4 3 M;
9. 250 ml de solução de K2Cr2O7 0,10 M;
10. 250 ml de solução de HCl 0,5 N a partir do reagente concentrado
11. 500 ml de solução de KMnO4 0,02 N;
12. 100 ml de solução de CuSO4.5H2O 0,025 F.
13. 250 ml de solução de HNO3 6N a partir do reagente concentrado;
14. 250 ml de solução de H2SO4 (1:8);
15. 250 ml de solução de K2Cr2O7 0,05 N (redução até Cr3+);
16. 100 ml de solução de Na2CO3 0,025 F
17. 50 ml de K2CrO4 5 %;
18. 250 ml de HCl 6 M a partir do reagente concentrado;
19. 250 mL de CH3COOH 1:1
20. 100 mL de KI 0,1 M

MÉTODOS DE ANÁLISE QUALITATIVA


1. Introdução

O objetivo da análise qualitativa é identificar os componentes de uma


amostra. Essa identificação é feita através de uma reação química em que
a substância sob análise é transformada em um novo composto com
propriedades características.

A análise qualitativa pode ser feita de dois modos clássicos:

1. Análise por via sêca – as reações químicas ocorrem sem


dissolver a amostra e com a participação do calor.
2. Análise por via úmida – as reações químicas ocorrem entre
íons em solução, isto é, em solução aquosa (pesquisa de
cátions e ânions).

Também para identificação, são utilizados outros métodos, como por


exemplo: cromatografia, espectroscopia, polarografia etc.

2. Análise por Via Sêca

A análise por via sêca compreende os seguintes ensaios:

1. Ensaios em tubos
2. Ensaios na chama
3. Ensaios na pérola
4. Ensaios sobre carvão
5. Ensaios sobre gesso
Os ensaios por via sêca devem ser efetuados antes da análise por via
úmida (pesquisa de cátions e ânions), porque dão uma orientação
bastante segura sobre a natureza da amostra e o caminho a seguir na
referida pesquisa, já que nem sempre são suficientes para uma
identificação completa da amostra.

Para realizar esses ensaios é necessário a chama de um bico de gás e


por isso é importante conhecê-la com maiores detalhes.

2.1. Estudo da chama

A temperatura máxima da chama e suas subdivisões (Zonas),


depende do tipo do combustor e da natureza do gás utilizado.

Os combustores mais utilizados são: Bunsen, Tirril e Meker. Nestes


combustores, a chama difere quanto à temperatura máxima produzida e
quanto à distribuição do calor na chama.

Nos limitaremos ao estudo da chama de um Bico de Bunsen, pois é a


que normalmente utilizamos no laboratório.

2.1.1. O Bico de Bunsen

É a fonte de calor mais utilizada no laboratório. Trata-se de um


aparelho para queimar gases combustíveis, gerando assim calor.

O queimador consiste em um tubo de aço de 12,7 cm de altura por


0,95 cm de diâmetro interno que fica enroscado na base. O gás é
introduzido no queimador próximo à base. Nessa altura encontram-se
também dois orifícios através dos quais o ar penetra. Esses orifícios são
bloqueados parcialmente ou totalmente com um colarinho concêntrico ao
queimador.

Quando o regulador de entrada do ar é colocado numa posição que


não deixa o ar entrar no queimador, a combustão do gás é incompleta e a
chama formada é muito luminosa e de cor amarela e quando o regulador
de entrada do ar permite a passagem de um pouco de ar a chama será
menos luminosa e mais quente. Quando o ar é alimentado corretamente
obtém-se uma chama não luminosa e de cor azul, com poder de
aquecimento elevado.

Os ensaios na chama devem ser feitos com uma chama quase incolor
a azul, que permaneça na boca do queimador e deve-se distinguir a
formação de dois cones na chama.
A reação que ocorre na chama é:

butano

Quando se usa oxigênio puro como gás oxidante, a temperatura da


zona mais quente da chama pode alcançar 20000 C. Quando se emprega
ar como oxidante, a combustão do butano é incompleta e a temperatura
alcançada é de 8000 C.

A luminosidade da chama se deve à presença de uma pequena


quantidade de hidrocarbonetos insaturados (ex.: etileno, propileno,
acetileno). O etileno se aquece na chama, se decompõe em metano e
carbono, de acordo com a seguinte reação:

O carbono é incandescente e empresta seu brilho à chama. Quando


se fornece mais ar ao queimador, o carbono se queima e a chama perde a
luminosidade pois os demais componentes do gás ardem numa chama
não luminosa.

Segundo Vogel, a chama não luminosa do Bico de Bunsen se compõe de


três partes (ver figura):

I. Um cone interno azul (ADB) – essa zona situa-se próxima da boca


do queimador.
II. Uma ponta luminosa (D) que só é visível quando as aberturas para
o ar estão um pouco fechadas.
III. Um manto externo (ACBD) onde se produz a combustão completa
do gás

As principais zonas de uma chama do Bico de Bunsen diferem entre


si quanto a distribuição do calor e são as seguintes:

a. Base da chama ou Zona de temperatura mais baixa – isso ocorre


porque o gás que está sendo queimado é resfriado pelo gás que
está subindo pelo corpo do queimador. Essa zona é utilizada na
pesquisa de compostos muito voláteis e que

são reconhecidos pelas cores características que emprestam à


chama (ensaios na chama).

b. Zona de Fusão – é a parte mais quente da chama. Localiza-se a


cerca de um terço da altura da chama, entre o cone interno e o cone
externo, exatamente na parte mais larga da chama. Nessa zona a
temperatura alcança 1200 – 15000 C e é muito utilizada para os
ensaios de fusão de substâncias pouco voláteis e ensaios na
pérola.

c. Zona Oxidante Inferior – situa-se na altura da zona de fusão, na


periferia do cone externo. É apropriada para oxidar compostos
dissolvidos em fundentes vítreos tais como bórax ou carbonato de
sódio.

d. Zona Oxidante Superior – é o vértice superior do cone externo. Aí


ocorre a maior oxidação no queimador pois há um grande excesso
de oxigênio. A chama não é muito quente. É utilizada nas
operações de oxidação que não necessitam de uma temperatura
muito alta.

e. Zona Redutora Superior – é o vértice do cone interno. É o maior


poder redutor que se pode obter da chama, porém só é luminosa e
de alto poder redutor quando se diminui a entrada de ar. É utilizada
na redução enérgica dos óxidos metálicos (ensaios sobre carvão).

f. Zona Redutora Inferior – situa-se na mesma altura da zona oxidante


inferior. O poder redutor é menor que na zona redutora superior. É
utilizada para reduzir óxidos dissolvidos em substâncias vítreas.

AULA PRÁTICA No 05

Assunto: Análise por Via Sêca - ENSAIOS EM TUBOS


Nesta aula você vai se familiarizar com os principais fenômenos que podem
ocorrer com uma substância sólida quando aquecida em um tubo fechado. É
importante que esses fenômenos sejam observados atentamente pois deles
dependerá o sucesso da análise.

a) Sublimação

1. Colocar uma pequena porção de anidrido arsenioso, As2O3, em um tubo


bem limpo e seco, com os cuidados recomendados pela técnica.
Aquecer brandamente em uma chama de bico de gás;
2. Verificar cuidadosamente e anotar todos os fenômenos que se
processaram;
3. Procurar uma explicação para tudo o que foi observado.
4. Repetir os itens 1, 2 e 3 com amostras de cloreto mercuroso, Hg2Cl2, e
cloreto mercúrico, HgCl2.

Observação: Cuidado ! Estas substâncias são venenosas.

b) Desidratação

1. Colocar em dois tubos separados uma pequena porção de sulfato de


cobre pentahidratado, CuSO4.5H2O e sulfato de níquel heptahidratado,
NiSO4.7H2O.
2. Verificar atentamente a cor de cada sal e anotar.
3. Aquecer cada tubo na chama do bico de Bunsen, observar e anotar o
que ocorre.
4. Procure uma explicação para o ocorrido.

c) Decomposição

1. Colocar uma pequena porção de óxido mercúrico, HgO, no interior de


um tubo;
2. Verificar a sua coloração e anotar;
3. Aquecer na zona de fusão de um Bico de Bunsen e observar o que
ocorre;
4. Anotar e procurar uma explicação para o ocorrido.

d) Oxidação-Redução

PARTE I:

1. Colocar uma pequena porção de iodeto de potássio, KI, e brometo de


potássio em tubos separados. Adicionar um pouco de dióxido de
manganês, MnO2, em pó e uma gota de ácido sulfúrico concentrado em
cada tubo;
2. Aquecer brandamente ambos os tubos na chama de um bico de Bunsen
e anotar os fenômenos observados;
3. Procurar uma explicação para o ocorrido.

Observação: Realizar as experiências com ácido na capela.

PARTE II:

1. Colocar em um tubo uma pequena porção de nitrato de chumbo,


Pb(NO3)2, e aquecer na chama de um bico de Bunsen;
2. Verificar atentamente e anotar os fenômenos observados;
3. Procurar uma explicação para o ocorrido.

PARTE III:

1. Colocar uma pequena porção de fostato biamoniacal, (NH4)2HPO4, em


um tubo. Aquecer brandamente na chama de um bico de Bunsen.
2. Verificar o desprendimento de substância gasosa com odor
característico; Procurar identificar a substância pelo odor;
3. Anotar e procurar uma explicação para o ocorrido;
4. Repetir os itens 1-3 acima empregando uma amostra de sulfeto de ferro
(II), FeS, com ácido clorídrico diluído e em seguida repetir os mesmos
itens com sulfito de cálcio, CaSO3, ou tiossulfato de sódio, Na2S2O3.

AULA PRÁTICA No 06

Assunto: Análise por Via Sêca - ENSAIOS NA CHAMA

Nessa aula você vai se familiarizar com as cores que alguns elementos
metálicos emprestam à chama. É aconselhável repetir várias vezes o ensaio
com a mesma amostra para gravar bem as cores, principalmente as que são
parecidas.

1. Verificar se a alça de platina está perfeitamente limpa. Em caso


negativo, limpá-la imergindo-a em HCl concentrado e levando-a à chama
até não haver mais formação de cor. Repetir essa operação tantas
vezes quantas forem necessárias.
2. Em seguida, umedecer a alça de platina em HCl concentrado, isento de
contaminação, tocar na amostra devidamente pulverizada e levar à base
da chama. Caso não haja aparecimento de coloração na chama erguer a
alça vagarosamente e procurar uma região mais quente da chama.
3. Verificar atentamente a cor, associando-a ao íon metálico presente na
amostra, de acordo com a tabela abaixo:
4. Repetir a operação com a mesma amostra várias vezes até a cor da
mesma ficar bem memorizada.
5. Repetir todos os itens anteriores utilizando amostras diferentes.

Presença de: Cor


Potássio (K ) Violeta
+

Bário (Ba 2+) Verde claro


Cálcio (Ca 2+) Alaranjado
Sódio (Na ) +
Amarelo
Lítio (Li +) Vermelho carmim

AULA PRÁTICA No 07

Assunto: Análise por Via Sêca - ENSAIOS NA PÉROLA

1.INTRODUÇÃO

Nesse tipo de ensaio a alça de platina é aquecida na chama do Bico de


Bunsen e mergulhada ainda quente em bórax, Na2B4O7.10H2O, pulverizado.
Sob aquecimento o sal a princípio incha, devido a perda da água de
cristalização, depois funde-se e quando esfria forma uma pérola incolor e
transparente que é constituída por uma mistura de metaborato de sódio e
anidrido bórico.

Toca-se então a pérola na amostra pulverizada, de modo que um pouco da


amostra fique aderida. A pérola com a amostra é de novo aquecida na chama
oxidante onde há formação de boratos dos cátions combinados e forma-se
uma pérola colorida. A cor da pérola é típica do cátion.

Tomando o cobre como exemplo, as reações que ocorrem são:

(metaborato de cobre II)

(ortoborato)

Quando o cátion da amostra possui mais do que um estado de oxidação, a cor


da pérola obtida na zona oxidante da chama pode ser diferente da cor obtida
na zona redutora.
Nessa aula vamos observar as cores das pérolas obtidas na chama oxidante
com sais dos metais presentes na tabela abaixo:

Presença de Cor da Pérola


Cromo Verde esmeralda
Ferro Amarelo
Cobalto Azul
Manganês Violeta

AULA PRÁTICA No 08

Assunto: ANÁLISE DE TOQUE

1. INTRODUÇÃO

A análise de toque é um processo de análise em escala semi-micro, onde


os reagentes e a própria amostra são empregados em gotas, por isso é
também chamada de análise da gota.

Trata-se de um método muito econômico pois emprega quantidades


mínimas de reagentes e amostra; de fácil e rápida execução e não requer
aparelhagem especializada. Pipetas, conta-gotas, micro tubos de ensaio e
placas de toque são os materiais necessários.

Fritz Feigl e colaboradores introduziram suportes porosos como o papel


(semelhante ao papel de filtro) na análise de toque e pesquisou a utilização de
novos reagentes específicos para os íons em análise.

Uma das características das reações efetuadas nos suportes porosos é a


formação de substâncias coloridas que surgem no papel sob a forma de
manchas. Por isso, esse método de análise é também conhecido como “spot
test”, ou seja, teste da mancha.

Nesta aula a análise de toque vai ser utilizada na identificação de alguns


metais.

Inicialmente é feito o ataque químico do metal. A amostra sólida é tratada


com ácido nítrico concentrado sob aquecimento. Com esse tratamento, a
amostra é dissolvida e o metal passa para a fase solução sob a forma de íon
metálico. Por exemplo:
A seguir, são acrescentados determinados reagentes à amostra em
solução. Cada íon metálico possui um reagente próprio e quando reagem
formam um composto que pode ser identificado por sua cor. Por exemplo: O
íon Ni2+ forma um composto vermelho com a

dimetilglioxima em meio alcalino. É o aparecimento desse composto que indica


a presença de níquel na amostra.

2. PROCEDIMENTO

Identificação de Ni, Cu, Fe e Pb

1. Com uma lima, retire alguma limalha do metal (amostra) e transfira-a


para uma pequena caçarola de porcelana.
2. Adicione cerca de 2 ml de HNO3 concentrado (na capela) e aqueça até
total dissolução.
3. Continue o aquecimento até secura cuidando para que não haja um
ressecamento muito intenso.
4. Espere que esfrie e acrescente água destilada suficiente para dissolver
todo o resíduo e o bastante para efetuar as reações que se seguem.
5. Com uma micro-pipeta, coloque uma gota dessa solução em uma tira de
papel de filtro.
6. Alcalinize com uma gota de amônia (1:1).
7. O aparecimento de uma coloração azul indica que o metal em análise é
o COBRE. Será visto em seguida uma confirmação para esse metal
(itens 9 e 10).
8. Não aparecendo coloração azul adicione uma gota de dimetilglioxima. O
aparecimento de uma coloração vermelha indica que o metal é o
NÍQUEL.
9. Adicione outra gota da solução em exame em papel de filtro e acidifique
adicionando uma gota de ácido acético diluído.
10. Adicione uma gota de ferrocianeto de potássio. O aparecimento de uma
coloração azul indica que a amostra é FERRO. Caso apareça uma
coloração castanho-avermelhada indica que a amostra é COBRE.
11. Coloque uma outra gota da solução em análise em papel de filtro e
adicione a seguir uma gota de iodeto de potássio. O aparecimento de
uma coloração amarela indica que a amostra é CHUMBO.

ANÁLISE POR VIA ÚMIDA


1. INTRODUÇÃO

Na análise por via úmida a amostra a ser analisada é inicialmente


dissolvida. A seguir, a solução da amostra é submetida a ação de reagentes
específicos, também em solução, para que ocorram reações que permitam a
identificação de um íon ou grupo de íons presente na amostra.

A análise por via úmida é de extrema importância no contexto da análise


qualitativa e é geralmente precedida pela análise por via sêca.

A identificação dos componentes da amostra por via úmida é feita de


acordo com a Marcha Analítica Sistemática, que consiste na separação de
grupos de cátions ou ânions seguida de isolamento de cada íon para que seja
identificado.

Esses métodos foram introduzidos em 1840 por Frezenius que lançou um


livro com um esquema de separação sistemática que se tornou a base dos
esquemas atuais de separação utilizados nos cursos de Química Analítica. Em
1878 Bunsen publicou um trabalho sobre a análise qualitativa de ânions. Entre
1910 e 1920 Benedetti Pichler e Feigl pesquisaram reações mais sensíveis e
mais específicas.

2. DISSOLUÇÃO DA AMOSTRA

A forma como a amostra deve ser dissolvida depende da natureza da


mesma e do método que será utilizado na identificação.

Os seguintes requisitos devem ser considerados na escolha do método de


dissolução da amostra. O método deve: ser eficiente, simples e rápido; não
atacar o recipiente de reação; não introduzir o constituinte ou outra substância
interferente; não introduzir quantidade excessiva de sais mesmo que inertes.

Os solventes mais utilizados na dissolução de amostras são; água, ácidos


inorgânicos ou mistura de ácidos. Os ácidos inorgânicos mais utilizados são:

a) Ácido Fluorídrico. O reagente adquirido comercialmente é


aproximadamente 27 F (48 % de HF). É utilizado na decomposição de rochas e
minerais à base de silicatos.

b) Ácido clorídrico. O reagente comercial é aproximadamente 12 F (37 %


em HCl). O ácido clorídrico dissolve muitas substâncias inorgânicas que são
insolúveis em água. Dissolve muitos metais, óxidos metálicos e carbonatos. Os
cátions que se dissolvem com este ácido passam a cloretos, que são
facilmente voláteis, o que favorece sua identificação na chama. Os cloretos de
prata, chumbo e mercúrio I são os únicos insolúveis em água mas são solúveis
em excesso de ácido clorídrico.

c) Ácido Sulfúrico. O reagente comercial é aproximadamente 18 F (96 %


de H2SO4). O ácido sulfúrico a quente desidrata e oxida compostos orgânicos.
Muitos metais e ligas são atacados pelo ácido quente. O ácido sulfúrico não é
muito utilizado como solvente porque muitos sulfatos formados são insolúveis
ou parcialmente solúveis em água ou no próprio ácido.

d) Ácido Perclórico. O reagente comercial é 11,6 F (70 % de HClO4). O


ácido perclórico concentrado a quente é um poderoso agente oxidante que
ataca ligas de ferro e aços inoxidáveis que não são dissolvidos por outros
ácidos inorgânicos. O ácido perclórico concentrado à temperatura ambiente ou
suas soluções diluídas mesmo quentes não são perigosos. O reagente
concentrado a quente em contato com material orgânico ou substâncias
inorgânicas facilmente oxidáveis pode provocar explosões violentas.

e) Ácido nítrico. O reagente comercial é 15,7 F (70 % de HNO3). O ácido


nítrico é um reagente oxidante. Quando concentrado a quente, dissolve todos
os metais, exceto Al e Cr. Sn, W e Sb formam os ácidos pouco solúveis HSbO3
(ácido meta antimônico) e H2SnO3 (ácido metaestânico).

f) Água régia. É uma mistura de ácido clorídrico concentrado (3 volumes) e


ácido nítrico concentrado (1 volume). A água régia dissolve a maioria dos
metais, exceto o Pb,

Ag e o íon mercúrio (I), Hg22+. Os metais nobres Au e Pt são atacados pela


água régia resultando nos correspondentes cloretos.

Au + HNO3 + 3 HCl ⇔ AuCl3 + NO + 2 H2O

3 Pt + 4 HNO3 + 12 HCl ⇔ 3 PtCl4 + 4 NO + 8 H2O

A escolha do solvente que deve ser utilizado na dissolução da amostra


depende do tipo de amostra. A amostra pode se apresentar nas seguintes
formas:

1. Substância ou mistura de substâncias não metálicas no estado


sólido;
2. Metal, ou mistura de metais, ou liga no estado sólido;
3. Mistura dos tipos 1 e 2;
4. Solução;
5. Solução contendo material insolúvel.
2.1. Dissolução de Amostras do tipo 1

Verificar a solubilidade da amostra nos seguintes solventes na ordem dada;


Água; Ácido clorídrico; Ácido nítrico e Água régia. Tentar primeiro a
solubilização a frio e a seguir a quente.

Existem substâncias entretanto que são insolúveis mesmo em água régia.


Exemplo: os sulfatos de Pb, Ba e Sr, os óxidos como Al2O3 (alumina), Cr2O3
(cromita), TiO2 (rutilo), SnO2 (cassiterita) e SiO2 (sílica). A dissolução dessas
amostras é feita através do método da decomposição por fusão.

2.1.1. Decomposição por Fusão

É utilizada na dissolução de amostras sólidas por meio da via sêca. A


amostra é atacada por fundentes tais como carbonatos, sulfatos, bissulfatos e
hidróxidos dos metais alcalinos ou mistura destes. A fusão é feita a uma
temperatura relativamente alta. A

finalidade do fundente é baixar o ponto de fusão da amostra, oxidar ou reduzir


(de acordo com o tipo de fundente) e substituir o ânion do fundente na amostra.
Por exemplo: passar a amostra a carbonato, cuja dissolução em água é mais
fácil.

A fusão é feita em cadinhos de ferro, níquel, berilo ou platina. O cadinho de


ferro é o mais empregado. Os cadinhos de platina não devem ser utilizados
com amostras que ataquem a platina, tais como; Pb, As, Sb, Ag, Au, ou
oxidantes fortes.

Os fundentes mais utilizados são:

• Carbonatos alcalinos - Na2CO3; K2CO3 ou mistura de ambos.

Aplicação: rocha e minerais; Cadinho - Pt

• Hidróxidos alcalinos - NaOH e KOH

Cadinho - Ag, Au ou Ni (< 500 oC)

• Boratos - Na2B4O7. 10H2O


• Dissulfato de potássio

Procedimento de Fusão
A amostra pulverizada é misturada com o fundente na relação de volume 5
partes de fundente para cada parte da amostra. A mistura é colocada no
cadinho de modo que ocupe apenas a metade do mesmo.

A mistura é coberta com uma camada de fundente e aquecida suavemente


para expulsar a umidade da amostra e do fundente sem violência. Após 5
minutos intensifica-se o aquecimento mas sem atingir a ebulição a fim de que a
água de cristalização seja eliminada. Essa etapa dura 10 minutos. Procede-se
então a fusão por 10 minutos, que deve ser tranqüila sem que se formem
muitas bolhas. A parte inferior do cadinho fica alaranjada.

O aquecimento é feito com um Bico de Bunsen onde se introduz oxigênio a


pressão ao invés de ar ou com maçarico de oxi-acetileno.

Após a fusão baixa-se a temperatura e derrama-se a mistura fundida de uma


só vez sobre uma placa limpa de ferro, fazendo com que se espalhe ao
máximo. Deixa-se esfriar e pulveriza-se em um gral de ágata, quartzo ou
porcelana. O pó é colocado em uma cápsula de porcelana e adiciona-se água
bem quente ou HCl diluído no caso de se ter usado Na2CO3 como fundente.

2.2 Dissolução de Amostras do tipo 2

Quando a amostra contém partículas metálicas que apresentam diferenças


na cor, brilho, aspecto, etc., deve-se seguir fazendo a separação de partículas
semelhantes. Depois, cada porção é analisada separadamente.

O ácido nítrico ataca a maioria dos metais e o ácido perclórico concentrado


a quente também.

2.3. Dissolução de Amostras do tipo 3, 4 ou 5

Primeiro realiza-se uma separação manual das partículas metálicas e não


metálicas e aplica-se para cada grupo o tratamento adequado aos tipos 1 e 2.

No caso da amostra 4 é conveniente determinar o pH da solução a fim de


saber o meio em que a amostra foi dissolvida (ácido, neutro ou alcalino).

As amostras do tipo 5 necessitam de uma centrifugação seguida de uma


filtração cuidadosa a fim de separar o solúvel do insolúvel. Dependendo de
suas características físicas, o insolúvel é tratado como amostra do tipo 1 ou 2.
Dissolvida a amostra é necessário realizar 3 ensaios prévios antes de se
iniciar a pesquisa de cátions e ânions.

3. ENSAIOS PRÉVIOS

3.1. Verificação do pH

O ensaio é feito com papel tornassol ou papel indicador. O papel não deve
ser mergulhado na solução. O procedimento correto é mergulhar um bastão de
vidro na solução, retirá-lo cuidadosamente do tubo e tocar no papel indicador.

O pH da solução poderá ser:

Neutro - indica ausência de ácidos ou bases livres, sais ácidos ou sais que
dão reação ácida ou alcalina por hidrólise.

Alcalino - indica presença de hidróxidos dos metais alcalinos ou alcalino-


terrosos, ou carbonatos, boratos sulfetos, cianetos, hipocloritos, silicatos,
peróxidos de metais alcalinos.

Ácido - indica presença de ácido livre, sais ácidos, sais que produzem
reação ácida na hidrólise ou solução de sais de ácidos.

3.2. Pesquisa do Íon Amônio

O íon amônio, NH4+,pertence ao 5o grupo de cátions mas ele deve ser


investigado primeiro, porque durante a marcha sistemática são utilizados
reagentes que o contém.

Portanto, se a análise é feita no final dos grupos de cátions, o resultado será


sempre positivo.

Trata-se a amostra com um excesso de base forte (NaOH) a quente. Há


desprendimento de amônia.

NH4+ + OH- ⇔ H2O + NH3

3.3. Pesquisa dos íons do Fósforo

Os íons do fósforo interferem na pesquisa dos cátions do 3o e 4o grupos e


devido a formação de fosfatos insolúveis. É conveniente pois proceder a
separação prévia desses íons.

4. PESQUISA DE CÁTIONS
Com a amostra já dissolvida e tendo-se já efetuado os ensaios prévios, inicia-
se a separação dos íons em grupos com base em algumas propriedades
comuns a um determinado grupo. Os cátions ou ânions de cada grupo são
identificados por reações características. Os cátions são divididos em 5 grupos
analíticos. Cada grupo possui um precipitante que forma compostos insolúveis
com todos os cátions do grupo. A única exceção é o grupo 5 que não possui
um reagente capaz de formar precipitados com todos os cátions.

GRUPO I: Ag+ ,Hg22+ e Pb2+

O grupo I é constituído pelos cátions cujos cloretos são insolúveis em


água fria e em ácido clorídrico diluído frio. O reagente precipitante é o HCl.

GRUPO II: Subgrupo IIA - Hg2+, Pb2+, Cu2+, Bi3+ e Cd2+ Subgrupo IIB -
As3+, As5+, Sb3+, Sb5+, Sn2+ e Sn4+

Os cloretos desses cátions são solúveis mas os sulfetos são insolúveis em


água e em ácido diluído. São portanto precipitados pelo gás sulfídrico (H2S) a
partir das soluções aquosas acidificadas com ácido mineral diluído. Esse grupo
se divide em dois subgrupos. O subgrupo IIA ou subgrupo do cobre e o
subgrupo IIB ou subgrupo do

arsênio. O subgrupo IIA é formado pelos cátions cujos sulfetos são insolúveis
no polissulfeto de amônio. O subgrupo IIB é formado pelos cátions cujos
sulfetos são solúveis no polissulfeto de amônio.

GRUPO III: Subgrupo IIIA - Al3+, Cr3+ e Fe3+ Subgrupo IIIB - Mn2+,
Zn , Co2+ e Ni2+
2+

Esses cátions precipitam sob a forma de hidróxido ou sulfeto quando tratados


com amônia e cloreto de amônio e sulfeto de hidrogênio. O grupo III é formado
também por dois subgrupos. O subgrupo IIIA ou subgrupo do ferro e o
subgrupo IIIB ou subgrupo do zinco. O subgrupo IIIA é constituído pelos
cátions que precipitam sob a forma de hidróxido quando tratados pela amônia
em cloreto de amônio. O subgrupo IIIB ou subgrupo do zinco é constituído
pelos cátions que precipitam sob a forma de sulfetos quando tratados pelo
sulfeto de hidrogênio, na presença de cloreto de amônio e amônia.

GRUPO IV: Ca2+, Sr2+ e Ba2+

É constituído pelos cátions dos metais alcalino-terrosos que não


precipitam com os reagentes dos grupos anteriores mas se caracterizam pela
insolubilidade de seus carbonatos e pela solubilidade de seus sulfetos em
água. O reagente precipitante é o carbonato de amônio.

GRUPO V: Mg2+, Na+, K+ e NH4+


Esses cátions não precipitam com os reagentes anteriores e não existe um
reagente capaz de formar precipitados com todos eles.

5. PESQUISA DE ÂNIONS

A Pesquisa de ânions é realizada após a pesquisa de cátions. Os ânions


são divididos em grupos com base na solubilidade dos sais de prata na água e
no ácido nítrico diluído.

GRUPO I - Cl-, Br-, I-, ferrocianeto [Fe(CN)6]4-, e ferricianeto [Fe(CN)6]3-

São os ânions cujos sais de prata são insolúveis na água e no ácido nítrico
diluído.

GRUPO II - CO32- ,HCO3-, CrO42-, Cr2O72- e PO43-

São os ânions cujos sais de prata são insolúveis na água e solúveis em


ácido nítrico diluído.

GRUPO III - MnO4- ,NO3- e SO42-

São os ânions cujos sais de prata são solúveis na água e no ácido nítrico
diluído.

6. REFERÊNCIAS

1. CARVALHO, J. W. “Apostila de Química Analítica Qualitativa”, UFPB,


João Pessoa.
2. VOGEL, A. “Química Analítica Qualitativa”, Mestre Jou, São Paulo
(1981)

Aula Prática No 9

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica


de Cátions

Identificação e Separação dos Cátions do 1o Grupo

1. INTRODUÇÃO
Pertencem ao primeiro grupo os cátions que dão precipitado branco
quando tratados com HCl diluído. São eles:

Ag+, Pb2+ e Hg22+

Inicialmente será visto a identificação dos cátions do 1o grupo isoladamente e


a seguir será feita a separação dos mesmos. O objetivo é aprender a
identificar o cátion presente em uma amostra e observar o comportamento do
mesmo. Isso é muito importante para a compreensão da técnica de separação.
Após a identificação serão feitas algumas reações de confirmação da
identidade do cátion.

Na primeira parte da aula é preciso usar uma solução estoque de cada cátion.

1a Parte: Identificação e Confirmação dos Cátions do 1o Grupo

a) Marcha Sistemática

1. Colocar cerca de 1,0 ml da solução amostra em um tubo de ensaio e


acrescentar HCl diluído gota a gota agitando bem.
2. Não havendo precipitação indica ausência de cátions do 1o grupo. Deter
a adição do ácido na terceira gota e passar ao ítem 1 da marcha
sistemática do 2o grupo.
3. Havendo precipitação, juntar leve excesso de HCl diluído (7 a 8 gotas),
agitar fortemente e deixar o precipitado sedimentar.
4. Decantar a maior parte possível do líquido sobrenadante, juntar 3 ml de
água destilada e ferver.
5. O precipitado se dissolvendo em água quente indica que a amostra
contém o cátion chumbo (Pb2+). Com o restante da solução em exame,
efetuar as reações de confirmação para o cátion chumbo.
6. Não havendo dissolução do precipitado em água quente, decantar a
maior parte possível do líquido sobrenadante e adicionar amônia. Agitar
fortemente.

7. O precipitado se dissolvendo na amônia indica que a amostra contém o


cátion prata (Ag+). Com o restante da solução em exame efetuar as
reações de confirmação para o cátion prata.

8. Se houver enegrecimento com o tratamento com amônia, o cátion


presente na amostra é o mercuroso (Hg22+). Com o restante da solução
em exame efetuar as reações de confirmação para o cátion mercuroso.
b) Reações de Confirmação

CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION (Ag+)

1. Tratado pelos iodetos alcalinos dá precipitado amarelo de iodeto de


prata, insolúvel no ácido nítrico e na amônia; com esse reagente porém
perde a cor amarela.

AgNO3 + MI ↔ AgI + MNO3

2. Tratado pelo fosfato bisódico dá precipitado amarelo de fostato de prata,


solúvel em solução de NH3.

3 AgNO3 + 2 Na2HPO4 ↔ Ag3PO4 + NaH2PO4 + 3 NaNO3

3. Tratado pelos cromatos alcalinos dá precipitado vermelho escuro de


cromato de prata, solúvel no ácido nítrico e amônia.

2 AgNO3 + M2CrO4 ↔ AgCrO4 + 2 MNO3

CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION CHUMBO (Pb2+)

1. Tratado pelo ácido sulfúrico ou sulfatos solúveis dá precipitado branco


de sulfato de chumbo.

Pb(NO3)2 + H2SO4 ↔ PbSO4 + 2 HNO3.

2. Tratado pelos cromatos alcalinos dá precipitado amarelo vivo de


cromato de chumbo.

Pb(NO3)2 + M2CrO4 ↔ PbCrO4 + 2 MNO3

3. Tratado pelos iodetos alcalinos dá precipitado amarelo vivo de iodeto de


chumbo, solúvel em excesso de água quente dando coloração incolor;
pelo resfriamanto precipita novamente , cristalizado em palhetas cor de
ouro (chuva de ouro).

Pb(NO3)2 + 2 MI ↔ PbI2 + 2 MNO3

CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION MERCUROSO (Hg22+)


1. Tratado pelo cromato de potássio, a quente, dá precipitado vermelho de
cromato de mercúrio

Hg2(NO3)2 + K2CrO4 ↔ Hg2CrO4 + 2 KNO3

2. Tratado pelos iodetos alcalinos dá precipitado esverdeado de iodeto


mercuroso, que com excesso de reagente dá mercuriodeto, solúvel, e
mercúrio metálico, cinzento.

Hg2(NO3)2 + 2 MI ↔ Hg2I2 + 2 MNO3

Hg2I2 + 2 MI ↔ M2HgI4 + Hg

3. Tratado pelos hidróxidos alcalinos dá precipitado preto de óxido


mercuroso.

Hg2(NO3)2 + 2 NaOH ↔ Hg2O + H2O + 2 NaNO3

2a Parte: SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS DO 1O GRUPO

Tomar cerca de 10 ml da amostra e adicionar HCl 6 F gota a gota até total


precipitação. Filtrar em papel compacto. Com o filtrado verificar se a
precipitação foi total adicionando 3 a 4 gotas de HCl 6 F.

FILTRADO

Despreza-se
RESÍDUO

Pode conter AgCl, PbCl2 e Hg2Cl2. Lava-se com cerca de 30 ml de água


fervendo no próprio funil e recolhe-se o filtrado em bequer pequeno. Verificar
se a solubilização do PbCl2 foi total adicionando mais um pouco de água
quente , recolhendo as últimas gotas em um tubo de ensaio e testando com
K2CrO4.

FILTRADO

Pode conter PbCl2. Deixar esfriar e adicionar K2CrO4. Um precipitado amarelo


de PbCrO4 indica a presença de chumbo.

RESÍDUO

Pode conter AgCl e Hg2Cl2. Lançar no próprio funil cerca de 5 ml de NH3 6 F.


Filtrar.
RESÍDUO

Será constituído de Hg(l) + HgNH2Cl(s) cinza escuro

FILTRADO

Pode conter Ag(NH3)2+(aq)Cl-(aq). Acidificar com HNO3 6 F. Um precipitado


branco de AgCl indica presença de PRATA.

AULA PRÁTICA NO 10

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Cátions

Identificação e CONFIRMAÇÃO dos Cátions do 2o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao 2o grupo os cátions cujos cloretos são solúveis em meio


ácido porém precipitam quando tratados pelo H2S (sulfeto de hidrogênio) em
meio previamente acidificado.São eles:

Hg2+, Pb2+, Cd2+, Cu2+ e Bi3+

As3+, As5+, Sb3+, Sb5+, Sn2+ e Sn4+

Reagente do Grupo: H2S em meio ácido.

O segundo grupo, um dos mais extensos, é subdividido em 2 subgrupos,


subdivisão esta baseada na solubilidade dos sulfetos formados no polissulfeto
de amônio. Um dos subgrupos (subgrupo do cobre) é constituído pelos cátions
cujos sulfetos são insolúveis no polissulfeto de amônio, enquanto que o outro
subgrupo (subgrupo do arsênio) é constituído pelos cátions cujos sulfetos são
solúveis no citado reagente. O cátion Pb2+ aparece novamente neste 2o grupo
em virtude de não ser totalmente insolubilizado no grupo anterior. O cloreto de
chumbo, forma sob a qual o Pb2+ é insolubilizado no 1o grupo é ligeiramente
solúvel à temperatura ambiente, solubilidade esta que aumenta
consideravelmente com o aumento da temperatura.

2o GRUPO Subgrupo do Cobre: Hg2+, Pb2+, Cd2+, Cu2+ e Bi3+

Subgrupo do Arsênio: As3+, As5+, Sb3+, Sb5+, Sn2+ e Sn4+

Abordaremos aqui apenas o subgrupo do cobre. Veremos a marcha


sistemática que permite a identificação destes cátions.

3. MARCHA SISTEMÁTICA

1. Em um tubo de ensaio, tratar cerca de 1 ml da solução em exame com 3


gotas de HCl 6 M. Testar com papel indicador se o pH está fortemente
ácido.

2. Aquecer o tubo sem deixar a solução ferver e acrescentar cerca de 2 ml


de Tioacetamida (TA). Caso não apareça precipitado voltar a aquecer
por mais alguns minutos.
3. Não aparecendo precipitado conclui-se pela ausência de cátions do 2o
grupo. Passar para o ítem 1 da marcha sistemática do 3o grupo.
4. Havendo precipitação, verificar atentamente a formação do precipitado
desde o início.
5. Sendo o precipitado de cor preta mas precedido da formação de um
composto branco, indica tratar-se do cátion mercÚrico (Hg2+). Com o
restante da solução, realizar as reações de confirmação para o cátion
mercúrico.
6. Sendo o precipitado de cor preta e a solução em exame apresentar cor
azul indica tratar-se do cátion cúprico (Cu2+). Com o restante da solução
em exame efetuar as reações de confirmação para o cátion cúprico.
7. Sendo o precipitado preto e a solução em exame incolor indica tratar-se
do cátion chumbo (Pb2+). Com o restante da solução em exame efetuar
as reações de confirmação para o cátion chumbo.
8. Sendo o precipitado amarelo indica tratar-se do cátion Cádmio (Cd2+).
Com o restante da solução em exame efetuar as reações de
confirmação para o cátion cádmio.

3. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO
3.1. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION MERCÚRICO (Hg2+)

1. Tratado pelos iodetos alcalinos dá precipitado amarelo de iodeto de


mercúrio que passa imediatamente a escarlate, solúvel em excesso de
reagente devido a formação de mercúriodeto.

HgCl2 + 2 MI ⇔ HgI2 + 2 MCl

HgI2 + 2MI ⇔ M2HgI4

2. Tratado pelos hidróxidos alcalinos dá precipitado amarelo de óxido


mercúrico, solúvel em ácidos.

HgCl2 + 2 MOH ⇔ HgO + 2MCl + H2O

3. Tratado pelos cromatos alcalinos, em solução concentrada, dá


precipitado amarelo de cromato de mercúrio, que passa a vermelho
devido a transformação em sal mercuroso

HgCl2 + M2CrO4 ⇔ HgCrO4 + 2MCl

3.2. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION CÚPRICO (Cu2+)

1. Tratado pelo ferrocianeto de potássio dá precipitado castanho


avermelhado de ferrocianeto cúprico

2 CuCl2 + K4[Fe(CN)6] ⇔ Cu2[Fe(CN)6] + 4 KCl

2. Tratado pelos hidróxidos alcalinos dá precipitado azul de hidróxido


cúprico, insolúvel em excesso de reagente.

CuCl2 + 2MOH ⇔ Cu(OH)2 + 2 MCl

3. Tratado pelo hidróxido de amônio dá precipitado azul esverdeado de sal


básico, solúvel em excesso de reagente dando cor azul safirina.

2 CuCl2 + NH4OH ⇔ CU(OH)Cl + NH4Cl

Cu(OH)Cl + 5 NH4OH ⇔ NH4Cl + (NH3)4CuCl2 + 6 H2O

3.3. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION (Cd2+)

1. Tratado pelos hidróxidos alcalinos dá precipitado branco de hidróxido de


cádmio, insolúvel em excesso de reagente.

CdCl2 + 2 MOH ⇔ Cu(OH)2 + 2 MCl


2. Tratado pela amônia dá precipitado branco de hidróxido de cádmio,
solúvel em excesso de reagente devido a formação de complexos.

CdCl2 + 2 NH4OH ⇔ Cd(OH)2 + 2 NH4Cl

Cd(OH)2 + 4 NH4OH ⇔ [Cd(NH3)4](OH)2 + 4 H2O

3. Tratado pelos carbonatos solúveis dá precipitado branco de carbonato


básico de cádmio, insolúvel em excesso de reagente.

3CdCl2 + 3 M2CO3 + H2O ⇔ Cd3 (OH)2(CO3)2 + CO2 + 6 MCl

3.4. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION CHUMBO (Pb2+)

As reações de confirmação para o cátion chumbo já foram vistas no 1o grupo.

Aula Prática no 11

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Cátions

Identificação e Confirmação dos Cátions do 3o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao 3o grupo os cátions que não precipitam pelo H2S em meio


ácido (HCl), porém precipitam pelo mesmo H2S em meio previamente
alcalinizado pela mistura de NH3 e NH4Cl. São eles:

Fe3+, Al3+ e Cr3+

Co2+, Mn2+, Zn2+ e Ni2+

Quando adicionamos à solução problema a mistura acima (NH3 e NH4Cl) os


cátions trivalentes podem precipitar como hidróxidos. Os cátions divalentes só
precipitam como sulfetos, após adição de H2S. Um excesso de NH4Cl impede a
precipitação dos cátions divalentes como hidróxidos.

Com base nisso, alguns autores costumam dividir o 3o grupo em dois


subgrupos: subgrupo do FERRO ou (subgrupo 3-A) e subgrupo do ZINCO ou
(subgrupo 3-B).O primeiro é constituído por: ferro, alumínio e cromo e o
segundo por: cobalto, manganês, zinco e níquel.

3o GRUPO Subgrupo do Ferro: Fe3+, Al3+ e Cr3+


Subgrupo do Zinco: Co2+, Mn2+, Zn2+ e Ni2+

Nesta aula vamos identificar os cátions do subgrupo do ferro e veremos


algumas reações de confirmação.

2. MARCHA SISTEMÁTICA

1. Colocar uma pitada de NH4Cl em um tubo de ensaio e adicionar 1,0 ml


da solução em exame.
2. Adicionar solução de NH3 1:1, gota a gota e verificar o aparecimento de
precipitado gelatinoso. (Ausência de precipitado indica ausência de
cátions do subgrupo do FERRO. Neste caso, passar para o ítem 1 da
marcha sistemática do subgrupo do ZINCO).

3. Observar atentamente a cor do precipitado formado e anotar.


4. Sendo o precipitado branco indica tratar-se do cátion ALUMÍNIO. Com o
restante da solução em exame efetuar as reações de confirmação para
o cátion Al3+.
5. Sendo o precipitado castanho (cor de ferrugem) indica tratar-se do
cátion FÉRRICO. Com o restante da solução em exame efetuar as
reações de confirmação para o cátion Fe3+.
6. Sendo o precipitado cinzento esverdeado ou cinzento azulado (que pode
tornar-se violáceo ou róseo) indica tratar-se do cátion CRÔMICO. Com o
restante da solução em exame efetuar as reações de confirmação para
o cátion Cr3+.

3. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO

3.1. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION ALUMÍNIO (Al3+)

1. Tratado pela amônia dá precipitado branco gelatinoso de hidróxido de


alumínio, insolúvel em excesso do reagente (diferença com o zinco).

AlCl3 + 3 NH4OH → Al(OH)3 + 3 NH4Cl

2. Tratado pelos carbonatos solúveis dá precipitado branco de hidróxido de


alumínio (hidrólise), insolúvel em excesso de reagente.

2 AlCl3 + 3 Na2CO3 + 3 H2O → 2 Al(OH)3 + 6 NaCl + 3 CO2


3. Tratado pelo fosfato bissódico dá precipitado gelatinoso de fosfato de
alumínio.

AlCl3 + 2 Na2HPO4 → AlPO4 + 3 NaCl + NaH2PO4

3.2. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION CRÔMICO (Cr3+)

1. Tratado por solução de amônia dá precipitado gelatinoso cinza


esverdeado ou cinza azulado de hidróxido crômico, ligeiramente solúvel
em excesso do precipitante, formando a frio uma solução violeta ou
rósea, devido a formação de complexos amoniacais de cromo.

Cr(NO3)3 + 3 NH4OH → Cr(OH3) + 3 NH4NO3

Cr(OH)3 + 6 NH4OH → |Cr(NH3)6|(OH)3 + 6 H2O

2. Tratado pelo fosfato bissódico dá precipitado verde cinza de fosfato de


cromo, solúvel em ácidos minerais.

Cr(NO3)3 + 2 Na2HPO4 → CrPO4 + 3 NaNO3 + NaH2PO4

3. Tratado pelo hidróxido de sódio dá precipitado cinza esverdeado ou


cinza azulado de hidróxido crômico, facilmente solúvel em ácidos e
também em excesso de precipitante formando solução verde que
contém cromito de sódio - Na3CrO3.

Cr(NO3)3 + 3 NaOH → Cr(OH)3 + 3 NaNO3

Cr(OH)3 + 3 NaOH → Na3CrO3 + 3 H2O

3.3. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION FÉRRICO (Fe3+)

1. Tratado pelos hidróxidos alcalinos ou de amônio dá precipitado cor de


ferrugem de hidróxido férrico, insolúvel em excesso de reagente.

Fe(NO3)3 + 3 NaOH → Fe(OH)3 + 3 NaNO3

2. Tratado pelo ferrocianeto de potássio dá precipitado azul intenso de


ferrocianeto férrico (azul da prússia).

4 Fe(NO3)3 + 3 K4|Fe(CN)6| → Fe4|Fe(CN)6|3 + 12 KNO3

3. Tratado pelo tiocianato de potássio dá coloração vermelho sanguíneo de


tiocianato férrico, solúvel no éter.
Fe(NO3)3 + 3 KSCN → Fe(CNS)3 + 3 KNO3

Aula Prática no 12

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Cátions

Identificação e Confirmação dos Cátions do 4o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao 4o grupo os cátions que não precipitam com os reagentes


dos grupos anteriores nas condições estabelecidas mas precipitam com o
carbonato de amônio, em meio amoniacal e na presença de cloreto de amônio,
formando precipitado branco. São eles:

Ca2+, Sr2+ e Ba2+

Reagente do grupo: (NH4)2CO3 na presença de NH3 e NH4Cl.

2. MARCHA SISTEMÁTICA

1. Colocar em um tubo de ensaio cerca de 1,0 ml da solução em exame.


2. Adicionar algumas gotas de solução NH3 2 N até perceber odor de
amoníaco e em seguida algumas gotas de NH4Cl 2 N até pH igual a 9,0
(verificar com papel indicador).
3. Aquecer o tubo de ensaio sem deixar ferver.
4. Acrescentar, com o tubo ainda quente, excesso de carbonato de
amônio, (NH4)2CO3.
5. Não aparecendo precipitado conclui-se pela ausência de cátions do 4o
grupo. Passar para o ítem 1 da marcha sistemática do 5o grupo.
6. Aparecendo precipitado verificar a cor, anotar e seguir conforme a
técnica abaixo.

2.1. TÉCNICA PARA DISTINGUIR OS CÁTIONS Ca2+, Sr2+ e Ba2+

Como todos os cátions do 4o grupo formam precipitados brancos quando


tratados com carbonato de amônio, torna-se necessário um processo prático
para distinguí-los. Isto é conseguido reagindo-se um pouco da solução em
exame com uma solução saturada de sulfato de cálcio, CaSO4.
a. Não havendo precipitação, trata-se do cátion cálcio. Com o restante da
solução em exame efetuar as reações de confirmação para o cátion
Ca2+.

b. Havendo a formação imediata de um precipitado branco, trata-se do


cátion bário. Com o restante da solução em exame efetuar as reações
de confirmação para o cátion Ba2+.
c. Havendo a formação lenta de um precipitado de cor branca, trata-se do
cátion estrôncio (aquecer se necessário). Com o restante da solução em
exame efetuar as reações de confirmação para o cátion Sr2+.

3. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO

3.1. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION CÁLCIO (Ca2+)

1. Tratado pelo oxalato de amônio dá precipitado branco de oxalato de


cálcio, solúvel em ácidos minerais e insolúvel no ácido acético a frio e a
quente.

CaCl2 + (NH4)2C2O4 → CaC2O4 + 2 NH4Cl

2. Tratado pelos carbonatos alcalinos dá precipitado branco de carbonato


de cálcio, solúvel nos ácidos minearais, com despreendimento de CO2.

CaCl2 + Na2CO3 → CaCO3 + 2NaCl

3. Tratado pelo fostato bissódico dá precipitado branco de fostato de cálcio.

CaCl2 + Na2HPO4 → CaHPO4 + 2 NaCl

3.2. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION BÁRIO (Ba2+)

1. Tratado pelo oxalato de amônio dá precipitado branco de oxalato de


bário, solúvel em HCl e HNO3 e insolúvel no ácido acético à frio. Solúvel
no mesmo ácido a quente.

BaCl2 + (NH4)2C2O4 → BaC2O4 + 2 NH4Cl

2. Tratado pelo cromato de potássio dá precipitado amarelo de cromato de


bário, solúvel em ácidos fortes e insolúvel no ácido acético.

BaCl2 + K2CrO4 → BaCrO4 + 2 KCl


3. Tratado pelo ácido sulfúrico diluído dá precipitado branco de sulfato de
bário, insolúvel em ácidos.

BaCl2 + H2SO4 → BaSO4 + 2 HCl

3.3. CONFIRMAÇÃO PARA O CÁTION ESTRÔNCIO (Sr2+)

1. Tratado pelo oxalato de amônio dá precipitado branco de oxalato de


estrôncio, solúvel em ácidos minerais e insolúvel no ácido acético a frio.
Solúvel no mesmo ácido a quente.

SrCl2 + (NH4)2C2O4 → SrC2O4 + 2 NH4Cl

2. Tratado pelo ácido sulfúrico diluído dá precipitado branco de sulfato de


estrôncio, insolúvel em ácidos.

SrCl2 + H2SO4 → SrSO4 + 2 HCl

3. Não precipita com amônia mas tratado com este reagente e agitado ao
ar, absorve gás carbônico, que causa turvação na solução em virtude da
formação do carbonato de estrôncio insolúvel.

SrCl2 + 2 NH4OH → Sr(OH)2 + 2 NH4Cl

Sr(OH)2 + CO2 → SrCO3 + H2O

ESQUEMA PARA IDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS

1. Tomar 1 ml da solução problema e acrescentar solução de HCl gota a


gota. Havendo formação de precipitado indica ser um cátion do grupo I.
Solicitar o roteiro correspondente ao professor e seguir as instruções do
mesmo para identificar o cátion.
2. Não havendo formação de precipitado com HCl, aqueça o tubo de
ensaio e acrescente tioacetamida gota a gota. Havendo formação de
precipitado indica ser um cátion do grupo II. Solicitar o roteiro
correspondente ao professor e seguir as instruções para identificar o
cátion.
3. Não havendo precipitação com H2S em meio ácido, tome outra porção
de 1 ml da solução problema, acrescente uma pitada de cloreto de
amônio e acrescente solução de amônia gota a gota. Havendo formação
de precipitado indica tratar-se de um cátion do grupo III. Solicitar o
roteiro correspondente ao professor e seguir as instruções para
identificar o cátion.
4. Não havendo precipitação, aqueça o tubo de ensaio e acrescente
solução de carbonato de amônio gota a gota. Se houver formação de
precipitado trata-se de cátion do grupo IV. Solicitar o roteiro
correspondente ao professor e seguir as instruções para identificar o
cátion.

PESQUISA DE ÂNIONS

PARA DETERMINAR O GRUPO A QUE PERTENCE O ÂNION, UTILIZA-SE


O SEGUINTE PROCEDIMENTO :

MARCHA PARA A DETERMINAÇÃO DO GRUPO :

1. Tratar cerca de 1,0 mL da solução em exame com solução de AgNO3 , gota a


gota, agitando depois de cada afusão.

2. Não aparecendo ppt. após a 5a gota, concluir pela solubilidade do sal de


prata formado na água. Quando um sal é solúvel na água também o é no ácido
nítrico diluído.

3. Aparecendo um ppt., deter as afusões na 5a gota e anotar imediatamente a


cor do sal formado. Neste caso, concluir pela insolubilidade do sal de prata
formado na água. Decantar a maior parte possível do líquido sobrenadante e
adicionar cerca de 2,0 mL de ácido nítrico diluído, gota a gota, agitando
fortemente após cada afusão. Não dissolvendo, concluir pela insolubilidade do
sal de prata formado no ácido nítrico diluído.

4. Comparar as anotações com a tabela abaixo e verificar a que grupo pertence


o ânion.

TABELA :

GRUPOS SAL DE PRATA SOLVENTES

I Insolúvel H2O
Insolúvel HNO3

II Insolúvel H2O
Solúvel HNO3

III Solúvel H2O


Solúvel HNO3
GRUPO I : cloreto ( Cl- ), brometo ( Br- ), iodeto ( I- ), ferrocianeto
( [Fe(CN)6]4- ), ferricianeto ( [FeCN)6]3-.

GRUPO II : carbonato (CO32-), bicarbonato (HCO3-), cromato


(CrO42-), dicromato (Cr2O72-), ortofosfato (PO42-).

GRUPO III : permanganato ( MnO4- ), nitrato ( NO3- ), sulfato ( SO42- ).

Aula Prática No 13

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Ânions

Identificação e CONFIRMAÇÃO dos ÂNions do 1o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao Grupo I os ânions cujos sais de prata são insolúveis na água


e no ácido nítrico diluído.

Cloreto, Cl-; Brometo, Br-; Iodeto, I-; Ferrocianeto; [Fe(CN)6 ]4- e


Ferricianeto, [Fe(CN)6 ]3-

Após constatar, seguindo a marcha sistemática indicada, que a solução em


exame contém um ânion do Grupo I, cabe-nos somente pesquisar qual dos
ânions acima corresponde ao presente na amostra.

A orientação para a pesquisa é dada pela cor do precipitado obtido


quando se tratou a solução em exame com AgNO3:

precipitado branco ..................... cloreto ou ferrocianeto


precipitado amarelo ................... brometo ou iodeto

precipitado alaranjado ............... ferricianeto

É preciso que se faça uma distinção entre os que dão precipitado branco:
tratar pequena porção da solução em exame com cloreto férrico:

precipitado azul intenso .........ferrocianeto

precipitado ausente ................cloreto

Também para os que dão precipitado amarelo:

1) Tratar pequena porção da solução em exame com água clorada.

2) Adicionar em seguida pequena porção de clorofórmio.

3) Verificar a coloração que toma o clorofórmio:

coloração castanha (ou amarela): brometo

coloração rósea (ou violácea): iodeto

Identificado o ânion, resta-nos somente efetuar as reações de confirmação:

2. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO

2.1. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION FERROCIANETO,|Fe(CN)6|4-

Tratado pelo sulfato de cobre, CuSO4, em solução neutra ou acética, dá


precipitado castanho avermelhado de ferrocianeto de cobre, Cu2|Fe(CN)6|,
insolúvel em ácido acético diluído, porém se decompõe se tratado por solução
de hidróxidos alcalinos.

K4|Fe(CN)6| + 2 CuSO4 → Cu2|Fe(CN)6| + 2 K2SO4

2.2. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION FERRICIANETO, |Fe(CN)6|3-

Tratado pelo sulfato de cobre, CuSO4, dá precipitado amarelo verdoso de


ferricianeto de cobre - Cu3|Fe(CN)6|2.

2 K3|Fe(CN)6| + 3 CuSO4 → Cu3|Fe(CN)6|2 + 3 K2SO4

2.3. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION CLORETO, Cl-

Quando se mistura a um cloreto sólido igual quantidade de bióxido de


manganês, MnO2, e ácido sulfúrico, H2SO4, concentrado e se aquece
suavemente há desprendimento de cloro, Cl2, que pode ser identificado pelo
odor característico, pela cor amarela esverdeada, por descorar um papel de
tornassol umedecido e pela cor azul que toma o papel de iodeto de potássio
com amido. Primeiro se forma o cloreto de hidrogênio, HCl que logo se oxida a
cloro.

NaCl + H2SO4 → NaHSO4 + HCl

MnO2 + 4 HCl → MnCl2 + Cl2 + 2 H2O

Cl2 + 2 KI → 2 KCl + I2

I2 + amido = cor azul intensa

2.4. CONFIRMAÇÃO PARA O ÍON IODETO, I-

Quando se mistura um iodeto sólido igual quantidade de bióxido de manganês,


MnO2, e ácido sulfúrico, H2SO4, concentrado e se aquece suavemente, há
despreendimento de vapores violáceos de iodo que podem ser identificados
pela cor característica. Primeiro forma-se iodeto de hidrogênio, HI, que logo se
oxida a iôdo, I2.

NaI + H2SO4 → NaHSO4 + HI

MnO2 + 4 HI → MnI2 + 2 H2O + I2

I2 = vapores violáceos

2.5. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION BROMETO, Br-

Quando se mistura a um brometo sólido igual quantidade de bióxido de


manganês, MnO2, e ácido sulfúrico,H2SO4, concentrado e se aquece
suavemente, há desprendimento de vapores de bomo,Br2, que podem ser
identificados pela coloração castanho avermelhada característica.

NaBr + H2SO4 → NaHSO4 + HBr

MnO2 + 4 HBr → MnBr2 + 2 H2O + Br2

Br2 = vapores castanho - amarelados


aula Prática No 14

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Ânions

Identificação e CONFIRMAÇÃO dos ÂNions do 2o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao grupo II os ânions cujos sais de prata são insolúveis na água


porém solúveis no ácido nítrico diluído. São eles: CO32-; HCO3-; PO43-; CrO42- e
Cr2O72-.

Após constatar, seguindo a marcha sistemática indicada, que a solução em


exame contém um ânion do grupo II, cabe-nos somente pesquisar qual dos
ânions acima corresponde ao presente na amostra.

A orientação para a pesquisa é dada pela cor do sal de prata obtido:

sal de prata amarelo: fosfato

sal de prata vermelho: cromato ou dicromato

sal de prata branco: carbonato ou bicarbonato

O carbonato e o bicarbonato de prata são brancos mas podem tender a um


escurecimento. São facilmente identificáveis pela efervescência que ocorre
quando se adiciona HNO3 para dissolvê-los.

É necessário que se faça uma distinção entre os que formam sais de prata
vermelho. Neste caso a distinção é feita pela cor da solução em exame:

solução amarela: cromato

solução alaranjada: dicromato

Também para os que dão sal de prata branco:

1) Trata-se uma pequena porção da solução em exame com um sal solúvel


de magnésio (MgSO4).

Aparecendo um precipitado branco: carbonato.


Não aparecendo precipitado: bicarbonato.

Após identificado o ânion devemos efetuar as reações de confirmação.

2. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO

2.1. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION CROMATO, CrO42-

Tratado pelos sais solúveis de chumbo como acetato de chumbo,


Pb(CH3COO)2, por exemplo, dá precipitado amarelo de cromato de chumbo,
PbCrO4, insolúvel em ácido acético e solúvel em ácido nítrico diluído.

K2CrO4 + Pb(CH3COO)2 → PbCrO4 + 2 KCH3COO

2.2. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION DICROMATO,Cr2O72-

Os dicromatos, alaranjados, quando tratados por uma base, como por exemplo
o hidróxido de sódio, NaOH, transformam-se em cromatos, amarelos.

K2Cr2O7 + 2 NaOH → 2 NaCrO4 + H2O

2.3. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION FOSFATO, PO43-

Tratado pelo sulfato de cobre, CuSO4, dá precipitado azul de fosfato cúprico,


Cu3(PO4)2.

2 Na2HPO4 + 3 CuSO4 → Cu3(PO4)2 + 2 Na2SO4 + H2SO4

2.4. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION CARBONATO, CO32-.

Tratado pelo cloreto de cálcio, CaCl2, dá precipitado branco de carbonato de


cálcio, CaCO3, solúvel no ácido acético diluído.

Na2CO3 + CaCl2 → CaCO3 + 2 NaCl

2.5. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION BICARBONATO, HCO3-.

As reações para o ânion bicarbonato são geralmente as mesmas do ânion


carbonato. A principal distinção é feita mediante reação com um sal solúvel de
magnésio, já vista anteriormente.

2 NaHCO3 + MgCl2 → Mg(HCO3)2 + 2 NaCl


Aula Prática No 15

Assunto: Análise por Via Úmida - Pesquisa Analítica de


Ânions

Identificação e CONFIRMAÇÃO dos ÂNions do 3o Grupo

1. INTRODUÇÃO

Pertencem ao grupo III os ânions cujos sais de prata são solúveis na água
e no ácido nítrico diluído.

Permanganato (), Nitrato (), Sulfato ()

Após constatar, seguindo a marcha sistemática indicada que a solução em


exame contém um ânion do grupo III, cabe-nos somente pesquisar qual dos
ânions acima corresponde ao presente na amostra.

A orientação para a pesquisa é dada inicialmente pela cor da solução em


exame:

Solução violeta: Permanganato

Solução incolor: Nitrato ou Sulfato

Para aqueles cuja solução é incolor, a distinção pode ser feita tratando a
solução em exame com acetato de chumbo:

Precipitado branco: Sulfato

Precipitado ausente: Nitrato

Efetuada a verificação, devemos realizar as reações de confirmação.

2. REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO

2.1. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION PERMANGANATO, MnO4-

Os permanganatos são reduzidos pelo nitrito de sódio,NaNO2, em presença do


ácido sulfúrico, com formação do íon nitrato, NO3-, e descoramento da solução.

2 KMnO4 + 5 NaNO2 + 3 H2SO4 → 2 MnSO4 + 5 NaNO3 + K2SO4 + 3 H2O

2.2. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION SULFATO, SO42-


Tratado pelos sais solúveis de bário, como por exemplo cloreto de bário, BaCl2,
dá um precipitado branco de sulfato de bário, BaSO4, insolúvel em ácidos.

Na2SO4 + BaCl2 → BaSO4 + 2 NaCl

2.3. CONFIRMAÇÃO PARA O ÂNION NITRATO, NO3-

Alcalinize 1,0 ml da solução em exame com igual porção de hidróxido de sódio,


NaOH, 6 F (ou uma lentilha de NaOH) cuidando para que as paredes internas
do tubo de ensaio não sejam molhadas. Coloque uma pitada de zinco em pó
(ou de alumínio, ou da liga de Devarde). Coloque um pouco de algodão no
meio do tubo de ensaio e uma tira de papel indicador de pH, umedecido com
água destilada, na boca do mesmo tubo. Aqueça até ferver. O desprendimento
de amônia, NH3, observado pela coloração que toma o papel indicador, indica
que a amostra é um nitrato.

4 Zn + 8 NaOH → 4 Na2ZnO2 + 4 H2

4 H2 + NaNO3 → NH3 + 2 H2O + NaOH

4 Zn + 7 NaOH + NaNO3 → 4 Na2ZnO2 + NH3 + 2 H2O

2a Parte: SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CÁTIONS DO 1O GRUPO

1. Tomar cerca de 10 ml da amostra e adicionar HCl 6 F gota a gota até


total precipitação. Filtrar em papel de filtro qualitativo. Com o filtrado
verificar se a precipitação foi total adicionando 3 a 4 gotas de HCl 6 F.
2. Despreza-se o filtrado
3. O resíduo pode conter AgCl, PbCl2 e Hg2Cl2. Lava-se com cerca de 30
ml de água fervendo no próprio funil e recolhe-se o filtrado em bequer
pequeno. Verificar se a solubilização do PbCl2 foi total adicionando mais
um pouco de água quente, recolhendo as últimas gotas em um tubo de
ensaio e testando com K2CrO4.
4. O filtrado pode conter PbCl2. Deixar esfriar e adicionar K2CrO4. Um
precipitado amarelo de PbCrO4 indica a presença de chumbo.
5. O resíduo pode conter AgCl e Hg2Cl2. Lançar no próprio funil cerca de 5
ml de NH3 6F. Filtrar.
6. O filtrado pode conter Ag(NH3)2+(aq)Cl-(aq). Acidificar com HNO3 6 F. Um
precipitado branco de AgCl indica a presença de PRATA.
7. O resíduo se tornando cinza escuro indica a presença de MERCÚRIO
( Hg(l) + HgNH2Cl(s) ).
Como vimos, pertencem ao grupo I os ânions cujos sais de prata são

Insolúveis na água e no ácido nítrico diluído.

Após constatar, seguindo a marcha sistemática indicada, que a


solução em exame contém um ânion do grupo I, cabe-nos somente
pesquisar qual dos ânions acima corresponde ao presente na amostra.

A orientação para a pesquisa é dada pela cor do precipitado obtido


quando se tratou a solução em exame com o AgNO3.

Precipitado branco: cloreto

ferrocianeto

iodato

Precipitado amarelo: brometo

Iodeto

bromato

Precipitado alaranjado: ferricianeto

É preciso que se faça uma distinção entre os que dão precipitados


branco.

Solução colorida: ferrocianeto

Solução incolor: cloreto

iodato

Nesta etapa o ferrocianeto pode ser confirmado com FeCl3. Deverá


aparecer um precipitado azul intenso de ferrocianeto férrico.
Para a solução incolor.

Tratar com solução de cloreto de bário – BaCl2

Precipitado branco: iodato

Precipitado ausente: cloreto

Para os ânions que dão precipitados amarelo:

Solução incolor: brometo

Solução incolor: iodeto

Solução incolor: bromato

Tratar a solução em exame com água de cloro, em meio ácido:

Bromato: não há reação

Brometo: libera bromo – Br2 de coloração castanha recolhe no


clorofórmio: coloração amarela.

Iodeto: libera iodo – I2 de coloração violácea recolhe no clorofórmio:


coloração rósea (ou violácea).

OBS: O ferricianeto é identificado pela cor alaranjada do precipitado


obtido quando tratado com o nitrato de prata.

Identificado o ânion, resta-nos somente efetuar as reações de


confirmação:

REAÇÕES DE CONFIRMAÇÃO:

Confirmação para o ânion ferrocianeto – [Fe(CN)6]4-

A solução amostra foi tratada pelo sulfato de cobre, CuSO4, em


solução neutra ou acética, dando precipitado castanho avermelhado de
ferrocianeto de cobre, Cu2[Fe(CN)6], insolúvel em ácido acético diluído.

Confirmação para o ânion ferricianeto – [Fe(CN)6]3-

A solução amostra foi tratada pelo sulfato de cobre, CuSO4, dando


precipitado amarelo verdoso de ferricianeto de cobre, Cu3[Fe(CN)6]2.

Confirmação para o ânion cloreto – Cl-


Quando se mistura a um cloreto sólido igual quantidade de bióxido de
manganês, MnO2, e ácido sulfúrico, H2SO4, concentrado e se aquece
suavemente há desprendimento de cloro, Cl2, que pode ser identificado
pelo odor característico, pela cor amarela esverdeada, por descorar um
papel de tornassol umedecido e pela cor azul que toma o papel de iodeto
de potássio com amido. Primeiro se forma o cloreto de hidrogênio, HCl
que logo se oxida a cloro.

Confirmação para o ânion iodeto – l-

Quando se mistura a um iodeto sólido igual quantidade de bióxido de


manganês, MnO2, e ácido sulfúrico, H2SO4, concentrado e se aquece
suavemente há desprendimento de vapores violáceos de iodo que podem
ser identificados pela cor característica. Primeiro forma-se iodeto de
hidrogênio, HI, que logo se oxida a iodo, I2.

Confirmação para o ânion brometo – Br-

Quando se mistura a um brometo sólido igual quantidade de bióxido


de manganês, MnO2, e ácido sulfúrico, H2SO4, concentrado e se aquece
suavemente há desprendimento de vapores castanho-amarelado de
bromo que podem ser identificados pela cor característica. Primeiro
forma-se brometo de hidrogênio, HI, que logo se oxida a bromo, Br2.

Anda mungkin juga menyukai