RecurrentCracking in Self-SupportingStructures
RESUMO:
Devido ao grande crescimento do mercado da construção civil nos últimos anos, o sistema
construtivo de estruturas autoportantes, também conhecido como alvenaria estrutural, vêm se
desenvolvendo com elevada aceitação pelas empresas construtoras e demais setores da construção.
Este trabalho visa estudar o comportamento da estrutura autoportante, e os mecanismos que levam
ao surgimento de diversos tipos de fissuras na mesma, permitindo assim diagnosticá-las, e adotar
medidas preventivas baseadas em conhecimentos científicos.
ABSTRACT:Due to the great growth of the construction market in recent years, the construction
system of self-supporting structures, also known as structural masonry, has been developing with high
acceptance by construction companies and other construction sectors. This work aims to study the
behavior of the self-supporting structure and the mechanisms that lead to the appearance of several
types of fissures in the same, allowing to diagnose them, and adopt preventive measures based on
scientific knowledge.
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1
Estudante do curso de Engenharia Civil. Faculdade Kennedy de Engenharia.
claraluiza.s@hotmail.com
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Estudante do curso de. Faculdade Kennedy de Engenharia. jennifermmbh@gmail.com
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ProfessorOrientador. Mestre em Engenharia Civil. atila.souza@copasa.com.br
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1.INTRODUÇÃO
A execução de obras em alvenaria estrutural adota um sistema em que
as paredes da edificação desempenham a função de estrutura, absorvendo os
esforços transmitidos pela estrutura e direcionando-os a fundação, dispensando o
uso de pilares e vigas. O uso dessa técnica proporciona vários benefícios para o
desenvolvimento de projetos em alvenaria estrutural, tais como: durabilidade,
estética agradável, ótimo desempenho térmico e acústico, dentre outros.
Durante a execução de obras utilizando-se deste sistema construtivo,
algumas etapas são eliminadas em comparação a obras de concreto armado. Por
exemplo, a eliminação de vigas e pilares, diminuição de fôrmas e armaduras.
Reduzindo algumas etapas do cronograma construtivo, proporcionando um canteiro
de obra mais limpo, reduzindo o uso de madeiras e aço, além da mão de obra de
carpinteiros e armadores, diminuindo o tempo de construção, sendo estas estruturas
tão eficientes quanto às estruturas de concreto armado, em que desempenham as
mesmas funções estruturais tornando-se um método eficiente.
Entretanto o projeto de pesquisa objetiva apresentar algumas situações
recorrentes durante a execução de obras, pelo sistema construtivo de estruturas
autoportantes, nas quais as aplicações normativas brasileiras para o sistema
construtivo em estruturas autoportantes são aplicadas equivocadamente ou em
determinados casos não se aplicam. Isso implica no surgimento de fissuras nas
edificações construídas por esse sistema, o que compromete a vida útil das
edificações.
O projeto de pesquisa visa apresentar os diversos tipos de fissuras
recorrentes em estruturas autoportantes, demonstrando as formas e os processos
de formação das mesmas. Com essas observações pretendemos investigar quais
são as principais fissuras recorrentes em estruturas autoportantes visando detalhar
as causas, prevenções e soluções.
O projeto de pesquisa tem como relevância transcrever o crescimento
demasiado de edificações que se utilizam do sistema construtivo em alvenaria
estrutural no Brasil e, em consequência disso, demonstrar a ineficiência na aplicação
das técnicas pertinentes ao método nessas edificações, ocasionando fissuras
durante a vida útil das edificações.
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Para isso serão apresentadas e caracterizadas as principais fissuras
recorrentes em estruturas autoportantes: fissurações devido à compressão,
fissurações devido à interação entre bloco e argamassa, fissuração devido à
diferença de resistência a compressão do bloco e argamassa, fissuração devido ao
recalque diferencial da estrutura como um todo.
O objetivo futuro é apresentar as variações destas manifestações
patológicas durante a vida útil das edificações, conforme diferentes bibliografias.
Apresentando o embasamento teórico obtido, é possível conhecer como as
estruturas em alvenaria estrutural trabalham, podendo assim determinar
mecanismos que venham a diminuir as fissuras e suas consequências futuras para
as estruturas em alvenaria estrutural. Dessa forma, pretende levantar métodos que
possibilitem o controle e tratamento dessas manifestações patológicas e práticas
com o intuito que as patologias não mais ocorram.
2. REFERENCIAL TÉORICO
2.1 - Conceitos e definições de Estruturas Autoportantes
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As edificações em estruturas autoportantes necessitam de um projeto
estrutural que integrem todos os projetos específicos, de maneira que nenhum
projeto interfira sobre os demais durante a execução da edificação,
possibilitandouma plena utilização ao passar do tempo.
As estruturas autoportantes além de resistir às cargas advindas do peso
próprio e do carregamento da estrutura (sobre carga de projeto e/ou cargas de
ocupação), a alvenaria estrutural muitas vezes são submetidas a esforços laterais,
provenientes pela ação do vento ou comumente pelo desaprumo das paredes
(ROMAN, 2007).
Este sistema construtivo se apoia em três pilares básicos: “A qualidade
dos blocos cerâmicos ou blocos de cimento, a qualidade da mão de obra e a
qualidade da argamassa”(SÁNCHEZ, 2011, p.37).
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pesquisa. Por isso convencionou-se chamar de patologia das edificações ao estudo
sistemático desses defeitos (VERÇOZA, 1991,p.7).
A fissuração é uma das principais causas das patologias, uma vez que as
fissuras são tensões atuantes nas seções da alvenaria, provocadas por ações
externas ou internas. Segundo Sampaio (2010, p.23): “as fissuras podem ser
causadas por diversos fatores, tais como: baixo desempenho às solicitações de
tração, flexão e cisalhamento apresentado pelos compostos da estrutura
autoportante”. Além disso, Thomaz (1988) ressalta que o fator influente na
fissuração é a utilização de materiais com propriedades diferentes (resistência
mecânica, módulo de deformação longitudinal, módulo de elasticidade e coeficiente
de Poisson) utilizados em conjunto.
Segundo Massetto e Sabbatini (1998, p.79), discorrendo sobre as
principais patologias que incidem nas edificações, define fissura como: “o resultado
de solicitações maiores do que aquelas que o edifício ou parte dele pode suportar”.
De acordo com a NBR 9575 (2010), as fissuras podem ser classificadas de acordo
com a sua abertura. As microfissuras possuem abertura inferior a 0,05 mm, as
aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e, as maiores de 0,5 mm e
menores de 1,0 mm são chamadas de trincas.
Para determinar a forma de apresentação das fissuras, vários fatores
devem ser levados em consideração, sendo a estrutura autoportante composta por
elementos polímeros e granulares, tem por característica física a baixa resistência a
esforços de tração. Por este motivo, a ruptura conjunta desses elementos de
alvenaria estrutural costuma ser produzida pelas superfícies normais ao conjunto de
esforços atuantes de tração, conforme é justificado na teoria e conceitos da
elasticidade (MANÃ, 1978). Portanto as paredes de alvenaria estrutural possuem um
comportamento ortotrópico, devido à execução artesanal e a qualidade de sua mão-
de-obra (DUARTE, 1990).
Vale ressaltar que as fissuras aparecerem de diversas formas, a
geometria das mesmas é uma das formas de identificar os problemas que estão
ocorrendo na estrutura autoportante. Assim, podem se apresentar na forma
horizontal, vertical, diagonal ou ainda uma combinação dessas, atravessando
unidades e juntas, ou contornando as juntas de forma escalonada. Comumente,
quando a resistência à tração dos blocos for inferior à resistência da argamassa, a
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fissura ocorrerá em linha reta, caso contrário ocorrerá de forma escalonada. Essa
configuração pode ainda sofrer influência de outros fatores como a rigidez relativa
das juntas com relação às unidades, restrições da parede, existência de aberturas
ou outros pontos frágeis, entre outros fatores (SAMPAIO, 2010).
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F. Fissuras por retração de cimento: Com o uso excessivo de água no
cimento, ocorre uma retração provocando a diminuição do volume do
concreto. Como as peças estruturais são impedidas de movimentarem entre
si, acaba ocorrendo às tensões de tração no concreto, se essas tensões
forem maiores que a resistência à tração do concreto acaba surgindo fissuras.
As fissuras causadas por retração ocorrem devido a movimentações de
elementos construtivos ou de seus constituintes por retração de produtos à
base de cimento (MAGALHÃES, 2004).
G. Fissuras horizontais causadas por expansão da argamassa: As fissuras
horizontais causadas por expansão de argamassa são fissuras causadas na
estrutura autoportante por reações químicas, conforme explicado no item E. A
expansão da junta de argamassa pode ser provocada por reações
químicasentre os constituintes da própria argamassa, ou entre os compostos
do cimento e componentes da estrutura autoportante (CINCOTTO, 1988).
H. Fissuras causadas por detalhes construtivos: As fissuras causadas por
detalhes construtivos ocorrem pela má execução dos detalhes, ou seja,
quando não se levam em conta detalhes do projeto, as propriedades físicas
dos materiais, a forma correta da execução da estrutura autoportante, dentre
outros.
I. Fissuras de deficiência de amarração:Paredes de estruturas autoportantes
com ausência ou deficiência de amarração podem gerar fissuras. Essas
fissuras em questão manifestam associadas a outros fenômenos, como
retração ou recalques, variações térmicas, por exemplo. Quando a solicitação
causada por essa movimentação encontra-se o plano de fraqueza da
deficiência da amarração, gerando fissuras (BRICK INDUSTRY
ASSOCIATION, 1991).
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utilizado para a reparação das patologias, será dada pelo diagnóstico e as condições
técnicas da edificação, além dos recursos econômicos e o plano executor dos
procedimentos (ARAÚJO, 2010; SILVA, 2002).
Dessa forma, as técnicas a serem empregadas dependerão,
pontualmente, do tipo de patologia a ser tratada, como no caso de fissuras oriundas
de problemas estruturais. A alvenaria estrutural pode ser reforçada utilizando a
técnica de argamassas armadas, que consiste na introdução de armaduras
chumbadas com argamassa potencializada com cimento e as armações
posicionadas perpendicularmente as fissuras (OLIVEIRA, 2001).
Ressaltamos que na estrutura autoportante as fissuras nas paredes são
as mais visíveis, sendo as recuperações das mesmas as mais realizadas nas obras.
Sendo assim, alguns procedimentos de reparos:
Argamassa armada:
É realizada através da aplicação de argamassa forte junto a uma tela de aço na
superfície da estrutura autoportante. Porém, o resultado de sua utilização faz com
que haja aumento da resistência à compressão e as cargas transversais, além de
interferir também reduzindo o índice de esbeltes.
Rebocos armados:
Baseia-se em colocar uma armadura de esforço inserida a parede com argamassa
convencional para revestimento. A aplicação desse tipo de procedimento geralmente
é indicada em casos onde as paredes em questão estejam bem degradadas.
Substituição de elementos degradados:
Baseia-se na reconstrução e no desmonte de alguns dos elementos constituintes da
estrutura autoportante.
Fechamento das juntas:
Baseia-se na remoção parcial da argamassa degradada, inserindo-se em seguida
outra com propriedades mecânicas melhores caso as exigidas por norma, além de
maior durabilidade.
Protensão:
Baseia-se em inserir barras de aço nos furos dos blocos da estrutura autoportante
em questão, grauteadas somente na base para que quando solicitadas evitar
deformarem.
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Adição de vigas e colunas de aço:
Baseia-se na adição de vigas e pilares (elementos estruturais), com a finalidade de
aumentar a rigidez e também a resistência das paredes da estrutura autoportante.
3. METODOLOGIA
4. INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
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Após conceituar, e determinar algumas das suas diversas causas,
apresentamos procedimentos de estabilização e eliminação dessas fissuras, no
processo de recuperação das estruturas autoportantes.
5. CONCLUSÕES
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de recuperação da mesma, e que independentemente do procedimento utilizado, a
solução deve ser compatível com a construção, para alterar o mínimo possível das
características da estrutura em questão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RICHTER, Cristiano. Qualidade em Habitações de Baixa Renda: uma análise da
confiabilidade e da conformidade. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre. Dissertação de Mestrado. 2007.
TAUIL, Carlos A.; MARTINS NESE, Flávío J. Alvenaria Estrutural. São Paulo: Pini,
2010.
SAMPAIO, Mariane B. Fissuras em Edifícios Residenciais em Alvenaria
Estrutural. Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.
São Carlos. p. 122. Dissertação de Mestrado. 2010.
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