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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DO FORO

REGIONAL DO PARTENON DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.

PROCESSO Nº: 001/2.18.0003590-8

JULIANA DA SILVA PEDROSO já qualificada nos autos, vem, respeitosamente


perante Vossa Excelência, através de suas procuradoras signatárias, apresentar o presente
pedido de LIBERDADE PROVISÓRIA, com fundamento no artigo 5º, LXVI, da CRBF e artigo 310
do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito que seguem:

I – DOS FATOS:

Conforme constam os documentos que constituem o expediente policial, a


acusada foi autuada em flagrante pelo pretenso cometimento de fato descrito como incursa nas
sanções do artigo 33 da Lei 11.342/06.

No dia 17 de janeiro de 2018, a acusada teria sido flagrada no estabelecimento


prisional onde foi visitar seu companheiro e, ao passar pelo scanner constatou-se que a mesma
continha na sua cavidade vaginal um objeto. O objeto tratava-se de um pacote contendo 300 g
de maconha (conforme auto de apreensão fl.)

Destaca-se que a acusada é PRIMÁRIA, possui residência fixa, bem como


exerce atividade laboral, o que será devidamente comprovado durante a instrução processual,
não havendo assim, motivos para a manutenção da prisão em flagrante, porquanto a acusada
possui os requisitos legais para responder ao processo em liberdade preenchendo os requisitos
do parágrafo único do artigo 310 do Código de Processo Penal.

II – DO DIREITO:

Não existe vedação legal para que não seja concedida a LIBERDADE PROVISÓRIA,
vez que a acusada preenche os requisitos elencados no parágrafo único, do art. 310 do Código
de Processo Penal, que assim determina:

“Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente
praticou o fato, nas condições ao art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o
Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a
todos os atos do processo, sob pena de revogação.
Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo
auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão
preventiva (arts. 311 e 312).

Já o inciso LXVI, do art. 5º, da Carta Magna, diz o seguinte:

“LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança”.

Nesse sentido também, o professor Luiz Flávio Gomes explana:

“A prisão preventiva não é apenas a ultima ratio. Ela é a extrema ratio da ultima
ratio. A regra é a liberdade: a exceção são as cautelares restritivas da liberdade (art. 319, CPP);
dentre elas, vem por último, a prisão, por expressa previsão legal.”

Ora excelência a acusada em tudo colaborou até o presente momento,


lembrando que a mesma não ofereceu resistência no momento da prisão.

Da mesma forma, não há indícios de que a acusada em liberdade ponha em risco


a instrução criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.

Portanto, não há risco à aplicação da lei penal e, destarte, não há fundamento


que sustente a manutenção do cárcere.

Aliás MM. Magistrado, nas hipóteses da prisão preventiva ou cautelar visam a


garantia da ordem pública; da ordem econômica; por conveniência da instrução criminal; ou
ainda, para assegurar a aplicação da lei penal, que no presente caso, pelas razões anteriormente
transcritas, estão plenamente garantidas.

Os Tribunais têm firmado posição favorável ao ora pleiteado, senão vejamos:

Habeas Corpus. Tráfico e associação para o tráfico de entorpecentes. Art. 33,


caput, c. C. O art. 40, inciso III e art. 35, todos da Lei nº 11.3434/06. Prisão em
flagrante convertida em preventiva. Paciente primário, de bons antecedentes,
preso com 13,54 gramas de maconha e 3,76 gramas de cocaína. Delito
cometido de forma a não denotar periculosidade. Condições pessoais que
indicam a desproporcionalidade da prisão preventiva e a suficiência de
medidas cautelares substitutivas. Fundamentação inidônea para o fim de se
acionar a prisão preventiva, atualmente a alternativa mais extrema que
integra o rol de cautelares disponíveis. Precedentes. Ordem concedida, com a
substituição da custódia pelas medidas cautelares dos incisos I e IV do art. 319,
do CPP. Extensão de efeitos em favor do corréu Diego. (TJSP; Relator (a): Otávio
de Almeida Toledo; Comarca: Sorocaba; Órgão julgador: 16ª Câmara de Direito
Criminal; Data do julgamento: 28/08/2012; Data de registro: 30/08/2012)

Ressalta-se ainda, possivelmente, em caso de condenação, o reconhecimento


de forma privilegiada do delito e eventual substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, indica a desproporcionalidade da prisão preventiva no caso concreto,
porquanto ausentes fundamentos concretos a sua decretação.

Ademais, há de ser salientado a situação fática da acusada, marido preso, 03


filhos menores de idade (certidões de nascimento em anexo), situação essa que exige um olhar
especial posto que há prejuízos de toda ordem causados aos filhos menores de idade.
III – DAS MEDIDAS CAUTELARES / E OU PRISÃO DOMICILIAR:

O artigo 319 do CPP disponibiliza inúmeras medidas cautelares que podem


substituir a prisão preventiva, são elas:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias


relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais
para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou


necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado


ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou


financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência
ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art.
26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do
processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada
à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Nestas condições, revela-se adequada e proporcional a aplicação das medidas


cautelares diversas da prisão.

Outrossim, de acordo com a Lei nº 13.257/2016, a qual prevê as novas


hipóteses de prisão domiciliar, qual seja, a possibilidade de o réu, em vez de ficar em prisão
preventiva, permanecer recolhido em sua residência. Trata-se de uma medida cautelar que
substitui a prisão preventiva pelo recolhimento da pessoa em sua residência.

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado


em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

A Lei nº 13.257/2016 promoveu importantíssimas alterações neste rol. Veja:

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o
agente for:

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

Esta hipótese não existia e foi incluída pela Lei nº 13.257/2016.


IV – DO PEDIDO:

Dessa forma, preenchendo a requerente as condições de responder ao processo


em liberdade, após cumpridas as formalidades legais, REQUER-SE A CONCESSÃO DA LIBERDADE
PROVISÓRIA, expedindo-se o competente ALVARÁ DE SOLTURA.
Subsidiariamente, requer seja aplicada qualquer das medidas cautelares
previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, de forma preferencial, aquela consistente
em comparecimento periódico em Juízo.

Alternativamente, seja concedido o direito à paciente para o cumprimento da


determinação da prisão preventiva em prisão domiciliar, com intuito de resguardar os direitos
dos filhos menores da autora que sofrem com a ausência da mãe e NECESITAM DOS CUIDADOS
MATERNOS ANTE A TENRA IDADE.

Outrossim, requer o prazo de 20 dias para a juntada do instrumento


procuratório.

Termos em que,
PEDE DEFERIMENTO.

Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2018.

NATHANIELE ENGEL PIRES THAINÁ KRUSE OLIVEIRA

OAB/RS 108756 OAB/RS 46E698

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