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Percursos e Significados dos/as

Psicólogos/as sobre a Intervenção


Feminista em Mulheres Vítimas de
Violência
1
Ana Filipa Teixeira Nunes de Freitas

15 de Novembro de 2018 Orientadoras:


Prof. Dra. Conceição Nogueira
Prof. Dra. Liliana Rodrigues
▪ Enquadramento teórico
▪ Método
▪ Análise e Discussão dos resultados
▪ Principais Conclusões
▪ Implicações práticas
▪ Limitações do estudo
▪ Estudos futuros

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▪ Grupos de consciencialização, levam ao surgimento das

primeiras psicólogas feministas (Conlin, 2017; Porter & James, 2016;


Contratto & Rossier, 2005).

Segunda Vaga
do Movimento ▪ Violência contra as mulheres reconhecida como violação dos
Feminista Direitos Humanos (Azambuja & Nogueira, 2010; Magalhães, Canotilho & Brasil,
(Kelly, 2011; Neves &
Nogueira, 2004) 2007).

▪ Movimento Feminista: luta pela igualdade de género, assim

como a Intervenção Feminista (Dias, 2007).

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Intervenção Feminista com vítimas de violência

▪ Partilha e vontade das vítimas (McLean, Guardia, Nelson & Watts, 2016; Paulino & Rodrigues, 2016);

▪ Desconstrução das desigualdades e do género (Bondi & Burman, 2001; Sharma, 2001);

▪ Empoderamento das mulheres como sendo agentes ativas dos vários contextos que vivenciam
(Conlin, 2017);

▪ Fortalecer as mulheres, promover a sua autoestima e autonomia, consciencializar da sua própria

situação de violência, superar da condição de vitimização, que pode ser atribuída por ela ou pela
sociedade, mudar os padrões relacionais, o apoio emocional, reduzir a ansiedade, orientar e
esclarecer as necessidades das vítimas e as dúvidas que podem surgir (Hanada, D’Oliveira & Schraiber,
2010);

▪ Mudança social (Neves & Nogueira, 2004). 4


▪ 11 psicólogos/as que trabalham ou trabalharam diretamente com mulheres vítimas de
violência:
▪ 7 do sexo feminino;
▪ 4 do sexo masculino.

▪ Idades compreendidas entre os 26 e os 46 anos;


▪ Todos/as de nacionalidade portuguesa.

▪ Situação profissional:
▪ 1 dos/as participantes, desempregado/a;
▪ 9 são psicólogos/as que trabalham em gabinetes de atendimento a vítimas;
▪ 2 que trabalham em consultório. 5
1. Pedidos de colaboração
2. Marcação das primeiras entrevistas.
Sugestão de outros/as profissionais
de psicologia.

▪ Entrevistas realizadas no local de trabalho dos/as psicólogos/as;


▪ Entrega do consentimento informado;
▪ Média 40 minutos;
▪ Registo em áudio.

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▪ Entrevista semiestruturada
Recolha dos ▪ Partilha de experiências e vivências de forma mais flexível;
dados ▪ Adaptação das questões aos/às participantes e contexto.

(Braun & Clarke, 2013).

▪ Análise Temática
Análise dos ▪ Descrição rica de todo o conjunto de dados;
dados ▪ Análise dedutiva.

(Braun & Clarke, 2006, 2013)


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Como os/as Em que medida
psicólogo/a colocam a intervenção Como refletem sobre a
compreendem o seu em prática no seu sua intervenção;
trabalho com vítimas; trabalho;

Como os/as Como sentem que os


Como é que a sua
profissionais de constrangimentos
prática é influenciada
psicologia existentes podem
pela forma como veem
conceptualizam a afetar o trabalho que
a sua intervenção;
intervenção feminista; realizam.

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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:
PERCEÇÕES DE GÉNERO NAS RELAÇÕES
DE VIOLÊNCIA Perceções de
género nas relações
de violência

Diferenças de
Género

Como os
homens e as Privilégios dos Desigualdades Quem tem o
mulheres são homens de género poder?
vistos 9
▪ Como os homens e as mulheres são vistos

“Como se o género fosse um fator de inferioridade ou uma coisa para


se ter vergonha, porque é mulher devia ter vergonha e é culpada”
(PM2)

ANÁLISE E ▪ Privilégios dos homens

DISCUSSÃO DOS
“(…) haverá sempre violências que, eu como homem e com os
privilégios que não deixo de ter, mesmo que questione, tenho. E as
violências, que não darei por ela, que cometo muitas vezes, e outras

RESULTADOS: que dou por ela que cometo e que fico furioso, e depois percebo que
isso faz parte dos estereótipos e, portanto, tenho de passar em frente”
(PM4)
PERCEÇÕES DE ▪ Desigualdades de género

GÉNERO NAS “Esta desigualdade não estará na mulher, não estará no facto de
nascer mulher, mas sim no facto de estarmos inseridas nesta cultura e
de nos ser ensinado que a mulher é para tratar da casa e dos filhos e
RELAÇÕES DE que o homem é para vir cá para fora trabalhar” (PF5)
▪ Quem tem o poder?

VIOLÊNCIA “Claro que continuo a saber e a achar que este tipo de violência é
perpetuado maioritariamente contra as mulheres, pelas questões das
tais normas patriarcais, pela questão da desigualdade de poder, a
questão de tal desnível do poder e do controlo, que há claramente um
que assume o poder, e poderá ser aqui o homem, que em termos
estatísticos assumirá maioritariamente esse papel” (PF2)
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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:
PERCEÇÕES E EXPERIÊNCIAS NA INTERVENÇÃO COM VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA
Perceções e
experiências na
intervenção com
vítimas de
violência

Direito das
Crenças das vítimas
vítimas
Relação com
as vítimas

Sentimentos de Desenvolvimento das


Desconstrução Decisão das Vontade competências das
Estereótipos das vergonha e das crenças das vítimas das vítimas vítimas e mudança das
vítimas Normalização da vítimas vítimas
violência

Empatia Partilha
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▪ Estereótipos das vítimas

“E o facto de elas acreditarem muitas vezes que estão num papel


inferior ao do marido/companheiro, isso ainda se verifica, o papel de
subalternidade. Acharem que não têm poder de decisão, que mesmo

ANÁLISE E DISCUSSÃO
a nível de orçamento e gestão familiar, quer a nível de educação dos
filhos, a decisão final será sempre do marido, são elas que agilizam e
tomam os procedimentos na prática, mas as decisões vêm deles” (PF5)
DOS RESULTADOS: ▪ Sentimentos de vergonha e Normalização da violência

PERCEÇÕES E “(…) na intervenção clínica apercebi-me mais é do sentimento de


culpa, p.e., quando uma mulher é vítima de violência física, o quanto
EXPERIÊNCIAS NA sentimento de culpa cria e aprende até negar ou a fingir que não
existe, como se não tivesse direito a fazê-lo, como um direito legítimo,

INTERVENÇÃO COM como uma pessoa qualquer” (PM2)


▪ Desconstrução das crenças das vítimas
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA “(…) conseguir desconstruir determinadas ideias que muitas vezes
elas achavam que eram inquestionáveis, como p.e. aqueles mitos
relativamente ao casamento, em que era algo em que muitas vezes as
prendia à relação abusiva. O facto de ser pecado, a questão da
vergonha, o quê que os vizinhos vão dizer, o facto de serem associadas
a mulheres de má reputação (…) porque o discurso do contexto, da
sociedade, muitas vezes vai contra aquilo que se tenta trabalhar em
gabinete” (PF5).
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▪ Empatia e Partilha

“(…) isto como um espaço positivo, como o espaço delas, que podem
dizer as maiores barbaridades (…) boa intervenção (…) significa
efetivamente que a pessoa saiu do contexto de intervenção ouvida,
compreendida e esclarecida sobre aquilo que efetivamente pudesse
ANÁLISE E DISCUSSÃO fazer a partir dali” (PF1)

DOS RESULTADOS: ▪ Decisão das vítimas

PERCEÇÕES E “O objetivo é caminhar com elas, ou acabar por remar com elas neste
barco, sendo que não sou eu que decido para qual das rotas é que
EXPERIÊNCIAS NA vamos seguir, elas é que têm de decidir” (PF2)

INTERVENÇÃO COM ▪ Vontade das vítimas

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA “(…) é uma coisa que se aprende com o tempo. A não personalizar e
perceber qual é a vontade da pessoa” (PF4).

▪ Desenvolvimento das competências das vítimas e mudança


das vítimas
“O foco é esse, é dar voz às vítimas, devolver-lhes a autodeterminação,
devolver-lhes o poder sobre a sua vida, devolver-lhes a liberdade”
(PF3)
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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:
CONSTRANGIMENTOS SENTIDOS PELOS/AS PSICÓLOGOS/AS À
INTERVENÇÃO COM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Constrangimentos
sentidos pelos/as
psicólogos/as à
intervenção com
vítimas de violência

Crenças e Descrença na
frustrações justiça e Falta de Falta de Estereótipos e
dos/as ambivalência intervenção com respostas sociais Preconceitos da
profissionais de sentida pelas os agressores e respostas sociedade
psicologia vítimas económicas

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▪ Crenças e frustrações dos/as profissionais de psicologia

“Nós desenhamos para nós, internamente, nos desejos para a outra


pessoa que está connosco na troca terapêutica, um conjunto de esferas
de atuação que depois nos traem. Obstáculos muitas vezes trazidos
porque estamos nós a fazer um trabalho de investimento muito
ANÁLISE E DISCUSSÃO custoso” (PM4)
▪ Descrença na justiça e ambivalência sentida pelas vítimas
DOS RESULTADOS: “Desconfiança total das vítimas no sistema, a descrença na justiça (…)

CONSTRANGIMENTOS continuo a achar que muitas dessas vítimas desistem por causa dessa
descrença” (PF3)

SENTIDOS PELOS/AS ▪ Falta de intervenção com os agressores

“A intervenção é dedicada inteiramente à vítima, mas o agressor


PSICÓLOGOS/AS À continua lá, sem nenhuma resposta ou vontade de ser ajudado”(PF4)

INTERVENÇÃO COM ▪ Falta de respostas sociais e económicas

“(…) muitas vezes as mulheres estão disponíveis para receber ajuda,


VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA mas os recursos que lhes conseguimos oferecer são muito diminutos”
(PF5).
▪ Estereótipos e Preconceitos da sociedade

“A nível de sociedade, continuamos a ver ainda muitos estereótipos,


muitas crenças, muitas legislações de atos abusivos” (PF5)
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ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:
PERCEÇÕES E VIVÊNCIAS DA INTERVENÇÃO FEMINISTA

Perceções e
vivências da
Intervenção
Feminista

Perceções dos/as Vivências dos/as


profissionais sobre profissionais com
a intervenção a intervenção
feminista feminista

Posicionamento
Posicionamentos Empoderamento
Intervenção com Igualdade de críticos às (e
feministas dos/as (Não) Formação e Ajustamento à
cariz feminista oportunidades sobre) as
psicólogos/as intervenção
intervenções

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Posicionamentos feministas dos/as psicólogos/as

“Obviamente que sou feminista, no sentido em que pretendo a

ANÁLISE E DISCUSSÃO igualdade (…) para todos (…) Percebo e continuo a achar que
vivemos numa sociedade patriarcal, com algumas normas e
ainda com muitos estereótipos (…) acho que há muita
DOS RESULTADOS: desconstrução ainda (…)” (PF2)

PERCEÇÕES E VIVÊNCIAS ▪ (Não) Formação

DA INTERVENÇÃO
FEMINISTA “Não há formação suficiente (…) Porque não basta dizer que se
aplica este modelo e depois não saber o que os contextos são”
(PM4)

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▪ Intervenção com cariz feminista

“Por isso, qualquer pessoa que trabalhe na área, faz intervenção feminista,
mesmo que não lhe dê o nome” (PF1)
▪ Igualdade de oportunidades

“Eu não consigo ver aspetos negativos de uma perspetiva que pretende
ANÁLISE E DISCUSSÃO criar um sentimento de igualdade (…) O feminismo não pretende
nenhuma desigualdade ou nada que não exista naturalmente (…)” (PM2)

DOS RESULTADOS: ▪ Empoderamento e Ajustamento à intervenção

“A intervenção feminista avalia a vontade das vítimas. É impossível


PERCEÇÕES E VIVÊNCIAS dissociar qualquer tipo de plano de intervenção da vontade das vítimas. E
é este respeito pela vontade, pela autodeterminação que, a meu ver,

DA INTERVENÇÃO
distingue as abordagens feministas de intervir com vítimas de outras
abordagens (…) o nosso foco é dar voz à vítima, dar voz às mulheres, no
sentido mais estrito, às vítimas do carater geral, porque o feminismo

FEMINISTA também é para homens” (PF3)


▪ Posicionamento críticos às (e sobre) as intervenções

“(…) vem da intervenção feminista, que é, para mim, dos maiores


ensinamentos, que é a não neutralidade, que é eu questionar-me (…) não
há outra maneira de ela poder dar frutos se não sendo e fazendo-se uma
intervenção permanentemente questionante, contextualizada, politizada,
de consciência ideológica permanente” (PM4)
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Perceções de
género nas
relações de
violência

Percursos e
significados da Perceções e
Perceções e psicologia na experiências
vivências da intervenção na intervenção
Intervenção com vítimas de
feminista com vítimas de violência
violência

Constrangimentos
sentidos pelos/as
psicólogos/as à
intervenção com
vítimas de
violência 19
▪ Intervenção realizada pelos/as psicólogos/as, pode assumir vários modelos, mas
segundo os discursos, mesmo sem designação, afirmam apresentar uma
perspetiva feminista.

▪ Falta de formação acerca do género e da igualdade de género.

▪ Possibilitou o conhecimento e questionamento acerca da intervenção feminista,


permitindo o aumento da visibilidade deste tipo de intervenção.

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▪ Melhorar compreensão do género e dos feminismos e desconstrução dos mesmos.

▪ Promover uma autoavaliação por parte dos/as profissionais da psicologia, acerca


da intervenção feminista.

▪ Reflexão e questionamento acerca da intervenção feminista.

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▪ Tempo disponível;

▪ Dificuldade em arranjar profissionais para entrevistar;

▪ Temática sensível que necessita de reflexão, questionamento e partilha dos/as


participantes.

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▪ Alargar a população alvo, abrangendo psicólogos/as não apenas da região norte,
mas também das regiões centro e sul de Portugal;

▪ Reforçar a prevenção primária que se faz acerca da igualdade de género e da


violência, em crianças em idade escolar;

▪ Conhecimento da intervenção existente com agressores, assim como perceber os


objetivos da intervenção e as estratégias utilizadas para a prevenção da violência.

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Percursos e Significados dos/as
Psicólogos/as sobre a Intervenção
Feminista em Mulheres Vítimas de
Violência
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Ana Filipa Teixeira Nunes de Freitas

15 de Novembro de 2018 Orientadoras:


Prof. Dra. Conceição Nogueira
Prof. Dra. Liliana Rodrigues

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