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O documento discute as nulidades, anulabilidades e irregularidades no processo penal brasileiro. Apresenta as categorias de nulidade (inexistente, nula e derivada), exemplos de nulidades absolutas e relativas no CPP, e os efeitos da declaração de nulidade como a vedação da reformatio in pejus.
Deskripsi Asli:
Trata-se de anotação realizada em aula da disciplina de Processo Penal acerca da matéria de nulidades.
O documento discute as nulidades, anulabilidades e irregularidades no processo penal brasileiro. Apresenta as categorias de nulidade (inexistente, nula e derivada), exemplos de nulidades absolutas e relativas no CPP, e os efeitos da declaração de nulidade como a vedação da reformatio in pejus.
O documento discute as nulidades, anulabilidades e irregularidades no processo penal brasileiro. Apresenta as categorias de nulidade (inexistente, nula e derivada), exemplos de nulidades absolutas e relativas no CPP, e os efeitos da declaração de nulidade como a vedação da reformatio in pejus.
Inicialmente, é importante mencionar há quatro defeitos no âmbito
do ato jurídico processual, consistentes no ato jurídico inexistente, nulo, anulável e irregular, aos quais se denomina, respectivamente de nulidades, anulabilidades e irregularidades. Acerca da inexistência, verifica-se ser um “não-ato”, vez que não dotado de elementos imprescindíveis para sua constituição. O precursor de tal teoria foi Heinrich Albert Zachariä, cuja criação se deu a fim de explicar a figura do casamento não consentido. Há que se falar ainda que o ato inexistente difere-se do ato nulo, pois o ato inexiste não tem capacidade de produzir efeitos, por possuir somente a aparência de ato, ao contrário do ato nulo, que existe no ordenamento jurídico, mas cujos efeitos não lhe são conferidos. Ao transferir da esfera cível para o Processo Penal, é possível analisar que a existência de tal categoria é prejudicial ao réu porque carente de eficácia. Daí que, doutrinariamente falando, deve-se considerar como nulos os atos inexistentes. Em relação à nulidade, tratada pela teoria geral do direito, compreende-se tratar de uma sanção para a prática do ato violador de uma regra do ordenamento jurídico. Assim, o ato nulo seria dotado dos elementos ausentes no ato inexistente, mas nem por isso possui validade. O reconhecimento das nulidades no Processo Penal, no entanto, não são verificados de imediato, mas sim prescindem de decisão judicial, aliada ás condições previstas nos artigos 563 a 573, do Código de Processo Penal. Ao dividirem-se em categorias, as nulidades do Processo Penal podem ser cominadas e as decorrentes da falta de pressuposto processual de constituição do processo. Há ainda a divisão entre nulidade originária e derivada, assim como é mencionada pela doutrina a nulidade parcial, qual atinge apenas uma parte do processo, somente essa sendo considerada nula. As nulidades cominadas do Código de Processo Penal são aquelas com ás quais o referido ordenamento atua. Tratadas pelo artigo 564, do CPP, podem ser consideradas entre absolutas ou relativas, assim como não estão elencados em tal artigo todas espécies, podendo o magistrado constar outras irregularidades, assim como há outras nulidades tratadas em Leis posteriores à promulgação do Código aqui tratado A primeira nulidade consubstancia-se pela incompetência do juiz, pois a o réu é dado o direito de ser julgado e processado por um juiz cuja competência é outorgada pelo ordenamento jurídico. Tal nulidade pode ser relativa ou absoluta. Há as nulidades por suspeição ou por suborno do juiz é tratada pelo CPP no artigo 564, inciso I, primeira e segunda figuras. Compreende-se a suspeição como uma causa de incapacitação subjetiva do juiz, sendo tais nulidades absolutas. A nulidade por ilegitimidade da parte é conferida, por exemplo, quando o Ministério Público inicia o processo, mesmo quando essa prerrogativa é essencialmente privada. A nulidade por falta de denúncia, queixa ou representação ocorre quando há a ausência da falta de elemento de representação no processo. A falta da primeira é sanável, ao contrário das outras duas hipóteses. A nulidade por falta de exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios não é sanada nem pela confissão do réu, logo, é absoluta. Há ainda a nulidade por falta de nomeação de defensor ao réu presente que não o tiver ou ao réu ausente, a qual é tratada somente quando há audiência de produção de prova testemunhal. A nulidade por falta de intervenção do Ministério Público em todos os termos do processo iniciado por denúncia gera nulidade somente ao parquet, e não à defesa. A nulidade por falta de intervenção do Ministério Público em todos os termos do processo iniciado por queixa subsidiária é relativa. A nulidade por falta de citação do réu para ver-se processar pode ser sanada a partir da constatação da irregularidade, sendo, assim, relativa. A nulidade por falta de interrogatório pode ser constatada durante o processo, depois de ocorrida a audiência de instrução e julgamento, sendo a nulidade relativa, durante o processo, depois de prolatada a sentença, durante o processo, na fase recursal e após transitada em julgado a sentença, cujas nulidades são absolutas. A nulidade por falta de concessão de prazos à acusação e à defesa configura arbitrariedade ao princípio do contraditório e ampla defesa, sendo considerada relativa, pois prescinde de análise de critérios, como a relevância. As nulidades do procedimento especial do júri se dão diante de sua excessiva complexidade e se dão quando há falta de intimação do réu para a sessão de julgamento, quando há menos de quinze jurados e quando há a quebra de incomunicabilidade entre os jurados, sendo a última hipótese, uma nulidade absoluta. A nulidade por falta de sentença não se dá só pela ausência total da decisão, mas também quando há decisão, e alguns elementos essenciais estão faltando. A nulidade é absoluta. A nulidade por falta de recurso de ofício é absoluta, mas a nulidade por falta de intimação dos atos judiciais decisórios recorríveis é relativa, pois pode ser sanada quando verificado o vício. A nulidade por falta de quórum legal nas turmas ou câmaras julgadoras dos tribunais é absoluta, assim como a nulidade por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. A nulidade por falta de motivação dos atos judiciais decisórios recorríveis é cominada pela CF, sendo absolutamente relevante às partes no processo. As nulidades por contrariedade aos fundamentos do Processo Penal é dotada de grande relevância por parte da doutrina e jurisprudência, porém, seu reconhecimento é difícil, tendo em vista a não cominação à lei. A nulidade por vulneração do princípio da ampla defesa divide- se em sete subcategorias: a inépcia da denúncia, a inexistência e deficiência da defesa técnica, o cerceamento de defesa, o julgamento, a ausência do recurso do defensor, a inversão na apresentação das alegações escritas e a nulidade da decisão de pronúncia por excesso de linguagem. A nulidade do processo por produção de prova ilícita se dá por não ser permitida, tendo em vista o processo válido ser somente aquele eivado de legalidade, assim, a nulidade é absoluta. Ao se tratar da anulabilidade, verifica-se a figura da nulidade relativa, a qual pode ser sanada após verificar-se a ocorrência do vício processual. Desta forma, a anulabilidade depende de provocação das partes, cuja ausência de manifestação configura a convalidação. A irregularidade do Processo Penal não é dotada de invalidade, pois a desconformidade do ato processual né mínima e não é relevantemente comprometedora. Verifica-se que a legitimidade para arguir a nulidade se dá através do interesse, de acordo como prevê o artigo 565, do CPP. Quanto ao princípio “pas de nullité sans griel” é identificado pelo postulado no artigo 563, do CPP, e afirma que, se não houver prejuízo às partes, não pode ser declarado nulo o ato praticado. O princípio da relevância da nulidade informa que a nulidade deve ter uma influência demonstrada na apuração da verdade substancial, assim, diante da ausência da relevância, não deve ser declarada a nulidade. A omissão na denúncia, queixa ou representação está prevista no artigo 569, do CPP. Em relação aos efeitos da declaração de nulidade, há a reformatio in pejus indireta, vedada majoritariamente pela jurisprudência, sendo que o juiz não pode proferir decisão mais severa ao réu, quando a primeira é reformada sem recurso do parquet. Por fim, acerca da convalidação e do saneamento, verifica-se a convalidação ser o aproveitamento do ato atípico ou sua superação, por meio da ratificação, do suprimento ou da substituição do ato. Já quanto ao saneamento do ato processual, trata-se da verificação do vício processual e posterior remediação.
Referência bibliográfica
RAMOS, João Gualberto Garcez. Nulidades do Processo Penal,