Anda di halaman 1dari 11

Exercícios de Literatura Natividade Saldanha (1795-1830), e outro do simbolista

brasileiro Augusto dos Anjos (1884-1914).


Arcadismo
Soneto
1) (Fatec-1995) "Voltaram à baila os deuses esquecidos, as Os teus olhos gentis, encantadores,
ninfas esquivas, as náiades, as oréadas e os pastores Tua loira madeixa delicada, Tua boca
enamorados, as pastoras insensíveis e os rebanhos por Vênus invejada, Onde habitam
numerosos das bucólicas de Teócrito e Virgílio." mil cândidos amores:
(Ronald de Carvalho, PEQUENA HISTÓRIA DE LITERATURA
BRASILEIRA) Os teus braços, prisão dos amadores,
Os teus globos de neve congelada,
O trecho acima refere-se ao seguinte movimento literário: Serão tornados breve a cinza!… a nada!…
a) Romantismo. Aos teus amantes causarão horrores!…
b) Barroco.
c) Arcadismo. Céus! e hei-de eu amar uma beleza,
d) Parnasianismo. Que à cinza reduzida brevemente
e) Naturalismo. Há-de servir de horror à Natureza!…

Ah! mandai-me uma luz resplandecente, Que minha


2) (Faap-1997) AS POMBAS alma ilumine, e com pureza Só ame um Deus, que
vive eternamente. (José da Natividade Saldanha.
Vai-se a primeira pomba despertada... Poemas oferecidos aos amantes do Brasil. 1822.)
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas Soneto
Raia sangüínea e fresca a madrugada Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam
E à tarde, quando a rígida nortada Micro-organismos fúnebres pululam Numa
Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas fermentação gorda de cidra.
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada... Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
A uma só lei biológica vinculam,
Também dos corações onde abotoam, E a marcha das moléculas regulam,
Os sonhos, um por um, céleres voam Com a invariabilidade da clepsidra!…
Como voam as pombas dos pombais;
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
No azul da adolescência as asas soltam, Roída toda de bichos, como os queijos
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam E Sobre a mesa de orgíacos festins!…
eles aos corações não voltam mais...
(Raimundo Correia) Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as bocas necrófagas que o mordem E
a terra infecta que lhe cobre os rins!
Nunca poderia ter lido o poema "AS POMBAS", este (Augusto dos Anjos. Eu. 1935.)
mesmo que você acaba de ler:
José da Natividade Saldanha é considerado um poeta de
a) Machado de Assis transição, por apresentar em sua obra a mescla de traços
b) Aluísio Azevedo do Neoclassicismo e do Romantismo. Releia seu poema e,
c) Tomás Antônio Gonzaga em seguida,
d) Olavo Bilac a) indique uma característica do Neoclassicismo nas
e) Euclides da Cunha duas primeiras estrofes do soneto;
b) identifique, no conteúdo dos dois tercetos, uma
atitude do eu-poemático típica do Romantismo.
3) (Vunesp-2005) INSTRUÇÃO: A questão a seguir toma por
base dois sonetos, um do neoclássico brasileiro José da
4) (Vunesp-2001) INSTRUÇÃO: A questão a seguir toma por O vocábulo pode ser música ou pode ser trovão, conforme
base um fragmento do poema Em Defesa da Língua, do o caso. A palavra tem a sua anatomia; e é preciso uma rara
poeta neoclássico português Filinto Elísio (1734-1819), percepção estética, uma nitidez visual, olfativa, palatal e
uma passagem de um texto em prosa do poeta simbolista acústica, apuradíssima, para a exatidão da cor, da forma e
brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898) e uma passagem de para a sensação do som e do sabor da palavra.
um texto em prosa do poeta modernista brasileiro Tasso In: CRUZ E SOUSA. Obra completa. Outras evocações. Rio
da Silveira (1895-1968). de Janeiro: Aguilar, 1961, p. 677-8.

Em Defesa da Língua Técnicas


Lede, que é tempo, os clássicos honrados; A técnica artística, incluindo a literatura, se constitui, de
Herdai seus bens, herdai essas conquistas, começo, de um conjunto de normas objetivas, extraídas da
Que em reinos dos romanos e dos gregos Com longa experiência, do trato milenário com os materiais
indefesso estudo conseguiram. mais diversos. Depois que se integra na consciência e no
Vereis então que garbo, que facúndia instinto, na inteligência e nos nervos do artista, sofre
Orna o verso gentil, quanto sem eles profunda transfiguração. O artista “assimilou-a”
É delambido e peco o pobre verso. totalmente, o que significa que a transformou, a essa
....................................................... técnica, em si mesmo. Quase se poderia dizer que
Abra-se a antiga, veneranda fonte substituiu essa técnica por outra que, tendo nascido
Dos genuínos clássicos e soltem-se As embora da primeira, é a técnica personalíssima, seu
correntes da antiga, sã linguagem. instrumento de comunicação e de transfiguração da
Rompam-se as minas gregas e latinas matéria.Só aí adquiriu seu gesto criador a autonomia
(Não cesso de o dizer, porque é urgente); necessária, a força imperativa com que ele se assenhoreia
Cavemos a facúndia, que abasteça Nossa do mistério da beleza para transfundi-lo em formas no
prosa eloqüente e culto verso. mármore, na linha, no colorido, na linguagem. A técnica de
Sacudamos das falas, dos escritos cada artista fica sendo, desta maneira, não um “processo”,
Toda a frase estrangeira e frandulagem um elemento exterior, mas a substância mesma de sua
Dessa tinha, que comichona afeia O originalidade. Inútil lembrar que tal personalíssima técnica
gesto airoso do idioma luso. se gera do encontro da luta do artista com o material que
Quero dar, que em francês hajam formosas trabalha.
Expressões, curtas frases elegantes; Mas In: SILVEIRA, Tasso da. Diálogo com as raízes (jornal de fim
índoles dif’rentes têm as línguas; Nem de caminhada). Salvador: Edições GRD-INL, 1971, p. 23.
toda a frase em toda a língua ajusta.
Ponde um belo nariz, alvo de neve, Numa formosa Os três fragmentos dados, embora escritos por três poetas
cara trigueirinha (Trigueiras há, que às louras se de períodos diferentes e abordando temas distintos,
avantajam): O nariz alvo, no moreno rosto, Tanto não revelam bastante afinidade. Com base nesta observação,
é beleza, que é defeito. Nunca nariz francês na lusa releia-os e, a seguir,
cara, Que é filha da latina, e só latinas Feições lhe a) indique uma identidade entre os três textos, no
quadram. São feições parentas. In: ELÍSIO, Filinto. que diz respeito à temática abordada;
Poesias. Lisboa: Livraria Sá da CostaEditora, 1941, p. b) sintetize o principal conselho dado por Filinto
44 e 51. Elísio, em consonância com a poética do Neoclassicismo,
para que um poeta consiga escrever bem.
O Estilo
O estilo é o sol da escrita. Dá-lhe eterna palpitação, eterna 5) (Mack-2004) Já sobre o coche de ébano estrelado
vida. Cada palavra é como que um tecido do organismo do Deu meio giro a noite escura e feia;
período. No estilo há todas as gradações da luz, toda a Que profundo silêncio me rodeia Neste
escala dos sons. deserto bosque, à luz vedado!
O escritor é psicólogo, é miniaturista, é pintor - gradua a Jaz entre as folhas Zéfiro abafado,
luz, tonaliza, esbate e esfuminha os longes da paisagem. O O Tejo adormeceu na lisa areia;
princípio fundamental da Arte vem da Natureza, porque Nem o mavioso rouxinol gorjeia, Nem
um artista faz-se da Natureza. Toda a força e toda a pia o mocho, às trevas costumado: Só
profundidade do estilo está em saber apertar a frase no eu velo, só eu, pedindo à sorte
pulso, domá-la, não a deixar disparar pelos meandros da Que o fio, com que está minha alma presa À
escrita. vil matéria lânguida me corte:
Consola-me este horror, esta tristeza; b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando
Porque a meus olhos se afigura a morte as riquezas naturais.
No silêncio total da natureza. c) a dedicação à produção poética junto à natureza,
Bocage fonte de inspiração dos poetas.
d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-,
Vocabulário: coche de ébano: carruagem de pois o tempo passa rapidamente.
madeira escura jaz: está ou parece morto e) o sonho de uma vida mais simples e natural,
mocho: coruja distante dos centros urbanos.
lânguida: doentia
8) (Unifesp-2002) Texto I:
Ao longo do sereno
Nesse poema, a referência à cultura mitológica (Zéfiro) Tejo, suave e brando,
revela influência da estética a) romântica. Num vale de altas árvores sombrio,
b) simbolista. Estava o triste Almeno Suspiros
c) trovadoresca. espalhando
d) árcade. Ao vento, e doces lágrimas ao rio.
e) parnasiana. (Luís de Camões, Ao longo do sereno.)

6) (FEI-1995) Leia com atenção: Texto II:


"A poesia desta época, localizada em fins do século XVIII e Bailemos nós ia todas tres, ay irmanas,
início do XIX, caracteriza-se pelo lirismo. Fiéis ao espírito so aqueste ramo destas auelanas e
bucólico e pastoril, os poetas adotavam pseudônimos e, quen for louçana, como nós, louçanas,
em seus textos, falavam e agiam como pastores, tratando se amigo amar, so aqueste ramo destas
de pastoras suas amadas. O mundo greco-romano vem auelanas uerrá baylar.
completar o quadro lírico das composições da época". (Aires Nunes. In Nunes, J. J., Crestomatia arcaica.)

Assinalar a alternativa que contém o período literário a Texto III:


que se refere o trecho acima: a) Romantismo Tão cedo passa tudo quanto passa!
b) Simbolismo morre tão jovem ante os deuses quanto
c) Parnasianismo Morre! Tudo é tão pouco!
d) Arcadismo Nada se sabe, tudo se imagina.
e) Barroco. Circunda-te de rosas, ama, bebe E
cala. O mais é nada.
7) (UFSCar-2002) Texto 1 (Fernando Pessoa, Obra poética.)
(Zé Rodrix e Tavito)
Eu quero uma casa no campo do Texto IV:
tamanho ideal pau-a-pique e sapê Os privilégios que os Reis
Onde eu possa plantar meus amigos Não podem dar, pode Amor,
meus discos meus livros e nada mais Que faz qualquer amador
Livre das humanas leis.
Texto 2 mortes e guerras cruéis,
(Cláudio Manuel da Costa) Ferro, frio, fogo e neve, Tudo
Se o bem desta choupana pode tanto, sofre quem o serve.
Que chega a ter mais preço, e mais valia, (Luís de Camões, Obra completa.)
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia; Texto V:
E o que té agora se tornava em pranto, Se As minhas grandes saudades São
converta em afetos de alegria. do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os Dos sonhos que não sonhei!...)
textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é (Mário de Sá Carneiro, Poesias.)
a) o uso da emoção em detrimento da razão, pois
esta retira do homem seus melhores sentimentos. O motivo do carpe diem (“aproveita o dia”, em latim)
expressa, em geral, o gosto de viver plenamente a vida, de
usufruir os dons da beleza e a energia da juventude, Árvores aqui vi tão florescentes, Que
enquanto o tempo permitir. Esse motivo aparece nos faziam perpétua a primavera:
textos Nem troncos vejo agora decadentes.”
a) I e II. (Cláudio Manuel da Costa, Sonetos-VII.)
b) II e III.
c) III e IV. Podem ser encontradas características predominantes do
d) IV e V. estilo neoclássico ou arcádico apenas
e) I e V. a) no texto I.
b) no texto II.
9) (Unifesp-2002) Texto I: c) no texto III.
“O Vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela d) nos textos I e II.
natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o e) nos textos II e III.
ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e
perfeita; não há ali nada grandioso nem sublime, mas há 10) (Mack-2004)
uma como simetria de cores, de sons, de disposição em Já sobre o coche de ébano estrelado
tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a Deu meio giro a noite escura e feia;
paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração Que profundo silêncio me rodeia Neste
devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e deserto bosque, à luz vedado!
benevolência. (...) Imagina-se por aqui o Éden que o Jaz entre as folhas Zéfiro abafado,
primeiro homem habitou com a sua inocência e com a O Tejo adormeceu na lisa areia; Nem o
virgindade do seu coração. mavioso rouxinol gorjeia, Nem pia o
À esquerda do vale, e abrigado do norte pela montanha mocho, às trevas costumado:
que ali se corta quase a pique, está um maciço de verdura Só eu velo, só eu, pedindo à sorte
do mais belo viço e variedade. (...) Que o fio, com que está minha alma presa À
Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um vil matéria lânguida me corte:
claro das árvores a janela meio aberta de uma habitação Consola-me este horror, esta tristeza;
antiga, mas não dilapidada - (...) A janela é larga e baixa; Porque a meus olhos se afigura a morte
parece mais ornada e também mais antiga que o resto do No silêncio total da natureza.
edifício, que todavia mal se vê...” (Almeida Bocage
Garrett, Viagens na minha terra.)
Vocabulário: coche de ébano: carruagem de
Texto II: madeira escura
“Depois, fatigado do esforço supremo, [o rio] se estende jaz: está ou parece morto
sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza mocho: coruja lânguida:
formou, e onde o recebe como um leito de noiva, sob as doentia
cortinas de trepadeiras e flores agrestes. A vegetação
nessas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor;
florestas virgens se estendiam ao longo das margens do Está presente no texto o seguinte traço característico da
rio, que corria no meio das arcarias de verdura e dos poesia de Bocage:
capitéis formados pelos leques das palmeiras. Tudo era a) temática religiosa.
grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime b) idealização do “locus amoenus”.
artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos c) quebra dos padrões formais clássicos.
elementos, em que o homem é apenas um simples d) supremacia dos efeitos sonoros em detrimento da idéia.
comparsa. (...) Entretanto, via-se à margem direita do rio e) linguagem emotivo-confessional.
uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma
eminência e protegida de todos os lados por uma muralha
de rocha cortada a pique.” (José de Alencar, O guarani.) 11) (UNIFESP-2007) Leia o poema de Bocage

Texto III: Olha, Marília, as flautas dos pastores


“Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De Que bem que soam, como estão cadentes!
estar a ela um dia reclinado: Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Ali em vale um monte está mudado: Quanto Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê
pode dos anos o progresso! como ali, beijando-se, os Amores Incitam
nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta
em planta as inocentes, As vagas excessivo. As causas excessivamente intensas produzem
borboletas de mil cores. efeitos contrários. A dor faz gritar; mas se é excessiva, faz
Naquele arbusto o rouxinol suspira, emudecer: a luz faz ver; mas se é excessiva, cega: a alegria
Ora nas folhas a abelhinha pára, Ora alenta e vivifica; mas se é excessiva, mata. Assim o amor:
nos ares, sussurrando, gira: naturalmente une; mas se é excessivo, divide: Fortis est ut
Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas mors dilectio: o amor, diz
ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais Salomão, é como a morte. Como a morte, rei sábio? Como
tristeza que a morte me causara. a vida, dissera eu. O amor é união de almas; a morte é
separação da alma: pois se o efeito do amor é unir, e o
O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, efeito da morte é separar, como pode ser o amor
que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a semelhante à morte? O mesmo Salomão se explicou. Não
valorização da cultura greco-romana, que estão fala Salomão de qualquer amor, senão do amor forte?
exemplificados, respectivamente, em Fortis est ut mors dilectio: e o amor forte, o amor intenso,
a) Tudo o que vês, se eu te não vira/Olha, Marília, as o amor excessivo, produz efeitos contrários. É união, e
flautas dos pastores. produz apartamentos. Sabe-se o amor atar, e sabe-se
b) Ei-las de planta em planta as inocentes/Naquele desatar como Sansão: afetuoso, deixa-se atar; forte, rompe
arbusto o rouxinol suspira. as ataduras. O amor sempre é amoroso; mas umas vezes é
c) Que bem que soam, como estão cadentes!/Os amoroso e unitivo, outras vezes amoroso e forte. Enquanto
Zéfiros brincar por entre flores? amoroso e unitivo, ajunta os extremos mais distantes:
d) Mais tristeza que a morte me causara./Olha o Tejo enquanto amoroso e forte, divide os extremos mais
a sorrir- se! Olha, não sentes. unidos.
e) Que alegre campo! Que manhã tão clara!/Vê (ANTONIO VIEIRA. Sermão do Mandato. Brasília: Editora
como ali, beijando-se, os Amores. Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do
Estado, 2000, p. 165-166.)

12) (UNIFESP-2005) Leia os versos do poeta português Feliza


Bocage. Chamam-te gosto, Amor, chamam-te amigo
Da Natureza, que por ti se inflama; Dizem
Vem, oh Marília, vem lograr comigo que és dos mortais suave abrigo; Que
Destes alegres campos a beleza, enjoa, e pesa a vida a quem não ama: Mas
Destas copadas árvores o abrigo. com dura exp’riência eu contradigo A falsa
Deixa louvar da corte a vã grandeza; opinião, que um bem te chama:
Quanto me agrada mais estar contigo, Notando Tu não és gosto, Amor, tu és tormento.
as perfeições da Natureza! Une teus sons, ó lira, ao meu lamento.

Nestes versos, Feliza de Sileu! Quem tal pensara


a) o poeta encara o amor de forma negativa por Daquela, entre as pastoras mais formosa
causa da fugacidade do tempo. Que a vermelha papoila entre a seara,
b) a linguagem, altamente subjetiva, denuncia Que entre as boninas a corada rosa!
características pré-românticas do autor. Feliza por Sileu me desampara! Oh céus!
c) a emoção predomina sobre a razão, numa ânsia Um monstro seus carinhos goza; Ansia
de se aproveitar o tempo presente. cruel me esfalfa o sofrimento.
d) o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, Une teus sons, ó lira, ao meu lamento.
portanto, inacessíveis a ele.
e) o poeta propõe, em linguagem clara, que se Ingrata, que prestígio te alucina?
aproveite o presente de forma simples junto à natureza. Que mágica ilusão te está cegando?
Que fado inevitável te domina, Teu
luminoso espírito apagando?
13) (Vunesp-2002) Sermão do Mandato Começando pelo O vil Sileu não põe na sanfonina Jeitosa
amor. O amor essencialmente é união, e naturalmente a mão, nem pinta em verso brando
Ondadas tranças, que bafeja o vento.
busca: para ali pesa, para ali caminha, e só ali pára.Tudo
Une teus sons, ó lira, ao meu lamento.
são palavras de Platão, e de Santo Agostinho.Pois se a
(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Obras de Bocage.
natureza do amor é unir, como pode ser efeito do amor o
Porto: Lello & Irmão, 1968, p. 685-686.)
apartar? Assim é, quando o amor não é extremado e
Os trechos transcritos do sermão de Vieira e do poema de Texto 2
Bocage apresentam traços peculiares de seus respectivos Basílio da Gama
estilos de época, o barroco e o neoclássico. Verifique,
numa leitura atenta, esses traços e, a seguir, Pois se sabes que a tua formosura
a) mencione e explique uma característica do estilo Por força há de sofrer da idade os danos, Por
barroco que Vieira explora com insistência no seguinte que me negas hoje esta ventura?
trecho: “O amor é união de almas; a morte é separação da
alma: pois se o efeito do amor é unir, e o efeito da morte é Guarda para seu tempo os desenganos,
separar, como pode ser o amor semelhante à morte?”; Gozemo-nos agora, enquanto dura, Já
b) aponte um aspecto da segunda estrofe do poema que dura tão pouco a flor dos anos.
de Bocage típico da poética neoclássica.
A expressão latina carpe diem, que significa “aproveite o dia
14) (Vunesp-Ilha Solteira-2001) Texto 1 (presente)”, foi uma constante nos dois períodos literários
Gregório de Matos representados pelos poemas de Gregório de Matos e
Basílio da Gama.
Goza, goza da flor da mocidade, que
o tempo trata a toda ligeireza e a) Transcreva, de cada um dos poemas, um verso em que a
imprime em toda flor a sua pisada. idéia do carpe diem esteja explicitamente apresentada. b)
Que metáfora é comum aos dois poemas?
Ó não aguardes, que a madura idade te converta
essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, 16) (UFMG-1998) Leia o soneto que se segue, de Cláudio
em sombra, em nada. Manuel da Costa.

Texto 2 Pastores, que levais ao monte o gado,


Basílio da Gama Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda a terra, Basta
Pois se sabes que a tua formosura ver-se o meu rosto magoado:
Por força há de sofrer da idade os danos, Por
que me negas hoje esta ventura? Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me fez guerra,
Guarda para seu tempo os desenganos, É a mesma, que em seu semblante encerra A
Gozemo-nos agora, enquanto dura, Já causa de um martírio tão cansado.
que dura tão pouco a flor dos anos.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Os poemas de Gregório de Matos e de Basílio da Gama são Vereis a formosura, que eu adoro; Mas
da Era Clássica da literatura, embora pertençam a não; tanto não sou vosso inimigo:
diferentes escolas literárias.
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
a) Indique a que movimentos literários se filiaram, Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis,
respectivamente, os autores. ó pastores, o que eu choro.
b) Explique a semelhança entre os textos no que diz
respeito à temática abordada. Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre
esse soneto, exceto:
15) (Vunesp-Ilha Solteira-2001) Texto 1 a) O poema opõe um estilo de vida simples a um
Gregório de Matos estilo de vida dissimulado.
b) A palavra "guerra" enfatiza a recusa da pastora a
Goza, goza da flor da mocidade, que corresponder aos afetos do poeta.
o tempo trata a toda ligeireza e c) O sentido da visão é o predominante em todas as
imprime em toda flor a sua pisada. estrofes do poema.
d) A expressão "para dar contágio a toda a terra"
Ó não aguardes, que a madura idade te converta revela a intensidade do sofrimento do pastor.
essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó,
em sombra, em nada. 17) (UFSCar-2002) Texto 1
(Zé Rodrix e Tavito) Eu quero uma Que em tudo quanto vive nos descobre A
casa no campo do tamanho ideal sábia Natureza.
pau-a-pique e sapê Onde eu possa Atende como aquela vaca preta
plantar meus amigos meus discos O novilhinho seu dos mais separa, E o
meus livros e nada mais lambe, enquanto chupa a lisa teta.
Atende mais, ó cara,
Texto 2 Como a ruiva cadela
(Cláudio Manuel da Costa) Suporta que lhe morda o filho o corpo, E
Se o bem desta choupana pode tanto, salte em cima dela.
Que chega a ter mais preço, e mais valia, (GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. In: Proença
Que da cidade o lisonjeiro encanto; Filho, Domício. Org. A poesia dos inconfidentes. Rio de
Aqui descanse a louca fantasia; Janeiro, Nova Aguilar, 1996, p. 605.)
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria. Texto 2 Bucólica nostálgica
Ao entardecer no mato, a casa entre bananeiras,
Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os pés de manjericão e cravo santo, aparece
textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é o uso dourada. Dentro dela, agachados, na porta da rua,
da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do sentados no fogão, ou aí mesmo, rápidos como se
homem seus melhores sentimentos. fossem ao Êxodo, comem feijão com arroz, taioba,
b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando ora-pro-nobis, muitas vezes abóbora. Depois, café
as riquezas naturais. na canequinha e pito. O que um homem precisa
c) a dedicação à produção poética junto à natureza, pra falar, entre enxada e sono: Louvado seja Deus!
fonte de inspiração dos poetas. (PRADO, Adélia. Poesia Reunida. 2ª- ed. São Paulo:
d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, Siciliano, 1992, p. 42.)
pois o tempo passa rapidamente.
e) o sonho de uma vida mais simples e natural, Texto 3 Cidadezinha qualquer
distante dos centros urbanos. Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras Pomar
18) (UEL-1996) Assinale a letra correspondente à amor cantar
alternativa que preenche corretamente as lacunas do Um homem vai devagar.
trecho apresentado. Um cachorro vai devagar.
Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Um burro vai devagar.
Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores Devagar... as janelas olham.
poéticos no sentimentalismo, as .............. mais densas,
Eta vida besta, meu Deus.
dedicadas a ............., fizeram de .............. uma figura
(ANDRADE, Carlos Drummond. Obra Completa. Rio de
central do nosso Arcadismo.
Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p. 67.)
a) crônicas - Marília - Dirceu.
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu.
Assinale a alternativa referente aos respectivos momentos
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga. literários a que correspondem os três textos: a) Romântico,
d) liras - Gonzaga - Dirceu. contemporâneo, modernista.
e) liras - Marília - Gonzaga. b) Barroco, romântico, modernista.
c) Romântico, modernista, contemporâneo.
19) (ITA-2002) Leia os seguintes textos, observando que d) Árcade, contemporâneo, modernista.
eles descrevem o ambiente natural de acordo com a época e) Árcade, romântico, contemporâneo.
a que correspondem, fazendo predominar os aspectos
bucólico, cotidiano e irônico, respectivamente: 20) (UFPB-2006) No Romanceiro da Inconfidência, Cecília
Meireles recria poeticamente os acontecimentos históricos
Texto 1 Marília de Dirceu de Minas Gerais, ocorridos no final do século XVIII. Nesta
Enquanto pasta, alegre, o manso gado, mesma época, circulavam, em Vila Rica, as Cartas Chilenas,
minha bela Marília, nos sentemos À atribuídas a Tomás Antônio Gonzaga.
sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos O fragmento a seguir foi extraído da Carta 2 em que Critilo
Na regular beleza,
(Gonzaga), dirigindo-se ao seu amigo Doroteu (Cláudio que vê seus sentimentos antagônicos refletidos na
Manuel da Costa), narra o comportamento do Fanfarrão natureza.
Minésio (Luís da Cunha Meneses, governador de Minas). e) a natureza é o espaço onde o amado se sente à
vontade para expressar diretamente à amada suas
Aquele, Doroteu, que não é Santo inclinações sensuais.
Mas quer fingir-se Santo aos outros homens,
Pratica muito mais, do que pratica, Quem
segue os sãos caminhos da verdade. 22) (Mack-2004) Ornemos nossas testas com as flores,
Mal se põe nas Igrejas, de joelhos, e façamos de feno um brando leito; prendamo-nos,
Abre os braços em cruz, a terra beija, Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos
Entorta o seu pescoço, fecha os olhos, amores (...) (...) aproveite-se o tempo, antes que faça
Faz que chora, suspira, fere o peito; E o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante
executa outras muitas macaquices, a graça.
Estando em parte, onde o mundo as veja. Tomás Antônio Gonzaga
(GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas Chilenas. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 68-69). Quanto ao estilo, os versos
a) revelam a presença não só de formas mais
exageradas de inversão sintática - hipérbatos -, como
também de comparações excessivas, resíduos do estilo
Considerando as informações apresentadas e esse cultista.
fragmento poético, é correto afirmar: b) comprovam a predileção pelo verso branco e pela
ordem direta da frase, característicos da naturalidade
a) O autor descreve as atitudes do governador de desejada pelos poetas do Arcadismo.
Minas sem fazer uso de um tom irônico. c) denotam - pela singeleza do vocabulário, pela
b) O autor critica algumas atitudes do governador de sintaxe quase prosaica - a vontade de alcançar a
Minas, julgando-as dissimuladas. simplicidade da linguagem, em oposição à artificialidade
c) O autor descreve, com humor, o comportamento do Barroco. d) organizam-se em torno de antíteses, na
do governador de Minas, sem apresentar um busca de caracterizar, em atitude pré-romântica, o amor
posicionamento crítico. ideal e a pureza do lavor da terra.
d) O tom satírico, presente nas Cartas Chilenas, não e) constroem-se pelo desdobramento contínuo de
é observado nesse fragmento, pois, aqui, há apenas a imagens, compondo um quadro em que a emoção é
descrição das práticas religiosas do Fanfarrão Minésio. e) O tratada de modo abstrato, de acordo com a convenção
autor chama a atenção para o fato de que o governador de árcade.
Minas age com fervor, longe dos olhos dos fiéis.

23) (UFF-1998) Texto I


21) (Mack-2004) Ornemos nossas testas com as flores,
e façamos de feno um brando leito; prendamo-nos, OS TUMULTOS DA PAZ
Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos
amores (...) (...) aproveite-se o tempo, antes que faça O amor ao próximo está longe de representar um
o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante devaneio beato e piedoso, conto da carochinha para
a graça. Tomás Antônio Gonzaga enganar crianças, desavisados e inquilinos de sacristia.
Nos versos acima, Trata-se de uma essencial exigência pessoal e política, sem
a) o eu-lírico, ao lamentar as transformações cujo atendimento não nos poremos a serviço, nem de nós
notadas em seu corpo e alma pela passagem do tempo, mesmos, nem de ninguém. Amar ao Próximo como a si
revela-se amoroso homem de meia-idade. mesmo é, por excelência, a regra de ouro, cânon fundador
b) que retomam tema e estrutura de uma “canção da única prática pela qual poderemos chegar a um pleno
de amigo”, está expresso o estado de alma de quem sente amor por nós próprios. Sou o primeiro e mais íntimo
a ausência do ser amado. Próximo de mim, e esta relação de mim para comigo passa,
c) nomeia-se diretamente a figura ironizada pelo inevitavelmente, pela existência do Outro. Este é o termo
eu-lírico, a mulher a quem se poderiam fazer convites terceiro, a referência transcendente por cuja mediação
amorosos mais ousados. passo a construir a minha auto-estima.
d) em que se notam diálogo e estrutura Eis aí o modelo da paz.
paralelística, o ponto de vista dominante é o do amante
(PELLEGRINO, Hélio. A burrice do demônio. Rio de Janeiro: Já reparei que no seu peito Soluça
Rocco, 1989. p. 94) o coração bem feito
De você.
Texto II
Pois então eu imaginei
PENSAMENTO DE AMOR Que junto com esse corpo magro
Moreninho que você me dá,
Quero viver de esperança Com a boniteza a faceirice
Quero tremer e sentir! Na A risada que você me dá
tua trança cheirosa Quero E me enrabicham como o que,
sonhar e dormir. Bem que eu podia possuir também
O que mora atrás do seu rosto, Rosa,
Álvares de Azevedo O pensamento a alma o desgosto
.......................................................................... De você.

Todo o amor que em meu peito repousava, (ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo / Belo
Como o orvalho das noites ao relento, A Horizonte: Martins / Itatiaia, 1980. V. 1. p. 121 )
teu seio elevou-se, como as névoas,
Que se perdem no azul do firmamento. Texto IV

Aqui...além...mais longe, em toda a parte, O AMOR E O TEMPO


Meu pensamento segue o passo teu. Tu
és a minha luz, - sou tua sombra, Eu sou Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta,
teu lago, - se tu és meu céu. tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de
.................................................................. mármore, quanto mais a corações de cera ! São as afeições
como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de
À tarde, quando chegas à janela, A durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas,
trança solta, onde suspira o vento, que partem do centro para a circunferência, que quanto
Minha alma te contempla de mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos
joelhos... sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor
A teus pés vai gemer meu pensamento. tão robusto que chegue a ser velho. De todos os
.................................................................. instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o
tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;
Oh! diz' me, diz' me, que ainda posso um dia embotalhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os
De teus lábios beber o mel dos céus; Que eu olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas,
te direi, mulher dos meus amores: com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença
- Amar-te ainda é melhor do que ser Deus! é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe
os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas
Bahia, 1865. para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso,
quanto mais o amor ?! O mesmo amar é causa de não
(ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, amar e o ter amado muito, de amar menos.
1976. p. 415-6)
(VIEIRA, Antônio. Apud: PROENÇA FILHO, Domício.
Texto III Português. Rio de Janeiro: Liceu, 1972. V5. p.43)

RONDÓ PRA VOCÊ Quando os Risos e os Amores


Aparecem nos teus olhos,
De você, Rosa, eu não queria Até d'ásperos abrolhos
Receber somente esse abraço Vejo flores rebentar.
Tão devagar que você me dá,
Nem gozar somente esse beijo Mas se deixas este prado, Ai
Tão molhado que você me dá... de mim ! Cruéis pesares !
Eu não queria só porque Sinto escuro o céu e os ares E
Por tudo quanto você me fala enlutado o bosque e o mar.
(ALVARENGA, Silva. Glaura. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996. p.120 -121)

O fragmento acima é retirado de um rondó escrito pelo


poeta árcade Silva Alvarenga, no século XVIII. Comparando
este fragmento com o texto III, pode-se afirmar que:

a) Existe uma preocupação dos dois escritores de


manter o mesmo número de sílabas métricas.
b) Existe uma diferença de gênero literário entre os
dois textos, já que apenas o texto III é um rondó.
c) Há um coloquialismo acentuado no texto III,
marca registrada da linguagem modernista, mas não da
neoclássica.
d) Há uma semelhança marcante entre os dois
textos, já que ambos pertencem ao gênero épico ou
narrativo.
e) Há uma aproximação temática entre os dois
textos, quanto à ausência de sentimentos do eu lírico.
Já que dura tão pouco a flor dos anos

b) flor é a metáfora, indicando os verdes anos.

11

Anda mungkin juga menyukai