EXCELENTÍSSIMO S ENHOR DO UTOR J UIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA...

DO ESTADO BETA

Caio, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF nº ..., portador

do RG ..., email..., residente e domiciliado em ..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de advogado infra constituído (procuração anexa), com fulcro no
artigo 5º, inciso LXV, da constituição federal combinado com o artigo 310, inciso I, do código
de processo penal, requerer

Relaxamento de prisão

Pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

1 – DOS FATOS

O requerente foi preso em flagrante, na rua do bairro beta, suspeito de ter

cometido o crime de furto, nos termos do artigo 155 do código penal. O requerente foi levado
a delegacia e apresentado a autoridade policial de plantão, que o manteve preso por mais de
24 horas sem que fosse realizado todas as formalidades necessárias no caso da prisão em
flagrante.

2 – Do Direito

De acordo com o artigo 310, inciso I do código de processo penal, o juiz

deverá fundamentadamente relaxar a prisão ilegal.

No caso em tela, pode-se concluir a ilegalidade da prisão do requerente

porque de acordo com o artigo 306 §1 do código de processo penal o prazo para a pessoa ficar
presa em flagrante é de 24 horas. O investigado ficou preso por muito mais tempo até que
fosse concluído todo o procedimento do flagrante.

Também de acordo com o artigo 306, § 2 do código de processo penal, o

prazo para serem realizadas todas as outras formalidades, como por exemplo, a entrega da
nota de culpa, é o mesmo prazo da prisão em flagrante. Esse prazo não foi respeitado e todo o
procedimento do flagrante só foi concluído 48 horas depois de o requerente ter sido preso.

Outro motivo de ilegalidade na prisão foi o abuso de autoridade cometido

pelo delegado de plantão, que mesmo sabendo ser o investigado menor de idade na época do
fato, lavrou o auto de prisão em flagrante no dia seguinte, mantendo o preso. Sendo que o
investigado deveria ter sido encaminhado para a esfera competente de acordo com o artigo 27
do código penal.

O código penal brasileiro, de acordo com o artigo 4º, adota a teoria da

atividade para o tempo crime.
“Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado”.

Dessa forma, mesmo que o delegado tenha esperado para lavrar o auto de
prisão em flagrante no dia do aniversário de 18 anos do investigado, o momento do suposto
furto foi quando ele ainda era menor de idade sendo assim, penalmente inimputável, segundo
o artigo 27 do código penal.

Com isso fica provada a ilegalidade da prisão em flagrante do caso em tela.

3 – Do Pedido

Em vista de tudo o que foi exposto, pede-se o relaxamento da prisão em

flagrante, nos termos do artigo 310, inciso I do código de processo penal.

Requer-se também, a expedição do alvará de soltura.

Nesses termos, pede deferimento.

Local ..., data...,

Advogado

Nº da OAB