1) Objetivo
Estudar a rejeição de carga em um sistema elétrico para determinar as
sobretensões resultantes nas várias situações decorrentes desse fenômeno.
2) Desenvolvimento
Simulou-se no ATPDraw o circuito mostrado na figura 1. Esse circuito representa
uma linha de transmissão que liga uma fonte a uma carga.
3) Resultados
A seguir serão apresentados os formatos de onda das tensões nos nós LT1, LT2
e TP para cada simulação realizada.
Para o circuito com a linha com 200 km de comprimento, com o compensador
shunt, obteve-se para o nó LT1 o gráfico das tensões apresentados nas figuras 3.
Mais uma vez observa-se que após a abertura da chave as tensões apresentam
distorções e sobretensões, sendo os maiores valores de sobretensões dados por
838,55 kV, 651,38 kV e 833,46 kV para as fases A, B e C, respectivamente. A fase
A apresenta o maior valor.
A figura 7 apresenta para essa mesma situação os formatos de onda para as
tensões de fase no nó LT2.
Tem-se mais uma vez o desequilíbrio das tensões de fase após a abertura da
chave, os maiores valores de sobretensão para as fases A, B e C são
respectivamente, 919,21 kV, 905,66 kV e 1,186 MV. A fase C apresenta o maior
valor.
A figura 8 apresenta as formas de onda para as tensões de fase no nó TP nessa
mesma situação.
Figura 8 – Tensões no nó TP para as fases A (vermelho), B (verde) e C (azul).
4) Conclusões
Para a linha de comprimento 200 km com compensação shunt, verifica-se nas
figuras 3, 4 e 5 que o maior valor de tensão ocorreu no nó TP na fase C, esse valor
é dado por 1,113 MV. Ao aumentar o comprimento da linha para 400 km, verifica-
se, nas figuras 6, 7 e 8, que o maior valor de sobretensão ocorre no nó LT2 na fase
C, esse valor é dado por 1,186 MV. Nota-se que com o aumento do comprimento
da linha houve aumento nos valores de sobretensão nos nós LT1 e LT2 em todas
as fases, enquanto que no nó TP há aumento apenas na fase B. De maneira geral
pode-se concluir que o aumento da linha leva a aumento na sobretensão.
Sem compensação shunt, na linha de 200 km, verifica-se, nas figuras 9,10 e 11,
que o maior valor de sobretensão ocorre na fase C no nó TP, com o valor 1,381
MV. Nota-se comparando com a linha com a compensação shunt que os valores
de sobretensão nos nós LT1 e LT2 sofreram aumento em todas as fases, enquanto
no nó TP a fase B foi a única que não sofreu aumento.
Para esses casos verifica-se que com o advento do fenômeno da rejeição de
carga, após a abertura da chave, as tensões sofrem um transitório até chegarem
em regime permanente. A corrente apresenta característica capacitiva, assim
quando ela passa pela indutância série da linha leva a presença de sobretensões
no sistema. As sobretensões transitórias e em regime permanente apresentam
distorções devido a saturação dos elementos não-lineares presentes no sistema,
como os transformadores presentes nessa simulação, por exemplo.
Em relação a compensação shunt da linha, verifica-se que a sua presença leva
a valores de sobretensão menores do que sem a sua presença. Isso ocorre porque
a presença da compensação shunt faz a característica capacitiva da corrente
diminuir.
Nas figuras 12, 13 e 14, verifica-se que com a inserção do para-raio o maior valor
de sobretensão ocorre no nó TP na fase A, esse valor é dado por 1,287 MV. As
amplitudes de tensão no nó LT2 para todas as fases diminuem em comparação
com a linha de 200 km com shunt, o que mostra que a inserção do para-raio pode
levar a diminuição das sobretensões no nó em que foi inserido.
Assim, pode-se concluir que a inserção de elementos como a compensação
shunt e o para-raios contribuem com a diminuição das sobretensões presentes
devido a rejeição de carga. O para-raio é severamente solicitado quando esse
fenômeno ocorre, pois ele impede que ocorram danos nos equipamentos
presentes no sistema.
1) Objetivo
Realizar o estudo do uso do resistor de pré-inserção a partir de vários métodos
de controle de sobretensão.
2) Desenvolvimento
Simulou-se, no ATPDraw, o circuito apresentado na figura 15.
O circuito não foi simulado inteiro de uma só vez, primeiro simulou-se o circuito
sem os resistores de pré-inserção e a chave (elementos entre os nós MLG50 e
CH1, CH1 e CH11 e entre CH11 e CH2), a compensação shunt da linha de
transmissão a ser energizada (entre CH2 e LT) e os para-raios. Assim a tensão no
nó LT foi obtida.
Logo após adicionou-se a compensação shunt da linha a ser energizada e mais
uma vez verificou-se a tensão em LT. Assim sucedeu-se à inserção dos resistores
de pré-inserção e sua chave, logo obteve-se a tensão em LT. Mudou-se depois o
valor de fechamento da chave entre os nós MLG50 e CH2 e obteve-se a tensão
em LT.
Por último adicionou-se o para-raios para mais uma vez se obter a tensão em
LT. Após essa medição alterou-se os valores da característica não-linear do para-
raios e sucedeu-se a medição da tensão em LT.
Após todas as medidas comparou-se os resultados obtidos.
3) Resultados
Para o circuito simulado sem a compensação shunt, a chave e os resistores de
pré-inserção e o para-raios tem-se as tensões nas fases A, B e C vistas no nó LT
apresentadas na figura 16.
As sobretensões têm como maior valor 479,18 kV, -477,99 kV e 477,87 kV para
as fases A, B e C, respectivamente.
A figura 19 apresenta as tensões obtidas no nó LT após a mudança no tempo de
fechamento da chave entre os nós MGL50 e CH2. O valor antigo era 0,02 s,
enquanto o novo é dado por 0,012 s.
Os maiores valores de sobretensão para essa situação são 662,97 kV, 454,48
kV e -697,53 kV, para as fases A, B e C, respectivamente.
A figura 20 apresenta as tensões de fase no nó LT quando ocorre a inserção do
para-raios.
Figura 20 – Tensões nas fases A (vermelho), B (verde) e C (azul).
4) Conclusões
Na figura 16, observa-se que o não uso dos equipamentos de proteção leva a
sobretensões de valor bastante elevado quando ocorre a energização da linha de
transmissão, assim como uma deformação grande nas tensões de fase. Após a
inserção da compensação shunt observa-se, na figura 17, certa redução nos
valores de sobretensão, porém a deformação ainda é elevada. Com a adição dos
resistores de pré-inserção verifica-se, na figura 18, uma boa redução nos valores
de sobretensão em relação aos casos anteriores, assim como uma diminuição nas
distorções das tensões.
Na figura 19 verifica-se que com a mudança do tempo de fechamento da chave
entre os nós MLG50 e CH2 de 0,02 s para 0,012 s há a presença de sobretensões
elevadas e grande distorção mesmo com a presença dos resistores de pré-
inserção. Tal fato ocorre porque o resistor de pré-inserção deve ser curto-circuitado
em um tempo maior do que duas vezes o tempo de trânsito da linha, o que mantém
a tensão da linha em uma faixa aceitável, como o tempo foi inferior verifica-se que
a tensão se torna elevada em um nível igual ao caso em que a linha não possui
resistores de pré-inserção.
Com a inserção do para-raios (para o tempo de fechamento da chave entre os
nós MLG50 e CH2 com valor 0,02 s) tem-se a situação apresentada na figura 20,
em que se verifica mais diminuição nos valores de sobretensão e maior
uniformidade nas tensões de fase. Com a mudança nas característica não-linear
do para-raios observa-se, na figura 21, uma pequena elevação nos valores de
sobretensão.
Como pode-se observar do comportamento das tensões nas figuras anteriores
os resistores de pré-inserção provocam a atenuação das sobretensões durante a
energização das linhas. Seu uso aliado ao uso de outros equipamentos de
proteção, como os compensadores shunts e o para-raios garante mais diminuição
das sobretensões e o bom funcionamento do sistema.
1) Objetivo
Realizar o estudo da tensão transitória de restabelecimento que ocorre nos
contatos de disjuntores quando manobrados sob curto-circuito.
2) Desenvolvimento
Simulou-se, no ATPDraw, o circuito apresentado na figura 22.
3) Resultados
A figura 26 apresenta as tensões de fase na chave trifásica quando ocorre o
curto-circuito trifásico para as três fases conectadas a uma resistência de 0,001 Ω
no nó CURTO.
Figura 26 - Tensões nas fases A (vermelho), B (verde) e C (azul).
4) Conclusões
Observa-se, nas figuras 26 e 29, a situação para o curto-circuito trifásico para os
valores de resistência 0,001 Ω e 100 Ω. Verifica-se que para o maior valor de
resistência há diminuição na TRT em cerca de 9,5%. Nas figuras 27 e 30 verifica-
se, para o curto-circuito monofásico na fase A, que para o maior valor de
resistência há diminuição na TRT em cerca de 10,7%. Para o curto-circuito bifásico
com a terra nas fases B e C, nas figuras 28 e 31, verifica-se, que para o maior valor
de resistência há diminuição na TRT em cerca de 10,4%. Assim, verifica-se que
quanto maior for o valor de resistência há a tendência de diminuição da TRT.