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Caro aluno,
- Bombeamento;
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Diante destas premissas, concluímos que a energia a ser fornecida a um fluido para seu
transporte dependerá principalmente:
Para que as bombas sejam capazes de transferir esta energia, elas têm seu desempenho
avaliado em função de quatro características, que são:
Como as pressões (Hm), as potências (P) e as eficiências (η) são variáveis com as vazões
das bombas (Q), são construídos três tipos principais de curvas que são utilizadas na avaliação e
seleção destas máquinas são:
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As curvas listadas são conhecidas como curvas características da bomba. Elas retratam o
comportamento de uma bomba de acordo com as grandezas que caracterizam seu
funcionamento.O perfil típico das curvas para as bombas centrífugas de polpa são apresentados
na figura a seguir. É importante ressaltarmos que as curvas apresentadas na figura são obtidas
para valores fixados de rotação (rpm), diâmetro do rotor, e viscosidade do líquido.
As curvas características das bombas que são fornecidas pelos fabricantes apresentam
tanto as curvas de Hm para diferentes rotações como para diferentes eficiências. Um exemplo de
gráficos deste tipo é mostrado na figura a seguir.
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Observamos que para a bomba em questão, as rotações vão de 250 a 550 rpm. A
eficiência varia entre 50% e 82%, sendo este último valor (linha vermelha) a eficiência máxima da
bomba. Outra família de curvas (tracejados azuis) pode ser observada, e se refere ao NPSH R. O
termo NPSH (Net Positive Suction Head) que em português foi traduzido como APLS (Altura
Positiva Líquida de Sucção), se refere à disponibilidade de energia que o fluido tem ao penetrar
na boca de entrada da bomba, e que permitirá a chegada até as pás do rotor. Existem 2 tipos de
NPSH: o disponível e o requerido.
O NPSH disponível (NPSHD) representa a energia, em termos absolutos, existente na
abertura de entrada da bomba, qualquer que seja a bomba, além da energia devida à sua
pressão de vapor. O NPSH disponível é uma característica do sistema e pode ser obtido através
de testes ou calculado pela equação que considera reservatórios abertos:
H atm H vap
NPSH D H s H fs
Em que
Hatm = pressão atmosférica local em que a bomba será instalada (mca);
Hvap = pressão de vapor do líquido à temperatura em que está sendo bombeado (mca);
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NOTA:A unidade de pressão “mca” (metros de coluna de água) é na verdade uma unidade
de carga de pressão usada para indicar pressões, e pode ser obtida pela relação:
1atm = 1,033 kgf/cm2 = 10330 kgf/m2 = 101325 Pa = 760 mmHg = 14,7 psi = 10,33mca
Além das curvas das bombas, é importante analisar também as curvas características das
tubulações. Em uma tubulação o aumento da vazão de polpa acarreta no aumentoda resistência
ao escoamento, ou seja, aumenta a perda de carga. Esta perda de carga é chamada de contínua
ou distribuída. As peças quecompõem a tubulação, tais como curvas, expansões,
estrangulamentos e registros, também acarretam perda de carga de valor expressivo, chamada
de perda de carga singular ou localizada. Conforme visto anteriormente, estas perdas são
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Conforme já visto, é muito comum trabalhar com associações de bombas. Nestes casos,
têm-se também as curvas características para as associações, uma vez que estes arranjos
permitem maiores flexibilidades em termos de vazões e de pressões, resultando em variações de
Hm e Q.
Para as associações em paralelo, onde o objetivo principal é alcançar maiores vazões,
temos para uma mesma Hm maiores vazões. Os perfis das curvas de uma bomba e de duas
bombas associadas em paralelo podemos observar na figura a seguir:
Figura: Curvas características para uma bomba e para duas associadas em paralelo.
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Na associação em série a vazão da associação é limitada pela vazão de uma bomba, mas
as pressões disponibilizadas são maiores, permitindo o alcance de Hm maiores. Na figura está
exemplificada os perfis das curvas para uma bomba e para duas associadas em série:
Figura: Curvas características para uma bomba e para duas associadas em série.
Portanto, ao selecionar uma bomba, devemos avaliar a hipótese de escolha de uma bomba
menor (e mais barata) e associá-las, para alcançarmos os parâmetros de projeto. No entanto,
devemos analisar de forma rigorosa, pois nem sempre será vantajosa a associação.
Em resumo, podemos afirmar que uma bomba é projetada com a premissa de que será
realizado um recalque de determinada vazão, em certa altura manométrica, com o máximo de
rendimento possível.Segundo CARVALHO (1999), “cada bomba tem um certo campo de
aplicação em termos das grandezas que interferem em seu funcionamento, sendo de extrema
utilidade precisar ou delimitar esse campo de uso, dentro de uma faixa de rendimento
considerada econômica”.
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valores percentuais e suas medições são regidas por normas internacionais. Os fatores que
afetam as eficiências são a geometria e diâmetro do rotor e da voluta, velocidade do fluido,
recirculações e folgas entre os componentes.
Para o bombeamento de polpa, devemos ainda considerar uma perda de eficiência
adicional na escolha da bomba. Isto porque os sólidos em suspensão consomem parte da energia
em choques entre as partículas e as paredes das bombas, ocorrem a formação de vórtices e
turbilhamentos e ainda os deslizamentos entre as partículas e o líquido. Desta forma, a
porcentagem de sólidos, a granulometria, a densidade e forma das partículas afetam a eficiência
de uma bomba em comparação com a água limpa.
Em termos práticos, no dimensionamento devemos considerar uma perda de eficiência de
bombeamento da polpa em relação à água. A razão entre estas eficiências conhecida por ER é
dada pela equação:
A razão entre a altura de coluna de polpa e a da coluna de água, obtida na mesma bomba,
em condições idênticas é definida como HR, e é dada por:
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0,89
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Q . H man . p
P
102 . . ER
Em que
Q = vazão da polpa (l/s);
H = altura manométrica (mca);
η = rendimento da bomba (adimensional em fração);
p = densidade da polpa
P = potência (HP).
Para a escolha do motor, devem ser consideradas as perdas na transmissão, de forma que
também possa atender a variações que sempre acontecem na planta, notadamente nos circuitos
de moagem com suas cargas circulantes (GIRODO, 2009).
Assim, o motor que aciona a bomba deverá trabalhar sempre com uma folga ou margem
de segurança a qual evitará que o mesmo venha, por uma razão qualquer, operar com
sobrecarga. Portanto, recomendamos que a potência necessária ao funcionamento da bomba
seja acrescida de uma folga. Um exemplo de especificação é apresentado (para motores
elétricos) (CARVALHO E SILVA, 2006):
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Diâmetro das
tubulações Diferença de pressão
entre reservatórios
Perda de carga nos tubos e
acessórios
Altura manométrica
Figura: Sequência de operações para cálculo e escolha de uma bomba (CARVALHO, 1999).
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𝑑𝑠 (𝑑𝑝 −𝑑𝑎 )
Fp = 𝑑𝑝 (𝑑𝑠−𝑑𝑎 )
- % Sólidos em volume: Fv =?
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𝑄 4. 𝑄 1273 .𝑄
V = 𝐴 = ¶ .𝑑 2 = 𝑑2
Em que
A = área da seção da tubulação em m²
Q = vazão em L/s
d = diâmetro interno do tubo em mm
Logo
1273 .600
V= = 4,77 m/s
400 2
Em que
VD = velocidade de deposição;
FL = fator de granulometria e diluição da polpa;
g = aceleração da gravidade, 9,8m/s2;
D = diâmetro da tubulação em m;
ρs = densidade do sólido;
ρl = densidade do líquido.
Observe que não foram fornecidas informações adicionais sobre a distribuição granulométrica dos
sólidos. Portanto, será considerado como material não uniforme, como efeito de segurança.
Pela figura a seguir, obtém-se o FL, ou seja: com Fv = 27% e d50= 0,15 mm, chega-se a FL = 1,02.
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(2,65−1)
𝑉𝑑 = 1,02 . 2 . 9,8 . 0,4 . 𝑉𝑑 = 3,67𝑚/𝑠
1
Como V > VL, os sólidos estarão em suspensão (±30% acima), o tubo de 400mm é satisfatório.
3. O próximo passo é calcular a perda de carga (Hf) na tubulação de 400mm.
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L v2
Hf f
D 2g
Em que:
Hfouhf = perda de carga (m);
f = coeficiente de atrito que depende basicamente do tipo de regime de escoamento;
L = comprimento da tubulação (m);
v = velocidade média (m/s);
D = diâmetro do tubo (m);
g = aceleração da gravidade: 9,8 m/s²;
Com d = 400mm (ou D) , V = 4,77 m/s,tubo de aço comercial (e = 4x10 -5m),determina-se o fator
de atrito de Darcy.
Para tanto, devemos primeiramente calcular a rugosidade relativa: e/D = 4x10 -5/0,4 = 0,0001 =
1x10-4.
Devemos também calcular o número de Reynolds:
Em que:
D = diâmetro da tubulação;
V = velocidade de transporte;
ᵥ = viscosidade cinemática do fluido.
4,77 .0,4
Re = = 1,9x106
10 −6
700 4,77 2
Hf = 0,013 . .
0,4 2 .9,8
Hf = 26,41m
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As principais vantagens dos minerodutos em relação aos outros meios de transporte são:
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Figura: Componentes típicos de um mineroduto.Fonte: BRASS Engineering (2008) apud GOMES (2012).
Observa-se na figura que as bombas centrífugas podem ser utilizadas em paralelo, para
promover as vazões necessárias e em seguida são utilizadas as bombas de deslocamento
positivo, também em paralelo e que promoverão as pressões necessárias ao transporte da polpa.
Os sistemas de instrumentação e controle utilizados têm como objetivo o monitoramento
da linha (pressões, temperatura, densidade da polpa e velocidades) e acionamento remoto das
válvulas de controle. A instrumentação da linha inclui medidores de densidade, medidores
magnéticos de vazão, manômetros, etc. Já nos terminais a instrumentação é composta por
medidores de velocidades das bombas, medidores de temperaturas dos mancais, integradores de
vazão etc. Os dados das medições são enviados para o painel central de controle daoperação.
Tabela: Condições típicas para bombeamento de algumas polpas minerais (GIRODO, 2009)
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transportes também com menores velocidades, uma vez que a velocidade crítica de deposição
será pequena.
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O perfil hidráulico da linha do mineroduto é uma ferramenta básica do projeto, pois através
das informações nele contidas podem-se tirar conclusões das futuras condiçõesoperacionais.
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A partir da de um perfil como o da figura, a diferença de altura entre uma linha de gradiente
de operação (mínimo,nominal e máximo) e a cota de terreno permite calcular a altura de pressão
que se exercesobre a tubulação num dado ponto (H1, H2 e H3), em (mcp), respectivamente. Com
base nestes resultados, podemos decidir uma série de parâmetros, tais como a escolha correta
da espessura e da sobre espessuras das paredes da tubulação. A determinação da espessura da
parede da tubulação deve considerar a pressão de operação, calculada a partir da altura, perfil do
terreno, gradiente hidráulico, as sobre-pressões decorrentes de manobras de válvulas e paradas
de bombas, altura estática da parada e o desgaste que a tubulação sofrerá ao longo da vida do
projeto.
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Como muito bem relatado por CHAVES (2006), a grande limitação dos minerodutos se
referem aos desgastes nas paredes das tubulações. As tubulações das linhas de bombeamento
normalmente são de aço, principalmente aço-carbono, ou ferro fundido. Tais tubulações recebem
polpas contendo partículas minerais e sofrem desgaste por interação destas partículas com suas
paredes. O desgaste pode ocorrer por corrosão, abrasão ou os dois mecanismos em conjunto.
Como as polpas minerais são fartas em íons, a corrosão é favorecida. Além disso, deve-se
considerar o efeito combinado da corrosão e da abrasão, sendo o último um acelerador do
primeiro. Isto porque o produto da corrosão é uma superfície oxidada, com sua resistência
mecânica diminuída pelo processo. Esta superfície agora “fragilizada” pode ser facilmente
desgastada pela ação das partículas em movimento, ou seja, pela abrasão.
As alternativas principais para controle destes processos são a pintura das paredes das
tubulações e o revestimento dos tubos com papéis especiais, sendo estas providências
responsáveis pelo isolamento do metal como o ambiente. Ressalta-se também que todas estas
considerações devem ser feitas durante o projeto do mineroduto, como também o monitoramento
destes efeitos (manutenção) ao longo de toda vida do mineroduto.
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O que aprendemos?
Retorne à sala virtual do curso, participe do Fórum de Interação e realize também a tarefa
proposta.
Bons estudos!
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