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Martinho Lutero, Introdução ao Comentário
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1. Destinatários—Conclusão
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Data e lugar de composição – Incertos
1. Depois da 1ª. viagem
2. Antes do fim da 3ª. viagem—não se refere às
prisões
3. De onde escreveu?
4. Implicações pelas relações com Paulo:
a. Fundador de Igrejas na Província da Galácia
b. Não sabemos a relação com igrejas na região
5. Ponto: gente conhecida ou desconhecida?
Autoridade? Respeito?
6. Implicações pela data em que escreveu a carta:
a. Se província: cedo no ministério de Paulo
b. Se região: a mais precoce durante sua segunda
viagem 8
As igrejas na Província da Galácia
1. Gentios, mas alguns judeus e prosélitos
fiéis: Atos 13:43, 48; 14:1, 11
2. Gente que ensina um evangelho diferente,
1:9
3. Contra Paulo
4. Contra o Concílio em Jerusalém (Atos 15)
a. Decisão: gentios não eram obrigados
às exigências da lei, 15:19-21
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Ocasião: Problemas nas igrejas
As pessoas estavam a ponto de sair da fé autêntica, 1.6
e
A relação entre Paulo e as igrejas estava ameaçada, 4.12
A Causa:
Uma ação de Pedro
Mas
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Quem eram os adversários de Paulo?
1. Judaizantes propriamente ditos: circuncisão
como condição prévia indispensável para a
salvação
2. Judaizantes mitigados:
a. Conservavam respeito profundo pela Lei de
Moisés e consideravam a circuncisão normal
para todo homem saído de seu meio;
b. Mas estavam prontos a admitir que esse rito
não fosse imposto aos pagãos, o que implica
que não era necessário à salvação
3. Essa era a posição de Tiago, irmão do Senhor
(Atos 15) 13
Características
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Propósitos da Carta
1. Convencer aos destinatários da supremacia da
fé
2. Uma reafirmação da parte deles
3. A carta reitera somente um argumento
4. Definir finalmente a posição dos gentios entre o
povo de Deus
5. (Parecido com o propósito de Romanos)
6. Reafirmar a autoridade de Paulo e a decisão do
Concílio em Jerusalém
7. Dar animo para as pessoas viverem uma vida de
fé ...
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Esboço Básico
1. Primeiras Palavras 1:1-5
2. Saudação 1:1-2
3. Bênção 1:3-5
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Esboço Básico
O autêntico Evangelho
Autoridade
Confiável
Conteúdo Conteúdo Últimas
Paulo:
Teológico: Ético: Palavras
Mestre
A Fé e a Lei A Fé e a Vida
autoritário
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O autêntico Evangelho, 1:6-6:10
1. Etapas na argumentação em Gálatas
a. Identifica o problema, 1:6
a. Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para
outro evangelho,
b. Estabelece sua autoridade para contestar, 1:10-2:14
c. Em poucas palavras explica a solução, 2:15-16
a. “Nós somos judeus por natureza e não pecadores
dentre os gentios. Sabendo que o homem não é
justificado pelas obras da lei, mas pela fé em
Jesus Cristo [...]”
d. Amplia a solução, 2:17-5:13
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Autoridade Confiável, 1:6-2:14
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Censura aos falsos mestres, 1:7-9
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Paulo-Mestre Confiável, 1:10-2:14
1. Declara o erro de Pedro, 2:11-14
2. Mas, quando vi que não andavam bem e
direitamente conforme a verdade do evangelho,
disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo
judeu, vives como os gentios e não como judeu,
por que obrigas os gentios a viverem como
judeus? (v. 14)
3. Da parte de Tiago?
4. Pelo que julgo que não se deve perturbar
aqueles, dentre os gentios, que se convertem a
Deus (Atos 15:19)
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Conteúdo Teológico: A Fé e a Lei
2:15-5:12
2:15 3.1 3.6 3.19 3.26 4:8 4:21 5:2 5:7 5:12
Fé e Amor
Propósito da lei
Insensatez Preocupações
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Cartas Paulinas: Gálatas
A Carta da Libertade: A Lei e a Fé
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Articulação estrutural da carta
1:1-5 Endereço com doxologia conclusiva
Designa-se como apóstolo, um status que não
provém de seres humanos, mas de Cristo (1:1) e de Deus
(1:15)
1:6-10 Não aparece canto de louvor
Paulo entra diretamente no assunto
Caso: não existe nenhum outro evangelho
além daquele proclamado por Paulo
Repreensão (v. 6) “Espanta-me que tão
depressa” reforçada por anátemas (v.8 e 9)
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Articulação estrutural da carta
1:11-2:21 Trecho autobiográfico em ritmo narrativo
Uso constante da primeira pessoa:
1:11-2:14 “eu”
2:15-17 “nós”
2:18-21 “eu”
1:11-12 Tese principal – o evangelho que
Paulo proclama veio por meio de revelação divina e não
de seres humanos
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Articulação estrutural da carta
1:11-2:21 Trecho autobiográfico em ritmo narrativo
Presença de diversos personagens:
1:13-14 Seus coetâneos
1:17 Apóstolos de Jerusalém
1:18; 2:8 Cefas, Pedro (2:9, 11, 14)
1:19; 2:9 Tiago
1:22-24 Igrejas da Judéia
2:1, 9, 13 Barnabé
2:1, 3 Tito
2:26 Notáveis de Jerusalém
2:4-5 Falsos irmãos
2:9 João
2:12 os da parte de Tiago
2:14 irmãos de Antioquia 27
Articulação estrutural da carta
1:11-2:21 Trecho autobiográfico em ritmo narrativo
2:15-21 Caráter doutrinal
Encerra a presente seção narrativa. Abre a
seguinte, de timbre expositivo e argumentativo-doutrinal
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Articulação estrutural da carta
3:1-5:12 Seis argumentos tirados da experiência e da
Escritura.
3:6-14 Segundo: Prova escriturística centrada
em Abraão e na lei do Sinai
Testemunhos do Antigo Testamento
3:6 Como Abraão ...
3:8 A Escritura ...
3:10 e 13 Porque está escrito ...
3:15-25 Terceiro: Um testamento que foi
ratificado não pode ser anulado por uma tradição
posterior
3:16 A Escritura ...
3:22 Mas a Escritura ...
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Articulação estrutural da carta
3:1-5:12 Seis argumentos tirados da experiência e da
Escritura.
3:26-4:11 Quarto: Quem era escravo dos
espíritos elementares do universo, experimentou, pela
redenção do Filho de Deus e por adoção divina a liberdade
dos “filhos” (=crianças) de Deus; por que deseja agora
tornar-se novamente escravos, desta vez das exigências da
Lei?
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Articulação estrutural da carta
3:1-5:12 Seis argumentos tirados da experiência e da
Escritura.
Quarto:
4:1-11 Retomada conclusiva da
argumentação precedente, e uma aplicação exortativa aos
gálatas. Centrada nos temas da filiação divina e da
liberdade
4:3-4 Insistência sobre a dupla fase histórico-
salvífica e existencial “Desde crianças éramos escravos ...
Mas vindo a plenitude dos tempos”
4:8-9 Outrora ... Não conhecendo a Deus ...
Mas agora que vocês conheceram a Deus ...
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Articulação estrutural da carta
3:1-5:12 Seis argumentos tirados da experiência e da
Escritura.
4:12-20 Quinto: Parênese evocativa do
encontro que Paulo teve com os gálatas.
4:15-19 Como é possível que o amigo,
pelo qual os gálatas estavam dispostos até a arrancar os
próprios olhos, tenha se tornado agora um inimigo? Os
filhos estão para abandonar o pai, ou melhor, aquele que
os gerou para a fé sofrendo como uma mulher sofre as
dores do parto
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Articulação estrutural da carta
3:1-5:12 Seis argumentos tirados da experiência e da
Escritura.
4:21-31 Sexto: Segunda fase de
demonstração escriturística
5:1-12 Retomada conclusiva do tema da
liberdade
5:6 Paulo não considera a circuncisão algo
mau, mas algo que não tem o poder de realizar a
justificação dos gentios
5:12 convém a um apóstolo desejar a
amputação do órgão genital masculino?
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Articulação estrutural da carta
5:13-6:10 Parênese: uma série de exortações
Paulo pretende excluir possíveis mal-
entendidos em torno do seu evangelho da liberdade
A liberdade não pode ser tomada como
pretexto, como legitimação de uma vida egoísta,
dominada pela “Carne
5:13 Que a liberdade não se transforme em
pretexto para a carne
5:15 Tomem cuidado
5:19-21 obras da carne (força egocêntrica
que fecha o ser humano em si mesmo)
5:22-23 Fruto do espírito produzido na
vida do fiel pela presença eficaz do Espírito
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Articulação estrutural da carta
5:13-6:10 Parênese: uma série de exortações
5:21b; 6:7-9 tema escatológico do juízo final
6:2 Os pregadores podem falar da “lei de
Cristo”
Não a Lei do Sinai
Obrigação de carregar o fardo uns dos
outros
6:11-18 Autógrafo de Paulo
6:18 Resumo do tema escrito com a
costumeira bênção
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1. Contrapõe a Lei (32 vezes) à liberdade (11 vezes,
com sinônimos)
2. Um dos atrativos da mensagem dos pregadores
pode ter sido as claras diretrizes éticas contidas na
Lei:
a. Liberdade é atraente, mas precisa de definição.
Liberdade do pecado, liberdade perante a Lei,
liberdade da obrigação e do controle, liberdade
para o amor e para o serviço
3. A liberdade pode abrir a porta à licenciosidade,
como parece ter ocorrido na Galácia
4. Paulo contra-ataca criticando o mal-entendido em
relação à liberdade (5:13)
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1. Justificação: Existência vivida em relação com
Deus no âmbito da Aliança. Isso só acontece
quando se aceita a intervenção salvadora de
Deus em Jesus Cristo, sem pensar em se tornar
justo perante Deus com seus próprios esforços
2. Fé: reconhecer a Cristo como salvador e Senhor
(2:21) na certeza de que Deus, por meio dele,
justifica e salva (2:16)
a. Voltar para o judaísmo, colocando a
confiança em seus mandamentos e
preceitos, é um absurdo.
b. A eficácia salvadora da fé manifesta-se já a
partir de Abraão (3:56-9) 37
1. Lei: Trata-se da legislação mosaica. Instituição
provisória acrescentada em vista das transgressões
humanas (3:19) “até que viesse ...”
a. Não tem valor salvífico, não proporciona a vida
(3:21)
b. A Lei torna-se o simples “pedagogo” até a vinda de
Cristo (3:24)
2. Liberdade: Recusando-se a circuncisão e as outras
práticas da Lei, o cristão se coloca num regime de
liberdade
a. Isso significa reconhecer que os bens espirituais
que Cristo proporciona são totalmente gratuitos
b. Cuidar para que a liberdade não se transforme em
egoísmo (5:13-15)
c. Colocar-se a serviço dos irmãos (5:14; 5:22) 38
1. Sintetizando:
a. A justificação é exclusivo dom de Deus
b. Deve ser acolhido na fé
c. Vivido na liberdade do Espírito
d. O primeiro passo para alcançar a
justificação não é fruto do esforço
humano
e. Não depende da observância da lei
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1. Atualizando:
a. A primazia de Deus em nossa salvação
b. O início de toda justificação consiste na aceitação
do que Deus operou em Cristo para o ser humano,
não nas ações sempre imperfeitas por meio das
quais o homem procura sua salvação
c. A salvação não pode ser adquirida pelo homem
d. A fé é a humilde resposta ao apelo de Deus, não a
autoafirmação orgulhosa da própria atuação
humana
e. A vida cristã é vida de liberdade no Espírito Santo
f. Há continuidade profunda entre o Antigo e o Novo
Testamento em relação ao plano de salvação de
Deus que se realiza pela fé
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