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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

REAPROVEITAMENTO DA BORRA DE
CAFÉ COMO MEDIDA DE
MINIMIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE
RESÍDUOS
Mariana Szente Cabral (UFSCar)
mari_cabral18@hotmail.com
virginia aparecida da silva moris (UFSCar)
vimoris@ufscar.br

Os objetivos do trabalho foram organizar e implementar uma coleta


seletiva da borra de café dentro da Universidade Federal de São
Carlos - Campus Sorocaba; avaliar as condições de pré-tratamento
para o armazenamento da borra de café; caractterizar o material;
realizar a extração do óleo da borra de café em diferentes condições
experimentais e avaliar possibilidades de aplicação da borra de café
em futuros projetos. Os resultados obtidos definiram as seguintes
variáveis como condições ótimas de extração: proporção borra de
café:álcool (1:6), tempo de repouso (1 hora) e de extração (4 horas),
temperatura de operação (65°C). Essas variáveis otimizadas serão de
extrema importância para o andamento de trabalhos futuros, onde
pretende-se realizar o estudo da aplicação do óleo obtido em biodiesel
e também utilizar a borra de café como um agente de reforço em filmes
poliméricos com o foco em produção mais limpa e desenvolvimento de
novos produtos.

Palavras-chaves: resíduos, borra de café, biodisel


1. Introdução
Atualmente, a indústria atingiu patamares mais elevados da produção em toda sua história. O
acelerado avanço tecnológico associado a um intenso processo de urbanização implica em
problemas ambientais, tais como a exploração predatória de recursos naturais e a falta de
medidas de controle no lançamento de resíduos proveniente da produção, embalagens do
próprio produto e o descarte do mesmo.
Com o aumento da produção industrial, veio a necessidade de conservação da natureza e com
ela, o aumento do consumo de energia. Aliado a este raciocínio, há uma grande preocupação
em alternativas para substituição de fontes de energia não renováveis por fontes renováveis.
Dentre as alternativas de fonte de energia renovável, podemos citar óleos vegetais; gordura
animal; alguns resíduos agrícolas, resíduos agroindustriais como o bagaço da cana e a borra
de café. O resíduo sólido obtido inicialmente dentro da Universidade, borra de café, é o foco
do presente trabalho, a partir do qual serão avaliadas as condições de armazenamento;
extração do óleo e as possibilidades de diversas aplicações em trabalhos futuros com o foco
em produção mais limpa e desenvolvimento de novos produtos.

2. Revisão Bibliográfica
Antes da primeira guerra, a geração de resíduos não era considerada impactante e havia
grande resistência para a implantação de uma legislação de controle ambiental. Eram comuns
práticas hoje consideradas inadequadas, como disposição de resíduos no solo ou lançamento
em corpos d’água, etc. Após a segunda guerra, houve intenso crescimento populacional e
grande expansão da indústria e conseqüente aumento da geração de resíduos.
Alternativas de disposições e tratamentos mais baratas e tradicionais, como aterros sanitários,
disposição em lagoas e injeção em poços profundos estão sendo substituídas em grande parte,
pela minimização de resíduos na fonte de geração, reutilização do resíduo, tratamento físico-
químico e biológico, incineração, métodos de solidificação e estabilização química, dentre
outros.
Desta forma, há a substituição dessas tecnologias pelas chamadas “tecnologias limpas”, e o
reaproveitamento de resíduos agregam um valor econômico para os produtos, sub-produtos e
resíduos dos processos produtivos, diminuindo os impactos ao meio ambiente, estimulando a não-
geração de resíduos, a reciclagem de matérias-primas e/ou subprodutos e evitando a geração de
passivos ambientais.
Convém observar que as modificações tecnológicas caracterizam-se como uma solução a
longo prazo, envolvendo estudos e pesquisas prolongadas bem como investimentos
consideráveis. Não se deve, no entanto, deixar de buscar alcançar, dentro das possibilidades
técnicas e econômicas, a produção com geração de quantidade zero de resíduos.
Outra alternativa face a minimização de resíduos é a reciclagem, através do reuso ou
recuperação de resíduos ou de seus constituintes que apresentem algum valor econômico. É
uma das formas mais atraentes de solução dos problemas de gerenciamento de resíduos, tanto
do ponto de vista empresarial como dos órgãos estaduais de proteção do meio ambiente.
A busca por fontes renováveis e menos ofensivas ao meio ambiente aliado a implementação
das tecnologias chamadas de “produção mais limpa” incentivaram as pesquisas de produção
de biodiesel a partir de um resíduo industrial, a borra de café. Cientistas da Universidade de

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Nevada, nos Estados Unidos, comprovaram que a borra do café é tão eficiente quanto a soja
para produzir biocombustível. A borra contém aproximadamente de 11% a 20% de óleo, que
poderia ser convertido em biodiesel.

As indústrias de café solúvel geram aproximadamente 34 toneladas de borra de café por dia, o
que representa um potencial para a produção diária de aproximadamente 1,5 toneladas do óleo
do café (Adans & Dougan (1985)).
De acordo com a ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), o Brasil foi o maior
produtor mundial de café em 2007, com uma produção de 33,4 milhões de sacas, foi também
o maior exportador do mundo, com 28,1 milhões de sacas embarcadas em 2007. O Brasil
também é o segundo maior consumidor de café, com a marca de 17 milhões de sacas em
2007, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Viotto (1991) descreveu o processo produtivo do café solúvel com as seguintes etapas:
limpeza dos grãos de café, livrando-os de impurezas como pedra, palha e pó. Depois deste
pré-tratamento, há a torrefação dos grãos do café além da determinação da cor do café; os
grãos têm a umidade equalizada e seguem para a Moagem. Na moagem, os grãos são
quebrados em partículas menores a fim de aumentar a superfície de contato para aumentar o
rendimento da extração. Na bateria de extração, é utilizada a água a uma temperatura de
aproximadamente 180°C, a qual extrai do pó substâncias que se dissolvem em água e que
conferem o aroma e o sabor característicos da bebida. Em seguida, é feita a secagem: por um
processo térmico especial, a água é retirada do extrato líquido, tendo-se como resultado um pó
que conserva o sabor e o aroma do café. Após esta etapa, o extrato segue para a clarificação
em centrífuga continua, depois por um processo de concentração e secagem (por Spray
Drying ou Freeze Drying) para a obtenção do pó solúvel. A borra é um resíduo sólido obtido
após a etapa de extração. Em alguns processos industriais, a borra é prensada para reduzir a
umidade e posteriormente pode ser seca ou não, para finalmente ser usada como fonte de
energia em caldeiras adaptadas.
No processo industrial para obtenção do café solúvel gera-se uma quantidade considerável de
borra (para cada tonelada de café verde obtém-se aproximadamente 480 kg de borra), que é
considerado como resíduo sólido e usualmente utilizada para gerar energia nas caldeiras
“ecológicas”. Enquanto o café solúvel possui 0,1% de lipídios a borra possui cerca de 20% de
óleo (Adans & Dougan (1985)).
Entre as possíveis aplicações do café, podemos citar o uso como ração animal, em que a
composição de aminoácidos afeta diretamente o seu valor nutricional. Entretanto, a borra é
pobre em aminoácidos essenciais, a qual deve ser complementa com outro tipos de ração.
(Viotto (1991)).
A borra também pode ser utilizada como adubo nas plantações, sendo diretamente jogada ao
solo, úmida ou seca. A composição orgânica e a composição mineral da borra afetam a sua
eficiência como adubo, como vantagem, podemos citar a alta porcentagem de matéria
orgânica e a elevada quantidade de potássio (Viotto (1991). Porém, a baixa quantidade de
nitrogênio e sua acidez, aproximadamente pH de 4,2 (Silva et al. (1997)) são um
inconveniente para o uso para este fim.
Na indústria alimentícia, a borra pode ser utilizada na fabricação de biscoitos devido a sua
elevada quantidade de fibras alimentares.

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Ainda, podemos usar a borra como fonte de energia na própria indústria de café solúvel, como
já utilizado em indústrias sucroalcooleiras, que aproveitam o bagaço da cana para a co-
geração de energia. Nas indústrias de café solúvel, é necessário realizar adaptações nas
caldeiras, para que haja combustão de forma eficiente e sem gerar materiais poluentes (Viotto
(1991)). Para ser utilizada nas caldeiras, a borra tem que passar por um processo de secagem,
o qual pode ser realizado por secadores do tipo rotativo, leito fluidizado ou pneumático,
incluindo uma etapa de eliminação prévia de água, por prensagem ou peneiras vibratórias.
Esta secagem é necessária, pois a borra úmida gera uma grande quantidade de vapor, o que
implica em maiores custos operacionais (necessidade de complemento de combustível) e
maior tamanho da câmara, devido ao volume de vapor d’água, ou seja, a umidade reduz o
poder calorífico da borra. (Viotto (1991))
A extração de óleos vegetais com uso de solventes é um processo físico de extração sólido-
líquido onde ocorre à transferência de soluto (óleo) da matriz sólida para o solvente. Os
solventes apolares são os que têm maior afinidade com a fração lipídica. Os solventes
convencionais mais utilizados são o éter de petróleo e hexano; os alternativos são o etanol
(menos tóxico ao meio ambiente e ao homem e ainda a vantagem do processo a partir da cana
de açucar), isopropanol, acetona, mistura de clorofórmio e metanol, mistura de hexano e
isopropanol, etc.
Adans & Dougan (1985) citam valores de 10 a 12% de proteína, 22 a 27% de lipídios e de 35
a 44 de fibra para a borra de café integral, enquanto Ravindranath et al. (1972), analisando
borras resultantes da extração de café solúvel a partir de variedade robusta e arábica,
encontraram teores de proteína, óleo e fibra de 14 a 14,8%, 7,9 a 14% e de 19,7 a 22,1%,
respectivamente. O teor de óleo encontrado na amostra final (Ravindranath et al. (1972)) ,
após a extração do óleo da borra de café com éter de petróleo foi na faixa de 8 a 17%.
O processo de extração do óleo da borra foi estudado por Freitas et al. (2000) utilizando como
solvente o éter de petróleo e o etanol comercial (99,2%). Os resultados obtidos no trabalho
foram: rendimento de aproximadamente de 25,6% utilizando éter de petróleo como solvente e
30 a 65% utilizando etanol, ressaltando que a borra utilizada nos ensaios era pré-tratada em
moinho de facas piloto ou moída e extrusada.
Estes fatores atrelados ao conceito de sustentabilidade nas indústrias, redução, reuso,
reciclagem e a minimização dos resíduos gerados e dos recursos empregados, são os fatores
motivadores deste trabalho.

3. Materiais e Métodos
3.1 - Coleta Seletiva
Para realização do trabalho, foi necessário implementar e organizar uma coleta seletiva na
Universidade por meio de cartazes e divulgação, em três locais diferentes: prédio
administrativo, prédio dos docentes e prédio técnico administrativo. Na copa de cada área, foi
colocado um recipiente identificado para este tipo de resíduo, juntamente com cartaz de
divulgação. O material utilizado para os ensaios foi coletado do prédio administrativo, onde
diariamente era coletado aproximadamente 2,5 kg de borra de café diariamente.

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3.2 - Pré-tratamento e caracterização da borra
A borra foi coletada diariamente e em seguida era submetida a um pré-tratamento para
posterior armazenamento da amostra:
- Inicialmente, pesava-se uma determinada quantidade de amostra em uma balança;
- A amostra era colocada em uma bandeja na estufa com circulação de ar da marca Solab
Científicia, modelo SL 943 e número de série 0022, por um período de 48h a uma temperatura
constante de aproximadamente 80°C.
- Após 24h, retirava-se a bandeja para uma rápida homogeneização da amostra com o auxílio
de uma espátula, e os aglomerados eram então quebrados. A necessidade da quebra dos
aglomerados que se formavam ao longo da secagem na estufa foi observado visualmente e o
procedimento foi padronizado.
- A borra, já seca apresentando umidade de aproximadamente 2%, era embalada sob vácuo
em sacos plásticos e armazenada em local seco e fresco para evitar a ploriferação de fungos, e
posteriormente usada nos demais procedimentos experimentais para a obtenção do óleo.

3.3 - Determinação da umidade


Para a determinação da umidade, foram utilizados dois métodos. O primeiro método foi
realizado seguindo as seguintes etapas: uma determinada quantidade de massa da borra úmida
era pesada em uma balança analítica e colocada em estufa. A cada 24h, era anotado sua massa
até que apresentasse massa constante.
Para calcular a umidade na base úmida, foi utilizada a seguinte equação:

O outro método foi utilizado um equipamento da marca Marconi, modelo ID versão 1.8 que
apresenta o mesmo princípio do método citado anteriormente.
Introduz-se uma determinada quantidade de amostra dentro do equipamento, e ajusta-se
alguns parâmetros, como a temperatura (80°C) e a escolha dos resultados da umidade final em
base seca ou úmida, no caso utilizou-se na base úmida. Desta forma, ocorre o aquecimento
rápido da amostra, até que a massa permaneça constante, ou seja, até o ponto em que a
amostra perde água, sem deteriorar sua estrutura.

3.4 - Ensaios realizados


Os ensaios foram realizados variando a relação entre soluto e solvente (borra/álcool), tempo
de repouso e de extração e temperatura de operação, baseado nos ensaios preliminares. O
álcool utilizado nos ensaios foi o etanol comercial (85%). A escolha do etanol para o processo
de extração do óleo da borra de café deve-se principalmente ao fato do Brasil ter amplo
conhecimento da tecnologia para a produção do etanol utilizando como matéria prima a cana
de açúcar em larga escala, e o solvente, além de ser proveniente de fonte renovável e não
tóxico, independe do mercado internacional do petróleo (Carvalho,2001). Em trabalhos
futuros pretende-se utilizar o etanol proveniente da cana de açúcar.
Para cada variável analisada foram realizadas pelo menos duas repetições em cada ensaio.

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De uma forma geral, a obtenção do óleo da borra de café segue as seguintes etapas: uma
determinada quantidade de borra de café foi colocada em cada um dos dois balões de fundo
chato juntamente com o etanol comercial 85% ( as proporções foram variadas em 1:3 e 1:6); o
tempo de repouso da mistura foi variado em 1 ou 2h (mistura heterogênea: borra café+álcool)
; o extrator do tipo Soxhlet foi utilizado e fixado a temperatura desejada em um determinado
intervalo de tempo de extração (a temperatura foi acompanhada com um termômetro digital
ao longo do experimento); a mistura de torta (borra/álcool) e fase líquida (óleo/ álcool) é
então separada em um funil de Büchner sob vácuo, onde a torta é pesada em uma balança
analítica, para controle da massa e a fase líquida segue para o evaporador rotativo a uma
temperatura do banho-maria fixa em 65ºC; após aproximadamente uma hora e meia, o álcool
é recuperado no balão de fundo redondo e o óleo é retido no balão em forma de gota e ambos
seguem para a proveta para a quantificação do rendimento do processo.
A faixa de temperatura utilizada foi entre 35°C e 75ºC, com incrementos de 10ºC para cada
ensaio. Valores superiores à 75°C não foram utilizados, uma vez que a temperatura de
ebulição do etanol é 78°C na pressão atmosférica.

3.6 Análise e discussão dos resultados


Os resultados foram cuidadosamente coletados e anotados, e com os valores da massa da torta
(coletados no passo 5), quantidade do álcool recuperado e do óleo obtido (passo 13), foi
possível obter o rendimento do processo de extração.
A umidade inicial da borra de café coletada no Campus foi de aproximadamente 60,5% em
base seca. Por esse motivo a borra foi seca em estufa e acondicionada em sacos plásticos para
os ensaios de extração.
A primeira bateria de ensaios consistiu em determinar a proporção borra de café: álcool que
fornecesse maior rendimento para extração. Foram utilizadas duas proporções, 1:3 e de 1:6
(Amostras 1 e 2, respectivamente). Como podemos observar na Tabela 1, a proporção de 1:6
apresentou um maior rendimento da extração do óleo quando comparado a proporção de 1:3.
O tempo de repouso variou de 1 ou 2h e o tempo de extração de 2 ou 4h. Nas amostras 3 a 10
os tempos de repouso e extração foram as variáveis analisadas. O tempo de 4h de extração foi
o que apresentou maior rendimento e o tempo de repouso (tempo de contato álcool/borra) não
apresentou grande influência sobre o rendimento do processo. Desta forma, optou-se nos
próximos ensaios em utilizar o tempo de repouso de 1h, a fim de facilitar o procedimento
experimental.
A Tabela 1 ilustra os resultados obtidos no processo de extração do óleo da borra de café com
base nas variáveis analisadas.

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Rendimento
Proporção Tempo de Repouso Tempo de Temperatura
do óleo obtido
(álcool/borra) (h) Extração (h) (°C)
(%)

Amostra 1 1/3 1 4 35 3,92


Amostra 2 1/3 1 4 35 4,57
Amostra 3 1/6 1 2 35 7,18
Amostra 4 1/6 1 2 35 8,49
Amostra 5 1/6 2 2 35 7,83
Amostra 6 1/6 2 2 35 8,49
Amostra 7 1/6 1 4 35 10,44
Amostra 8 1/6 1 4 35 10,44
Amostra 9 1/6 2 4 35 11,10
Amostra 10 1/6 2 4 35 10,44
Amostra 11 1/6 1 4 45 11,75
Amostra 12 1/6 1 4 45 11,10
Amostra 13 1/6 1 4 55 13,06
Amostra 14 1/6 1 4 55 13,71
Amostra 15 1/6 1 4 65 15,67
Amostra 16 1/6 1 4 65 15,01
Tabela 1 - Rendimento da Extração do Óleo da Borra de Café nas diversas condições experimentais

Após definido a proporção de 1:6, tempo de repouso de 1 hora e de extração de 4 horas, foram
então conduzidos os ensaios variando a temperatura. Na medida em que se aumentou a
temperatura o rendimento também aumentou. A faixa de temperatura avaliada foi de 35ºC a
65ºC. A Tabela 1 apresenta o rendimento do processo de extração do óleo da borra de café
com etanol (85%) para todos os ensaios realizados. Os resultados indicam que a temperatura
que apresentou maior rendimento para o processo de extração foi de 65°C, como pode ser
observado no Figura 1. Foram realizados também ensaios a 70 e 750C, mas observou-se uma
queda no rendimento da extração do óleo, a explicação pode ser dada pela imprecisão da
medida da temperatura que era acompanhada por um termômetro digital. Acima de 780C
começa a acontecer a perca do álcool devido a sua ebulição, não mantendo a proporção de 1:6
devido a perdas impactando na queda do rendimento do processo.
O rendimento obtido na melhor condição experimental foi de aproximadamente 15%, inferior
ao encontrado no trabalho de FREITAS et al, 2000. A principal diferença entre os resultados
obtidos se dá provavelmente pela faixa de pureza do etanol utilizado no presente trabalho

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(85%) e também no pré-tratamento realizado no trabalho de FREITAS et al, 2000, onde a
borra era submetida inicialmente em moinho de facas piloto ou moída e extrusada.

30 40 50 60 70 80
16,0
15,5
15,0
14,5
14,0
13,5
Rendimento (%)

13,0
12,5
12,0
11,5
11,0
10,5
10,0
9,5
9,0
30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80

Temperatura (°C)

Figura 4.1 – Rendimento da Extração do óleo da borra de café versus temperatura, mantendo fixas as proporções
borra/álcool (1:6), tempo de repouso de 1 hora e de extração de 4 horas.

5. Conclusões
Os resultados obtidos, indicaram uma otimização do processo de extração, nas condições
experimentais avaliadas como sendo a proporção borra de café:álcool (1:6), tempo de repouso
(1 hora) e de extração (4 horas), temperatura de operação (650C). Essas variáveis otimizadas
serão de extrema importância para o andamento das próximas etapas do trabalho, onde
pretende-se realizar o estudo da aplicação do óleo obtido da extração da borra de café em
biodiesel focando no reaproveitamento de resíduos e também utilizar a borra de café como um
agente de reforço em filmes poliméricos.
Um outro ponto positivo do trabalho foi a divulgação da importância da aplicação do resíduo
sólido (a borra de café) obtido no dia a dia e em grande parte nas industrias de café solúvel e
também estimular a comunidade local da importância da reciclagem, tratamento de resíduo e
a possibilidade de contribuições com os trabalhos em andamento dentro da Universidade.

6. Referências
ABIC. Associação Brasileira da Indústria de Café. Acesso em 04 de Abril de 2010, disponível em Site da
Associação Brasileira da Indústria de Café: http://www.abic.com.br/index.html
ADANS, M. R., & DOUGAN, Waste products - Coffee Technology. Londres: Elsevier Applied Science, 1985.
AZEVEDO, A. S. Caraterização e aplicação de fibra de borra de café modificada por tratamento com peróxido
de hidrogênio alcalino.

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BORRE, L. B., REINERT, F., & SAN GIL, R. A. Transesterificação da Fração Lipídica da Borra de Café.
Rio de Janeiro: UFRJ.
CARVALHO, L. C. C. Álcool do Brasil: energia limpa e renovável. Agroanalysis, Rio de Janeiro, v. 21, n. 9,
setembro, 2001.

RAVINDRANATH, R.; YOUSUF ALI KHAN, R.; OBI REDDY, T.; THIRUMALA RAO, S.D.; REDDY,
B.R. Composition and characteristics of Indian coffee bean, spent grounds and oil. J. Sci. Fd Agric., v.23,
p.307-310, 1972
SILVA, M. A., NEBRA, S. A., MACHADO, M. J., & SANHEZ, C. G. (1997). The use of Biomassa Residues
in the Brasilizian Soluble Coffee Industry. Campinas.
VIOTTO, L. A. (1991). Projeto e Avaliação econômica de sistemas de Secagem de Borra de Café - Tese de
Mestrado. Campinas: UNICAMP.

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