PA R A C OMPE T IR
Segurança e Saúde no Trabalho – SST é tema prioritário para a Federação das Indústrias do Estado
de Minas Gerais – FIEMG. As ações contínuas, desenvolvidas em parceria com a Confederação
Nacional da Indústria, nos mostram que vale a pena investir na área. Os dados mais recentes do
Ministério do Trabalho – MTb apontam para queda de 14% no número de acidentes no Brasil.
Vamos persistir nesse trabalho. A medição mais atual do MTb, com os dados fechados de 2015,
indica mais de 610 mil acidentes anuais no país. A indústria responde por 41,09% do total. Investir
em qualidade de vida e em segurança é fundamental para que a redução continue. Mesmo com o
êxito das ações do Sistema Indústria, os números continuam alarmantes. O Brasil ocupa o 4º lugar
no ranking mundial de acidentes de trabalho.
Acidentes significam prejuízos para todos. Cada acidente resulta em mais de três dias de
ausência ao trabalho. Com eles, Governo e empresas gastam R$ 14 bilhões anuais. Por outro lado,
o trabalhador saudável e seguro ganha em qualidade de vida e em produtividade, gerando mais
negócios e, claro, condições para que melhores salários sejam pagos.
Esta cartilha setorial, específica para a indústria serralheira, faz parte das ações desenvolvidas
pelo Sistema FIEMG, por intermédio do SESI/Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho. O
objetivo é propiciar às empresas do setor, de forma informativa e educativa, esclarecimentos legais
e práticos que lhes permitam aprimorar a gestão no campo da segurança e saúde ocupacional.
Nosso objetivo é apoiar a indústria mineira, especialmente as de pequeno e médio porte, a se
prepararem para entender e cumprir a legislação que rege a questão da segurança e saúde no
trabalho, adequando-se, dessa forma, às exigências dos órgãos normatizadores e fiscalizadores.
Este é o ponto de partida para também entendermos que boas práticas no campo da segurança
e saúde no trabalho constituem poderosos instrumentos de estímulo à produtividade, revisão e
modernização dos processos produtivos por meio da inovação e do desenvolvimento tecnológico.
Entendemos que este é o caminho que nos conduzirá a produtos de maior valor agregado, à
competitividade e, via de consequência, à conquista de novos mercados.
Nas páginas seguintes são apresentadas informações essenciais ao desenvolvimento de
programas na área da SST, abordando ações, projetos e programas desenvolvidos pelo SESI-MG
e pelo SENAI-MG, instituições integrantes do Sistema FIEMG. Também entendemos que o efetivo
engajamento da indústria mineira em um amplo programa de segurança e saúde no trabalho
representa ganhos importantes para Minas Gerais, para a indústria mineira, para as nossas
empresas e para os nossos trabalhadores.
Caminhe conosco neste esforço pela Segurança e Saúde no Trabalho. É saudável para os
negócios, para sua empresa e para todos os trabalhadores.
4
NR.4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALHO
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e
indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regi-
dos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT manterão, obrigatoriamente,
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Traba-
lho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalha-
dor no local de trabalho.
QUADRO I
Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE (Versão 2.0),
com correspondente Grau de Risco - GR para fins de dimensionamento do SESMT
5
QUADRO II
Dimensionamento do SESMT, baseado no grau de risco e o número de empregados
Nº de Empregados no
Acima de 5.000
Estabelecimento
Grau 50 101 251 501 1.001 2.001 3.501 para cada grupo
Técnicos
de a a a a a a a de 4.000 ou
Risco 100 250 500 1.000 2.000 3.500 5.000 fração acima de
2.000**
ATENÇÃO :
As empresas desse ramo que não possuem mais de 100 (cem) empregados se isentam da
composição do SESMT, porém as ações de segurança e Medicina do Trabalho se darão,
em regra geral, pela prestação de serviços por parte de empresas especializadas em
Saúde e Segurança do Trabalho. Quando da contratação desses serviços, é imprescindí-
vel que o empresário esteja alerta para as seguintes questões:
Elaboração do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de
Saúde (PCMSO).
Identificadas situações fora do padrão de segurança, após verificação física do estabe-
lecimento, serão elaboradas propostas de adequação e cronogramas de implementação
(Plano de Ação), o qual deverá ser acordado entre as partes e ratificado pelo emprega-
dor.
Não adianta pagar pelos programas e não os conhecer. Os programas depois de prontos
devem ser apresentados e discutidos com um Preposto da empresa. Algumas medidas
propostas terão custos e este investimento deve ser programado de acordo com a gravi-
dade das situações encontradas e possibilidades da empresa.
Definição de cronograma de visitas periódicas ao estabelecimento pelo prestador de
serviços, de modo a acompanhar as mudanças propostas, coletar e registrar dados /
imagens para atualização dos documentos, bem como verificar possíveis riscos oriundos
de novas instalações e intervenções no ambiente de trabalho.
6
NR.5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA
DO OBJETIVO
DA CONSTITUIÇÃO
DA ORGANIZAÇÃO
7
Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará
um responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR.5, podendo ser adotados
mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.
Comentário: A empresa não pode mudar a atividade do membro da CIPA sem que
este concorde.
DO TREINAMENTO
8
DAS ATRIBUIÇÕES
9
Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao
desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização
das tarefas constantes do plano de trabalho.
Cabe ao Vice-Presidente:
• Executar atribuições que lhe forem delegadas e substituir o Presidente nos seus
impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.
DO FUNCIONAMENTO
11
Dimensionamento de CIPA
QUADRO I
Acima de
Nº de Empregados 10.000
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1.001 2.501 5.001
Grupos
Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2
C-14
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2
12
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
ATENÇÃO :
A princípio, os ambientes de trabalho não deveriam oferecer ris-
cos aos empregados. Quando isso ocorre e medidas de proteção
coletiva não são possíveis no momento, é necessário o uso dos
EPIs, os quais somente deverão ser disponibilizados caso não
haja, ainda, controle efetivo dos riscos inerentes ao ambiente de
trabalho. Os EPIs são fornecidos gratuitamente aos empregados;
logo, não podem ser descontados em seu salário e devem ser
substituídos sempre que necessário. A relação dos EPIs adequa-
dos a cada função, deve constar do PPRA da empresa, em razão
dos riscos aos quais cada uma está submetida.
13
NR.7 – PROGRAMAS DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL –
PCMSO
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração
e implementação do programa por parte de todos os empregadores e instituições
que admitam trabalhadores como empregados, visando à promoção e preserva-
ção da saúde.
Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1 da NR.7, o médico emi-
tirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias.
RELATÓRIO ANUAL
O Relatório Anual do PCMSO deve ser elaborado ao fim de 12 meses de vigência
do programa, devendo ser definida data no Cronograma de Ações para sua apre-
sentação e discussão junto à direção da empresa e com a participação da CIPA.
14
DEVE CONSTAR NO RELATÓRIO ANUAL DO PCMSO :
• Atividades realizadas para educação e treinamento dos trabalhadores
visando à prevenção da doença de natureza ocupacional;
• Perfil dos trabalhadores avaliados;
• Quantitativo de trabalhadores acidentados no trabalho ou acometidos
por doença ocupacional, com e sem afastamento, com diagnóstico e
identificação por setor.
NR.8 – EDIFICAÇÕES
Figura 1 Figura 2
As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que impe-
çam a queda de pessoas ou objetos.
Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem depres-
sões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
15
NR.9 – PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA
OBJETIVO
Para efeito desta NR.9, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, quí-
micos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.
16
Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a
minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas.
Todo Programa, PPRA, tem vigência de 1 (um) ano e as ações previstas no plano
de ação devem ser executadas neste período. Sempre que houver mudanças
importantes no ambiente de trabalho da empresa o PPRA deve ser revisado.
17
NR.10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
18
O projeto elétrico deve definir a configuração do esquema de aterramento, a
obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção
e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletri-
cidade.
QUADRO ELÉTRICO
19
As portas são consideradas proteções contra contatos diretos com elementos
sob tensão devendo portanto estar fechadas à chave e dotadas de sinalização
de aviso de perigo de eletrocussão.
TALHAS E TIRFOR
20
• O operador deve situar-se em local seguro, de acesso fácil à corrente de aciona-
mento, alavanca ou botoeira de comando, e que lhe permita boa visão da talha e da
carga.
• A corrente da talha não pode ser enrolada na carga.
• A carga deve ser fixada diretamente ao gancho da talha, ou através de laços e ou-
tros meios adequados ao manuseio.
• A carga não deve ser elevada mais que alguns centímetros até se constatar que está
devidamente balanceada nos laços ou nos meios de manuseio da carga.
• As talhas não devem ser usadas para transporte de pessoas e não podem ser opera-
das passando as cargas acima das pessoas, principalmente quando estejam sendo
usados dispositivos de pega de carga como: eletroímã; sistema de vácuo e similar.
ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS
ATENÇÃO :
Art. 390 da CLT diz: Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que
demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho
contínuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
21
NR.12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
PRINCÍPIOS GERAIS
As transmissões de força e os
componentes móveis a elas
interligados, acessíveis ou ex-
postos, devem possuir proteções
fixas, ou móveis com dispositivos
de intertravamento, que impe-
çam o acesso por todos os lados.
24
A parada de emergência deve exigir rearme, ou reset manual, a ser realizado
somente após a correção do evento que motivou o acionamento da parada de
emergência.
26
SINALIZAÇÃO
A sinalização de segurança
compreende a utilização de cores,
símbolos, inscrições, sinais lumino-
sos ou sonoros, entre outras formas
de comunicação de mesma eficácia.
27
MANUAIS
e) ser ministrada por trabalhadores ou profissionais qualificados para este fim, com
supervisão de profissional legalmente habilitado que se responsabilizará pela
adequação do conteúdo, forma, carga horária, qualificação dos instrutores e avaliação dos
capacitados.
29
A função do trabalhador que opera e realiza intervenções em máquinas deve ser
anotada no registro de empregado, consignado em livro, ficha ou sistema eletrô-
nico e em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS.
30
CABE AOS TRABALHADORES
31
INVENTÁRIO DAS MÁQUINAS
Modelo de
Planta Baixa
32
ATENÇÃO :
O item 12.153 não se aplica:
Prazo:
Posição na planta
Recomendações
P1 Prensa
A Instalar o botão de
emergência na prensa x João
Realizar treinamento
B de capacitação dos
Operadores
x João
C Elaborar o manual de
operação da máquina x João
P2 Matriz
Elaborar e instalar
A proteções fixas
B
33
ALGUMAS NÃO CONFORMIDADES ENCONTRADAS DURANTE AS
VISITAS DO SESI
FURADEIRA:
POLICORTE:
ATENÇÃO :
• O disco deve ser cuidadosamente inspecionado antes de iniciar qualquer serviço,
buscando-se identificar fissuras, rachaduras ou trincas.
• Após a troca do disco, o operador deve assegurar que o novo disco esteja bem
preso ao equipamento, antes de ligá-lo.
• Não utilizar a lateral do disco para desbastar peças metálicas e evitar a utilização
de roupas largas que possam entrar em contato com o disco acidentalmente.
34
PRENSAS:
35
CALANDRA:
DOBRADEIRA DE TUBOS:
ESMERIL:
36
SERRA CIRCULAR:
ESTAMPOS PNEUMÁTICOS:
37
ENTESTADEIRA:
38
GUILHOTINA:
ATENÇÃO :
Antes de iniciar qualquer adequação de máquinas/equipamentos para atender a NR.12
é necessário fazer uma análise de risco, para definir qual categoria de segurança será
requerida. A análise deve ser feita sempre por um profissional legalmente habilitado.
39
EXEMPLOS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DA INDÚSTRIA
SERRALHEIRA ADEQUADAS COM OBJETIVO DE ATENDER A NR.12
ESMERIL
Utilizado para afiação de ferramentas e desbaste de materiais metálicos.
RECOMENDAÇÕES:
40
POLICORTE
RECOMENDAÇÕES:
• O disco deve ser cuidadosamente inspe-
cionado antes de iniciar qualquer serviço,
buscando-se identificar fissuras, rachadu-
ras ou trincas.
• Deve-se desligar o equipamento da fonte de
energia sempre que houver a necessidade
de substituição do disco.
• Após a troca do disco, o operador deve as-
segurar que o novo disco esteja bem preso
ao equipamento, antes de ligá-lo.
PROTEÇÃO DO
• Não utilizar a lateral do disco para desbas-
DISCO RETRÁTIL
tar peças metálicas.
• Durante o corte, aplique uma pressão mo-
derada e constante.
• Nunca bata o disco contra a peça.
LIXADEIRA
RECOMENDAÇÕES:
• Nunca retire a proteção, a capa de prote-
ção conhecida como “Coifa” da lixadeira.
A função da Coifa é evitar que partículas
provenientes do corte ou lixamento sejam
projetadas contra o operador do equipa-
mento.
• A Coifa também evita que, em caso de que-
bra do disco, o mesmo seja lançado contra
o operador. Não use força excessiva para
cortar ou esmerilhar algo. O disco do equi-
pamento não foi projetado para suportar o
peso de uma pessoa.
• Se notar trepidação no momento do lixa-
mento, procure averiguar o que está errado.
• O uso de discos não compatíveis com o
trabalho é um dos grandes causadores de
acidentes. 41
DISCOS DE CORTE/DESBASTE
RECOMENDAÇÕES:
• Discos de corte e desbaste devem ser manuseados sempre com extrema atenção e
segurança.
• Não permita choques ou queda do mesmo, o que pode ocasionar trincas.
• Os discos devem ser armazenados na posição horizontal, em prateleiras planas e
em locais secos.
• Verifique o RPM do disco e da máquina, a rotação do eixo da máquina em nenhuma
hipótese deverá exceder ao RPM marcado no disco.
• Coloque o disco utilizando somente a chave fornecida pelo fabricante, nunca utilize
martelo ou outra ferramenta para aperto.
42
A zona de prensagem é o espaço
entre a mesa da prensa e o marte-
lo da prensa e onde são fixadas as
ferramentas. A área de prensagem
é considerada a zona de maior risco
de acidentes, principalmente quan-
do a alimentação de peças é realiza-
da manualmente, pois a frequência
de exposição do operador acorre a
cada ciclo da máquina.
ATENÇÃO : É PROIBIDA A
UTILIZAÇÃO DE ALAVANCAS
E DE PEDAIS MECÂNICOS.
Caixa de proteção
dos Pedais
43
As transmissões de força, como volantes, polias, correias e engrenagens devem
ser enclausuradas, protegidas por todos os lados. Podem ser utilizadas chapas
metálicas ou materiais rígidos que impeçam o ingresso das mãos e dos dedos
nas áreas de risco.
Exemplos de proteções
Podem ser adotadas proteções fixas ou, quando o acesso à zona de perigo é
requerido uma ou mais vezes por turno, deve-se instalar proteções móveis do-
tadas de intertravamentos, com dispositivo de bloqueio impedindo o funciona-
mento da máquina durante o acesso.
DOBRADEIRAS MECÂNICAS
Proteção lateral conjugada com cortina de luz Proteção traseira com sensor magnético codificado
GUILHOTINAS
45
DISPOSITIVOS DE PARTIDA, ACIONAMENTO E PARADA
a) possuir atuação síncrona, ou seja, um sinal de saída deve ser gerado somente
quando os dois dispositivos de atuação do comando – botões – forem atuados
com um retardo de tempo menor ou igual a 0,5 s (1/2 (meio) segundo);
b) estar sob monitoramento automático por interface de segurança;
c) possuir distanciamento e barreiras entre os dispositivos de atuação de
comando para dificultar a burla do efeito de proteção do dispositivo de comando
bimanual;
d) tornar possível o reinício do sinal de saída somente após a desativação dos
dois dispositivos de atuação do comando.
A matriz deve ser fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do material
e não permita o acesso da mão e ou dos dedos na área de prensagem/estampo.
Os pedais de acionamento devem permitir somente o acesso por uma única di-
reção e por somente um pé, devendo ser protegidos para evitar o acionamento
acidental.
COMPRESSORES
A eficiência e confiabilidade do equipamen-
to dependem de uma boa instalação. Instale
o compressor distante da área de trabalho
para evitar o acúmulo de poeira, tintas, fu-
ligens, e outros resíduos gerados pela ope-
ração, sobre filtros de ar, componentes elé-
tricos, válvulas de segurança e em outras
partes vitais. Esse cuidado evitará avarias e
obstruções, garantindo o bom desempenho
do equipamento, além de eliminar riscos à
saúde e a segurança do trabalhador.
DOBRADEIRA DE TUBOS
48
ATENÇÃO :
As proteções apresentadas nesta cartilha não podem ser utilizadas e ou adotadas
como padrão, pois são apenas exemplos ilustrativos. Para definir qual melhor proteção
para uma máquina, é necessário fazer a ANÁLISE DE RISCO, onde se identifica os pe-
rigos e estima os riscos baseado no tipo de máquina e no processo utilizado. Só após a
análise de risco será selecionado o melhor sistema de proteção baseado nas normas de
Segurança. Por fim é feito o projeto de segurança e a instalação. Este trabalho deve ser
feito por um profissional legalmente habilitado.
49
ATUAL PANORAMA DA INDÚSTRIA DA SERRALHERIA NA ABORDAGEM
DA NR.17 ERGONOMIA
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Embora a questão postural seja apenas um dos aspectos que devem ser dis-
cutidos e abordados em ergonomia, este foi o foco prioritário estabelecido pelo
SESI/FIEMG em decorrência do mobiliário e equipamentos oferecidos nos pos-
tos de trabalho da Indústria Serralheira.
Antes de aprofundar nas questões relacionadas às posturas de trabalho em es-
pecífico, há que se compreender o processo de fabricação, quanto ao modo de
produção predominante, a divisão por setores e as características das ativida-
des. O trabalho na indústria da Serralheria divide-se em variados setores, de-
pendendo do porte da empresa. Dessa maneira, atendendo o processo manufa-
tureiro, os setores apresentam-se de acordo com as características do produto
fabricado. Em cada setor são realizadas atividades com características distin-
tas, embora algumas sejam comuns a todo o processo, exigem-se posturas de
trabalho também diferenciadas.
51
Para exemplificar a relação da postura com as características da atividade, de
acordo com a Nota Técnica – NT 060/2001 do Ministério do Trabalho e Emprego,
a postura em pé é justificada quando a tarefa exige deslocamentos contínuos,
manipulação de cargas com peso maior ou igual a 4,5 kg, alcances amplos fre-
quentes (para cima, para frente ou para baixo), operações frequentes em vários
locais de trabalho fisicamente separados ou aplicação de forças para baixo.
52
Figuras 2 e 3 – Postos com equipamento adaptado à atividade, onde um eixo rotacional na má-
quina minimiza a força do deslocamento no giro do maquinário – seta. Os trabalhadores execu-
tam as atividades em pé, de forma dinâmica para ambos os membros (inferiores e superiores).
Tal justificativa faz-se pela característica da atividade que exige alcances amplos e frequentes
(para cima, para frente ou para baixo). Portanto, o posto não necessita de cadeiras, mas o setor
deverá conter um conjunto de cadeiras adequadas (cadeiras do tipo sala de espera) com fácil
acesso, para que os trabalhadores possam usá-las no setor, quando necessitarem. Item 17.3.5
53
Salienta-se que nas atividades em que não é possível que ocorra a alternância
postural – o que pode ocorrer em função da própria configuração da máquina,
obrigando o trabalhador a atuar na posição em pé – uma das alternativas é a im-
plantação da alternância de funções*. Nesse caso, o trabalhador deverá realizar
mais de uma atividade, ora na postura em pé, ora na postura sentada, sendo a
postura versus frequência o fator determinante da troca, embora as caracte-
rísticas da atividade determinem a postura ideal em cada tarefa (Figura 5 e 6).
Figura 5 - Furação
Na atividade estática em pé e com exi-
gência da força nos membros superiores,
não há necessidade da cadeira adequa-
da no posto. Porém, como determina o
item 17.3.5, respaldar-se com cadeiras
próximas ao setor, de modo que possam
ser acessadas facilmente, garante a
saúde e a eficiência ao trabalhador.
Figura 6 - Prensa/Dobra
Trabalhador em atividade de membros
inferiores (acionamento de pedal) e
membros superiores (balizar e manipular
a chapa). Portanto, não basta ter cadei-
ras no setor ou no próprio posto. Conhe-
cer a necessidade do operador, quanto
ao possível uso de cadeira adequada e
demais aparatos é fundamental para a
saúde, a segurança e o incremento pro-
dutivo da indústria. A Análise Ergonômi-
ca do Trabalho - AET com um especialista
em Ergonomia busca compreender a real
necessidade do trabalhador em cumpri-
mento aos seus objetivos na indústria.
54
Durante as atividades no trabalho, diversas posturas podem ser adotadas, no
entanto, as posturas comumente utilizadas são sentadas ou em pé durante toda
a jornada, configurando a postura estática, que é extremamente prejudicial à
saúde. Portanto a postura estática, seja ela somente sentada ou somente em
pé, não se deve mantê-la durante toda a jornada laboral.
56
Por fim, ao confrontar as características das atividades realizadas na indústria
da Serralheria e o que está disposto na Nota Técnica 060/2001, ressalta-se que
a postura de trabalho adotada deve ocorrer em função da atividade desenvol-
vida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos movi-
mentos etc.), dos espaços de trabalho, da ligação do trabalhador com máquinas
e equipamentos de trabalho, como o acionamento de comandos e deslocamento
de carga. As amplitudes de movimentos dos segmentos corporais, como os bra-
ços e a cabeça, assim como as exigências da tarefa em termos visuais, de peso
ou esforços influenciam na posição do tronco e no esforço postural, tanto no
trabalho sentado como no trabalho em pé.
DISCUSSÃO
O item 17.3.3 diz: Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender
aos seguintes requisitos mínimos de conforto: ajuste, borda dentre outras.
Logo, a condição para que o item 17.3.3 seja cumprido, está além da aquisição
de específicas cadeiras adequadas, ou seja, está no entendimento da atividade
em questão para o efetivo uso, inclusive.
O item 17.3.5 diz: Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de
pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
Logo, a condição para que o item 17.3.5 seja cumprido, está além de se ter um
conjunto de cadeiras adequadas atendendo ao trabalhador do setor, e/ou uma
cadeira no posto de trabalho, ou seja, está na real condição de disponibilizá-la,
sendo utilizada numa eventual necessidade do trabalhador.
57
O item 17.4.1 diz: Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho
devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e
à natureza do trabalho a ser executado.
O item 17.5.3 diz: Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequa-
da, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÃO
59
NR.23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em
conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.
O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações
sobre:
a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;
c) dispositivos de alarme existentes.
USO DE EXTINTORES
Gás Carbônico
Classe Pó ABC Pó BC Água
(CO2)
Excelente Excelente
A Isola o material em chama
(Processo Químico)
Não Recomendável Não Recomendável Satura o material e não permite
reignição
Excelente Excelente
B
Excelente Proibido
O pó abafa o fogo e interrompe O pó abafa o fogo e interrompe
Não deixa resíduos Espalha o incêndio
a cadeia de combustão a cadeia de combustão
Proibido
C
Excelente Excelente Excelente
Por ser condutor de
Não é condutor de eletricidade Não é condutor de eletricidade Não é condutor de eletricidade
eletricidade
60
Os extintores deverão ser colocados em locais:
a) de fácil visualização;
b) de fácil acesso;
c) onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.
62
CLASSIFICAÇÃO
Edificações Brancas:
Edificações Verdes:
Edificações com área menor que 200m², que são de baixo risco de incêndio e
pânico (grupos A, B, C, D e divisão F-8) e que não possuam os requisitos para
Projeto Técnico. Exemplos: salão de beleza, açougue, sacolão, etc.
Edificações Amarelas:
Edificações com área entre 200 e 750m², que são de baixo risco de incêndio e pâ-
nico e que não possuam os requisitos para Projeto Técnico. Exemplos: Depósito
de material de construção, loja de roupas, call centers, etc.
Edificações Vermelhas:
63
RENOVAÇÃO DE AUTO DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS (AVCB)
De acordo com a legislação de segurança contra incêndio e pânico, a validade
do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) é de 5 (cinco) anos, com ex-
ceção das edificações de recepção de público, cujo AVCB possui validade de
3 (três) anos.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
• Formulário de Atendimento Técnico (anexo da Instrução Técnica nº 01) devi-
damente preenchido digitado ou datilografado e assinado.
• Laudo técnico atualizado, atestando as condições de funcionamento e ma-
nutenção das medidas de segurança contra incêndio e pânico e a conformi-
dade da edificação com o projeto aprovado (Circular nº 07/2009-DAT).
• Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do Laudo Técnico Atualizado.
• Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de manutenção das medidas
de segurança.
• ART relativa aos riscos especiais da edificação, caso houver.
64
NR.24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS
DE TRABALHO
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
VESTIÁRIOS
Será exigido 1 (um) chuveiro para cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades ou
operações insalubres, ou nos trabalhos com exposição a substâncias tóxicas,
irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou substâncias que provoquem suji-
dade, e nos casos em que estejam expostos a calor intenso.
65
REFEITÓRIOS
Nos estabelecimentos em que não seja exigido o refeitório, deverão ser assegu-
radas aos trabalhadores condições suficientes de conforto para a ocasião das
refeições.
Deverá ser fornecida água potável, em condições higiênicas, por meio de copos
individuais, ou bebedouros de jato inclinado e guarda-protetora, proibindo-se
sua instalação em pias e lavatórios, e o uso de copos coletivos.
66
ATENÇÃO :
A existência de local para refeições é obrigatória para qualquer estabelecimen-
to, independente do número de empregados. O que varia são as exigências, que
aumentam à medida que o número de trabalhadores supera 30 (trinta), devendo
ser disponibilizado além do já exigido (água potável, boa iluminação, arejamento
e limpeza), local adequado fora da área de trabalho, equipamento para aqueci-
mento das refeições e lavatório nas proximidades.
67
GLOSSÁ RIO
BURLA: ato de anular de maneira simples o funcionamento normal e seguro de dispositivos ou
sistemas da máquina, utilizando para acionamento quaisquer objetos disponíveis, tais como
parafusos, agulhas, peças de chapa de metal e objetos de uso diário, como chaves e moedas
ou ferramentas necessárias à utilização normal da máquina.
PROTEÇÃO FIXA DISTANTE: proteção que não cobre completamente a zona de perigo, mas
que impede ou reduz o acesso em razão de suas dimensões e sua distância em relação à zona
de perigo, por exemplo, grade de perímetro ou proteção em túnel.
ZONA PERIGOSA: qualquer zona dentro ou ao redor de uma máquina ou equipamento, onde
uma pessoa possa ficar exposta a risco de lesão ou dano à saúde.
69
SIGL AS
ASO – Atestado de Saúde Ocupacional
AVCB – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro
CA – Certificado de Aprovação
CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FISPQ – Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos
IEC – International Electrotechnical Commission
ISO – International Organization for Standardization (Norma Internacional)
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NBR – Norma Técnica Brasileira (Norma técnica aprovada pela ABNT)
NBR ISO – Norma Técnica Internacional (Traduzida e adotada pelo Brasil)
NBR NM – Norma Técnica MERCOSUL (Traduzida e adotada pelo Brasil)
NR – Norma Regulamentadora
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SIPAT– Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
SST – Segurança e Saúde no Trabalho
70
RE F E RÊ NC I AS
BIBL IOGR Á F IC AS
Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho. – São Paulo: SESI, 2004. 392 p: il.
Color; 28 cm. – (Coleção Manuais; Indústria Moveleira). Bibliografia: p. 379 – 390.
NR-12/2010 Princípios básicos de sua aplicação na segurança do trabalho em
prensa e similares.
Grupo Saúde e Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da ABIMAQ-RS.
Güérin, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia.
São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
Iida, Itiro. Ergonomia – Projeto e produção. São Paulo: Asisc, 8 reimpressão, 2002.
Abrahão, Julia. et al. – Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo:
Blucher, 2009.
Ministério do Trabalho e Emprego – FUNDACENTRO. Pontos de Verificação Ergonô-
mica. São Paulo, 2001.
Ministério do Trabalho e Emprego – Manual de Aplicação da Norma Regulamentado-
ra N° 17- Ergonomia. Brasília, 2002.
Ministério do Trabalho e Emprego – Normas regulamentadoras da portaria 3214/78
Brasília, 1978.
Norma Regulamentadora 4 - Serviços em Eng. de Segurança e Medicina do Trabalho
Norma Regulamentadora 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
Norma Regulamentadora 6 - Equipamento de Proteção Individual
Norma Regulamentadora 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
Norma Regulamentadora 8 - Edificações
Norma Regulamentadora 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
Norma Regulamentadora 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
Norma Regulamentadora 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem de Materiais
Norma Regulamentadora 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
Norma Regulamentadora 17 - Ergonomia
Norma Regulamentadora 23 - Proteção Contra Incêndios
Norma Regulamentadora 24 - Condições Sanitárias e de Conforto no Trabalho
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ESPECIALISTAS
SESI – Serviço Social da Indústria
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