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v Aula 4 – Clero Secular, Conduta, Moral e Comportamentos MARIANA

Ementa: A primeira parte da aula será tratar da aplicação de Trento no arcebispado do


México e a política pós-tridentina da Igreja americana para reformar a conduta do clero
secular, mais especificamente, discutiremos o perfil moral do clero secular elaborado no
III Concílio Provincial Mexicano. Em outro momento analisaremos o perfil de sacerdote
idealizado, por meio de alguns Manuais de Confessores elaborados à época. Assim
sendo, pretendemos estruturar os mecanismos de vigilância utilizados na Nova Espanha
para disciplinar os sacerdotes.

Texto base: Alicia Mayer. La Reforma Católica en Nueva España. Confesión, disciplina,
valores sociales y religiosidad en el México Virreinal.

SLIDE 1

PRECISAMOS PENSAR O QUE ERA SER CLÉRIGO NA ÉPOCA MODERNA.

1) Distinguir clérigos e leigos


clérigos: “os que por todos oram”
clero regular x secular.

O clero era um dos grupos que estavam jurídico, ideológico e culturalmente


estruturado na sociedade moderna, e talvez era a ordem mais prestigiada.

Isso decorria de uma multiplicidade de fatores:

1. sua vinculação ao saber e às instituições,


2. os bens e rendimentos de que globalmente disfrutavam,
3. o prestígio dos seus membros mais destacados,
4. os laços que o prendiam a uma população majoritariamente católica que lhe
estava confiada.

Tal proeminência tem sido cada vez mais perceptível entre o clero paroquial, pois não
obstante sua origem social modesta, com a formação por vezes insuficientes, eles eram
figuras destacadas na vida social local, relacionando-se privilegiadamente com os que,
em cada comunidade, tinham estatutos mais honrados.

O estatuto de dignidade do clero manifestava-se na existência de privilégios de


várias naturezas:

• político: participavam na vida política do reino, quer ocupando postos em


conselhos e tribunais, quer como confessores, função que requeria proximidade
com o rei.
• jurídico: tinham foro próprio (os auditórios eclesiásticos, o foro inquisitorial, o
juízo das ordens para o clero das ordens militares, e justiça autônoma de cada
congregação do clero regular) que se regia por códigos legislativos específicos
como o direito canônico, as constituições dos bispados e os regulamentos internos
das ordens regulares
• econômico-fiscais: isentos de impostos e tinham direito de cobrar dízimos e
outras taxas.
• militares: isenção de servir com armas aos exércitos
• honoríficos: que se manifestava nas modalidades de tratamento, no uso de
vestuário próprio etc.

2) Não se dedicavam exclusivamente ao serviço religioso (administração da liturgia),


se dedicavam a docência, a assistência aos pobres, docentes, cativos, órfãos, as atividades
burocrático-jurídicas em vários tribunais (como os auditórios episcopais, a Inquisição, a
Junta da Bula da Cruzada), os múltiplos serviços em lugares da administração dos
bispados, cabildos, etc. Uma grande parte desempenhavam tarefas em benefícios curados,
cujos titulares tinham designação de abades, reitores, vigários, priores, curas, coadjutores,
capelães. Havia muitos que não eram beneficiados e trabalhavam a troco de salário, eram
escrivães, funcionários nos juizados episcopais)

OU seja, ser clérigo podia significar não servir diretamente à Igreja, nem
desempenhar atividades religiosas, mas antes à Coroa ou à nobreza. Isso nos mostra
o enorme leque de atuação desse estamento. Tantas dimensões que ainda estão
escassamente abordadas pela historiografia. Fato é que, a historiografia, preocupada com
os efeitos de Trento, tratou com maior esforço a percepção da “profissionalização” do
clero a partir de então.

O clero era uma ordem profundamente heterogênea e isso repercutia nas suas funções:
um acólito (ordens menores; ministro que acompanha e auxilia o celebrante a
conduzir os atos litúrgicos) não estava autorizado a confessar, um subdiácono não
estava apto a celebrar a eucaristia e um clérigo de missa não tinha legitimidade para
conferir ordens nem crismar. Esses são aspectos sensíveis na avaliação interior do
clero, e o grau de sacramento da ordem era determinante para a consideração que os
outros indivíduos do clero tinham dos seus pares e para a construção da própria
identidade de cada um.

Dessa forma, não faz mais sentido a proposta da divisão deste corpo em “alto e baixo
clero”. Não só porque ela não alimenta o vocabulário social, isto é, as categorias
operativas que os membros desta sociedade utilizavam para entenderem a si próprios e se
posicionarem face aos outros, mas ainda porque é profundamente equivocada.

3) Indicações de estudos:

• O clérigo é também um crente, como uma forma específica de viver o


cristianismo e expressar sua espiritualidade, como se caracteriza ela? Era a mesma
entre um jesuíta, um secular, ou um bispo?
• Porque tantos jovens procuravam o estado eclesiástico? De certo há inúmeras
motivações: vocação, desafio missionário, interesses materiais.
• Pouco sabemos sobre os comportamentos concretos do clero secular, sobre os
mecanismos criados pela Igreja para detectar as falhas, corrigir os abusos e
castigar os culpados. O que se sabe sobre os auditórios episcopais, onde muitos
desses clérigos foram julgados?
• E que estudos se produziram a partir de fontes inquisitoriais para sondar os níveis
de delinquência e as suas manifestações específicas entre os clérigos?
• A heresia em geral, o evangelismo humanista, o luteranismo, o molinismo, o
jansenismo, o livre pensamento, o deísmo filosófico, em que medida afetavam o
clero?
• Como se dava a forma, o modo, de acesso aos vários lugares que perfilavam o
clero? desde capelães até bispos, e até os órgãos de governo da monarquia. As
trajetórias não eram verticais, nem acessíveis em exclusivo através do mérito.
• Sabemos que a formação do clero foi distinta depois de Trento, mas como se fazia
exatamente? Em que instituições? Que saberes concretos eram ministrados? Quais
as semelhanças e diferenças entre os estudos num colégio de uma ordem, num
seminário diocesano, numa Universidade?

Ainda há um vasto leque de questões abertas sobre o clero secular, que podem nos
conduzir para novas reflexões. É o caso do clero paroquial na dimensão da sua atividade
cotidiana, ou da literatura de espiritualidade que alimentava o clero e das suas devoções e
confrarias específicas.

SLIDE 2

1.1 A política pós-tridentina da Igreja americana para reformar a conduta do clero


secular:

Após finalizado o Concílio de Trento, o arcebispo da Nova Espanha, frei Alonso de


Montúfar, convocou o segundo concílio provincial mexicano, em 1565, com objetivo
claro de acatar os decretos tridentinos. Porém, não produziu mudanças
significativas no que tange a reforma do perfil do clero. Nesse período perseverava
na Nova Espanha dois projetos de formação do clero, a saber, o projeto encabeçado
pelas ordens religiosas, especialmente pelos franciscanos, e outro promovido pelo
tímido clero secular. O projeto franciscano centrava sua atenção nos filhos da nobreza
indígena, postulando a consolidação do clero indígena1. Apenas após o III Concílio que
o projeto idealizado pelos prelados começava a ganhar força.

A idealização do terceiro concílio provincial mexicano, coincide com um progressivo


desenvolvimento desse projeto disciplinador, vinculado a estruturação do clero diocesano
que buscava os espaços que lhe eram próprios, até então ocupados pelas ordens regulares.
Processo que se viu favorecido pela implementação dos decretos tridentinos na Nova
Espanha, e pela ordenança do Padroado de 1574, que por sua vez vinculava-se as

                                                                                                               
1
Sobre a formação do clero indígena: DUARTE, Mariana Sarkis. Planctus Indorum: A formação do clero
indígena. Peru (1750-1772). Monografia apresentada à Universidade Federal Fluminense, Biblioteca
políticas disciplinares do cardeal Diego de Espinosa e Juan de Ovando, sobretudo, na
Junta Magna de 1568.

Pedro Moya de Contreras – apresentar suas propostas.

Em 1571 chegou a Nova Espanha, como primeiro inquisidor, Pedro Moya de Contreras,
homem de personalidade austera e comprometido com os projetos confessionais de
Felipe II.

Um dos objetivos do projeto encabeçado por Espinosa e Ovando era a extensão do Santo
Ofício à América, e a severa atuação de Moya em Murcia, valeu para sua indicação e
envio à Nova Espanha. Moya partiu devidamente instruído de aplicar as medidas
confessionais desenvolvidas por seus patronos desde a Junta Magna. Foi promovido em
1573 para o cargo de arcebispo, sendo consagrado na Catedral mexicana em 1574, pois
para ser consagrado deveria antes ser presbítero, e Moya chegou ao México como
simples clérigo. Moya tornou-se o primeiro arcebispo proveniente do clero secular, e
manteve a qualidade de inquisidor.

Relacción em 24 de Março de 1575. Dos 157 clérigos residentes no arcebispado, Moya


atribuiu a 58 deles algum vicio ou defeito, ou seja, não reuniam as virtudes morais e
bondades que os estado eclesiástico exigia. A relação acusa o clero por diversas causas, a
saber, 7 seriam jogadores e apostadores; 10 estariam envolvidos com mulheres; 32 deles
seriam “vanidosos, condiciosos, soberbios, coléricos, ambiciosos e desonestos”; 26 eram
acusados de ignorantes, sem o estudo mínimo para poder ser um cura pároco; 9 seriam
pouco eclesiásticos; 7 são acusados de “inquietos”; outros 7 não residiam em seu
benefícios; 2 deles portavam armas; mais 7 são acusados de idiotas ou torpes; 14 de
serem “flojos”; três teriam dívidas, um era assassino, outro era louco e outro era acusado
de feio2.

Nesse mesmo período, chegava ao México, em Outubro de 1575, a cédula “Ordenanza


de Patronato”3 . Moya teria comentado que a cédula fixava o “modo como los clérigos y
los que pretendiesen serlo, se dan más a los estudios y virtud”4. A cédula de Padroado
inspirou profundamente os passos de Moya.

Sua relação com o vice-rei Martín Enriquez de Almanza, que também havia sido
designado para o cargo na Nova Espanha na mesma época que Moya, não era nada
amigável. O vice-rei Enriquez de Almanza se considerava o centro de todo poder, e
                                                                                                               
2
Op. Cit. Tera, 2012, p.62.
3
A cédula contemplava, entre outros aspectos, a sujeição dos frades à supervisão dos bispos e a de todos ao
monarca. Em consequência o rei introduzia mecanismos claros para a provisão das prebendas e os
benefícios curados, afiançando assim seu patronato. Os assentos nos cabildos catedralícios se atribuiriam
no conselho, com base em informes enviados desde América, via 3 critérios: letras, parentesco com
conquistadores e experiência no coro e serviço na Catedral. Os curatos se dariam mediante concursos de
oposição aos candidatos mais idóneos, eles tendo demonstrado sua suficiência em letras e conhecimento de
uma língua indígena, seriam apresentados pelo vice-rei para que os prelados dessem seguimento à colação
canônica. Op. Cit. González, 2005, p.24.
4
Idem. p. 24.
entendia que deveria existir respeito e colaboração entre o poder civil e eclesiástico,
defendia que a autoridade civil delegada pelo monarca era a principal. Moya, por sua vez,
atuava velando pelo cumprimento da política religiosa da monarquia, entendida por ele
como instrumento do Estado. Almanza partiu para o Peru em 1580, e o novo vice-rei
seria o conde de Coruña, Lorenzo Súarez de Mendoza, 1580 a 1583, considerado um
tanto débil na administração.

Nesse momento Moya solicita ao seu protetor Ovando, então presidente do Conselho das
Índias, um visitador para Nova Espanha, surpreendido pela morte do vice-rei, Moya
acabou assumindo o vice-reinado como interino em 1583 e tão logo, ele mesmo foi
nomeado visitador geral das Índias. Enquanto interino acumulou títulos e trabalhos,
inquisidor, arcebispo, visitador e vice-rei, e entre suas principais preocupações e
ações, estavam: limpar a Audiência e uma reforma total da Igreja, mediante a
aplicação das normas tridentinas.

Como vice-rei interino, Moya se tornava também presidente da Audiência, e isso lhe
abriu as portas para celebrar um Concílio Provincial, projeto que até então não teria
sido possível por falta de apoio dos vice-reis e sustento da Audiência. Somente nessas
circunstâncias, que em fevereiro de 1584, o ambiente parecia favorável para convocar o
III Concílio Provincial Mexicano, que teve início em janeiro de 1585.
 
 
SLIDE  3  
 
O  3  Conc.  buscou  consolidar  social  e  moralmente  o  clero  secular.  
 
Através  de  um  discurso  estratégico  de  disciplinamento,  que  estava  imbricado  
com  as  políticas  monárquicas  e  confessionais.    
 
Estabeleceu  meticulosamente  os  procedimentos,  penas,  e  elaboração  de  
instrumentos  para  facilitar  o  controle  a  supervisão  dos  ministros.  (registros  
das  pároquias)    
 
Formaliza-­‐se  as  cátedras  de  ciência  moral  e  a  obrigação  de  todos  os  
sacerdotes  em  assisti-­‐las.  
 
Elabora  o  Directório  para  facilitar  a  instrução  dos  presbíteros.  

É possível analisar a insistência dos decretos no “ejemplo de buena vida”, onde “debe
preferirse a la ciencia de las letras, la integridad de la vida y la honestidad de los
costumbres” . Há ainda os decretos que regulamentam desde os trajes adequados, até os
que proibiam a participação dos clérigos em espetáculos “vanos y acciones profanas”.
Enfatizando a pureza e integridade, os decretos abordam como deveria ser o tratamento
com os clérigos que haviam cometido algum tipo de delito, ordena agir com cautela e até
em segredo para que não transcenda o comportamento até a sociedade .
 
Apontar  o  principais  temas  debatidos  nos  memoriais  do  teólogo  consultor  do  
concílio,  o  jesuíta,  Juan  de  La  Plaza  (teólogo  consultor):  
 
• Organização  dos  Seminários  Conciliares.  
• Formação vocacional do futuro sacerdote. Sua principal sugestão era que
fossem escolhidos apenas os mais idôneos e os que verdadeiramente possuiam
vocação.  
• Sobre os curas párocos. Plaza aponta que ensinar a doutrina requeria
inteligência, competência, instrução e exemplo de bons constumes, pois “los
culpables de la ignorancia general son más bien los ministros curas”. A principal
razão para o fracasso dos curas seria não saber as línguas indígenas, e para
isso Plaza sugeria que aqueles que não soubessem a língua deveriam ficar
sem salários até comprovar o conhecimento via um rigoroso exame. Propunha
também a criação de um seminário para meninos criollos, conhecedores de
línguas nativas.  
• Trata da melhor formação dos pregadores. Segundo Plaza, o papel da pregação
era responsabilidade central dos bispos, porém na Nova Espanha isso não se
cumpria  
 
Preocupados com a formação dos sacerdotes o Concílio Provincial especificou os
requisitos para ordenação sacerdotal em diversos títulos.
La dignidad sacerdotal, y la excelencia de aquellos que sirven al altar,
no sufre que sea admitido a este cargo alguno cuyos méritos no fueren
primero bien vistos y aprobados; principalmente por el grave daño que
resulta a la Iglesia católica de que muchos, sin elección, sean
promovidos a los sagrados órdenes, los cuales, colocados sin méritos
algunos en tan sublime grado, caen después miserablemente,
irrogando grave injuria al orden clerical. Por lo cual, deseando
vehementemente este sínodo resarcir los daños pasados, y restituir el
orden eclesiástico a su antiguo grado de dignidad y esplendor, exhorta
cuanto puede a los obispos de esta provincia a que no impongan de
ligero las manos, faltando al precepto del apóstol, sino que con toda
diligencia y detenimiento examinen las cualidades de los que se han
de ordenar, y reconozcan sus méritos, y no bajo el pretexto de escasez
de ministros admitan a los sagrados órdenes a los que fueren menos
idóneos; estando bien persuadidos de que el divino culto y la salud de
las almas crece más con pocos que dignamente administran, que con
muchos que lo hacen indignamente. Para que todas estas cosas sean
gobernadas del major modo posible, decreta lo primero, que ninguno se
admita a órdenes menores o mayores, ni se le conceda licencia para
que pueda ser admitido, si primero, hecho el examen, no constare
estar adornado de aquellas cualidades que, por los decretos del
concilio de Trento, se requieren para aquel grado u orden5
 
 
                                                                                                               
5
Livro I, Tít. IV, “De la ciencia”... § I.: Procedan los obispos con mucha precaución al conferir las órdenes.
SLIDE  4  
 
• 14 anos para iniciar (primeira tonsura)
• Ter servido por pelo menos 2 anos na Catedral
• para ordens menores deveria saber canto
• para subdiaconato saber o breviário
• para presbítero era necessário exame, aprovação e licença do ordinário
• para celebrar missa, ser confessor (saber os casos de consciência), e pregador,
também era preciso exame, aprovação e licença do ordinário.

Cuán ventajosamente deban estar instruidos en la doctrina los


sacerdotes a quienes se encomienda la cura de las almas, fácilmente se
colige de que como guías, maestros y medicos han de encaminarlas al
cielo, enseñarles la santa doctrina, y curarlas de sus dolencias
espirituales. Por lo cual ninguno obtenga beneficio curado, si no es
que primero probado y examinado se encuentre ser idóneo, y esté
versado en la administración de los sacramentos, principalmente en
el de la penitencia, y bien instruido en los casos de conciencia, según
la forma dispuesta por este sínodo, y aprobada juntamente por el
Directorio de confesores y penitentes, la cual se observe y practique
en todo y por todo. Sea apto además para exponer a sus súbditos el
santo evangelio, a lo menos de aquel modo que puedan enseñarse las
cosas más necesarias para la salud de las almas. Conseguirase con esto
que los súbditos formen Buena opinión de sus párrocos, y que se
acerquen a ellos con confianza como a sus padres espirituales, para ser
instruidos por ellos en lo necesario para la salvación6

Preocupados com esse tema, os bispos conciliares esboçaram o ideal de


clérigo no que fiz respeito a sua vida moral:
Como quiera que debe preferirse a la ciencia de las letras, la
integridad de la vida y la honestidad de las costumbres en aquellos
que sean promovidos a los órdenes eclesiásticos, decreta y manda
este sínodo que ningún obispo admita a sus súbditos a los órdenes, ni dé
licencia para que sean admitidos, sin que primeramente reciba
información de testigos fidedignos y de buenas costumbres, ya
eclesiásticos, ya seculares, con quienes el que ha de ser promovido haya
tenido trato o sociedad, por cuyo testimonio pueda constar que el
ordenando en aquel tiempo y por muchos meses antes haya vivido con
aquella pureza y honestidad que corresponde, y que no haya tenido ni
tenga la costumbre depravada de jugar juego de azar u otros
ilícitos, ni haya dejado de confesarse en los tiempos señalados por la
Iglesia. En caso contrario, de ningún modo sea promovido, hasta que
borre la mancha contraída por su mala vida pasada, con la enmienda de
las costumbres y el arreglo de la vida, porque es muy difícil que puestos
en el nuevo grado de dignidad se hagan mejores aquellos que
                                                                                                               
6
Livro I, Tít. IV, “De la ciencia”… § VII.: Los que han de ser promovidos a beneficios curados estén muy
instruidos en la doctrina moral, y sean aptos para explicar el evangelio.
degradados con los vicios y las maldades, han servido de escándalo a
los que han sabido sus hechos7

 
• Cura pároco: enfatizando sua missão de pregar o evangelho, administradar
os sacramentos, visitar os enfermos, e sobretudo, instruir índios e
escravos, permitindo-os a recepção da eucaristía8. Entre seus principais
deveres estava velar pelo tratamento justo aos índios, visitando-os em
situações adversas, como na prisão, e interceder por eles junto aos juízes e
autoridades seculares 9 . Os bispos conciliares demonstraram enorme
preocupação com as negociações e comércio entre os párocos e os
indígenas, alertaram sobre a cobrança indevida de impostos, estabeleceram o
ritual para as celebrações festivas. Tornou-se indispensável, por meio dos
decretos conciliares, o conhecimento da língua indígena como requisito
para o cargo de párocos, e os bispos foram encarregados para examinar os
clérigos de sua diocese, aquele que não demonstrasse conhecimento da língua
teria o prazo de seis meses para aprender, correndo o risco de ser privado do
ofício.
 
• O perfil ideal dos bispos, Nesse sentido estabeleceu o concílio:

Queriendo prevenirse, con el auxilio del Señor, el sacrosanto,


ecuménico y general concilio de Trento para restituir a su antiguo
esplendor la disciplina eclesiástica en tanto grado decaída, y para poner
enmienda en las depravadas costumbres del clero y pueblo cristiano,
puso toda la esperanza que le asistía a efecto de lograr sus santas
intenciones, en la integridad y pureza de los obispos, según significó
con estas palabras: «La integridad de los que mandan, es la salud de
los súbditos»; y el verdadero y principal fin de la jerarquía eclesiástica
consiste en formar un obispo perfecto… De lo que fácilmente puede
colegirse cuáles son la pureza de vida y la integridad y inocencia de
costumbres, de que debe estar adornado aquel que fue elevado a un
estado de tanta perfección, mediante la gracia divina y el ejercicio
continuo de las virtudes, sin excluir la humildad, la benignidad, la
mansedumbre, la caridad que ha de servir como un modelo en vida, y,
en suma, la santidad con que debe brillar en la Iglesia de Dios10.

VISITAS: dize Plaza ser “el ánima del gobierno de su obispado”11.

- Ser feita pessoalmente (e não por representantes)


- Com objetivo de “reformar las costrumbres del pueblo y especialmente de los clérigos,

                                                                                                               
7  Livro I, Tít. IV, “De la vida, fama y costumbre de los que se han de ordenar”... § I.: No promuevan los
obispos a ninguno que no sea bien morigerado, ni al que tenga costumbre de jugar.  
8
Livro III, Tít. II “Del Cargo”, p.126.
9
Livro, III, Tít. II “De los deberes proprio de los curas” p.139.  
10
Livro III, Tít. I, “Del ministerio”… § I.: La vida de los obispos debe servir de regla a los demás.
11
Op. Cit. Poole, 2012, p.212.
instruyendolos y animandolos para que desempeñen bien su oficio” 12 . “extirpar las
herejías, proteger y fomentar las buenas construmbres”13.
- Nas visitas se realizava exames sobre a vida e honestidade dos clérigos, se estavam
cumprindo com suas obrigações, se haviam cometido, ou se eram reincidentes em
pecados públicos.
- Entre os delitos evidenciados nos decretos, destacam-se: calunia, simonia, heresia,
usura, feitiçaria, blasfemia, comcubinato, jogos de azar, e os cuidados com a
sentença de excomunhão.
- Tudo deveria estar documentado no “Livro de Visitas”, assim como, os reparos e
correções direcionadas aos clérigos.

Os decretos regularizaram essas penas, apresentando sobre qual autoridade


recaia a responsabilidade de sentenciar, ora seria o bispo, ora o juiz eclesiástico, e por
vezes o próprio confessor.

• Somando a temática da formação profissional dos sacerdotes, o concílio


ordena que os bispos instalem em suas dioceses classes de ensino em
ciência moral, e que obrigem a presença de todos os clérigos, que não tenham
obtido grau em cânones ou teologia, nas mesmas. Podemos compreender essa
ordenança enquanto medida provisória da fundação dos seminários
conciliares14, mas também como intenção de formalizar o perfil ideal dos
confessores. Assim sendo, os bispos conciliares estipularam que:

Para que no falte el número necesario de confesores que sean peritos en


la doctrina y versados en la administración de los sacramentos,
evitándose al mismo tiempo los errores y perjuicios que
frecuentemente provienen de la ignorancia de los ministros,
establece y ordena este concilio que en la diócesis en que no hubiere
algún maestro que interprete los casos de conciencia y enseñe a
administrar los sacramentos, nombren los obispos persona que
desempeñe un cargo de tanta importancia, procurando que persevere
aquella en el cumplimiento de sus augustas funciones, en el lugar en
que ya esté establecida. Obliguen a todos los clérigos que estén
domiciliados en la misma diócesis, a que asistan a las cátedras que dan
estos maestros, si no es que hayan obtenido grado en teología o en
cánones, y sean de la aprobación del obispo; en la inteligencia de que
los que se descuidaren en frecuentarlas, no serán admitidos a órdenes, ni
obtendrán beneficio alguno, ni se les permitirá la administración de los
sacramentos15

                                                                                                               
12
Op. Cit. Zubillaga, 1965, p.600.
13
Livro V, Tít. I, “De las Visitas”… § IX.  
14
O primeiro seminário conciliar só seria fundado na cidade do México, segundo o modelo tridentino, em
1690.  
15  Livro III, Tít. I, “Del Cuidado”... § III.: Cuiden los obispos de que se enseñe la ciencia moral, y obliguen
a todos los clérigos a que asistan a su enseñanza.  
SLIDE 5

1.3 MANUAIS DE CONFESSORES:

Antes de entrar no Directorio de Confesores, utilizamos esses manuais espanhóis


para primeiro familiarizar os alunos com esse tipo de fonte.

• Literatura de “bom comportamento” : autodisciplina, o controle dos afetos,


a ética do trabalho e a eficiência. Tratadística com caráter
educacional/pedagógico, onde a modéstia aparecia como virtude essencial. Os
tratados de perfeição sacerdotal correspondem a um verdadeiro arsenal
de textos diversos, manuais, breviários, sermonarios, textos normativos e
conciliares

Uma das chaves do programa reformista após Trento foi potenciar a relevância que os
clérigos deveriam ter em suas comunidades, tornando-se máximo exemplo de
autoridade moral. Tratava-se de um esforço pedagógico para fazer dos membros do
clero homens cultos, disciplinados, e conscientes de sua posição. Para tal fim, o imprenso
representou uma ferramenta importante para consolidar o saber que se interessava
divulgar, e o clero era um estamento significativo de leitores na época moderna. Nesse
sentido, vemos propagar-se inúmeros textos escritos por clérigos, para clérigos e
sobre clérigos.

O Manual de Confesores do Doutor Martín de Azpilcueta Navarro (1492-1586)


publicado em 1556 com diversas edições; o catecismo do dominicano Felipe de
Meneses, Luz del Alma Cristiana de 1554, e a Breve Instrucción de Bartolomé de
Medina de 157616.

Resumo do perfil encontrado nesses 3 Manuais:

• Poder, saber e bondade (poder era a jurisdição delegada pelo prelado; saber
perfeito que incluía teologia, cânones, leis e constituições sinodais, conhecer os
pecados mortais e veniais; bondade se direcionava à conduta, que deveria estar
fora de pecado mortal).
• Forte preocupação com a legitimidade da ordenação (irregularidades – controle
da atuação dos clérigos parece começar já aqui)
• Forma de celebrar a missa (se comeu e bebeu depois da meia-noite; se esteve
em notório concubinato, se celebrou a missa sem fazer penitência, etc)
• Se possui pecado notório (pecado que se torna público vira delito?)
• Para Azpilcueta os delitos mais graves: perjúrio, homicídio e falso testemunho.
E afirma o cuidado com o pecado de simonia, e suas inúmeras formas de
manifestação.

                                                                                                               
16  Essas três obras encontram-se na Biblioteca Nacional do México (BNM), Fondo Reservado, e foram
digitalizadas para compor o quadro de fontes dessa pesquisa.    
• O honesto sustento para o clérigo seria o que fosse suficiente para comer e vestir-
se.
• A obrigação principal era trabalhar para a salvação das ovelhas.
• Apresentam as censuras eclesiásticas que os clérigos poderiam sofrer.
(Suspensão, excomunhão, irregularidades) e só o bispo poderia absolver esses
casos.
• Estruturação sistemática do que era o pecado e o delito. (a partir dos 7 capitais
- gula, luxuria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja – temos uma rede enorme
de construção dos delitos morais, também a partir dos 10 mandamentos e dos 7
sacramentos – batismo, eucaristia, penitência, extrema unção, ordem e
matrimônio).
• Visão organicista da sociedade: “estado” enquanto sinônimo de função social.
• Principais pecados e delitos dos clérigo elaborado mais precisamente por
Medina: se recebeu ordens não sendo hábil e idôneo; se comentou simonia; se
ordenado antes da legitima idade, ou sendo descomungado, irregular ou suspenso;
se o patrimônio era falso; se não usa vestimentas corretas, exercita jogos e danças;
se deixou de dizer as horas canônicas; se não se preparou devidamente para
cerimônia da administração dos sacramentos; se tem familiaridade com mulheres
ou as mirou desonestamente; se absolveu sem licença de ser confessor.

SLIDE 6

Esse perfil elaborado aparece também no Directorio de Confesores y Penitentes,


elaborado pelo III Concílio Provincial Mexicano.
 
• a   fim   de   conquistar   maior   preparação   entre   os   confessores   provenientes   do  
clero  secular,  foi  a  elaboração  do  Directorio.    
• necessitavam   do   confessionário,   o   compreendendo   como,   instrumento  
eficaz  para  transformar  e  fortalecer  a  disciplina  moral.    
 
O  conteúdo  do  Directorio  se  divide  em  duas  grandes  partes:  
 
1. Examen   que   se   ha   de   hacer   a   los   candidatos   a   confesores   Na   primeira  
parte   está   o   texto   que   deveria   estudar   todos   os   candidatos   à   confessores,   e  
está   estruturada   em   quatro   blocos:   1)   Condições   ou   Qualidades   dos  
candidatos  as  ordens  eclesiásticas;  2)  Doutrina  dos  Sacramentos;  3)  Doutrina  
dos  casos  de  consciência;  4)  Doutrina  sobre  as  censuras  eclesiásticas.  Todos  
esses  quatro  blocos  são  escritos  em  forma  de  perguntas  e  respostas  
2. Dirección  para  confesores  y  penitentes.    
 
 
SLIDE  7    
 
Disciplinamento  Social  (mecanismos  de  controle/vigilância  social)    
 
v Normas  Conciliares  
v Visitas  Episcopais  
v Missão  Disciplinadora  
v Tratados  de  Confessores  
v Instituições  e  Corporações  
v Tribunais  Eclesiásticos    
 
 
 
 
 
 

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