EXPLICADO (HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/EXPLICADO/)
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
JIPE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE RECIFE PROMOVENDO O EMPLACAMENTO DE RUAS E DOMICÍLIOS PARA O CENSO DE
1950
Principal fonte de informações sobre a condição de vida dos brasileiros, o censo demográfico é feito a cada dez anos
no país. Em 2020, cerca de 234 mil recenseadores (https://www.valor.com.br/brasil/6234977/ibge-vai-contratar-
234-mil-temporarios-para-o-censo) contratados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) saem às
ruas para realizar sua 13ª edição, numa megaoperação que exige bilhões de reais e planejamento prévio.
Sua realização, embora complexa, é crucial para governo e sociedade. “Não existe país sem censo
(https://oglobo.globo.com/economia/governo-reduz-para-22-bloqueio-do-orcamento-do-censo-garante-que-nao-
faltarao-recursos-23664737). Não temos políticas públicas sem um censo adequado”, disse o secretário executivo do
Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, na sede do IBGE, em maio de 2019.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&utm… 1/25
210 milhões
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
70 milhões
de endereços estão espalhados pelo país no mesmo ano, segundo o instituto
5.570
é a quantidade de municípios brasileiros
O QUE é o Censo
A palavra censo deriva do latim “census”, que significa “recenseamento, lista ou rol das pessoas e dos bens, feito pelo
censor”. O objetivo da operação é contar os habitantes do território nacional e revelar como eles vivem, ao identificar
suas principais características socioeconômicas. É, portanto, um retrato da sociedade num determinado momento de
sua história, feito por meio de uma pesquisa quantitativa.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
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Para que esse levantamento seja possível,
29/05/2019 Censodefine-se
e história: osuma data
dados comode referência,
bússola já que
para a ação a sociedade
pública - Nexo Jornalestá em constante
mudança. Segundo cálculos do IBGE, a população brasileira aumenta na proporção de uma pessoa a cada 20
segundos. Como pessoas nascem e morrem todos os dias, e por isso o número flutua permanentemente, as
informações precisam ser colhidas ancoradas num período específico de tempo.
Em 2010, no último Censo realizado no Brasil, a referência foi a noite de 31 de julho para 1º de agosto. Ou seja,
apenas as pessoas que moravam em seus domicílios naquela data eram contadas. Quem nasceu depois de 31 de julho
não entrava nas estatísticas, mas quem morreu depois da data era levado em conta, pois fazia parte do domicílio no
dia de referência.
Na prática, os recenseadores visitam todas as casas brasileiras ao longo de quatro meses, entre agosto e novembro,
para aplicar os questionários. Eles falam com pelo menos um dos moradores de cada residência, e as respostas
precisam estar ligadas à data de referência. Em 2010, por exemplo, a pergunta sobre o número de moradores era:
“Quantas pessoas moravam neste domicílio em 31 de julho de 2010?”.
A finalidade da operação, porém, não se resume a levantar o número de habitantes. Os recenseadores querem saber
também como as pessoas vivem. A importância do levantamento está em detalhar a condição de cada um dos
domicílios brasileiros. Isso permite que se compare os dados com os censos anteriores, possibilitando que os
governos conheçam a evolução de algumas de suas características. A partir disso, temas e áreas prioritárias para os
investimentos são definidos. Segundo o IBGE, a pesquisa permite responder às seguintes perguntas:
Quantos somos?
Como somos?
Onde vivemos?
Como vivemos?
12
recenseamentos foram realizados no Brasil desde o século 19
Para traçar o raio-X de toda a população os agentes do IBGE aplicam dois questionários: um básico
(https://censo2010.ibge.gov.br/images/pdf/censo2010/questionarios/questionario_basico_cd2010.pdf), com uma
quantidade menor de perguntas, é feito em todo o país; outro, mais longo e detalhado
(https://censo2010.ibge.gov.br/images/pdf/censo2010/questionarios/questionario_amostra_cd2010.pdf), é
respondido apenas por parte da população, ou seja, por uma amostra. Sua extensão, que exige mais tempo para as
respostas, torna sua aplicação em todas as residências impraticável.
Tipos de questionário
BÁSICO
Em 2010, o questionário básico, aplicado em todos os domicílios do país, continha 37 perguntas,
distribuídas em seis blocos, sobre características do morador, do domicílio, emigração,
mortalidade, lista de moradores e responsabilidade pelo domicílio. São colhidas, por exemplo,
informações como sexo, idade, cor da pele ou “raça” (branca, preta, parda, indígena ou amarela),
educação e rendimento mensal. O recenseador também levanta dados sobre os domicílios,
perguntando, por exemplo, sobre abastecimento de água, esgotamento sanitário, existência de
energia elétrica e destino do lixo.
AMOSTRA
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&utm… 3/25
Tinha 108 perguntas na edição de 2010
29/05/2019 e, naquele
Censo e história: ano, foi como
os dados aplicado em
bússola 11%
para (cerca
a ação de-6,4
pública Nexomilhões)
Jornal
das moradias, escolhidas aleatoriamente. Este questionário, também dividido nos mesmos seis
blocos, contém as mesmas perguntas do básico, mas aprofunda a investigação sobre as condições
de vida das pessoas. O agente busca saber, por exemplo, sobre o material predominante nas
paredes externas, a existência de microcomputador com acesso à internet, de automóveis para uso
particular, de medidor ou relógio de energia elétrica. Também entra em questões como religião,
deficiência física, migração, frequência em cursos de pós-graduação, tempo de deslocamento da
casa até o trabalho, do estudo para o trabalho, fecundidade e até se a mãe do entrevistado estava
viva durante a visita. Em cidades com até 2.500 habitantes, é usado em metade das casas. Nos
municípios com mais de 500 mil habitantes, apenas 5% o respondem. Questões sobre nupcialidade,
trabalho e rendimento podem ser puladas dependendo da idade do entrevistado.
Todos os responsáveis pelos domicílios precisam ser entrevistados. Na ausência deles, os recenseadores são
orientados (https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/instrumentos_de_coleta/doc2601.pdf) a procurar uma
pessoa que more no local e saiba passar todas as informações. Caso essa pessoa não exista, o funcionário do IBGE
precisa retornar nos horários em que o responsável possa ser encontrado.
Informar os dados solicitados na pesquisa é obrigatório. Em caso de recusa, os recenseadores citam a lei nº 5.534
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5534.htm), de 14 de novembro de 1968. Em seu artigo 1º ela diz que
“toda pessoa natural ou jurídica de direito público ou de direito privado que esteja sob a jurisdição da lei brasileira é
obrigada a prestar as informações solicitadas pela Fundação IBGE para a execução do Plano Nacional de Estatística”.
Em caso de descumprimento, a pessoa pode ser multada em dez vezes o valor do salário mínimo (de R$ 998 em
2019). A multa pode chegar a 20 vezes em caso de reincidência. Os entrevistadores também precisam ressaltar que o
caráter das informações colhidas é sigiloso.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&utm… 4/25
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
Fundos de participação
Os dados levantados pelo Censo são essenciais para o repasse de recursos da União que ocorre nos dias 10, 20 e 30
de cada mês para os municípios. O chamado FPM (Fundo de Participação dos Municípios), previsto na Constituição
(http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2015/art_159_.asp), é uma parcela (22,5%)
do IR (Imposto de Renda) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) destinada às prefeituras. A
distribuição segue um coeficiente calculado pelo Tribunal de Contas da União a partir de faixas populacionais fixadas
de acordo com o número de habitantes. O mesmo ocorre com o FPE (Fundo de Participação dos Estados), que prevê
repasse de 21,5% dos mesmos impostos para as unidades federativas, com base na população e na renda per capita.
Vacinação
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O29/05/2019
governo traça metas de coberturas vacinais ao longo
Censo e história: doscomo
os dados anos. Parapara
bússola isso, calcula
a ação percentuais
pública - Nexo Jornalusando número de
doses e grupos de pessoas por idade com base em contagens populacionais feitas pelo IBGE, além dos registros do
Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos). Em 2018, por exemplo, para estimar a população alvo para a
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e contra o Sarampo, por estado e faixa etária, o governo usou
informações do Censo de 2010 e estimativas populacionais de 2012.
Bolsa Família
O governo também usa dados do IBGE para o planejamento de programas sociais como o Bolsa Família, instituído
em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o cadastro dos beneficiários é feito pelas prefeituras,
o governo faz uma estimativa de famílias em situação de extrema pobreza (com renda mensal de até R$ 89 por
pessoa) em cada município usando o Censo e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) também
realizada pelo instituto. Dessa forma, ele atualiza a cota destinada a cada localidade. O valor é concedido a famílias
com mulheres grávidas, que amamentam ou que possuem crianças e adolescentes de 0 a 15 anos. Cada benefício é de
R$ 41 e pode ser cumulativo, até o máximo de cinco, chegando a R$ 205. Segundo dados de 2018, 21% dos
brasileiros recebiam a bolsa. No Maranhão, quase metade da população
(https://www.valor.com.br/brasil/5306087/beneficios-do-bolsa-familia-sustentam-21-da-populacao-do-pais)
(48%) ganhava o auxílio naquele ano.
Metas em educação
Em 2014, o governo federal estebeleceu 20 metas dentro do Plano Nacional de Educação, um conjunto de diretrizes e
estratégias para serem alcançadas até 2024. Em 2018, quatro anos após o documento ser lançado, apenas uma meta
(https://g1.globo.com/educacao/noticia/plano-nacional-de-educacao-tem-uma-meta-alcancada-em-20-e-risco-de-
estagnacao-e-descumprimento-diz-relatorio.ghtml), a 13, que determina a taxa de 75% de professores mestres e 35%
de doutores em nível superior foi batida. Os indicadores definidos para o acompanhamento do plano foram traçados
com base nos dados do Inep (órgão ligado ao Ministério da Educação que realiza o Censo da Educação Básica, o
Censo da Educação Superior, entre outros levantamentos), do IBGE (Pnad e Censo) e da Capes (dados sobre a pós-
graduação no Brasil).
Indicadores
Desde a década de 1990, usa-se o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) para calcular o grau de
desenvolvimento humano de países, possibilitando comparações. O índice combina dados sobre expectativa de vida
ao nascer, acesso ao conhecimento (escolaridade) e padrão de vida (PIB per capita). Por isso, os indicadores de
educação e mercado de trabalho levantados pelo IBGE e a construção das tábuas de mortalidade são essenciais para
o cálculo desse indicador.
Outras utilidades
Mas não só para o governo os dados do Censo são úteis. Eles podem ser usados também pela sociedade da seguinte
forma.
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29/05/2019
Entidades de classes, associaçõesCenso e história: osedados
profissionais como bússola
sindicatos traçamparaoaperfil
ação pública
dos- Nexo Jornal
trabalhadores com base na pesquisa
As características da sociedade brasileira e sua evolução ao longo dos anos são usadas em
análises acadêmicas
É uma pesquisa por amostra probabilística, feita em todo o país, que permite uma investigação contínua de dados
sobre rendimento e trabalho. A partir dela, é possível acompanhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto,
médio e longo prazos, da força de trabalho. Funciona num esquema de rotação de domicílios: cada um dos
domicílios escolhidos será acompanhado cinco vezes, uma vez a cada trimestre, durante cinco trimestres seguidos.
A Pnad fornece, entre outros, dados como população (segundo sexo e idade), taxa de atividade e desocupação, nível
de ocupação, taxa de analfabetismo (por idade e sexo) e rendimento médio mensal per capita dos domicílios. Há
ainda levantamentos suplementares que tratam de temas como educação e acesso à televisão, internet e posse de
celular.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
EQUIPE DE RECENSEADORES VISITA MORADORES DAS MARGENS DO RIO DOS SINOS, NO RIO GRANDE DO SUL, EM 1980
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QUEM faz o Censo
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
Nos anos finais do Império (1822-1889) e no início da República (a partir de 1889), o levantamento censitário no
Brasil era responsabilidade da Diretoria Geral de Estatística, órgão do governo criado inicialmente pela Coroa por
meio de um decreto.
A partir dos anos 1930, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, o recenseamento passou a ser feito pelo
IBGE. O instituto, criado em 1934, foi definitivamente instalado em 1936. O primeiro Censo conduzido por ele
ocorreu em 1940.
Por causa das dimensões territoriais do Brasil e de sua heterogeneidade, a operação coordenada pelo instituto
geralmente começa a ser preparada três anos antes de sua realização. É um processo longo que exige planejamento
técnico, tecnológico, logístico e administrativo.
Quase dois terços de todo o dinheiro gasto no Censo de 2010 dizia respeito aos funcionários temporários contratados
pelo governo para conduzi-lo — e a maioria deles é de recenseadores, cujo contrato pode durar dois meses, com uma
remuneração média, prevista para 2020, de R$ 1.100 (o valor depende da produção).
Para concorrer ao cargo, eles passam por uma prova com questões de português, matemática e conhecimentos
técnicos sobre a função. Basta ter o nível fundamental completo. No Censo de 2010, foram mais de 1 milhão de
candidatos inscritos para quase 200 mil vagas oferecidas. Naquele ano, as despesas com remunerações, benefícios e
encargos relativos ao pessoal temporário representaram 67% de todo o custo.
A tarefa dos recenseadores não é fácil. Em 2010, dois deles foram recebidos a tiros
(https://oglobo.globo.com/brasil/recenseadores-do-ibge-sao-recebidos-tiros-em-sitio-no-mato-grosso-2951662) ao
tentar coletar dados num sítio no Mato Grosso. Muitos relatam ter sido vítimas de assaltos durante o trabalho e
enfrentam dificuldades para chegar a áreas remotas (em 2010, um recenseador ficou 14 dias desaparecido
(https://oglobo.globo.com/economia/as-historias-de-quem-conta-historia-os-pesquisadores-do-ibge-19391251) na
ilha de Marajó, no Pará, onde algumas regiões só são acessadas após um dia inteiro de viagem de barco).
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
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29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
Em relação a despesas correntes, que se referem a diárias e passagens usadas nos deslocamentos para treinamentos
e atividades de supervisão e a contratos para impressão e distribuição de material de treinamento, serviços de
informática e comunicação, os gastos do IBGE com o Censo de 2010 representaram 21% dos custos.
R$ 1,4 bilhão
foi o valor gasto no Censo de 2010, o equivalente, em abril de 2019, a R$ 2,4 bilhões, em valores corrigidos
pelo IPC-A
A intenção de Portugal, ao solicitar as informações às autoridades eclesiais da época, era ter maior conhecimento
sobre seus domínios na América. Muitos levantamentos, porém, não tinham uniformidade nas fontes e os resultados
das várias pesquisas eram conflitantes.
Algumas das primeiras iniciativas de contagem populacional ocorreram por motivos específicos, como em 1808. O
interesse, na época, era exclusivamente militar. O levantamento tinha como fim o recrutamento pelas Forças
Armadas. Por isso, a confiabilidade dos resultados é colocada em dúvida, pois, por ser público o objetivo militar do
levantamento, haveria resistência da população em fornecer os dados.
1,9 milhão
de pessoas viviam no Brasil em 1776, segundo a primeira estimativa feita pelo abade português Corrêa da
Serra
1890
Previsto inicialmente para 1880, transferido para 1887, só foi sair do papel com o estabelecimento de outro regime
político. Próximo de chegar ao fim, o Império passou a tratar do recenseamento com indiferença. Isso mudaria após
a proclamação da República, em 1889. No ano seguinte, foi restabelecida a Diretoria Geral de Estatística e realizado
o 1º Censo da República. As perguntas foram ampliadas. Utilizando boletins ou listas de famílias, os recenseadores
perguntavam sobre as características isoladas de cada cidadão (nome, sexo, idade, estado civil, cor de pele, filiação,
naturalidade, nacionalidade dos pais, problemas físicos e residência), das famílias (nome dos cônjuges, ano de
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&utm… 9/25
casamento,
29/05/2019 número de matrimônios, Censo
grau de parentesco
e história: os dadosdo casal
como e número
bússola de filhos
para a ação pública -vivos e já falecidos) e da
Nexo Jornal
sociedade no geral (como nacionalidade, instrução, culto professado, profissão, título científico, literário ou artístico
e renda).
1900
Um novo Censo foi iniciado em 31 de dezembro de 1900, e os resultados foram publicados cerca de um mês depois.
Os números referentes ao Rio de Janeiro foram, entretanto, considerados falhos e anulados pelo governo. O
levantamento calculava a população com base no Censo anterior usando informações do registro civil e da entrada e
saída de pessoas pelos portos e vias terrestres. Mas as fontes eram insuficientes, segundo uma comissão que analisou
seus resultados. Apenas em 1906, uma nova pesquisa foi realizada no Distrito Federal e os dados foram corrigidos e
divulgados em 1907.
1920
O levantamento marcado para 1910 não ocorreu devido à perda de autonomia da Diretoria Geral de Estatística por
causa da situação política do país. Naquele ano, houve eleições para presidente, e o Brasil ficou dividido entre as
candidaturas de Hermes da Fonseca e Rui Barbosa. O pleito foi vencido pelo marechal, que logo na primeira semana
de governo viu eclodir a Revolta da Chibata, um levante de marinheiros contra os castigos corporais ocorridos dentro
da corporação. Por isso, um novo Censo só ocorreria em 1920, quando emissários foram enviados aos Estados
Unidos para conhecer a iniciativa americana e pesquisar equipamentos de apuração, entre outros materiais. O
levantamento passou a abranger a situação econômica, como a produção agrícola e industrial. Foram usados pela
primeira vez dois modelos de questionário: um para os domicílios particulares e outro para habitações coletivas. Pela
primeira vez usou-se a caderneta demográfica. Eram cerca de 18 mil recenseadores.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
1940
O Censo de 1930 não foi realizado novamente por questões políticas. Com a ruptura da política do café com leite, que
alternava nomes de São Paulo e Minas Gerais no poder, Getúlio Vargas, gaúcho de São Borja, assumiu o poder. Por
isso, um novo levantamento ocorreria apenas em 1940, tendo sido o primeiro sob responsabilidade do IBGE.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 10/25
Começaram
29/05/2019 a ser pesquisados dados sobre
Censo ereligiões
história: osdiferentes
dados como da católica,
bússola graupública
para a ação de instrução e a origem das pessoas
- Nexo Jornal
que migravam. Os boletins usados continham 45 perguntas. O Censo continuou a pesquisar sobre agricultura e
indústria e incluiu o primeiro levantamento do comércio, transportes, comunicações e serviços.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
1950
O levantamento foi marcado por uma considerável redução no número de perguntas, que foi de 45, em 1940, para
25, em 1950. O instituto parou de perguntar, por exemplo, sobre a quantidade de pessoas cegas ou com problemas de
audição. Houve intensa divulgação do levantamento e esforço para se chegar a regiões distantes. O Brasil começou
também a participar de Congressos Internacionais de Estatística e de encontros do IASI (Instituto Interamericano de
Estatística), para adequar a pesquisa a parâmetros internacionais. O Censo daquele ano integrou o Censo das
Américas, patrocinado pelo IASI e solicitado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que havia sido fundada em
1945. Sua data de referência foi fixada em 1º de julho.
1960
Pela primeira vez, os municípios foram divididos em setores censitários. Foram usados mapas especialmente
elaborados para a ocasião. O Censo daquele ano passou a levantar dados sobre aluguel mensal, forma de
abastecimento de água, instalações sanitárias, combustível utilizado no fogão, número de cômodos e de dormitórios
nas casas e existência de iluminação elétrica, rádio, geladeira e televisão. Uma novidade foi o uso da técnica da
amostragem para aplicar questionários mais detalhados. Fizeram parte da amostra 25% dos domicílios. Os
resultados preliminares passaram a ser divulgados em 1961, mas os definitivos demoraram a se tornar conhecidos
devido à substituição da apuração mecânica por um computador de alto rendimento para a época.
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29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
1970
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
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29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
1980
O Censo daquele ano veio na sequência de outro, em caráter experimental, realizado em 1979, em Taubaté, que
serviria como teste para aperfeiçoar formulários, instruções, códigos, métodos e processos de coleta e apuração dos
dados. Com o slogan “O país que a gente conta”, usou pela primeira vez um sistema informatizado de
acompanhamento. Por ele, sabia-se o número de setores concluídos e de pessoas recenseadas semanalmente. Os
estados enviavam as informações via telex, que eram encaminhadas à sede do IBGE. Um computador IBM gravava a
apuração em fita magnética. Pela primeira vez, os resultados foram divulgados no mesmo ano da realização da
pesquisa, graças a essa modernização. Em termos de dados levantados, a novidade foi a pesquisa de indicadores de
contribuição à Previdência e quesitos sobre fecundidade, mortalidade, educação e trabalho para crianças menores de
dez anos.
1991
Foi o único a não respeitar o intervalo de dez anos desde 1940. Por causa da diretriz do governo do presidente
Fernando Collor (1990-1992) de reduzir o quadro de servidores públicos, a contratação de 180 mil pessoas em
caráter temporário foi sendo adiada. Quando autorizada, em julho de 1990, não havia mais tempo para realizar o
processo seletivo, pois o Censo estava programado para o início do mês de setembro. Por isso, foi feito apenas em
1991 (e apenas o censo demográfico). Houve a criação de Comissões Censitárias Municipais, para ajudar na
mobilização da população e dar apoio à etapa de coleta de dados. Também foi realizado o Projeto Escola no Censo,
em que alunos da rede pública passaram a aprender sobre a iniciativa para ajudar no recebimento dos recenseadores
em casa. Ao contrário do que ocorreu entre 1960 e 1980, as amostras, que eram de 25% dos domicílios, foram
reduzidas para proporções de 10% a 20% dependendo do tamanho das cidades. O quesito cor voltou a ser
investigado, assim como as características do local de trabalho.
2000
Houve um avanço com a digitalização da base cartográfica dos 480 municípios com mais de 50 mil habitantes,
compreendendo cerca de 61% da população brasileira. Na época, todas as agências do IBGE já estavam
informatizadas e interligadas. Foi inaugurado ainda um site para informar sobre o andamento da operação e
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 13/25
capturar
29/05/2019informações por leitura de caracteres e por
Censo e história: osscanner.
dados comoObússola
Censopara
de a2000 passou
ação pública a pesquisar
- Nexo Jornal o número de
alunos na rede pública e particular. Foi o último a usar questionário de papel. A data de referência foi antecipada de
1º de setembro para 1º de agosto.
PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA E O RECENSEADOR RODRIGO DE PAULA, QUE O ENTREVISTOU PARA O CENSO DE
2010
2010
Os recenseadores usaram pela primeira vez nas pesquisas computadores de mão, os PDAs (Personal Digital
Assistent, uma espécie de smartphones adaptados), que reduziam significativamente a possibilidade de erros. Para o
Censo daquele ano, o IBGE comprou 150 mil aparelhos do tipo. Graças a avanços tecnológicos, o órgão passou
oferecer retratos cada vez mais interativos, como a construção de uma base territorial que saiu do modo analógico-
digital para o digital. Houve também a possibilidade de preenchimento do questionário pela internet. Para quem
optasse pela modalidade, receberia em casa um envelope com um e-ticket para acessar um formulário.
O ministro diz considerar o levantamento brasileiro muito extenso em comparação com outros países, embora
muitos especialistas discordem. “Vamos tentar, pelo amor de Deus, simplificar. O Censo dos países ricos tem dez
perguntas, o brasileiro tem 150 [na verdade, são 37 no questionário básico e 108 no aplicado à amostra] e o do
Burundi tem 360 [o questionário aplicado naquele país em 2008 disponibilizado no site da ONU traz 64 perguntas
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 14/25
(https://unstats.un.org/unsd/demographic/sources/census/quest/BDI2008fr.pdf)].
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Se perguntar
Nexo Jornal demais você vai
acabar descobrindo coisas que nem queria saber. Sejamos espartanos, façamos as coisas mais compactas e vamos
tentar de toda forma ajudar”, afirmou em evento no IBGE
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/02/guedes-pede-reducao-de-questionario-do-censo-para-execucao-
de-pesquisa.shtml), no Rio, em fevereiro de 2019.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
CENSO DE 1960: PROPAGANDA CENSITÁRIA NO MARACANÃ DURANTE INTERVALO DE JOGO ENTRE FLAMENGO E VASCO
Para alcançar a meta de redução, ele propôs a retirada de perguntas do questionário para que os pesquisadores
tenham tempo de realizar um maior número de entrevistas e, ao mesmo tempo, mantenham um contrato mais curto
com o instituto.
R$ 3,4 bilhões
é o custo estimado do Censo de 2020
R$ 16
é o custo da pesquisa por habitante no Brasil
US$ 92
foi o custo por unidade habitacional recenseada em 2010 nos EUA; são cerca de R$ 364 (em 1970, esse custo
era de US$ 16, ou R$ 63)
Durante evento de posse da nova presidente do órgão, Susana Cordeiro Guerra, em fevereiro, no Rio de Janeiro, o
ministro defendeu, inclusive, que o IBGE vendesse seus prédios (https://oglobo.globo.com/economia/guedes-quer-
vender-predio-do-ibge-para-fazer-censo-sugere-simplificar-pesquisa-23473491) para bancar o levantamento.
A discussão em 2019 ocorre dentro de um contexto de crise econômica que tem levado o governo de Jair Bolsonaro a
anunciar o congelamento generalizado de recursos, em várias áreas.
A previsão de cortes é considerada um retrocesso por especialistas. Com menos dados, fica prejudicada a
comparações com anos anteriores. Essa comparação ajuda a traçar o desenvolvimento de indicadores. Muitos
aspectos da vida da população brasileira são medidos exclusivamente pelo Censo. Profissionais da área temem um
“apagão informacional” caso sejam retiradas perguntas sem que outras pesquisas possam suprir essa ausência de
medição do IBGE.
Segundo Rogério Barbosa, doutor em sociologia e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, enxugamentos
nos questionários (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/03/03/O-n%C3%BAmero-de-perguntas-do-
Censo.-E-os-planos-de-Paulo-Guedes) deveriam acontecer. “Mas isso deve vir acompanhado de uma mudança
maior, a criação de pesquisas que preencham o que hoje só é feito pelo Censo. Só se acompanha municípios pelo
Censo. Enquanto não tivermos pesquisas auxiliares que supram as coisas que o Censo tem suprido, é impossível
fazer esses cortes. É gerar um apagão informacional”, afirmou em entrevista ao Nexo, em março de 2019.
Em entrevista ao jornal O Globo, em março de 2019, o pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do
IBGE Pedro Luis do Nascimento Silva diz que o censo brasileiro “já é muito enxuto”
(https://oglobo.globo.com/economia/nao-se-muda-censo-de-um-pais-na-vespera-afirma-estatistico-23495433) e
que a percepção de que precisa ser menor “é equivocada”. “O questionário básico que usamos tem uma quantidade
de perguntas modesta, e o mais amplo é do tamanho que é porque essa é a demanda da sociedade e do governo por
informações no nível municipal. Enxugar mais envolverá sacrifício de informações essenciais. O censo brasileiro não
precisa de enxugamento. Precisa ser financiado”, afirmou ao jornal.
Para decidir se haverá cortes nos questionários e (quais deveriam ser feitos), Ricardo Paes de Barros, economista-
chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, foi destacado para coordenar a comissão consultiva do
levantamento.
Em entrevista ao jornal O Globo, ele questionou a necessidade de o levantamento trazer perguntas sobre a taxa de
desemprego (https://oglobo.globo.com/economia/ricardo-paes-de-barros-por-que-precisa-de-taxa-de-desemprego-
no-censo-23611933), por exemplo, e defendeu uma revisão do bloco com questões sobre o trabalho. “Pergunta-se por
que está no Censo quantas crianças estão em creche pública ou privada se há um levantamento escolar [do
Ministério da Educação] que pergunta isso para todas as escolas. Sei exatamente quantas crianças estão em cada
creche. Então, para que pôr isso no Censo? Numa consulta, me disseram: ‘Olha só, há uma subenumeração de
creches particulares nos municípios’. Estamos vendo se procede ou não”, afirmou.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 16/25
Ao jornal Folha de S.Paulo, em 15 de maio
29/05/2019 Censo de 2019,osa dados
e história: presidente do IBGE,
como bússola para a Susana Cordeiro
ação pública Guerra, disse que
- Nexo Jornal
mudanças na pesquisa para 2020 ocorreriam mesmo sem restrição orçamentária
(https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05/cidadao-esta-menos-propenso-a-responder-a-100-perguntas-
diz-presidente-do-ibge.shtml). “São ajustes para tornar a operação mais simples e ágil, para melhorar a qualidade da
cobertura e a qualidade das respostas. O mundo todo está caminhando para questionários mais simples, mais ágeis e
não tem por que o Brasil ser diferente, quando há outras formas de coletar a mesma informação de forma mais
precisa, eficiente e transparente”, afirmou.
Em números
250 mil
pessoas devem trabalhar nessa operação para coleta de dados, supervisão, apoio técnico-administrativo e
apuração dos resultados
27
unidades estaduais do IBGE
583
agências do instituto
7.600
postos de coleta municipais
1.680
coordenações regionais
30 mil
mapas de cidades, vilas e localidades
420 mil
arquivos digitais e impressos dos setores censitários para orientar os recenseadores
A maioria dos países usa o método tradicional de consulta a toda a população por meio de questionários. Essa
abordagem, ainda de acordo com a ONU, foi usada por 85% dos países consultados pela organização sobre as
pesquisas feitas em 2010. Apenas 10% (o que representava 12 países) usavam registros administrativos para o
levantamento. Outros 5% utilizam outras metodologias.
Por meio de uma operação complexa, a população responde diretamente a questionários e a entrevistadores. Numa
única pesquisa, são aplicados dois questionários: um curto, que busca uma cobertura universal, e um longo, aplicado
apenas em amostras, com questões mais detalhadas, como fertilidade. Os questionários podem ser enviados pelo
correio ou retirados em pontos de entrega, respondidos por telefone, internet ou em visitas presenciais, dependendo
do país. Pode haver também uma combinação entre esses métodos. É usado no Brasil, Canadá e Colômbia. Tem alto
custo para a sua execução, por isso é feito em intervalos que variam de cinco a dez anos.
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
OS JOGADORES PELÉ E CARLOS ALBERTO TORRES (DIR.) PARTICIPAM DE CAMPANHA DE DIVULGAÇÃO DO CENSO DE 1970
Para contornar a falta de cooperação dos informantes do censos populacionais e respeitar o direito à privacidade das
pessoas, muitos países começaram a buscar alternativas à abordagem clássica. O modelo baseado em registros
administrativos começou a ser testado na década de 1970 e foi usado com sucesso por vários países nos anos 1990.
Busca tirar proveito de diferentes fontes administrativas já existentes, como os registros individuais e de
proprietários de casas. Tenta conjugar informações de negócios, impostos, educação e empregos. Por isso, depende
da existência de um único número de identificação de pessoas para a conexão entre diferentes fontes. O sucesso
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 18/25
dessa abordagem está relacionado à manutenção
29/05/2019 deosuma
Censo e história: dadoscentral de registros
como bússola depública
para a ação alta qualidade
- Nexo Jornale boa cobertura, que
precisa ser permanentemente atualizada. Tem a vantagem de ser mais barato e contar com um grande fluxo de
dados. É usado em países como a Noruega.
É utilizado por países onde os registros não são considerados totalmente confiáveis. Formulários são preenchidos
previamente com os dados dos moradores, como endereço e nome de todos os residentes, e depois ratificados ou
corrigidos em entrevistas. O modelo reduz o tempo de entrevistas e tem impacto positivo nos custos. É adotado pela
Espanha.
Utilizado quando os registros administrativos não contêm todas as informações necessárias para a realização de um
censo baseado em informações oficiais. Parte dos dados, então, é coletada por pesquisas amostrais, ou seja, de
apenas uma parcela da população. É usado em Israel e na Holanda.
Censo contínuo
É uma alternativa ao modelo clássico. Feito por meio de pesquisas contínuas e cumulativas que cobrem todo o país
por longos períodos de tempo, esse censo exige técnicas complexas de amostragens. Sua vantagem é produzir
atualizações frequentes de dados, enquanto o censo tradicional é feito em intervalos de até dez anos. A desvantagem
é que não fornece um quadro momentâneo de toda a população, impedindo determinadas comparações entre áreas
devidos às diferentes contagens. É usada em países como a França.
É uma variação do censo tradicional, mas com o foco na contagem da população e na coleta apenas dos dados
demográficos básicos nos anos do censo, por meio de um questionário simplificado. Outras pesquisas coletam e
tabulam informações demográficas, sociais, econômicas de uma amostra, todos os anos. Busca levantar dados
relevantes com mais frequência do que o censo tradicional. O modelo é, porém, mais caro. Usado nos Estados
Unidos e no Peru. O pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE Pedro Luis do Nascimento
Silva falou sobre a experiência americana em entrevista (https://oglobo.globo.com/economia/nao-se-muda-censo-
de-um-pais-na-vespera-afirma-estatistico-23495433) ao jornal O Globo, em março de 2019: “No intervalo entre um
censo e outro, eles complementam com outra pesquisa, a American Community Survey. Durante cinco anos, três
milhões de domicílios são visitados anualmente. Com ela, os EUA conseguem dar uma estimativa para aquelas áreas
pequenas, que só a amostra que fazemos no censo consegue dar. Então, na prática, eles não reduziram o censo, mas o
diluíram pela década.”
Considera modelos matemáticos e técnicas de estimativas para preencher falhas de pesquisas amostrais. Algumas
informações específicas são coletadas de forma censitária em curtos períodos de tempo. Outras pesquisas amostrais
levantam informações adicionais, e os resultados são usados para criar os modelos matemáticos.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 19/25
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
“Os censos demográficos cumprem uma função cognitiva vital: acessam aquilo que
nossa experiência individual dificilmente poderia tanger. Furam nossas ‘bolhas’
informacionais e dão status de existência ao que jamais poderíamos enxergar. São
instrumentos de governança de sociedades complexas e fundamentais para um
país de proporções continentais, como o nosso.”
Rogério Jerônimo Barbosa e José Szwako
pesquisadores, em texto (https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2019/Por-que-h%C3%A1-uma-grave-
amea%C3%A7a-de-apag%C3%A3o-estat%C3%ADstico-no-Brasil) publicado no Nexo, em abril de 2019
“Dá para diminuir essa parte geral? Talvez dê. O que precisa ser calculado é a
economia que vai se conseguir com isso. Quanto tempo o pesquisador vai ficar na
casa da pessoa é importante, mas não é a única. Pode-se reduzir as perguntas e
mesmo assim não diminuir o custo”
Simon Schwartzman
sociólogo e ex-presidente do IBGE, em entrevista (https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-
leitao/post/quanto-custa-um-bom-censo.html) ao jornal O Globo, em abril de 2019
FOTO: DIVULGAÇÃO/IBGE
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29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
RECENSEADOR DO IBGE DURANTE TRABALHO DE CAMPO DO CENSO DE 1970, NA ROCINHA, NO RIO DE JANEIRO
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 22/25
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
“Recenseamento”, samba de 1940 composto por Assis Valente (1911-1958) especialmente para Carmem Miranda
(1909-1955)
“O perfil do brasileiro construído pelo IBGE: uma memória discursiva dos Censos
Demográficos de 1940 a 2010”
(http://www.memoriasocial.pro.br/documentos/Teses/Tese20.pdf), tese de doutorado em
memória social de Nadya Maria Miguel, defendida em 2012 pela Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro.
“O Negro no Mundo dos Ricos: Um estudo sobre a disparidade racial de riqueza no Brasil com
os dados do Censo Demográfico de 2010”
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 23/25
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
(https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?
popup=true&id_trabalho=3369980), tese de doutorado em sociologia de Emerson Ferreira
Rocha, defendida em 2015 pela Universidade de Brasília.
TODOS OS CONTEÚDOS PUBLICADOS NO NEXO TÊM ASSINATURA DE SEUS AUTORES. PARA SABER MAIS SOBRE ELES E O
PROCESSO DE EDIÇÃO DOS CONTEÚDOS DO JORNAL, CONSULTE AS PÁGINAS NOSSA EQUIPE
(HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/ABOUT/NOSSA-EQUIPE) E PADRÕES EDITORIAIS
(HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/ABOUT/PADR%C3%B5ES-EDITORIAIS-DO-NEXO). PERCEBEU UM ERRO NO CONTEÚDO?
ENTRE EM CONTATO (HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/ABOUT/CONTATO). O NEXO FAZ PARTE DO TRUST PROJECT. SAIBA
MAIS (HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR/ENTREVISTA/2019/05/10/COMO-JORNAIS-PODEM-RECUPERAR-A-CREDIBILIDADE-
SEGUNDO-ESTA-PESQUISADORA).
(https://thetrustproject.org/)
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2019/05/26/Censo-e-história-os-dados-como-bússola-para-a-ação-pública?utm_campaign=anexo&ut… 24/25
29/05/2019 Censo e história: os dados como bússola para a ação pública - Nexo Jornal
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