Em seu texto Fischer (2015), traz algumas indagações que movem a Escrita
acadêmica: arte de assinar o que se lê. Primeiro ponto é que as relações poderiam ser
pensadas entre a experiência da criação e da fruição estética e produção do texto
acadêmico. Uma outra questão ela nos traz na citação abaixo:
Em sua experiência a autora retrata que em muitos textos que é produzido por
estudantes de pós-graduação e da academia de maneira geral, lhe falta a paixão, como
Derrida convenciona como leitura assinada, essa falta de paixão talvez surja dos crivos
que muitas vezes a academia propõe ou do processo que necessário para fazer pesquisa,
para alguns fazer por fazer apenas, ou somente estar de olho no título recebido ou ainda
os louros que de certa forma algumas situações em que a escrita acadêmica se situa.
A citação acima traz um exemplo claro do que a autora nos incita com seu
texto, a beleza e a delicadeza que é o escrever cm paixão, sem deixar que o fim corrompa
o meio que no caso é a escrita.
Fischer (2015) nos indaga com que cuidado anotamos o que lemos, com isso
ela pergunta como estou digerindo as ideias de um texto qual me proponho a ler e como
articulo as ideias com meu projeto de pesquisa, e se essa relação que faço não é algo
superficial, como relaciono o que o autor disse com algo de meu trabalho.
Fischer (2015) nos faz refletir que enquanto iniciantes a pesquisa devemos ir
mais a fundo em determinados textos, que não é interessante sermos meros reprodutores
de conteúdo, nos posicionar de maneira rasa e sem conteúdo e também escapar das
formulações e moldes prontos que a academia nos incita.
Também em seu texto Fischer (2015) traz algumas impressões de que talvez
o mais difícil seja os tempos em que estamos vivendo, e as leituras rasas, rápidas que
precisamos realizar, pois existe uma aceleração ao tempo atualmente, então talvez
precisamos descontruir um pouco esses sinais.
...especialmente para Derrida, o trabalho de desconstrução tornou-se,
na sua vida de pensador, professor, filósofo, algo diretamente
relacionado ao ato de discernir o que se oferece como pensamento
dogmático ou, ao contrário, como pensamento esterilizante; ao ato de
decidir e de escolher, a cada momento, e não "por princípio", nem por
um relativismo oportunista, que tal forma de pensamento, desse autor,
nessa circunstância específica, nessa construção particular, faz
diferença, mobiliza, produz reverberações em nós, faz imaginar a vida
de hoje de um modo novo, vibrante, questionador das coisas tal como
nos são dadas ou tal como as encontramos. (FISCHER, 2015, p. 5)
Penso também que a atitude com a linguagem de que falo aqui diz
respeito não só ao texto lido em autores, ao texto que escrevemos, as
análises que realizamos. Diz respeito também aos documentos que
constituem nosso corpus de investigação, às entrevistas que fazemos,
aos diferentes dados que levantamos. Se deixamos de tomar as coisas
enunciadas como palavras referidas a estas ou aquelas coisas, a esta ou
aquela verdade, talvez possamos nos abrir a um tipo diferenciado de
escuta do outro, das práticas discursivas e não-discursivas de que
estamos tratando. (FISCHER, 2015, p. 10)
Fischer (2015) nos incitar com esse texto a aprimorar nossa capacidade
investigativa e criativa de modos diferentes, criativos e intuitivos, sem largar a
cientificidade necessária a ideia é escapar as a nossas previsões, a compor um quadro
complexo, rico e bem humorado, para que movimentemos o crescimento da escrita
cientifica diferente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FISCHER, Rosa Maria Bueno. Escrita acadêmica: arte de assinar o que se lê. In: COSTA,
Marisa Vorraber; BUJES, Maria Isabel Edelweiss (orgs.) Caminhos investigativos III:
riscos e possibilidades de pesquisar nas fronteiras. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p.117-
140.