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Prova

comentada
USP - SP R3
de Clínica Médica
2017
01 rotina
Homem de 67 anos vem para consulta de
por insistência de sua esposa. Não usa
medicações, é sedentário, não fuma nem ingere álcool
em demasia. Exame clínico: PA = 140 X 85 mmHg,
índice de massa corpórea = 30 kg/m2. Apresenta a
seguinte característica auricular: (Conforme imagem
no caderno de questões) considerando o sinal
auricular, pode-se afirmar que este paciente tem
probabilidade maior de apresentar:

A) Doença aterosclerótica coronariana.


B) Diabetes mellitus.
C) Polipose intestinal.
D) Trombose venosa profunda.

COMENTÁRIO: A alteração encontrada é o sinal de Frank (prega lobular diagonal) que possui forte
associação com aterosclerose (DAC), ela é muito útil para indicar a pesquisa de coronariopatia,
principalmente em pacientes mais jovens. Alternativa correta letra A
02 Homem de 29 anos, com queixa de urina escura. Apresentou primeiro
episódio há 18 meses, após cirurgia para correção de varicocele e uso de ainti-
inflamatórios não hormonais. Há duas semanas, teve novo episódio de urina escura,
após quadro de infecção de vias aéreas superiores. Nessa ocasião, verificou-se PA = 180
X 110 mmHg e discreto edema de membros inferiores. Exames: urina tipo I: proteína =
3+/4; hemácias = 1 milhão/mL; leucócitos = 320 mil/mL; cilindros granulosos. Urocultura:
negativa; proteinúria de 24 horas = 1,12 g; creatinina=1,4 mg/dL. Hemograma, eletrólitos,
gasometria e eletroforese de proteínas séricas normais. Sorologias virais, FAN e ANCA
negativos; complemento normal. O diagnóstico mais provável é:

A) Glomeruloesclerose segmentar e focal.


B) Glomerulonefrite pós-infecciosa.
C) Glomerulonefrite membrano-proliferativa.
D) Nefropatia por IgA.

COMENTÁRIO: Estamos diante de um paciente com queixa de hematúria macroscópica


assintomática aparentemente deflagrado por episódios de infecçao de via aérea inferior. Ao
analisarmos os achados da Urina I e proteinúria de 24 hrs, fica claro que estamos diante de uma
síndrome nefrítica (hematúria e proteinúria subnefrótica). Homem jovem (entre a segunda
e terceira década de vida) com hematúria intermitente e gatilho infeccioso, apresenta como
principal diagnóstico nefropatia por IgA ou Doença de Berger. Item D está correto.
03 atendida
Mulher de 27 anos, casada, na oitava semana de sua primeira gestação, é
com queixa de febrícula, cefaleia, artralgia e adinamia e lesões cutâneas
avermelhadas disseminadas há dois meses. Exame físico: lesões exantemáticas em face,
tronco e membros com predominância em superfícies palmoplantares e alopecia areata.
Tem história pregressa de quadro de prurido generalizado, edema de face e lábios e
hipotensão após ser medicada com penicilina benzatina para tratamento de tonsilite
purulenta necessitando de atendimento em Pronto Socorro. Feita a suspeita de lues
secundária. VDRL = 1/32 (repetido e confirmado). A conduta mais adequada a ser feita é:

A) Eritromicina 500 mg, via oral 4X/dia por 14 dias.


B) Azitromicina 2 g, via oral,1X/dia por 14 dias.
C) Penicilina benzatina, 2,4 milhões UI, IM após dessensibilização.
D) Doxiciclina 100 mg, via oral, 2X/dia por 14 dias.

COMENTÁRIO: Questão direta. Estamos diante de uma gestante com quadro clínico (febre,
artralgia, lesão eritematosa em face, tronco e, principalmente, em região palmoplantar, além
de alopécia - sífilis secundária) e sorológico compatível com sífilis (VDRL em duas ocasiões com
títulos elevados). O tratamento preconizado pelo ministério da saúde para a prevenção de sífilis
neonatal é baseado no uso de penicilina benzatina, porém a paciente já apresentou episódio
de reação anafilática previamente. Nesse caso, a conduta mais acertada é a dessensibilização à
penicilina, pois trata-se da droga com melhor evidência de eficácia nesse contexto.
04 Mulher de 22 anos vem com queixas de sintomas dispépticos há um ano,
diarreia e emagrecimento de 6 kg no período. Tem história prévia de anemia
ferropriva, tratada com sais de ferro sem sucesso. Exames iniciais: protoparasitológico
de fezes negativo, gordura fecal (SUDAM) positiva, leucócitos fecais ausentes.
Velocidade de hemossedimentação normal, dosagem de imunoglobulinas normal.
Anti-HIV negativo.A colonoscopia foi normal. A ultrassonografia não conseguiu
examinar o pâncreas completamente devido à distensão gasosa abdominal. O próximo
exame a ser solicitado é:

A) Amilase sérica.
B) Anticorpos antiendomísio.
C) Dosagem de calcitonina.
D) Dosagem de calprotectina fecal.

COMENTÁRIO: Estamos diante de uma mulher jovem com quadro de diarréia crônica associada
a dispepsia, perda ponderal, anemia ferropriva e esteatorréia; além disso, o protoparasitológico
de fezes negativo torna menos provável uma causa infecciosa para o quadro, bem como
o anti-HIV negativo e dosagem de imunoglobulinas normais afastando algum quadro de
imunossupressão. A principal hipótese para o caso é, sem dúvidas, doença celíaca, portanto, os
anticorpos a serem solicitados seriam o anticorpo anti-transglutaminase (anti-TTG) da classe de
IgA e o antiendomisio. A opção correta é o item B.
05 Homem de 50 anos é admitido no serviço de emergência em mau estado geral.
Chama atenção sua gasometria venosa com pH = 7,56 e bicarbonato = 31 mEq/L.
Dentre os abaixo, a etiologia e a alteração eletrocardiográfica mais prováveis são,
respectivamente:

A) História de vômitos e onda T apiculada.


B) Uso de diurético tiazídico e onda U.
C) Diarreia prolongada e onda de Osborn.
D) Uso de inibidor de bomba de prótons e onda delta

COMENTÁRIO: Bela questão para os amantes dos distúrbio ácido-base e eletrolítico. Vamos por
exclusão. Estamos diante de um paciente com alcalemia (pH = 7,56) metabólica (BIC = 31 mEq/L),
portanto, o comportamento do potássio diante desse fenômeno é a hipocalemia. Isso levará a
redução da amplitude da onda T e “desmascaramento” da onda U. Apenas com esse dado você
seria capaz de marcar a alternativa B como correta. Das alternativas acima, apenas os vômitos e o
uso de diurético tiazídicos são capazes de causar alcalemia.
06 Mulher de 17 anos, previamente hígida, com queixa de perda ponderal involuntária
de 4 kg no último mês, astenia na última semana e há dois dias com náuseas,
vômitos e dor abdominal. Sem alterações nas fezes e sem febre. Negava outros sintomas.
Exame clínico: desidratada ++/IV; FR = 32 irpm; FC = 108 bpm; PA = 100 X 60 mmHg; T =
36,5 °C; SatO2 em ar am-biente = 99%. Exame pulmonar, cardíaco e de extremidades
normais. Abdome flácido, discretamente doloroso à palpação de epigástrio,
descompressão brusca negativa, ruídos hidroaéreos presentes. Foram colhidos exames
laboratoriais e o primeiro resultado obtido foi a gasometria arterial com pH = 7,18; pO2 =
88 mmHg; pCO2 = 20 mmH; bicarbonato = 8 mEq/L; BE = -7; K = 3,8 mEq/L e lactato = 11
mg/dL. Considerando-se a hipótese principal, o cuidado desta paciente deve incluir:

A) Antibioticoterapia endovenosa. C) Tomografia de abdome.


B) Reposição de bicarbonato. D) Reposição de potássio.

COMENTÁRIO: Questão muito boa. Vamos inverter a ordem das informações para que fique mais
clara. A gasometria arterial mostra uma acidemia (pH = 7,18) metabólica (BIC = 8) compensada
(pCO2 espero = BIC x 1,5 + 8 = 20) com lactato normal (< 20 mg/dl), ou seja, há algum outro
ácido sendo responsável por esse fenômeno. Chama atenção uma jovem com perda ponderal,
desidratada ao exame, sem sinais de infecção e com dor abdominal. Diante disso, a principal
hipótese diagnóstica é um quadro de cetoacidose diabética (CAD). Dentro das medidas iniciais
no tratamento de CAD, sem dúvida alguma, um passo fundamental é o controle adequado do
potássio, portanto o item D está correto. O item B está incorreto devido a restrição do uso de
bicarbonato apenas para pacientes com acidemia grave (ph < 7,0).
07 Homem de 23 anos procura o pronto atendimento por crise álgica de anemia
falciforme em membro inferior esquerdo, durante suas férias em São Paulo/SP.
Paciente é seguido regularmente em ambulatório de hematologia de sua cidade natal
e faz uso de ácido fólico 5 mg/dia desde a infância e de hidroxiureia 1.500 mg/dia há
um ano e meio. Na avaliação, solicita administração de morfina endovenosa, e refere
que é a única medicação que alivia sua dor quando na intensidade atual. Refere que
teve quadro de infecção de vias aéreas superiores há cerca de duas semanas, sem febre
e com resolução completa dos sintomas respiratórios. Há um dia, iniciou quadro álgico
intenso em MIE, tendo feito uso de dipirona 40 gotas e codeína 30 mg de 6 em 6 horas
(tomou 2 doses de cada), com pouca melhora. No momento, com fáscies de dor e
relata dor 8 em 10. Em estado geral regular (fáscies de dor); descorado 2+; hidratado; FC
= 90 bpm; PA = 114 x 70 mmHg; FR = 23 rpm; afebril. Com relação a este caso:

A) Está indicado iniciar analgésicos comuns e opioides, além de hidratação.


B) Está indicado iniciar antibioticoterapia para prevenir síndrome torácica aguda.
C) A normalidade dos sinais vitais e o uso de hidroxiureia tornam improvável a hipótese
diagnóstica de crise álgica devendo ser avaliada adição a opioides.
D) Deverá ser indicada transfusão de concentrados de hemácias pela intensidade/
gravidade da crise álgica.
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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 7

COMENTÁRIO: Questão direta. Estamos diante de uma síndrome álgica (dor intensa em MIE) de
forte intensidade (8/10) sem melhora ao uso de opioide fraco. Diante do exposto, devemos oferecer
uma boa hidratação, já que este é um dos principais desencadeantes desse fenômeno, além de
uma analgesia com opioide potente como a morfina combinado a algum analgésico simples.
Caso o paciente permaneça refratário a essas medidas, a transfusão pode ser considerada, porém
apenas no contexto de refratariedade da crise. Afirmativa correta, item A.
Mulher de 26 anos, com antecedente de diabetes mellitus tipo 1, internada há
19 dias na unidade de terapia intensiva por choque séptico de foco urinário, por
Escherichia coli multissensível. Evoluiu com insuficiência renal aguda, necessitando
de hemodiálise, e síndrome do desconforto respiratório agudo, com necessidade de
ventilação mecânica. Fez uso de ceftriaxone 2 g ao dia, por 14 dias. Foram suspensas
as drogas vasoativas e a paciente foi extubada, porém ainda necessita de hemodiálise.
Encontrava-se bem, estável, porém voltou a ter febre e hipotensão arterial, sendo
reintroduzida noradrenalina. Exame clínico inalterado. Cateter de hemodiálise em bom
estado. Houve elevação de leucócitos, proteína C reativa e lactato arterial. Radiografia
de tórax e tomografia de abdome sem alterações. Foram colhidas hemoculturas
periféricas e do cateter de hemodiálise e urocultura. Introduzido piperacilina/
tazobactan, além de vancomicina. Houve crescimento de leveduras em hemocultura
periférica e do cateter. Urocultura negativa. As condutas a serem realizadas são:

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 8

A) Retirada ou troca do cateter de hemodiálise, manutenção dos demais


antimicrobianos, introdução de micafungina 100 mg/dia e fundoscopia, se houver
queixa ocular.
B) Manutenção do cateter de hemodiálise, introdução de micafungina 50 mg/dia,
corrigida para função renal, suspensão dos antibióticos e fundoscopia
C) Retirada ou troca do cateter de hemodiálise, introdução de micafungina 100 mg/dia,
coleta de novas hemoculturas, suspensão dos antibióticos e fundoscopia.
D) Manutenção do cateter de hemodiálise, introdução de micafungina 100 mg/dia,
suspensão dos antibióticos e fundoscopia, se houver queixa ocular.

COMENTÁRIO: Questão muito boa. Estamos diante de uma paciente com choque séptico de
foco urinário, por Escherichia coli multissensível em fase de resolução, porém ainda invadida
com acesso vascular para hemodiálise. Apresentou novo quadro infeccioso (febre e hipotensão
arterial, além de elevação de leucócitos, proteína C reativa e lactato arterial). Houve crescimento
de leveduras em hemocultura periférica e do cateter e outros sítios infecciosos não parecem
estar relacionados, portanto estamos diante de uma infecção de corrente sanguínea associada a
cateter. A conduta sugerida é a retirada do cateter, introdução de droga antifúngica (micafungina),
coleta de hemoculturas seriadas até negativação do exame (o antifúngico deve ser mantido por
14 dias após primeira hemocultura negativa). Avaliação do fundo de olho é mandatória devido o
risco de coriorretinite fúngica. A utilização de antibiótico nesse contexto concorrerá apenas para o
aumento de eventos adversos, não sendo necessário a sua utilização. Alternativa C está correta.
09 19Mulher de 26 anos, com antecedente de diabetes mellitus tipo 1, internada há
dias na unidade de terapia intensiva por choque séptico de foco urinário, por
Escherichia coli multissensível. Evoluiu com insuficiência renal aguda, necessitando
de hemodiálise, e síndrome do desconforto respiratório agudo, com necessidade de
ventilação mecânica. Fez uso de ceftriaxone 2 g ao dia, por 14 dias. Foram suspensas
as drogas vasoativas e a paciente foi extubada, porém ainda necessita de hemodiálise.
Encontrava-se bem, estável, porém voltou a ter febre e hipotensão arterial, sendo
reintroduzida noradrenalina. Exame clínico inalterado. Cateter de hemodiálise em bom
estado. Houve elevação de leucócitos, proteína C reativa e lactato arterial. Radiografia
de tórax e tomografia de abdômen sem alterações. Foram colhidas hemoculturas
periféricas e do cateter de hemodiálise e urocultura. Introduzido piperacilina/
tazobactan, além de vancomicina. Houve crescimento de leveduras em hemocultura
periférica e do cateter. Urocultura negativa. Após 5 dias, houve identificação de Candida
parapsilosis. Como a febre persistia, foi feito ecocardiograma, evidenciado-se vegetação
de 18 X 10 mm em válvula mitral. A melhor conduta é:

A)Trocar antifúngico para fluconazol, sem indicar cirurgia cardíaca.


B) Trocar para anfotericina B e indicar cirurgia cardíaca.
C) Manter a micafungina, sem indicar cirurgia cardíaca.
D) Trocar antifúngico para fluconazol e indicar cirurgia cardíaca.
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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 9

COMENTÁRIO: Continuando o raciocínio da questão anterior, agora sabemos que a fungemia é


causada por uma C. parapsilosis que é naturalmente sensível ao fluconazol, permitindo dessa
forma a substituição do esquema atual. Para nossa surpresa, a paciente evoluiu com uma
complicação da fungemia - endocardite (vegetação de 18 X 10 mm em válvula mitral). Quando a
valva cardíaca é lesada por fungo, a conduta sugerida é sempre cirúrgica, portanto a alternativa D
está correta.
10 São admitidos dois pacientes no pronto socorro com hipótese de intoxicação
exógena, com as seguintes características clínicas: PACIENTE I: transpiração
intensa; PA = 170 X 100 mmHg; pulso = 120 bpm; agitação; ressecamento de mucosas;
T = 38 °C e episódio convulsivo. PACIENTE II: alteração do estado mental; respiração
superficial; pupilas mióticas; pulso = 50 bpm e PA = 100 x 50 mmHg. Das abaixos, as
drogas mais prováveis, como etiologia, são, respectivamente:
A) MDMA e opiácio.
B) Cocaína e barbitúrico.
C) MDMA e ácido lisérgico.
D) Anfetamina e crack.
COMENTÁRIO: O primeiro paciente apresenta um quadro de excitação do SNC, manifestado
por taquicardia, elevação da pressão arterial, taquipneia e elevação térmica. Os agentes
mais comumente envolvidos são: Anticolinérgicos (atropina, escopolamina, tricíclicos, etc),
Simpaticomiméticos (cocaína, anfetaminas, etc), Alucinógenos centrais (LSD). O segundo caso
reflete depressão do SNC, com depressão do estado mental, hipotensão, redução da frequência
respiratória, cardíaca e da temperatura, que pode ser causado por pioides, sedativos, colinérgicos
e simpaticolíticos. Dessa forma as opções C e D devem ser excluídas pois trazem apenas drogas
que causam excitação do SNC. As opções A e B poderiam ser consideradas corretas, pois cada uma
traz em primeiro lugar um estimulante do SNC (lembrando que o MDMA é o popular ecstasy, uma
anfetamina sintética) e em segundo lugar um depressor do SNC. A dica para acertar a questão
vem das pupilas: na intoxicação por opiáceos a miose é marcante, enquanto na intoxicação por
barbitúricos as pupilas se apresentam geralmente médio-fixas. Resposta: A.
11 A tabela a seguir refere-se a avaliação de um
novo teste diagnóstico, para uma doença cuja
presença nos indivíduos analisados foi definida
utilizando um método padrão-ouro. (Conforme
imagem do caderno de questão). Com base na tabela
e na figura (Nomograma de Fagan), responda a
próxima questão. (Conforme imagem do caderno
de questão). Considerando o cenário em que este
estudo de teste diagnóstico foi desenvolvido, o
valor preditivo positivo do novo teste diagnóstico é,
aproximadamente:

A) 33%.
B) 50%.
C) 67%.
D) 75%.

COMENTÁRIO: Não se assuste com os gráficos. Questão simples e direta. Por definição o valor
preditivo positivo é a chance de um indivíduo ser doente, dado que seu teste foi positivo, portanto
teremos 90/135 = 0,67 (67%). Afirmativa C é a correta.
12 novo
A tabela a seguir refere-se a avaliação de um
teste diagnóstico, para uma doença cuja
presença nos indivíduos analisados foi definida
utilizando um método padrão-ouro. (Conforme
imagem do caderno de questão). Com base na tabela
e na figura (Nomograma de Fagan), responda a
próxima questão. (Conforme imagem do caderno
de questão). A razão de verossimilhança para o teste
negativo no exemplo citado é, aproximadamente:

A) 0.05.
B) 0.11.
C) 0.22.
D) 0.55.

COMENTÁRIO: Mais uma vez, mantenha a calma e aplique os conceitos. O que está sendo pedido
na questão é a razão de verossimilhança que nada mais é que a relação entre a probabilidade
do teste ser negativo dentre os indivíduos doente e a probabilidade do teste ser negativo dentre
os indivíduo não-doentes. Aplicando aos dados da questão teremos 10/100/855/900 = 0,10.
Alternativa B está correta.
14 Mulher de 21 anos, previamente hígida, com febre de até 39 °C há cinco dias e
há três dias, icterícia e colúria. Refere dor em hipocôndrio esquerdo. Nega uso de
medicações. Sem antecedente familiar. Exame clínico: regular estado geral; descorada
2+/4; ictérica 4+/4; T = 38,2 °C; FC = 108 bpm; PA = 100 X 60 mmHg; FR = 18 ipm; SatO2
= 96% em ar ambiente. Sem linfonodomegalias; sem lesões cutâneas. Abdômen
doloroso à palpação em hipocôndrio esquerdo, baço a 6 cm do rebordo costal
esquerdo, fígado a 2 cm do rebordo costal direito. Exames laboratoriais: hemoglobina
= 8,5 g/L; normocítica; leucócitos = 2.290/mm3; plaquetas = 47 mil/mm3; reticulócitos =
5 mil/mm3; PCR = 71 mg/dL; ALT = 117 U/L; AST = 169 U/L; FA = 1.001 U/L; Gama-GT = 1.179
U/L; bilurrubinas = 17,4 mg/dL (direta = 15,0 mg/dL); DHL = 1.685 U/L; ferritina = 70.993
ng/mL; ureia, creatinina, sódio, potássio e coagulação normais; anti-HIV negativo; anti-
HCV negativo; anti-HBc negativo, anti-HBs positivo; AgHBs negativo; anti-HAV IgG
positivo e IgM negativo; anti-VCA EBV IgG negativo e IgM positivo. A principal hipótese
diagnóstica e o exame a ser realizado são, respectivamente:

A) Síndrome hemofagocítica / Aspirado de medula óssea.


B) Púrpura trombocitopênica trombótica / Pesquisa de esquizócitos..
C) Hepatite fulminante / Biópsia hepática.
D) Sepse decorrente de colangite / Ultrassonografia de abdômen

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 14

COMENTÁRIO: Questão clássica na FMUSP. O achado central para o diagnóstico correto seria
a elevação descomunal da ferritina (>70000). Estamos diante da síndrome hemofagocítica
que se caracteriza pela hiperativação do sistema imune. Apresenta como gatilhos processos
infecciosos, doença autoimune, neoplasias e algumas formas hereditárias. Apresenta-se com
febre, hepatoesplenomegalia, rash cutâneo, linfadenomegalia generalizada, disfunção do SNC,
citopenias e ferritina desproporcional às alterações hepáticas. O aspirado de medula óssea é um
importante critério para a confirmação diagnóstica, revelando a fagocitose das células
hematológicas. Alternativa A está correta.
15 Mulher de 33 anos, portadora de infecções pulmonares frequentes foi submetida
a tomografia computadorizada de tórax para investigação de bronquiectasias.
Cinco minutos após a administração do contraste iodado, apresentou rubor cutâneo,
prurido generalizado, edema de lábios, dispneia e agitação psicomotora. PA = 80 X 50
mmHg; FC = 120 bpm; FR = 28 ipm. Pelo fato de ser alérgica a peixe e camarão, havia
sido medicada profilaticamente com loratadina (10 mg por viaoral), 8 horas antes do
início do procedimento, por indicação de seu clínico. Foi medicada com adrenalina IM,
difenidramina IV e hidrocortisona IV, apresentando boa evolução. Nunca havia recebido
contrastes iodados durante a realização de exames de imagem. Referia fazer uso
profilático de azitromicina para bronquiectasias há três meses. Podemos afirmar que:

A) O mais provável agente etiológico foi o contraste iodado uma vez que a paciente
apresenta alergia a peixe e camarão.
B) A principal hipótese diagnóstica é anafilaxia IgE-mediada, desencadeada pelo
contraste iodado.
C) O provável mecanismo imunológico envolvido é a desgranulação direta de
mastócitos pelo contraste iodado.
D) A causa mais provável envolvida foi a interação entre a azitromicina e o contraste
iodado.
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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 15

COMENTÁRIO: A paciente acima apresentou um quadro de hipersensibilidade imediata ao


contraste. Esse fenômeno não é mediado por IgE, mas sim relacionado a desgranulação de
mastócitos, ativação de complemento ou liberação de serotonina. A alergia aos frutos do mar
não constituem fator de risco. Alternativa C está correta.
16 Mulher de 50 anos, com história de aumento de volume abdominal há dois
meses. Nega dispneia, alterações urinárias, febre ou emagrecimento. Não tem
epidemiologia para hepatites. Nega uso de qualquer medicação. Exame clínico: corada,
hidratada, acianótica, eupneica. PA = 120 X 80 mmHg. Abdômen: ascite moderada, sem
visceromegalias. Membros: sem edemas. Dos sintomas e sinais apresentados, aquele
que tem maior especificidade para determinar que a ascite seja por alteração da
permeabilidade vascular é:

A) Ausência de dispneia.
B) Ausência de alterações urinárias.
C) Ausência de edema de membros inferiores.
D) Ausência de visceromegalias.

COMENTÁRIO: Questão muito bonita. Na ascite de causa transudativa, que tem como principais
causas insuficiência cardíaca, cirrose e síndrome nefrótica, quase sempre se apresentará com
edema de membros inferiores. Às causas exsudativas (neoplasia, tuberculose) estão relacionadas
a doenças do próprio peritônio, podendo apresentar-se com ascite sem síndrome edemigênica
associada. Alternativa C está correta.
17 Mulher de 32 anos procura assistência médica com queixa de episódios
intermitentes de diplopia, além de fraqueza muscular e ptose palpebral
vespertina. Nesta paciente é provável o encontro de anticorpo anti:
A) Centrômero.
B) Receptor de acetilcolina.
C) Músculo liso.
D) Citoplasma de neutrófilo.

COMENTÁRIO: Questão direta. Fraqueza muscular acompanhada por comprometimento de


musculatura ocular (diplopia, ptose vespertina) sugere o diagnóstico de miastenia gravis.
Doença caracterizada pela produção de autoanticorpos contra os receptores musculares de
acetilcolina localizados na placa motora, levando a fraqueza e fatigabilidade muscular, que
podem piorar ao longo do dia. Alternativa B está correta.
18 Homem de 60 anos, ex-tabagista, em investigação de nódulo pulmonar,
evolui com perda ponderal de 10 kg nos últimos dois meses. Há duas semanas
dorsalgia e fraqueza em membros inferiores com piora progressiva. Há uma semana
com dificuldade na marcha, incontinência urinária e há dois dias sem conseguir
deambular e com retenção urinária. Exame neurológico: paraparesia crural com força
muscular grau II em ambos os membros inferiores, reflexos profundos abolidos em
membros inferiores, sinal de Babinski bilateral, reflexos cutâneo-abdominais médio
e inferiores abolidos e hipoestesia térmica e dolorosa em membros inferiores, com
relativa preservação da sensibilidade profunda. O exame de imagem a ser solicitado
deverá avaliar a seguinte topografia:

A) Cervical.
B) Craniana.
C) Torácica.
D) Lombar.

COMENTÁRIO: Trata-se provavelmente de uma compressão medular relacionada a metástase


de câncer de pulmão (fatores de risco: idade, tabagismo prévio, perda ponderal). O achado de
paraparesia sugere acometimento da coluna torácica ou lombar. Além disso, a ausência dos
reflexos cutâneo abdominais médio e inferior topografam a coluna torácica como local da lesão,
pois é de lá que emergem as raízes de T9-T11 (reflexo cutâneo abd. médio) e T11-T12 (reflexo
cutâneo abd. inferior). Alternativa C está correta.
19 Mulher de 32 anos, com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico em
seguimento ambulatorial. Em consulta há 60 dias, encontrava-se assintomática,
com função renal normal, medicada apenas com cloroquina. Volta para consulta hoje,
em anasarca, com creatinina = 2,5 mg/dL; hematúria > 100 eritrócitos por campo;
anemia e hipocomplementemia. O tratamento a ser instituído é:

A) Pulsoterapia com metilprednisolona.


B) Pulsoterapia com ciclofosfamida.
C) Prednisona 1 mg/kg, via oral.
D) Azatioprina 2 mg/kg, via oral.

COMENTÁRIO: Questão direta. Paciente portadora de lupus cursando com quadro de nefrite
lúpica em atividade (anasarca, hematúria, retenção de escórias e hipocomplementemia).
Estamos diante de uma nefrite lúpica difusa (classe IV), que devido a possibilidade de
desfecho ruim deve ser tratada agressivamente. O tratamento preconizado é pulsoterapia
com metilprednisolona 1 g durante 3 a 5 dias. O uso de ciclofosfamida pode ser associada ao
corticoide. Alternativa A está correta.
Mulher de 34 anos, previamente hígida, veio
20 ao pronto-socorro com cefaleia holocraniana
há dois dias, associada a náuseas, febre de 38 °C e
confusão mental. Acompanhante relata episódio de
parada comportamental associada a automatismos
oromastigatórios, com duração de cerca de três minutos.
Exame clínico: regular estado geral, escala de coma de
Glasgow: abertura ocular 3, resposta verbal 4, resposta
motora 6, confusa e sonolenta, rigidez de nuca presente,
fundo de olho sem papiledema, sem outras alterações.
A ressonância de crânio da paciente é apresentada. O
tratamento que deve ser instituído para essa paciente é:

A) Aciclovir 10 mg/kg EV 8/8 horas.


B) Ceftriaxone 2 g EV 12/12 horas e Ampicilina 2 g EV 6/6 horas.
C) Dexametasona 4 mg EV 6/6 horas.
D) Cotrimoxazol 100 mg/kg de sulfametoxazol EV 6/6 horas.

COMENTÁRIO: Questão direta e clássica de prova. Os achados de acometimento em lobo


temporal a RNM de encéfalo associado aos dados clínicos que sugerem um quadro agudo de
encefalite (cefaleia holocraniana, confusão mental, alteração de comportamento) infecciosa
(febre) deixam a meningencefalite herpética como principal hipótese diagnóstica. O tratamento
deve ser instituído precocemente com o uso de aciclovir 10 mg/kg EV 8/8 hrs por 2 a 3 semanas.
21 Homem de 70 anos, com queixa de anúria há dois dias, acompanhada de
fraqueza progressiva e mal estar. Refere ter a próstata aumentada e já foi
sondado algumas vezes. Seus exames de um mês atrás eram normais. Exame clínico:
PA = 140 X 90 mmHg; corado; hidratado; com grande bexigoma. Exames: creatinina = 4
mg/dL; ureia = 152 mg/dL; K = 4,5 mEq/L. Na passagem da sonda vesical, drenou 940 mL
e, em 24 horas, 5 litros. A melhor explicação para a poliúria é:

A) Aumento do fator natriurético.


B) Retenção de líquidos no período de anúria.
C) Necrose tubular aguda, em sua fase poliúrica.
D) Insensibilidade dos túbulos renais ao ADH.

COMENTÁRIO: A fase inicial da IRA pós-renal é seguida por insensibilidade dos ductos coletores
ao hormônio antidiurético (ADH) gerando um quadro semelhante a diabetes insipidus
nefrogênico. A persistência do quadro será seguido por lesão parenquimatosa renal irreversível.
Afirmativa D está correta.
22 evidenciada
Mulher de 32 anos passou em consulta em unidade básica de saúde, sendo
elevação da pressão arterial. A paciente é assintomática e nega
doenças crônicas ou uso de medicações. Nega história familiar de hipertensão. Exame
clínico: IMC = 28,4 kg/m2; PA = 164 X 108 mmHg (2 medidas); sem outras alterações.
Exames laboratoriais: creatinina = 0,7 mg/dL; K = 3,2 mEq/L e urina tipo 1 sem
proteinúria ou hematúria. O exame confirmatório da principal hipótese diagnóstica é:

A) Dosagem de aldosterona e renina plasmática.


B) Monitorização ambulatorial da pressão arterial.
C) Tomografia de abdômen.
D) Doppler de artérias renais.

COMENTÁRIO: Nessa questão temos uma paciente jovem com elevação da PA, chama a
atenção nos exames uma hipocalemia (K 3,2 mEq/L), e qual a causa clássica de HAS em jovens
com hipocalemia? É o hiperaldosteronismo primário! O exame mais solicitado (possui alta
sensibilidade) é a relação entre a aldosterona plasmática e atividade de renina plasmática,
quando existirem valores iguais ou maiores que 20 ou 30ng/dL:ng/ml/h o diagnóstico é provável.
Alternativa correta letra A.
23 uso
Homem de 52 anos, com antecedentes pessoais de diabetes mellitus tipo 2 em
de insulina, insuficiência cardíaca e hábitos de alcoolismo, em consulta pré-
operatória para cirurgia de caráter curativo devido a adenocarcinoma gástrico, com
tempo cirúrgico previsto de 6 horas e data prevista da cirurgia em dois dias. Queixa-se
de desconforto epigástrico há duas semanas. A recomendação que deve ser adotada
no cuidado perioperatório é:
A) Postergar a cirurgia até que o paciente fique abstêmio por duas semanas.
B) Introduzir benzodiazepínico associado a naltrexona no pós-operatório imediato.
C) Manter glicemia de jejum entre 90 e 130 mg/dL e pós-prandial < 180 mg/dL,
no préoperatório.
D) Adiar a cirurgia e realizar a cineangiocoronariografia.

COMENTÁRIO: Nesse caso, manter o paciente abstêmio por 2 semanas pode exigir um tempo
que pode prejudicar o tratamento oncológico curativo; não há a indicação de prescrever
benzodiazepínicos associado a naltrexona no pós-operatório, somente se o paciente iniciar
um quadro de síndrome de abstinência alcoólica; o paciente em questão é diabético insulino
dependente, cardiopata e etilista que será submetido a uma cirurgia intracavitária de grande
porte e segundo a última diretriz de avaliação cardiovascular perioperatória, deve-se solicitar
cineangiocoronariografia para pacientes com SCA de alto risco ou com isquemia extensa em
prova funcional; a alternativa C está correta, deve-se manter a glicemia de jejum entre 90 a
130mg/dL e glicemia pós-prandial (2 horas) em até 180mg/dL. Alternativa C está correta.
24 Mulher de 25 anos, previamente hígida, apresenta quadro de febre de até
38 °C, tosse sem expectoração e dispneia há duas semanas. Foi tratada com
amoxicilina + clavulanato, sem melhora clínica. Os filhos tiveram quadro semelhante, de
menor intensidade. Uma possível complicação na evolução dessa paciente é:

A) Pneumotórax espontâneo.
B) Meningite bacteriana.
C) Uveíte posterior.
D) Anemia hemolítica.

COMENTÁRIO: Definitivamente estamos diante de um quadro infeccioso com transmissão


interpessoal já que vários membros da família apresentaram os mesmos sintomas. A chave para
a resposta está na ausência de melhora ao uso de amoxicilina/clavulanato, apontando para um
quadro infeccioso relacionado a germe atípico já que o esquema utilizado não é adequado para
essa etiologia. Dentro os atípicos, o micoplasma apresenta essa característica de transmissão,
além de poder associar-se a anemia hemolítica por anticorpos frios e miringite bolhosa.
Alternativa D está correta.
Homem de 86 anos, assintomático, vem
25 à consulta de rotina. Tem antecedentes
de hipertensão, hiperplasia prostática
benigna e osteoartrose de quadril tratada
cirurgicamente com artroplastia total. É funcional
e independente para atividades diárias. Exame
clínico: PA = 116 X 82 mmHg; FC = 88 bpm;
com arritmia arrítmica, sem sopros. Sem outras
alterações. Exames laboratoriais mostram ureia, creatinina, TSH, T4 livre, hemograma
e glicemia sem alterações. ECG mostrado a seguir. (Conforme imagem no caderno de
questão). O item que melhor enumera as condutas eficazes em reduzir a mortalidade ou
eventos cardiovasculares graves na doença apresentada por este paciente é:
A) Anticoagulação com heparina, seguida de varfarina e reversão do ritmo.
B) Anticoagulação com varfarina, sem tentar reverter o ritmo.
C) Anticoagulação com varfarina e reversão do ritmo.
D) Anticoagulação com heparina, seguida de varfarina, sem tentar reverter o ritmo.
COMENTÁRIO: Nesse caso temos um idoso de 86 anos, assintomático, com CHADSVASc de 3
(idade + HAS) que indica anticoagulação oral. O benefício em reverter o ritmo (fibrilação atrial)
não é superior ao controle de frequência (paciente com FC controlada aproximada de 90BPM), o
que torna a alternativa correta a letra B. Lembre-se do macete para calcular a FC na FA, conte o
número de batimentos em D2 longo e multiplique por 6!
26 Homem de 69 anos procura o pronto-socorro por confusão mental, que vem
piorando nos últimos dois dias. É tabagista de 55 maços-ano com diagnóstico
recente de carcinoma epidermoide pulmonar (massa de 8,2 X 6,7 cm). Queixa-se ainda
de obstipação intestinal. Ainda não realizou nenhum tratamento. Exame clínico:
emagrecido, desidratado ++/IV, desorientado no tempo, sem deficits motores ou
sensitivos. Sinais vitais normais. Glicemia capilar de 86 mg/dL. Baseado no caso clínico
e na epidemiologia clínica, o(s) exame(s) que deve(m) ser solicitado(s) e a hipótese
diagnóstica mais provável são:
A) Tomografia de crânio e coleta de liquor; disseminação leptomeníngea da neoplasia
maligna do pulmão.
B) Dosagem sérica de cálcio, fósforo, potássio, ácido úrico e creatinina; síndrome de lise
tumoral.
C) Tomografia (ou ressonância) de crânio; metástase cerebral da neoplasia
maligna do pulmão.
D) Dosagem sérica de cálcio; hipercalcemia relacionada à neoplasia maligna.

COMENTÁRIO: Bela questão. Paciente portador de carcinoma espinocelular (CEC) com com
quadro de confusão mental, porém sem déficit focal (não favorecendo metástase em SNC),
associado a desidratação e constipação sugere fortemente a presença de hipercalcemia da
malignidade, mais comumente associado a CEC. O tratamento deve ser feito com hidratação
inicialmente, seguida de outras medidas para redução da calcemia. Alternativa D está correta.
27 Homem de 29 anos, apresenta quadro de diarreia com fezes líquidas sem sangue
ou muco acompanhado de artralgias e eritema nodoso. O hemograma mostra
pancitopenia com macrocitose e DHL elevado. Podemos encontrar neste paciente:

A) Anemia perniciosa.
B) Anemia hemolítica.
C) Calcificações pancreáticas.
D) Fístula êntero-entérica.

COMENTÁRIO: Diarréia crônica acompanhada de achados sistêmicos (artralgias e eritema


nodoso) e sugestiva de acometimento de íleo terminal (carência de vitamina B12 determinando
anemia macrocítica com elevação de DHL - eritropoiese ineficaz) é um forte preditor para
doença inflamatória intestinal, particularmente doença de Crohn (DC). Dentre as complicações
relacionadas a DCpodemos citar as fístulas entéricas. Alternativa D está correta.
28 dias,
Homem de 32 anos, 70 kg, sofreu um acidente de motocicleta há quatro
evoluindo com tetraplegia. Na unidade de terapia intensiva, desenvolve
insuficiência respiratória, necessitando de intubação orotraqueal. O intensivista opta por
intubação em sequência rápida utilizando fentanil 100 mcg, midazolam 15 mg
e succinilcolina 70 mg via venosa. Evolui com assistolia imediatamente após a
administração das medicações. A melhor hipótese diagnóstica para esta parada
cardíaca é:

A) Hipóxia causada pela depressão respiratória do fentanil.


B) Hipotensão causada pelo midazolam.
C) Tromboembolismo pulmonar.
D) Hiperpotassemia causada pela succinilcolina.

COMENTÁRIO: Dentre as causas de assistolia devemos considerar a hipercalemia como uma


possibilidade, porém qual seria o causador desse fenômeno? O uso de succinilcolina pode estar
relacionado a elevação do potássio sérico, porém sozinho não é suficiente para um quadro grave
de hipercalemia. Certamente o mecanismo do trauma e a tetraplegia (lesão muscular e liberação
de potássio na circulação) foram coadjuvantes nesse processo. Alternativa D está correta.
29 Mulher de 32 anos, sem comorbidades prévias conhecidas, apresentou cefaleia
súbita de forte intensidade, seguida de confusão mental e agitação. Trazida pelo
SAMU ao pronto socorro. Exame clínico: PA = 180
X 110 mmHg; FC = 112 bpm; FR = 16 ipm; SatO2 em
ar ambiente = 92%. Escala de coma de Glasgow =
12, pupilas isocóricas, ausculta pulmonar e cardíaca
normais. A tomografia de crânio é apresentada a
seguir. Diante do diagnóstico, as complicações mais
frequentes são:
A) Vasoespasmo, convulsões, onda T cerebral, e hipernatremia.
B) Vasoespasmo, hidrocefalia, ressangramento e hiponatremia.
C) Resangramento, convulsões, onda T cerebral, hipermagnesemia.
D) Trombose de seio venoso, SIADH, hidrocefalia, hipomagnesemia.

COMENTÁRIO: A presença de cefaléia súbita de forte intensidade seguida de confusão mental


e agitação, hipertensão arterial e TC de crânio com presença de sangue dentro do ventrículo
sugere fortemente a ruptura de um aneurisma como etiologia. Às principais complicações
relacionadas a hemorragia subaracnóide (HSA) possíveis são: - Ressangramento - Vasoespasmo
- Hidrocefalia - Hiponatremia
Alternativa B está correta.
Intensivo R3
Clínica Médica
O Curso Intensivo R3 Clínica Médica é o
curso de 6 meses de preparação intensiva
para a prova de Residência em Clínica
Médica.

Aqui são estudados de forma aprofundada e


condensada todos os conteúdos de Clínica.
O curso tem o objetivo de conciliar a sua
rotina de residente com os estudos, e serve
também para a obtenção do título de
especialista.
30 demais.
Homem de 60 anos vem trazido pela mulher que acha que ele está bebendo
Ele fala que a mulher enche sua paciência falando do assunto toda hora,
mas que bebe igual a seus amigos, exceto pelo fato de começar mais cedo, logo
após o café. Não pensa em parar de beber, mas que conseguiria a qualquer momento.
Às vezes fica com remorso, até mesmo culpado por beber e deixar a esposa tão
preocupada. Podemos afirmar que:

A) São necessários exames complementares para confirmar alcoolismo.


B) Uma avaliação psiquiátrica é necessária para confirmar alcoolismo.
C) Certamente este paciente tem problemas com o álcool.
D) É necessária aplicação de testes psicológicos para confirmar alcolismo.

COMENTÁRIO: Diante desse tipo de questão, a aplicação do questionário CAGE é fundamental:


C. Você já tentou diminuir ou cortar (“Cut down”) a bebida?
A. Você já ficou incomodado ou irritado (“Annoyed”) com outros porque criticam seu jeito de
beber?
G. Você já se sentiu culpado (“Guilty”) por causa do seu jeito de beber?
E. Você já teve que beber para aliviar os nervos ou reduzir os efeitos de uma ressaca (“Eye-
opener”)?
O paciente em questão apresenta 3 das características acima, sendo considerado como portador
de problemas com álcool. Alternativa c está correta.
31 Mulher de 36 anos, com antecedente de obstipação crônica desde a
adolescência, associada a dor abdominal recorrente, diagnosticada como
síndrome do cólon irritável. Nos últimos dois anos também cursando com sensação
de distensão abdominal e flatulência. Realizou teste respiratório do hidrogênio com
lactulose que resultou positivo. Nessa situação esperamos encontrar:

A) Diminuição de folato e aumento de vitamina B12.


B) Aumento de folato e diminuição de vitamina B12.
C) Folato e vitamina B12 aumentados
D) Folato e vitamina B12 diminuídos

COMENTÁRIO: Questão difícil. O teste respiratório de hidrogênio com lactulose positivo está
relacionado a síndrome de supercrescimento bacteriano. Essa síndrome caracteriza-se por
distensão abdominal, flatulência e constipação crônica, além de redução da absorção da vitamina
B12 devido as bactérias intestinais que rompem a ligação entre entre a vit. B12 e o fator intrínseco,
impedindo a absorção daquele. O ácido fólico aumenta devido a própria produção bacteriana.
Alternativa B está correta.
32 10Mulher de 45 anos procura o ambulatório com quadro de emagrecimento de
kg em dois meses, associado a sudorese noturna, fraqueza intensa e febre
intermitente. Refere que sente muita tontura ao se levantar. Nega tosse ou hemoptise.
Refere contato com tio com tuberculose há dois anos. Há dois dias iniciou quadro
de dor abdominal e icterícia, sendo diagnosticada colecistite aguda. Foi submetida
à colecistectomia, sem intercorrências. No 1o pós-operatório, a paciente encontra-
se consciente, corada e hidratada, porém com hipotensão que responde apenas
transitoriamente à reposição volêmica. Exames: hemoglobina = 9,0 g/dL; leucócitos =
11.000/mm3, sem desvio; plaquetas = 160.000/mm3; Na = 127 mEq/L; K = 5,5 mEq/L;
glicemia = 58 mg/dL; ureia e creatinina normais. Radiografia de tórax normal. Anti-HIV
negativo. A primeira conduta terapêutica a ser tomada é:

A) Esquema RIPE. C) Ceftriaxone e metronidazol.


B) Corticosteroide. D) Concentrado de hemácias.

COMENTÁRIO:Bela questão!!! Dentro do contexto clínico apresentado (sudorese noturna,


perda ponderal, febre intermitente, além de contato com paciente portador de tuberculose)
o diagnóstico de tuberculose é o mais provável. Após estresse cirúrgico, paciente evoluiu com
hipotensão pouco responsivo a reposição volêmica, hiponatremia e hipercalemia, sugerindo
um quadro de insuficiência adrenal, provavelmente secundária ao acometimento da glândula
pela micobacteria. O tratamento inicial deve ser feito com corticosteróide e, em um segundo
momento, início do esquema RIPE. Alternativa B está correta.
33 braço
Homem de 28 anos, previamente hígido, com história de mordedura canina em
esquerdo há uma hora. O cachorro é do vizinho, que informa que o vacinou
para raiva. O animal é sadio e mordeu o paciente por ter sido provocado, de acordo com
testemunhas. A vítima da mordedura refere nunca ter tomado vacina na idade adulta,
porém trouxe, a pedido, a carteira vacinal da infância, que está completa. Ao exame
clínico, nota-se mordedura superficial em braço esquerdo, pouco extensa. Além da
lavagem exaustiva do ferimento, a melhor conduta a ser tomada é:

A) Vacinação antitetânica dose única (dT ou dPaT), antibioticoterapia, vacinação


antirrábica (nos dias 0 e 3) e, se o animal continuar saudável, suspender o esquema da
vacinação.
B) Vacinação antitetânica, 3 doses (dT), observação do animal por 10 dias e
antibioticoterapia.
C) Vacinação antitetânica, dose única (dT ou dPaT), observação do animal por
10 dias, sem introdução de antibioticoterapia.
D) Vacinação antitetânica, 3 doses(dT), observação do animal por 10 dias, sem
introdução de antibioticoterapia.

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE


CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 33

COMENTÁRIO: Questão direta. Você precisa lembrar das duas profilaxias nesse tipo de situação,
tétano e raiva.
- Tétano: deverá receber reforço com dT já que sua última dose foi há mais de 10 anos.
- Raiva: o acidente será considerado leve por tratar-se de uma lesão superficial fora de região
palmar ou plantar. Além disso, o cachorro apresenta-se com comportamento normal e pode
ser observado durante o período de 10 dias. Caso o animal morra, desapareça ou apresente
alteração de comportamento sugestivo de raiva, o paciente deve receber às 5 doses da vacina.
A alternativa C está correta.
34 Homem de 57 anos, diabético tipo 2, hipertenso, dislipidêmico e renal crônico
não dialítico, procura o serviço de emergência com dispneia. Exame clínico:
cianose de extremidades; PA = 100 X 50 mmHg; FC = 110 batimentos por minuto;
Saturação de O2 = 86%, em ar ambiente. À ausculta pulmonar: crepitações finas até
metade de ambos os hemitóraces. Ausculta cardíaca: hipofonese de bulhas, com B3
presente. Estase jugular presente a 45°, com edema generalizado. Exames séricos: ureia
= 200 mg/dL; creatinina = 4,5 mg/dL. Foi imediatamente transferido para a UTI, onde
recebeu 100 mg de furosemida, sendo instituída ventilação não invasiva, sem melhora
significativa. Encontrava-se consciente, conseguindo manter diálogo apropriado,
aparentemente orientado no tempo e no espaço, respondendo serenamente ao que
lhe era perguntado, compreendendo a situação em que se encontra. Esclarecida a
necessidade de iniciar hemodiálise, ao que o paciente prontamente recusou, alegando
que não deseja nenhuma intervenção invasiva. Foram novamente explicados todos
os riscos da recusa, mas o paciente permaneceu firme em sua decisão. A família foi
informada da situação e posicionou-se contra a decisão do paciente. Nesta situação, a
conduta apropriada da equipe médica deve ser:

A) Instituir junta médica para avaliar a cognição do paciente.


B) Respeitar a autonomia do paciente e não fazer diálise.
C) Acatar a opinião da família e iniciar a diálise.
D) Obter liminar da justiça e iniciar a diálise. CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 34

COMENTÁRIO: Questão complexa. Estamos diante de um paciente em urgência dialítica


hipervolêmica (congestão pulmonar). Além disso o paciente apresenta elevação significativas
das escoras nitrogenadas (Ureia = 200 mg/dl) o que pode, dentro de um contexto de uremia,
levar a alteração da compreensão e do comportamento, mesmo que de forma sutil. A dúvida
sobre um eventual componente metabólico interferindo na decisão do paciente deve ser
considerada, sendo necessária uma avaliação especializada da cognição do paciente.
Alternativa A está correta.
35 Mulher de 33 anos teve cefaleia hemicraniana esquerda, de início súbito, de forte
intensidade, com fotofobia, sem náuseas ou vômitos. Procurou imediatamente o
pronto socorro, sendo realizadas tomografia de crânio e análise do líquido ce-
falorraquidiano, que não mostraram alterações. Houve melhora da cefaleia com
analgésicos e foi liberada com prescrição de anti-inflamatório não hormonal. Após dois
dias, retorna ao pronto socorro, referindo novamente cefaleia há um dia. Relata que o
padrão da mesma está diferente, sendo frontal, piora ao ficar de pé e melhora ao deitar.
A melhor conduta no momento é:

A) Ressonância nuclear magnética de crânio.


B) Nova coleta de liquor.
C) Analgesia.
D) Hidratação com soro fisiológico.

COMENTÁRIO: Questão clássica de cefaléia pós-punção, muito comum em pacientes


submetidos punção liquórica. Apresenta como características piora em ortostatismo e melhora
ao se deitar. O tratamento inicial é realizado com repouso, hidratação oral e analgésicos comuns.
A alternativa C está correta.
36 Considere dois indivíduos com história de equimoses difusas, sangramento
gengival e contagem de plaquetas em torno de 10.000/mm3 além dos dados a
seguir: PACIENTE I: homem de 18 anos com restante do exame físico sem alterações.
Hemoglobina= 10 g/dL, VCM= 78 fL, leucócitos=7.100 /mm3, INR e TTPA normais;
PACIENTE II: mulher de 45 anos, com cefaleia seguida de hemiparesia direita.
Descorada e ictérica. Tomografia de crânio mostra área isquêmica. Hemoglobina=8,5
g/dL, aumento de bilirrubina indireta e DHL, grande quantidade de esquizócitos em
esfregaço de sangue periférico. O tratamento inicial mais adequado para os pacientes
acima é, respectivamente:

A) Transfusão de plaquetas e alteplase.


B) Prednisona e plasmaferese.
C) Imunoglobulina e transfusão de plaquetas.
D) Esplenectomia e rituximab.

COMENTÁRIO: Paciente I: apresenta o clássico quadro de PTI, representado por plaquetopenia


sem outras alterações ao exame físico. O tratamento é feito quase sempre com prednisona.
Paciente II: apresenta quadro sugestivo de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
devido os achados de anemia hemolítica microangiopática (presença de esquizócitos no
sangue periférico), plaquetopenia e manifestações neurológicas. O tratamento é feito com
plasmaférese. A transfusão de plaquetas não deve ser realizada em nenhum dos casos, sendo
contraindicada na PTT. A alternativa B está correta.
37 Mulher de 28 anos, com asma há 12 anos e esclerose sistêmica há três anos, com
acometimento cutâneo e gastroesofágico, refere náuseas, vômitos e fadiga há
seis dias . Há duas semanas teve crise asmática, sendo tratada com prednisona 40mg/
dia. Exame clínico: T=37oC, PA=150x95 mmHg, FC=78 bpm, FR=16 irpm. À ausculta
pulmonar estertores crepitantes difusos. Pele da face, tórax e membros superiores e
inferiores endurecida e aderida a planos profundos. Edema de membros inferiores +/4+.
Exames laboratoriais Hemoglobina=9,8g/dL; plaquetas=100.000/mm3 e esquizócitos no
esfregaço de sangue periférico; ureia=182 mg/dL; creatinina=4,7 mg/dL; Na=139 mEq/L,
K=4,5 mEq/L, urina tipo I com proteína de ++; com 5 eritrócitos/campo e ausência de
cilindros. A opção terapêutica mais adequada para a hipertensão arterial é:

A) Captopril.
B) Pulsoterapia com metilprednisolona.
C) Anlodipina.
D) Pulsoterapia com ciclofosfamida.

COMENTÁRIO: Questão clássica! Estamos diante de uma paciente com esclerose sistêmica que
evoluiu com elevação da PA, injúria renal aguda e anemia hemolítica microangiopática, quadro
clássico da crise renal esclerodérmica! E a paciente possui algum fato de risco? Sim, ela fazia
uso de glicocorticoide! Outros fatores de risco são: uso de ciclosporina e presença de anti-RNA
polimerase III. E o medicamento salvador nesses casos é um IECA como o captopril! Alternativa
correta letra A.
38 pronto-socorro
Mulher de 79 anos é trazida ao
por familiares por
desmaio, recuperando a consciência após
alguns segundos. Família relata episódios
fugazes de tontura e escurecimento visual
há três dias. É portadora de hipertensão
arterial sistêmica há 30 anos, atualmente
em uso de atenolol. Exame clínico:
sonolenta, PA = 80 X 50 mmHg, FC=36 bpm, FR=16 ipm; pulmões com crepitações em
bases, restante sem alterações. O eletrocardiograma é apresentado a seguir. (Conforme
imagem do caderno de questões) A melhor conduta, neste momento é:

A) Atropina, até a dose máxima 3 mg.


B) Suspensão do atenolol e expansão volêmica.
C) Dobutamina e furosemida.
D) Marcapasso transcutâneo.
COMENTÁRIO: Nesse caso temos o traçado de um BAVT (completa dissociação entre ondas P e
complexos QRS) e a paciente apresenta sinais e sintomas de instabilidade hemodinâmica (está
hipotensa, sonolenta, teve episódio de síncope), deve-se então implantar um MP transcutâneo
até que o MP transvenoso seja “passado”! A atropina não é uma boa droga pois estamos
diante de um bloqueio infra-hissiano, o ACLS orienta que a dopamina (2 a 10mcg/kg/min) ou a
adrenalina (2 a 10mcg/min) podem ser infundidas nesse caso. Alternativa correta letra D.
39 Homem de 26 anos, com quadro de diarréia com sangue, muco e pus nos
últimos seis meses. Colonoscopia revelou processo inflamatório contínuo do reto
ao ceco, com microulcerações. Sangramento da mucosa ao toque do aparelho. Bi-
ópsias colônicas: processo inflamatório predominantemente agudo, com abscessos
de criptas. Há 4 semanas com icterícia e colúria. O tratamento recomendado para o
quadro de quatro semanas é:

A) Metronidazol.
B) Corticoesteroide.
C) Ácido ursodeoxicólico.
D) Drenagem cirúrgica.

COMENTÁRIO: Diante do exposto, homem jovem, diarréia crônica com achados sugestivos de
inflamação (muco, sangue e pus),além de microulcerações são bastante sugestivos de doença
inflamatória intestinal, particularmente retocolite ulcerativa. A síndrome ictérica provavelmente
está relacionada a colangite esclerosante primária, encontrada em quase metade desses
pacientes e que tem como tratamento o uso do ácido ursodeoxicólico.
A alternativa C está correta.
40 mamária.
Mulher de 58 anos previamente hígida até diagnóstico recente de neoplasia
Realizou mastectomia bilateral há três meses e está sob quimioterapia.
Procurou o pronto socorro sete dias após o último ciclo, com historia de febre
não medida há dois dias. Nega outros sintomas. Exame clínico: bom estado geral,
descorada ++/iv, acianótica, anictérica, eupneica. FC=98 bpm, FR=20 ipm, T=38,5oC
PA=122x82mmhg. Restante normal. Cateter de longa permanência para quimioterapia
de bom aspecto. Os exames laboratoriais ainda estão em análise. O escore de risco
mascc (multinational association for supportive care in cancer riskindex score) é de 26.
Em relação ao esquema de antibioticoterapia a ser escolhido inicialmente para essa
paciente , podemos afirmar:

A) Está indicado esquema com cobertura para gram negativos (cefepime, piperacilina/
tazobactam ou carbapenêmico) e gram positivos.
B) Está indicado o tratamento com antibioticoterapia oral com amoxicilina/clavulanato
+ ciprofloxacino.
C) Deve-se aguardar o resultado das hemoculturas para início de terapia
antimicrobiana, dada a estabilidade da paciente.
D) Deve-se aguardar leucograma e proteina c reativa (pcr) para definição do esquema
antimicrobiano.

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE


CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 40

COMENTÁRIO: Paciente após ciclo de quimioterapia, provavelmente no nadir da neutropenia


(sétimo dia após o tratamento) referindo febre. Mesmo sem o resultado do hemograma, esse
paciente deve ser encarado como um neutropênico febril. O segundo passo é definir a cobertura
antibiótica baseada na gravidade do quadro. paciente com escore MASCC maior que 21 pontos
são considerados de menor gravidade, sendo tratados ambulatorialmente com associação de
amoxicilina-clavulanato e ciprofloxacina oral. A alternativa B está correta.
41 Quatro médicos iniciam uma conversa tentando decidir para que tipo de doença
o conceito de rastreamento é melhor aplicável e afirmam: Médico 1: As doenças
com tratamento comprovadamente eficaz; Médico 2: As doenças cardiovasculares com
alta mortalidade associada; Médico 3: As doenças com maior letalidade na população
geral; Médico 4: As doenças de rápida progressão. O médico que está com a razão é o:

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.

COMENTÁRIO: Pare e pense um pouco. Os programas de rastreio devem ser oferecidos


para grupos populacionais com elevada prevalência da doença investigada, deve haver um
tratamento eficaz para essa situação, o exame deve ter boa acurácia e ser o menos invasivo
possível para que os eventos adversos não superem o benefício. A alternativa A está correta.
42 Paciente de 19 anos, sem
comorbidades, apresentando
cefaleia há dois dias, contínua
e holocraniana, evoluindo com
rebaixamento do nível de consciência
há algumas horas. Exame clínico:
confusa, escala de coma de Glasgow:
11, apresentando acometimento do 6°
par craniano bilateral, sem déficits motores ou sensitivos, sem outras alterações. A
tomografia computadorizada de crânio é apresentada a seguir. (Conforme imagem do
caderno de questões). A conduta terapêutica é:
A) Antibioticoterapia.
B) Derivação ventricular externa.
C) Anticoagulação plena.
D) Corticoide em dose alta
COMENTÁRIO: O achado do sinal do delta vazio na tomografia de crânio associado aos dados
clínicos sugere fortemente o diagnóstico de trombose de seio sagital. Os achados mais comuns
são cefaleia de instalação recente, podendo se acompanhar de de déficit neurológico focal ou
convulsões. Alterações sugestivas de hipertensão intracraniana, como vômito, papiledema e
rebaixamento de consciência e paralisia do VI par podem estar presente. O tratamento inclui a
anticoagulação plena com heparina. A alternativa C está correta.
43 Mulher de 45 anos é investigada por apresentar hipertensão arterial,
hiperglicemia, estrias abdominais e depressão. São encontrados nível elevado de
cortisol e ACTH indetectável. Dos abaixo, os dados mais prováveis neste caso são:

A) Pigmentação cutânea normal; Potássio sérico diminuído; Hemograma linfopenia.


B) Pigmentação cutânea aumentada; Potássio sérico aumentado; Hemograma
linfocitose.
C) Pigmentação cutânea normal; Potássio sérico aumentado; Hemograma
linfocitose.
D) Pigmentação cutânea aumentada; Potássio sérico diminuído; Hemograma linfopenia

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 43

COMENTÁRIO: Não temos dúvidas aqui que se trata de uma paciente cushingóide. Diante da
suspeita clínica, em um primeiro momento, deve-se estabelecer o diagnóstico da SC, ou seja,
a caracterização da presença ou não do estado de hipercortisolismo. O enunciado já fala em
cortisol alto e atenção ACTH indetectável. Desta forma eliminamos a secreção inapropriada
ou ectópica de ACTH como causa. Portanto principal causa de cortisol elevado com ACTH
normal ou reduzido indica hipercortisolismo por doença adrenal (ex.: adenoma). As pistas
clínicas para secreção aumentada de ACTH são: hiperpigmentação (O ACTH elevado também
é responsável pela hiperpigmentação cutânea e de mucosas, que não está presente quando se
trata de SC de origem adrenal), hirsustismo e acne (aumento dos andrógenos). Os pacientes com
adenoma adrenal não apresentam manifestações androgênicas como hirsutismo e acne, já que
o hipercortisolismo crônico inibe a secreção de ACTH com conseqüente redução da secreção
dos andrógenos adrenais, pois o adenoma costuma ser produtor exclusivo de glicocorticóides.
Os achados do hemograma são leucocitose (às custas de neutrófilos), linfopenia, eosinopenia
(lembre de qualquer usuário crônico de glicocorticóide). No rim pacientes com hipercortisolismo
apresentam retenção de sódio e excreção de potássio no néfron distal por conta de efeito
mineralocorticoide. Resposta, portanto: A.
44 Mulher de 65 anos é internada para investigação de perda de 12 kg em seis
meses, (peso atual 58 kg) e aumento de volume abdominal. Sem outras queixas.
Paciente é ex-tabagista, nega comorbidades, porém relata não passar em consulta
médica há mais de doze anos. Exame clínico: Sinais vitais normais, emagrecida, sem
alterações cardíacas e pulmonares, ausência de linfonodomegalias palpáveis, mamas
sem alterações, abdômen com sinais de ascite, edema discreto de membros inferiores.
Feito ultrassom que mostrou ascite moderada, cuja punção revelou citologia oncótica
positiva. Função renal normal. Os exames a serem pedidos são:

A) Radiografia de tórax e dosagem sérica de marcadores tumorais (CEA, CA 19-9, CA 15-


3, CA 72-4 e CA 125).
B) Tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET/TC), colonoscopia e
endoscopia digestiva alta.
C) Tomografias de tórax e abdômen (com contraste oral e endovenoso), ultrassom
transvaginal e marcadores tumorais séricos (CEA, CA 19-9, CA 15-3 e CA 125).
D) Tomografias de tórax, abdômen e pelve (com contraste oral e endovenoso) e
mamografia bilateral.

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 44

COMENTÁRIO: Essa é uma questão de carcinomatose peritoneal sem tumor primário evidente.
Qual o próximo passo? Primeiro conceito importante: comece a procurar os sítios primários
mais comuns, claro levando em conta as características da paciente: sexo, idade, fatores de risco.
Quando falamos em paciente do sexo feminino lembramos logo de cara de: mama (o exame
físico normal não afasta neoplasia de mama, por isso mamografia é essencial). A paciente é
tabagista, logo temos que investigar neoplasia pulmonar (nem sempre visível na radiografia,
principalmente nódulos pequenos). Tubo digestivo (é frequente em toda população) e aqui
o melhor exame seria endoscópico, mas calma, vou explicar melhor na frente. E não vamos
esquecer dos tumores genitais, particularmente ovário nesta história de carcinomatose.
Escanear o paciente com tomografia de tórax, abdome e pelve é uma excelente estratégia
inicial, uma vez que pode já “matar” o diagnóstico de um tumor de cólon, uma massa pélvica ou
pulmonar por exemplo. A investigação do crânio pode ser necessária num segundo momento
para busca de metástases assintomáticas a depender do tipo do tumor, porém agora na busca
do primário é pouco relevante numa paciente assintomática neurologicamente. As endoscopias
(alta e baixa) podem ser usadas caso não se ache nada na tomografia (pouco provável). Já os
marcadores séricos são mais usados para controle de tratamento do que propriamente
diagnóstico, já que são pouco específicos para as doenças. O PET é muito mais para
estadiamento do que necessariamente para o diagnóstico do primário, além de ser altíssimo
custo para iniciar uma investigação. Na prática é uma questão chata, mas a letra D é a que
melhor responde.
45 Homem de 60 anos, tabagista de 40 anos-maço, refere dispneia para andar
100 m no plano sendo que já esteve hospitalizado uma vez há dois anos, por
piora da dispneia. Sua espirometria mostrou VEF1 de 45% pré broncodilatador e
55% pós broncodilatador. Sua classificação de risco de exacerbação e a avaliação
combinada da GOLD (iniciativa global para o doente pulmonar obstrutivo crônico) são,
respectivamente:

A) 2 e B..
B) 2 e C.
C) 3 e C.
D) 3 e D.

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 45

COMENTÁRIO: A questão pede duas classificações a do GOLD e o escore clínico de sintomas


(MRC ou CAT). Vamos lá: O GOLD com VEF1 entre 50 e 80% do previsto após o uso do
broncodilatador é categoria GOLD 2 (basta lembrar da classificação).

Até 2016 os pacientes GOLD 2 e menos de duas


exacerbações no último ano eram classificados
nos grupos A e B: com base na capacidade
de caminhar 100 metros no plano, sendo o
grupo A capaz e o B incapaz de realizar essa
distância. Atualmente este escore sofreu
mudanças, com retirada do GOLD mesmo
assim a questão não foi anulada. Resposta:
GOLD 2 e grupo B - gabarito letra A.
46 Homem de 60 anos, tabagista de 40 anos-maço, refere dispneia para andar 100
m no plano sendo que já esteve hospitalizado uma vez há dois anos, por piora
da dispneia. Sua espirometria mostrou VEF1 de 45% pré broncodilatador e 55% pós
broncodilatador. A primeira linha de tratamento medicamentoso deve ser:

A) Beta agonista de longa duração, associado a corticoide inalatório.


B) Beta agonista de longa duração associado a corticoide inalatório e anticolinérgico de
longa duração.
C) Beta agonista de longa duração ou anticolinérgico de longa duração.
D) Beta agonista de curta duração ou anticolinérgico de curta duração.

COMENTÁRIO: Antes de mais nada vamos estratificar este paciente? Avaliação combinada
de riscos e sintomas da DPOC põe ele no grupo B. (GOLD 1 ou 2, menos de duas exacerbações
no último ano, porém muito sintomático). O tratamento aqui incluí: broncodilatador de
manutenção para todos os pacientes, podendo ser um 2-agonista de longa ação inalatório
(formoterol, salmeterol a cada 12h, ou indacaterol uma dose diária), ou um anticolinérgico de
ação longa, como o tiotrópio (Spiriva) 1x/dia. Entre as classes de tratamento não há preferência.
β
Os medicamentos mais indicados são o indacaterol ou ao tiotrópio pelo seu maior efeito bron-
codilatador. Resposta: C.
47 Mulher de 48 anos, portadora de cardiomiopatia dilatada idiopática com
fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 32%. Chega à consulta em uso
de furosemida 40mg/dia, espironolactona 25 mg/dia e enalapril 10 mg 2 x ao dia.
Apresenta dispneia Classe Funcional (CF) II, sem outros sintomas. Exame clínico: PA
= 102 x 64 mmHg e FC = 108 bpm rítmico. Propedêutica pulmonar normal. Iniciado
carvedilol 3,125 mg 2x ao dia. Após uma semana, evolui com piora da dispneia para CF
III, além de edema de membros inferiores e ortopneia. Apresenta estertores bibasais
e estase jugular, FC = 94 bpm, rítmico e PA = 98 x 60 mmHg ao exame. Sem outras
alterações. A melhor conduta neste momento é:

A) Suspender o carvedilol.
B) Trocar o carvedilol por ivabradina.
C) Reduzir dose de carvedilol pela metade e associar diurético tiazídico.
D) Manter o carvedilol na mesma dose e aumentar a dose de furosemida.

COMENTÁRIO: Nesse caso, corretamente foi introduzido uma dose baixa de carvedilol (3,125mg
de 12 em 12 horas) e a pacienteevoluiu com piora da classe funcional, lembre-se que esse
medicamento pode piorar os sintomas nas primeiras semanas/meses. E como estamos diante de
uma provável IC perfil B devemos aumentar a dose de furosemida e MANTER o betabloqueador.
Alternativa correta letra D.
48 Paciente de 69 anos,masculino, com diagnostico prévio DPOC, internado na
UTI há quatro dias por exacerbação do DPOC, sob ventilação mecânica. O
paciente está com sedação continua leve e acorda ao chamado, em desmame de
noradrenalina (no momento 0,02 mcg/kg/min) afebril, em melhora da troca gasosa
desde a intubação. Está sendo ventilado no modo pressão de suporte, com pressão
de suporte de 12 cmH2O, PEEP=6, FR=22, FIO2=40%; e o volume corrente médio é de
350mL. A gasometria de hoje mostra pH=7,36 PaO2=76 PaCO2=57 Bic=32 BE=4,2. A
melhor conduta para as próximas seis horas é: A) Reduzir a pressão de suporte para
10, pois o paciente está em melhora. B) Razer um teste de respiração espontânea pois
o paciente esta pronto para o desmame. C) Aumentar a pressão de suporte para 14,
pois a PaCO2 está aumentada. D) Reduzir a freqüência respiratória, pois o paciente
tem DPOC. 51) Homem de 41 anos, com 75 kg, internado em unidade de terapia
intensiva por insuficiência respiratória, encontra-se sedado com propofol, não diluído,
em infusão contínua de 18 mL/h, e fentanil, 20 μg/h. Está sob ventilação mecânica, em
modo pressão controlado, delta de pressão de 14 cm H20, PEEP= 8 cm H20, Vt= 400
mL, relação I:E de 1:2, FiO2= 60% e apresenta a curva de capnografia abaixo. (Conforme
imagem do caderno de questão). A alternativa que apresenta uma das condutas a
serem tomadas é:

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 46

A) Verificar ramo expiratório do ventilador.


B) Trocar modo de ventilação para pressão de suporte.
C) Iniciar óxido nítrico inalatório.
D) Aumentar o tempo inspiratório.

COMENTÁRIO: “Desmame” da ventilação mecânica é a redução do nível de suporte fornecido


pelo ventilador, passando para o paciente a tarefa de assumir o esforço respiratório. O processo de
desmame do ventilador mecânico engloba duas etapas: (1) avaliar se o paciente está pronto para
iniciar o desmame (e realizar um teste de respiração espontânea para confirmar uma impressão
positiva), (2) desmame propriamente dito. Os seguintes critérios podem ser utilizados para avaliar
se o paciente está pronto para iniciar o desmame: 1. A causa da falência respiratória foi controlada.
2. Relação P/F maior ou igual a 150 (maior ou igual a 120 em pacientes cronicamente hipoxêmicos)
ou SpO2 maior ou igual a 90%, com FIO2 menor ou igual a 40% e PEEP menor ou igual a 5
cmH2O. 3. pH > 7.25. 4. Estabilidade hemodinâmica (com ou sem aminas vasopressoras em doses
baixas e decrescentes). 5. Capacidade de iniciar respirações espontâneas. No caso em tela, o
quadro como um todo indica que o paciente está pronto para iniciar o desmame (a relação P/F
é 190)! Tudo bem que a PEEP é de 6 cmH2O, um pouco acima do recomendado na lista anterior,
porém, sabemos que isso pode acontecer em condições como a DPOC... Como no desmame do
paciente DPOC manteremos o paciente com CPAP após a extubação, a necessidade de uma PEEP
discretamente alta não contraindica de todo uma tentativa de desmame, já que tal problema
poderá ser contornado pelo CPAP. Para confirmar que o paciente está efetivamente pronto para
o desmame, na prática costuma-se realizar um teste de respiração espontânea desconectando o
tubo do ventilador e acoplando uma “Peça-T”). Resposta certa: B.
49 Homem de 50 anos, sem outras comorbidades, procura atendimento com
queixa de oito semanas de febre intermitente (até 38,5oC), sensação de mal estar
inespecífico, astenia, mialgia, diminuição do apetite e perda de peso não quantifica-
da. Exame clínico: bom estado geral, descorado +/IV, T=37,6oC, sopro sistólico ++/IV em
borda esternal esquerda, baço palpável a 2 cm do rebordo costal esquerdo, pequenos
nódulos dolorosos e eritêmato-violáceos em região hipotenar esquerda e polpa digital
de terceiro quirodáctilo esquerdo e quarto quirodáctilo direito. Manchas de aspecto
purpúrico em região subungueal de hálux esquerdo. Sem sangramentos ativos ou
petéquias em outras localizações. Hemograma: hemoglobina=9,0 g/dL, VCM=80 fL,
HCM=27 pg, leucócitos=16.950/mm3 (segmentados=85%, linfócitos=10% e monócitos=5%),
plaquetas=470.000/mm3, reticulócitos=50 mil/mm3, ureia, creatinina, Na, K e Ca normais.
O exame indicado para confirmar a etiologia da anemia é:

A) Ecocardiograma com microbolhas.


B) Perfil de ferro.
C) Desidrogenase lática.
D) Lactato arterial.

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 49

COMENTÁRIO: O quadro clínico deste paciente é fortemente sugestivo de endocardite


subaguda: febre prolongada, astenia, perda ponderal, sopro sistólico, baço palpável e presença
de sinais periféricos sugerindo respectivamente a presença de fenômenos imunológicos e
embólicos: nódulos de Osler e hemorragia subungueal. Os achados laboratoriais frequentes
nesses pacientes são a anemia de doença crônica, com pouca ou nenhuma leucocitose, VHS
elevada (em média 57 mm na 1a hora) e o fator reumatoide positivo. Dessa forma, o perfil
(ou cinética) de ferro é o exame que confirmará a etiologia da anemia neste caso - muito
provavelmente uma anemia de doença crônica (esperamos encontrar ferritina alta, ferro, TIBC e
IST reduzidos). Resposta: B.
50 Homem de 50 anos, sem outras comorbidades, procura atendimento com
queixa de oito semanas de febre intermitente (até 38,5°C), sensação de mal
estar inespecífico, astenia, mialgia, diminuição do apetite e perda de peso não
quantificada. Exame clínico: bom estado geral, descorado +/IV, T=37,6°C, sopro sistólico
++/IV em borda esternal esquerda, baço palpável a 2 cm do rebordo costal esquerdo,
pequenos nódulos dolorosos e eritêmato-violáceos em região hipotenar esquerda e
polpa digital de terceiro quirodáctilo esquerdo e quarto quirodáctilo direito. Manchas
de aspecto purpúrico em região subungueal de hálux esquerdo. Sem sangramentos
ativos ou petéquias em outras localizações. Hemograma: hemoglobina=9,0 g/dL,
VCM=80 fL, HCM=27 pg, leucócitos=16.950/mm3 (segmentados=85%, linfócitos=10% e
monócitos=5%), plaquetas=470.000/mm3, reticulócitos=50 mil/mm3, ureia, creatinina,
Na, K e Ca normais. O mecanismo fisiopatológico da anemia é:

A) Aumento do sequestro e destruição de hemácias pelo baço.


B) Diminuição do nível sérico de eritropoetina.
C) Hemólise pela valva cardíaca lesada.
D) Aumento de citocinas inflamatórias e de hepcidina.

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 50

COMENTÁRIO: O quadro clínico deste paciente é fortemente sugestivo de endocardite


subaguda: febre prolongada, astenia, perda ponderal, sopro sistólico, baço palpável e presença
de sinais periféricos sugerindo respectivamente a presença de fenômenos imunológicos e
embólicos: nódulos de Osler e hemorragia subungueal. Os achados laboratoriais frequentes
nesses pacientes são a anemia de doença crônica, com pouca ou nenhuma leucocitose,
VHS elevada (em média 57 mm na 1a hora) e o fator reumatoide positivo. O mecanismo
fisiopatológico da anemia de doença crônica ou anemia inflamatória envolve a liberação de
citocinas inflamatórias, principalmente a IL-6, TNF, IL-1 e os lipopolissacarídeos bacterianos (LPS),
que estimulam a produção da HEPCIDINA. Esta molécula diminiu a absorção intestinal de ferro
e aumenta a captação e retenção do ferro no sistema reticuloendotelial. Resposta: D.
51 Homem de 41 anos, com 75 kg, internado em unidade de terapia intensiva por
insuficiência respiratória, encontra-se sedado com propofol, não diluído, em
infusão contínua de 18 mL/h, e fentanil, 20 μg/h. Está sob ventilação mecânica, em
modo pressão controlado, delta de pressão de 14 cm H20, PEEP= 8 cm H20, Vt= 400
mL, relação I:E de 1:2, FiO2= 60% e apresenta a curva de capnografia abaixo. (Conforme
imagem do caderno de questão).A alternativa que apresenta uma das condutas a
serem tomadas é:

A) Verificar ramo expiratório do ventilador


B) Trocar modo de ventilação para pressão de suporte
C) Iniciar óxido nítrico inalatório
D) Aumentar o tempo inspiratório
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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 51

COMENTÁRIO: Questão difícil e ultraespecífica... A capnografia é um dos métodos de


monitorização da ventilação mecânica. A capnografia contínua representa a técnica mais
acurada, e produz um gráfico do CO2 presente no ar exalado. A análise da morfologia da
curva de CO2 pode fornecer pistas diagnósticas importantes... O que há de errado na curva
apresentada? Numa curva NORMAL, espera-se a existência de 4 fases bem demarcadas: (1) linha
de base no nível zero (ventilação do espaço morto), (2) fase expiratória ascendente (CO2 que
começou a sair vindo do parênquima pulmonar), (3) platô (nível de CO2 estável, representando
o equilíbrio alveolar do CO2), (4) fase inspiratória descendente (ar pobre em CO2 que está
“entrando” no sistema). Na curva normal, as fases expiratória e inspiratória são de rápida
inscrição, dando uma morfologia praticamente “quadrada”. Na curva em tela, a fase expiratória
até começa bem (rápida inscrição em ascenção), porém, logo após seu início nota-se uma
inclinação progressiva, sem fase de platô estável. Isso perdura até que se atinja um pico, a
partir do qual começa uma fase inspiratória (descendente) normal. Tal aspecto da curva de
capnografia sugere a existência de obstrução no ramo expiratório do circuito do ventilador
mecânico. Resposta certa: A.
52 Homem de 24 anos, há 14 dias internado
em UTI após atropelamento por ônibus,
apresentando TCE grave com lesão axonal difusa e
fratura tibial esquerda já estabilizada com fixadores
externos. Mantém-se em Glasgow=6 T sem sedação.
Apresenta episódios de hipertermia recorrentes e até
o momento as culturas são todas negativas. Está sob
intubação orotraqueal desde a chegada no hospital
e encontrava-se em pressão controlada (Pinsp=8
PEEP=5 FiO2=25% FR=14). Há dois dias apresentou
deterioração da parte respiratória, necessitando de
ajustes no ventilador e maior aporte de O2 para manter saturação=92%, com aumento
da secreção traqueal relatada pela fisioterapeuta. RX apresentado abaixo. Nos exames
laboratoriais, a PCR ascendeu e leucócitos permanecerem normais e sem desvio.
(Conforme imagem do caderno de questão). Os ajustes do ventilador que devem ter
sido feitos, em relação à pressão controlada, PEEP, Fio2, frequência respiratória e tempo
inspiratório são, respectivamente:

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 52

A) PC = 06; PEEP = 05; FiO2 = 60%; FR 16; Tinsp = 1,2” .


B) PC = 16; PEEP = 10; FiO2 = 30%; FR 22; Tinsp = 1,0” .
C) PC = 12; PEEP = 10; FiO2 = 50%; FR 16; Tinsp = 0,8” .
D) PC = 20; PEEP = 05; FiO2 = 50%; FR 22; Tinsp = 0,9” .

COMENTÁRIO: Dentro do contexto clínico apresentado associado a uma hipotransparência em


região paracardíaca direita, o diagnóstico de pneumonia associado a ventilação mecânica é
bastante provável. Nesse caso, para o acoplamento V/Q e consequentemente a oxigenação do
paciente, deveremos aumentar a PEEP (recrutamento de alvéolos), elevar a fração ofertada de
oxigênio (FiO2), mantendo uma ventilação protetora (pressão controlada < 15). A única alternativa
que apresenta essa configuração é a C.
53 Homem de 24 anos, há 14 dias internado
em UTI após atropelamento por ônibus,
apresentando TCE grave com lesão axonal difusa e
fratura tibial esquerda já estabilizada com fixadores
externos. Mantém-se em Glasgow = 6 T sem sedação.
Apresenta episódios de hipertermia recorrentes e até
o momento as culturas são todas negativas. Está sob
intubação orotraqueal desde a chegada no hospital
e encontrava-se em pressão controlada (Pinsp = 8;
PEEP = 5; FiO2 = 25%; FR =14). Há dois dias apresentou
deterioração da parte respiratória, necessitando
de ajustes no ventilador e maior aporte de O2 para manter saturação = 92%, com
aumento da secreção traqueal relatada pela fisioterapeuta. RX apresentado abaixo.
Nos exames laboratoriais, a PCR ascendeu e leucócitos permaneceram normais e sem
desvio. (Conforme imagem do caderno de questão). São fatores de risco associados ao
desenvolvimento da condição atual desse paciente:

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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 53

A) Uso prévio de antibióticos, dieta enteral, internação em UTI prolongada.


B) Uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares, idade < 40 anos, TCE.
C) Má higiene oral, fratura de membro inferior, uso de drogas ilícitas.
D) Uso de protetores gástricos, baixa pressão do cuff do tubo traqueal, decúbito < 30°.

COMENTÁRIO: Questão direta sobre os principais fatores de risco para pneumonia associada
a ventilação mecânica (PAV). O uso prévio de antibióticos, idade, fratura de membro inferior,
uso de droga ilícita ou má higiene oral não estão diretamente relacionados a PAV. A alternativa
correta é a D.
Mulher de 82 anos, com antecedente de Demência de Alzheimer, acamada há
54 quatro anos, com pouco contato com o meio e dependente para as atividades
básicas da vida diária. Há seis meses, foi feito diagnóstico de câncer de mama, com
provável metástase em coluna, optando-se por tratamento sintomático, em decisão
conjunta com a família e a oncologia e registrado em relatório médico. Há um dia, a
paciente está mais sonolenta, hoje deixou de ter qualquer contato e uma das filhas
solicitou o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Na
chegada, o médico do SAMU encontra a paciente em parada cardiorrespiratória em
atividade elétrica sem pulso, inicia as manobras de ressuscitação, pede informações,
recebe o relatório do oncologista e decide suspender a ressuscitação. Uma das filhas
está chorando, mas aparenta estar calma, a outra grita desesperadamente para
que salvem a mãe, e ameaça entrar com processo, se a ressuscitação não for feita. A
conduta mais adequada é:
A) suspender as manobras de ressuscitação, se o ritmo evoluir para assistolia
B) transferir, e suspender as manobras de ressuscitação durante o transporte
C) transferir, mantendo as manobras de ressuscitação até a chegada ao hospital
D) suspender as manobras de ressuscitação e comunicar o médico da família
COMENTÁRIO: Diante do cenário inicial, o médico do SAMU procedeu de forma correta o
atendimento à paciente iniciando às manobras de RCP, porém ao ser informado do relatório
médico e das comorbidades associadas, acertadamente interrompe às manobras devido a
futilidade das mesmas. A paciente não tinha mais proposta curativa, e certamente estava em
processo de final de vida. Alternativa D está correta.
55 Mulher de 55 anos, com antecedente de alcoolismo procura assistência médica
com queixa de dispneia. Tem aspecto desnutrido, edema em pernas e pistolshot
à ausculta de artérias femurais. O ecocardiograma revela cardiomegalia discreta e não
há evidência de valvopatia aórtica. A terapia empírica mais indicada é:

A) Tiamina
B) Cobalamina
C) Piridoxina
D) Prednisona

COMENTÁRIO: Um paciente alcoólatra com insuficiência cardíaca de alto débito deve ser
considerado até que se prove o contrário portador de beribéri. Vamos lembrar? O “pistol shot”
ou sinal de Traube corresponde a sons sistólicos e diastólicos audíveis sobre a artéria femoral,
indicando insuficiência aórtica ou alto débito cardíaco. Uma vez que a questão deixa claro a
inexistência de valvopatia aórtica, ficamos com a IC de alto débito. O tratamento do beribéri
consiste em suporte cardiovascular e reposição de tiamina, cuja deficiência faz parte da
patogenia da doença.
56 Mulher de 76 anos, diabética tipo
2 e hipertensa, há duas horas com
dor precordial em aperto, irradiada para
membros superiores, associada a sudorese
e náusea, após estresse emocional. Exame
clínico: PA=162 x 94 mmHg, FC=115 bpm,
SatO2=96 %, em ar ambiente, ausculta
pulmonar com estertores bibasais e
ausculta cardíaca com galope de B3. O
eletrocardiograma é apresentado a seguir.
(Conforme imagem do caderno de questão). A alternativa que descreve as melhores
condutas a serem feitas na sala de emergência é:

A) AAS 300 mg, clopidogrel 300 mg, morfina 3 mg IV, metoprolol 5 mg IV, nitroglicerina
em infusão contínua, alteplase.
B) AAS 200 mg, clopidogrel 75 mg, morfina 2 mg IV, nitroglicerina em infusão contínua,
tenecteplase.
C) Oxigênio, AAS 300 mg, clopidogrel 300 mg, morfina 2 mg IV, nitroglicerina em
infusão contínua, tenecteplase.
D) Oxigênio, AAS 200 mg, clopidogrel 75 mg, morfina 3 mg IV, metoprolol 5 mg IV,
nitroglicerina em infusão contínua, alteplase.
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CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 56

COMENTÁRIO: Nesse caso temos uma paciente de 76 anos com IAM COM supra de ST
anterosseptal! A saturação é de 96% então não há necessidade de ofertar O2 suplementar.
Devemos prescrever dupla antiagregação plaquetária com AAS 160 a 325mg + clopidogrel 75mg
(paciente com mais de 75 anos não deve receber ataque!), em razão da dor o nitrato pode ser
prescrito (contraindicações: PAS <90-100mmHg, supra em parede inferior pois o VD pode ser
afetado, uso de inibidores de fosfodiesterase nas últimas 24-48h), e a tenecteplase em bolus
deve ser administrada. Alternativa correta letra B.
57 Mulher de 38 anos, há dois meses com fadiga, palpitação, intolerância ao
calor e discreta dor cervical. A paciente refere uso de vitaminas e suplementos
homeopáticos. Nega história familiar de doença tireoidiana. Exame clínico: PA=107X78
mmHg, FC=96 bpm. Presença de leve tremor de mãos. A glândula tireoidiana não é
palpável. Exame ocular: ausência de proptose ou lidlag. Exames laboratoriais: TSH<0,01
mIU/L T4 livre=1,6 ng/dL (Normal =0,7 – 1,7 ng/dL). O próximo exame sérico a ser pedido é:

A) TRab
B) Anti-tiroperoxidase
C) T3 livre
D) Tireoglobulina

COMENTÁRIO: Provavelmente estamos diante de um quadro de tireotoxicose (TSH suprimido


e T4l limítrofe). As principais hipóteses para o caso acima seriam a tireotoxicose factícia
relacionada a intoxicação exógena com hormônio tireoideano (uso de fórmulas ou remédios
de manipulação) ou alguma forma de tireoidite (inflamação do parênquima tireoideano, com
liberação de hormônio pré-formado). Em geral, as tireoidites são condições autolimitadas,
tipicamente pós-virais. Um exame que corroboraria este diagnóstico é a dosagem de
tireoglobulina. Em caso de aumento de seus níveis séricos, o dano aos folículos tireoideanos
seria comprovado. Alternativa D está correta.
Homem de 56 anos vem para consulta trazido pela esposa, que pede ajuda para
58 seu marido parar de fumar. Tabagista de 40 anosmaço. Por insistência da esposa,
tentou parar de fumar há dois anos sem sucesso e desistiu do intento. O primeiro
cigarro do dia é antes do café da manhã e já acordou algumas vezes para fumar. Não
faz viagens aéreas maiores de quatro horas, para não ficar sem fumar. O paciente afirma
que o cigarro o acalma e que na época que tentou parar ficou muito irritado, não
dormia bem e seu desempenho do trabalho caiu. Podemos afirmar que o paciente:

A) encontra-se na fase contemplativa e, com ajuda farmacológica, provavelmente


conseguirá parar nos próximos seis meses
B) está na fase de preparação e, com ajuda farmacológica, provavelmente parará de
fumar em um mês
C) encontra-se na fase pré-contemplativa e dificilmente parará de fumar nos próximos
seis meses
D) Devido à evidente dependência química, é aconselhável que seja encaminhado ao
psiquiatra
CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 58

COMENTÁRIO: Questão muito boa e que envolve o conhecimento dos estágios motivacionais
que precisam ser superados por um indivíduo que deseja eliminar vícios, dependências ou
obsessões. São eles:
- fase pré-contemplativa: pacientes negam a intenção de parar de fumar, mesmo informados
sobre os malefícios, não se sentem dependentes e não pararão de fumar nos próximos seis
meses, como o nosso paciente;
- fase contemplativa: pacientes que desejam parar de fumar nos próximos seis meses, mas tem
medo da abstinência e se sentem sem força de vontade;
- preparação para a ação: pacientes que já modificaram de alguma forma o hábito tabágico,
seja reduzindo o número de cigarros, trocando a marca que fumam para uma mais fraca ou
procurando ajuda;
- ação: o paciente para completamente o tabagismo, entrando na abstinência, e dura de 2 a 4
semanas;
- manutenção: período após a abstinência em que o paciente se adapta à vida sem tabagismo,
há o risco de recaídas.
O paciente acima está na fase pré-contemplativa. Ele foi levado ao consultório médico pela
esposa, portanto a alternativa C está correta.
Homem de 64 anos, com antecedente de câncer de cólon tratado com cirurgia,
59 radioterapia e quimioterapia há dois anos, procura o pronto-socorro por dor
torácica principalmente à esquerda e dispneia há um dia. Nega febre, tem tosse
sem expectoração. Ao exame clínico, consciente, orientado e um pouco ansioso.
Afebril, FC=115 bpm, PA=100 x 60 mmHg, FR=32 irpm e SatO2= 92%, em ar ambiente. O
eletrocardiograma não tem alterações significativas. Troponina I=1,2 ng/mL (normal até
0,6 ng/mL), BNP=560 pg/mL, creatinina=0,7 mg/dl, hemoglobina=12,8 g/dl e leucócitos=
6.700/mm3. A radiografia de tórax mostra um mínimo derrame pleural à esquerda, sem
outras alterações. A melhor conduta é:

A) Punção do derrame pleural guiada por ultrassom.


B) Diuréticos e ventilação não invasiva no modo CPAP.
C) Angiotomografia de tórax.
D) Cineangiocoronariografia.
COMENTÁRIO: Questão muito boa e próxima da prática diária. Paciente com dispneia de início
agudo, unilateral e com fatores de risco para tromboembolismo pulmonar, sem outra causa
mais provável que justifique o quadro, devem prontamente ser acessados para o risco pré-teste
de tromboembolismo pulmonar (escore de Wells). Este paciente soma 4,5 pontos no escore
de Wells. sendo classificado como de alta probabilidade clínica de TEP. O próximo passo é a
realização de angiotomografia de tórax. O derrame pleural além de ser pequeno, inviabilizando
a toracocentese, não possui acurácia suficiente para o diagnóstico de TEP, portanto a alternativa
correta é a C.
Intensivo R3
Clínica Médica
O Curso Intensivo R3 Clínica Médica é o
curso de 6 meses de preparação intensiva
para a prova de Residência em Clínica
Médica.

Aqui são estudados de forma aprofundada e


condensada todos os conteúdos de Clínica.
O curso tem o objetivo de conciliar a sua
rotina de residente com os estudos, e serve
também para a obtenção do título de
especialista.
60 Homem de 40 anos, usuário de drogas
endovenosas, com história de febre há
dois meses e dispneia há duas semanas. Fez a
tomografia de tórax mostrada abaixo. (Conforme
imagem do caderno de questão). Dentre os
exames abaixo, o próximo a ser solicitado é:

A) Pesquisa de BK no escarro
B) Biópsia percutânea de nódulo
C) Ecocardiograma transesofágico
D) Pesquisa de fungo em lavado brônquico

COMENTÁRIO: Paciente usuário de drogas endovenosas evolui com febre, dispneia e abscessos
pulmonares! Temos que pensar em ENDOCARDITE INFECCIOSA! De qual válvula? Tricúspide!
Entre as alternativas propostas a correta é solicitar um ecocardiograma transesofágico e não
esqueça das hemoculturas! Alternativa correta letra C.
Homem de 57 anos, com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2,
61 dislipidemia e asma. Está em uso de atenolol 50 mg/dia, insulina NPH 30 U pela
manhã e β2-agonista de demanda. Há um mês, após dor torácica importante durante
atividade física, parou de fumar, sem procurar médico. Hoje foi submetido a laparotomia
eletiva por colecistopatia crônica calculosa, com necessidade de duas unidades de
concentrado de hemácias. Apresenta radiografia de tórax com atelectasia e ECG normal.
Em relação aos riscos pulmonares deste paciente, a recomendação que deveria ter sido
adotada na avaliação pré-operatória é:

A) Cessação de tabagismo oito semanas antes da cirurgia


B) Uso de corticoide inalatório e sistêmico no pós operatório imediato
C) Introdução de ß2-agonista de longa duração antes da cirurgia
D) Uso de bloqueador muscular não despolarizante no intraoperatório

COMENTÁRIO: Uma revisão dos estudos que avaliavam o benefício da cessação do tabagismo no
pré-operatório e ocorrência de complicações pós-operatórias concluiu que o benefício é tanto
maior quanto maior for o período de abstinência. Embora não exista um tempo ideal para a
abstinência, recomenda-se que o paciente pare de fumar 2 meses antes da cirurgia. Alternativa
correta letra C.
Homem de 57 anos, com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2,
62 dislipidemia e asma. Está em uso de atenolol 50 mg/dia, insulina NPH 30 U pela
manhã e β2-agonista de demanda. Há um mês, após dor torácica importante durante
atividade física, parou de fumar, sem procurar médico. Hoje foi submetido a laparotomia
eletiva por colecistopatia crônica calculosa, com necessidade de duas unidades de
concentrado de hemácias. Apresenta radiografia de tórax com atelectasia e ECG normal.
Em relação aos riscos cardíacos deste paciente, a recomendação que deveria ter sido
adotada na avaliação pré-operatória é:

A) Estratificar o risco cardíaco com cineangiocoronariografia


B) Introduzir antiagregantes 30 dias antes da cirurgia
C) Suspender o ß2-agonista um dia antes da cirurgia
D) Suspender o atenolol 30 dias antes da cirurgia

COMENTÁRIO: Temos um paciente de 57 anos, hipertenso, diabético insulino dependente,


dislipidêmico com queixa de DOR TORÁCICA durante atividades físicas há 1 mês (angina de
início recente). Segundo a última diretriz brasileira, não há recomendação para iniciar AAS antes
de operações NÃO cardíacas. Pelo alto risco cardiovascular e angina de início recente o paciente
poderia ser submetido a estratificação invasiva. O gabarito da banca foi a letra B.
Homem de 57 anos, com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2,
63 dislipidemia e asma. Está em uso de atenolol 50 mg/dia, insulina NPH 30 U pela
manhã e β2-agonista de demanda. Há um mês, após dor torácica importante durante
atividade física, parou de fumar, sem procurar médico. Hoje foi submetido a laparotomia
eletiva por colecistopatia crônica calculosa, com necessidade de duas unidades de
concentrado de hemácias. Apresenta radiografia de tórax com atelectasia e ECG normal.
Neste paciente, o uso de β-bloqueador deve ser:

A) Mantido, independentemente da frequência cardíaca


B) Mantido, desde que a frequência cardíaca esteja controlada
C) Suspenso, devido a história de asma
D) Suspenso, devido ao risco cardiovascular

COMENTÁRIO: Segundo a última diretriz brasileira de avaliação cardiovascular perioperatória,


pacientes que já recebem betabloqueador cronicamente devem MANTER seu uso em todo
o período perioperatório desde que a frequência cardíaca esteja controlada. A suspensão
de medicamentos dessa classe está associada a aumento da mortalidade pós-operatória.
Alternativa correta letra B.
Mulher de 50 anos vem para consulta para emagrecer. Come muito nas refeições
64 e belisca o tempo todo em casa. É dona de casa, tensa com a situação financeira
da família. Sua filha divorciou-se e tem muitos problemas com o ex-marido que não
paga pensão. Deixou de trabalhar desde o nascimento dos filhos há 20 anos e nunca
mais retomou. Seu índice de massa corpórea é 42 Kg/m2. Em relação à mudança de
comportamento alimentar desta paciente, podemos afirmar:

A) Só conseguirá mudar com apoio medicamentoso e terapia


B) Mudará apenas o que interessa, mantendo intactos outros hábitos relacionados
C) Avançará linearmente pelos estágios de prontidão até a mudança completa
D) Alternará períodos de progressão e regressão até efetivá-la

COMENTÁRIO: Sempre devemos oferecer um plano de mudança de hábitos de vida ao paciente


obeso antes de considerarmos o procedimento cirúrgico. Apesar de difícil, alguns pacientes
conseguem atingir os objetivos determinados. Durante o processo, é comum a observação
de períodos de progressão e regressão até a efetivação definitiva das mudanças e controle
consistente do peso. Em caso de falha, deve-se considerar o procedimento cirúrgico como
alternativa. Alternativa D está correta.
65 Homem de 70 anos, hipertenso, internado há cinco dias por infarto agudo do
miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST de parede anterior,
aguardando transferência para realização de cateterismo em outro hospital. O paciente
relata início de dispneia importante em repouso há poucas horas. Exame clínico: Regular
estado geral, afebril, corado, dispneico, PA 80 X 60 mmHg, má perfusão periférica, FC:
120 bpm, estase jugular ++ a 90o. Cardiovascular: ritmo cardíaco regular em 2 tempos,
bulhas normofonéticas,
com sopro holosistólico em
região de bordo esternal
esquerdo com irradiação
para bordo esternal direito
4+/6+. Pulmões: crepitação em
ambas as bases pulmonares.
Refeito eletrocardiograma
que é apresentado a seguir.
(Conforme imagem do
caderno de questão). A
conduta imediata mais
adequada é:

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE


CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 65

A) Fibrinólise.
B) Cineangiocoronariografia.
C) Cirurgia cardíaca.
D) Anticoagulação

COMENTÁRIO: Paciente com IAMCSST de parede anterior (veja as ondas Q-necrose em toda a
parede anterior) evoluiu com dispneia importante em repouso, além de colapso hemodinâmico,
e sopro holosistólico em bordo esternal esquerdo com irradiação para bordo esternal direito.
Ele estava no 5o dia pós IAM, e a complicação mecânica que devemos pensar nesse caso é a
comunicação interventricular aguda por ruptura do septo interventricular! O paciente deve
receber suporte inotrópico/balão intra-aórtico e ser submetido a cirurgia cardíaca, Lembre-se
que a complicação mecânica pós infarto mais comum e mais grave é a ruptura de parede
livre. Alternativa correta letra C.
Considere o seguinte trecho adaptado de Gordon AC et al., JAMA. 2016;316(5):509-
66 518, sobre o efeito do uso de vasopressina (comparado ao tratamento padrão com
norepinefrina) na função renal, durante o tratamento do choque séptico e responda
as duas próximas questões. Uma amostra de 400 indivíduos (200 em cada grupo) foi
calculada considerando um poder de estudo de 80%, um nível de significância de 5%
e uma redução do risco relativo para o desfecho primário (insuficiência renal) de 20%
relacionado ao tratamento com vasopressina, comparado à norepinefrina, e assumindo
uma incidência do desfecho primário no grupo controle de 40%. A probabilidade de
o estudo concluir pela presença de uma diferença, estatisticamente significativa, na
incidência do desfecho primário, quando em verdade ela não ocorre na população é de:

A) 5%.
B) 20%.
C) 80%.
D) 95%.

COMENTÁRIO: Questão que dá uma série de informações e no final pede uma conta simples.
Você precisava saber o que a definição de nível de significância: erro tipo I ou alfa. Esse erro é
rejeitar a hipótese nula (hipótese de que não há diferença) quando ela é verdadeira. Ou seja:
dizer que a vasopressina é melhor que a noradrenalina quando na verdade elas são iguais. Letra
A. Ah, a probabilidade de rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa é igual a 1–β . Esse valor é a
potência do teste.
Considere o seguinte trecho adaptado de Gordon AC et al., JAMA. 2016;316(5):509-
67 518, sobre o efeito do uso de vasopressina (comparado ao tratamento padrão com
norepinefrina) na função renal, durante o tratamento do choque séptico e responda
as duas próximas questões. Uma amostra de 400 indivíduos (200 em cada grupo) foi
calculada considerando um poder de estudo de 80%, um nível de significância de 5%
e uma redução do risco relativo para o desfecho primário (insuficiência renal) de 20%
relacionado ao tratamento com vasopressina, comparado à norepinefrina, e assumindo
uma incidência do desfecho primário no grupo controle de 40%. A incidência estimada
do desfecho primário no grupo tratado com vasopressina é:

A) 8%.
B) 20%.
C) 32%.
D) 40%.

COMENTÁRIO: A incidência estimada do desfecho primário no grupo tratado com vasopressina


é: R: Sem muitas contas aqui. A incidência do desfecho primário é de 40% no grupo da Nora, ou
seja 200 indivíduos x 0,4 = 80 pessoas. Se eu sei que a redução do risco relativo do desfecho é
de 20% em relação ao grupo da Nora (lembre que lá são 80 pessoas), há uma chance de 80% da
quantidade dessas pessoas, ou seja 32 pessoas. Sem saber conceito de RRR ou qualquer outra
coisa que queiram te empurrar pra decorar!
Mulher de 69 anos, intubada por insuficiência respiratória
68 há 12 horas, sob ventilação mecânica, sedada e sob
bloqueio neuromuscular, no modo volume controlado, com
volume corrente de 380mL. Os gráficos mostram a pressão
nas vias aéreas (em cmH2O) e fluxo (em L/min) em função do
tempo. (Conforme imagem do caderno de questão). Os valores
corretos de resistência e complacência do sistema respiratório
nessas condições são, respectivamente:

A) Complacência = 20 mL/cmH2O e resistência = 16 cmH2O/L/s


B) Complacência = 20 mL/cmH2O e resistência = 8 cmH2O/L/s
C) Complacência = 47,5 mL/cmH2O e resistência = 16 cmH2O/L/s
D) Complacência = 47,5 mL/cmH2O e resistência = 8 cmH2O/L/s

COMENTÁRIO: Questão bem no estilo USP. Para garantir o cálculo correto de complacência
e resistência às condições foram explicitadas no texto (sedação e bloqueio neuromuscular
garantindo que a paciente não interferiria no cálculo das medidas). A complacência pulmonar
representa o quanto o volume pulmonar variou por cmH2O depressão transpulmonar aplicada
ou seja variação de volume/variação de pressão. Extraindo os dados do gráfico temos que C =
380 (volume corrente) / 19 (delta de pressão = platô - PEEP). Logo, C = 380/19 = 20 ml/cmH2O. A
resistência das vias aéreas é calculada através da seguinte fórmula: Ppico- Pplatô (cmH2O)/fluxo
(l/s). Observação importante: a unidade de fluxo deve ser convertida para litros por segundo.
Logo, Resistência = 32-24/0,5 = 16 cmH2O/l/s. Alternativa A está correta.
Homem de 53 anos refere dois episódios de pneumonia e três de sinusite no
69 último ano, com boa resposta à antibioticoterapia domiciliar. Refere gastrite e
diarreia com restos alimentares, esporadicamente, e flatulência frequente, desde a
adolescência. Nega perda ponderal. Rinite tratada com uso intermitente de
corticosteroide intranasal há 15 anos. Há nove anos, sofreu traumatismo crânioencefálico
e, desde então, faz uso de fenitoína para controle de convulsões. Exame físico:bom
estado geral, PA=125X85 mmHg, exame pulmonar e abdominal normal. A
imunodeficiência deste paciente provavelmente se deve a:

A) Uso de corticoide nasal


B) Doença celíaca
C) Intolerância à lactose
D) Uso de fenitoína

COMENTÁRIO: Bela questão. Estamos diante de um paciente com quadro de infecção de


repetição no trato respiratório, sugerindo algum tipo de imunodeficiência. Os anticonvulsivantes
podem associar-se a alguns tipos de imunodeficiência humoral levando a produção deficiente
de algumas classes de imunoglobulinas. A manifestação mais comum são às infecções
respiratórias de repetição, particularmente por germes capsulados. A resolução do quadro
costuma ocorrer apenas com a retirada da droga, sem necessidade de reposição de globulinas.
Mulher de 56 anos, 52 Kg, diabética e hipertensa, desenvolveu quadro de
70 miopatia necrotizante autoimune por estatina e iniciada imunossupressão.
Evoluiu com insuficiência respiratória aguda, foi submetida à intubação orotraqueal e
encaminhada à unidade de terapia intensiva. No 10° dia na UTI, já sem sedação,
apresentava os seguintes parâmetros de ventilação mecânica: modo de Pressão de
Suporte=8 cmH20, PEEP=6 cmH20, Vt=290 mL, FiO2=30% e índice de respiração rápida
e superficial=96, Pimax=-18 cmH20 e Pemax=+20 cmH20. Inicia-se teste de respiração
espontânea e, após 60 minutos, a paciente apresenta escala de coma de Glasgow=11T,
FR=28 ipm, PA=96x56 mmHg, FC=90 bpm e SatO2=94%, mantidos os mesmos
parâmetros no ventilador acima mencionados. A conduta mais adequada é:

A) Manter a intubação orotraqueal nos mesmos parâmetros


B) Extubar e conectar ventilação não invasiva
C) Mudar ventilação para modo controlado
D) Realizar traqueostomia
COMENTÁRIO: bela questão. A paciente foi submetida a baixas pressões de suporte (5-7
cmH2O), com índice de respiração rápida e superficial < 105, estável hemodinamicamente,
nível de consciência adequado, tolerando mais que 30 min de teste de ventilação espontânea e
sem sinais de intolerância às manobras, estando portanto apta para proceder a extubação. No
intuito de reduzir o risco de falha de extubação, o uso de ventilação não invasiva é recomendada.
Alternativa B está correta.
Mulher de 56 anos, 52 Kg, diabética e hipertensa, desenvolveu quadro de
71 miopatia necrotizante autoimune por estatina e iniciada imunossupressão.
Evoluiu com insuficiência respiratória aguda, foi submetida à intubação orotraqueal
e encaminhada à unidade de terapia intensiva. No 10° dia na UTI, já sem sedação,
apresentava os seguintes parâmetros de ventilação mecânica: modo de Pressão de
Suporte=8 cmH20, PEEP=6 cmH20, Vt=290 mL, FiO2=30% e índice de respiração rápida
e superficial=96, Pimax=-18 cmH20 e Pemax=+20 cmH20. Inicia-se teste de respiração
espontânea e, após 60 minutos, a paciente apresenta escala de coma de Glasgow=11T,
FR=28 ipm, PA=96x56 mmHg, FC=90 bpm e SatO2=94%, mantidos os mesmos
parâmetros no ventilador acima mencionados. Durante permanência na UTI, a paciente
apresentou picos febris, sem outras disfunções orgânicas. Foram coletadas urina 1,
cultura de urina, hemoculturas, trocado acesso venoso central de sítio e enviada ponta
para cultura. A urina tipo 1 não apresentou alterações e as culturas foram negativas. A
radiografia de tórax e o ecocardiograma estão normais. A conduta mais adequada é:
A) Controlar a febre com anti-térmico e não introduzir antibiótico
B) Introduzir antibacteriano de amplo espectro
C) Introduzir antibacteriano de amplo espectro e antifúngico
D) Introduzir antibacteriano de amplo espectro e suspender a imunossupressão
COMENTÁRIO: questão que explora o bom senso do candidato. O paciente apresentou picos
febris, porém não houve piora clínica ou instabilidade hemodinâmica, além disso uma ampla
investigação foi realizada sem que houvesse identificação de qualquer agente infeccioso. Diante
desse quadro a vigilância infecciosa sem introdução agente antimicrobiano é segura e evitará uso
desnecessário de antibiótico. Alternativa A está correta.
Homem de 21 anos chega ao pronto socorro com quadro de insuficiência
72 respiratória hipoxêmica aguda, sendo feita intubação orotaqueal. Após
estabilização do paciente foi obtida história com a família: paciente previamente hígido,
tabagista (cinco maços-ano), com quadro de emagrecimento (perda de 9 kg, peso
atual de 70 kg) há cinco meses. Há uma semana dispneia progressiva, com piora hoje.
Sem febre ou expectoração. Exame clínico: abaulamento de cerca de 8,0 cm na região
testicular direita. Radiografia: presença de diversos nódulos pulmonares bilaterais. A
conduta a ser tomada é:
A) Instituição de cuidados paliativos exclusivos após conversa com família
B) Biópsia pulmonar e marcadores tumorais séricos (CEA, CA 19-9, CA 15-3, CA 72-4)
C) Aguardar a melhora do paciente para diagnóstico histológico e planejamento
terapêutico
D) Dosagem de beta-HCG e alfa-fetoproteína, e início imediato de quimioterapia
específica.

COMENTÁRIO: diante de um jovem, com síndrome consumptiva, massa testicular e nódulos


pulmonares, o diagnóstico de câncer de testículo com metástase pulmonar deve ser
considerado. A rotina de investigação inclui, além do exame físico, a realização ultrassonografia,
e a dosagem de Beta-HCG, Alfa-Fetoproteína (AFP) e o LDH. O primeiro passo será a
quimioterapia, antes de qualquer procedimento cirúrgico. Alternativa D está correta.
Homem de 60 anos, com diagnóstico recente de neoplasia de cólon. Há dois dias
73 com dor e edema em membro inferior esquerdo, tendo sido diagnosticada
trombose de veia ilíaca, até veia femoral profunda. A melhor opção terapêutica para este
paciente é:

A) Anticoagulantes Orais Diretos (DOAC).


B) HBPM seguida de antagonista de vitamina K.
C) HBPM seguida de DOAC.
D) Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM).

COMENTÁRIO: Os novos anticoagulantes orais (NOACS) estão sendo utilizados com segurança
para o tratamento de TVP, porém em paciente oncológicos existe a recomendação de que o
tratamento de escolha seja feito com HBPM por três a seis meses. O uso de NOACS ainda não
possui respaldo pela literatura nessa população.
Homem de 31 anos, apresenta dor abdominal em cólica, acompanhada de
74 vômitos há cinco horas, além de edema de face, lábios e mão. Refere quadros
semelhantes desde os 15 anos, que pioram com leite e derivados. Já teve episódios de
edema facial e labial nas mãos e pés, após traumatismo ou estresse, que melhoraram
parcialmente com o uso de loratadina ou tiveram remissão espontânea, após dois a três
dias. Nega urticária. Hipertenso há cinco anos, em uso de enalapril. Sem história familiar
semelhante. Exame abdominal: distendido, doloroso à palpação, com ruídos hidroaéreos
aumentados e descompressão brusca positiva. O tratamento mais adequado, na sala de
emergência, é:

A) Adrenalina intramuscular
B) Plasma fresco
C) Anti-histamínico intravenoso
D) Inibidor de acetilcolina
COMENTÁRIO: Questão de rodapé de livro. O angioedema hereditário (AEH) é uma doença
genética, cujos portadores apresentam episódios recorrentes angioedema que podem
acontecer de forma espontânea ou decorrentes de fatores desencadeantes (trauma, infecção,
alterações hormonais ou cirurgias). O inchaço pode ocorrer nas mãos, pés, face, genitália e
mucosas do trato gastrintestinal cursando com náusea, vômito e diarreia. tratamento nas crises
é feito com infusão de concentrado de C1-inib. porém quando indisponível, plasma fresco pode
substituí-lo. A alternativa B está correta.
Mulher de 20 anos apresenta palpitação, emagrecimento, bócio e TSH
75 indetectável. Devido a refratariedade a metimazol, recebe 15 mCi de iodo
radioativo. A paciente deve ser orientada a evitar gravidez por pelo menos:

A) 4 meses.
B) 12 meses.
C) 18 meses.
D) 24 meses.
COMENTÁRIO: O iodo radioativo deve ser evitado em algumas situações como gravidez,
aleitamento materno e grandes bócios retroesternais. A orientação é evitar a gravidez até que
o eutireoidismo seja confirmado por 3-6 meses. A alternativa A contempla o intervalo sugerido,
portanto está correta.
Homem de 27 anos com dor lombar persistente, associada à rigidez, que surgiu
76 insidiosamente há três anos. Os sintomas pioram com repouso prolongado.
Tem história de episódio de inflamação aguda no olho esquerdo, que foi tratada por
oftalmologista. Exame clínico: hipersensibilidade à palpação das articulações sacroilíacas,
teste de Schöber normal, pequena limitação à flexão lateral e à hiperextensão da coluna
lombar. Velocidade de hemossedimentação de 38 mm na 1a hora. O procedimento que
poderia confirmar o diagnóstico é:

A) Dosagem sérica do fator reumatoide.


B) Pesquisa de HLA-B27.
C) Radiografia simples anteroposterior da bacia.
D) Dosagem de proteína C reativa.

COMENTÁRIO: Homem jovem com lombalgia crônica associada à hipersensibilidade à palpação


das articulações sacroilíacas e limitação à flexão lateral e à hiperextensão da coluna lombar
deve ter o diagnóstico de espondilite anquilosante aventado. O fato do teste de Schöber estar
negativo não exclui doença. Diante desse cenário, a presença de HLA-B27 positivo é útil para o
diagnóstico de espondilite anquilosante. Alternativa B está correta.
Homem de 81 anos, advogado atuante, relata dificuldade de memória e de
77 avaliar casos habituais, sentindo-se inseguro no trabalho. Ao exame, apresenta-se
consciente e orientado. Solicitado a interpretar provérbios como “água mole em pedra
dura tanto bate até que fura” ou “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”,
tem dificuldade. O domínio cognitivo que está sendo avaliado e o diagnóstico são
respectivamente:

A) Abstração e transtorno cognitivo leve


B) Déficit de linguagem e demência de Alzheimer
C) Desorientação espacial e demência de Alzheimer
D) Déficit de memória recente e transtorno cognitivo leve

COMENTÁRIO: O domínio cognitivo testado é a capacidade de abstração, ficando claro que o


paciente perdeu a capacidade de abstrair as palavras e encontrar um significado mais amplo no
contexto do que está sendo dito. O transtorno cognitivo leve pode ser o primeiro estágio de uma
demência em instalação, sendo caracterizado pela presença de queixas subjetivas de declínio
cognitivo, associado à evidência objetiva de alterações cognitivas em avaliação neuropsicológica
e funcionalidade relativamente preservada. Alternativa A está correta.
Homem de 58 anos apresenta quadro de síndrome nefrótica, hipertensão arterial,
78 creatinina sérica de 2,0 mg/dL, sedimento urinário com hematúria e eletroforese
de proteínas séricas normal e urinária com pico monoclonal, identificado como cadeia
kappa. O diagnóstico mais provável deste quadro é:

A) Glomerulonefrite hipertensiva
B) Nefropatia por hipercalcemia
C) Nefropatia por cadeia leve
D) Amiloidose secundária

COMENTÁRIO: Questão direta. Homem, sexta década de vida, com pico monoclonal e injúria
renal deve ter com principal hipótese diagnóstica mieloma múltiplo. Paciente com esse
diagnóstico, que evoluem com hipertensão arterial, lesão renal e proteinúria, além de pico
monoclonal por cadeia leve, deve ter o diagnóstico de nefropatia por cadeia leve aventado.
Alternativa C está correta.
Mulher de 30 anos, 60 kg, em acompanhamento ambulatorial por lúpus
79 eritematoso sistêmico de início recente, que se manifestou por anemia hemolítica.
Optou-se por tratamento com azatioprina. Paciente evoluiu com febre e dor de garganta,
foi detectada neutropenia (500 neutrófilos/mm3) e a paciente foi internada. Foi suspensa
a medicação, introduzida antibioticoterapia e houve melhora progressiva do quadro
clínico e laboratorial. Durante a internação, verificou-se que a dose de azatioprina
prescrita ambulatorialmente havia sido de 400 mg/dia. Diante deste erro, o médico que
está acompanhando a internação deve:

A) Devido à boa evolução, comunicá-lo à paciente, mas não obrigatoriamente ao médico


do ambulatório.
B) Devido à boa evolução, não é obrigatório comunicá-lo nem ao médico do ambulatório
e nem à paciente.
C) Devido à boa evolução, comunicá-lo ao médico do ambulatório mas não
obrigatoriamente a paciente.
D) Apesar da boa evolução, comunicá-lo à paciente e ao médico do ambulatório.
COMENTÁRIO: Questão simples onde o bom senso prevalece. A dose usual da azatioprina é
de 2 mg/kg/dia. Os principais efeitos adversos são intolerância gastrointestinal, hepatopatia e
mielopatia, principalmente se utilizado em doses acima do habitual. Diante do erro na prescrição
da droga, mesm diante da boa evolução do paciente, é dever do médico assistente informar ao
paciente sobre o ocorrido, além disso, informar ao colega do ambulatório será uma medida de
proteção ao próprio paciente. Alternativa D está correta.
80 Homem de 52 anos com hepatopatia (Child B) é internado
com febre, hipotensão e insuficiência respiratória. Apresenta
sangramento mucoso e nos locais de punção. Após intubação
orotraqueal, é iniciado tratamento com drogas vasoativas, antibióticos
e realizada tromboelastografia. Selecione, entre os traçados abaixo, o
que melhor reflete o quadro do paciente e qual o tratamento mais
indicado. (Conforme imagem do caderno de questão).

A) Traçado A; plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas


B) Traçado B; plasma fresco congelado e antifibrinolítico
C) Traçado C; antifibrinolítico e crioprecipitado
D) Traçado D; crioprecipitado e concentrado de plaquetas

COMENTÁRIO: No enunciado encontramos paciente com descompensação do seu quadro de


Cirrose (Child B), apresentando provável discrasia sanguínea, que nesse caso, ocorre devido a
plaquetopenia (sequestro esplênico) e queda na produção de todos os fatores de coagulação, o
que vai prejudicar tanto a hemostasia primária como a secundária. No elastograma, tipicamente
esses pacientes apresentarão, portanto, um padrão de AFILAMENTO, conforme demonstra a
alternativa A. A conduta será repor plaquetas por meio de concentrados, além de plasma fresco,
para reposição dos fatores de coagulação. Alternativa correta letra A.
Mulher de 30 anos, com lúpus eritematoso sistêmico há cinco anos estava fazendo
81 uso de hidroxicloroquina 400mg/dia e prednisona 10mg/dia, quando teve eritema
malar, úlceras orais, fadiga, pleurite e poliartralgia. A prednisona foi aumentada para 30
mg/dia, com melhora dos sintomas, que recidivaram há 50 dias, após redução da sua
dose. Nessa época foi aumentada a dose de prednisona para 0,5 mg/kg/dia e iniciado
azatioprina 100 mg/dia. Retornou sem queixas e com exame físico normal. Exames de
controle mostraram Hemoglobina=11 g/dL; leucócitos=1600/mm3 (40% neutrófilos);
plaquetas=135.000/mm3, C3 e C4 normais e anti-DNAds negativo. Qual das seguintes
condutas é a mais apropriada para esta paciente neste momento?

A) Manter medicações em uso


B) Interromper a azatioprina
C) Introduzir ciclofosfamida
D) Aumentar a prednisona

COMENTÁRIO: Um dos efeitos colaterais mais importantes da azatioprina é a mielotoxicidade


e nesse caso a paciente apresenta leucopenia, neutropenia e plaquetopenia. Em razão da
possibilidade de infecção (leucopenia, neutropenia, uso de glicocorticóides cronicamente) é
interessante que a azatioprina seja suspensa até que ocorra elevação das contagens. Alternativa
correta letra B.
Homem de 50 anos vem trazido por familiares com história de dor abdominal
82 iniciada dias antes, febre baixa e confusão mental. Exame clínico: desnutrição,
icterícia, hepatomegalia e flapping. Os acompanhantes relatam histórico de consumo
crônico de álcool com aumento recente. Exames=Hemoglobina=10 g/dL, VCM=105,
AST=200 U/L, ALT=80 U/L, ggt=300U/L, Bilirrubina total=3,5 mg/dL, direta=2,8 mg/dL. A
conduta mais adequada é:
A) Nutrição parenteral com reposição de zinco e aminoácidos de cadeia ramificada
B) Nutrição enteral e baclofeno
C) Corticosteroide
D) N-acetilcisteína
COMENTÁRIO: Estamos diante de um provável caso de HEPATITE ALCOÓLICA. Ocorrerá
geralmente num BEBEDOR CRÔNICO QUE TENHA FEITO UMA LIBAÇÃO, pois é o metabólito do
álcool que agride, o “ACETALDEÍDO”, sendo o tempo médio dessa preparação enzimática de 06
anos. No quadro clínico, o paciente costuma apresentar sinais e sintomas de Hepatite Aguda
(Febre, icterícia, dor em HD); Elevação de transaminases num padrão TGO : TGP > 2 até cerca de
300, NÃO ultrapassando geralmente >5x.; Hipergamaglobulinemia IgA; Carência de vitaminas
(B1, folato, B6); LEUCOCITOSE (REAÇÃO LEUCEMÓIDE); Aumento isolado da GGT (marcador de
consumo etílico recente); BIÓPSIA (“Fibrose centrolobular” e “Corpúsculos de Mallory” - embora
não sejam patognomônicos). Possui ALTO RISCO DE MORTE, e o prognóstico é dado pelo “ÍNDICE
DE MADDREY”. Se índice de Maddre alto (> 32) ou Encefalopatia hepática, faremos CORTICOIDE
POR 04 SEMANAS. Nos casos mais graves ou nas contra-indicações ao CTC (exp. Sangramento TGI
ou IRA), pode ser feito também a PENTOXIFILINA. Alternativa correta letra C.
Mulher de 30 anos apresenta há quatro dias manchas na pele. Nega febre, dores
83 articulares, uso de quaisquer medicações. Exame clínico: corada, hidratada, afebril.
PA=120X80 mmHg. Sem linfonodomegalias ou visceromegalias. Petéquias elevadas em
membros inferiores. Prova do laço positiva. Baseado exclusivamente nos sintomas e sinais
apresentados, o exame que mais provavelmente virá alterado é:

A) Fator anti-núcleo
B) Sorologia para dengue
C) Adesividade plaquetária
D) Fator von Willembrand
COMENTÁRIO: Paciente com PÚRPURA PALPÁVEL, em que devemos fazer diagnóstico diferencial
com as alternativas. Não pensaremos em Dengue, pois apesar da prova do laço positiva, a paciente
não tem história de febre, mialgia ou dor articular. Além disso, no enunciado não há história de
qualquer uso de medicação antiagregante para pensarmos em perda de adesividade plaquetária.
A paciente já tem 30 anos, e apenas agora apresenta sinais de distúrbio de hemostasia, o que
fala contra a ser doença de von Willebrand, já que sendo uma doença genética, teríamos relatos
prévios. Por fim, embora numa paciente jovem, previamente hígida, teríamos como possibilidade
uma doença autoimune, dentre elas, o Lúpus Eritematoso Sistêmico. Poderíamos pedir diversos
exames de autoimunidade, dentre eles, o FAN. Alternativa correta letra A.
Homem de 55 anos retornou há três dias de viagem de férias ao exterior. Há dois
84 dias, febre alta, calafrios, dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia sem sangue
ou muco. Há um dia dor nos membros inferiores. Há histórico de etilismo importante.
Exame clínico: mau estado geral, febril, desidratado, hipotenso e taquicárdico. Na pele,
foram observadas aranhas vasculares no tronco, além de lesões bolhosas hemorrágicas
e equimoses nas extremidades inferiores. O alimento contaminado mais provavelmente
ingerido foi:
A) Ovo cru
B) Carne bovina moída mal cozida
C) Salsicha mal conservada
D) Ostras cruas

COMENTÁRIO: Questão difícil, mas que já caiu em outras provas, inclusive de acesso direto. A
presença de um quadro clínico desepse grave, de evolução rápida, em pacientes com doenças
crônicas (principal fator de risco é a cirrose hepática), com história epidemiológica de ingestão
e/ou manipulação de frutos do mar (principalmente OSTRAS), é típica da infecção pelo VIBRIO
VULNIFICUS, uma bactéria gram-negativa que pode causar infecções graves de ferida, sepse e
diarreia. É uma sepse grave, com alta taxa de letalidade. Caracteristicamente, apresenta-se com
lesões cutâneas bolhosas, como as descritas. Alternativa correta letra D.
85 Dadas estas duas situações clínicas: Situação 1: “Mulher de 60 anos que morreu
de câncer de mama, mesmo com mamografia normal no ano anterior.” Situação
2: “Com o advento do PSA para rastreamento de câncer de próstata, os pacientes vivem
mais tempo.” As explicações para as estas duas afirmações são, respectivamente:

A) Baixa sensibilidade da mamografia e a alta especificidade do PSA


B) Viés de seleção para mamografia e viés de efetividade da prostatectomia
C) Necessidade de reduzir o intervalo entre mamografias e a idade para o PSA
D) Viés de duração do câncer de mama e viés de tempo ganho pelo PSA

COMENTÁRIO: Sabidamente, temos alguns vieses nos programas de SCREENING DIAGNÓSTICO.


Por exemplo, o “VIÉS DE TEMPO GANHO” diz respeito àqueles pacientes que participarem do
screening, que terão seu diagnóstico feito mais precocemente e, portanto, mais chances de melhor
prognóstico. Esse viés deverá ser levado em conta ao comparar a mortalidade desse grupo com
a de outro grupo não submetido ao screening, como por exemplo, no C NCER DE PRÓSTATA, que
tem seu screening bastante contestado. Além disso, temos ainda o “VIÉS DE DURAÇÃO”, em que
o grupo do screening provavelmente tem uma fase pré-clínica da doença mais longa e melhor
prognóstico. Será mais fácil detectar pelo screening os casos de evolução mais longa do que os
casos de evolução mais rápida, o que pode ter ocorrido na nossa paciente que faleceu por CA de
mama, câncer este, que sabemos que pode ter uma rápida evolução. Alternativa correta letra D.
86 Mulher de 73 anos, trazida ao pronto socorro pelos vizinhos, que sabiam apenas
informar que a paciente apresenta doença psiquiátrica. Foi encontrada em casa há
quatro horas, confusa, com evidências de ter vomitado e apresentado episódios diarreicos.
Em sua residência foram encontradas cartelas de lítio e omeprazol. Exame clínico:
regular estado geral, desidratada +/4, afebril, acianótica, anictérica, eupneica. FC=88 bpm,
PA=110x60 mmHg, T=36,8oC, SatO2=98% (ar ambiente), glicemia capilar 138=mg/dL.
Estava sonolenta e confusa, com tremores grosseiros, episódios de clônus e sem déficits
neurológicos focais. Restante do exame físico inalterado. Tomografia de crânio sem
alterações. Exames laboratoriais: ureia=80 mg/dL, creatinina=1,6 mg/dL, Na=148 mEq/L,
bicarbonato=20 mEq/L e K=4,2 mEq/L. A melhor conduta terapêutica é:

A) Carvão ativado
B) Hemodiálise
C) Alcalinização
D) Lavagem gástrica

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE


CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 86

COMENTÁRIO: Paciente que está apresentando provável quadro de INTOXICAÇÃO POR LÍTIO.
O lítio é utilizado principalmente como estabilizador de humor, para os quadros de transtorno
afetivo bipolar. É importante detectar precocemente os sinais de in-
toxicação, ainda na fase prodrômica, quando a reversão é fácil: tremores, sensação de fraqueza,
náuseas, dor abdominal eventual e fezes diarreicas. Os sinais de intoxicação por lítio são os
seguintes: 1) Vômitos ou náuseas; 2) Diarréia; 3) Polidipsia; 4) Dor abdominal; 5) Tremores
de mãos ou pernas; 6) Fraqueza muscular generalizada; 7) Letargia; 8) Vertigem eventual; 9)
Disartria; 10) Hiperreflexia discreta; 11) Dismetria; 12) Edemas, principalmente nos membros
inferiores. Contudo, nos casos graves, em que houve ingesta exagerada, a sintomatologia pode
evoluir para a sonolência, o embotamento e a agitação psicomotora. Pode chegar a ataxia,
hipertonia muscular, fasciculações, hiperreflexia importante, nistagmo, paresias, paralisias
e movimentos coreoatetóicos. O lítio, sendo metal, não é absorvido pelo carvão ativado. Daí
a inutilidade deste procedimento, nas intoxicações. Geralmente, quando o caso chega ao
serviço de saúde, já se passou mais de uma hora da ingesta da dose comprometedora. Uma
lavagem gástrica só teria efeito na primeira hora após a ingesta. Em casos leves, a suspensão da
medicação por algumas tomadas, baixando a dose no sangue, pode corrigir a litemia elevada
e resolver o problema. Entretanto, nas intoxicações graves como a do nosso caso, com litemia
acima de 4,0 mEq/l é indicada a hemodiálise em várias sessões. Alternativa correta letra B.
87 Paciente de 65 anos, há três horas apresentou episódio de dor em pescoço, de
forte intensidade, com irradiação para região dorsal, enquanto fazia a barba. No
momento a dor persiste. Refere hipertensão, bem controlada com medicação. Ao
exame físico está pálido e sudoreico e apresenta sopro diastólico em foco aórtico.
Realizado eletrocardiograma que não revelou alterações. Dentre as alternativas abaixo, o
próximo exame a ser realizado é:

A) Enzimas cardíacas seriadas.


B) Tomografia de tórax.
C) Mapeamento cardíaco com MIBI.
D) Endoscopia digestiva alta.
COMENTÁRIO: Em um paciente hipertenso com dor torácica que irradia para o dorso, ECG
normal e sopro diastólico em foco aórtico (insuficiência aórtica), devemos pensar em qual
emergência cardiovascular? Dissecção de aorta! Dos exames citados, a TC de tórax com contraste
pode definir o diagnóstico! Alternativa correta letra B.
88 seguintes
Três pacientes com anasarca, hipoalbuminemia e proteinúria apresentam as
características: PACIENTE I: 18 anos, proteinúria=30 g/24h, albuminúria
seletiva PACIENTE II: 60 anos, proteinúria = 5 g/24 h, sem hematúria PACIENTE III:
25 anos, com hipertensão e hemácias dismórficas na urina. Doença de Hodgkin,
tumor sólido e hipocomplementemia estão associados com maior probabilidade,
respectivamente, aos casos:
A) I, II e III B) II, I e III C) II, III e I D) I, III e II
COMENTÁRIO: O enunciado nos traz três pacientes com ANASARCA + HIPOALBUMINEMIA +
PROTEINÚRIA. Ou seja, são três pacientes com SÍNDROME NEFRÓTICA. Basicamente, o que a
questão quer é que relacionamos alguns dados clínicos, causas de Síndrome Nefrótica, com os
pacientes relatados. Primeiramente, Doença de Hodgkin, mais comum em JOVENS (20-30 anos) e
HOMENS BRANCOS (>50 anos), está classicamente associada a síndrome nefrótica por LESÃO
MÍNIMA, que também é a principal causa dessa síndrome em crianças. Esse quadro encaixaria
no nosso paciente I, de 18 anos, com proteinúria em níveis nefróticos. Já o paciente II, de 60
anos, apresenta proteinúria também em níveis nefróticos (>3,5g/24h), sem hematúria, o que
pode ser explicada por uma NEOPLASIA SÓLIDA OCULTA, causa clássica de síndrome nefrótica
por NEFROPATIA MEMBRANOSA, a segunda forma mais comum em adultos, ficando atrás
apenas da GEFS. Por último, temos no paciente III, um indivíduo de 25 anos, que apesar da
clínica de Síndrome Nefrótica, dita previamente, aprsenta HIPOCOMPLEMENTEMIA, além de
HIPERTENSÃO e DISMORFISMO ERITROCITÁRIO, ou seja, é um paciente que também apresenta
características de SÍNDROME NEFRÍTICA. Qual a causa de Síndrome Nefrótica que cursa com
características de Nefrítica, além de consumo de complemento? É a GLOMERULONEFRITE
MEMBRANOPROLIFERATIVA, também chamada de MESANGIOCAPILAR. Alternativa correta, letra A.
89 Mulher de 26 anos, previamente hígida, é admitida no pronto-socorro, após ter sido
encontrada desacordada há cerca de uma hora. Apresentou vômitos durante o
transporte. Ao exame clínico, em mau estado geral, sialorreia e broncorreia intensa, FC=68
bpm, FR=36 ipm, SatO2 em ar ambiente=78%, PA=100x60 mmHg, T=36o C, Glicemia
capilar=126 mg/dL. Ausculta pulmonar com roncos difusos e raros sibilos. Abdômen:
aumento dos ruídos hidroaéreos. Escala de coma de Glasgow=11, pupilas mióticas,
isocóricas, sem deficits focais. Presença de fasciculação em musculatura de membros
inferiores. Após estabilização na sala de emergência, a próxima conduta deve ser:
A) Fenitoína
B) Tomografia de crânio
C) Atropina
D) Líquido cefalorraquidiano
COMENTÁRIO: Paciente de 26 anos com quadro estranho... vamos juntar as peças? SIALORREIA
+ BRONCORREIA + BRADICARDIA + MIOSE? Parece que essa paciente está com excesso de
ACETILCOLINA. Qual intoxicação que comumente cursa com isso? CARBAMATO, o famoso
“chumbinho”. No âmbito da agricultura outra substância também poderia estar implicada, que
são os Organofosforados. Essas substâncias INIBEM A ACETILCOLINESTERASE, desenvolvendo
uma SÍNDROME COLINÉRGICA. A diferença é que o organofosforado (Malathion) se liga
irreversivelmente à acetilcolinesterase, sendo MAIS GRAVE, já o carbamato é uma ligação mais
fraca e reversível, com uma clínica mais LEVE. Qual a conduta diante desses casos? ATROPINA.
Alternativa correta, letra C.
90 Homem de 50 anos com seis horas de dor torácica intensa. Está ansioso, PA = 140
x 90 mmHg, FC = 92 bpm. ECG normal, CKMB elevada e troponina T normal. O
próximo exame a ser realizado é:

A) Cineangiocoronariografia.
B) Dosagem de troponina I.
C) Angiotomografia de tórax.
D) Dosagem de aldolase.

COMENTÁRIO: Em um paciente com SEIS horas de dor torácica, ECG normal e que apresenta
troponina T negativa o diagnóstico de SCA pode ser praticamente descartado. Mas o que levaria
ao aumento de CKMB? Uma lesão muscular poderia justificar tais achados, e a aldolase que é
um marcador de dano muscular poderia ser solicitado! Alternativa correta, letra D.
91 Homem de 68 anos, com antecedentes de hipertensão, diabetes mellitus tipo
II há 20 anos e insuficiência renal crônica dialítica, em hemodiálise há oito anos.
Faz uso de captopril, ácido acetilsalicílico, sinvastatina e insulina. Nos exames colhidos
mensalmente pelo nefrologista, foram evidenciados Hemoglobina glicada=6,0%, Na=138
mEq/L, K=5,0 mEq/L, cálcio total (corrigido)=8,1 mg/dL e fósforo sérico=6,5 mg/dL. O
paciente já faz dieta com restrição de fósforo, potássio e proteínas. A melhor droga para
introdução nesse momento é:

A) Sevelamer
B) Calcitriol
C) Cálcio
D) Cinacalcet

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE


CONTINUAÇÃO DA QUESTÃO 91

COMENTÁRIO: Estamos diante de uma questão sobre OSTEODISTROFIA RENAL. O paciente


renal crônico desenvolve um Hiperparatireoidismo Secundário. A vitamina D ATIVA (Calcitriol)
é quem “abre as portas” intestinais para o Cálcio, acelerando sua absorção. Entretanto, essa
vitamina D é ativa justamente nos RINS, e com a DRC, e a consequente queda do Calcitriol, a
paratireoide fica secretando muito PTH, na tentativa de elevar os níveis séricos de cálcio. Esse
hormônio estimula o REMODELAMENTO ÓSSEO, por meio da ativação do OSTEOCLASTO.
Porém, ele também é capaz de estimular o OSTEOBLASTO, para reconstruir o osso. Então, acaba
formando um osso doente, fibroso e cístico, a chamada “OSTEÍTE FIBROSE CÍSTICA”. Além
dessa diminuição na absorção intestinal de cálcio, este terá uma grande diminuição, devido a:
Hiperfosfatemia, pois o FOSFATO, um grande vilão nessa doença, com a DRC, AUMENTA seu, já
que deixa de ser filtrado. Ele vai QUELAR o cálcio, diminuindo suas concentrações, formando
FOSFATO DE CÁLCIO, que é INSOLÚVEL INABSORVÍVEL. No quadro clínico, esse paciente
costuma apresentar Dor lombar, Fraturas Patológicas, Deformidades ósseas, Fraqueza e Prurido
(Hiperfosfatemia). Já no quadro laboratorial: PTH alto (>450; MELHOR PAR METRO), Fosfato > 6,5,
Hipocalcemia (<8.5), Fosfatase Alcalina alta. Como tratamento INICIAL, temos que combater o
VILÃO -> DIETA COM RESTRIÇÃO DE FÓSFORO. Como o paciente do nosso enunciado já fez essa
medida, não tendo resolvido, utilizaremos drogas que agem como QUELANES DO FÓSFORO, em
que antigamente utilizava-se o “Carbonato de cálcio”, mas não se utiliza mais pelo maior risco
cardivoascular. Hoje em dia o quelante DE ESCOLHA é o SEVELAMER. Alternativa correta letra A.
92 Durante uma reunião governamental, para planejamento de medidas de saúde de
um país, quatro assessores dão sua opinião sobre a estratégia de quimioprofilaxia
com melhor relação custo-efetividade: Assessor 3: Adicionar iodo ao sal de cozinha e
ácido fólico ao trigo Assessor 2: Distribuir ácido acetil-salicílico e sinvastatina Assessor 1:
Vacinar a população contra a gripe sazonal Assessor 4: Fluoretar a água e distribuir anti-
sépticos bucais O assessor que está correto é o:

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.

COMENTÁRIO: Medidas que impeçam o contato do homem com os patógenos são medidas
profiláticas. Assim como o próprio nome sugere, “Quimioprofilaxia” é a profilaxia efetuada por
substâncias químicas ou por métodos químicos. O enunciado nos pede aquele com MELHOR
CUSTO-EFETIVIDADE, de modo que recai sob a alternativa C, uma vez que o emprego do iodo ao
sal de cozinha (para evitar o bócio) e o ácido fólico ao trigo (evitar anemia megaloblástica) são
medidas simples e eficientes no que se propõem. Alternativa correta letra C.
93 Homem de 17 anos, refere que devido à morte de um familiar, passou as
últimas noites sem dormir e alimentando-se muito pouco. Há dois dias notou
icterícia. Refere ter tido episódios similares, auto-limitados. Sem parentes com quadro
semelhantes. Exame clínico normal exceto pela icterícia. Exames: hemoglobina=13,5 g/
dL, reticulócitos=50.000/mm3, bilirrubina total=2,4 mg/dL, bilirrubina direta=0,9 mg/
dL, bilirrubina indireta=1,5 mg/dL, haptoglobina normal, desidrogenase lática normal. O
próximo exame a ser pedido é:
A) Dosagem de fator V. C) Sorologia para hepatites virais.
B) Eletroforese de hemoglobina D) Nenhum.
COMENTÁRIO: Boa questão. Paciente que passou por grande estresse, apresentase com icterícia.
Nos dados laboratoriais, apresenta um Hemograma normal, além de HIPERBILIRRUBINEMIA, às
custas de BILIRRUBINA INDIRETA. Além disso, HAPTOGLOBINA, RETICULÓCITOS e LDH NORMAIS,
falando contra uma possível Anemia Hemolítica. Ou seja, é um quadro de HIPERBILIRRUBINEMIA
INDIRETA + NADA, típico da SÍNDROME DE GILBERT, Distúrbio hereditário, predominante no
sexo MASCULINO, resultante de LEVE DEFICIÊNCIA NA GLICORONIL-TRANSFERASE, enzima que
conjuga BI em BD. Portanto, problema na CONJUGAÇÃO. Tipicamente, a icterícia se agravará ou
será desencadeada após: Jejum prolongado (PRINCIPAL!), estresse, exercício intenso, quadros
infecciosos, ingestão de álcool, etc. Comporta-se de forma benigna, sem complicações, embora
seja crônica, caracterizando-se por uma hiperbilirrubinemia INDIRETA, leve e persistente, em
que raramente BT > 5 mg/dl. Depois da hemólise, é a principal causa de hiperbilirrubinemia
indireta leve. Não necessita tratamento e nem impedirá essa paciente de ser submetida a cirurgia.
Alternativa correta letra D.
94 Homem de 50 anos, com diagnóstico de cirrose, apresentou hemorragia
digestiva alta há duas semanas e queixa-se de discreto aumento do volume
abdominal há 10 dias. Sem outras queixas. Ao exame físico, apresenta pressão arterial,
pulso e temperatura normais. Abdômen com ascite moderada e exame neurológico
normal. O estudo do líquido ascítico mostrou leucometria de 390 células, com 10% de
polimorfonucleares. Paciente permaneceu inalterado e a cultura do líquido ascítico
foi positiva para Escherichia coli. A conduta a ser adotada imediatamente deve ser:
A) Cefotaxima 2 g EV de 8/8 h
B) Nova paracentese diagnóstica
C) Albumina 1,5 g/kg no 1° dia e 1 g/kg no 3° dia
D) Cefuroxima 500 mg VO 12/12 h

COMENTÁRIO: Temos um paciente cirrótico, que após hemorragia digestiva alta, apresenta-
se com quadro clínico de Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE). Entretanto, qual a definição
da PBE? Ascite com > 250 PMN + CULTURA MONOBACTERIANA + ABDOME NÃO CIRÚRGICO.
Portanto, notemos que o paciente ainda não se encaixa no diagnóstico, uma vez que o líquido
ascético apresenta apenas 39 polimorfonucleares. Estamos, até então, diante de um quadro
de “BACTERASCITE”, onde o paciente apresenta <250 PMN, porém, COM CULTURA POSITIVA.
Fazendo analogia com uma bacteriúria assintomática, nas ITU, SÓ TRATAREMOS QUANDO TIVER
SINTOMAS, de modo que inicialmente iremos apenas REPETIR A PARACENTESE. Alternativa
correta letra B.
95 Mulher de 40 anos queixa-se de paroxismos de dor em região mandibular e
maxilar esquerda, de curta duração e forte intensidade, com início e término
súbitos. Chega a ter mais de 10 episódios por dia, frequentemente concomitantes à es-
covação de dentes ou mastigação. O tratamento mais adequado é:

A) Prednisona.
B) Carbamazepina.
C) Inalação com oxigênio 100%.
D) Sumatriptano.

COMENTÁRIO: Paciente com DOR EM REGIÃO MANDIBULAR + MAXILAR (Territórios trigeminais),


de curta duração e forte intensidade, relatando que as dores pioram à escovação de dentes ou
mastigação. Estamos possivelmente diante de um quadro clássico de NEURALGIA DO TRIGÊMEO,
onde a droga de escolha é um anticonvulsivante, a CARBAMAZEPINA. Alternativa correta letra B.
96 Mulher de 74 anos, ativa e independente para atividades da vida diária. Há dois
meses, dispneia a médios esforços e, há dois dias, perda do nível de consciência,
com desconforto precordial e opressão torácica. Recobrou a consciência logo a seguir,
sem sequelas. Nega edema de membros inferiores ou dispneia paroxística noturna.
Exame físico. PA=150X90 mmHg, FC=80 bpm, FR=14 ipm. Exame cardíaco: bulhas rítmicas,
com sopro sistólico em foco aórtico, ++/IV, audível também em região cervical bilateral.
Realizou eletrocardiograma e ecocardiograma. Dentre as alternativas abaixo, o próximo
exame a ser solicitado é:
A) Holter
B) Cineangiocoronariografia
C) Cintilografia miocárdica
D) Doppler de carótidas

COMENTÁRIO: Nesse caso temos uma paciente idosa com dispneia recente aos médios esforços
que há 2 dias apresentou síncope precedida por dor torácica. Apresenta no exame físico sopro
sistólico em foco aórtico 2+/4+ que é audível em região cervical bilateral, estamos diante de qual
valvopatias? Estenose aórtica (EA)! Lembre-se que a sobrevida média em pacientes com EA que
apresentam angina, síncope e sintomas de IC é de 5, 3 e 2 anos, respectivamente. Em uma
provável EA grave SINTOMÁTICA, a conduta ideal é a troca valvar. Pela idade da paciente, deve ser
solicitado uma cineangiocoronariografia para pesquisa de DAC. Alternativa correta letra B.
97 Mulher de 68 anos, 70 kg, será submetida a artroplastia total de quadril. Não tem
doenças conhecidas. Hemograma, glicemia e creatinina séricas normais. Escolhida
enoxaparina para profilaxia de tromboembolismo venoso. A dose e duração desse
esquema são, respectivamente:

A) 40 mg por cinco semanas


B) 40 mg até alta hospitalar
C) 20 mg até início da deambulação
D) 20 mg por 10 dias

COMENTÁRIO: Sabemos que uma das cirurgias mais passíveis de que aumentar o risco
tromboembólico são as de quadril. Dessa forma, a nossa paciente do enunciado precisará se
anticoagulação PROFILÁTICA após a cirurgia. Basicamente precisaríamos saber a dose e a duração
da anticoagulação profilática com a Heparina de Baixo Peso Molecular (Enoxaparina). A prescrição
profilática dessa droga consiste em: 40 mg, SC, 1x ao dia. Lembremos que caso fôssemos fazer
a dose PLENA, seria: Enoxaparina 1 mg/kg SC 12/12h (1mg/kg 1x ao dia se ClCr <30). Por ser um
procedimento de alto risco, como já comentado, essa profilaxia vai além da alta hospitalar, por no
mínimo quatro semanas, idealmente cinco. Alternativa correta letra A.
98 Mulher de 28 anos, tem diagnóstico recente de síndrome de imunodeficiência
adquirida, com linfócitos TCD4=42/mm3 e PCR quantitativo=324.000 cópias/mL. Foi
internada na unidade de terapia intensiva com história de um mês de perda ponderal de
15kg, febre intermitente, tosse seca e insuficiência respiratória progressiva. Baciloscopia de
escarro negativa. Realizou biópsia transbrônquica que evidenciou esboço granulomatoso
com coloração de Ziehl Nielsen positiva. A melhor conduta terapêutica é:

A) Terapia antiretroviral e após quinze dias, iniciar esquema para tuberculose (RIPE)
B) Terapia antiretroviral e esquema para tuberculose (RIPE) no mesmo momento
C) Esquema para tuberculose (RIPE) e após quinze dias, iniciar terapia antiretroviral
D) Esquema para MAC (claritromicina+etambutol+rifampicina) e terapia antiretroviral no
mesmo momento
COMENTÁRIO: Questão tranquila. Lembremos que a TUBERCULOSE PULMONAR é a MAIOR
CAUSA DE ÓBITO EM PACIENTES HIV+. Ela pode ocorrer com QUALQUER CD4 e suspeitaremos
em qualquer paciente sintomático, não necessariamente > 3 semanas, devido a alta prevalência.
Por isso, em TODAS as consultas temos que perguntar ao paciente sobre possíveis sintomas de TB
pulmonar. Se a resposta for negativa, mesmo assim, anualmente faremos o PPD nele. Se > ou = a
5mm, TB LATENTE, tratando com Isoniazida 270 DOSES. Se tiver sintomas, TB DOENÇA, tratando
com RIPE por 6m. Entretanto, um tema frequentemente cobrado em questões é a “SÍNDROME
DA RECONSTITUIÇÃO IMUNE”, a qual esses paciente estão sujeitos. Para evitar isso, devemos
iniciar RIPE (6m) inicialmente, e introduziremos a TARV apenas 2-8 semanas depois, já que se
iniciássemos a TARV antes, poderíamos ocasionar uma grande “guerra imune” contra o bacilo de
Koch, acarretando em graves lesões ao paciente. Alternativa correta letra C.
99 Mulher de 27 anos apresenta como efeito colateral de um medicamento,
alteração no nível sérico de potássio, acompanhada de tetraparesia flácida,
rabdomiólise, íleo adinâmico e arritmia cardíaca. O medicamento provavelmente
responsável é:

A) Heparina
B) Anfotericina B
C) Pentamidina
D) Sulfametoxazol + trimetoprim

COMENTÁRIO: O enunciado basicamente quer saber qual medicamento, dentre as alternativas,


é responsável por causar HIPOCALEMIA. Lembre que uma causa clássica de IRA + HIPOCALEMIA,
além dos Aminoglicosídeos, é justamente a ANFOTERICINA B. As demais drogas citadas são
causa de HIPERCALEMIA. Alternativa correta letra B.
100 membros
Homem de 32 anos, há três meses com urina espumosa, edema progressivo de
inferiores e aumento do volume abdominal. Refere edema palpebral
pela manhã e nega ortopneia. Apresenta diminuição bilateral de murmúrio vesicular
com egofonia e abafamento de bulhas. A radiografia de tórax revela aumento da área
cardíaca. O exame que, com maior probabilidade, permitirá o diagnóstico etiológico é:

A) Complemento sérico
B) Proteinúria de 24 h
C) Biópsia renal
D) Sorologia para hepatite

COMENTÁRIO: O enunciado nos traz um paciente de 32 anos com ANASARCA + URINA


ESPUMOSA. Isso bastaria para que imediatamente nos remetesse ao diagnóstico de SÍNDROME
NEFRÓTICA, o que poderia nos fazer marcar a alternativa B. Entretanto, essa questão requer
atenção uma vez que o enunciado solicita o DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO, e não o sindrômico.
Ora, quais são as duas principais causas de Síndrome Nefrótica em adultos? GEFS e Nefropatia
Membranosa. Lembremos ainda que a Nefropatia membranosa está classicamente associada
a algumas doenças: Neoplasias sólidas ocultas, Lúpus eritematoso sistêmico e HEPATITE B. Por
isso, a única das alternativas que nos faria chegar a um diagnóstico etiológico da condição desse
paciente, seria a letra D. Alternativa correta letra D.
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