"O que a perda de nossa Deusa poderia significar para o mundo? Em primeiro lugar,
significa com certeza que as mulheres e todas as coisas femininas são percebidas como
inferiores. É difícil enxergar como isso poderia ser diferente”.
A Virgem Maria, bem-amada dos católicos, é a imagem estabelecida no Ocidente que
está mais próxima da Deusa, e Maria é tão importante que a doutrina de sua assunção ao
céu foi declarada na década de 40.
Há, em Maria, muitos traços da antiga Deusa Mãe, e para muitos católicos devotos ela é
Deusa em tudo exceto no nome.
No entanto, sua posição de Virgem Mãe exalta apenas uma parte do Feminino, e como
modelo de um papel ela apresenta uma impossibilidade - uma mãe que concebeu sem antes
ter tido relações sexuais, Mais que isso, Maria não é admitida nas honras mais elevadas. Ela
é objeto de extrema veneração, mas não adoração, pois isso é reservado a Deus.
A bela imagem de Maria, infelizmente, parece favorecer pouco as mulheres e o Feminino.
Filosofia Wiccan
A filosofia básica da Antiga Religião fundamenta-se nos caminhos da Natureza, e a
compreensão da espiritualidade pela humanidade é revelada por um sentido de comunidade
saudável. É nessa estrutura sustentadora de códigos de conduta, cortesia comum e respeito
pelos outros que a essência de nossa espiritualidade pode ser compreendida.
Essencialmente, a filosofia da Wicca emana da antiga visão de que tudo foi criado pelos
Grandes Deuses (a partir da mesma fonte procriadora) e de que tudo possui uma "centelha
divina" de seu criador. Na Criação, ensina-se que existem quatro "Reinos": Mineral, Vegetal,
Animal e Humano, cada um deles expressão ou manifestação da Consciência Divina. Almas
individuais atravessam esses Mundos, adquirindo conhecimento e experiência, movendo-se
rumo à reunião com a Fonte de Todas as Coisas. Num certo sentido, pode-se dizer que as
almas vivenciando o plano físico são como sondas conscientes enviadas pelo Criador Divino.
Da mesma forma, pode-se dizer que as almas são como os neurônios na mente do Divino
Criador, entidades individuais que formam parte de um todo.
Embutida na criação física está a Lei da Causa e Efeito (sendo o "Karma" seu
contraponto espiritual), que serve para manter tudo em um equilibrado movimento. O Karma
faz com que a alma experimente os níveis de energia positiva e negativa que ela própria
projeta a outras almas. Assim, através de muitas existências, a alma é temperada e moldada
para que possa ser funcional nos Mundos Espirituais nos quais um dia habitará. De acordo
com as crenças antigas, a alma pode encarnar fisicamente muitas vezes até se libertar do
Ciclo do Renascimento.
Nos "bastidores" da existência física habitam as forças que animam o mundo. Os antigos
se referiam a essas forças como os Reinos Elementais: Terra, Ar, Fogo e Água. Nessas
Forças ou Reinos, os antigos viam seus agentes ativos como espíritos conscientes. Aos
espíritos da Terra eles deram o nome de "Gnomos"; aos do Ar, de "Silfos"; aos do Fogo,
"Salamandras"; e aos da Água, "Ondinas". Tudo na Natureza foi criado e é mantido por um
ou mais desses Elementos (e seus agentes). Eis por que os Elementais são chamados em
rituais ou em magia, para que algo possa ser criado ou estabelecido (apesar de, nesse caso,
nós assumirmos a condição de "Criador" que dirige a manifestação).
Todas as formas de vida são respeitadas na Antiga Religião. Tudo possui igual
importância. A única diferença é que as coisas estão meramente em diferentes níveis de
evolução dentro dos Quatro Reinos. Os humanos não são mais importantes do que os
animais, que não são mais importantes do que as plantas e assim por diante. Vida é vida,
não importa que forma física ela adote em um determinado tempo. Somos todos, parte da
mesma criação e tudo se conecta e se une.
A Natureza é considerada o Grande Mestre. Os Ensinamentos dos Mistérios nos dizem
que a Fonte Divina depositou no tecido da Criação um reflexo do que a criou. Assim, as leis
da Natureza são reflexos das Leis Divinas ou princípios, os quais operam numa dimensão
acima e numa abaixo da natureza física. Destarte, os antigos cunharam a frase "assim na
terra como no céu".
Ao estudar os Caminhos da Natureza, obtém-se uma visão (por mais crua que seja) dos
Caminhos Divinos e, a partir destes, podemos ver o retorno das estações (reencarnação) e
as leis de causa e efeito (karma) ligados ao uso (bom ou mal) da terra, do ar, dos recursos
naturais e das criaturas vivas. Esse é um dos propósitos dos rituais sazonais, pois tais ritos
nos saturam e nos harmonizam com a essência concentrada da Natureza nesses períodos
determinados. Quanto mais acumulamos nas marés sazonais da Natureza, mais nos
tornamos iguais a ela. Ao nos tornarmos como a Natureza, fica mais fácil compreende-la.
Quando contemplamos os chamados Reinos Inferiores, vemos a cooperação entre
diversos insetos, tais como formigas ou abelhas, e em muitos animais encontramos rebanhos
ou matilhas, etc. (nisso podemos reconhecer o Caminho Divino do Espírito Grupal). Todas as
almas experimentarão tanto o grupo quanto à individualidade, para que possam
compreender a necessidade de autolimitação (como no compromisso e na cooperação). Um
grupo de criaturas trabalhando em conjunto pode defender-se e suprir suas necessidades
melhor do que uma criatura solitária. Na reflexão Divina desse princípio, vemos que uma
alma se enriquece ao dar de si mesma a outra alma, e é isolada quando se posiciona acima
de outra.
Todos já experimentamos o prazeroso sentimento de proporcionar bem-estar à outra
pessoa, e o sentimento de culpa ou de egoísmo ao darmos mais importância a nós do que a
um amigo ou ser amado. Todos experimentamos o sentimento de aceitação e
reconhecimento num grupo, assim como a dor da rejeição. Até mesmo quando obtemos
prazer ou alegria solitariamente sentimos a necessidade de compartilhar esse sentimento
com outra pessoa de algum modo. Disso surge o ensinamento de servir aos outros, pois os
Wiccanos sempre foram os conselheiros ou curandeiros locais.
No que concerne ao ensinamento do relacionamento de uma alma a outra, sabemos que
os antigos criam numa raça de deuses que observavam e interagiam com a humanidade.
Para os antigos, um deus podia representar qualquer força da natureza singular,
aparentemente independente, cujas ações podiam se manifestar na forma de tempestades,
tremores de terra, arco-íris, belas noites estreladas e assim por diante. À medida que o
esclarecimento e a intelectualidade dos humanos cresceu, também cresceu o conceito dos
deuses.
Os Wiccanos geralmente vêem seus deuses como Seres cuidadosos e benevolentes,
num papel semelhante ao de um amável pai ou mãe (apesar de muitos Neo-Wiccanos
encararem o Deus e a Deusa como conceitos metafísicos em vez de aspectos da
Consciência Divina). Um pai ou uma mãe cuidam em certos aspectos de uma criança, mas
devem basicamente ensinar a criança a se preparar para viver sua própria vida. Ao correr de
seu relacionamento, a criança nem sempre entenderá os atos de seus pais. No entanto,
ainda existirá uma relação, e esta requer compreensão mútua e comunicação para que um
espírito amoroso floresça.
Por vezes, uma criança pode achar que o pai ou a mãe é injusto ou pouco amorosos,
sem compreender que o pai deve estabelecer limites e regras de comportamento para o
próprio bem da criança. Regras e limites existem na Natureza e são essenciais para a
formação de raciocínio e comportamento maduros ("assim na terra como no céu"). Ainda
assim, não é crença entre os Wiccanos que os deuses coloquem obstáculos ou tragédias no
caminho dos humanos, tampouco que tenha o costume de testar a fé humana. É a lei do
Karma, e o azar de fatos aleatórios, que manifestam o que compreendemos como as agruras
e dificuldades da vida. São os deuses que se mantêm a nosso lado e nos auxiliam a
encontrar a força de que precisamos para prosseguir.
Um dos maiores dogmas de crença na Antiga Religião é o de aceitar as
responsabilidades por nossos próprios atos. Nós fazemos ou destruímos nossas próprias
vidas, e ativamos ou desativamos nosso próprio "quinhão" na vida. Os Deuses estão a
postos para nos auxiliar, mas nós é que devemos realizar o trabalhão. Até mesmo quando
fatos aleatórios ou o Karma aparentemente nos alquebram, somente nós é que podemos
lutar para continuar. A Natureza fornece as chaves para compreender esse processo a fim de
que não fiquemos sós; essas chaves são encontradas nos Mistérios Wiccanos. Na verdade,
os Ensinamentos Misteriosos da Wicca nos auxiliam a encontrar nosso caminho ao
seguirmos o caminho batido dos que já passaram.
Os Wiccanos não podem depositar tudo nas mãos dos deuses e dizer: "Cuide disto
agora". Devemos ser responsáveis por nós mesmos e por nossas próprias ações (ou falta
delas), pois, mais do que nunca, somos nós mesmos quem trouxemos a situação à sua
manifestação. Quando nos conscientizamos disso, e agimos de acordo, então os deuses se
aliam a nós. É desejo de nossos deuses que sejamos felizes em nossas vidas e que
atinjamos nossos objetivos e ambições antes do fim de nosso período na terra.
Na Antiga Religião, a morte significa simplesmente a passagem de um mundo a outro. O
corpo físico, como a vestimenta da alma, é descartado quando se desgasta ou é danificado
permanentemente. O nascimento é a entrada da alma no mundo. E, "assim na terra como no
céu", os outros Mundos aparentemente possuem suas próprias versões de nascimento e
morte.
Os ensinamentos nos dizem que deste mundo físico os Wiccanos passam a um mundo
espiritual conhecido como Summerland (ou o Reino de Luna). Esse é um domínio astral
metafísico de prados, lagos e bosques, onde é sempre verão. É um paraíso pagão repleto de
amáveis criaturas das antigas lendas; os próprios deuses residem lá. Ainda assim, o objetivo
espiritual máximo dos Wiccanos não é Summerland, mas a união original que eles a um
tempo compartilharam com a Alma Grupal, habitando em unidade com a Divina Fonte de
Todas as Coisas.
Essa união não é um lugar num plano astral, como o é Summerland, é, isso sim, um
estado de ser. Esse é um dos motivos pelos quais reencarnamos, vivendo nossas diferentes
existências ora como machos, ora como fêmeas, ora ricos, ora pobres, etc., numa sucessão
de personalidades, aprendendo e crescendo, tomando ciência e respeitando as outras
almas.. Esse tipo de espiritualidade cria uma vibração mais elevada no interior da alma,
permitindo que ela escape do retrocesso à matéria física, inerente a uma vibração mais
baixa.
De tudo o que os Wiccanos compreendem da ordem do mundo físico, surge um código
básico de conduta:
· Se ninguém for prejudicado por uma ação sua (seja física, emocional ou
espiritualmente), então aja como desejar na Vida, de acordo com sua Individualidade mais
Elevada. Busque sua identidade e seu propósito.
· Quando alguém faz algo de bom para você, retribua o gesto bondoso fazendo algo de
bom por outrem, para que a semente plantada dê fruto.
· Mantenha sua palavra e seus juramentos quando os empenhar.
· Não mate ser algum, exceto quando necessitar de alimento ou proteção.
· Reconheça e preste a devida reverência a seus deuses, observando todos os períodos
e festivais sagrados.
· Não despreze as crenças de outrem, simplesmente ofereça o que acredita ser verdade.
· Busque viver em harmonia com os que discordam de você.
· Tente se conscientizar dos que estão a seu redor e encontre a compaixão em seu
interior.
· Seja sincero com seus próprios conhecimentos e lute para se afastar do que se opõe
dentro de você.
· Auxilie os outros de acordo com suas necessidades e de acordo com sua habilidade em
dar de si mesmo.
· Respeite a Natureza e lute para viver em harmonia com Ela.
Extratos do capítulo "Natureza de Deus na mãe e no Pai" do livro "A Eterna Busca do Homem"
(Paramahansa Yogananda)
Os segredos da Páscoa II
Como era comemorada a Páscoa antigamente? Qual o significado do ovo e do coelho?
Saiba tudo sobre a festa que comemora a ressurreição de Cristo.
Comemorada por cristãos e judeus, a Páscoa tem forte simbolismo espiritual para esses
dois grupos religiosos. Os cristãos celebram a data em homenagem a ressurreição de Cristo,
por sua passagem pela morte e renascer de uma nova vida. Para os judeus, a Páscoa marca
a libertação desse povo do cativeiro egípcio.
A Páscoa é uma comemoração antiga, celebrada muito antes do nascimento de Cristo,
quando ainda não havia a religião católica. Era comemorada pelos pastores de animais, no
hemisfério Norte, ao término do inverno e início da primavera, estação do ano em que tudo
floresce e a temperatura se torna agradável. Exatamente por isso, mais tarde, foi associada à
Ressurreição de Cristo, sendo a primeira festa celebrada pelos antigos cristãos.
Para os judeus, sua origem é diferente. Chamada Pessach, palavra hebraica que significa
"passagem", ela lembra a passagem de um anjo que teria poupado os judeus da morte pelas
pragas que caíram sobre o Egito. A primeira Páscoa judaica foi celebrada em um período de
lua cheia, no dia 14 do mês de abibe (mais tarde chamado Nissan), do ano 1513 A.C.
Celebrada por oito dias, a data comemora o êxodo dos israelitas do Egito, durante o reinado
do faraó Ramsés I, que passaram da escravidão para a liberdade.
O OVO DE PÁSCOA
Os cristãos primitivos da Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos na
Páscoa. Em alguns países europeus, os ovos são coloridos para representar a alegria da
ressurreição. Na Grã-Bretanha, era comum escrever mensagens e datas nos ovos dados aos
amigos. Na Alemanha, os ovos eram dados às crianças junto de outros presentes na Páscoa.
Na Armênia decoravam ovos ocos com retratos de Cristo, da Virgem Maria e de outras
imagens religiosas.
O principal símbolo da Páscoa foi adotado no século XVIII pela Igreja como símbolo da
ressurreição. Os czares russos costumavam presentear na ocasião amigos e parentes com
ovos feitos de pedras preciosas e polidas. Conta-se que Nicolau II deu de presente a
Rasputin um crucifixo incrustado de diamantes dentro de um ovo de Páscoa.
No século XIX, ovos de confeito, decorados com uma janela em uma ponta e pequenas
cenas dentro, eram presentes populares. Mas os ovos ainda não eram comestíveis. Pelo
menos como a gente conhece hoje, com todo aquele chocolate. Somente no século XIX, com
o início da indústria de chocolate na Suíça, que os tão famosos ovos de chocolate surgiram
para o deleite de enormes admiradores.
Coelho da Páscoa
Você sabe como surgiu o Coelhinho da Páscoa? A tradição do Coelho da Páscoa foi
trazida à América por imigrantes alemães em 1700. O coelhinho visitava as crianças,
escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.
Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um
ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o
ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é
que trouxe os ovos. No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida.
Alguns povos da Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha
tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. Mas o certo
mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertilidade que os coelhos
possuem.
A Páscoa no Mundo
Os festejos da Páscoa em todo o mundo possuem variações em suas origens e
significados.
Na China O "Ching-Ming" é uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa,
onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, em forma de refeições e
doces, para deixá-los satisfeitos com os seus descendentes.
Na Europa As origens da Páscoa remontam a bem longe, aos antigos rituais pagãos do
início da primavera (que no Hemisfério Norte inicia em março). Nestes lugares, as tradições
de Páscoa incluem a decoração de ovos cozidos e as brincadeiras com os ovos de Páscoa
como, por exemplo, rolá-los ladeira abaixo, onde será vencedor aquele ovo que rolar mais
longe sem quebrar.
Nos Estados Unidos A brincadeira mais tradicional ainda é a "caça ao ovo", onde ovos de
chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa para serem descobertos pelas crianças
na manhã de Páscoa. Em algumas cidades a "caça ao ovo" é um evento da comunidade e é
usada uma praça pública para esconder os ovinhos.
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