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“A invenção dos direitos humanos: uma história”

(Companhia das Letras, 2009) de Lynn Hunt.

por Henrique Sartori.

A obra em questão trata da temática dos direito


humanos, mais especificamente, do desejo da autora, a
historiadora norte-americana Lynn Hunt, de explorar
o interesse moderno que o tema traduz.

A autora analisa com saber o aspecto histórico


construído ao redor dos direitos fundamentais, com
muita propriedade, ao destacar que “por quase dois
séculos, apesar da controvérsia provocada pela
Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão encarnou a promessa de direitos
humanos universais”.

Esta obra, A invenção dos Direitos Humanos: uma


história, é uma tradução nascida de seu livro, Inventing
Human Rights do ano de 2007. Nesta obra nos
deparamos com cinco capítulos que traçam e buscam
alertar o leitor sobre a problemática, o valor da
proteção, manutenção e do respeito aos direitos
humanos.

Logo no primeiro capítulo, intitulado “Torrentes de


Emoções”, a autora aponta para uma forma muito
sutil de aprendizado das normas sociais: a utilização de
romances para se criar uma atmosfera favorável ao
tema central ou como uma forma de influenciar o
leitor a ‘tomar gosto” pelo tema (direitos humanos) e
que pudesse analisá-lo de forma crítica, que por muitas
vezes, se apresentava implícito nos textos dos
romances.

Jean-Jaques Rousseau utilizou deste expediente ao


escrever “Júlia ou A nova Heloísa” (1761), um
romance que fez alusão a outro, sobre a história
medieval e conhecida, do amor entre Heloísa e
Abelardo.

Destaca a autora que:

“Os romances apresentavam a idéia que todas as


pessoas são fundamentalmente semelhantes por causa
de seus sentimentos íntimos, e muitos romances
mostravam em particular o desejo de autonomia”.

Este tipo de abordagem aproximava o leitor da


realidade dos ‘heróis’ ou ‘heroínas’ que os autores
descreviam em suas obras, traduzindo em vezes, em
um sentimento de paixão e de apoio às causas de
liberdade, escolha e desejo dos personagens. E isso,
provocava o debate sobre direitos que naquele tempo
ainda não existiam na sua plenitude.
Na sequência a autora aborda a tortura como um
flagelo que assombrou e assombra a humanidade.

No século XVIII a tortura era judicializada, ou seja, o


Estado a praticava como forma de obter confissões,
provas e delações, traduzindo em um espetáculo insano
e desprezível. Assim, desde as primeiras provocações
contra a tortura, até os dias de hoje, a autora traça
um plano sobre esta prática que é necessária sua
abolição.

“Assim como aconteceu com os direitos humanos de


modo mais geral, as novas atitudes sobre a tortura e
sobre uma punição mais humana se cristalizaram
primeiro na década de 1760, não apenas na França,
mas em outros países europeus e nas colônias
americanas. Frederico, o Grande, da Prússia, amigo de
Voltaire, já tinha abolido a tortura judicial nas suas
terras em 1754.”

Na continuação de sua obra, Lynn Hunt dá destaque


aos movimentos que transformaram a ótica e
trouxeram à realidade novos direitos. Além de abordar
quais foram os resultados destes movimentos. É no
terceiro e no quarto capítulo que encontramos estas
passagens.
Em 1776, Thomas Jefferson escreveu os primeiros
esboços do que viria a ser um dos grandes documentos
da história. A Declaração da Independência
Norte-Americana trouxe uma das primeiras
compreensões sobre dos direitos humanos.

“Consideramos estas verdades autoevidentes: que todos


os homens são criados iguais, dotados pelo seu Criador
de certos Direitos inalienáveis, que entre estes estão a
Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade”.

No pensamento da autora, esta declaração traduzia


uma fonte de influência que iria perpetuar pelos séculos
seguintes, como uma forte fonte sobre os direitos
humanos.

E foi também, com a participação de Thomas Jefferson,


que juntamente com seu amigo e veterano da Guerra
da Independência Americana, o Marquês de Lafayette,
delinearam uma declaração francesa, a de 1789, a
chamada Declaração do Homem e do Cidadão.

Esta declaração, que fora forjada também em debates


na nova assembléia nacional francesa, consolidava a os
“direitos inalienáveis e sagrados do homem”, que por
sua vez, seriam destinadas como um pilar fundamental
de todo e qualquer governo. Assim, esta declaração
trazia um sentido de soberania que o homem jamais
havia conquistado.

Como consequência destas declarações, podemos


nominar a concessão dos direitos civis (1792) e a
emancipação dos escravos na França (1794). Em
1833, foi a vez dos britânicos abolirem a escravidão
em suas colônias. Sem contar com o avanço do
reconhecimento de direitos ao gênero feminino, tais
como: a equiparação do direito ao divórcio, nos
mesmos moldes que eram dados aos homens, no século
XVIII.

Contudo, os direitos humanos, ainda necessitavam


entrar na agenda política sem a classificação de uma
utopia ou uma retórica impossível. Foram várias as
fases deste direito, passando pela deficiência na
afirmação dos direitos do homem, o nacionalismo do
século XIX e XX, novas formas de racismo,
antissemitismo, questões de gênero, ideologias e duas
guerras mundiais que fizeram que os direitos humanos
tornassem algo imprescindível para a convivência entre
humanos.

Foi, provocado por todas estas mudanças, que em dois


séculos os direitos humanos tomassem grandes
proporções e chegassem aos dias de hoje com esta
importância.

Assim, surgiria em 1948, após a fundação da


Organização das Nações Unidas, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos.

Esta declaração surgiu como um marco moderno dos


direitos humanos incluindo aqueles que as declarações
anteriores excluíram ou deixaram de valorizar. Neste
documento, a propriedade, a raça, a mulher e a
criança, eram preservados e o documento deixava clara
a preocupação com a igualdade de condições, acesso às
tecnologias e demais instrumentos que possam resgatar
a dignidade do ser humano.

“A declaração Universal é mais o início do processo do


que o apogeu.”

Nunca na história, principalmente depois da segunda


metade do século XX até os dias de hoje, destaca a
autora, o fluxo de conferências internacionais sobre
temas como genocídio, escravidão, tortura, racismo,
discussão de direitos de proteção para as mulheres e
crianças tiveram tamanho espaço no debate político,
mas analisa que precisam ser resgatados com
freqüência, pois ainda assim, o mundo perece em maus
exemplos e a “esperança em acabar com os ‘atos
bárbaros’ ainda não se tornou realidade.”

Assim, a autora destaca que as declarações de 1776,


1789 e 1948 formam um importante marco,
destacando que não é mais aceitável que as violações a
estes direitos sejam admissíveis.

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