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Bleger, J. Psico-higiene e psicologia institucional.

O livro é composto de textos independentes mas interelacionados. São artigos e conferenciais


que abordam o conceito de psico-higiene elaborado pelo autor que remete a uma noção de
psicologia institucional como proposta de atuação fundamental do psicólogo.

Capitulo 1: o psicólogo clinico e a higiene mental

O autor discute as diferenças entre a higiene mental, passando por suas diferentes etapas
históricas e objetivos (fazer algo pelo doente mental, diagnostico precoce, profilaxia e
prevenção da doença mental, reabilitação, promoção de saúde na população envolvendo a
vida cotidiana) e a psico-higiene. Higiene seria o “conjunto de conhecimentos, métodos e
técnicas para conservar e desenvolver a saúde”pg25 (mental referir-se-ia à saúde mental), já a
psico-higiene seria um ramo da higiene mental , agindo no nível psicológico dos fenômenos
humanos, com métodos e técnicas provenientes do campo da psicologia e da psicologia social,
sendo de interesse, portanto, do psicólogo clinico.

A psico-higiene, no entanto, ultrapassa os limites da clinica, sai da doença para a promoção de


saúde, indo ao encontro das pessoas em suas vidas cotidianas, valendo-se do conhecimento e
das técnicas da psicologia humana para melhorar suas condições de vida. Daí a importância,
para o autor, da atuação em instituições, grupos e comunidades. Será justamente esta atuação
sobre a qual Bleger irá discutir nos capítulos seguintes, tendo sempre em seu horizonte sua
concepção de psico-higiene que transcende os limites da atuação clinica sobre o individua em
contexto clinico.

Capitulo 2: psicologia institucional

Para abordar a concepção de psicologia instituciponal, Bleger propõe a passagem da atividade


do psicólogo de psicoterápica para a da psico-higiene, [promovendo a saúde da população,
atuando em outros âmbitos) supondo, assim, uma passagem de um enfoque individual para
um social. Para tanto, o desenvolvimento de novos conhecimentos e instrumentos fazem-se
necessários, sendo a psicologia institucional um campo ao mesmo tempo de ação (não sendo
por ele considerado como um ramo da psicologia aplicada)e de investigação.

“convêm esclarecer que não são sinônimos e que, portanto, não coincidem psicologia
individual e âmbito psicossocial, tanto como tampouco coincidem psicologia social com âmbito
sócio-dinamico; a diferença entre psicologia individual não reside no âmbito particular que
abarcam uma e outra, mas sim no modelo conceitual que cada uma delas utiliza; assim, pode-
se estudar a psicologia de grupo (âmbito sócio-dinamico) – por exemplo – com um modelo de
psicologia individual, tanto como se pode estudar o individuo (âmbito psicossocial) com um
modelo da psicologia social. Por isso eu dizia anteriormente que se impõe uma passagem dos
enfoques individuais aos sociais no duplo sentido de reforma dos modelos conceituais e
ampliação do âmbito de trabalho. A psicologia institucional requer e implica ambas as
coisas”pg 34

Para a estratégia do trabalho institucional, o enquadramento da tarefa (com fixação de


constantes para se controlar e analisar as variáveis do fenômeno ) é fundamental, sendo este
enquadramento particular o que caracteriza especificamente a psicologia institucional. O
método proposto é o método clinico, sendo definido como “uma observação detalhada,
cuidadosa e completa, realizada em um enquadramento rigoroso”pg 46. A partir da pagina 47
o autor discorre sobre as técnicas do enquadramento, definindo suas “regras”.
“Psicologia institucional abarca, então, o conjunto de organismos de existência física concreta,
que tem certo grau de permanência em algum campo ou setor especifico da atividade ou vida
humana, para estudar neles todos os fenômenos humanos que se dao em relação com a
estrutura, dinâmica, funções e objetivos da instituição”pg 37

Bleger discorre sobre o papel do psicólogo nas instituições, psicologo como consultor ou
assessor de uma instituição que deveria ter sempre em vista como objetivo, os objetivos da
psico-higiene. Ou seja, “conseguir a melhor organizacao e as condições que tendem a
promover a saúde e bem-estar dos integrantes da instituição. O spciologo institucional pode se
definir, neste sentido, como um técnico da relação interpessoal ou como um técnico dos
vínculos humanos e (...) pode se dizer também que é o técnico da explicitação do implícito”pg
43.

A instituição é sempre compreendida como uma totalidade. Encontra sempre objetivos


explícitos e outros implícitos (conteúdos latentes e manifestos). O autor considera ö grau de
dinâmica”da instituição para avaliá-la. O conflito é considerado como um elemento normal e
imprescindível , estando a patologia muito mais associada a ausência de recursos necessários
para solucionar os conflitos ou para dinamiza-los. Neste sentido, a estereotipia, característica
de muitas instituições, seria justamente a forma de defesa encontrada frente ao conflito,
acabando por resultar em problema. Uma instituição estereotipada não é uma instituição
dinâmica, exigindo-se um mínimo de insight dos próprios conflitos para que possam vir a ser
resolvidos ou dinamizados. O psicólogo seria um agente da mudança e sobre ele pode recair
resistências e ataques.

Bleger tece uma diferença entre conflito (forças controvertidas e interjogo), problema
(variáveis de uma situação que requerem ser orientadas em alguma direcao), dilema (opções
irreconciliaveis, sem estarem dinamicamente em interjogo, é uma forma defensiva extrema
dos problemad e conflitos). Para um trabalho na instituição ser viável, torna-se necessário
transformar a ambiguidade em conflitos e os conflitos em problemas.

“Por psicologia das instituicoes se entende o estudo dos fatores psicológicos que se acham em
jogo na instituição, pelo mero fato de que nela participam seres humanos e pelo fato da
mediação imprescindivel do ser humano para que ditas instituições existam.”pg 54

Na pagina 55 Bleger discorre sobre a psicologia das instituições demonstrando como o ser
humano encontra apoio nas instituições, estando comprometida parte de sua personalidade
nas instituições sociais. A instituição, pois, forma parte de sua personalidade, estando
depositada nela a parte mais indiscriminada do sujeito, servindo de depositaria e sistemas de
defesa ou controle frente às ansiedades psicóticas, tendendo, assim, à esteriotipia e à
burocracia decorrente. Os sujeitos com personalidade mais integrada dependem menos do
suporte das instituições, já aqueles mais imaturos, dependem mais e resistem muito mais à
mudança ou à separação da instituição. “(...)toda instituicao não é só um instrumento de
organização, regulacao e controle social, mas também, ao mesmo tempo, é um instrumento de
regulacao e de equilíbrio da personalidade e , da mesma maneira que a personalidade tem
organizadas dinamicamente suas defesas, parte destas se acham cristalizadas nas instituições;
nas mesmas se dão os processos de reparação tanto como os de defesa contra as ansiedades
psicóticas (...)”pg 55 . Tendo em vista esta concepção da relacao entre personalidade e
instituição é que Bleger postula o principal objetivo da psicologia institucional, a saber, a
realização de um trabalho na instituição que sirva de meio de enriquecimento e
desenvolvimento da personalidade.
Neste capitulo Bleger define três tipos de instituição:
- as que operam como grupo primário(identificação projetiva maciça, pouca diferenciação e
identidade de seus membros, simbiose, similar ao grupo familiar fortemente emocional),
- as que manejam como grupos estereotipados e
- as que operam como grupo secundário sem estereotipia.

“Por responder às mesmas estruturas sociais, as instituições tendem a adotar a mesma


estrutura dos problemas que tem que enfrentar”pg 61. Com esta afirmação em vista, o autor
discorre sobre o hospital como instituições e suas problemáticas, sobre a empresa.

Capítulo 3: O psicólogo na comunidade.

Considerando sempre a noção de psico-higiene, ressaltando o fato de exceder amplamente os


problemas da doença mental e da higiene mental, tendo objetivos para além da saúde publica,
Bleger apresenta a função do psicólogo na comunidade. Ressalta a importância de estar além
do consultório e das instituições especificas de saúde mental, dirigindo-se às condições
correntes da vida, sair à comunidade e atender as situações cotidianas, as tarefas e
atividades diárias e ordinárias que a população desenvolve. “(...) devemos atender mais a
administração e a planificação dos conhecimentos e técnicas para atender a relacao
interpessoal, que é um fator patogeno básico da nossa civilização, controlando e ajudando o
desenvolvimento da personalidade através das pautas de interação e através da ajuda técnica
a pessoas chaves ou organizasmos importantes da comunidade”pg 72.

Bleger retoma as diferentes etapas históricas da higiene mental, posicionando a concepção de


psico-higiene, enfatizando a transcendência deste conceito para alem da suade publica.

A psico-higiene supõe a atuacao sobre todos os aspectos das condições de vida e do tipo de
vida de uma cominidade, uma comunidade necessariamente marcada por uma constelação
multifatorial integrada de atividades, instituições, normas e interações que devem ser
condieradas.

“a psico-higiene não gira ao redor da doença e sim das condições habituais e cotidianas da vida
nas situações reais em que elas se dão, tomando seus problemas e alternativas em si mesmas
e em função dos seres humans que intervem em cada uma delas”pg 79-80. Refere-se, pois, à
administração de recursospsicologicos para enfrentar problemas relativos às condições e
situações da vida na comunidade.

A partir da pagina 83, Bleger busca definir, a partir da posição de diferentes autores,
comunidade, diferenciando-a da instituição. A partir da pagina 88, o autor discute as
diferenças entre a psicologia institucional que postula atuante na comunidade e a assistência
social. Na pagina 91, resume as instruções dadas aos alunos que fizeram um projeto piloto de
intervenção numa comunidade.

Capitulo 4: Grupo-familiar e psico-higiene

O autor tece neste capitulo considerações sobre a estrutura e a dinâmica familiar. Considera a
divisão de cooley entre grupos primários e secundários baseando-se noas diferenças dos
mecanismos de projeção em jogo e nos resultados desta projeção.
- grupos primários: sincretismo primitivo, simbiótico (falta de discriminação entre eu e não eu),
projeção massiva, apenas identifacao projetiva, grupo de participação (define participação,
vinculada à identidade grupal, sem individuação, na pagina 97) a participação é o mecanismo
que mantem o sincretismo
- grupo secundário: projeção discriminada de objetos internos ou de partes do ego. Há
projeção-introjecao como processo de individuação. Interação como mecanismo.

Deve haver um processo gradual de discriminação, sendo essencial esta primeira


indiferenciacao que ficará de fundo. Assim, “a função institucional da família é a de servir de
reservatorio, controle e segurança para a satisfação da parte mais imatura ou primitiva,
narcisistica, da personalidade” ao mesmo tempo em que tendo uma boa relação simbiótica
dentro do grupo familiar, sendo esta relação normal e necessária, permitira o
desenvolvimento das partes mais adaptadas ou mais maduras da personalidade no
extragrupo, ou seja, no grupo secundário pg 101.

Na pagina 104, Bleger apresenta os tipos de ansiedade nas situações de mudança:


- confusional (típica do grupo primário)
- paranoide
-depressiva (ambas exigem algum grau de discriminação)

O conflito também requer uma certa discriminação, estando entre a ambiguidade e o nível
mais maduro da personalidade. Já a ambigüidade existe nos níveis simbioticos

O individuo não nasce isolado para depois tornar-se grupo, ao contrario, nasce imerso numa
organização sincrética, numa inter-relacao massiva global e simbiótica para, aos poucos,
tornarem-se indivíduos. “os indivíduos não formam os grupos e sim que, inversamente, os
grupos formam individuos e-às vezes- pessoas”pg 107.

Capitulo 5: perspectivas da psicanálise e psio-higiene.

Bleger abirda a importância da contribuição do conhecimento psicanalítico na psico-higiene,


podendo favorerecer, a partir do emprego deste conhecimento, a promoção da saúde e do
bem-estar da população, para além do consultório clinico.

Considerando ser a psicanálise uma terapia, uma teoria e uma investigação, exalta a
importância deste ultimo. “sustento (...) que a transcendencia social da psicanálise reside
fundamentalmente em sua capacidade de ser um método de investigação dos fenômenos
psicológicos que, como tal, contribui com conhecimentos valiosos sobre as leis psicológicas
que regem a dinâmica tanto da saúde como da doença e nos permite também compreender e
valorizar os efeitos de determinados acontecimentos sobre a formação e evolução da
psicanálise”pg 111. Assim, não seria a clinica em si que contribuiria para o social, e sim o
conhecimento que constrói sobre o homem. Por sua vez, o campo social como campo de
investigação psicanlitico deve ser um campo de investigação.

Na pagina 112 Bleger afirma ser a psicanálise um método de laboratório pelo fato de fixar
artificialmente constantes (enquadramento, dentro das quais os processos se darão e se
tornam analisáveis.

O autor estabelece o que considera serem três formas de psicanálise(pg 114): a clinica, a
Aplicada e a operativa, sendo esta ultima por ele proposta, como estratégia para aplicar os
conhecimento psicanalíticos fora do contexto da clinica mas tendo como norte os objetivos da
psico-higiene.

A partir da pagina 117 Bleger discute questões sobre a formação do psicanalista, enfatizando a
importância de que seja sempre um investigador, sendo o campo de atuacao do psicólogo a
psico-higiene e não a doença mental. A primeira é bem mais ampla.

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