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Processo de entrevista psicológica, coleta de dados e registro clínico

A entrevista psicológica é uma ferramenta usada em diversos ambientes na qual o


psicólogo pode atuar, seja na clínica, seja no ambiente escolar e até mesmo na seleção de
funcionários de determinadas empresas, e características que devem ser levadas em
consideração, como estabelecer objetivos, atribuição do papel do entrevistador e entrevistado,
e que deve ser no mínimo entre duas pessoas.

Antes de relatar de como se dá o processo de entrevista, a coleta e informações e o


registro clínico, temos que levar em consideração as funções que a entrevista pode ter,
dependendo do caráter que a mesma irá possuir. As funções tem como ampla aquisição de
informações do cliente (história de vida, a relação social que ele estabelece com os outros...);
tem uma função motivadora onde inclui as atitudes e expectativas, compreensão dos problemas
apresentados; e a função terapêutica consiste nas estratégias de intervenção psicológica para
adotar uma técnica de utilização longitudinal, que se realizará ao longo do processo terapêutico,
mas que deve ter em mente um objetivo concreto que guie o processo.

Existem vários tipos de entrevista, que abrangem critérios como os de: grau de
estruturação, finalidade da entrevista, e o enquadramento teórico que é usado como referência
daquela entrevista.

O Grau de estruturação é caracterizado pela presença de perguntas, respostas, aplicação


de entrevista, registro e interpretação do fenômeno. Dentro desse grau temos as Entrevistas
Estruturadas (a aplicação é predeterminada e consiste na atuação de perguntas e respostas
fechadas) e é bastante utilizado em ambientes escolares e em clínicos. Temos as Entrevistas
Semi-Estruturadas onde o entrevistador trabalha com esquemas definidos e uma série de
perguntas abertas que já estão pré-estabelecidas. E as Entrevistas Não Estruturadas, atua uma
liberdade onde não é seguido um padrão pré-estabelecido, e que a entrevista vai se adaptando
de acordo com as necessidades que são identificadas no processo da entrevista. Todos esses
graus de estruturação possuem pontos altos, mas também possui limitações, e cabe ao
entrevistador guiar começando pela menor estruturação, até a maior grau de estruturação no
decorrer do processo psicológico de entrevista.

A entrevista possui diversas finalidades, que vão depender da demanda que é


apresentada ao psicólogo, podendo ser: entrevista de investigação, sendo seu principal objetivo
a coleta de informações gerais; a entrevista de diagnóstico onde o objetivo é obter informações
úteis para assim poder pensar em colocar em prática programas de intervenção a partir das
informações sobre a vida do cliente. E dentro da entrevista de diagnóstico, têm-se entrevista de
recepção que é nada menos que o primeiro contato com o cliente, e também tem a entrevista
denominada anamnésica que abrange os problemas apresentados pelo cliente e a sua evolução
para que no futuro possa-se estabelecer propostas e programas de intervenção do que poderá
ser implementado no tratamento psicoterapêutico; E por último tem a chamada entrevista
terapêutica, onde de fato pretende-se avaliar e produzir mudanças no sujeito e propor a
resolução dos problemas apresentados. A autora ainda apresenta um outro tipo de entrevista
bastante utilizado que é a entrevista de seleção pessoal, onde não necessariamente pretende-se
resolver problemas do cliente, e sim de uma terceira pessoa, como por exemplo, na seleção de
candidatos que abrangem da melhor forma cargos ofertados pelas empresas. O psicólogo nesse
caso, atua no papel de poder escolher o melhor candidato para assumir o posto, e não de resolver
os “problemas” dele.

Diante o grau de estruturação e as finalidades que a entrevista possui, existem


fundamentos teóricos para a realização de entrevistas, que a autora traz, sendo eles: Entrevista
Psicanalítica, Entrevista Fenomenológica e a Cognitiva-Comportamental.

A entrevista psicanalítica é caracterizada por um trabalho interpretativo, que junto a


interpretação dos fenômenos apresentados, criam-se hipóteses acerca desses fenômenos, onde
os mesmos estão relacionados ao mundo interno do paciente. O terapeuta adota uma postura
que não tenha teor de julgamento.

A entrevista fenomenológica fundamenta-se na empatia, aceitação incondicional e


autenticidade, onde é concebida uma relação interpessoal real entre o paciente e terapeuta, e a
entrevista é orientada a partir da tomada de consciência do entrevistado sobre si mesmo, onde
facilita a expressão de emoções.

A Cognitiva-Comportamental focaliza na identificação de problemas concretos a partir


da identificação do fenômeno e a partir disso operacionaliza este fenômeno em comportamentos
observáveis, levando em consideração as relações funcionais estabelecidas com os estímulos e
o ambiente.

O processo da entrevista exige uma série de passos que vai desde a elaboração até a
interpretação. A preparação da entrevista é um processo importante, e esta etapa tem a função
principal de fugir da improvisação e ter em mente o que se quer avaliar. Se for necessário, é
possível recorrer a objetivos de entrevistas já elaborados, mas o principal é que o quanto melhor
a entrevista estiver preparada, terá um controle maior sobre ela.

A fase inicial consiste em esclarecer de forma objetiva o papel que se tem o processo
terapêutico, procurando eliminar as falsas expectativas que o cliente possa ter, deixando claro
os direitos que o mesmo possui. Caso o cliente seja menor de idade, ou que ele não proporcione
dados que sejam seguros, pode-se realizar entrevistas com pessoas próximas a ele.

O corpo da entrevista consiste em três níveis: a fase inicial que é uma fase aberta e
facilitadora, na qual o entrevistador realiza perguntas abertas para o entrevistado e o mesmo
responde com a liberdade que deseja. A fase de especificação e clarificação onde realiza-se
perguntas mais fechadas e diretas. A fase de confrontação e síntese, onde é colocado em ênfase
o possível bloqueio que o psicólogo possa ter, e que isso não é um caso isolado, mas sim
passível de acontecer com qualquer profissional desta área, e o que difere de um psicólogo que
mesmo que passe por isso saiba lidar, enquanto o outro possivelmente não, é que durante a
preparação da entrevista, que já foi citado anteriormente, o psicólogo preparou recursos para
este tipo de situação. Diante do recurso elaborado, o psicólogo pode escolher finalizar a
entrevista de forma que não deixe o cliente desconfortável, ou pode explorar um tema que ainda
não foi abordado.

Caso o psicólogo decida finalizar a entrevista mesmo que abranja a situação explicada
anteriormente ou seja por outra situação, o mesmo deverá tomar algumas decisões como:
finalizar o processo de entrevista de acordo com o tempo estipulado, caso observe sinais de
cansaço do cliente ou até mesmo no psicólogo que acabe dificultando a tarefa, caso existam
dificuldades de obtenção de informações, e diante esta situação é importante esclarecer ao
cliente o que foi coletado, e que esta informação coletada seja compreendida por ambos;
finalizar a entrevista de forma positiva, que não haja desconforto; e orientação para as conversas
futuras.

Depois do processo de coleta de informações da entrevista, têm-se o recolhimento de


informação para o registro clínico. Vale ressaltar que sempre é necessário registrar uma
entrevista psicológica, pois depois será preciso interpretar o que se obteve e, porque a memória
é reduzida, onde caso não seja registrado, a distorção da informação aumenta a partir da
quantidade de informação e o tempo que se passa desde a obtenção desta.

Existem diversas formas de coleta de informação de entrevistas, e que se é escolhido o


método a partir da preferência do psicólogo, existem quatro formas principais para a coleta de
informações: recolhimento da informação de forma simultânea enquanto o entrevistado fala;
sendo que este procedimento desvia atenção do que recolhe a informação, podendo interferir
na relação estabelecida. A segunda forma é o recolhimento de informação após a finalização da
entrevista; esse procedimento pode até tornar a relação do entrevistador e entrevistado melhor,
mas há um grande risco na perda de informação. E a terceira forma é uma junção das duas
outras formas, onde toma-se algumas notas durante a entrevista, e complementa com
informações depois da sessão. A quarta forma recorre a meios tecnológicos para o registro da
entrevista, como por exemplo a gravação. A gravação deve ser consentida pelo entrevistado, e
nem sempre é utilizado em todas as sessões, e sim em algumas, como por exemplo de simulação
ou investigação.

Um estudo foi realizado sobre estas formas de registrar as informações das entrevistas,
que tem o enfoque teórico psicanalítico. Dentro da comunidade dos psicoterapeutas
psicanalíticos, as opiniões são bastante divergentes sobre os tipos de formas de registro de
informações, onde uns só aderem o relato, enquanto outros preferem transcrição, ou o uso da
gravação.

Enquanto para alguns estudiosos a gravação é um meio que enriquece a interpretação


dos relatos apresentados, podendo ajudar na formulação de hipóteses, outros condenam o uso
de gravadores, pois para eles, o relato sai do espaço de algo privado entre o psicanalista –
paciente, e passa a ser algo público, onde o gravador passa a ser um terceiro personagem nessa
relação, que talvez faça com que o paciente se sinta desconfortável e evite falar de certos
assuntos com medo de ser exposto. Por outro lado, além do enriquecimento da interpretação
com o uso do gravador, propiciaria a criação de experiências de aprendizagem da atuação do
psicólogo.

Então o estudo tem como finalidade assinalar se a coleta de informação, seja por relato,
seja por transcrição ou por gravação possuem alguma diferença. A paciente do estudo realizado
tem 19 anos e é empregada doméstica. O estudo possui caráter qualitativo. O resultado que se
obteve é que apesar das diferentes formas de coletar informações, todas apresentavam
semelhanças ao abordar os assuntos apresentados nas sessões. Apesar de o relato do psicólogo
a partir do que se lembra da sessão fosse o mais diferente, ainda sim apresentava semelhanças;
já na transcrição pode-se obter uma maior explanação de conteúdos apresentados pelo paciente.

O que se pode concluir do estudo, é que todas as formas de coleta de informação, são
complementares umas as outras, e que podem melhor coletar informações colocadas em questão
no tratamento e que cada uma possui sua característica que ora privilegia alguns aspectos, seja
na sensibilidade de reconhecer os sentimentos que são transmitido durante a sessão, seja na
coleta de informações antes não percebidas, seja na maior obtenção de informações possível
que é apresentada durante a entrevista.

Alguns erros devem ser evitados durante o decorrer da entrevista, como: como pedir
para o cliente repetir o que ele havia dito, ou confirmar o que ele disse na hora em que estiver
escrevendo as informações que considera relevante; usar como desculpa as anotações obtidas
durante a entrevista; e sempre que puder, escrever em códigos, para que caso o entrevistado
sinta curiosidade de ler, acabe não entrando em situações indesejadas.

E como as entrevistas nem sempre podem sair como o previsto, existem alguns erros
que são cometidos pelos psicólogos, como: o entrevistador aceita as opiniões dos outros sem
que ocorra a verificação delas (erros de consenso); quando um comportamento é avaliado de
forma mais positiva do que parece (erro de generosidade); quando o entrevistador julga o
comportamento que o entrevistado a partir das impressões pessoais que ele teve (categorizar
por causa); ou estereotipar o entrevistado de acordo com as crenças populares que possui
(categorizar por estereótipo).

Pode-se observar que a entrevista possuem muitas características e processos que são
complexos, mas que são necessárias para que se obtenha a melhor coleta de informações
possíveis e que se possa obter sucesso nas propostas de intervenção que ajude o cliente, e
procure evitar conclusões precipitadas ou situações desconfortáveis que acabem por agravar o
que aflige ou incomoda o entrevistado, tornando ainda mais difícil lidar com os problemas, que
ele por sua vez não consegue lidar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, Milena da Rosa et al. Registros de sessão terapêutica: relato, gravação ou


transcrição? considerações sobre as diferenças entre os registros. Psicol. clin. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/pc/v26n2/08.pdf. 2014, vol.26, n.2, pp.121-138.

RÓS, Antonia. A Entrevista Psicológica. Disponível em: http://doczz.com.br/doc/731390/a-


entrevista-psicol%C3%B3gica.

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