Anda di halaman 1dari 40

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

NILZIAN ROCHA DE JESUS

DESEMPENHO DE FRANGOS DO TIPO CAIPIRÃO CRIADOS NO SISTEMA


SEMI-INTENSIVO ALIMENTADOS COM DIFERENTES RAÇÕES COMERCIAIS

Boa Vista, RR
2016
NILZIAN ROCHA DE JESUS

DESEMPENHO DE FRANGOS DO TIPO CAIPIRÃO CRIADOS NO SISTEMA


SEMI-INTENSIVO ALIMENTADOS COM DIFERENTES RAÇÕES COMERCIAIS

Trabalho apresentado como pré-requisito para


a conclusão do curso de Bacharelado em
Zootecnia da Universidade Federal de
Roraima.

Orientadora: Msc. Raimifranca Maria Sales


Véras

Boa Vista, RR
2016
NILZIAN ROCHA DE JESUS

ÍNDICES DE DESEMPENHO DE FRANGOS DO TIPO CAIPIRÃO CRIADOS NO


SISTEMA SEMI-INTENSIVO

Trabalho apresentado como pré-


requisito para a conclusão do Curso
de Bacharelado em Zootecnia da
Universidade Federal de Roraima,
defendido e aprovado em 05 de
setembro de 2016 e avaliado pela
seguinte banca examinadora:

____________________________________________

Profa. Dra. Viviane Antunes Pimentel

Professora da Eagro - UFRR

___________________________________________

Engenheiro Agronômo Edgley Soares da Silva

Mestrando em Agronomia POSAGRO/UFRR

___________________________________________

Profa. Msc. Raimifranca Maria Sales Véras

Orientadora/Curso de Zootecnia - UFRR


Ao meu pai (in memoriam) Nattã Lemos de Jesus

Por todo amor e dedicação.


AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar ao meu Deus, pela saúde e sabedoria concedida em todos


esses anos de estudo.
 toda minha família por acreditarem no meu sucesso, em especial minha
mãe Sônia Rocha e minhas irmãs Nilziane, Nilzijane, Nattanya e Edielly Victória.
Aos meus tios Elielson Sanches Pires, Envilhanrai Lemos de Jesus Pires e
Janai Lemos de Jesus por me ajudarem durante essa caminhada.
À minha orientadora professora Msc. Raimifranca Maria Sales Véras por
aceitar esse desafio, por me auxiliar, pelos conhecimentos que me repassou.
Aos professores do departamento de Zootecnia, e em especial a professora
do curso de Agronomia, Adalgisa Aranha de Sousa por todo apoio e tudo o que fez
durante a pesquisa.
À professora Dra. Viviane Antunes Pimentel e ao Engenheiro Agronômo
Edgley Soares da Silva, por terem aceitado participar da banca examinadora.
Agradeço em especial ao Engenheiro Agronômo Edgley Soares da Silva pela
ajuda com as análises estatísticas.
Às minhas amigas do coração Valdirene Melo Brito e Jeruza Rodrigues da
Silva por toda ajuda e companheirismo.
Aos amigos do curso que compartilhei momentos alegres e também tristes
Arlécia Vilhena Silva, Lorena Suellen Vasconcelos Lima, Lissandra Araújo, Karine
Coelho, Gessyka Souza, Kallony Dias, Wisdeyvi Souza, Priscila Fantinato e
Matheus.
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.”

Romanos 8. 28a.
RESUMO

A pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho zootécnico de frangos do tipo


caipirão. Foram utilizados 96 aves, distribuídas em delineamento inteiramente
casualizado, em esquema de parcelas subdivididas, em que os tipos de rações (A, B
e C) constituíram as parcelas e as épocas de avaliação (0, 8, 16, 24, 32 e 40), as
subparcelas. As aves receberam três tipos de rações comerciais. Foi determinado o
ganho de peso (GP), o consumo de ração (CR), a conversão alimentar (CA) peso
médio ao abate (PMA) e a mortalidade dos 28 aos 63 dias. Houve interação entre
rações e épocas de avaliação para a característica de peso vivo. Houve diferença
significativa entre as rações para peso vivo. As aves que receberam as rações B e C
apresentaram desempenho superior e menores valores de conversão alimentar,
quando comparadas as aves que receberam a ração A.

Palavras-chave: Avicultura. Desempenho zootécnico. Frango caipira.


ABSTRACT

The research aimed to evaluate the production performance of the type redneck
chickens. 96 birds were used, distributed in a completely randomized design in a split
plot, in which types of feed (A, B and C) were the plots and the evaluation times (0, 8,
16, 24, 32 and 40 ), the subplots. The birds received three types of commercial pet
food. It was determined the weight gain (WG), feed intake (FI), feed conversion (CA)
average slaughter weight (PMA) and mortality from 28 to 63 days. There was
interaction between feed and evaluation periods for the characteristic body weight.
There was a significant difference between the feed live weight. Birds from the B and
C rations showed higher performance and lower values of feed conversion when
compared to birds that received the A.

Keywords: Poultry. Production performance. Jerk chicken.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Peso vivo de frangos tipo Caipirão em função dos tipos de rações e
diferentes épocas de avaliação..................................................................................31
Figura 2 - Taxa de mortalidade de frangos em função das rações A, B e C.............34
Figura 3 - Peso médio de frangos machos e fêmeas em função das rações A, B e
C................................................................................................................................35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição básica das rações A, B e C.................................................26


Tabela 2 - Resumo da análise de variância para a característica de peso vivo........30
Tabela 3 - Resumo da análise de variância para as características de ganho de
peso, peso médio ao abate e conversão alimentar de frangos do tipo Caipirão.......32
Tabela 4 - Valores médios do ganho de peso, peso médio ao abate e conversão
alimentar de frangos do tipo Caipirão no período de 29 a 63 dias.............................32
Tabela 5 - Relação do custo benefício de cada ração...............................................36
LISTA DE ABREVIAÇÕES

CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil;


MIDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio;
Secex – Secretaria do Comércio Exterior;
MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento;
DIPOA – Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal;
a.C. – antes de Cristo;
I.C.A. – Índice de Conversão Alimentar;
I.E.A – índice de Eficiência Alimentar;
BHT - 2,3-terc-butil-4-hidroxianisol;
BHA - 2,6-diterc-butil-p-creso.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16
3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17
3.1 HISTÓRICO DA GALINHA CAIPIRA .................................................................. 17
3.2 LINHAGEM.......................................................................................................... 18
3.3 ALIMENTAÇÃO ................................................................................................... 19
3.4 MANEJO ............................................................................................................. 20
3.4.1 Manejo sanitário ............................................................................................. 20
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 22
4.1 LOCAL DO EXPERIMENTO ............................................................................... 22
4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO .................................................................... 22
4.3 DELINEAMENTO E TRATAMENTOS ................................................................. 22
4.4 EXPERIMENTO .................................................................................................. 23
4.4.1 Pintos .............................................................................................................. 23
4.4.2 Manejo inicial .................................................................................................. 23
4.4.3 Separação dos lotes....................................................................................... 23
4.4.4 Pesagem dos frangos .................................................................................... 24
4.4.5 Arraçoamento e regulagem dos comedouros ............................................. 24
4.4.6 Limpeza, higiene dos equipamentos e regulagem dos bebedouros ......... 27
4.4.7 Remoção e substituição da cama ................................................................. 27
4.4.8 Manejo das cortinas ....................................................................................... 27
4.4.9 Manejo de iluminação .................................................................................... 28
4.4.10 Controle da temperatura .............................................................................. 28
4.5 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS ...................................................................... 28
4.5.1 Ganho de peso ............................................................................................... 28
4.5.2 Peso médio ao abate ...................................................................................... 29
4.5.3 Conversão alimentar ...................................................................................... 29
4.5.4 Consumo de ração ......................................................................................... 29
4.5.5 Taxa de mortalidade ....................................................................................... 29
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 29
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 37
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38
14

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2015, as exportações brasileiras de frangos alcançaram um


recorde histórico, obtendo receita de R$ 14,8 bilhões, de acordo com o Boletim
Ativos da Avicultura (CNA). Entre os meses de janeiro e agosto, obteve-se um
crescimento de 26% na receita obtida pelos exportadores de frangos, em
comparação ao ano de 2014, de acordo com a Secretaria do Comercio Exterior
(Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, MIDIC (ZEN
et al., 2015).
Embora a expansão do sistema intensivo de criação de frangos de corte
possibilite uma otimização da produção por área, este regime proporciona um
ambiente desconfortável para as aves, podendo promover queda dos índices
produtivos (FILHO, 2002). O regime de criação em confinamento provoca estresse
interno e apresenta consequências como respostas fisiológicas e comportamentais
que podem causar graves problemas à saúde e ao bem estar das aves (SILVA et al.,
2003).
Há pouco tempo, a criação de aves em sistemas alternativos, vem sendo
desenvolvida por produtores que visam produtividade e qualidade de produção em
um sistema diversificado, com objetivos de baixar os gastos com a produção e
empregar um sistema de criação próximo ao natural, para que se possa agregar
valor à esse produto diferenciado (FILHO, 2002).
A criação de galinha caipira é uma atividade agropecuária, cujo perfil está
voltado para agricultores familiares. Demanda baixos investimentos, com boa
lucratividade e de suma importância para a segurança alimentar de famílias. Não há
competição, tanto em escala de produção quanto em custo, entre o frango caipira e
o frango industrial, porém em qualidade e sabor da carne sim. Esse produto
diferenciado atende uma parcela de mercado que paga mais por essa diferenciação
(SEBRAE AGRONEGÓCIOS, 2014).
O sistema brasileiro de criação de frangos caipiras foi regulamentado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, através do DIPOA –
Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal, no OFÍCIO CIRCULAR
DOI/DIPOA N° 007/99 em 19/05/99. O documento determina que as linhagens
sejam especificas para esse sistema de criação, com crescimento lento, para que
15

possa chegar ao peso de abate em 85 dias. Recomenda que os pintos devem


frequentar o piquete a partir dos 28 dias. Há pouco tempo, publicou-se o Oficio
Circular DIPOA N° 02/2012 (MAPA, 2012) que recomenda redução da idade de
abate para 70 dias (GONÇALVES, 2012).
Dentro da cadeia produtiva de frangos caipiras, uma grande parte dos
estudos realizados é para analisar índices de desempenho e melhoramento de
linhagens geneticamente melhoradas e modificadas (FARIA, 2007).
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho zootécnico
de frangos do tipo Caipirão, criados no sistema semi-intensivo, consumindo três
diferentes tipos de rações comerciais.
16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o desempenho zootécnico de frangos de corte do tipo Caipirão


alimentados com três diferentes rações comerciais.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Avaliar o ganho de peso;


 Consumo de ração;
 Conversão alimentar;
 Custo benefício das rações.
17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 HISTÓRICO DA GALINHA CAIPIRA

A origem da galinha caipira ocorreu a cerca de 150 milhões de anos atrás, a


partir do Archaeopterix, cujo habitat teria sido na região que hoje é conhecida como
Índia. Através desta ave, foram identificadas três espécimes, e a partir da Ave
Vermelha da Floresta (Gallus bankiva), surgiu a ave conhecida hoje (Gallus gallus)
(FILHO, 2002).
As aves foram domesticadas por volta dos anos 3200 a.C. com o intuito de
servirem para adorno e briga, e os animais que não serviam mais para estes fins
eram abatidos para serem consumidos (FILHO, 2002).
No Brasil a avicultura iniciou-se com Pedro Álvares Cabral, a partir do
momento que trouxe as primeiras aves de raça pura. Na carta histórica, que foi
escrita por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, Dom Manuel, no dia 22 de
abril de 1500, é descrita uma situação envolvendo índios, do continente a pouco
descoberto, e galinhas trazidas nas embarcações, onde o texto ressalta que a
reação dos nativos foi de assombro e entusiasmo, ao verem aves diferentes
(PICOLI, 2004).
Há indícios que a galinha caipira foi introduzida no país anos antes do
descobrimento, por meio de corsários franceses, os quais carregavam seus porões
com toras de pau-brasil e animais silvestres. Esses produtos eram trocados por
espelhos, pentes, ferramentas e também por galinhas que sobravam de suas
despensas (PICOLI, 2004).
De acordo com Merencio (2009), ao final do século XIX, importaram para o
Brasil as primeiras aves de raças puras, as quais o homem começou a criar como
uma forma de entretenimento, ao invés de meios de obtenção de lucros. Os mesmos
avaliavam a beleza das aves através das variadas cores de suas penas, o tamanho
e a formação das cristas e após esse período as aves passaram a ser criadas para
produção de carne e de ovos.
Muitos fatos marcaram a avicultura aqui no país, como a criação do Instituto
Biológico, iniciando a produção de vacinas contra as doenças bouba e cólera, assim
também como a permissão do Governo Federal, para a importação de materiais
18

para a avicultura, como incubadoras automáticas fazendo com que se iniciasse a


venda de pintos de um dia em bases comerciais.
Merencio (2009) reporta que a partir do ano 1960, deu-se inicio a
industrialização do sistema de produção de aves, especialmente na região sul do
país, com tecnologia trazida da Europa e a estabilização de técnicas de produção
em proporção industrial. Surgiu assim o sistema totalmente confinado que se utiliza
até os dias atuais, e ficou também conhecido como o período de especialização das
raças.
A partir do momento que as diferentes linhagens foram introduzidas no Brasil,
a avicultura local evoluiu rapidamente, junto com o crescimento da produção de
grãos no país, isso fez com houvesse redução nos custos devido a oferta de
subprodutos vegetais oriundos da soja e do milho. Tudo isso fez com que a
produção avícola alcançasse índices de competitividade mundial (MERENCIO,
2009).

3.2 LINHAGEM

No mercado é possível encontrar várias linhagens adaptadas à criação


caipira, porém é necessário saber qual a finalidade da criação, se será para corte ou
para postura, para assim fazer a melhor escolha da linhagem. Além da finalidade é
necessário observar a região e o local onde serão criadas as aves, para escolher
qual a linhagem mais adaptada. Faz-se necessário também fazer uma análise do
mercado consumidor, para saber quais as suas exigências, evitando assim prejuízos
econômicos (ZECHINATTO, 2014).
Ainda segundo este mesmo autor, as raças mais indicadas quanto à
rusticidade, produção e manejo são: Carijó americana; Rhode americana; Label
Rouge francesa (Pescoço Pelado); Índio e Índio Gigante.
De acordo com Braga e Roque (2008), para a criação alternativa, podem ser
encontradas no mercado as linhagens: Label Rouge Pesadão, Label Rouge Pescoço
pelado, Paraíso Pedrês, Colonial 041 (Embrapa), Master Griss, e outras.
Surgiu no mercado o frango do tipo caipirão, que veio como alternativa para a
produção de uma carne mais firme que a da galinha branca de granja, porém mais
19

macia que a da galinha caipira, mas com o benefício de preservação do seu sabor
(BRAGA, ROQUE, 2008).

3.3 ALIMENTAÇÃO

O custo com alimentação representa cerca de 70 %, dentro de um sistema de


produção de aves, isso se deve ao fato de que, as matérias primas utilizadas para
confecção de alimentos de aves criadas em sistemas altamente tecnificados,
também são usadas para o consumo humano. Por isso, é importante buscar
alimentos alternativos, principalmente protéicos e energéticos, assim como
formulações que possam suprir as exigências qualitativas e econômicas da
produção da galinha caipira (BARBOSA et al., 2007).
As aves criadas soltas, podem exercita-se e selecionar o seu alimento, além
do mais se tornam mais resistentes a doenças (SANTOS et al., 2009). Frangos
criados em sistema semi-confinado, tem acesso à pastagem o que lhe permite
desenvolver o hábito de ciscar, comer sementes de capim e insetos, assim como
restos de frutas e verduras. O frango caipira tem o hábito de pastar, por isso o pasto
torna-se um ponto forte na criação alternativa (FAZENDA AVES DO PARAISO,
2014).
É importante oferecer ração balanceada desde os primeiros dias de vida, para
um bom desenvolvimento das aves. Um pintinho necessita de 100 gramas de ração
na primeira semana, de 250 gramas na segunda e a partir da terceira semana, 350
gramas. Até o 28° dia a ração balanceada é muito importante para a formação da
ave. A partir do 29° dia, a ração pode ser oferecida no final do dia em
complementação à alimentação alternativa, fazendo com que todos os nutrientes
necessários sejam disponibilizados para que haja melhor aproveitamento do
alimento fornecido (FAZENDA AVES DO PARAISO, 2014).
A alimentação alternativa só pode ser oferecida às aves a partir do 21° dia de
vida, quando estiverem em pastejo. Os alimentos devem estar picados ou em
partículas de tamanhos compatíveis com a idade das aves (SANTOS et.al., 2009). A
alimentação alternativa, além de modificar o sabor da carne, possui função relevante
no desenvolvimento das aves, pois proporciona elementos essenciais como a fibra e
a xantofila, corante natural.
20

Dentre os alimentos alternativos estão os capins Quicuiu, o Coast cross,


Tfiton e Estrela africana, e as folhagens Confrei, Rami, Folhas de Batata Doce e
Guandu. As folhagens podem ser ofertadas a partir da segunda semana de vida das
aves e os capins a partir dos 30 dias. A macaxeira ou mandioca necessita de um
cuidado especial, devido a presença do ácido cianídrico, que é tóxico aos animais,
por isso deve ser cortada e exposta ao sol ou levada ao cozimento, para que haja a
quebra dessas proteínas (FAZENDA AVES DO PARAISO, 2014).
A ave caipira possui peculiaridades no sabor de sua carne, fazendo com que
se diferencie das aves criadas em confinamento total. Sua carne é mais escura e
firme, com sabor intenso e menor porcentagem de gordura na carcaça (TAKAHASHI
et al., 2006).

3.4 MANEJO

Para a criação de aves em sistemas alternativo, caipira, colonial,


agroecológico ou orgânico, é necessário utilizar técnicas de manejo que atendam as
necessidades primordiais dos animais, de maneira que possam permitir que os
mesmos tenham espaço para locomoverem-se, ar fresco, luz do dia, proteção contra
luz solar excessiva, altas temperaturas e vento forte, suficiente área para repouso,
fácil acesso à água e ao alimento ofertado e também um ambiente sadio (PICOLI,
2004).

3.4.1 Manejo sanitário

As aves caipiras, apesar de serem mais rústicas, e consequentemente


apresentarem maior resistência, não estão isentas de doenças. Em virtude disso, o
manejo sanitário requer especial cuidado, pois permite a limpeza e desinfecção do
aviário, reduzindo a mortalidade causada por doenças.
Diversas são as maneiras em que doenças podem ser transmitidas as aves, e
os principais vetores transmissores de doenças são os roedores, as moscas e
também as aves que podem ir ao galinheiro em busca de ração. Para evitar o
aparecimento destes vetores, é necessário tomar algumas precauções. No caso dos
roedores que visitam o galpão em busca do alimento que está disponível para as
21

aves e também para procurar abrigo, é necessário fazer um controle mais rigoroso,
que pode ser feito através da retirada de parte das comodidades desses animais,
com isso, facilmente, os mesmos irão atrás de outro local que tenha todos os
benefícios para a sua sobrevivência.
O controle desses roedores é de extrema importância, pois os mesmos são
responsáveis pela mortalidade até aos 36 dias de vida dos pintos. Por isso a limpeza
e a desinfecção do galpão é fator determinante para a saúde e vigor animal, além de
reduzir de maneira significativa a contaminação de um lote para o outro
(ZECHINATTO, 2014).
Para garantir uma criação segura é necessário tomar alguns cuidados, como
por exemplo: retirar a cama e os equipamentos; varrer o teto, o piso, as telas, e ao
redor do galpão; queimar penas e detritos com lança chamas ou com vassoura de
fogo, tanto dentro do galpão como ao redor; lavar e desinfetar as cortinas e os
equipamentos; levantar as cortinas e deixá-las fechadas até que o galpão esteja
completamente seco; deixar o galpão vazio pelo menos 14 dias, para a entrada de
um novo lote (FAZENDA AVES DO PARAISO, 2014).
É de extrema importância fazer a vistoria das instalações diariamente,
verificando os bebedouros e comedouros para evitar perdas de ração, que se mal
instalados, aumentam os gastos com alimentação ou reduzem o consumo dos
animais. Fazer a remoção da cama molhada para evitar o desenvolvimento de
microrganismos causadores de doenças (SANTOS et al., 2009).
22

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCAL DO EXPERIMENTO

O experimento foi realizado no Embrião Cooperativo da UFRR, localizado na


Escola Agrotécnica da UFRR, Eagro, no Campus Murupu, na BR 174, Km 37, s/n –
PA Nova Amazônia. A Eagro está localizada a 35 km do município de Boa Vista,
sentido norte, Boa Vista/Pacaraima, com as seguintes coordenadas geográficas:
latitude +3° 10ʹ 49ʺ e longitude -60° 52ʹ 26ʺ. O local está em uma área com clima
Tropical quente e úmido, Aw na classificação do clima de Koppen, com médias de
temperatura em torno de 27,4° C e amplitudes térmicas anuais que não ultrapassam
5°C.

4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO

A pesquisa foi realizada entre os meses de junho a agosto do ano de 2016,


perfazendo um total de 53 dias.
O experimento foi instalado em um galpão com 9m de largura e 10m de
comprimento, dividido em quatro boxes, sendo utilizados apenas três. Cada boxe
media 2,5m de largura por 5m de comprimento, com pé direito de 2,5m. Das
características do galpão, alvenaria e com telas de arame, coberto com telhas de
fibrocimento. Cada boxe possuía um piquete individual, no qual os frangos podiam
sair para passeio e alimentação.

4.3 DELINEAMENTO E TRATAMENTOS

Os dados foram analisados segundo o delineamento inteiramente casualizado


(DIC), em esquema de parcelas subdivididas, em que os tipos de rações
constituíram as parcelas e as épocas de avaliação, as subparcelas. Assim, tiveram-
se como parcelas as rações, denominadas: A, B e C e como subparcelas, as
épocas: 0, 8, 16, 24, 32 e 40 dias, específico para a variável peso vivo. Para as
variáveis: ganho de peso, peso médio ao abate e conversão alimentar testaram-se
apenas os efeitos das rações sobre estas características.
23

4.4 EXPERIMENTO

4.4.1 Pintos

Os pintos foram adquiridos em uma casa agropecuária, na cidade de Boa


Vista, RR, provenientes de criatório localizado nas proximidades de Boa Vista.
Foram comprados 96 pintos machos e fêmeas do tipo Caipirão com 10 dias de
idade. Os pintos foram vacinados no incubatório, com as vacinas de um dia: Marek,
Bouba e Gumboro.

4.4.2 Manejo inicial

Ao chegarem ao local do experimento, os pintos receberam água com açúcar


para amenizar o estresse ocasionado pelo transporte do local de compra até o
Embrião. Na chegada, os pintos foram colocados em um círculo de proteção com
fonte de calor e água e ração à vontade.
Os pintos permaneceram em um único lote até completarem 25 dias de vida,
recebendo a mesma ração inicial.
Durante esse período, foi administrado um antimicrobiano (Trimeclor®75),
recomendado para aves e suínos. A dose recomendada foi de 80g do medicamento
para 500 litros de água de bebida e o procedimento foi feito durante três dias. Após
a administração do antimicrobiano, os pintos receberam suplemento vitamínico
(Vitagold), cuja dose administrada foi de 2 ml de vitamina para um litro de água. Foi
administrado o antimicrobiano durante cinco dias, na água de bebida.

4.4.3 Separação dos lotes

No 26° dia, os pintos foram pesados individualmente e divididos ao acaso,


sem sexagem, em três lotes, cada lote foi composto por 32 pintos. Depois de
separados cada lote recebeu uma ração específica, sendo: Lote 1 – Ração A; Lote 2
– Ração B e, Lote 3 – Ração C.
As aves permaneceram em confinamento até 28 dias. A partir do 29° dia as
mesmas passaram a frequentar os piquetes anexos aos boxes, passando algumas
24

horas soltas durante o dia e presas durante a noite. Os piquetes possuíam pastagem
nativa e com áreas de solo descobertas. Esse manejo era feito todos os dias, com o
objetivo de proporcionar às aves espaço para ciscarem e exercitarem sua
musculatura, assim como consumir pastagem e outros alimentos alternativos.
Durante o período que os frangos ficavam soltos nos piquetes, era necessário
ficar em observação devido à presença de predadores, como aves de rapina, por
exemplo.

4.4.4 Pesagem dos frangos

No 26° dia de vida dos frangos foi realizada a pesagem, sem separação de
machos e fêmeas, para formação dos lotes, essa pesagem foi considerada como
pesagem zero. As pesagens eram procedidas semanalmente, para obtenção de
dados, que posteriormente foram utilizados para avaliação de ganho de peso, peso
médio ao abate e conversão alimentar. Ao todo foram feitas seis pesagens, sendo
denominadas por épocas de avaliação (0, 8, 16, 24, 32 e 40) ou dias. A época de
avaliação 0 correspondeu ao 26° dia de vida dos frangos, sendo esta definida como
a primeira pesagem para separação dos lotes. As demais foram feitas com intervalos
de uma semana. Desde modo, a avaliação 40 correspondeu ao 63° dia de vida dos
frangos, última pesagem.
Para as pesagens, foi utilizada uma balança digital modelo LPCR – 40 com
capacidade de 40 kg e divisões mínimas de 0 a 8 kg x 5g / 8 a 40 kg x 10g. As
dimensões da balança são: 30,5 x 29 x 7,5 cm, e as dimensões do prato são: 22 x
30 cm. As anotações das pesagens eram registradas em planilhas.

4.4.5 Arraçoamento e regulagem dos comedouros

Foram ofertados três tipos de rações comerciais de crescimento, Rações A, B


e C. Na fase inicial todas as aves receberam a mesma ração.
As rações eram fornecidas a vontade para todos os lotes em comedouros
tubulares. Sempre que necessário era feito a reposição nos comedouros, com uma
frequência de duas vezes ao dia. A regulagem da altura dos comedouros era
proferida a medida média do crescimento das aves, uma vez por semana. Esse
25

manejo está justificado para evitar desperdício de ração, o que acontece quando o
comedouro encontra-se muito abaixo da altura do dorso da ave.
Dentro de cada boxe foi colocado um comedouro tubular comercial, usado na
proporção de 1/40 aves, o que atendia as necessidades do lote sem o
comportamento de competição.
A Ração A é produzida na cidade de Boa Vista, é uma ração farelada, com
indicação para aves de corte e postura durante a fase de crescimento.
A Ração B é produzida no estado de Rondônia e vendida no mercado de Boa
Vista – RR. É uma ração farelada indicada para frangos de corte (crescimento e
engorda).
A Ração C é uma ração comercial, ofertada no mercado de Boa Vista – RR,
indicada para aves de corte criadas de maneira alternativa semi-confinadas ou
totalmente presas. Atende todas as fases de criação.
26

Tabela 1. Composição básica das rações A, B e C.

Ração A Ração B Ração C


Carbonato de cálcio, Milho integral moído Milho integral moído
transgênico
Sal comum Farelo de soja Farelo de soja
transgênico
Premix Calcário calcítico Farelo de arroz
Milho quebrado Farelo de trigo Farelo de trigo
Arroz quebrado Quirera de arroz Farelo de glúten de milho –
21
Farelo de soja Cloreto de sódio Calcário calcítico
Farinha de carne e osso Premix mineral Cloreto de sódio (sal
vitamínico: comum)
Vitaminas: A, D3, E, K3, Vitaminas A, D3, E, K3, B1,
B1, B2, B6, B12 B2, B6 e B12
Ácido pantotênico Ácido pantotênico
Niacina Niacina
Cloreto de colina Cloreto de colina
Sulfato de ferro Sulfato de ferro
Sulfato de cobre Sulfato de cobre
Sulfato de manganês Monóxido de manganês
Óxido de zinco Óxido de zinco
Iodato de cálcio Iodato de cálcio
Selenito de sódio Selenito de sódio
Fungistático (ácido Ácido propiônico
propiônico)
Antioxidante BHT Sulfato de cobalto
Ácido fólico
Biotina
Aditivo probiótico
Clorihidroxiquinolina
Salinomicina
Etoxiquin
Bha
Espécies doadoras do gene:
Agrobacterium tumefaciens
e/ou Arabidopsis thaliana
e/ou Bacillus thuringiensis
e/ou Streptomyces
viridochromogenees e/ou
Zea mays.

Fonte: Informações disponíveis nas embalagens das rações.


27

4.4.6 Limpeza, higiene dos equipamentos e regulagem dos bebedouros

Os bebedouros eram lavados todos os dias, para retirada de restos de rações


e outras sujidades. Essa limpeza era feita para proporcionar as aves água de
qualidade, questão primordial para que as mesmas tenham crescimento saudável
sem riscos à saúde dos lotes.
Os comedouros eram higienizados sempre que fosse necessário, para
retirada de restos de rações e até de fezes, devido algumas aves subirem nos
comedouros.
A regulagem da altura dos bebedouros, a altura do dorso, precedia o
crescimento das aves, era realizada uma vez por semana. Os bebedouros utilizados
foram do tipo pendular, um para cada boxe, o que atendia as necessidades do lote
sem o comportamento de competição.

4.4.7 Remoção e substituição da cama

A cama utilizada no experimento era basicamente composta por gramíneas


cortadas e secas ao sol. Quando colocada nos boxes, cobria todo o piso, para que
ficasse o mais uniforme possível, com uma altura de 5 a 10cm de cama.
A remoção da cama foi feita quando se observava que a mesma estava muito
úmida ou a cada 15 dias. Esse manejo era feito para evitar a proliferação de fungos,
devido à umidade ocasionada pelas excretas ou também por água que os frangos
derramavam nas proximidades dos bebedouros.
A cama retirada dos boxes foi destinada a adubação orgânica das árvores do
local e até mesmo para os experimentos desenvolvidos no Embrião.

4.4.8 Manejo das cortinas

Nos primeiros dias do experimento, as cortinas permaneceram fechadas para


manter a temperatura de conforto das aves e para evitar que a cama molhasse com
água da chuva, devido à época das chuvas, e diminuindo também a entrada de
correntes de vento dentro da instalação. À medida que os frangos foram crescendo
e foi chegando à época da seca, se fez necessário ter maior controle das cortinas,
28

pois o controle da temperatura permite obter resultados compensadores. A


temperatura de conforto das aves varia de 20 a 28° C.
A cortina deve ser posta na instalação de maneira que a ventilação circule
nas áreas mais quentes do galpão, ou seja, na parte interna do galpão, próximo ao
telhado. Dessa forma a cortina deve ser colocada de baixo para cima.

4.4.9 Manejo de iluminação

O manejo de iluminação foi feito sem interrupção, ou seja, 24 horas de luz.


Porém o manejo correto do programa de luz para frangos caipiras deve ser somente
de luz natural, uma vez que essas aves são abatidas com idade mais avançada, isso
faz com que evite o crescimento acelerado das aves e o aumento da mortalidade.

4.4.10 Controle da temperatura

Para avaliação da temperatura do aviário, foi utilizado um termômetro que


permaneceu na instalação durante todo o experimento. O termômetro foi colocado a
uma distância de um metro do chão para avaliar a temperatura próxima aos frangos.
O aparelho marcava a temperatura ambiente do dia e ainda as temperaturas
máxima e mínima. Os horários em que as mensurações foram feitas, eram as 9:00
horas da manhã e as 15:00 horas da tarde. As médias das temperaturas pela manhã
e pela tarde foram: 28,7 e 30,9°C, respectivamente. A média da temperatura máxima
foi de 33,8°C e a média da temperatura mínima foi 24,0°C.

4.5 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS

As variáveis foram avaliadas no período de 26 a 63 dias de idade dos pintos,


para obtenção dos índices de desempenho.

4.5.1 Ganho de peso

O ganho de peso (kg) foi obtido através da diferença entre o peso final e o
inicial.
29

4.5.2 Peso médio ao abate

Para a obtenção do peso médio ao abate, considerou-se a última pesagem


dos frangos, porém os frangos não alcançaram o peso médio de abate ideal, que
seria de 2,300 kg, que é a exigência de mercado.

4.5.3 Conversão alimentar

A conversão alimentar foi obtida pela razão entre a ração consumida pelas
aves no período e o ganho de peso neste período.

4.5.4 Consumo de ração

O consumo de ração foi dado através da razão entre a quantidade total de


ração consumida no período e a quantidade de aves em cada lote.

4.5.5 Taxa de mortalidade

A taxa de mortalidade foi obtida através da porcentagem das aves mortas por
lote.

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As análises de variância foram feitas, empregando-se o teste F em nível de


5% de probabilidade com auxílio do software estatístico SISVAR versão 5.1. Para
comparações entre os níveis das parcelas, empregou-se o teste de Tukey no nível
de 5% de probabilidade. Para avaliar a variação do peso vivo em relação ao tempo,
modelos de regressão foram ajustados. Para seleção do melhor modelo, tomou-se
como referência a significância dos parâmetros e o coeficiente de determinação (R²).
30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resumo da análise de variância para característica de peso vivo mostra que


houve diferença significativa para essa característica, em função das rações e das
épocas de avaliação (Tabela 2).

Tabela 2. Resumo da análise de variância para a característica de peso vivo.

Quadrado médio
FV GL
Peso vivo
Rações (R) 2 1183969,70**
Erro 1 9 25431,41
Épocas (E) 5 1362616,63**
RxE 10 101757,26**
Erro 2 45 6476,0
CV1% 18,36
CV2% 9,27
**significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

Conforme ilustrado na figura 1 houve diferença significativa entre as rações,


sendo que as rações B e C obtiveram maior valor de peso vivo.
Atribui-se que possivelmente os fatores que contribuíram para as diferenças
de desempenho estão relacionados à composição da ração, a granulometria das
mesmas e a alta temperatura ambiente.
Segundo informações contidas nas embalagens das rações, podemos
verificar que a ração A possuía em sua composição ingredientes de qualidade
inferior, assim como menor nível de proteína bruta, que as demais rações.
Verificou-se que as rações B e C possuíam aditivos com a função de melhorar
o desempenho dos animais, o que possivelmente contribuiu para o maior ganho de
peso nesses dois tratamentos.
Em relação à granulometria das rações, verificou-se que as rações A e B se
apresentaram na forma farelada, enquanto que a ração C na forma granulada. A
ração A foi a menos consumida pelas aves, possivelmente devido ser muito
farelada, enquanto que a ração C apresentou maior consumo, o que pode ser
atribuído a sua maior granulometria, fazendo com que houvesse maior diferença no
ganho de peso entre as aves que receberam essas rações. Lópes e Baião (2004)
31

avaliando os efeitos do tamanho da partícula e da forma física da ração sobre o


desempenho de frangos de corte, observou menor ganho de peso nas aves que
receberam ração farelada, e maior consumo das aves que receberam as rações
granulada e expandida-granulada, onde atribuiu que o maior consumo foi devido ao
tamanho uniforme das partículas e ao impedimento da apreensão seletiva do
alimento. Lópes, et al. (2007) também verificaram que o peso corporal das aves
aumentou a medida que se intensificou o grau de processamento da ração, em
consequência ao maior consumo e melhor conversão alimentar alcançado pelas
aves que consumiram as dietas peletizadas e expandidas peletizadas, em relação
às rações fareladas.

Figura 1. Peso vivo de frangos tipo Caipirão em função dos tipos de rações e
diferentes épocas de avaliação.

1,8 Ŷ (Ração A) = 0,4065 + 0,0103**x R² = 0,97


Ŷ (Ração B) = 0,442 + 0,028**x R² = 0,99
1,6
Ŷ (Ração C) = 0,4069 + 0,0292**x R² = 0,99
1,4
Peso vivo (kg)

1,2

1
Ração A
Mirage®
0,8
Ração B
Nutrizon®
0,6 Ração C
Presence®

0,4

0,2

0
0 8 16 24 32 40
Épocas de avaliação (Dias)

A análise de variância para ganho de peso, peso médio ao abate e conversão


alimentar demonstra que houve diferença significativa a 5% de probabilidade para
todas as características avaliadas (Tabela 3).
32

Tabela 3. Resumo da análise de variância para as características de ganho de peso,


peso médio ao abate e conversão alimentar de frangos do tipo Caipirão.

Quadrado médio
FV GL Peso médio Conversão
Ganho de peso
ao abate alimentar
Rações 2 713321,73** 698556,06** 6,60**
Resíduo 9 14516,21 14325,55 0,26
CV% 13,08 9,02 11,69
**, significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

As rações B e C proporcionaram maiores ganhos de peso e peso médio ao


abate 1.143 e 1.185kg, respectivamente, em relação à ração A, que apresentou
0,434kg (Tabela 4). Ferreira et al. (2014) analisando o ganho de peso de frangos de
corte caipira, da linhagem Label Rouge pescoço pelado, no período de 30 a 51 dias,
com diferentes níveis de proteína bruta na ração, encontrou valores maiores que o
da ração A, 565,12; 622,54; 659,34 e 675,63g, porém menores que os encontrados
para as rações B e C. Esses mesmos autores encontraram valores de CA menores
que os encontrados nesse trabalho (3,44; 2,88; 2,87 e 2,99).
Em relação aos valores de conversão alimentar (CA), verificou-se que as
Rações B e C apresentaram os melhores resultados 3,45 e 3,96 kg de ração/kg de
peso vivo, respectivamente, enquanto que o menor resultado ficou com a Ração A,
5,81 kg de ração/kg de peso vivo, discordando de Filho (2002), que analisando a CA
de linhagens de frangos caipiras criadas até 71,50 dias em sistema semi-intensivo,
verificou média de conversão alimentar de 2,14kg de ração/kg de peso vivo, bem
próximo do que é o ideal.

Tabela 4. Valores médios do ganho de peso, peso médio ao abate e conversão


alimentar de frangos do tipo caipirão no período de 29 a 63 dias.

Ganho de peso Peso médio ao abate Conversão


Rações
(kg) (kg) alimentar
Ração A 0,434 b 0,845 b 5,81 a
Ração B 1,143 a 1,549 a 3,45 b
Ração C 1,185 a 1,586 a 3,96 b
Médias seguidas de mesmas letras na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
33

Veloso (2012) avaliando o peso corporal de sete linhagens caipiras verificou


que todos os genótipos atingiram peso corporal preconizado para o abate, 2300g,
aos 70 dias, de acordo com o Ofício Circular DIPOA N° 02/2012, que reduziu a idade
de abate de frangos caipiras para 70 dias. Esses resultados discordaram dos
achados nesse trabalho, pois os frangos alcançaram médias de 0,845; 1,549 e 1,586
kg de peso médio ao abate, aos 63 dias.
A temperatura ambiente influencia positivamente ou negativamente o ganho
de peso dos animais. As temperaturas médias avaliadas durante o período do
experimento foram de 28,9°C pela manhã e 30,9°C à tarde, valores acima do que é
considerado confortável para aves adultas. A zona de conforto das aves deve
apresentar temperaturas que vão de 16 a 23°C, segundo Cassuce (2011). De
acordo com os achados dessa mesma autora, foi observada redução significativa
entre o ganho de peso das aves mantidas a 31°C dos 22 aos 42 dias de vida,
quando comparou ao ganho de peso das aves mantidas em conforto térmico por
todo o período experimental.
A mortalidade foi expressa apenas em porcentagem (Figura 2). A maior
porcentagem ocorreu no tratamento da ração A, que durante o experimento
apresentou valor acima de 18%, correspondendo a seis aves, enquanto que o B
apresentou 3%, correspondente a uma ave, e no tratamento C não houve
mortalidade durante o período estudado. De acordo com Picoli (2004), índices de
mortalidade de até 3% em lotes de frangos de corte são considerados normais nas
condições da avicultura atual.
34

Figura 2. Taxa de mortalidade de frangos em função das rações A, B e C.

20
18
16
Mortalidade (%)

14
12
10
8
6
4
2
0
Mirage®
Ração A Nutrizon®
Ração B Presence®
Ração C
Rações

A figura 3 mostra os valores de peso médio de frangos machos e fêmeas em


função das rações, e pode–se observar que não houve diferença entre machos e
fêmeas dentro de cada ração estudada no período, discordando dos achados de
Picoli (2004), o qual avaliando lotes mistos, em dois sistemas de pastejo, contínuo e
rotativo, avaliados em dois períodos de 78 dias, encontrou diferenças significativas
em pesos de machos e fêmeas, com médias de 0,863 kg e 0,700 kg,
respectivamente, no primeiro período, e médias de 0,952 kg para machos e 0,793 kg
para fêmeas.
Filho (2002) comenta que, diferenças no desempenho de frangos de corte
estão relacionadas com diversos fatores, entre eles o sexo.
Os animais machos apresentam taxas de crescimento mais elevadas do que
as fêmeas, enquanto que as fêmeas maiores taxas de engorda (FARIA, 2007).
35

Figura 3. Peso médio de frangos machos e fêmeas em função das rações A, B e C.

Ração A

Ração B
Ração C

A tabela 5 mostra os valores de ração consumida em cada tratamento, onde


mostra que as aves da Ração A consumiram 2,500 kg/ave, a Ração B 3,750 kg/ave
e a Ração C 4,687 kg/ave. Esse alto consumo na ração C pode ser devido à
granulometria da mesma ser maior, quando comparamos às demais rações A e B,
que são fareladas, ou pelo fato das aves não terem passado pelo processo de
debicagem, processo esse que proporciona maior consumo. Takahashi et al. (2006),
avaliando o consumo de ração de frangos de corte tipo colonial de três linhagens,
em sistema de criação com acesso ao piquete, encontrou valores próximos e abaixo
aos encontrados nesse estudo.
O custo médio do quilograma da ração foi obtido através do valor das rações
compradas no mercado de Boa Vista, RR, e as Rações A e B apresentaram valores
semelhantes, já a Ração C apresenta valor bem elevado, esse valor pode estar
relacionado ao teor protéico, que agrega valor ao produto, e em função de sua
apresentação no mercado. A Ração B apresenta composição similar a Ração C,
porém a falta de sódio na ração, possivelmente pode ter ocasionado à prática de
canibalismo em algumas aves.
Quando se analisa o custo médio da ração por unidade de frango, obtemos
valores de 3,95; 5,81 e 12,65 (R$) para as rações A, B e C, verificando que a C tem
um custo mais elevado, devido o alto consumo.
36

O valor médio de venda do frango abatido apresenta o real valor de quanto é


gasto para produzir um frango com médias de peso ao abate, 0,845; 1,549 e 1,586
kg, consumindo as rações estudadas. Os valores são de 10,56; 19,37 e 19,83 (R$)
mostrando que as Rações B e C obtiveram maior custo de produção, e a Ração A
menor valor. Porém quando se avalia o lucro total obtido, verificou-se que apesar da
Ração A apresentar menor custo na produção do frango, o lucro final é pequeno
devido o peso médio ao abate ser muito baixo. Já quando se avalia o lucro das
demais rações, A e B, observa-se que apesar de as mesmas apresentarem valores
médios de venda do frango abatido praticamente iguais, assim como o peso médio
ao abate, a Ração B trás mais retorno que a Ração C. Essa diferença deve-se ao
fato de que as aves consumiram menor quantidade de ração B e maior quantidade
da ração C, diferença observada também no preço do quilo das duas rações.

Tabela 5. Relação do custo benefício de cada ração.

Total de Custo do Custo médio Valor médio Peso médio Valor médio
ração kg de da ração por de venda do dos frangos de venda do Lucro total
Rações
consumida ração unidade kg de frango ao abate frango obtido (R$)
(kg/ave) (R$)* frango (R$) (R$)** (kg) abatido (R$)
Ração A 2,500 1,58 3,95 12,5 0,845 10,56 6,61
Ração B 3,750 1,55 5,81 12,5 1,549 19,37 13,56
Ração C 4,687 2,70 12,65 12,5 1,586 19,83 7,18
*, Custo médio do quilograma de ração na cidade de Boa Vista, Roraima, 2016.
**, Valor médio de venda do quilograma de frango caipira estipulado no mercado popular de Boa
Vista, Roraima, 2016.
O valor médio de venda do quilograma de frango foi baseado na venda de
aves com 2 kg de peso, vendidos a R$ 25,00 no mercado local.
37

6 CONCLUSÃO

As rações B e C apresentaram maior incremento no ganho de peso das aves


e melhor conversão alimentar.
A ração B promoveu maior lucro final, embora tenha apresentado ganho de
peso similar ao da ração C.
A qualidade da ração A influenciou negativamente o consumo e diminuiu o
ganho de peso.
A granulometria da ração C influenciou positivamente o consumo,
aumentando o ganho de peso das aves desse tratamento.
Os fatores que contribuíram para as diferenças de desempenho estão
relacionados à composição da ração, a granulometria das mesmas e a temperatura
ambiente, que durante todo o experimento ficou acima da temperatura de conforto
dos animais.
38

REFERÊNCIAS

BARBOSA, J. F. V., et al. Sistema alternativo de criação de galinhas caipiras.


Alimentação. Manejo nutricional. Embrapa Meio Norte. Sistemas de Produção 4.
Novembro, 2007.

BRAGA, R. M., ROQUE, M. S. Comercialização de Galinha Viva do tipo Caipira


em Boa Vista Roraima. Embrapa Documentos 02. Boa Vista, RR, 2008.

CASSUCE, D. C. Determinação das faixas de conforto térmico para frangos de


corte de diferentes idades criados no Brasil. 2011. Tese (Titulo de Doctor
Scientiae) – Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2011.

FARIA, P. B. Desempenho e qualidade de carcaça e carne de frangos criados


em sistema alternativo. 2007. 239p. Tese (Doutorado em Ciências e Tecnologia de
Alimento) - Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, 2007.

Fazenda Aves do Paraíso. Manual Prático de criação. Legítimo Frango Caipira


Brasileiro. Itatiba – São Paulo. Niterói, 2004.

FERREIRA, M. W., et al. Desempenho de frangos caipiras Label Rouge alimentados


com farelo de amendoim em substituição parcial ao farelo de soja. R. Brás. CI. Vet.,
v.21, n.2, p.105-109, abr/jun. 2004.

FILHO, P. H. Efeitos de fatores genéticos e do sistema de criação sobre o


desempenho e o rendimento de carcaça de frangos tipo caipira. 2002. 77p.
Tese (Doutor em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.

GONÇALVES, S. A. Comportamento de diferentes linhagens de frango de corte


tipo caipira. 2012. 34p. Dissertação (Titulo em Magister Scientiae) - Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Diamantina, Minas Gerais, 2012.

LOPES, C. A. A., BAIÃO, N. C. Efeitos do tamanho da partícula e da forma física da


ração sobre o desempenho, rendimento de carcaça e peso dos órgãos digestivos de
frangos de corte. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.56, n.2, p.214-221, 2004.
39

LÓPES, C. A. A., et al. Efeitos da forma física da ração sobre a digestibilidade dos
nutrientes e desempenho de frangos de corte. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v59,
n.4, p.1006-1013, 2007.

MERENCIO, F. F. M. Sistema alternativo de criação de galinhas caipiras


utilizado na granja Xingu, Altamira, Pará. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso
-. Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus
Universitário de Altamira. Altamira, Pará, 2009.

PICOLI, K. P. Avaliação de sistemas de produção de frangos de corte no pasto.


2004. Dissertação (Titulo de Mestre) - Universidade Federal de Santa Catarina.
Forianópolis, 2004.

SANTOS, M. W., et al. Criação de galinha caipira para produção de ovos em


regime semi-intensivo. Manual Técnico, 18. Niterói - Rio de Janeiro. Abril de 2009.

SILVA, M. A. N., et al. Influência do sistema de criação sobre o desempenho, a


condição fisiológica e o comportamneto de linhagens de frangos para corte. R. Bras.
Zootec., v.32, n 1, p.208-213, 2003.

Agronegócio. A ascensão da galinha caipira. SEBRAE Mercados, 2014.

TAKAHASHI, S. E., et al. Efeito do sistema de criação sobre o desempenho e


rendimento de carcaça de frangos de corte tipo colonial. Arq. Bras. de Med. Zootec.
V.58, n.4, p.624-632, 2006.

VELOSO, R. C. Padrão de crescimento, parâmetros de desempenho e


divergência genética de genótipos de frangos tipo caipira. 2012. Dissertação
(Titulo em Magister Scientiae) - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri. Diamantina. Minas Gerais, 2012.

ZECHINATTO, J. C. Criação de frango caipira. Fazenda Serra Morena, Frango


Caipira. Governo Municipal de Uberaba, 2014.

ZEN, S. Receita com exportação de carne de frango é recorde nos primeiros


oito meses de 2015. Ativos Avicultura, CNA Brasil. Ano 1 – Edição 2 – Outubro,
2015.
40

Anda mungkin juga menyukai