De acordo com o guia alimentar de 2006 destaca o risco da ingestão de alimentos com
elevada densidade energética e altos teores de gorduras, açúcar e sal na configuração da
obesidade e DCNT. O documento já pautava o conceito de segurança alimentar e nutricional e
recomendava medidas destinadas a afetar o “ambiente obesogênico”, como a regulamentação
da publicidade de alimentos. Ressalta também que o guia alimentar de 2014 reconfigura o setor
saúde na abordagem da questão alimentar, pois amplia o diálogo entre SUS e SISAN, considera
a promoção da alimentação adequada e saudável como parte da construção de um sistema
alimentar “social e ambientalmente sustentável” e destaca condicionantes da alimentação,
desde a produção até o consumo. Suas recomendações baseiam-se em uma classificação de
alimentos segundo o grau de processamento, sugerindo que se limite o consumo de alimentos
processados e se evite o consumo de ultraprocessados.
Segundo o Guia Alimentar (2014,p.45), essas novas recomendações introduzem um
forte elemento de confronto com a indústria de alimentos, tais como: “alimentos
ultraprocessados tendem a afetar negativamente a cultura, a vida social e o ambiente” ; “evite
alimentos ultraprocessados”. Além disso, o guia alimentar pode qualificar as medidas voltadas
para mudanças nas decisões individuais ao considerar que “recomendações sobre alimentação
devem levar em conta o impacto das formas de produção e distribuição dos alimentos sobre a
justiça social e a integridade do ambiente”. (Guia Alimentar,2014,p.50)
Sabe-se que a idade é um fator que predispõe o indivíduo ao excesso de peso, pois tanto
mulheres quanto homens vivenciam uma queda da taxa metabólica basal ao envelhecer. O
estado civil é uma característica sócio demográfica importante de ser analisada em
investigações sobre essa temática ente (COSTA, VASCONCELOS E FONSECA, 2014).
O papel da educação alimentar e nutricional está vinculado à produção de informações
que sirvam para auxiliar a tomada de decisões dos indivíduos, que outrora foram culpabilizados
pela sua ignorância, sendo posteriormente vítimas da organização social capitalista. A
prevalência de obesidade cresceu nas últimas décadas, tornando-se um dos problemas
prioritários de saúde pública na atualidade. No Brasil, mais da metade da população está com o
peso acima do recomendado e 18,9% dos brasileiros estão obesos (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2017).
Ainda assim, mudar hábitos alimentares não é uma tarefa fácil e ocorre em diferentes
etapas, sendo necessários um constante estímulo e práticas educativas (AMMERMAN E
COLABORADORES, 2002; RODRIGUES, SOARES, BOOG, 2005). Contudo implementar ações que
minimizadoras os efeitos do excesso de peso e das DCNT na saúde da população é uma medida
urgente, posta a demanda de intervenções de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, 2012),
sendo interessante ressaltar a importância das diferentes estratégias de cuidados nutricionais,
visando oferecer um grande potencial para a promoção de mudanças de hábitos e maiores
conhecimentos.