Introdução
1 - BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA .......................................................................... 5
2 - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 7
3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO .................................................................... 10
3 -1 Fatores internos que contribuem para a modificação do comportamento ............... 11
3 -1-1 Maturação ..............................................................................................................................11
3 -1-2 Maturidade social .................................................................................................................12
3 -1-3 Maturidade intelectual ..........................................................................................................12
3 -1-4 Maturidade emocional...........................................................................................................13
3 - 2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento ............ 14
3 - 2-1 Ambiente social ....................................................................................................................14
3 - 2-2 Alimentação ..........................................................................................................................14
3 - 2-3 Preservação da natureza ....................................................................................................15
3 - 3 Fases do desenvolvimento humano ....................................................................... 15
3 - 3-1 Período pré natal ..................................................................................................................16
3 - 3-2 Período do recém-nascido ..................................................................................................16
3 - 3-3 Período da Infância ..............................................................................................................17
3 - 3-4 Puberdade - ..........................................................................................................................17
3 - 3-5 Adolescência ........................................................................................................................17
3 - 4 Princípios do desenvolvimento ................................................................................ 18
3 - 4-1 O desenvolvimento como processo contínuo ....................................................................19
3 - 4-2.As sequencias céfalo caudal e próximo distal ...................................................................19
3 - 4-3 Das respostas gerais às específicas ..................................................................................19
3 - 4-4.O ritmo de desenvolvimento................................................................................................20
3 - 4-5 Complexidade e inter relação de aspectos do desenvolvimento .....................................20
3 - 5 Desenvolvimento físico e motor ............................................................................. 20
3 - 6 Desenvolvimento emocional e social ........................................................................ 22
3 - 7 Desenvolvimento da personalidade em Freud ....................................................... 23
3 - 8 Estágios de desenvolvimento da personalidade .................................................... 27
3 - 8-1 Fase oral - (O a 18 meses) ...................................................................................................27
3 - 8-2 Fase anal (18 meses a 3 anos) ..........................................................................................28
3 - 8-3 Fase fálica (3 a 6/7 anos) ....................................................................................................28
1
3 - 8-4 Fase de latência (7 a 12 anos)............................................................................................29
3 - 8-5 Fase genital (12 anos até a idade adulta)..........................................................................29
4 - DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ............................................................................. 31
4 - 1 Estágio da Inteligência sensório-motora................................................................. 32
4 - 2 Estágio da Inteligência intuitiva ou pré-operatório .................................................. 33
4 - 3 Estágio Operatório Concreto ................................................................................ 35
4 - 4 Estágio das Operações Formais ............................................................................. 37
5 - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ....................................................................... 41
5 - 1 Principais teorias da aquisição da linguagem......................................................... 42
5 - 2 Estágios do desenvolvimento da Linguagem ........................................................ 42
6 - PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS DIFERENTES CONCEPÇÕES ............ 45
6 - 1 Inatismo .................................................................................................................. 45
6 - 2 Ambientalismo ou empirismo ................................................................................... 46
6 - 3 Interacionismo ........................................................................................................ 47
7 - TEORIAS DA APRENDIZAGEM .................................................................................. 49
7 - 1 Behaviorismo .......................................................................................................... 49
7 - 2 Teoria da Gestalt .................................................................................................... 51
7 - 3 Teoria cognitiva ...................................................................................................... 53
8 - Incentivação e motivação ............................................................................................. 55
8 - 1 Incentivo ................................................................................................................. 55
8 - 2 Motivação .............................................................................................................. 56
9 - DESENVOLVIMENTO E LINGUAGEM NA VISÃO DE VYGOTSKY............................ 60
10 - INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.................................................................................... 63
11 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ...................................................................... 65
11 - 1 Dificuldades na linguagem oral ............................................................................ 67
11 - 2 Dificuldade na linguagem escrita......................................................................... 68
11 - 3 Dislexia ................................................................................................................ 68
11 - 4 Discalculia ............................................................................................................ 70
11 - 5 Hiperatividade ...................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 72
2
INTRODUÇÃO
3
se constrói. Esse enorme campo de estudo precisou ser abordado de forma sucinta,
devido à dinâmica do nosso curso EAD.
Contamos com você, para que persistentemente, busque sempre mais e amplie os
conhecimentos que estamos abordando.
O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que
aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum
conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento
oferece uma base de segurança. Carl R. Rogers
Vamos refletir....
Todos nós sabemos da grande importância que a escola assume na vida das
crianças, e de como essa escola, pode afetar no desenvolvimento emocional, cognitivo e
social, na formação de cada indivíduo.
Baseando-se nesta afirmação, reflita e elabore um texto sobre sua opinião do que
seja:
Uma escola ideal
Uma sala de aula ideal
Um professor ideal
Ao final do estudo de Psicologia da educação, retome o seu texto, e observe o que
você acrescentaria ou mudaria nele.
4
1- BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA
5
Porém, a Psicologia só se tornou realmente ciência no século XIX, quando o homem
utilizou a sua observação e a experimentação para um estudo mais científico da
natureza humana, só então, a Psicologia ganhou independência dos antecedentes
filosóficos.
Para se tornar independente da filosofia, a Psicologia necessitou desenvolver
métodos de estudos e técnicas para adquirir clareza e objetividade nas suas
problemáticas, e, definida como a "ciência do comportamento" consegue conquistar sua
independência, já no início do século XX.
Durante algum tempo, predominou, nesta nova ciência, as ideias do alemão Wundt,
que determinaram os métodos e objetivos, reunindo várias linhas de pensamentos que
6
2-PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
7
§ Compreensão do processo ensino-aprendizagem
O professor precisa não só conhecer seu aluno, mas também compreender no
processo ensino-aprendizagem, quais os fatores que facilitam ou prejudicam a
aprendizagem, de que maneira o aluno consegue aprender com mais eficiência, assim
como perceber e fortalecer os vínculos entre aluno, professor, escola, família e meio
social.
Sendo assim, fica evidente a importância do papel que o educador assume na
construção do desenvolvimento da aprendizagem, na vida de cada aluno.
Percebe-se, então, que dominar conteúdos e ter eficiência no processo de ensino-
aprendizagem são características muito valorizadas pelos alunos. Porém é de suma
importância a vinculação criada em toda construção desse processo. Educadores
pacientes, com atitudes democráticas e cooperadoras, que participam de atividades
extraclasse as quais proporcionam oportunidades de conhecer melhor seus alunos, têm
mais probabilidade de ser bem sucedidos em seu desempenho escolar.
As atitudes positivas do educador levam o indivíduo não só a uma maior
independência interna e autoconfiança, bem como contribui para desenvolver suas
habilidades e conhecer as próprias características e os seus próprios limites.O professor
não é mais visto como o dono da verdade, como mostrava a tão ultrapassada escola
tradicional. Hoje o educador deve ser o mediador do conhecimento, com atitudes
positivas, sem preconceitos. O professor deve ter a consciência de que ele é visto, pelos
seus alunos, como um exemplo de conduta, de posturas, e principalmente como um
modelo que, muitas vezes, se identifica com o professor.
O professor deixou de ser o mero transmissor do conhecimento, pois o educador
aprende enquanto ensina, e o aluno, enquanto aprende, também ensina.
É imprescindível também que o professor tenha uma formação sólida e consciente,
dada a complexidade do seu trabalho. No entanto, sabemos que o educador, muitas
vezes, não recebe incentivo necessário para aperfeiçoar-se, muito menos para suprir
suas necessidades básicas para o ensino, que são os recursos didáticos.
Com isso, o professor fica sujeito a condições de trabalho muito precárias,
ocorrendo uma contradição entre a necessidade de formação que se exige e as
condições oferecidas para a prática da atuação profissional.
Não havendo, no entanto, formas específicas e milagrosas de como acertar a
situação do professor brasileiro, espera-se, pelo menos, que os professores tenham
como princípio o hábito de refletir sobre o seu próprio trabalho, aprofundando seus
8
conhecimentos teóricos, com vistas a tornarem-se agentes transformadores e
facilitadores da aquisição do conhecimento.
Ser professor é ser artista, malabarista, pintor, escritor, doutor, psicólogo; é ser pai, mãe,
irmão, avô, avó...só?
É ser palhaço, bagaço, é ser paciência, ciência, informação, ação,
Para uns é o próprio Cristo; para outros, o demônio. Para estes, mal visto; para aqueles,
um santo.
Ser professor...é ser bússola, farol, sol, luz. É impelir para o bem. Incompreendido?
E muito. Defendido? Nunca. Seu filho passou de ano?... Claro, é um gênio, não passou?
Foi o professor que não ensinou.
Pra que ser professor? É um vício? Uma vocação? É uma e outra coisa. É ter nas mãos o
mundo de amanhã. É ter nas mãos o mundo e não ter nada.
Amanhã os alunos se vão e ele, o professor, fica de mãos vazias. Ainda há esperança,
olhos voltados para a estrela-guia, de que, no início do próximo ano, nova turma povoará a sala
de aula.
Aí, novos olhinhos, ávidos de cultura.
E ele, o mestre, o professor, vai ensinando - semeando - com toda ternura.
Nas novas cabecinhas, que, amanhã, brilharão no firmamento da pátria...fica, fica sim,
uma enorme saudade, e uma grande amizade...
Ao professor, o pagamento real?
Só na eternidade!
Fonte do texto: http://mailisa-criativa.blogspot.com.br/2011/10/arte-de-ser-professor.html-Acesso em
maio 2014
Segundo o poema não é nada fácil ser professor, um profissional muitas vezes
desvalorizado, incompreendido!
Mas será que ser professor é mesmo uma vocação? Professor é amor?
Registre a sua opinião sobre o tema.
9
3-PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
10
os padrões infantis. Um comportamento é maduro, na medida em que for igual ao
comportamento da grande parte das pessoas que têm a mesma idade.
Assim,por exemplo, dizer "Onde você vamos?" aos três anos de idade é um
comportamento maduro, pois a maioria das crianças dessa faixa etária pode falar dessa
maneira, enquanto que aos nove anos isso representaria um comportamento imaturo. De
acordo com a nossa cultura, um jovem de dezessete anos que interage com os outros por
meio de empurrões e brincadeiras desagradáveis pode ser considerado um rapaz imaturo
em termos de desenvolvimento social, portanto, maturidade, em termos psicológicos, é o
nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, em comparação com as outras
da mesma idade, nos aspectos intelectual, social, emocional e físico que devem estar
intimamente relacionados e coordenados.
O ser humano modifica o seu comportamento de acordo com o crescimento do
organismo, principalmente sob a influência de fatores internos e externos.
3-1-1 Maturação
A maturação é um fator interno importante que influi no desenvolvimento. Esse fator
consiste nas mudanças do organismo, determinadas de dentro para fora, como exemplo,
aumento de altura, tamanho dos órgãos, desenvolvimento das habilidades de correr e
andar, que permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que
anteriormente não possuía.
Um fato bem claro que comprova isso é a possibilidade de descobertas de uma
criança, quando ela começa a engatinhar, andar e correr, em relação a quando essa
criança estava no berço com alguns dias de vida. Um comportamento precisa, além da
maturação interna, interagir com o meio para se desenvolver com harmonia. Pais e
professores deveriam aproveitar mais cada momento de aprendizagem e maturidade da
criança para incentivar e mediar.
Uma criança de dois anos pode apresentar-se superativa por ter uma sede ilimitada
de conhecimentos; é necessário dar oportunidades de saciar esses conhecimentos, pelo
menos por certo tempo ela pode tender a ficar menos agitada.
Quando citamos a maturação, não estamos nos referindo apenas à maturidade
física, biológica, existem outros tipos de maturidade que acontecem em decorrência do
outro, de forma sistêmica.
11
Nenhum desses aspectos da maturidade podem ser esquecidos pela escola, que
pode e deve proporcionar aos alunos oportunidades para seu desenvolvimento como um
todo.
12
d) O desenvolvimento mental envolve uma capacidade de concentração por períodos
mais longos. Quanto mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e
concentração em uma tarefa.
e) O desenvolvimento mental envolve um declínio do devaneio e da fantasia. Os
sonhos, devaneios e fantasias infantis não constituem fuga da realidade, mas são
normais e necessários para o desenvolvimento da criança.
f) O desenvolvimento mental envolve o desenvolvimento da memória. Muitos podem
pensar que é na infância que a pessoa tem maiores possibilidades no campo da
memória. Entretanto, isso não é verdade, pois a linguagem, as experiências, as
percepções e a compreensão infantil estão longe de ter atingido seu
desenvolvimento máximo, e portanto, de possibilitar uma memória altamente
desenvolvida.
g) O desenvolvimento mental envolve um aumento da capacidade de raciocínio. O
raciocínio adulto será menos ingênuo e egocêntrico que o raciocínio infantil.
13
3-2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento
3-2-2 Alimentação
14
3-2-3 Preservação da natureza
A sobrevivência da humanidade depende da
preservação da natureza, um fator importante para o
desenvolvimento humano.
A poluição do ar, do solo, das águas, poluição visual e
sonora podem trazer consequências para o
desenvolvimento infantil, dificultando assim o rendimento
escolar. Nas grandes cidades onde existe excesso de
barulho, isso acarreta dificuldades de concentração, além
de prejudicar o aparelho auditivo; a poluição visual pode
trazer cansaço e fadiga; e a poluição do ar pode trazer problemas respiratórios.
A natureza de forma geral, as espécies animais e as áreas verdes precisam ser
preservadas, pois é desse equilíbrio que o ser humano necessita para sobreviver e se
desenvolver de forma harmoniosa e saudável.
Refletindo...
Baseando-se nos estudos dos fatores internos e externos que levam à modificação
do comportamento, elabore um texto sobre: "A importância dos fatores internos e
externos no processo ensino-aprendizagem".
15
Essa divisão foi baseada em diferentes critérios que se estabeleceram para concluir
se um indivíduo ainda é criança, se já é adolescente, ou um adulto
Passamos a descrever esses períodos que são: pré natal, período do recém
nascido,período da infância,puberdade e adolescência.
16
3-3-3 Período da Infância
Esse é um período longo e a caracterização de cada uma dessas etapas precisa ser
detalhado.
A Infância inicia-se com a queda do cordão umbilical e termina com a puberdade.
Podemos classificar a infância em:
Primeira infância tem início com a queda do
cordão umbilical e termina com o desenvolvimento
da oralidade e do caminhar. A criança já poderá se
alimentar sozinha e já possui uma certa
independência da mãe. No final deste período
começa a desenvolver a dentição.
Segunda infância - Inicia por volta dos dois anos
ou com o desenvolvimento e aquisição da linguagem
oral. Esta fase da infância termina aos seis anos.
Meninice- Geralmente inicia com a primeira
série do Ensino Fundamental e vai até a puberdade.
Nesta fase a criança já se expressa socialmente com
mais facilidade.
3-3-4 Puberdade -
Período que, nas meninas, tem início mais cedo, geralmente por volta dos doze
anos, já, no menino, em torno dos quatorze anos. É um período curto, de
aproximadamente dois anos. Nesta fase há os segredos, os diários, as conversas
confidenciais. No menino, a voz começa a engrossar e, nas meninas, aparece a
menstruação e o crescimento dos seios.
3-3-5 Adolescência
Não podemos estabelecer limites para a duração desse período, porque sua
evolução sofre influências como hereditariedade, maneira de viver, clima, tipo de
atividade, meio social, condições econômicas, entre outros fatores. Mas, de um modo
geral, podemos dizer que entre os dez, doze anos até os vinte, vinte e dois anos é que
acontece a fase da adolescência.
O adolescente, mesmo que encontre condições de escolha para o futuro, algumas
das quais podem durar para a vida toda como casamento, ter filhos e escolha de
profissão, toma essas decisões num tempo crítico, sendo que isso é dificultado pela
sociedade que lhe dá pouca liberdade de escolha. O adolescente perde a posição que,
17
enquanto criança, tinha como bem definida pela sociedade; e, pior, não consegue se
integrar no mundo adulto. A impressão que se tem é de que a criança tem tudo de que
precisa para viver no mundo social, e de repente tem que se adaptar a um mundo novo,
com outra escala de valores. Pode-se inaugurar aqui um drama, além do desenvolvimento
intenso nos campos biológicos, fisiológicos e psíquicos.
Na puberdade é que ocorrem as mudanças físicas, variando muito o início de uma
pessoa para outra.
18
de todo ser humano. São etapas que obedecem a uma sequência, embora varie a idade
em que cada ser humano inicia cada fase e quanto tempo permanece nela, determinadas
também pelas maneiras diferentes de pensar e agir.
Segundo Pfromm Netto, podemos estabelecer alguns princípios essenciais que
norteiam esse estudo.
19
coisa específica.
No que se refere à escrita da criança, primeiro ela escreve com todo o seu corpo, ela
movimenta ao mesmo tempo a cabeça, tronco e membros. Depois que suas estruturas
nervosas amadurecem e que exercita essa .habilidade, que os movimentos tornam-se
menores é que a criança começa a utilizar somente as mãos e os dedos.
Um bebê difere de outro ao nascer, na sua estatura e peso, mas a maioria nasce
com cinquenta centímetros de altura e pesa entre três e cinco quilos; normalmente os
20
meninos são maiores que as meninas. Os primeiros dois anos do bebê e o início da sua
adolescência são os momentos em que o crescimento apresenta maior velocidade,
havendo muitas diferenças no ritmo de crescimento de cada indivíduo.
Crescimento refere-se às mudanças das dimensões corpóreas, peso e estrutura. É
importante evidenciar que crescimento e desenvolvimento são processos distintos, mas
inseparáveis, que produzem no
homem as mudanças mentais,
sociais, físicas e emocionais; ou seja,
o biológico deve interagir sempre
com o social e o psicológico.
É preciso compreender o
homem não só no seu crescimento
como em seu desenvolvimento.
Quando o bebê nasce, já estão
presentes os sentidos: visão,
audição, olfato, tato e paladar, e
vários reflexos, tosse, preensão,
vomito, sucção, inclusive o reflexo de
andar e o de nadar.
O desenvolvimento das
habilidades motoras (movimentar,
agarrar, sentar, engatinhar e andar)
são muito visíveis na criança e
seguem uma ordem de
desenvolvimento, embora varie muito
de idade. Algumas crianças andam com dez meses, outras com mais de um ano.
O treinamento precoce dessas habilidades pode ser prejudicial, porque produz
frustrações e também experiências negativas, bem como a privação de oportunidades,
como deixar a criança sem a possibilidade de movimentos por muito tempo, ou, ainda,
pode retardar seu desenvolvimento motor.
Observai a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita
continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de
toda espécie; e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um
prazer. Rousseau
21
Sugestão de Filme
Como dado interessante porque apresenta uma reversão nas ideias sobre as fases
de desenvolvimento humano sugerimos assistir e fazer uma resenha sobre o filme de
Benjamin Button .que conta a história da vida de uma pessoa nasceu de forma incomum,
com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um
bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce.O filme o
Curioso caso de Benjamin Button é do ano de 2009 e foi dirigido por David Finch.
Ainda a respeito de cinema aconselhamos a assistir o filme Bebês(2010) de Thomas
Balmés,que acompanha a vida de quatro bebês durante um ano. São tomadas cenas de
um bebê na Mongólia,outro na Nigéria , outro nos Estados Unidos e outro no Japão
Será que quando uma criança nasce, ela traz consigo sentimentos de amor, raiva,
ódio, medo, etc., ou são as experiências que ela adquire com os adultos nos primeiros
anos de vida é que vão estabelecer o tipo de relacionamento que elas vão ter com as
outras pessoas? As atitudes positivas ou negativas que a
criança adquire são o resultado da ligação afetiva que ela
tem com a mãe ou com as pessoas de seu convívio?
Alguns psicólogos estudaram e observaram as
emoções que uma criança apresenta desde o nascimento, e,
através dessas observações, John B.Watson sugeriu que a
criança nos primeiros meses de vida apresenta emoções
como o medo, cólera e amor. Em relação aos medos, a
criança retinha a respiração; fechava os olhos, tremia,
gritava, chorava e fechava as mãos em forma de garras,
quando ouvia sons altos ou quando retiravam-na
bruscamente de um apoio corporal.
A cólera causava retenção dos movimentos espontâneos, os braços e os pés eram
movimentados com violência, a criança gritava e sua face contraía.
No amor, ela respondia com relaxamento muscular e uma respiração tranquila
22
quando era provocado por um contato suave, acalento ou acariciamento de algumas
partes do corpo.
Mas, outros estudos colocaram essa teoria em dúvida, achando difícil identificar as
reações dos recém-nascidos.
Para Bridges, quando uma criança nasce, ela só apresenta um comportamento
emocional, ou seja, uma excitação difusa, que acontece quando há mudanças bruscas no
ambiente. A partir dessa excitação é que se diferencia o prazer e o desprazer, e a partir
deste desprazer identificam-se respostas de cólera e medo.
Entre nove e dez meses a animação e a afeição pelos adultos são desenvolvidas a
partir de satisfação ou do prazer. A afeição por outras crianças aparece com um ano e
três meses; o ciúme, quando a criança já está com um ano e quatro meses, e as
manifestações de alegria e risadas, quando a criança está com um ano e dez meses.
Esses comportamentos aparecem graças à maturidade que, com o desenvolvimento,
se manifesta na criança, podendo ser modificados. A criança aprende a expressar suas
emoções, à medida que o desenvolvimento vai se processando,
Quando a criança passa a usar mais a linguagem, consegue expressar suas
emoções por palavras e não mais por atos.
É natural uma criança em idade pré-escolar sentir ciúmes de seus brinquedos, dos
seus pais, não os dividindo com ninguém.
Durante o período escolar, a atenção da professora e as notas são causas de
emoções, a criança já consegue se controlar ou disfarçar suas reações de desgosto.
A criança muda o seu estado emocional com frequência e rapidez. Uma hora chora e
imediatamente sorri, com muita facilidade, ela apresenta episódios emocionais, enquanto
os adultos apresentam estados emocionais.
Com Copérnico, o homem deixou de estar no centro do universo. Com
Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal. Com Marx, o
homem deixou de ser o centro da história (que, aliás, não possui um
centro). Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo.
Eduardo Prado Coelho
23
sujeito. Sem dúvida o maior nome da Psicanálise é o de Freud.
24
O terceiro componente é o superego que se desenvolve cedo na infância, através de
"regras" e "limites"; o superego surge como uma censura, determinado como
autocontrole.
Se por um lado o ego tenta mediar as paixões e os impulsos do id, o superego inibiu
por completo.
São os instintos propulsores de toda a dinâmica de todo o comportamento humano,
no sentido amplo de toda a atividade observável. A libido é a forma de energia na qual se
manifestam os instintos da vida.
Significado de Libido
s.f. Busca instintiva pelo prazer sexual; desejo sexual: algumas pessoas
seguem sempre sua libido.
Psicanálise. Segundo as teorias Freudianas, refere-se à energia vital que está
na base das modificações da pulsão sexual.
Psicanálise. Segundo as teorias de C.G. Jung, força ou energia psíquica.
(Etm. do latim: libidus.inis)
Fonte: http://www.dicio.com.br/libido/ Acesso em maio de 2014
Fonte:institutoluzes.com.org-maio de 2014
25
Grito de Alerta
Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
e me bota na boca
um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas
assim meio pedindo
querendo ganhar
um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
engasgo, engulo
reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
é um rio secando
as pedras cortando
eu vou perguntando
até quando?
São tantas coisinhas miúdas
roendo, comendo
arrasando aos poucos
com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
de gritos e gestos
num jogo de culpa
que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei
o quanto estou errado
e o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
em que o copo está cheio
e que já não dá mais pra engolir
Nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa Vê
se entende o meu grito de alerta
Veja bem
É o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não
Segundo a canção "Grito de Alerta", tão bem interpretada por Gonzaguinha, podemos
perceber que "viver é fácil", o difícil é conviver, baseando na teoria freudiana no que se refere ao
id, ego e superego, pense e interprete a seguinte frase que diz:
"Há um lado carente dizendo que sim, e essa vida da gente gritando que não".
26
3-8 Estágios de desenvolvimento da personalidade
27
além de receber o alimento, satisfaz importantes necessidades psicológicas do bebê.
A amamentação ao seio é a primeira satisfação que o bebê tem, após o nascimento,
por intermédio da mãe. Desta maneira, o bebê tende a adquirir mais confiança e fé em
sua mãe e, consequentemente, são mais fáceis de conduzir e orientar. Já o desmame
deve ser um processo lento e gradual, quando a presença da mãe deve ser constante,
para que não traga consequências drásticas ao bebê.
É necessário que se evitem frustrações para o novo ser nos primeiros meses de
vida, pois isso lhe causa exagerada tensão, cujos efeitos podem resultar em perturbações
do comportamento. Assim, para o bebê, o princípio de prazer deve predominar e o que se
pode fazer com segurança é introduzir, aos poucos, ordem em suas funções, tornando-as
fáceis e satisfatórias.
28
Segundo Freud, é a fase na qual nasceria no menino o temor à castração e na
menina o desejo do pênis que lhe falta, acompanhado de um ressentimento contra a mãe
que não a dotou disso.
Nessa fase, acontece também o Complexo de Édipo, que recebeu este nome, tendo
como referência a lenda grega, a qual relata que Édipo matou involuntariamente o seu
pai, casando-se com a mãe. Nesse estágio a criança sente certa rejeição pelo progenitor
do mesmo sexo, na qual vê como um rival. Posteriormente irão identificar-se com o
progenitor do mesmo sexo para conquistar o sexo oposto.
As figuras paternas e maternas necessitam de que seus papéis sejam determinados
e seguros, pois, caso contrário, os filhos poderão desprezar suas figuras. Com o término
desses três importantes estágios, a criança ingressa num outro período que Freud
denominou de latência :
29
30
4- DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
31
permanecem as mesmas.
Para alcançar um novo estado de equilíbrio, dois mecanismos são associados: a
assimilação e a acomodação.
Através da assimilação incorporamos o mundo exterior, atribuímos significações a
partir de experiências anteriores, e, pela acomodação, o organismo precisa se modificar e
se transformar para se ajustar às demandas impostas pelo meio.
Os processos de assimilação e acomodação, ocorrendo durante anos, irão
transformar as estruturas primitivas em estruturas mais sofisticadas.
A natureza e a caracterização da inteligência mudam significativamente com o
passar do tempo, portanto Piaget definiu alguns estágios para o desenvolvimento mental
ou cognitivo, variando a idade para o aparecimento de cada um.
32
Por exemplo, um bebê suga melhor no décimo dia do
que no terceiro dia. Já com quatro meses, a criança olha
para aquilo que ouve, tenta alcançar objetos, agarra-os e
coloca-os na boca. Aos seis meses o bebê adquire um
conceito importante para o desenvolvimento mental,
chamado objeto permanente, ou seja, ela passa a
entender que um objeto, mesmo escondido, existe,
embora ela não possa vê-lo. A criança sabe que o
desaparecimento é apenas temporário. Exemplo: brincar
de esconde-esconde, uma pessoa aparece e desaparece.
A criança já pode manter em sua mente a figura do objeto
desaparecido, é quase que como o início da memória
elementar.
Depois de um ano de idade, a criança já procura
meios para atingir aquilo que deseja e, por volta de dois
anos, ela já evolui de uma atitude passiva em relação a
tudo que a rodeia para uma atitude mais ativa e
participativa.
Nesse estágio, que vai dos dois aos sete anos, aparece o desenvolvimento da
capacidade simbólica, ou seja, ela já usa símbolos mentais, imagens ou palavras, que
representam coisas e pessoas ausentes. O sujeito passa a ter um pensamento intuitivo,
ou seja, fazem julgamentos sem usar a lógica. As comparações mentais precisam ser
vistas, tocadas, mostradas. O sujeito confunde o seu pensamento com o do sujeito com
quem conversa.
Um dos acontecimentos mais importantes nesta fase é o aparecimento da linguagem
e, em virtude dela, o desenvolvimento do pensamento se acelera.
33
Piaget evidenciou algumas características do pensamento infantil neste estágio:
• Egocentrismo: revela a incapacidade de a
criança se colocar no ponto de vista do outro.
O centro de tudo é o próprio sujeito. Um
exemplo de pensamento egocêntrico é quando
a criança faz uso do jogo da imaginação e da
imitação (jogo simbólico), brinca de carrinho,
casinha e comidinha; aqui, neste estágio, a
criança transforma sua vida real em ficção,
prevalecendo aquilo que deseja.
• Pensamento verbal: é a fase do pensamento em que a criança deixa o
pensamento egocêntrico e passa a procurar a razão causal e finalista de
tudo. Nesse momento o pensamento infantil apresenta três
características:
a) Finalismo: é a famosa fase dos porquês, a criança precisa e quer saber o
porquê das coisas, para ela, não existe o acaso, e tudo deve ter uma causa.
b) Animismo: a criança dá vida aos objetos inanimados, e acredita que esses são
capazes de sentir, andar, etc. Exemplo: A Lua está triste.
c) Artificialismo: a criança acredita que ela ou qualquer ser humano criou tudo
que existe no mundo. Exemplo: o homem fez as estrelas e as colocou no céu..
· Pensamento intuitivo: a criança pensa da forma como ela vê, ela afirma
aquilo que percebe, sem conseguir reverter uma situação.Seu pensamento
apresenta traços característicos.
a) Centralização: conservação de massa/quantidade. A criança é capaz de
perceber os diferentes aspectos de um objeto, ou de um conhecimento, usa
mais a intuição do que a lógica. Exemplo: se mostrarmos para a criança duas
massas de modelar com a mesma quantidade de massa, porém com formas
diferentes, ela vai achar que tem mais massa aquela que para ela aparenta
formato maior.
b) Dicotomia: as crianças na fase pré-operatória conseguem usar critérios
definidos para executar a classificação agrupando os objetos por acaso. Para
essa criança objetos de formas, tamanhos e cores se misturam. A partir dos
cinco anos elas já conseguem agrupar objetos identificando tamanho, forma ou
34
cor.
c) Inclusão de classe: a criança neste estágio não consegue entender que um
objeto pode pertencer ao mesmo tempo a duas classes.
d) Seriação: a criança pequena é incapaz de perceber as diferenças de tamanho
fazendo ordenações causais.
Essas características do pensamento infantil aparecem dos sete aos onze, doze
anos, quando o sujeito pensa vendo, fazendo, olhando. O sujeito pensa no que faz. Pensa
fazendo e faz pensando. A criança usa sua lógica quando manipula objetos concretos, e
em situações reais, e não consegue pensar em termos abstratos. Dando um exemplo: um
problema de matemática, com enunciado verbal, torna-se muito difícil porque ela só se
sente capaz de resolver situações-problemas através da manipulação dos objetos. Neste
estágio as crianças já estão mais preparadas para começar um processo de
aprendizagem sistemático, já são capazes de trabalhar em grupo e adquirirem autonomia.
Ainda neste período a criança começa a entender noções de maior, menor, esquerda e
direita.
Seu pensamento está se tornando mais lógico e estável, mas ela ainda não é capaz
de lidar com ideias abstratas. O uso de representações mentais de eventos e coisas já
permite que a criança torne-se capaz de classificar, seriar, entender os princípios de
conservação. A criança já descentraliza, ou seja, é capaz de levar em conta todos os
aspectos de uma situação e compreende a característica reversível da maioria das
operações.
O egocentrismo diminui e a criança começa perceber que é um ser distinto e
separado do resto do universo. Já é capaz de se colocar no lugar de outra pessoa e
efetuar julgamentos morais. Os conceitos de realismo, animismo, e artificialismo já
começaram a ser descartados de seu pensamento.
É importante que o professor do Ensino Fundamental tenha consciência das
capacidades que as crianças desta faixa etária apresentam; sempre voltadas para o
desenvolvimento das operações concretas as crianças necessitam trabalhar, com tudo
que possa ser visto e manipulado. Conceitos abstratos só têm validade se forem
vivenciados na prática, ou seja, de nada adianta dar definições muito teóricas.
35
Vamos ver como acontece a evolução da criança em relação à conservação(relativo
ao pensamento intuitivo) que talvez seja o trabalho mais conhecido de Piaget. A
capacidade que uma criança tem de conservar está presente quando ela já consegue
reconhecer que duas quantidades iguais, de substância, volume ou peso, permanecem
iguais, mesmo que essas quantidades sejam transformadas.
Que tal realizar uma pesquisa?
Para percebermos o nível de pensamento da criança, podemos aplicar as provas
piagetianas, considerando sempre o ponto de vista infantil.
Desenvolva uma pesquisa com duas crianças na faixa etária de 4/5 anos e outra de 8/9
anos, realizando a prova piagetiana de conservação de massa.
Conservação de massa
Primeiro momento
- mostrar a caixa de massa de modelar nova;
- pedir a criança que escolha duas cores;
- pedir a criança que faça uma bola de cada cor escolhida. Perguntar
à criança:
- Você acha que nas duas bolinhas tem a mesma quantidade de massa? Ou alguma tem
mais, alguma tem menos?
(seja qual for a resposta da criança, devemos perguntar: por quê?)
Nesse momento a criança deve ter a certeza de que nas duas bolinhas existe a mesma
quantidade de massa, só assim poderemos seguir a prova.
Segundo momento
Agora, eu gostaria que você escolhesse uma cor para você. A criança escolhe uma cor e o
examinador fica com a outra.
Veja o que eu vou fazer com a minha bolinha.(O examinador estica sua bolinha, fazendo
uma salsicha).
Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade? Ou alguém tem mais,
alguém tem menos?
(A criança responde).
Perguntamos sempre, por quê?
(Nesse momento ela vai responder conforme sua estrutura cognitiva permitir).
Sempre voltamos a fazer a bolinha inicial e perguntamos novamente.
Terceiro momento
Amassar a bolinha em forma de uma pizza. Perguntar
novamente a criança:
- Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade de massa? Ou
alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê? (Volta a fazer a bola inicial)
Quarto momento
Fazer umas quatro ou cinco bolinhas
- E agora, você acha que nós continuamos com a mesma quantidade de massa?
Ou alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê?
36
4-4 Estágio das Operações Formais
Após os doze anos, o pensamento que antes era concreto, agora passa a ser formal,
abstraio. O adolescente já não precisa manipular objetos, tira suas conclusões através de
hipóteses (pensamento hipotético - dedutivo) e imagina possibilidades, isto é, ele se torna
capaz de tirar conclusões a partir de hipóteses.
Se X é maior que J, e J é maior que Z, então X é maior que Z.
No período anterior, seu pensamento operava apenas no concreto, agora
desenvolve a capacidade para pensar abstratamente. isso permite que os jovens usem de
flexibilidade nos problemas, pensem sobre hipóteses, testem e deduzam se ela é ou não
verdadeira, ou seja, o adolescente já é capaz de raciocínio hipotético-dedutivo.
À medida que esse adolescente foi crescendo, suas estruturas neurológicas também
foram se desenvolvendo, seu ambiente social se ampliou e as oportunidades que ele teve
de experimentação deixaram impressões sobre ele. As interações desses fatores
possibilitaram que suas estruturas cognitivas amadurecessem.
Ginsburg e Opper (1969) fazem um resumo dos pensamentos de Piaget no que se
refere à atividade intelectual do adolescente.
Na esfera intelectual, o adolescente tem uma tendência a envolver-se
com questões abstratas e teóricas. Constrói elaboradas teorias
políticas ou inventa doutrinas filosóficas complexas. Pode
desenvolver plano para a reorganização completa da sociedade ou
entregar-se à especulação metafísica. Acabando de descobrir
capacidades para pensamento abstraio, ele passa a exercitá-las sem
restrição. Com efeito, no processo de explorar suas novas
capacidades, algumas vezes o adolescente perde contato com a
realidade e julga que pode realizar tudo apenas pelo
pensamento.(p.204-205)
37
programas ou projetos de vida.
Inhelder e Piaget (1976, p. 256) deixam clara a influência em relação aos projetos de
vida.
...Tem uma influência real no desenvolvimento ulterior do indivíduo e
pode ocorrer que encontremos em seus papéis de adolescente o
esboço de ideias que efetivamente desenvolverá mais tarde. Mas em
muitos outros casos, os projetos da adolescência parecem mais uma
espécie de jogo superior com funções de compreensão, da
participação em ambientes realmente inacessíveis, etc. Assim, o
adolescente aceita orientações que o satisfazem certo tempo e são,
em seguida, abandonadas.
Esses projetos de vida, indispensáveis para a estruturação de uma personalidade,
podem ser abandonados a partir do momento em que ele percebe que seu desempenho
não condiz com aquilo que seja necessário para a construção desses projetos. Daí a
necessidade de intervenção dos adultos, entre eles pais e professores, em tornar o
adolescente mais realista, apesar de o fato de sonhar ser um comportamento necessário.
Na vida social do adolescente, ele prefere o convívio dos amigos ao da sua família; é
muito sensível às demonstrações de amizade, solidariedade e de simpatia, busca a
aprovação e luta para integrar-se num grupo social, aí seu interesse em participar de
sociedades políticas, esportivas, etc.
Num primeiro momento, o adolescente, em contato com amigos da mesma idade,
discute as reformas sociais e só mais tarde é que passa a conviver com movimentos
coletivos para a construção de um mundo melhor, busca uma realização pessoal e
através do estudo e do trabalho adapta-se à sociedade. O fato de o adolescente muitas
vezes querer viver a sua própria vida, de se sentir independente e adquirir experiência
pessoal leva a uma difícil relação com os pais que tentam impor suas experiências, e que
só ficam tranquilos à medida que o adolescente cede às pressões da sociedade e se
enquadra nas regras do jogo do mundo dos adultos; comparado ao comportamento de
um adolescente, Piaget(p 69) conclui:
Aqueles que, entre quinze e dezessete anos, nunca construíram
sistemas inserindo seu programa de vida em um vasto sonho de
reformas, ou aqueles, que no primeiro contato com a vida material
sacrificaram suas ideias quiméricas a novos interesses adultos, não
foram os mais produtivos. A metafísica própria do adolescente, assim
como suas paixões e megalomanias, são preparativas reais para a
criação pessoal.
38
Leitura complementar
39
Alvorada, Praça dos Três Poderes, Lago Paranoá, etc. Estas associações exemplificam o
ponto de vista de Piaget, segundo o qual "desde que o conhecimento seja organizado
numa totalidade estrutural coerente, nenhum conceito pode existir isolado". Cada conceito
é sustentado e colorido por uma rede completa de outros conceitos.
Conhecer o fato específico de que Brasília é a capital do Brasil é um exemplo de
conhecimento no sentido restrito. O quadro geral que habita a criança a compreender a
afirmação específica sobre Brasília, nos aspectos de sua classificação e relação é, por
outro lado, um exemplo de conhecimento no sentido amplo. Este conhecimento não é
uma coleção de fatos específicos, mas antes, uma estrutura organizada.
"Conhecimento no sentido amplo é o que possibilita à criança compreender uma
informação específica".
Para Piaget, o significado do conhecimento específico depende do desenvolvimento
do conhecimento no sentido amplo. A criança compreende e aprende novas coisas
através de seu amplo quadro de conhecimentos, ou seja, sua inteligência.
Para compreender o que Piaget quer dizer quando afirma que "o que possibilita à
criança a compreensão de afirmações específicas é o conhecimento no sentido amplo",
pensemos nas perguntas mais divertidas que fazem as crianças no nível pré-operacional.
Um exemplo foi dado por uma psicóloga cujo filho de quatro anos perguntou: Por que o
sol é tão quente? Tentando responder a seu filho de uma maneira que ele pudesse
entender, a mãe disse: Porque o sol é como uma grande bola de fogo. A pergunta
seguinte foi: Quem atirou ela lá?
A razão desse tipo de pensamento da criança pré-operacional, diferente do
pensamento adulto, é que o conhecimento é construído na mente pela assimilação do
conhecimento anterior: o conhecimento é sempre um todo organizado em que cada nova
ideia é encaixada.
( ROGERS apud KAMII, C. & DEVRIES, R.,1992)
Atividade
A partir do exemplo de Brasília citado no texto (p 39 da apostila) aponte uma outra situação
que envolva conhecimento específico e conhecimento amplo.
40
5 - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Antes mesmo de uma criança aprender a falar, ela já entende a linguagem. Logo
após o seu nascimento é capaz de perceber os sons, e seu choro é uma forma de se
comunicar.
41
Sabemos que um único fator não é suficiente para uma criança aprender a falar, ela
precisa de certas estruturas genéticas, maturação do sistema nervoso, das cordas vocais
e de um ambiente que propicie e estimule a linguagem.
42
língua que a criança vai falar. São eles : causalidade, expansão, consciência estrutural,
operacionalização e criativo.Vamos acompanhar algumas características dos mesmos?
O primeiro estágio é o da casualidade (zero a oito meses).
É anterior à linguagem propriamente dita, a criança apenas produz sons
aleatoriamente. Não há ligação entre os sons e a linguagem posterior.
Para a passagem do balbucio à linguagem significativa é necessário um
amadurecimento neurológico, que ocorre depois do oito meses de vida,
O balbucio é igual para todas as crianças, independente da raça ou da língua,
mesmo as crianças deficientes auditivos balbuciam, posteriormente não desenvolvem a
fala como crianças que ouvem.
Até seis meses, a criança ri, chora e produz os sons; após essa idade, começa a
produzir sons como "papa", "dada", etc., à medida que os adultos reagem a esses sons, a
criança começa a emiti-las propositalmente, querendo chamar a atenção.
Entre oito e dez meses a criança repete para si mesma longas sequências do
mesmo som (ecolalia).
O segundo estágio é o da expansão (oito a vinte e quatro meses) quando surge a
primeira palavra e logo seguem as outras. Muitas vezes não são palavras convencionais,
mas, sons que significam algo para a criança, por exemplo: pó - chupeta, papa - comida.
Para ser considerada uma palavra não é preciso que tenha um som convencional,
mas que seja usada para um mesmo objeto ou situação.
Inicialmente existem as palavras frases, exemplo: aco-paninho - significa "quero meu
paninho, estou com sono", aos poucos a criança vai desenvolvendo a palavra, até
dominar a linguagem correta.
O terceiro estágio é o da consciência estrutural (dois a quatro anos). Neste estágio a
criança procura regras para poder generalizar.
Criam uma regularidade e criam sua gramática própria até para as formas
irregulares. Exemplo: Eu fazi, eu trazi.
Enriquecem seu vocabulário rapidamente. Em todas as línguas as mudanças se dão
numa mesma sequência, mesmo que num ritmo variável.
É importante ter claro que a linguagem não é uma imitação, mas uma criação;
quanto mais se interage com a criança, procurando compreender sua comunicação, mais
a criança se sentirá estimulada a enriquecer sua linguagem.
O quarto estágio é o da automatização (quatro - cinco anos a dez anos).
Nesta fase a criança se adapta à linguagem do grupo. Pode falar de uma forma com
43
a família e de outra com o seu grupo de amigos. A criança já domina um vasto
vocabulário.
O quinto estágio é o criativo (onze a dezoito, vinte anos)
A tendência é criar uma linguagem própria, diferente da dos adultos.
Algumas pesquisas mostram que crianças de classe média têm um vocabulário mais
amplo que a criança de classe menos favorecida. Isso porque se conversa mais com as
crianças desde as primeiras semanas de vida, o que possibilita que elas desenvolvam
um vocabulário maior.
Este é um fator que pode trazer facilidades ou dificuldades para a criança
compreender e construir sentenças mais complexas.
Atividade
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
44
6- PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS DIFERENTES CONCEPÇÕES
6-1- Inatismo
45
realidade de acordo com os interesses, e a função do professor é a de permitir o
desenvolvimento. Tal concepção acabou gerando rotulações no contexto escolar e na
atuação do educador em sala de aula, no sentido de valorizar os testes de inteligência,
aptidões e prontidão para a aprendizagem.
Como o homem "já nasce pronto", o ambiente e a ação educativa podem apenas
modelar o desenvolvimento e melhorar um pouco o que o indivíduo possa vir a ser.
Alguns autores expressam a concepção inatista com o ditado popular "pau que
nasce torto, morre torto"; portanto, pouco pode fazer em relação ao desenvolvimento
humano.
46
Esses pensadores, psicólogos da corrente ambientalista, que neste século
dominaram a Psicologia, a partir da década de 50 até meados de 80, definiram a
aprendizagem como uma mudança no comportamento ou uma adoção de novas formas
de comportamento, resultante dos estímulos do ambiente. Para Skinner o papel do
ambiente é mais importante do que a maturação biológica. Para os ambientalistas a
educação consiste em manipular ou condicionar comportamentos, e já que o aluno é um
ser passivo, a sociedade é quem modela o seu comportamento, portanto, também é o
papel do professor condicionar o seu aluno para que o estudante possa obter respostas
desejáveis ou extinguir as indesejáveis, não tendo ele a menor possibilidade de escolha,
de autenticidade.
Algumas consequências da concepção ambientalista na educação :
- Currículos fechados, definição dos objetivos do ensino.
- Planejamento das aulas.
- Apostilas, tudo é mastigado, para que pensar?
- O aluno é treinado.
- Disciplina, o aluno é padronizado, condicionado.
- Enfatiza a memorização.
- Visão do mundo, o aluno é passivo, fica esperando a resposta.
- Desconsidera o individualismo, a história do aluno em si.
6-3 Interacionismo
47
"Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém educa a si mesmo: os homens se
educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.(...) A leitura do mundo precede a leitura da
palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele". Paulo Freire
ATENÇÃO
Você já definiu o que é aprendizagem. Conhecendo um pouco sobre as visões de
como o aprender acontece no sujeito, em qual das visões a sua definição se enquadraria?
Fonte: http://sociologiass-unespunesp.blogspot.com.br/2011_03_21_archive.html
48
7-TEORIAS DA APRENDIZAGEM
7-1 Behaviorismo
Iniciou-se nos Estados Unidos com estudos de John B. Watson, e tem foco no
comportamento.
Para essa teoria o estímulo (meio) e respostas (manifestações comportamentais)
são as unidades básicas da descrição e o ponto de partida para a compreensão do
comportamento humano.
O comportamento reflexo é o comportamento não voluntário, que dá respostas
produzidas por modificações do ambiente. Por exemplo: contrair as pupilas quando uma
luz forte incide sobre os olhos, ou a salivação devido a uma gota de limão sobre a língua,
ou ainda sobre as lágrimas nos olhos ao cortar cebola, etc.
O comportamento operante é o comportamento que opera sobre o mundo, ou seja,
age no mundo. Por exemplo: A leitura de um livro, a escrita, pedir para o táxi parar com
um gesto de mão, tocar um instrumento musical, namorar, etc.
De acordo com essa teoria, aprendizagem significa condicionamento, ou seja,
quando queremos que o indivíduo aprenda um novo comportamento, precisamos
condicioná-lo a essa aprendizagem. Esse processo consiste em apresentar estímulos
para que a aprendizagem ocorra, quando a pessoa manifesta o comportamento, o qual
queremos que ela aprenda. Esses estímulos são chamados de reforços, e devem estar
49
relacionados com alguma necessidade da pessoa que aprende.
Os reforços podem ser classificados em positivos ou negativos, assim, se deixarmos
um ratinho privado de água durante vinte e quatro horas, ele aprenderá o comportamento
de tomar água assim que tiver oportunidade. Esse comportamento foi aprendido e
mantido pelo efeito que proporcionou: matar a sede, esta é a lei da ação - efeito.
Já no laboratório, ao determinarmos a
resposta que o organismo deverá emitir para
conseguir o efeito de matar a sede. Skinner
Barra
colocou um ratinho numa caixa onde se encontra
uma barra que, pressionada, aciona um Água
Bandeja
mecanismo (camuflado pelo rato) que possibilita
de
a saída de uma de água de uma pequena haste.
Isso acontece pela primeira vez por acaso, ele
Caixa de Skinner
então continuará buscando a água e irá repetir o
seu comportamento até que ele associe o ato de
pressionar a barra ao aparecimento da água.
Neste caso, o comportamento operante, que propicia a aprendizagem do
comportamento e da ação do organismo sobre o meio e o efeito resultante é o de
satisfazer a necessidade, ou seja, a relação que se estabelece entre a ação e seu efeito.
R - S (R é a resposta, pressionar a barra, - S é o estímulo reforçador (a água)).
Estímulo reforçador é o reforço, ou seja, o estímulo de nossa ação está nas
consequências dessa ação. Por exemplo: Abrir a janela para o sol entrar, tocar um
instrumento musical para ouvir o som, etc.
O reforço positivo altera o comportamento para fortalecer o comportamento que o
precede.
O reforço negativo fortalece a resposta que remove o comportamento.
Por exemplo: Voltamos à caixa de Skinner, que, em vez de gotas de água, terá um
choque no assoalho, que poderá ser removido pela pressão da barra. O ratinho pressiona
a barra e o choque desaparece, o bater na barra está associado ao desaparecimento do
choque (reforço negativo).
O positivo oferece alguma coisa ao organismo; o negativo permite a retirada de algo
indesejável.
Para que um condicionamento seja mais duradouro, não precisamos dar o reforço
todas as vezes; segundo a teoria, basta fazê-lo de forma intercalada.
50
Como alternativa para as salas de aula, Skinner criou os textos de instrução. O aluno
lê a questão e escreve a resposta num determinado espaço. Depois ele verifica se a
resposta está correta ou não. Se estiver correta, vai se sentir reforçado e então passará
para a questão seguinte. Caso contrário, deve voltar às questões que não foram
aprendidas.
51
Exemplos de percepção .
Quantos animais?
52
abrangente do que haviam feito os behavioristas.
Como desdobramento da gestalt surge a teoria de campo . A teoria de campo explica
como a aprendizagem e a percepção dependem do campo psicológico da própria pessoa,
ou seja, depende das suas atitudes, de seus sentimentos, expectativas e ainda da forma
com o ambiente externo atua em relação a todas condições internas do indivíduo. O
principal nome ligado a essa corrente foi Kurt Lewin.
O conceito principal desta teoria é chamado de espaço vital, que são as
características da pessoa e também do meio onde vive.
Lewin coloca, ainda, que todo comportamento deve ser visto em sua totalidade,
chegando ao conceito de grupo, que tem como principal característica a interdependência
de seus membros.
Para a teoria de campo, toda aprendizagem é uma mudança na estrutura cognitiva
do indivíduo, ou seja, à medida que aprende, o sujeito aumenta seu conhecimento,
ampliando e diferenciando o espaço vital.
Essa mudança na estrutura cognitiva acontece através de repetições ou de acordo
com as necessidades do indivíduo.
Para compreendermos o campo psicológico das pessoas, faz-se necessário
sensibilidade em relação aos sentimentos e atitudes de cada um.
7- 3 Teoria cognitiva
53
perguntas e à introdução de novidades, o estabelecimento de um clima democrático em
sala. Tudo isso, num ambiente interessante e propício à reflexão e às descobertas.
A teoria cognitiva concebe a aprendizagem como a solução de problemas, que,
segundo Dewey, segue o seguinte esquema:
1. tomada de consciência do problema;
2. delimitação do problema;
3. aparecimento das hipóteses;
4. seleção da hipótese mais provável;
5. verificação da hipótese;
6. confirmação do resultado e generalização.
54
8- Incentivação e motivação
8-1 Incentivo
novamente a comer e pode comer até sessenta por cento a mais, além do padrão de
55
Assim temos como exemplo que um premio em dinheiro, a presença de uma
isso se constitui em incentivos positivos, pois se apresentam como algo agradável que
8-2 Motivação
Motivo é tudo aquilo que leva alguém a fazer alguma coisa. Poderíamos defini-lo
como tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade.
A necessidade de vencer na vida leva os estudantes para as salas de aula. A sede
leva o motorista a parar o carro e procurar água ou refrigerante num bar. O interesse por
conhecer os motores leva o adolescente a procurar revistas de mecânica. Para
resguardar suas riquezas, o rico proprietário vota nos candidatos conservadores.
Podemos identificá-lo como aquela quantidade de energia psíquica capaz de
determinar um comportamento individual ou social.
Numa definição um pouco mais aceita, motivo vem a ser tudo aquilo capaz de
determinar um comportamento individual ou social. Há, pois, motivos individuais e
motivos sociais. Os primeiros movem os indivíduos e os segundos, os grupos.
Uma parada para revisão:
1- Estabeleça a diferença entre motivo e incentivo
2-Na execução de uma aula o professor utiliza variados recursos para despertar e
manter a atenção do aluno. Devem esses recursos ser considerados motivos ou
incentivos?
3- Pensando numa aula cite um exemplo de uma situação de motivação e outra
de incentivo.
56
Texto complementar
57
anos é levada a um país estrangeiro, e se lhe é permitido brincar, livremente, durante
horas, com seus novos companheiros, sem nenhuma instrução prévia sobre a língua que
eles falam, as crianças aprenderão conseguindo em poucos meses, até mesmo a
entonação que lhe é própria. Estará aprendendo de um modo que tem significado, que
tem sentido para ela, e tal aprendizagem se processa em espaço de tempo relativamente
curto. Mas se alguém tentar instruí-la na nova língua, baseada esta instrução nos
elementos que tem significado para o professor, a aprendizagem será tremendamente
lenta ou simplesmente não se fará.
Esse exemplo, fundado em fato comum, merece ser bem ponderado. Por que é que
a criança, deixada a si mesma, aprende rapidamente de forma que não se esquecerá tão
cedo e por um meio que tem significado eminentemente prático para ela? E por que tudo
poderia se deteriorar se fosse "ensinado" de maneira a só envolver a sua inteligência?
Talvez um exame mais aprofundado nos ajude a responder.
Definamos, com um pouco mais de precisão, os elementos envolvidos em tal
aprendizagem significativa ou experiencial. Ela tem a quantidade de um envolvimento
pessoal. A pessoa como um todo, tanto sob o aspecto sensível, quanto sob o aspecto
cognitivo, inclui-se no fato da aprendizagem. Ela é auto-iniciada. Mesmo quando o
primeiro impulso ou o estímulo vem de fora, o senso da descoberta, do alcançar, do
captar e do compreender vem de dentro. É penetrante. Suscita modificação no
comportamento, nas atitudes, talvez mesmo na personalidade do educando. É avaliada
pelo educando. Este saber está indo ao encontro de suas necessidades, em direção ao
que quer saber se a aprendizagem projeta luz sobre a sombria área de ignorância da qual
tem ele experiência. O locus da avaliação, pode-se dizer, reside, afinal, no educando.
Significar é sua essência. Quando se verifica a aprendizagem, o elemento de significação
desenvolve-se para o educando dentro de sua própria experiência com um todo. A
aprendizagem, como já vimos, acontece durante toda nossa vida, mas ainda temos a
necessidade de saber como nossos alunos pensam, se desenvolvem e como adquirem o
conhecimento do mundo. Muitos psicólogos da educação vêm se dedicando ao estudo
dos processos de desenvolvimento e aprendizagem, mas ainda não chegaram a um
acordo sobre os aspectos considerados importantes neste processo.
As diferentes teorias para explicar o desenvolvimento e o processo ensino/
aprendizagem e procurar entender o ser humano a partir de diferentes pontos de vista,
procurando contribuir sempre para o seu aperfeiçoamento, não encontra uma resposta
final para essas questões, portanto nenhuma teoria pode ser considerada superior. É
58
importante que os professores entendam, compreendam e analisem as diferentes
concepções de aprendizagem para que sua atuação tenha coerência educacional. O
caminho a ser escolhido deve ser baseado numa postura pedagógica consciente.
(ROGERS, Carl 1978, p. 4-5.)
Refletir...
Pense no trabalho que você realiza com seus alunos ou no que é feito em sua
escola. Assim indique como você pode agir para tornar a aprendizagem de seus
alunos mais significativa. Use o texto de Rogers como suporte para a sua resposta e
acrescente as ideias de outros autores , se achar necessário.
59
9- DESENVOLVIMENTO E LINGUAGEM NA VISÃO DE VYGOTSKY
60
problemas.
Para Vygotsky, pensamento e linguagem são dois círculos interligados. É na união
deles que se produz o pensamento verbal, o qual não inclui todas as formas de linguagem
nem todas as formas de pensamento, caso da inteligência prática, que nem todas as
áreas do pensamento têm relação direta com a fala.
Vygotsky não aceita a sequência de estágios cognitivos proposta por Piaget, porque
acredita na diversidade das condições histórico-sociais em que vivem as crianças. Para
ele os fatores biológicos preponderam sobre os sociais apenas no início de vida, depois o
desenvolvimento do ser humano se dá dependendo das condições e das interações
humanas.
Para Vygotsky, desenvolvimento e aprendizagem podem ser discutidas do ponto de
vista de três teorias. Na primeira o indivíduo tem que estar "pronto" para aprender. É
necessário um certo nível de desenvolvimento para que a aprendizagem seja possível,
esta teoria também é defendida por Piaget.
Na segunda teoria, aprendizagem é desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento
ocorre simultaneamente à aprendizagem.
A terceira teoria que pode ser considerada para Vygotsky é que há uma interação
entre desenvolvimento e aprendizagem, embora sejam processos independentes:
desenvolvimento causa aprendizagem, e a aprendizagem causa desenvolvimento.
Quando Vygotsky questiona a interação entre desenvolvimento e aprendizagem, ele
mostra o papel da capacidade do ser humano de entender e utilizar a linguagem, portanto
ele vê a inteligência como habilidade para aprendizagem, deixando de lado que
inteligência é resultado de aprendizagens já realizadas. Os testes psicológicos
padronizados apontam apenas aquilo que a criança é capaz de realizar sozinha. Para ele
a relação que a criança tem com parceiros mais experientes cria uma zona de
desenvolvimento proximal. Quando ele fala em zona de desenvolvimento proximal ou
zona de desenvolvimento potencial se refere à distância entre o nível de desenvolvimento
atual, quando a criança é capaz de solucionar um problema sem a ajuda do outro, e o
nível potencial de desenvolvimento, medido através da solução de problemas com a
ajuda de crianças mais velhas.
Num teste de inteligência, duas crianças têm o mesmo resultado e podem ser
completamente diferentes, o que se deve em grande parte às diferentes formas de se
relacionar com as outras pessoas, que pode inclusive dificultar a construção do
conhecimento por parte das crianças, portanto a aprendizagem precede ao
61
desenvolvimento intelectual, ao invés de coincidir com ele ou de segui-lo. O conceito de
zona de desenvolvimento proximal é que nos possibilita compreender a forma como a
criança organiza uma informação e o modo como o seu pensamento opera.
O professor, em sala de aula, percebendo o que um aluno é capaz de realizar com e
sem ajuda, pode com isso planejar as situações de ensino e avaliar o progresso de cada
criança. Vygotsky nos mostra o quanto é importante a troca que se dá num plano verbal
entre professor e aluno para a construção do pensamento.
Atividade
Fonte: http://education-portal.com/academy/lesson/differences-between-piaget-vygotskys-cognitive-development-
theories.html#lesson-Acesso em maio de 2014
62
10- INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Fonte: http://Psicologiadaeducacao-portfolio.blogspot.com.br/2013/03/howard-gardner-e-teoria-das.html
63
A competência musical consiste na habilidade de apreciar, reproduzir ou compor a
música. Esta habilidade conta com a capacidade de discriminação de sons e percepção de
variações, como ritmo e timbre.
A dimensão corporal cinestésica é a habilidade do atleta, do artista, para resolver
problemas, para criar produtos através do corpo. Utiliza com grande facilidade a coordenação
motora grossa ou fina, apresenta grande controle de movimentos corporais e de manipulção.
A competência lógico-matemática apresenta grande habilidade em desenvolver
raciocínios dedutivos e resolução rápida para lidar com números ou outros objetos
matemáticos, envolvendo cálculos e transformações.
A inteligência espacial é a habilidade de encontrar caminhos, reconhecer faces, notar
mínimos detalhes. Geralmente esta competência está associada às atividades do arquiteto ou
do navegador, que revelam grandes habilidades na percepção e administração do espaço, na
elaboração de mapas, plantas, etc. Apresenta capacidade para perceber um objeto sob
diferentes ângulos.
A inteligência linguística se expressa de forma mais visível no orador, no escritor e em
todos os que lidam criativamente com as palavras. Tem habilidade no uso da linguagem para
discursos, para transmitir ideias, convencer, agradar e também fazer humor. Apresenta
facilidade na significação das palavras e valorização semântica/sintática.
A inteligência intrapessoal permite estar bem consigo mesmo, assim como a
compreensão e o trabalho de si mesmo, permitindo o entendimento e o trabalho com as
outras pessoas. Aquele que desenvolve mais esta inteligência tem um modelo de si mesmo e
se ajuda na resolução de conflitos.
A competência interpessoal consiste na habilidade de socializar-se. É a capacidade de
perceber distinções entre pessoas, em perceber seus humores, suas motivações, em captar
suas intenções. É característica nos líderes, políticos, professores, terapeutas, etc.
A competência naturalista está ligada à sensibilidade para compreender e organizar os
objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais,
minerais, incluindo toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes.
64
11- DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
65
jeito próprio de dirigir, que às vezes pode ser prejudicial de alguma forma .
Detectar as causas que interferem no desempenho escolar, principalmente da
criança, é fundamental para o seu bom rendimento escolar.
"A educação não é apenas o ato mediante o qual um homem informa a outro alguma
a coisa. Ela é sobretudo um sistema de troca mediante o qual, através da compreensão,
se atinge o consenso". Íris B.Goulart
66
se o aluno tivesse um instrumento e não soubesse o que fazer com ele, ou fizesse um
uso inadequado.
A escola tem seu lugar garantido no desenvolvimento infantil, podendo a relação
professor - aluno oferecer oportunidades riquíssimas de crescimento, e os conflitos que
possam surgir exercem um importante papel, não só no desenvolvimento infantil, como no
processo de aprendizagem como um todo. É fundamental criar um vínculo positivo nesta
relação, sendo que o professor deve estabelecer limites e normas que sejam válidas para
todo o grupo.
Sem pretender esgotar o assunto , vejamos aqui o que algumas pesquisas, de um
modo bastante sucinto, definem como "causas" das dificuldades de aprendizagem
67
11-2 Dificuldade na linguagem escrita
11- 3 Dislexia
68
pode ser, muitas vezes, uma criança bastante inteligente.
Por outro lado a criança disléxica é considerada desatenta e preguiçosa, trazendo
consequências graves no nível emocional. Necessitam de auxílio especializado e
principalmente da ajuda do professor.
Podemos reconhecer se as dificuldades são devidas à dislexia, respondendo-se as
perguntas que se seguem:
Primeiramente levemos em conta se a criança tem cerca de oito anos e meio:
• Ela ainda tem dificuldades de leitura?
• Ela ainda apresenta dificuldades para soletrar? Isso nos surpreende?
• Temos a impressão de que em atividades não relacionadas com leitura e soletração ela é uma criança
esperta e inteligente?
• Inverte os números como 15 por 51 ou 2 por 5?
• Escreve "B" no lugar de "D"?
• Necessita usar blocos ou dedos para fazer cálculos?
• Apresenta dificuldade incomum em lembrar a tabuada?
• Demora em responder o que lhe é solicitado?
• Confunde direita e esquerda?
• É desajeitada?
• Tem dificuldade em pegar ou chutar bola?
• Apresenta dificuldades em atar os sapatos, fazer nó, vestir-se ou trocar a roupa?
Agora vamos supor estar trabalhando com a criança entre 8 anos e meio a 12 anos:
• Ainda comete erros negligentes na leitura?
• Ainda comete erros esquisitos na soletração?
• Omite algumas letras nas palavras?
• Não tem bom senso de direção, confundindo às vezes direita com esquerda?
• Às vezes confunde "b" com "p"?
• Ainda tem dificuldade na tabuada?
• Utiliza os dedos das mãos, dos pés, sinais no papel para fazer cálculos?
• A compreensão de leitura é mais lenta do que a esperada para sua faixa etária?
• Leva mais tempo do que a média para fazer trabalhos escritos?
• O tempo de que necessita para fazer as quatro operações, parecem mais lentas
do que o esperado?
• Demonstra insegurança e baixa apreciação sobre si mesmo?
A existência de alguns desses aspectos exige do professor uma atenção especial, de
forma ajudar o aluno , sem o rotular.
69
11- 4 Discalculia
11-5 Hiperatividade
É um distúrbio de atenção que atinge cerca de cinco por cento das crianças e
adolescentes de todo o mundo. Embora prejudique a capacidade de concentração e
atenção, a hiperatividade é facilmente tratável. Além de medicamentos com especialistas
a reorientação pedagógica na escola ajuda o aluno a não perder rendimento. A
hiperatividade só fica evidente no período escolar quando é necessário aumentar o nível
de concentração para aprender, embora o diagnóstico deva ser feito com base na história
da criança.
A origem do distúrbio pode ser de origem genética, segundo algumas pesquisas, e
os seus portadores produzem menos dopamina, um neurotransmissor responsável pelo
controle motor e pelo poder de concentração.
70
fonte: integramundo.com.br
"Se uma criança não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensiná-;
Ia da maneira que ela pode aprender”. Marion Welchmann
Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/855-2.pdf
ATIVIDADES
2-Discuta com o seu grupo de que forma você poderia contribuir para ajudar os
alunos com dificuldades de aprendizagem, e mãos à obra!
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAVIS, Cláudia, OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Psicologia na educação. 2a ed.
In Revista Coleção Magistério. 2- grau. Série Formação do Professor.
FALCÃO, Gerson Marinho. Psicologia da Aprendizagem. 6- ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERRARI, Márcio. Dewey - Grandes pensadores. São Paulo: Nova escola, 2008
72
423312.shtml. Acesso em maio de 2014
HALL, Elizabeth. A conversation with Jean Piaget and Bärbel Inhelder / Jean Piaget,
Bärbel Inhelder. In:Psychology today. 1970, vol. 3, p. 25-32, 54-56. Entrevista com J.
Piaget e. Inhelder Publicação original em língua inglesa, 1970. Tradução de SLOMP,
Paulo Francisco
MORAN, José Manuel . A educação que desejamos: novos desafios e como chegar
lá. São Paulo: Papirus , 2007
PIAGET, Jean. A conversation with Jean Piaget and Bärbel Inhelder / by Elizabeth Hall,
Jean Piaget, Bärbel Inhelder. In: Psychology today. 1970, vol. 3, p. 25-32, 54-56.
Entrevista com Jean Piaget p. 25-32, com B. Inhelder p. 54-56. Publicação original em
língua inglesa, 1970. Tradução do Professor Paulo Francisco Slomp
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de Janeiro: Livraria José Olimpio Editora,
1973.
73
PIAGET, Jean A construção do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. 17- ed. São Paulo: Ática, 1999.
74