REVISÃO DE LITERATURA

“Uso do pimobendan na cardiologia de cães: revisão de literatura”

““Use of pimobendan in dogs cardiology: literature review”” ”
Priscila Natasha Kasper - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Médica Veterinária Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais.
Fernando Wiecheteck de Souza - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Doutorando do Programa de Pós-graduação em Cirurgia Veterinária.
Cardiologia

Maurício Veloso Brun - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – Professor Adjunto da disciplina de Patologia Cirúrgica Veterinária.
Karlize Cristina Smith Dianin - Médica Veterinária autônoma.
Rafael Ricardo Huppes - Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (UNESP) – Doutorando do Programa de Pós-graduação em Cirurgia Veterinária.
Flávio Shigueru Jojima - Universidade de Franca (UNIFRAN) –Professor do curso de Mestrado em Medicina Veterinária de Pequenos Animais.
Daniel Paulinio Júnior - Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Professor das disciplinas de Terapêutica Veterinária e Toxicologia Veterinária.
Marcell Hideki Koshyama - União de Ensino do Sudoeste do Paraná (UNISEP) – Professor das disciplinas de Clínica Médica de Pequenos Animais e Fisiologia Veterinária.

Kasper PN, Wiecheteck FS, Brun MV, Dianin KCS, Huppes RR, Jojima FS, Júnior DP, Koshyama MH. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos
Animais e Animais de Estimação; 2012; 10(33); 164-167.

Resumo
Melhorar a compreensão da insuficiência cardíaca congestiva se constitui numa necessidade constante
para os clínicos veterinários de pequenos animais, uma vez que possibilita melhor abordagem terapêu-
tica dos pacientes. A terapia ideal deve reduzir os sinais clínicos, melhorando a qualidade de vida e
aumentando o tempo de sobrevivência do animal. Geralmente os pacientes com insuficiência cardíaca
recebem o tratamento classicamente chamado de 5 D’s da terapia da insuficiência cardíaca (diuréticos,
descanso, digitálicos, dieta e dilatadores). Esse trabalho traz uma revisão de literatura sobre a utilização
do fármaco inotrópico positivo vasodilatador Pimobendan em cães com insuficiência cardíaca congesti-
va, secundária a endocardiose de mitral e a cardiomiopatia dilatada.

Palavras-chave: fosfodiesterase, insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatias.

Abstract
The better understanding of congestive heart failure constitutes a continuing need for small animal’s
practices, because it allows to best therapeutic approach of patients. The ideal therapy should reduce the
clinical symptoms, improving quality of life and increasing animal’s survival time. Most patients with
heart failure receiving the treatment classically referred in Portuguese as therapy of 5 D’s (diuretics, rest,
digitalis, diet and dilators). This paper reviews the literature about use of positive inotropic drug and
vasodilator pimobendan in dogs with congestive heart failure secondary to mitralendocardiosis and to-
dilated cardiomyopathy.
Keywords: fosfodiesterasis, congestive heart failure, cardiomyopathies.

Introdução e Revisão de Literatura apresentar uma combinação de ambas (1,2).

A insuficiência da valva atrioventricular esquerda,
secundária à endocardiose de mitral é a causa mais co-
mum de doença cardíaca adquirida em pacientes caninos
seguida com cardiomiopatia dilatada. A insuficiência car-
díaca congestiva é uma síndrome resultante da incapaci-
dade do coração doente de ejetar sangue adequadamen-
te, de possuir enchimento ventricular inadequado ou de
No tratamento da insuficiência cardíaca congestiva
é comprovada a eficácia de vasodilatadores como os ini-
bidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA),
os quais neutralizam as adaptações desencadeadas pela
ativação do Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona.
Também foi exaustivamente estudada a eficácia de sua
combinação com diuréticos e digitálicos, dependendo da
cardiopatia ou da fase que ela se encontra. Porém, muitos

Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais

164 e Animais de Estimação 2012;10(33); 164-167.
 “Uso do pimobendan na cardiologia de cães: revisão de literatura”
pacientes cardiopatas ainda sofrem com a persistência
dos sinais clínicos (tosse, dispnéia, síncope e baixa tole-
rância aos exercícios), apresentando uma qualidade de
vida insatisfatória, mesmo com o tratamento conforme
preconizado para a insuficiência cardíaca congestiva. As-
sim sendo, essa condição continua necessitando de tera-
pêutica desafiadora (3,4).
Mais recentemente, fármacos com características ino-
trópicas e vasodilatadoras foram introduzidas no campo
da medicina cardiovascular, como a amrinona e a milrino-
na. Como exemplo desta classe de fármacos pode-se citar
o pimobendan (benzimidazol-piridazinona), chamado de
inodilatador pela sua capacidade inotrópica positiva e tam-
bém vasodilatadora. O efeito inotrópico positivo do pimo-
bendan tem sido demonstrado em diversos estudos, princi-
palmente em cães com insuficiência miocárdica, nos quais
o efeito dos agentes inotrópicos positivos tradicionais era
muitas vezes não satisfatório. Esse novo fármaco inodilata-
dor mostrou evidências convincentes de boa tolerabilidade,
segurança e eficácia clínica em doenças cardíacas caninas
mais comuns, como a insuficiência mitral devido à doença
valvar crônica, moderada a grave (como a endocardiose em
uma fase II) e a cardiomiopatia dilatada (5,6,4,7,8,9).
Revisão Bibliográfica
O Pimobendan é uma substância relativamente nova,
cuja produção iniciou-se na década de 1980, licenciada
para uso no Canadá, no México, na Austrália e na Europa
para o tratamento da insuficiência cardíaca congestiva (3).
No Japão é licenciado desde 1994 para humanos (5). No
Brasil é possível realizar a importação ou solicitar sua ma-
nipulação em estabelecimentos farmacêuticos específicos.
O mecanismo inotrópico positivo do pimobendan é a
sensibilização da miofibrila ao cálcio, sem que isso acar-
rete em arritmias, pois esse fármaco somente aumenta a
sensibilização ao cálcio e não a concentração deste íon
dentro da célula. Por também ser vasodilatador, provoca
dilatação arteriolar periférica, dilatação das artérias co-
ronárias, dilatação da artéria pulmonar e venodilatação
periférica pela inibição da fosfodiesterase III no músculo
liso vascular, levando a um bloqueio da inativação do
AMP cíclico, diminuindo assim o tônus simpático nos
vasos (10,11,12).
Para se entender como este fármaco é um eficaz ino-
dilatador, é necessário conhecer a sua atuação em nível
celular. A contração do miocárdio começa quando uma
onda de despolarização atinge a miofibrila levando a
despolarização de sua membrana, provocando a en-
trada de cálcio (Ca+2) do meio extracelular e liberação
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais
de cálcio do reticulo sarcoplasmático, desencadeando a
contração do músculo cardíaco (7,10,11,12,13,14). Na in-
suficiência miocárdica sistólica, ocorre uma alteração na
integridade das miofibrilas, onde a concentração citosó-
lica de íons cálcio é suficiente, porém a sensibilidade da
miofibrila para estes íons está comprometida (10,11,12).
Cardiologia
Isso ocorre porque a velocidade de captação celular e
de armazenamento de cálcio no retículo sarcoplasmático
estão reduzidas. A redução na expressão da bomba de
Ca+2 ATPase presente na membrana do retículo sarco-
plasmático (responsável pelo armazenamento do cálcio),
o aumento do trocador Na+ C+2 presente na membrana
celular e a diminuição do transiente de cálcio são os fa-
tores de desencadeantes da insensibilidade miocárdica a
esse íon. A perda de túbulos T também é relatada como
uma das possíveis causas, já que sua ocorrência pode
comprometer a interação entre o cálcio extracelular, que
passa por canais lentos de cálcio voltagem dependente,
e os receptores de rianodina presentes no retículo sarco-
plasmático próximo a esses canais (15).
A terapia da insuficiência cardíaca congestiva visa
diminuir a pré-carga (secundária a retenção de água e
sódio), melhorar a atividade contrátil do miocárdio e fa-
cilitar a saída do sangue do coração (levando a redução
da pós-carga). O Pimobendan é fármaco que aumenta a
função da bomba cardíaca e reduz a pós-carga, com pro-
priedades vasodilatadoras (16).
Os animais que apresentam cardiomiopatia dilatada
estão sujeitos a pré-carga aumentada associada à perda
da atividade contrátil normal dos cardiomiócitos, o que
leva a dilatação do ventrículo esquerdo com hipertrofia
excêntrica e aumento da pós-carga devido a um aumen-
to da parede da artéria (pela deposição de sódio em seu
tecido, o qual por sua vez atrai a água) e a constrição
arteriolar. Este aumento excessivo da pré-carga (além
do limite estabelecido pela lei de Frank-Starling) e a ele-
vação da pós-carga afetam negativamente, o volume de
ejeção e a fração de ejeção (15).
Os animais que apresentam doença da valva mitral
degenerativa tem boa contratilidade, quando o lado es-
querdo do coração ainda não está severamente dilatado
(miocardiopatia de sobrecarga). Portanto, o uso de Pi-
mobendan pode contribuir com sua ação vasodilatadora
para a redução da pós-carga e da pré-carga, sendo a ação
inotrópica positiva, nesse caso, de pouco valor (17).
Devido ao seu mecanismo de ação no qual envolve
inibição da fosfodiesterase III, muito se tem questionado
sobre possíveis efeitos arritmogênicos. Outros inibidores
da fosfodiesterase III, como a milrinona, foram retirados
do mercado devido ao aumento dos casos de morte súbi-
ta associadas à arritmias em pacientes com insuficiência
miocárdica tratados a longo prazo (5,11).
e Animais de Estimação 2012;10(33); 164-167. 165
 “Uso do pimobendan na cardiologia de cães: revisão de literatura”
Em testes realizados em cães normais tratados com pi-
mobendan não foi relatada a incidência de arritmias, como
também não foi observado nenhum efeito arritmogênico
em humanos com insuficiência cardíaca congestiva moni-
torados por holter (3,4). Porém num estudo realizado em
Cardiologia
um período curto a ocorrência e gravidade das arritmias
ventriculares foi notável. Nesse referido estudo a metade
dos cães cadastrados foram dobermanns pinschers com
cardiomiopatia dilatada (CMD) os quais receberam o pi-
mobendan (4). Há de se considerar que essa doença fre-
quentemente está associada a arritmias ventriculares (4,11).
Porém outros estudos não relatam nenhum aumento
na frequência de arritmias ventriculares após a terapia
com pimobendan em cães com endocardiose de mitral.
A experiência clínica com o uso desse fármaco não su-
gere qualquer aumento de arritmias, no entanto, mais
estudos clínicos de longo prazo ainda são necessários
para avaliar esse aspecto (5,11,13).
Enquanto parece haver ampla evidência dos efeitos
benéficos do pimobendan para pacientes com insufici-
ência cardíaca congestiva sistólica, não existe atualmen-
te um consenso a respeito do seu uso em pacientes com
doença cardíaca assintomática (pré-congestiva). Além
disso, há evidências de que o tratamento com um agente
inotrópico positivo, tal como o supracitado previamen-
te ao desenvolvimento de insuficiência miocárdica sis-
tólica pode ter efeitos deletérios. Dados experimentais
mostraram que lesões valvulares e lesões na região en-
docárdica parietal poderiam ter sido induzidas pelo uso
de pimobendan durante quatro semanas em cães saudá-
veis. Por este motivo, recomenda-se iniciar o tratamen-
to com esse fármaco apenas em pacientes com cardio-
miopatia avançada (4,17). Tal quimioterápico é contra
indicado para animais com cardiomiopatia hipertrófica,
condições clínicas onde um aumento no débito não seja
possível por razões funcionais (ex: estenose subaórtica)
e nos animais com hipersensibilidade ao medicamento.
Os efeitos colaterais descritos são: êmese, diarréia, po-
liúria, polidipsia,inapetência, além de incoordenação e
convulsões (17).
Em um estudo realizado em 1996 a principal conclu-
são confirmou que o pimobendan melhorou a capacidade
de exercício e o quadro clínico do cão, porém houve uma
maior mortalidade (18). Todavia, uma avaliação recente
demonstrou importante redução no grau de insuficiência
cardíaca, não sendo constatado decréscimo na capacida-
de funcional, além de não ser relatado efeito significativo
sobre a mortalidade dos pacientes com insuficiência car-
díaca congestiva leve a moderada (11,16).
Realizou-se um estudo no qual se examinou os efei-
tos do pimobendan em cães com cardiomiopatia dilata-
da, quando adicionado à terapêutica de base furosemida,
166 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais
e Animais de Estimação 2012;10(33); 164-167.
enalapril, e digoxina. Foram utilizados cães das raças Do-
bermann Pinscher e Cocker Spaniel, constatando-se que
apenas um dos 10 cães que receberam placebo mostrou
melhora após a estabilização com terapia convencional,
enquanto oito que receberam pimobendan mostraram
melhorias em algum ponto durante o período de estudo.
Nesse mesmo relato a média de sobrevida dos pacientes da
raça Cocker Spaniel foi de 537 dias no grupo placebo e 1037
dias no grupo tratado com fármaco supracitado. O tempo
de sobrevida médio para os cães da raça Dobermann Pins-
cher tratados com Pimobendan foi de 329 dias e o tempo
médio de sobrevida no grupo placebo foi de 50 dias. Em
ambas as raças, a adição de Pimobendan ao protocolo de
tratamento padrão foi associada à melhoria significativa na
classe funcional da insuficiência cardíaca (13,3).
Segundo Caro e colaboradores (2006), o tratamen-
to de insuficiência cardíaca é baseado em dois princí-
pios: reduções do trabalho do coração e do reforço de
sua contratilidade, sendo que o pimobendan apresenta
ambas as propriedades. No trabalho realizado por estes
mesmos autores não foi observada mortalidade, nem
a ocorrência de arritmias ou alterações negativas nos
parâmetros bioquímicos, especialmente no que diz res-
peito às funções renal e hepática. Porém, não se sabe se
a ausência de efeitos indesejáveis ao paciente decorreu
dos discretos efeitos colaterais causados pelo referido
fármaco ou pelo curto período de estudo (3,16).
Outro estudo realizado por Smith e colaboradores
(2005), avaliou 43 cães que sofriam de insuficiência cardí-
aca congestiva leve a moderada e severa em decorrência
da endocardiose de mitral. Os animais foram separados
em dois grupos que receberam pimobendan ou ramipril,
sendo observado que os cães que receberam o primeiro
quimioterápio terminaram o estudo em maior número
(68%) do que os que ingeriram o Ramipril (32%) (8).
Segundo Häggströme colaboradores (2008), a utiliza-
ção de Pimobendan associado ou não ao benazepril em
animais com insuficiência cardíaca congestiva traz resul-
tados satisfatórios com melhora dos sinais clínicos carac-
terísticos da ICC como dispnéia, tosse, agitação noturna,
e apetite, sendo que o tempo de sobrevida também se
prolonga com essa terapia (3,19).
Discussão
O pimobendan, ao contrário de seus congêneres
(como amilrinona), mostrou apresentar baixo potencial
arritmogênico, sendo observada a sua ocorrência em ape-
nas um estudo, onde não ficou claro o motivo (4,11).
É preciso ter cautela quanto ao seu uso. Embora a
 “Uso do pimobendan na cardiologia de cães: revisão de literatura”
utilização prévia ao desenvolvimento de sinais de insu-
ficiência cardíaca congestiva ajude a retardar o seu apa-
recimento, segundo algumas observações clínicas, o uso
desnecessário ou o tratamento de enfermidade incorreta
podem causar danos à saúde do paciente (4,17). Além dis-
so, embora a maioria dos estudos demonstre melhora sig-
nificativa na apresentação clínica dos pacientes tratados
com tal medicamento, um dos estudos mostrou redução
em seu tempo de sobrevida (18).
Este fármaco não deve ser empregado isoladamente.
Todos os ensaios clínicos publicados mostraram melhora
adicional quando associado ao tratamento convencional
baseado em vasodilatadores, diuréticos e digitálicos (con-
forme a necessidade do paciente) (3,8,13,19).
O pimobendan, ao contrário de seus congêneres
(como amilrinona), mostrou apresentar baixo potencial
arritmogênico, sendo observada a sua ocorrência em ape-
nas um estudo, onde não ficou claro o motivo (4,11).
É preciso ter cautela quanto ao seu uso. Embora a
utilização prévia ao desenvolvimento de sinais de insu-
ficiência cardíaca congestiva ajude a retardar o seu apa-
recimento, segundo algumas observações clínicas, o uso
desnecessário ou o tratamento de enfermidade incorreta
podem causar danos à saúde do paciente (4,17). Além dis-
so, embora a maioria dos estudos demonstre melhora sig-
nificativa na apresentação clínica dos pacientes tratados
com tal medicamento, um dos estudos mostrou redução
em seu tempo de sobrevida (18).
Este fármaco não deve ser empregado isoladamente.
Todos os ensaios clínicos publicados mostraram melhora
adicional quando associado ao tratamento convencional
baseado em vasodilatadores, diuréticos e digitálicos (con-
forme a necessidade do paciente) (3,8,13,19).
Considerações finais
Como inodilatador, o pimobendan incorpora pro-
priedades que são desejáveis no manejo clínico de insufi-
ciência cardíaca congestiva em cães, secundária à cardio-
miopatia dilatada e a insuficiência valvar crônica na fase
II. Sabe-se que há uma melhora perceptível na qualidade
de vida em animais com insuficiência cardíaca congesti-
va tratados com pimobendan (diminuindo a ocorrência
de síncope, dispnéia, intolerância ao exercício, e ascite).
A análise dos dados disponíveis na literatura sugere que
o pimobendan é seguro e bem tolerado, desde que seja
usado em combinação com a terapia convencional (ini-
bidores da ECA, digoxina e diuréticos), já que a sua efi-
cácia como monoterapia ainda é duvidosa e necessita de
melhores investigações.
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais
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Recebido para publicação em: 14/01/2011.
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Aceito para publicação em: 18/07/2012.
e Animais de Estimação 2012;10(33); 164-167. 167