Odudua orixá iorubano, ora masculino, irmão de Obatalá (nome africano de Oxalá), ora
feminino e esposa de Obatalá, simbolizando a “mãe terra” e Obatalá o céu. Esta união é
simbolizada por duas meias-cabaças pintadas de branco, unidas uma sobre a outra,
formando uma bola (o universo) que contém a vida.
Odudua - (cabaça de onde formou a vida)
No princípio de tudo, quando não havia separação entre o céu e a terra, Obatalá e Odudua
viviam juntos dentro de uma cabaça.
Viviam extremamente apertados um contra o outro, Odudua embaixo e Obatalá em cima.
Eles tinham sete anéis que pertenciam aos dois. À noite eles colocavam seus anéis. Aquele
que dormia por cima sempre colocava quatro anéis e o que ficava por baixo colocava os três
restantes. Um dia odudua, deusa da terra, quis dormir por cima para poder colocar nos
dedos os quatro anéis. Obatalá o deus do Céu, não aceitou. Tal foi a luta que travaram os
dois lá dentro que a cabaça acabou por se romper em duas metades. A parte inferior da
cabaça, com Odudua, permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatalá, ficou
em cima, separando-se assim o Céu da Terra.
No início de tudo, Obatalá, Deus do Céu, e Odudua, Deusa da Terra, viviam juntos. A
briga pelos anéis os separou e separou o Céu da Terra.
Odudua cai na armadilha que ele mesmo preparou para Oxalá.
Sempre reinou grande e irreconciliável rivalidade entre Odudua e Obatalá.
No começo devia Obatalá criar o mundo a mando de Olodumare.
Mas Obatalá não realizou os sacrifícios que lhe foram recomendados.
Seu castigo não tardou e no caminho da Criação ele bebeu vinho demais.
Ao matar a sede que o consumia, acabou se embebedando e adormeceu na estrada.
Odudua, que tinha feito os sacrifícios, roubou de Obatalá o saco da Criação e com tudo o
que havia dentro fez o mundo.
Quando Oxalá acordou da bebedeira deu-se conta do seu erro e inconformado viu que o
mundo acabara de nascer.
O ser supremo castigou Obatalá impondo-lhe muitos tabus, mais lhe deu a oportunidade de
completar a criação, uma vez que o homem ainda não havia sido feito.
E Obatalá criou o homem.
Obatalá propagou entre os quatrocentos e um imoles que ele é que havia sido escolhido
por Olodumare para a Criação e que Odudua o enganara e se aproveitara de obstáculos
intransponíveis, que no seu caminho foram levantados, certamente pela inveja de Odudua.
Muitos imoles, as antigas divindades, ficaram seus partidários, enquanto outros preferiram
tomar o partido de Odudua.
Desde esses tempos começaram as contendas entre Oxalá e Odudua e até hoje um não
quer curvar-se perante o outro em cumprimento.
O Mito da Criação.
Obatalá foi o primeiro orixá criado por Olodumare, com a incumbência de criar o mundo.
Com o poder de sugerir e o de realizar. Para cumprir sua missão, Olodumare entregou-lhe
o “saco da criação”. O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto de
submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações como os outros orixás.
Como em razão de seu caráter altivo, ele se recusou a fazer alguns sacrifícios e oferendas a
Exu, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo. Obatalá iniciou sua caminhada
apoiado em seu cajado para fazer as cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do
Além, encontrou Exu, que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as
comunicações entre os dois mundos. Exu, descontente com a recusa de Obatalá em fazer
as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa. Obatalá, para matar
sua sede, não teve outro recurso senão o de furar, com o seu cajado, a casca do tronco de
um dendezeiro. Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu
abundantemente. Ficou bêbado, caiu adormecido. Veio então Odudua, criado por
Olodumare depois de Obatalá e o maior rival deste. Vendo o grande orixá adormecido,
roubou-lhe o “saco da criação”, dirigiu-se à presença de Olodumare para mostra-lhe o seu
achado e lhe contar em que estado se encontrava Obatalá. Olodumare exclamou: “se ele
está nesse estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo!”. Odudua saiu do além e se
encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom
contida no “saco da criação”. Era a Terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a
superfície das águas. Ai, ele coloco uma galinha cujos pés tinham cinco garras, esta começou
a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas,
e a terra ia se alargando cada vez mais, Odudua tornou-se assim o rei da terra. Quando
Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o “saco da criação”. Despeitado, voltou a
Olodumare. Este como castigo pela sua embriagues, proibiu ao grande Orixá, beber vinho
de palma. Confio-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos
seres humanos, aos quais ele, Olodumare, insuflaria a vida.
Ala
Ala ou Ane é a deusa criadora da vida e senhora da morte, mãe da Terra para a tribo Ibo,
na Nigéria.
Cuidava e protegia seu povo, providenciando tudo o que favorecia e sustentava a vida: ela
deu as leis, ensinou os preceitos da moralidade, forneceu os meios para curar as doenças e
estava presente no momento em que a alma fazia a sua passagem.
Entre as representações, Ala ela pode estar cercada de crianças ou segurando inhames e
uma faca nas mãos, símbolos da vida e da morte.
Oyá
Originalmente, Oyá era a deusa ioruba padroeira do rio Níger. Depois passou a personificar
a força das tempestades, dos ventos e dos relâmpagos. Oyá significa "quebrar, rasgar", pois
seus ventos quebram as superfícies calmas da água.
Oyá é uma guerreira de temperamento fogoso, protetora das mulheres envolvidas em
disputas ou lutas. Mas seu poder é tanto construtivo quanto destrutivo. Foi ela quem deu o
poder do fogo e dos raios ao seu irmão e esposo, o deus Xangô.
Em seu aspecto escuro - "Egungun Oyá" - é a Senhora dos Mortos, a sentinela dos
cemitérios. Como padroeira da justiça e da memória, Oyá preserva as tradições ancestrais.
Suas insígnias são: chifres de búfalo, espada, espanador (com o qual controla os eguns - os
desencarnados).
Na migração do mito é conhecida no Brasil como Iansã; em Cuba, como Olla; no Haiti,
como Aido Wedo e em Nova Orleans, é Brigette. Ou seja, uma das mais importantes
deusas do candomblé, umbanda, santeria e vodu.
Tji Wara
Tji Wara é a deusa africana da agricultura.
Os camponeses, para obter abundância nas colheitas, invocavam as bênçãos de Tji Wara no
ato do plantio e faziam reverências a ela no momento da colheita, oferecendo-lhe os
primeiros frutos e as espigas de milho; às vezes, sacrificavam algum animal e salpicavam a
terra com o sangue do mesmo.
Yemanjá
Yemanjá, Ymojá ou Yemoyá é a Deusa Mãe nigeriana da água salgada e uma das
maiores deusas africanas.
Era representada como uma mulher madura, com seios volumosos, longos cabelos negros,
cercada de conchas e peixes.
O verdadeiro nome de Yemanjá é Yeyá Omo Ejá ("mãe cujos filhos são peixes"). Seus
vários nomes nada mais indicam do que a representação dos sete caminhos pelos quais
chega ao local de sua origem: mar, lagoa, rio, fonte, espuma, ondas e arrecifes.
Na Nigéria, ela era a deusa ioruba regente do rio Ogum, filha do mar, para cujo seio ela
fluía. Como Mamma Watta, a Mãe d'água, deu origem a todas as águas e gerou inúmeras
outras divindades. Mesmo dormindo Yemanjá criava novas fontes de águas.
A Senhora dos Oceanos. Trabalha em favor do amor, da família e a educação das crianças,
além da maternidade. Conta o mito da criação, que dos seios fartos de Iemanjá, brotaram os
oceanos e com ele os orixás seus filhos: Exu, Ogum, Oxossi, Xangô e Oxum.
Oxum
Oxum é a deusa ioruba das fontes e dos rios, do amor, da sensualidade e da arte. Suas
insígnias são: pulseiras e colares dourados, leque, espelho e seixos brancos de rio.
Oxum é a principal divindade dos Oshogobó (religião africana) e recebe oferendas em
"mulukun" (feijão fradinho com cebola e camarão), "adun" (farinha de milho com azeite e
mel) e objetos de cobre e latão, particularmente jóias.
Tanto no Brasil quanto na África é cultuada no candomblé; em Cuba e no Haiti, na santeria,
é chamada de Erzulie ou Freda.
É o Orixá da beleza, amor e fertilidade. Bonita, muito elegante, charmosa, e possessiva. Está
sempre tentando ajudar, gosta de doar roupas e brinquedos.
Adora se adorar, e gosta de tons claros nos cabelos. Muito intuitiva e feiticeira, sente que
algo não está bem. É anfitriã adorável e de boa fé, não percebendo maldade dos inimigos.
Mawu
Grande Mãe em Daomé, Mawu é a criadora do universo e que estabeleceu a ordem no
caos primordial. É a criadora da Terra e dos seres humanos.
No início, Mawu usou argila para modelar os corpos. Terminada a argila, passou a
ressuscitar os mortos, fato que explica a semelhança de certas pessoas com seus ancestrais.
E assim foi crescendo e se fortalecendo a humanidade; contudo, as pessoas se tornaram
violentas e arrogantes e isso aborreceu Mawu, fazendo com que se retirasse para sua
morada no céu. Com a situação na Terra se complicando a cada dia, ela mandou seu filho
Lisa para ensinar à humanidade a obediência e o respeito às leis.
Alguma vezes Mawu aparece como a senhora da Lua e Lisa um deus solar. Outras vezes é
representada com dois rostos: um de mulher, com luas nos olhos e regendo a noite, por isso
chamada de deusa da noite e do amor; o outro de homem, com sóis nos olhos e regendo
o dia e chamado Lisa.
Um provérbio africano diz: "Lisa pune, mas Mawu perdoa", caracterizando suas qualidades
maternais.
Harrakoi Dikko
Os africanos celebram muitas entidades como deusas das águas e da fertilidade.
Exu
Exu é o senhor do bem e do mal. Ele está em todos os locais e fala todas as línguas. É a
própria comunicação. É o orixá da inteligência, do bom humor, dos amantes da vida e da boa
mesa, das cores e odores.
É o Orixá da guerra, deus do ferro, divindade que forja o ferro, transformando em
instrumento de luta, protege os filhos das demandas, protege os filhos contra os perigos do
dia-a-dia. Na criação do mundo, Olorum, senhor do universo encarregou Ogum de ir à
frente, com sua espada encantada, abrindo caminho para os outros Orixás. Ogum abriu
todas as estradas e caminhos desta vida, sendo chamado por isso de Asiwajú - o pioneiro;
orixá desbravador.
Ossanha
Detém o conhecimento do uso medicinal das plantas e ervas.
Oxalá
O Senhor da criação. Trabalha em favor da paz e da ordem. Diz o mito que quando Olorum
criou o Universo, encarregou Obatalá conhecido por Oxalá, da criação de todos os seres
vivos existentes no Ayê, a terra, e Odudua da criação de toda a matéria viva. O mundo é
representado por uma cabeça dividida em duas partes: a parte superior corresponde a
Oxalá, o Senhor da criação, princípio masculino do Universo, e a inferior a Odudua, o
princípio feminino da criação. Oxalá e Odudua não se separam. Há quem acredite que
sejam a mesma pessoa, a mesma energia.
Oxossi
Orixá provedor e da fartura. Conta a lenda, quando Ayê - a terra - , foi criado, Olorum
encheu-o de animais de todos os tipos, encarregando Odé - a caçador, também conhecido
por Oxossi, irmão caçula de Ogum, o guerreiro, de ser patrono dos animais, padroeiro dos
caçadores e da caça. Oxossi é o Orixá provedor, o responsável por trazer alimento e todas
as pessoas; o Senhor da Ecologia.
Xangô
É o Orixá da justiça, corrige injustiças, protege contra catástrofes.
Autoritário, severo, líder, mandão, político, afortunado financeiramente e nos negócios,
convencedor, ambicioso, sabe tratar os negócios como ninguém.
Líder nato e disciplinado acha que nunca está errado.
Yansã
A Senhora da Alegria. Há quem acredite que Yansã seja a versão feminina de Xangô e vice-
versa. Ela é a senhora dos ancestrais: Transporta os mortos do Ayê (terra) e Orun (céu),
fazendo-os nascer numa outra vida. É o Orixá que protege contra os desastres e acidentes,
dá coragem e impulsividade, fiscaliza o ritual e a conduta dos presentes ao ritual.