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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE ECONOMIA
Prof. Ms. José Eduardo.

RESENHA
Resenha:

BRASIL: UM PAÍS A SER CONSTRUÍDO


Os textos escolhidos para elaborar uma síntese sobre o desenvolvimento econômico
brasileiro, seu subdesenvolvimento e causas da injustiça social, foram bem escolhidos
porque trazem a experiência de uns dos mais renomados economistas brasileiros da
atualidade, Celso Furtado, que foi o primeiro ministro da pasta do Planejamento
Econômico, coordenador do convênio CEPAL-BNDE1, criador da SUDENE2, entre outros
projetos, e também o Capitalismo Tardio e Sociabilidade Moderna, de João Cardoso de
Mello e Fernando A Novais.
Esta obra nos traz as transformações que a sociedade brasileira sofreu no século XX
e a mudança que todo esse “progresso” estava causando em toda a sociedade da época. O
Brasil, um país agro-exportador desde o início de sua colonização, vai se transformando aos
poucos com a crescente industrialização e urbanização. O mais interessante no texto é
observar como a industrialização vai mudar o comportamento da sociedade brasileira.
Em meados do século XX, o Brasil tinha uma população q vivia em grande parte em
zonas rurais. A estrutura da sociedade era ainda bem patriarcal, o poder do homem, pai,
marido, era muito grande, existiam grandes problemas como a inclusão da mulher no
mercado de trabalho e etc.
Isso vai mudar com o surto de industrialização que o Brasil vai começar a enfrentar
a partir de 1930, com o governo de Getúlio Vargas que vai trazer a industria de base, e
depois se intensificar com o Programa de Metas de JK.
O Brasil está em intensa transformação e a sociedade acompanhava isso. As
correntes imigratórias aumentavam a cada dia, a mulher estava cada vez mais integrada na
sociedade (ainda existindo resistências sócio-históricas) e a cada dia que passava, a nova
Classe Média brasileira ganhava volume.
O Brasil com a entrada das multinacionais vai pôr em circulação produtos que
antigamente eram inacessíveis a população de “menor renda”, e vão mudar costumes
tipicamente brasileiros, como a substituição do famoso “pão de pernil”, pelo rápido e
moderno hambúrguer americano, de marcas tradicionais brasileiras como o refrigerante
Grappete, entre outros, que serão substituídos pela moderna indústria estrangeira que
chegava ao país.
O acesso à educação estava melhorando com a difusão de escolas superiores
públicas, a introdução do chamado “Escola Superior de Segundo Escalão” estava em pleno
desenvolvimento, como a introdução de escolas de economia, contabilidade, filosofia, e
outras ciências que eram vistas como desvalorizadas, visto que a elite do país estudava ou
medicina ou direito.
O povo estava tendo a uma certa melhor qualidade de vista, pois a industria
farmacêutica colocava a disposição dos brasileiros produtos como a escova de dente,
desodorante, entre outros, que estavam ficando cada vez mais baratos .A sociedade estava
mudando. Tanto economicamente quanto socialmente. O Brasil nunca mais seria o mesmo
depois do avanço da urbanização.
1
CEPAL: Comissão Econômica para América Latina e Caribe.BNDE: Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico (hoje se acrescenta Social ao nome).
2
SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, órgão com o objetivo de combate a seca.
Porém, todas essas mudanças geravam certos problemas. O custo de oportunidade
que a sociedade tinha que pagar para se adaptar a modernidade foi muito alto.
O avanço da urbanização não foi de todo bom. As correntes migratórias vindas das
regiões mais pobres do país se intensificavam muito, e as cidades não tinham como
absorver toda essa mão de obra.
A indústria exigia do trabalhador qualificação profissional. Não se podia operar uma
máquina sem saber ler ou escrever, sem conhecer o mínimo das normas de segurança, e
isso vai fazer com que comece aparecer os excluídos desse processo.
O déficit habitacional começava a crescer, a população tinha mais acesso a créditos
para poder adquirir sua casa própria, mas não era suficiente, e todo esse processo em cadeia
vai fazer com que grande parte da população cresça a margem.
Isso vai se intensificar depois do Golpe Militar de 1964 e sua política econômica de
se deixar o bolo crescer, para depois fatiar. O bolo nesse período cresceu muito, o PIB
Brasileiro vai crescer em média 7% por ano, mas isso não vai se refletir em aspectos
sociais.
O Governo Militar vai incentivar a Indústria do Campo, e aumentando
conseqüentemente a mecanização; aumento do excedente para o mercado externo, e todo
esse processo vai fazer com que as cidades cada vez mais receba migrantes, aumentando
cada vez mais a exclusão social.
Uma vez um repórter perguntou ao presidente general da época sobre a economia
brasileira se ela ia bem e o militar respondeu que sim. Indagado novamente pelo repórter
sobre o povo brasileiro, o mesmo militar disse:”o povo vai mal, muito mal”3.
Nem os governantes brasileiros disfarçavam o problema social que se vivia na
época. A crescente industrialização, o crescimento do bolo, todas as modernidades não
criou uma sociedade justa e de bem-estar.
E na busca desse bem estar é que Celso Furtado escreve os dois artigos 4 e o livro5
para tentar buscar uma teoria do desenvolvimento e as causas do nosso
subdesenvolvimento.
Uma das hipóteses levantada por ele se diz respeito ao acompanhamento do povo no
momento da acumulação do capital. Furtado, dá o exemplo da Coréia do Norte que antes
buscou uma sociedade mais integrada através do aumento no nível de educação, saúde, para
poder dar continuidade a sua industrialização.
Esta hipótese é muito interessante, uma vez que não adianta fazer com que a
indústria, comércio cresça, sem que a população possa fazer essa acumulação de
conhecimento e oportunidade na mesma proporção.
Outro aspecto levantado por Furtado é a questão da elite condutora do país e seu
papel na condução do investimento no Brasil. Desde o primeiro surto industrial com o
Barão de Mauá, se observa uma elite muito conservadora e sem responsabilidade no
desenvolvimento do país. Parece que a idéia de exploração direta colonial, aquela
exploração que está destinada apenas à retirar a mais valia sem investir, ainda está presente
na sociedade.

3
Adaptado.
4
FURTADO, CELSO. A superação do subdesenvolvimento.Revista Economia e Sociedade, Campinas, 1994. p.37-42.
FURTADO, CELSO. O Subdesenvolvimento Revisitado. Revista Economia e Sociedade. Campinas.p.5-19.
5
FURTADO, CELSO. O Capitalismo Global.São Paulo:Paz e Terra, 1998
Na minha opinião, para um país se desenvolver, ele precisa de um empresariado
forte e eficiente, e é isso que Furtado indica nas suas obras quando cita que para acontecer o
desenvolvimento, é preciso a indústria se expanda e o consumo também.
É isso que a elite empresarial do país não entende na minha opinião.Fica claro
quando observamos a indústria da construção civil e sua riqueza conseguida através dos
conchavos políticos.
Como o livro do Novais indica, a construção civil sempre esteve “apoiando” a
política dirigente e não é à toa que hoje empresas como a ODEBRECHT são líderes de
mercado e preço no exterior, mas ainda em mercado interno, conseguem realizar a façanha
de construir um metrô que custa quase 4 vezes mais o valor da mesma obra na Cidade do
México, por exemplo. Outra coisa que também fica na cabeça é o fato de que o nicho da
construção civil ainda não se abriu a concorrência externa, como o da comunicação,
extrativismo e etc.
São esses conchavos que atrasam o país! São esses favores que a elite econômica
(que muita às vezes é a elite política) faz com o Brasil e seu povo. É por isso que ainda
temos que amargar um juros tão alto, uma carga tributária tão cruel, para fazer com que a
elite plutocrática se mantenha no poder sugando toda riqueza pública.
Contudo, é como Furtado indica em seu artigo:”Somente com um projeto político
apoiado em conhecimento consistente da realidade social poderá romper com a
6
lógica perversa.” E essa concepção que deve estar na cabeça de todo dirigente brasileiro,
de todo estudante universitário, de toda pessoa que realmente quer construir um país
grande, para se libertar de uma vez das correntes do subdesenvolvimento.

Bibliografia
FURTADO, CELSO. A superação do subdesenvolvimento.Revista Economia e Sociedade,
Campinas, 1994. p.37-42.
FURTADO, CELSO. O Subdesenvolvimento Revisitado. Revista Economia e Sociedade.
Campinas.p.5-19.
FURTADO, CELSO. O Capitalismo Global.São Paulo:Paz e Terra, 1998
MELLO, J.M.CARDOSO e NOVAIS, FERNANDO. A.Capitalismo Tardio e Sociabilidade
Moderna.Coleção História da Vida Privado no Brasil.p.561-658.

6
FURTADO, CELSO. O Subdesenvolvimento Revisitado. Revista Economia e Sociedade.
Campinas.p.19.

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