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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS APLICADAS


PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
PROFESSORA: GIULIANA DIAS VIEIRA
ALUNO: IGOR DE ARECIPPO CHAGAS - 161520120

Fichamento: O debate cosmopolitismo X comunitarismo sobre direitos humanos e a esquizofrenia


das relações internacionais.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
“Nossa observação é a de que as Relações Internacionais são caracterizadas por uma gênese
esquizofrênica, quando, pelo sistema westphaliano de Estados, a exclusão e a inclusão são práticas
artificiais e problemáticas.” (p. 141)
“A questão pontual de que trata este trabalho diz respeito aos direitos humanos como uma
derivação de direitos inerentes à própria humanidade e direitos humanos elaborados em contextos
sociais espaço- temporalmente definidos.” (p.142)

Primeira Problematização: O Debate Cosmopolitismo x Comunitarismo nas Relações


Internacionais
“A Teoria Normativa de Relações Internacionais propõe-se exatamente a fornecer
possibilidades teóricas sobre o respectivo debate, mesmo que sem alcançar uma resposta definitiva
para esta problemática. O debate nas Relações Internacionais entre cosmopolitas e comunitaristas
encontra no pensamento do filósofo norte-americano John Rawls (1921-2002), ou mais
propriamente no uso que alguns estudiosos fazem de suas idéias, a defesa da postura cosmopolita.”
(p. 142-143)
“O referido debate apresenta os direitos humanos como (1) resultado de um conjunto de
particularidades e de práticas exclusivas pela circunscrição espaço-temporal das tradições, da
cultura e da moral de um determinado povo em contraposição a uma (2) prática inclusiva que
considera não particularismos excludentes, mas sim a própria perspectiva humanista e universalista
dos direitos humanos como objeto de reflexão e de representação da humanidade como um todo.”
(p.143)
“A proposta rawlsiana compõe-se da compreensão de que é preciso resguardar os povos em
suas peculiaridades, mas que, ao mesmo tempo, é possível e preciso garantir os direitos humanos
pelo seu próprio significado moral e prático à medida que estes mesmos povos se sintam técnica,
jurídica e, claro, moralmente capazes de subscrever um conjunto de direitos humanos respeitados e
garantidos por eles após um exercício de reflexão sobre tais direitos.” (p. 143 – 144)
Os Princípios de Justiça em Rawls e a Formulação de Direitos
“Assim, a sociedade rawlsiana é, por natureza, cooperativa. As pessoas compreendem que a
cooperação social possibilita que elas tenham uma vida melhor individualmente do que teriam caso
não houvesse tal cooperação e se dependessem de seus próprios esforços e recursos para atingir os
seus objetivos.” (p. 145 -146)
“Para resolver o conflito sobre a distribuição dos bens, Rawls (1971-2000) cria a sua alegria
do contrato social como objetivo de formular os princípios de justiça que regularão a vida em
sociedade e que servirão como parâmetro distributivo dos benefícios sociais.” (p. 146)
“Rawls considera que as pessoas deseja manter uma quantidade maior a uma menor destes
bens, independentemente dos seus planos de vida. Por isso mesmo, eles são chamados de bens
sociais primários. É a partir da posse destes bens que as pessoas acreditam poder realizar seus
planos de vida com maior sucesso. Rawls caracteriza estes bens amplamente, como direitos,
liberdades e oportunidades, assim como renda e riqueza.” (p. 147)
“A crítica dos comunitaristas é de que a elaboração ideal do contrato social rawlsiano e a
escolha dos princípios de justiça não correspondem à realidade social. Não há um momento em que
os homens se reúnem e decidem que princípios escolher. Os homens nascem. Não conseguimos
identificar o momento em que os homens criaram os valores que antecedem a existência da
sociedade.” (p. 149)
“Além disso, a crítica comunitarista não se dá somente ao construtivismo rawlsiano, mas à
própria natureza dos princípios que são escolhidos. O contrato social rawlsiano escolhe princípios
liberais como se os homens em qualquer momento da história e em qualquer lugar, uma vez
dispostos na posição original, fossem escolher princípios de tal natureza – liberal. Isto significa
simplesmente desconsiderar que há outras visões de mundo, outras histórias, outras ideologias, que
de fato se realizam em contextos históricos definidos.” (p. 149)

A APLICAÇÃO DO PEMSAMENTO DE RAWLS NAS RELAÇÕES INTERNACIONIAS


“Em uma primeira assertiva, Beitz considera que, tal qual ocorre para os homens, para
Rawls, eles nascem em posições sociais diversas e isto pode afetar as condições para a realização de
seus planos de vida, e assim também ocorre com os Estados. Os Estados Nacionais não escolheram
nascer mais, ou menos, ricos. Isto é resultado de uma loteria natural. Para Beitz, essa é uma
distribuição moralmente arbitrária e deve então ser revista porque a distribuição aleatória de
recursos naturais influencia a possibilidade de determinado Estado satisfazer as demandas e
necessidades de sua população (BEITZ, 1979). A proposta é aplicar as idéias de posição original e
de véu de ignorância para as Relações Internacionais e criar, então, um sistema distributivo global
de riqueza.” (p. 150)
“A partir de então, Beitz defende, como faz Rawls, a aplicação de princípios de justiça entre
os Estados que possam corrigir essa arbitrariedade moral na oferta aleatória de recursos naturais.
Ideia que favorece isto é a da interdependência entre os Estados.” (p. 151)

NEM COSMOPOLITA, NEM COMUNITARISTA: A PROPOSTA DE RAWLS EM O


DIREITO DOS POVOS
“Rawls pensa agora o contrato social no plano internacional, valendo-se das ideias e
conceitos fundamentais desenvolvidos em torno da justiça como equidade e do liberalismo político
para elaborar uma Sociedade dos Povos razoavelmente justa.” (p. 152)
“Naturalmente, a concepção dos Estados enquanto atores racionais preocupados como poder
e coma persecução de seus interesses básicos não é adequada aos atores que Rawls pensa para a sua
Sociedade dos Povos, em que povos satisfeitos convivem em um ambiente de paz democrática, sem
maiores ambições que ponham em risco a estabilidade da sociedade por eles formada. Segundo
Rawls, os povos não se limitam a serem racionais como os Estados, mas são, além de racionais,
razoáveis. A razoabilidade dos povos faz com que eles não sejam movidos unicamente pela
racionalidade egoísta dos Estados, como tradicionalmente concebido.” (p. 153)
“Se assim é no caso interno, Rawls supõe que entre os povos a existência de doutrinas
abrangentes diferentes é ainda maior em função da cultura e das tradições de cada povo. Desta
forma, é essencial à teoria rawlsiana de justiça entre os povos, como também o é para a sociedade
fechada, a concepção de tolerância.” (p. 155)
“O mais importante é não insistir em princípios liberais para todos os povos, pois esta
atitude fere a própria concepção liberal de tolerância. Assim, para Rawls, mais valioso que defender
ferozmente princípios democráticos liberais para todos os povos é preservar a pluralidade de
manifestações culturais, políticas e sociais dentro dos limites do razoável que os povos liberais e os
povos decentes se propõem a cumprir. O respeito ao outro, calcado na tolerância daquilo que nos é
diferente, fornece a base de justificação da existência da Sociedade dos Povos como pensada por
Rawls – plural e razoável.” (p. 157)

Segunda Problematização: A Gênese Esquizofrênica do Sistema de Estados


“Toda a discussão, em Relações Internacionais, tem por base esse confronto de compreensão
do mundo como representação de particularismos que convivem, mas se excluem, e de
universalismos que se engajam como processos e representações de fato globais. Aliás, isto está na
própria origem do sistema westphaliano de Estados.” (p. 159)
“Em decorrência disto, as Relações Internacionais testemunham essa esquizofrenia:
exclusão/inclusão; particular/universal. Há um direito do Estado e há um direito dos Estados. Aqui,
começamos a compreender a coexistência de espaços paralelos ou, mais que espaços paralelos,
espaços superpostos em uma percepção de relações internacionais multidimensionais contraditórias,
quando não antagônicas.” (p. 159)
“Esse processo de exclusão e inclusão e de formação de um direito do Estado e de um
direito dos Estados, portanto, da sociedade internacional, permanece ao longo do tempo.
Encontramos na Organização das Nações Unidas (ONU) exemplo disto. A ONU tenta prover um
direito internacional, quiçá universal, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948,
exatamente trezentos anos após a criação do Sistema Moderno de Estados em 1648.” (p. 160)
“Temos, ao que parece, um problema gerado pelo Estado, mas que o próprio Estado não
consegue resolver do ponto de vista da ação esta- tal, porque a ação estatal é desde Westphalia uma
ação de direito do Estado de agir em função da sua auto determinação. Mas, ora, temos um
problema universal. O Estado gera problemas que não consegue resolver.” (p. 161)
“Continuamos com a errante configuração das Relações Internacionais dividida entre
direitos do Estado e direitos dos Estados. Se cada Estado é, no pluralismo razoável rawlsiano,
dotado de uma capacidade de admitir para si crenças quaisquer sem influência de outros Estados em
nome da garantia do próprio liberalismo pela possibilidade de escolha livre, temos aí a própria
compreensão do princípio clássico westphaliano de autodeterminação dos povos como um direito
do Estado – de cada Estado.” (p. 163)

Repensando as Relações Internacionais pelo Pós-modernismo – Uma Aproximação


“A dificuldade de estabelecer um parâmetro de ação que consiga compatibilizar as vertentes
comunitarista e cosmopolita sugere pensar as Relações Internacionais por outro viés. A construção
teórica pós-moderna ganha força, nesse sentido, ao compreender que aquilo que é moderno – o
Estado Nacional – não responde satisfatoriamente às demandas globais mais urgentes, porque estas
fazem escapar das mãos dos Estados a possibilidade de as satisfazer. Cabe-nos repensar as Relações
Internacionais.” (p. 164)
“É preciso repensar o próprio significado da comunidade política, algo também artificial,
que impõe uma noção de “particularidades em comum” (SHAPIRO, 2000). Apartir de então,
podemos pensar a aderência individual/social à comunidade política por uma concepção dinâmica
de “associação e desassociação”, que possibilite o reconhecimento de modos de presença
incomensuráveis (SHAPIRO, 2000). Não há mais o estatal.” (p. 165)

Considerações Finais
“Isso nos fez repensar as Relações Internacionais, aproximando-nos do viés pós-moderno.
De modo ainda introdutório, tentamos apontar minimamente como a teoria pós-moderna pode
favorecer esse exercício de repensar as Relações Internacionais e enfrentar sua condição
esquizofrênica, tarefa esta à qual nos dedicamos.” (p. 166)

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